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Qualidade da Madeira por Fernando José Borges Gomes fjbgomes.fg@gmail.com Aula 2: Importância da amostragem da madeira para a sua correta caracterização; Elementos anatômicos da madeira e seu impacto no qualidade da mesma; Importância dos elementos de vasos para o setor de celulose e papel; Importância da densidade básica da madeira para o setor de celulose e papel. mailto:fjbgomes.fg@gmail.com Amostragem 3 Composição química variável da madeira ✓Dentro da mesma árvore – base → topo – medula → casca – cerne → alburno – lenho inicial → lenho tardio – Crescimentos anormais • madeira de compressão (coníferas) • madeira de tração (folhosas) ✓Variações do microclima, do solo e da idade também afetam a química da madeira – Clima tropical x clima temperado – Precipitação – Físico-química do solo – Adubação, etc. 4 Composição química variável da madeira ✓Não devem ser amostradas: – Árvores da borda; – Árvores com sintomas de doenças; – Árvores que destoam das demais (efeito desconhecido...). ✓Quantidade: – Quanto maior o espaço amostral, maior a confiança; – Recomenda-se um mínimo de 5 arvores amostra por material de interesse. 5 Toretes 50cm v Amostragem na árvore TORETE CAVACOS SERRAGEM DISCOS Nós 6 7 Anatomia da Madeira e seus impactos para a produção de polpa celulósica Variáveis Associadas com a Madeira ➢Espécie de Madeira Grande efeito na qualidade e propriedades da polpa celulósica Folhosas: cerca de 1mm comprimento das fibras Coníferas: 2-5mm comprimento das fibras Folhosas: Fibras mais curtas Resistência menores Menor teor de lignina Maior teor de xilanas Maior facilidade de impregnação dos cavacos (vasos) Maior facilidade deslignificação (teor e estrutura da lignina) Excelentes propriedades de impressão e escrita 8 9 Madeira Juvenil e Adulta em Pinus de 17 Anos Nogueira e Ballarin. Eng Agrícola, Jaboticabal-SP, 25(1):19-28. 2005 10 Madeira Juvenil e Adulta em Pinus taeda Lara Palma e Ballarin. Rev.Árvore 27(3)371-380. 2003 11 Cerne e Alburno 12 Qualidade do Cerne e Alburno Propriedades Cerne Alburno Densidade Básica, Kg/m3 478 486 Comprimento de Fibra, mm 1,0 1,2 Diâmetro de Fibra, μm 16,4 16,5 Espessura de Parede, μm 3,5 4,0 13 Qualidade do Cerne e Alburno (Eucalyptus nitens) MARIANI- O Papel 6/2004 Propiedades Cerne Alburno Ext. Álcool/Tolueno, % 2,5 2,3 Ext. Água Fria, % 1,6 2,3 Ext. Água Quente, % 2,7 2,9 Extrativos Totais, % 5,6 5,1 Cinzas, % 0,24 0,36 Lignina, % 25,1 21,8 Celulose, % 46,1 51,9 Pentosanas, % 22,0 17,6 Holocelulose, % 68,4 70,9 14 Frequência e Diâmetro de Vasos em Eucalyptus. Espécies Observações Freqüência* (poros/mm2) Diâmetro* Tangencial (μm) C. citriodora 200 12 (4-31) 119,6 (53,1-171,9) E. grandis 200 13 (7-24) 126,6 (59,4-215,6) E. tereticornis 200 18 (8-36) 105,6 (46,9-181,2) E. cloeziana 200 34 (25-43) 82,6 (31,2-131,2) E. urophylla 200 17 (10-24) 116,7 (46,9-171,9) E. paniculata 200 15 (7-28) 101,9 (40,6-140,6) E. pilularis 200 20 (11-33) 93 (40,6-153,1) *Média (máximo-mínimo) OLIVEIRA - USP (1997) 15 Sentido medula-casca D iâ m e tr o d o s v a s o s Tendência Variação Vasos (vários autores) 16 Sentido medula-casca F re q u ê n c ia d o s v a s o s Tendência Variação Frequência Vasos (vários autores) 17 Tendência Variabilidade dos Vasos (vários autores) Sentido medula-casca C o m p ri m e n to , la rg u ra e e s p e s s u ra d a p a re d e Variação das Fibras no Sentido Radial – Eucalyptus grandis •Significativo (p<0,05) ; 24, 48, 72 = idade em meses ; (0 = medula, 100 = casca) _____________________________________________________________________________________________________________________________ Sette Jr. et all – Rev. Árvore, 06/2012 19 Variação do Comprimento das Fibras de Eucalyptus regans Panshing & Zeeuw Fibras e Vasos de Eucalyptus 20 Foelkel – Viçosa 2003 21 Vaso e Fibras na Superfície do Papel 22 Superfície da Folha de Papel Mostrando Fibras e Dois Vasos Foelkel –Eucalyptus on Line Book, 2009 Efeito de Vasos na Superfície do Papel Impresso Eucalyptus grandis Folha Normal Folha Enriquecida com Vasos Sari, A. et al – O Papel, Jan/2012 Fibras Sem Refino Fibras Refinadas (PFI 2000 rev.) Efeito de Vasos na Superfície do Papel Impresso Eucalyptus grandis Sari, A. et al – O Papel, Jan/2012 25 Relações Entre As Dimensões Das Fibras Lume (l) Parede (e) Largura (L) C om pr im e nt o (C ) Índice de Enfeltramento = Comprimento / Largura Coef. de Flexibilidade = (Diâmetro Lume / Largura) x 100 Fração Parede = (2 x Espessura Parede / Largura) x 100 Índice de Runkel = 2 x Espessura parede / Diâmetro Lume 26 Características Morfológicas das Fibras que Influenciam nas Propriedades do Papel •Razão de flexibilidade e Índice de Runkel : Quanto maior, mais flexíveis são as fibras e maior a possibilidade de ligação entre elas, maior índice de tração; • Coeficiente de Rigidez: Quanto maior, fibras mais rígidas e menos propensas à ligações entre si, menor índice de tração. • Coarseness: é o peso em mg de 100 m de fibra – A flexibilidade da fibra e a capacidade de formação de enlaces interfibras diminui quando o coarseness aumenta. 27 Densidade Básica da Madeira 28 Densidade Básica ▪ Densidade Básica Peso Seco / Volume Saturado ▪ Relação Direta entre Densidade e Volume de Vazios ▪ Densidade da “Substância Madeira” = 1,53 g/cm3 ▪ % Vazios = 1 – (Db / 1,53) x 100 1 – (0,500 / 1,53) x 100 = 67% ▪Densidade Aparente de Cavacos •Granulometria dos cavacos •Densidade básica da madeira •Teor de umidade dos cavacos 29 Densidade Básica da Madeira de Eucalyptus (Brasil) ✓ Baixa densidade: 380-480 kg/m3 ✓ Média densidade: 480-520 kg/m3 ✓ Alta densidade: 520-600 kg/m3 30 y = 0,8524x + 65,088 R2 = 0,9076 300 350 400 450 500 550 600 300 350 400 450 500 550 600 D e n s id a d e C a v a c o s (Á rv o re t o ta l) , K g /m 3 Densidade Disco DAP, Kg/m3 Numero de amostras = 234 Determinação Densidade Básica da Árvore Árvore inteira (cavacos) vs Disco no DAP FANTUZZI NETO - 2008 31 N° Discos Custo Fixo Produtividade de Equipe (árvores/dia) 1 56% 45 5 100% 27 Densidade Básica DAP vs Média da Árvore 495 árvores Flaviana, UFV - 2008 32 y = 0,4771x - 29,11 R 2 = 0,8256 180 190 200 210 220 230 240 250 260 270 400 450 500 550 600 650 Densidade Básica, Kg/m3 D e n s. A p a r e n te C a v a c o s (a .s ), K g /m 3 Densidade Básica vs Densidade Aparente Cavacos (a.s.) FANTUZZI NETO - 2008 33 y = -6,0714x2 + 57,729x + 345,5 R2 = 0,9958 0 100 200 300 400 500 600 2 3 4 5 6 Idades (anos) D e n s id a d e B á s ic a ( K g /m 3 ) Evolução da Densidade Básica com a Idade - Eucalyptus - GOMIDE - 2000 34 CARNEIRO, C - Bahia Sul Densidade Básica, Kg/m3 (10% comprimento total) Variação da Densidade no Tronco E. grandis Variação da Densidade Básica da Madeira de Eucalyptus grandis na Altura do Tronco *significativo (p<0,05) ; 0 = base do tronco ; 24, 48, 72 = idade (meses) Sette Jr. et all – Rev. Árvore, 06/2012 36 20 0,520 0,510 0,500 0,490 0,480 0,470 40 60 80 100 D e n s id a d e B á s ic a M é d ia g /c m 3 Variação Radial (%) Figura 2: Variação Radial da Densidade Eucalyptus globulos LAZARETTI – ABTCP 2003 37 0 0,530 0,520 0,510 0,500 0,490 0,480 0,470 0,460 0,450 0,440 10 20 30 40 D e n s id a d e B á s ic a M é d ia g /c m 3 Altura (%) Figura 3: Variação da Densidade em Função da Altura: Eucalyptus globulus 50 60 70 80 90 100 LAZARETTI – ABTCP 2003 38 Massa específica básica 0,3 0,38 0,46 0,54 0,62 0 33 66 100 Sentido medula-casca (%) M a s s a e s p e c íf ic a b á s ic a ( g /c m 3 ) 10 14 20 25 Idade Densidade Básica de Madeirade Eucalyptus José Castro – UFV, 2002 39 FONSECA – Cenibra 2001 Idade e Densidade Básica - Eucalyptus y = 4,2243x 2 - 21,941x + 478,02 R 2 = 0,9942 350 400 450 500 550 600 650 3 4 5 6 7 IDADE (anos) D b ( k g /m ³) 129 2 167 2719 2796 MÉDIA ENCOSTA (aritim.) 40 FONSECA – Cenibra 2.001 Idade e Rendimento Depurado - Eucalyptus y = -0,1443x 2 + 0,8449x + 51,479 R 2 = 0,9817 49 50 51 52 53 54 55 3 4 5 6 7 IDADE (anos) R D ( % ) 129 2 167 2719 2796 MÉDIA ENCOSTA (aritim.) 41 FONSECA – Cenibra 2.001 Idade e Consumo Específico de Madeira - Eucalyptus y = -0,0184x 2 + 0,0621x + 4,0519 R 2 = 0,9696 3,00 3,40 3,80 4,20 4,60 5,00 3 4 5 6 7 IDADE (anos) C E ( m ³/ tS A ) 129 2 167 2719 2796 MÉDIA ENCOSTA (aritim.) 42 FONSECA – Cenibra 2001 Densidade Básica e Álcali Efetivo - Eucalyptus y = 0,026x + 3,461 R² = 0,984 15,0 15,5 16,0 16,5 17,0 17,5 18,0 18,5 440 460 480 500 520 540 560 A E ( % ) Db (kg/m³) 43 FONSECA – Cenibra 2001 Densidade Básica e Rendimento Depurado y = -0,0454x + 74,16 R2 = 0,9695 47 48 49 50 51 52 53 54 440 460 480 500 520 540 560 Db (kg/m³) R D ( % ) Eucalyptus - Kappa 17 44 WEHR e BARRICHELO – 1996 Densidade Básica e Rendimento Depurado Eucalyptus - Kappa 18 y = -0,0479x + 72,243 R 2 = 0,9929 44 46 48 50 52 54 380 400 420 440 460 480 500 520 540 560 580 Db (kg/m³) R D ( % ) 45 FONSECA – Cenibra 2.001 Densidade Básica e Índice de Tração (Sem Refino) - Eucalyptus y = -0,2384x + 171,96 R2 = 0,8809 20 30 40 50 60 70 80 420 440 460 480 500 520 540 Db (kg/m³) Ín d ic e T ra ç ã o ( N m /g )- P F I/ 0 46 FONSECA – Cenibra 2.001 Densidade Básica e Energia de Refino (Índice Tração 70 Nm/g) - Eucalyptus y = 0,034x2 - 26,112x + 5328,8 R2 = 0,6957 0 250 500 750 1000 1250 1500 1750 2000 400 420 440 460 480 500 520 540 560 580 Db(kg/m³) N º R e v .P F I( c a rg a t o ta l) - IT / 7 0 ( N m /g ) Influência da Densidade da Madeira na Carga de Álcali Efetivo - Eucalyptus 19,0 19,5 21,0 15,0 16,5 17,0 13,5 13,7 14,3 0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 Á lc a li E fe ti v o , % Kappa 14 Kappa 17 Kappa 21 BD MIX AD 47 LANNA, A - 2001 Influência do Número Kappa e da Densidade da Madeira no Rendimento - Eucalyptus 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 Kappa 14 Kappa 17 Kappa 21 52,2 54,1 55,3 51,6 52,7 54,4 49,1 50,6 51,9 R en d im en to D ep u ra d o , % BD MIX AD 48 LANNA, A - 2001 49 y = -0,0477x2 + 0,5674x - 1,0951 R2 = 0,8121 0,20 0,30 0,40 0,50 0,60 0,70 3,5 4,0 4,5 5,0 5,5 Espessura da parede (mm ) D b ( g /c m ³) y = -0,6588x2 + 2,2248x - 1,1764 R2 = 0,7341 0,20 0,30 0,40 0,50 0,60 0,70 0,9 1,0 1,1 1,2 1,3 Comprimento de fibra (mm) D b ( k g /m ³) y = 0,0048x2 - 0,1533x + 1,5246 R2 = 0,8195 0,20 0,30 0,40 0,50 0,60 0,70 8,0 9,0 10,0 11,0 12,0 13,0 Diâmetro de lúmen (mm) D b ( g /c m ³) y = -0,0262x2 + 0,9602x - 8,3087 R2 = 0,1918 0,20 0,30 0,40 0,50 0,60 0,70 17,0 18,0 19,0 20,0 21,0 Largura de fibra (mm) D b ( g /c m ³) BARRiCHELO – ABTCP, 1983 Densidade Básica e Características de Fibras – E. grandis 50 Parâmetros 447 Kg/m3 552 Kg/m3 Freqüência de vasos, nº/mm² 11,2 18,2 Diâmetro de vasos, mm 124 116 Área ocupada por vasos, % 13,6 19,2 Área ocupada por fibras, % 69,3 66,5 Área ocupada por lúmen das fibras, % 24,9 12,6 Área ocupada por parênquima radial, % 17,1 14,3 Densidade Básica – Características Anatômicas Eucalyptus SIMONE – UFV, 2003 51 Dimensões das Fibras 447 Kg/m3 552 Kg/m3 Comprimento, mm 0,90a 1,02b Largura, mm 19,14a 18,13a Diâmetro do lúmen, mm 11,47a 7,90b Espessura da parede, mm 3,83a 5,11b SINOME – UFV, 2003 Densidade Básica – Dimensões de Fibras Eucalyptus 52 D. Básica Kg/m3 Álcali Ativo, % Número Kappa Rendimento Depurado, % Teor de Rejeito, % Viscosidade, cP 447 17,7a 18,2a 51,2a 0,18a 68,1a 552 19,6b 18,2a 48,6b 0,10a 58,8b Densidade Básica - Polpação SIMONE – UFV, 2003 Eucalyptus Variáveis Associadas com a Madeira ➢Densidade: Uniformidade é importante (Brasil: folhosas sem anéis cresc.) Impregnação e remoção lignina favorecidas por baixa densidade Densidade Alta → maior carga/volume digestor maior produção, mas maior carga reagentes propriedades de ligação entre fibras inferiores papéis “tissue” Densidade baixa → menor carga/volume digestor melhor impregnação dos cavacos melhores ligações entre fibras papéis de impressão e escrita 53 Relação da Densidade Básica com o Processo de Polpação ➢Maior densidade básica da madeira – Maior dificuldade de picagem – Maior dimensão dos cavacos – Maior densidade aparente dos cavacos – Teor de rejeitos mais elevado – Menor consumo específico de madeira em m3/ tonelada polpa 54 CONSUMO ESPECÍFICO DE MADEIRA MASSA X DENSIDADE 55 𝐶𝐸 = 1.000 ∗ 0,9 𝐷𝑏 ∗ 𝑅𝑑 ∗ 𝑅𝑏 Em que: • CE= Consumo específico de madeira, m³/tonelada de celulose; • Volume de madeira= madeira utilizada posto fabrica, m3 • Celulose enfardada= celulose branqueada enfardada, tsa • 0,9 = Fator de conversão para tonelada seca ao ar (tsa); • Db= Densidade básica da madeira, Kg/m³; • Rd= Rendimento depurado cozimento kraft, %; • Rb= Rendimento branqueamento, % 𝐶𝐸 = Volume de Ma𝑑𝑒𝑖𝑟𝑎 𝐶𝑒𝑙𝑢𝑙𝑜𝑠𝑒 𝐸𝑛𝑓𝑎𝑟𝑑𝑎𝑑𝑎 56 Classificação dos Cavacos SCAN-CN 40:94 Classificação Cavacos Industriais 57 Peneiras Retenção, % Densidade Básica, Kg/m3 Integral --- 517 1° Prato – 45mm 0.9 539 2° Prato – barras 8mm 9.7 532 3° Prato – 7mm 84.0 517 4° Prato – 3mm 3.8 516 5° Prato 1.6 446
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