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Estudo de Acessibilidade de Transportes em Passos-MG

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VALESCA LEÃO PRADO
ESTUDO DE ACESSIBILIDADE DE TRANSPORTES
 NO MUNICÍPIO DE PASSOS – MG
Monografia apresentada ao Curso de Especialização
em Geoprocessamento da Universidade Federal de
Minas Gerais para a Obtenção do Título de
Especialista em Geoprocessamento
ORIENTADOR
PROFESSORA KARLA BORGES
2001
2
AGRADECIMENTOS
À TECTRAN pelo suporte e infra-estrutura sem os quais o trabalho teria apresentado
maiores dificuldades.
À Sabina A. Kauark Leite pelo incentivo em participar do curso e apoio técnico.
À Juliana Gesteira Coelho pela colaboração e ajuda no desenvolvimento das etapas do
trabalho prático.
Aos colegas de trabalho pelo apoio e paciência, em especial o amigo Cláudio Leite de
Freitas.
Aos colegas da TECGIS Francisco de Castro Pires Ferreira e Ramon Victor Cesar pelo
apoio e material disponibilizado e Olívia Porto Tarchetti pelas dúvidas esclarecidas.
A Profa. Karla Borges por orientar-me no trabalho e preparo desta monografia.
À minha mãe e meu pai por sempre estarem presentes e participando de todos os momentos
de minha vida.
3
RESUMO
O presente trabalho apresenta um estudo sobre a acessibilidade de transportes, visto aqui
como importante instrumento de avaliação da qualidade do serviço de transporte público.
Nele, a partir de índices de acessibilidade pré-existentes foram obtidos conceitos para a
qualidade dos serviços para uma dada região. Para tanto, utilizou-se um Sistema de
Informações Geográfico (SIG) para agilizar o cálculo destes índices, e efetuou-se um
procedimento para o tratamento cartográfico dos índices calculados, obtendo-se um produto
gráfico que objetiva a visualização dos mesmos.
Foram definidos os índices para que atingissem o universo da população usuária do
transporte coletivo da região, decidindo-se, assim pela distância de deslocamento como
medida qualitativa dos serviços ofertados.
Por fim, é feito um estudo para o Município de Passos, buscando mostrar o grau de
acessibilidade da cidade em relação ao transporte coletivo público.
4
ABSTRACT
This work presents a study about transportation accessibility, considering it as an important
tool for the appraisal of the quality of public transportation service of an area. In this study,
from a survey of the existing accessibility models, it is possible to obtain concepts to
evaluate the quality of the services in one specific region. Using some advantages of the
Geographic Information System (GIS) to calculate and to develop a new procedure for the
cartographic processing of these indices it is obtained a graphical product whose objective
is the visualization of these transportation accessibility indices.
The indices have been defined to reach the universe of mass transportation users of the
region and the distance shift was chosen as the qualitative measures of the offered services.
Finally, it is made a study for the city of Passos, trying to show the accessibility degree of
the city related to the public transportation services.
5
SUMÁRIO
Agradecimentos......................................................................................................................2
Resumo...................................................................................................................................3
Abstract...................................................................................................................................4
Sumário...................................................................................................................................5
Lista de Figuras......................................................................................................................6
Lista de Tabelas......................................................................................................................7
1 Introdução.......................................................................................................................8
1.1 Conceitos Básicos...................................................................................................8
1.1.1 Planejamento de Transporte Público..............................................................8
1.1.2 Acessibilidade...............................................................................................10
1.1.3 Sistemas de Informação Geográficos...........................................................11
2 Objetivo........................................................................................................................12
3 Metodologia..................................................................................................................13
3.1 Metodologia a ser utilizada...................................................................................13
4 Desenvolvimento e Implementação do Projeto de Acessibilidade de Transportes no
Município de Passos.............................................................................................................14
4.1 Descrição dos procedimentos no software...........................................................16
5 Principais Resultados e Aplicações..............................................................................23
6 Conclusão.....................................................................................................................35
7 Referências Bibliográficas............................................................................................35
6
LISTA DE FIGURAS
Figura 4.1.1 – Digitalização da Base....................................................................................16
Figura 4.1.2 – Banco de Dados da Base...............................................................................17
Figura 4.1.3 – Layer de Regiões...........................................................................................18
Figura 4.1.4 – Banco de Dados das Regiões........................................................................19
Figura 4.1.5 – Layer de Rotas...............................................................................................20
Figura 4.1.6 – Layer de PEDs...............................................................................................21
Figura 4.1.7 – Layer Bandas.................................................................................................22
Figura 5.1 – Sistema Viário do Município de Passos - MG.................................................24
Figura 5.2 – Região de Passos..............................................................................................25
Figura 5.3 – Sistema de Transporte Público Coletivo por Ônibus.......................................27
Figura 5.4 – Linha 101.........................................................................................................28
Figura 5.5 – Linha 102.........................................................................................................29
Figura 5.6 – Linha 103.........................................................................................................30
Figura 5.7 – Linha 104.........................................................................................................31
Figura 5.8 – Linha 105.........................................................................................................32
Figura 5.9 – Pontos de Embarque e Desembarque (PEDs)..................................................33
Figura 5.10 – Acessibilidade Locacional dos Serviços de Transporte Público....................35
Figura 5.11 - Acessibilidade Locacional dos Serviços de Transporte Público (Resumido).35
7
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 .............................................................................................................................9
TABELA 2 ...........................................................................................................................13
TABELA 3 ...........................................................................................................................35TABELA 4 ...........................................................................................................................35
8
1 INTRODUÇÃO
Atualmente, no Brasil, muito se tem discutido e estudado sobre os sistemas de transportes
públicos. A oferta de transporte, os custos e as condições oferecidas aos usuários são temas
constantes de estudos, nos vários modos de transporte.
A operação ilegal dos transportes clandestinos em várias cidades brasileiras, vem trazendo
preocupações tanto para os órgãos gestores quanto para as empresas operadoras no que diz
respeito às condições oferecidas aos usuários do transporte coletivo convencional, uma vez
que o sistema convencional muitas vezes é trocado pelo clandestino, demonstrando que
podem haver falhas nos sistemas ofertados atualmente.
A preocupação ambiental que tem caracterizado os governos de países do Primeiro Mundo
e a sociedade em geral onde a busca cada vez maior pela qualidade de vida dos indivíduos
passou a ter maior peso nas decisões, gerando mudanças nas atitudes do poder público no
momento de definir a oferta de transporte público de uma cidade
Januário (1997) diz que dentro das condições oferecidas ao usuário a acessibilidade é de
extrema importância, tanto do ponto de vista do usuário quanto do órgão ou empresa
gerenciadora do transporte. A acessibilidade de transportes considera a facilidade de acesso
a um lugar, sistema ou região. Os estudos de acessibilidade são bastantes variados e
possuem diferentes direções, de acordo com os diferentes objetivos. No entanto, todos eles
visam quantificar ou medir as facilidades e/ou dificuldades de acesso, ou seja, chegada e
saída a determinado local dentro de uma área considerada. A acessibilidade pode ser
traduzida em termos de infra-estrutura, quantidade ou qualidade do transporte oferecido
para se chegar a um local desejado.
1.1 CONCEITOS BÁSICOS
1.1.1 Planejamento de Transporte Público
O sistema de transporte constitui uma infra-estrutura básica para a economia e
produtividade de uma cidade uma vez que a maioria dos deslocamentos para trabalho são
feitos através deste meio.
O transporte público coletivo no Brasil, é feito em grande parte por sistema rodoviário isto
é, por ônibus, principalmente em cidades de médio porte onde o investimento em um
sistema como metrô é inviabilizado pela baixa demanda e pela necessidade de recursos
financeiros muito alto.
Segundo a ANTP (Associação Nacional de Transportes Públicos), o transporte público por
ônibus tem objetivo de organizar a oferta de transporte para que se possa atender os desejos
de deslocamentos das pessoas. A organização da oferta de transporte é feita considerando
sempre vários aspectos relevantes, como a demanda, os custos e o nível de serviço
desejado. A programação adequada é importante não apenas pelos aspectos econômicos
mas porque confere qualidade e confiabilidade ao serviço, garantindo transporte adequado
9
aos usuários cativos e aumentando a atratividade do ônibus para usuários potenciais. A
programação da operação de ônibus envolve a definição dos seguintes aspectos:
- nível de serviço: refere-se a características gerais de identificação do padrão de
atendimento a ser prestado envolvendo o conforto, a qualidade, a segurança e a
confiabilidade;
- características do serviço, a saber:
- tipo de linha (circular, diametral, radial, expressa);
- o itinerário da linha e seus pontos de parada;
- o tipo de veículo a ser utilizado;
- a freqüência do serviço e o horário de atendimento;
- a informação para o usuário;
- a integração com outras linhas, serviços e modos de transporte;
- a tarifa;
A definição do nível de serviço é tarefa essencial, uma vez que identifica a importância que
o Poder Público está atribuindo ao transporte. Esta definição envolve o estabelecimento de
condições mínimas, julgadas necessárias ao atendimento adequado. Na maior parte dos
casos, elas estão ligadas a dois itens essenciais: o conforto dentro do veículo e nos pontos
de parada e os tempos de caminhada e de espera para adentrar o veículo denominado
acessibilidade.
A programação é feita considerando vários fatores relevantes, resumidos na Tabela 1.
TABELA 1
Item do Nível de Serviço Característica do Serviço
Conforto Densidade interna do veículo
Disponibilidade de assentos
Conforto térmico e nível de ruído
Condições de pontos e terminais
Condições de embarque/desembarque
Segurança Frequência de acidentes
Gravidade dos acidentes
Confiabilidade Regulariadade
Pontualidade
Acessibilidade Distância de caminhada 
Intervalo médio/tempo de espera
Rapidez Tempo de viagem/velocidade
Fonte: ANTP - Transporte Humano - Cidades com qualidade de vida
Após a implantação e operação de um sistema de transporte público em uma cidade ou para
se planejar um novo sistema de transporte público, é necessário acompanhar e avaliar como
o sistema de transporte público está sendo ofertado e entender como as pessoas e cargas
circulam pelo município. A ANTP, lista vários tipos de pesquisas que são utilizadas para o
planejamento e avaliação do transporte dentre elas:
10
- Pesquisa Origem/Destino (O/D) – tem como objetivo principal identificar os
desejos de deslocamento da população, a modalidade de transporte utilizada e o
motivo da viagem.
- Pesquisa de Embarque/Desembarque (E/D) – identifica o número de passageiros
transportados por linha de transporte, trechos críticos, pontos de maior
movimento de embarque e desembarque.
- Pesquisa de Catraca – Identifica, pela leitura dos números registrados na catraca,
o total de passageiros transportados em cada viagem.
- Pesquisa de Velocidade e Retardamento – Indica a velocidade operacional de
cada modalidade de transporte coletivo, locais de retardamento e trechos ou
pontos de morosidade.
- Pesquisa de opinião – Identifica a satisfação ou insatisfação dos usuários quanto
aos serviços de transporte coletivo.
- Pesquisa de Imagem – Identifica os conceitos da população em geral (usuários
ou não) sobre o transporte coletivo da cidade.
- Pesquisa de Mercado – Identifica as demandas atendidas e reprimidas.
Através dessas pesquisas é possível avaliar, reprogramar ou estruturar um sistema de
transporte público coletivo com segurança e embasamento técnico-científico.
1.1.2 Acessibilidade
Ferreira (2001) define acessibilidade como “qualidade de acessível, facilidade na
aproximação” e acessível é “a que se pode chegar, de acesso fácil”.
Januário (1995) para o planejamento de transporte, o sistema de transportes é apenas parte
de uma estrutura sócio-ecônomica maior, dentro da qual ele próprio se insere e para a qual,
o ato de deslocar-se é visto como um meio para se tomar parte em atividades dentro desta
estrutura. Dentro dessa abordagem, a acessibilidade representa a oportunidade de acesso
dos indivíduos a atividades desejadas., cabendo ao sistema de transportes a função de
prover os meios necessários à realização dos deslocamentos que resultarão nesse acesso.
Um estudo de acessibilidade pode trazer informações relevantes para a reprogramação do
sistema de transporte ou para estruturação de uma nova rede de transporte coletivo, daí a
importância do estudo de acessibilidade pois, a acessibilidade está diretamente relacionada
à qualidade de vida dos cidadãos e traduz a possibilidade de cada indivíduo participar de
atividades de seu interesse. O seu estudo visa quantificar a maior ou menor facilidade dos
indivíduos se locomoverem pelo espaço-objeto do seu interesse.
Segundo o manual da EBTU de Planejamento de Operação a Acessibilidade a um Sistema
de Transporte Público de Passageiros – STPP, a acessibilidade pode ser caracterizada pela
maior ou menor facilidade de ingresso no transporte público, distinguindo-se dois aspectos:
Acessibilidade Locacional – representada pela proximidade dos terminais e pontos de
embarque/desembarque do sistema;
Acessibilidade Temporal – representada pela freqüência dos serviços.
11
Os aspectos locacionais se referem à acessibilidade do STPP, aferida através do tempo ou
distância despendidoda origem ao ponto de embarque e desembarque ao destino. O ponto
de acesso ao STPP, nesse caso, deve se referir às linhas que atendem a maior demanda de
usuários do sistema e não necessariamente a uma única linha.
Bartolli, Fontes e Andrade (1996) descreveram que os indicadores da qualidade de serviço,
no âmbito da acessibilidade locacional, baseiam-se na avaliação de excelente a péssimo a
partir do tempo ou distância despendidos pelo usuário até ou a partir do ponto de
embarque/desembarque do usuário. Apesar dos critérios distância e tempo serem de
inegável importância para a sociedade, ainda se faz necessária uma análise sobre fatores
implícitos que podem gerar um aumento ou diminuição na distância a percorrer e
conseqüentemente, no tempo a se gastar. Algum destes aspectos são: tipo e a qualidade do
pavimento, cruzamento com vias, existência ou não semáforos para pedestres, barreiras
físicas, iluminação, segurança, declividade da região etc.
Para utilização destes indicadores de qualidade nas análises, faz-se necessário a sua
mensuração. Para isso, é necessário uma amplo e complexo estudo, no qual se possa
investigar a influência de cada um desses elementos no processo de deslocamento a pé,
como também quantificar essa influência para o usuário. Com uma pesquisas deste porte,
seria possível construir o perfil do comportamento das pessoas com relação a esses diversos
aspectos, podendo daí atribuir valores aos indicadores de qualidade.
Tal estudo, entretanto, necessitaria de um amplo levantamento em campo para se obter
informações quantitativas e qualitativas a serem utilizadas no estabelecimento da relação
entre os elementos interferentes e o nível de serviço ou qualidade da caminhada.
1.1.3 Sistemas de Informação Geográficos
Fonseca (2001) descreve que existem várias definições para Sistemas de Informações
Geográficos (SIG), ou Geographics Information Systems (GIS). Sendo que, cada uma delas
tenta privilegiar um aspecto de uma tecnologia, que estando na fronteira de várias áreas do
conhecimento, é percebida de maneira diferentes pelos especialistas de cada área. Para ele,
uma definição bastante abrangente para o SIG seria a seguinte:
SIG são sistemas automatizados usados para armazenar, analisar, e
manipular dados geográficos, ou seja, dados que representam objetos e fenômenos em que
a localização geográfica é uma característica inerente à informação e indispensável para
analisá-la.
O software de SIG escolhido para o desenvolvimento do trabalho é o Maptitude. Com o
objetivo de localizar pontos, identificar distritos e planejar estratégias, se tem utilizado,
tradicionalmente, mapas em papel. O sistema de informações geográficas Maptitude dá
vida a estes mapas, convertendo-os em mapas inteligentes e dinâmicos que ajudam a
visualizar e a analisar dados demográficos, econômicos e outros relacionados com a sua
empresa.
12
Segundo a empresa que desenvolveu este software a Caliper dos EUA (1997), o Maptitude
facilita a criação de mapas de localização de pontos, de densidade de pontos, de símbolos
proporcionais, temáticos, com gráficos de barras e pizzas, e outros.
As ferramentas de desenho e edição interativa permitem personalizar mapas para
comunicar exatamente a informação desejada. O Maptitude suporta OLE 2.0 ("Object
Linking and Embedding"), permitindo assim, a integração de mapas em relatórios,
planilhas e apresentações.
Os mapas transmitem informações de uma forma que planilhas ou bancos de dados não
conseguem. O Maptitude lê diretamente seus dados em formato dBase e texto, além de
qualquer fonte compatível com ODBC, incluindo Oracle, Access, Excel, DB2, e muitos
outros.
O Maptitude oferece recursos avançados de análise espacial, áreas comerciais, gera zonas
de influência, encontra rotas ótimas, ou identifica e avalia localizações potenciais para
instalações.
Para o desenvolvimento de aplicações personalizadas, o Maptitude oferece, opcionalmente,
uma macro linguagem de programação. Adicionalmente, Maptitude é um verdadeiro
sistema cartográfico multi-usuário com suporte para LAN e instalação opcional no servidor
da rede.
O Maptitude permite importar dados geográficos desde formatos DXF, ASCII e de outros
sistemas de informações geográficas e também sistemas CAD, o que torna fácil a criação
da base geográfica de qualquer município, desde que exista um arquivo CAD, uma planta
impressa ou até mesmo um conjunto de fotografias aéreas em uma escala adequada.
2 OBJETIVO
O objetivo deste trabalho é estudar a acessibilidade de transporte público coletivo da cidade
de Passos/MG, isto é, será avaliada a facilidade/dificuldade da população em ter acesso a
um determinado local da cidade. Pretende-se desta forma auxiliar o órgão gestor do
transporte público no planejamento da oferta do seu sistema de transporte.
A determinação dos atuais índices de acessibilidade possibilitará a estruturação de uma
nova rede de transporte público ou a reestruturação de uma rede já existente.
Os resultados deste trabalho serão apresentados em mapas temáticos criados no Maptitude e
em tabelas demonstradas no Excel.
13
3 METODOLOGIA
Nessa seção, serão abordados os procedimentos para determinação da acessibilidade que
será seguido neste trabalho. Vale ressaltar que, dentre os inúmeros processos para
determinação da acessibilidade será descrito somente o processo utilizado neste trabalho
que enfatiza os aspectos locacionais da acessibilidade. Este trabalho apresenta os índices de
acessibilidade do município, considerando as distâncias percorridas pelos habitantes até os
pontos de embarque e desembarque (PEDs). Os resultados destes cálculos serão
representados em mapas temáticos.
Optou-se por utilizar um sistema de geoprocessamento por se uma alternativa capaz de
imprimir maior rapidez e precisão à análise da acessibilidade e, ao mesmo tempo, construir
mapas temáticos bem representativos da área estudada., Será usado o software Maptitude
que possibilitará o armazenamento na base geográfica dos dados referentes à base
cartográfica, à área estudada, dados da população, dos usuários de ônibus, o cálculo dos
índices de acessibilidade do município.
3.1 METODOLOGIA A SER UTILIZADA
Para os estudos dos aspectos locacionais a metodologia a ser utilizada usa como referência
a escala apresentada na Tabela 2.
TABELA 2
De acordo com os valores acima, a acessibilidade locacional excelente seria aquela em que
o ponto de embarque se encontra até 100 metros da origem do usuário, implicando num
percurso que durasse menos de 2 minutos a pé. O oposto seria o péssimo, estando o acesso
a 1 quilômetro, implicando em 20 minutos de caminhada a pé, ou a 8 quilômetros
percorridos em 20 minutos.
Para que estes conceitos sejam utilizados através do software Maptitude é necessário
digitalizar a planta da cidade, os itinerários das linhas de ônibus, e lançar os pontos de
A pé (m) Automóvel (km)
Excelente < 2,0 < 100 < 0,8
Ótimo 2,0 a 4,0 100 a 200 0,8 a 1,6
Bom 4,0 a 7,5 200 a 400 1,6 a 3,2
Regular 7,5 a 12,0 400 a 600 3,2 a 4,8
Ruim 12,0 a 20,0 600 a 1000 4,8 a 8,0
Péssimo > 20,0 > 1000 > 8,0
FONTE: Colin H. Alter, Transportation Researsh Board - 606 (TRT - 1976/USA) transcrito de EBTU (1988)
DISTÂNCIA
Qualidade do Serviço Tempo (min)
Indicadores de Acessibilidade Locacional dos Serviços de Transporte 
Público
14
embarque e desembarque aqui denominados PEDs. Para facilitar as análises a cidade pode
ser dividida em regiões.
As informações de população, número de usuários de ônibus, área da regiões devem ser
armazenadas em um banco de dados integrado às informações geográficas.
Segundo Bartolli, Fontes e Andrade (1996) a metodologia usada para se encontrar a
qualidade de serviço para a acessibilidade é conforme descrito abaixo:
1) deve ser traçado raios de valores pré-estabelecidos a partir da parada de ônibus,
fechando círculos considerando estes como abrangência máxima em relação a um
determinado nível de serviço.
2) Utilizando esse raciocínio considera-se que toda a população que se encontra dentro
desses círculos sãoservidas com um determinado nível de serviço. Ou seja, o
deslocamento máximo que um usuário do transporte coletivo faz até chegar ao
ponto de embarque é o valor do raio deste círculo.
A não consideração das barreiras físicas (edificações) e os verdadeiros caminhos feitos
pelos usuários, podem trazer valores que em alguns casos sejam diferentes da realidade,
podendo resultar em algumas análises não verdadeiras e prejudiciais aos habitantes de uma
região.
O ideal seria que fossem considerados os caminhos de cada residência até a parada de
ônibus, mas isso é uma dificuldade em se tratando de uma cidade de médio porte.
Após feita a mensuração desses caminhos deve-se levantar os percentuais da população
usuária de ônibus que efetua os deslocamentos dentro dos índices de acessibilidade da
tabela descrita anteriormente.
4 DESENVOLVIMENTO E IMPLEMENTAÇÃO DO PROJETO DE
ACESSIBILIDADE DE TRANSPORTES NO MUNICÍPIO DE PASSOS
A demanda do sistema de transporte do município apresenta um número de passageiros
transportados reduzido (6.500 passageiros/dia) em relação à população do município
97.200 habitantes – Censo 2000. Diversas são as razões desse problema, podendo-se
destacar, além das relativas à conjuntura econômica nacional, com índices crescentes de
desemprego e de redução da atividade econômica, a estrutura da rede de linhas cujos
itinerários são bastante extensos assim como os tempos de viagens, divergindo dos desejos
da população usuária de ônibus, que tem como objetivo se locomover no menor espaço de
tempo possível. Esta situação promove a transferência das viagens do transporte público
por ônibus para outras modalidades, em especial para o modo a pé, nas classes sociais de
menor renda, além disto, houve na cidade o surgimento do transporte clandestino,
destacando-se o moto-taxi que muitas vezes apresenta uma rapidez e eficiência no
deslocamento mais atrativa para o usuário.
15
Nesse cenário, de baixa demanda e de necessidade de reformulação do sistema de
transporte, o estudo de acessibilidade vem acrescentar informações importantes ao
diagnóstico do sistema atual desenvolvido pela empresa TECBUS. A TECBUS é uma
empresa de consultoria e projetos na área dos transportes públicos que tem como objetivo
desenvolver métodos e soluções para os diferentes "atores" envolvidos com o transporte
urbano: usuários, setor público (órgãos gestores e prefeituras) e empresas de transporte.
Contratada pela Prefeitura Municipal de Passos a empresa desenvolveu um trabalho no qual
coletou através de pesquisas os principais dados do sistema de transporte da cidade que
foram cedidos para a realização deste trabalho.
Os fatores descritos acima favoreceram a escolha desse município como foco do estudo de
acessibilidade.
16
4.1 DESCRIÇÃO DOS PROCEDIMENTOS NO SOFTWARE
1a Etapa: Digitalização da base cartográfica do município de Passos. Com a base
geográfica de Passos no AutoCAD foi possível digitalizá-la no Maptitude.
 Figura 4.1.1 – Digitalização da Base
17
2a Etapa: Criação de um banco de dados com as seguintes informações:
ID – código identificador
Lenght – distância de cada link*
Name – nome das ruas
 Figura 4.1.2 – Banco de Dados da Base
* - É a conexão entre os nós de uma rede. Uma rede é formada por pontos, denominados
nós, e por linhas que ligam estes nós, denominados links.
18
3a Etapa: Criação de uma layer de regiões, na qual os bairros de uma mesma região foram
fundidos em uma só região para uma melhor visualização e resultados mais expressivos.
 Figura 4.1.3 – Layer de Regiões
19
4a Etapa: Criação de um banco de dados do layer de regiões com as seguintes
informações:
ID – código identificador
Área – área de cada bairro
Nome – nome de cada bairro
Homens – número de homens por bairro
Mulheres – número de mulheres por bairro
Total – população total por bairro
População – população usuária de transporte coletivo por bairro
Origem – número de usuários que iniciaram a viagem neste bairro
Destino – número de usuários que terminaram a viagem neste bairro
 Figura 4.1.4 – Banco de Dados das Regiões
20
5a Etapa: Criação de um layer com os itinerários das linhas de ônibus. Com esse layer é
possível visualizar a cobertura do sistema de transporte da cidade.
 Figura 4.1.5 – Layer de Rotas
21
6a Etapa: Criação de um layer com os PED’s ( Pontos de Embarque e Desembarque) do
sistema de transporte coletivo.
 Figura 4.1.6 – Layer de PEDs
22
7a Etapa: Criação de faixas ao redor de cada um dos PEDs, delimitando a distância
percorrida pelos usuários. Nesta etapa são calculados os índices de acessibilidade do
município.
Para a criação desta layer o Maptitude oferece uma ferramenta que faz os cálculos em
função da distância total e do intervalo que se deseja utilizar. Neste trabalho optou-se por
fazer as bandas de 100 em 100m para que se possa utilizar a tabela de índices de
acessibilidade citada anteriormente.
 Figura 4.1.7 – Layer Bandas
23
5 PRINCIPAIS RESULTADOS E APLICAÇÕES
A metodologia descrita na seção 3.1 dessa monografia foi aplicada com os seguintes
objetivos básicos: i) conhecer e analisar os padrões de acessibilidade no sistema de
transporte de Passos, utilizando-se um tipo de indicador de acessibilidade locacional; ii)
avaliar os índices de acessibilidade dentro dos padrões estabelecidos pelo EBTU.
As principais premissas que orientam o processo analítico são as relatadas a seguir:
- a análise da acessibilidade dos lugares em um determinado espaço geográfico envolve a
determinação de sua posição relativa e resulta da combinação de pelo menos dois sistemas
espaciais: o de atividades, definido pela localização dos lugares, e o de transporte,
representado pelas facilidades de interligação de tais lugares. O mapa da Figura 1 mostra o
sistema viário da cidade, o mapa da Figura 2 mostra a divisão da cidade em regiões para
facilitar a compreensão do trabalho.
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 Figura 5.1
 Sistema Viário do Município de Passos - MG
25
 
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ESCALA 1:40.000
0 200 400 600
Meters
Legenda
eixo
 Figura 5.2
 Região de Passos
26
Para o cálculo dos índices de acessibilidade pré-selecionados é imprescindível conhecer
os locais por onde passam as linhas de ônibus e onde se encontram os PEDs. Para tanto
as linhas e os PEDs foram lançados no mapa e foram a base para o cálculo dos índices
de acessibilidade. Os mapas da Figuras 3 até a Figura 9 mostram todas as linhas e os
PEDs da cidade de Passos.
27
 
Y
Y
Y
Y
104
105
101 / 102
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 Figura 5.3 – Sistema de Transporte Público Coletivo por Ônibus
28
 
Y
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0 200 400 600
Meters
Legenda
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 Figura 5.4
 Linha 101
29
 
Y
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0 200 400 600
Meters
Legenda
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 Figura 5.5
 Linha 102
30
 
Y
ESCALA 1:40.000
0
0 200 400 600
Meters
Legenda
eixo
ônibus
 Figura 5.6
 Linha 103
31
 
Y
ESCALA 1:40.000
0
0 200 400 600
Meters
Legenda
eixo
ônibus
 Figura 5.7
 Linha 104
32
 
Y
ESCALA 1:40.000
0
0 200 400 600
Meters
Legenda
eixo
ônibus
 Figura 5.8
 Linha 105
33
 
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Legenda
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 Figura 5.9
 Pontos de Embarque e Desembarque (PEDs)
34
Os índices de acessibilidade foram calculados pelo software utilizando a ferramenta
BANDS para os PEDs. O mapa a seguir mostra os índices calculados pelo Maptitude
com intervalos de 100 em 100 m.
35
 
36
Os índices de acessibilidade da cidade de Passos são bastantes favoráveis aos
deslocamentos apresentando apenas 1,5% da população usuária de ônibus com índice de
acessibilidade ruim isto é, usuários que precisam caminhar de 600 a 1000 metros para
chegar a um PED do sistema de transporte coletivo.
A Tabela 3 mostra os valores encontrados para os índices de acessibilidade.
TABELA 3
Como pode-se observar 70,4% dos usuários têm a qualidade do serviço entre excelente
e ótimo necessitando andar para ter acesso ao serviço menos de 200m. Isto demonstra
que o sistema de transporte da cidade oferece uma cobertura boa atendendo a maior
parte dos usuários e tem potencialidade para atender a população que atualmente não
usa o transporte coletivo pois, há PEDs espalhados por todo o sistema viário da cidade.
Agrupando os índices da tabela acima em bom e ruim isto é, considerando os índices
excelente, ótimo e bom como BOM e os índices regular, ruim e péssimo como RUIM os
resultados são os apresentados na Tabela 4.
TABELA 4
Os índices mostram que apenas 7% dos usuários do transporte coletivo de Passos
necessitam andar de 400 a 800m sendo que nenhum usuário anda mais que 800m, como
pode ser comprovado no mapa da figura 11.
Qualidade do Serviço Distância a Pé Nº de Pessoas Percentual
Excelente <100 2046 31,5%
Ótimo 100 a 200 2536 39,0%
Bom 200 a 400 1466 22,5%
Regular 400 a 600 358 5,5%
Ruim 600 a 1000 98 1,5%
Péssimo >1000 0 0,0%
Índices de Acessibilidade
Qualidade do Serviço Distância a Pé Nº de Pessoas Percentual
Bom <400 6048 93,0%
Ruim 400 a 1000 453 7,0%
Índices de Acessibilidade - Resumido
37
 
38
6 CONCLUSÃO
A principal contribuição desse trabalho foi permitir a aplicação de ferramentas de um
SIG na avaliação dos índices de acessibilidade da cidade de Passos.
Apesar de não terem sido avaliadas as dificuldades que impedem os pedestres de
chegarem aos PEDs com maior rapidez, foi possível através deste método avaliar a
qualidade do serviço oferecido aos usuários e quantificar o número de usuários para
cada índice encontrado.
A qualidade do serviço de transporte público coletivo em Passos é considerada boa pois,
93% dos usuários do transporte coletivo da cidade não precisam caminhar mais do que
400m para ter acesso ao serviço de transporte. Sendo assim, pode-se dizer que o traçado
e a cobertura das linhas que circulam na cidade é bom. Por outro lado, há uma
deficiência neste serviço uma vez que apenas 15% da população é usuária do transporte
coletivo, número muito baixo em relação à população da cidade e aos índices
encontrados na maioria das cidades brasileiras.
Dessa forma, um novo planejamento para a oferta de transporte no município seria de
vital importância para a conquista de novos usuários e para a melhoria da produtividade
e da qualidade de vida da cidade. Nesse planejamento a estrutura atual de PEDs não
deve ter grandes alterações uma vez que as distâncias percorridas já são boas.
Como continuação desse trabalho sugere-se, cruzar os resultados aqui encontrados com
os resultados da pesquisa Origem/Destino (O/D), já realizada anteriormente, pois assim
será possível confirmar a acessibilidade das ligações desejadas. Já que na pesquisa O/D
obtêm-se a origem e o destino de cada entrevistado, sendo possível avaliar se há ou não
ligação direta entre estes locais.
O conjunto desses estudos acima descritos, criará condições para o órgão gestor de
transporte e para as empresas operadoras da cidade de Passos de planejar melhor o
Serviço de Transporte Público Coletivo de maneira a oferecer uma melhor qualidade de
vida para a população local.
39
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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