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Bacteriologia II - Introducao

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Bacteriologi� II - Introduçã�
Microbiota normal: competição com microrganismos
patogênicos, auxílio na digestão e síntese de vitaminas
e neurotransmissores.
Equilíbrio com o meio ambiente: fotossíntese,
decomposição da matéria orgânica, cadeia alimentar
dos oceanos.
Biotecnologia: biorremediação, produção de bebidas,
alimentos e produtos químicos.
Engenharia genética: produção de medicamentos e
vacinas.
Doenças infecciosas: endógenas e exógenas.
→ Uma microbiota saudável conta com diversos
microrganismos “bons” que formam uma barreira que
nos protege dos microrganismos patogênicos, pois
competem por aquele espaço.
Morfologia:
→ 0,2 a 2 µm de diâmetro e de 2 a 8 µm de
comprimento.
Cocos: diplococos, staphylococcus, streptococcus.
Bacilos: diplobacilos, estreptobacilos, cocobacilos.
Espirais: vibriões, espirilos e espiroquetas.
Componente� Extern��:
Glicocálice: externo à P.C, protege a bactéria contra
fagocitoses. Quando é organizado e está firmemente
aderido à P.C, pode ser chamado de cápsula.
Produzido dentro da célula e secretado para a
superfície celular.
Flagelo: realizam a movimentação da bactéria,
movimento chamado de “taxia”. São capazes de
alterar a velocidade e desviar de ambientes
desfavoráveis. Os estímulos que causam a
movimentação podem ser:
• Estímulos químicos: quimiotaxia.
• Estímulos luminosos: fototaxia
→ As bactérias podem ser classificadas de acordo com
a quantidade e posição dos flagelos:
Atríquias: sem projeções.
Peritríquios: flagelos distribuídos em toda a célula.
Polares: flagelo em uma ou ambas as extremidades da
célula.
Monotríquios: flagelo único em uma extremidade.
Lofotríquios: um tufo de flagelos em uma extremidade.
Anfitríquios: flagelos em ambos os polos
Filamentos Axiais: feixes de fibrilas que proporcionam
motilidade exclusiva das espiroquetas, formando uma
espiral ao redor da célula. Ex: Treponema pallidum e
Borrelia burgdorferi.
Fímbrias: função de aderência, encontradas na sua
superfície como se fossem “pelos”. Aumentam a
virulência da bactéria.
Pili: mais longos que as fímbrias, em menor
quantidade. Servem para movimentos pulsantes ou
deslizamentos, e o pili sexual serve para transferir
material genético de uma para a outra, o que auxilia na
resistência e mutações genéticas.
Componente� intern��:
Membrana plasmática: Bicamada lipídica responsável
pela permeabilidade seletiva, digestão de nutrientes e
produção de energia.
Citoplasma: formado 80% por água, proteínas
(enzimas), carboidratos, lipídeos, íons inorgânicos e
compostos leves. Dentro do citoplasma encontramos
nucleoides, ribossomos e inclusões. Auxiliam na
divisão celular, forma e crescimento da célula,
movimentação do DNA, no direcionamento de
proteínas e no alinhamento de organelas.
Nucleóide: Contém uma única molécula longa e
contínua de DNA de dupla-fita (cromossomo
bacteriano). Não possuem membrana nuclear nem
histonas.
Plasmídeos: elementos genéticos de fora do
cromossomo, que podem conter genes de resistência
aos antibióticos, tolerância a metais tóxicos, produção
de toxinas e síntese de enzimas.
Ribossomos: realizam a síntese proteica. Alguns
antibióticos atuam inibindo a síntese dos ribossomos.
Parede celular: circunda a membrana plasmática e
confere rigidez, formato e proteção para as bactérias.
Previne a ruptura em diferentes pressões, é ponto de
ancoragem para os flagelos. Sua composição nos
ajuda a diferenciar os principais tipos de bactérias. É
composta de peptidoglicano, um dissacarídeo
repetitivo ligado por polipeptídeos que protege toda a
célula. Sua espessura varia de acordo com a espécie
de bactéria:
Gram-positivas:
Possuem camada espessa de peptidoglicano
combinada commoléculas de ácidos teicóico e
lipoteicóico. Os ácidos teicóicos podem se ligar e
regular o movimento de cátions para dentro e para
fora da célula, auxiliar no crescimento celular,
impedindo sua ruptura e fornecer especificidade
antigênica da parede.
Gram-negativas:
Camada muito mais fina de peptideoglicano,
recoberta por uma camada lipídica responsável pela
evasão da fagocitose e servindo como barreira contra
agentes externos.
OBS: lipopolissacarídeos (LPS) = endotoxina, um
potente estimulador das respostas imune e inata.
Coloração de Gram:
É baseado nas diferenças das estruturas das paredes
celulares e em como cada uma delas reage a vários
reagentes. Passo a passo:
1) Cristal violeta (coloração primária): penetra no
citoplasma de ambas, corando as células de púrpura.
2) Iodo: forma cristais com o corante, muito grandes
para escapar pela P.C, facilitando sua aderência.
3) Álcool ou álcool-acetona
→ Gram positivas: desidrata o peptideoglicano das
células, tornando-a impermeável ao cristal
violeta-iodo. Assim, as gram-positivas retêm o corante
e permanecem roxas.
→ Gram negativas: dissolve a membrana externa,
deixando buracos na camada de peptideoglicano,
pelos quais o corante se difunde. Assim, as
gram-negativas perdem a cor.
4) Safranina (contra corante): deixa as células
gram-negativas cor-de-rosa/ avermelhadas. As células
gram-positivas também absorvem a safranina, mas a
cor é mascarada pelo corante roxo escuro.
Mecanism�� d�
Patogenicidad� Bacterian�
Comensalismo: benéfico para um, indiferente para
outro.
Mutualismo: benéfico para os dois.
Parasitismo: benéfico para um e prejudicial para o
outro.
Patogenicidade: capacidade de um organismo em
causar doença.
Patogenia: mecanismos envolvidos no
desenvolvimento de uma doença.
Virulência: grau de patogenicidade.
Toxinas: substâncias venenosas produzidas por certos
microrganismos.
Toxigenicidade: capacidade dos microrganismos de
produzir toxinas.
Toxemia: presença de toxinas no sangue. Intoxicações:
presença de uma toxina no organismo.
Infecções endógenas: organismos da flora normal do
indivíduo invadem outras regiões anatômicas,
causando uma patogenia.
Ex: Escherichia coli vive no nosso trato intestinal sem
causar doenças, porém quando adentra o trato
urinário causa infecção.
Infecções exógenas: o indivíduo é exposto a
organismos oriundos de fontes externas.
Ex: Influenza.
Reservatórios:
● Humanos
● Animais
● Inanimados (solo e água)
Transmissão por contato:
● Contato direto
● Contato indireto
● Por gotículas
Transmissão por veículos:
● Água
● Alimentos
● Ar
Transmissão por vetores:
● Mecânica
● Biológica
Transmissão vertical:
● Transplacentário
● No parto
● Na amamentação
Virulência: DI50 - dose infectante para 50% de uma
amostra da população (quanto precisa para infectar).
Ex:
Antraz cutâneo: DI50 = 10 a 50 endósporos.
Antraz por inalação: DI50 = 10.000 a 20.000
endósporos.
→ O cutâneo é o MAIS VIRULENTO pois precisa de
uma quantidade muito menor de endósporos para
causar uma infecção!
Dámais para a menos infecciosa:
Legionella sp. DI50 = 1 célula
Treponema sp. DI50 = 52 células
Shigella sp. DI50 = 200 células
Salmonella sp. DI50 = 100.000 células
Portas de Entrada:
1. Membranas mucosas:
● Trato respiratório
● Trato gastrointestinal
● Trato urogenital
● Conjuntiva
2. Pele
3. Via parenteral (através de pele ou mucosas
danificadas / penetradas -machucados).
Etapa� d� patogênes�:
Exposição: endógena, exógena, transmissões, nº
grande de endósporos, portas de entrada.
Adesã�:
Cada bactéria coloniza partes diferentes do corpo,
pode ser pela proximidade ou pelas boas condições de
crescimento. Aderem com ajuda de adesinas ou
ligantes em sua superfície, localizadas em:
● glicocálice
● pili
● fímbrias
● flagelos
Evasã�:
Por meio de:
● Cápsulas: impedem a fagocitose
● Parede Celular: aumentam a virulência
● Penetra no citoesqueleto: proteínas “invasinas”
rearranjam filamentos de actina dos
hospedeiros.
● Enzimas: coagulases, cinases, hialuronidase,
colagenases, proteases.
● Variação antigênica: mudanças genéticas nos
antígenos para que não sejam mais
reconhecidos.
Dan��:
Sideróforos: proteínas que sequestram o ferro das
moléculas transportadoras do hospedeiro, levando-as
para dentro da bactéria.
Dano direto: multiplicação intensa que causa lise das
células do hospedeiro.
Toxinas: venenos que causam efeitosgraves ou fatais,
podem ser exo ou endotoxinas.
Exotoxinas: produzidas no interior da bactéria e
secretadas para o meio exterior, são solúveis nos
nossos fluidos, por isso se difundem rapidamente.
Maioria de natureza enzimática e muito específicas.
Podem ser:
1. Toxinas A-B (afeta funções celulares)
2. Toxinas danificadoras de membrana (causam lise
pela degradação da M.P)
3. Superantígenos (estimulam produção exacerbada
de células T, provocando uma resposta imune muito
intensa).
Endotoxinas: estimulammacrófagos a liberar citocinas
em concentrações bastante elevadas, exercendo
efeitos tóxicos. São parte da porção externa da parede
celular de bactérias gram-negativas. Todas as
endotoxinas levam aos mesmos sinais e sintomas,
independentemente da espécie de microrganismo;
→ Calafrios, Febre, Fraqueza, Dores generalizadas,
Choque séptico, Aborto, Coagulação intravascular
disseminada, Morte.
Colet� d� materiai� biológic��
Principais falhas:
• O uso prévio de antibióticos.
• Sítio de coleta inadequado.
• Isolamento de microrganismos da flora normal.
• Isolamento de microrganismos contaminantes.
Orientações:
• Colher ANTES da antibioticoterapia;
• Instruir claramente sobre o procedimento;
• Colher material suficiente para a análise.
• Colher material de acordo com os critérios
necessários.
• Usar meios e recipientes adequados.
• Se atentar para a estabilidade da amostra:
conservação pelo tempo e temperatura adequados.
Urocultur�:
→ É realizada pelo próprio paciente.
● 1ª micção da manhã ou após 3 horas da última
urina.
● Jato médio: 1º jato é descartado, pois contém
bactérias que normalmente já habitam a
região.
● Frasco estéril
● Higienização da área antes.
● Estabilidade: 20 horas refrigerada.
Urocultura infantil: utiliza-se coletor, possui muitas
taxas de contaminação.
● Higienizar genital, coxas e nádegas.
● Fixar o saco coletor.
● Trocar a cada 45 min, mesmo que não urine.
● Colocar o coletor com urina dentro do frasco
estéril.
Urocultura por sonda:
● Esvazia-se o saco coletor de urina.
● Clampear a extensão do coletor próximo ao
dispositivo de coleta por 15-30 minutos.
● Realizar a antissepsia do dispositivo de coleta.
● Perfurar o dispositivo e aspirar a urina.
● Soltar a pinça.
Hemocultur�:
→ Para infecções de corrente sanguínea, detecta
bacteremias.
1. Infecção primária: sem foco primário
identificável.
2. Infecção secundária: foco primário identificável
em outro sítio do organismo.
3. Infecção por cateter: a fonte de infecção é o
cateter vascular.
Tipos de bacteremias:
Transitória: ocorre após a manipulação de algum
tecido infectado
De escape: ocorre quando o paciente está em
tratamento
Intermitente: ocorre em infecções localizadas
Contínua: ocorre em infecções intravasculares ou
sepse grave.
Para uma boa coleta:
● Período ótimo para a amostra
● Coleta ANTES da antibioticoterapia
● Boa antissepsia
● Volume de sangue adequado
● Frasco e cultivo adequados (depende do
agente)
Coleta de hemocultura:
● Selecionar local de punção
● 1ª Antissepsia com álcool 70%
● 2ª Antissepsia com solução de iodo ou
clorexidina alcoólica.
● Volumes:
- Adultos:10 mL
- Crianças: 5mL
- Recém-nascidos: 2mL
Com seringa:
1º frascos anaeróbicos
2º frascos aeróbicos
Com escalpe:
1º frascos aeróbicos
2º frascos anaeróbicos
→ Dentro do frasco de hemocultura, existe um caldo
enriquecido com nutrientes. Esse frasco é incubado à
37ºC, supervisionado durante 5-7 dias até o
crescimento bacteriano.
Hemocultura manual: Inspeção visual dos frascos
diariamente de 6 à 12 horas. Agitação e subcultivo
periódico até o 7º dia.
Hemocultura semi-automatizada: Os frascos são
colocados em uma estufa que faz a inversão periódica
do caldo sobre o laminocultivo. A bacterioscopia, a
identificação e o antibiograma são processados
diretamente a partir de colônias do laminocultivo,
Hemocultura automatizada: O mais rápido.
Positividade analisada por fluorescência ou
colorimetria.
LCR :
→ Exame de líquido cefalorraquidiano, para infecções
do SNC, meningites… Coleta lombar, só pode ser feita
por médicos!!
→ A amostra deve ser processada imediatamente!
Jamais refrigerar ou colocar em estufa. Normalmente
acompanhada de outros exames, então o setor de
microbiologia deve ser o 1º a manusear para evitar
contaminações.
→ Outros líquidos nobres para coleta: Peritoneal,
pleural, sinovial e pericárdico.. todos coletados por
médicos. Mesmas orientações do LCR.
Coprocultur�:
→ É realizada pelo próprio paciente. Coletar durante a
fase aguda da diarréia, sem contaminação com urina
ou vaso sanitário (pote estéril). Do pote estéril deve
ser colocada no Cary-Blair.
Secreçã� Vagina�:
Orientações de 48h antes:
• Não utilizar medicações intravaginais.
• Não utilizar duchas vaginais.
• Não manter relações sexuais.
• Não ter realizado exames como: ultrassonografia,
transvaginal e toque vagina (usam gel)
• Aguardar até o 5° dia após o término da
menstruação.
Coleta:
1) Inserir o espéculo na vagina.
2) Retirar o excesso de muco cervical com um swab.
3) Inserir os swabs indicados, girar sobre a parede
vaginal, retirar e colocar no meio Stuart.
Secreçã� Uretra�:
Orientações:
• Retenção urinária de 2 horas, pois a micção pode
atrapalhar a detecção dos microrganismos.
• A coleta pode ser dolorosa. Beber bastante líquidos
após a coleta, para diluir a urina e minimizar o
desconforto.
Coleta:
1) Paciente masculino fica em pé, apoiado, retraindo o
prepúcio e limpar a secreção emergente com gaze
estéril com soro fisiológico.
2) Introduzir 2 cm do Swab fino no canal uretral. Girar
delicadamente de 8 a 10 vezes, umedecer o algodão
com salina antes da coleta pode minimizar o
desconforto.
Pesquis� d� Streptococcu�:
→ 10-30% das gestantes são portadoras do
Streptococcus agalactiae no canal vaginal. 30% de
risco de contaminação do bebê durante o parto,
causando infecção grave (meningite, por exemplo),
reduz em 90% com antibioticoterapia prévia.
Coleta:
1) Não utiliza-se espéculo!
2) Swab coleta amostra da parte mais superficial e
exterior da região vaginal e anal.
Secreçã� orofarínge�:
1) Paciente deitado com a cabeça inclinada respirando
profundamente.
2) Usar um abaixador de língua e pedir para o paciente
fazer “aahhh” para elevar a úvula.
3) Raspar a mucosa com swab nas amígdalas, faringe
posterior e áreas inflamadas.
Secreçã� nasa�:
1) Paciente deitado com a cabeça inclinada e apoiada,
massagear o nariz para aumentar secreção.
2) Introduzir swab em uma narina, pressionar e rodar
de 6-8 vezes contra septo e laterais.
Secreçã� nasofarínge�:
1) Paciente deitado com a cabeça inclinada e apoiada.
2) Introduzir swab na narina até ele não entrar mais, o
que significa que encostou na nasofaringe.
3) Deixar ali por alguns segundos para absorver
secreções.
Escarr�:
Orientações:
1) Ao acordar, em jejum, eliminar saliva e muco nasal,
escovar dentes e enxaguar a boca.
2) Respirar profundamente de 8 a 10 vezes, tossir e
lançar o material no frasco, encaminhar
imediatamente.
Saliv�:
Orientações:
• Não ter realizado tratamento odontológico 24hrs
antes.
• Não ter escovado os dentes 2 horas antes.
• Não ter sangramentos e lesões orais.
• É permitido fazer bochechos leves com água 5
minutos antes da coleta.
Coleta:
1) Colocar o algodão do kit na boca por 20 min até
encharcar de saliva.
2) Colocar o algodão no frasco e manter vedado e
refrigerado até a entrega.
Secreçã� ocula�:
Orientações: No dia do exame o paciente não deverá
lavar os olhos, utilizar colírios, medicamentos tópicos
e maquiagem até o momento da coleta.
Coleta:
1) Paciente sentado com a cabeça inclinada.
2) Limpar os olhos do paciente com gaze e soro.
3) Desprezar secreção purulenta superficial, o paciente
olha para baixo, a pálpebra superior é suspendida e
com o swab é feito raspado da conjuntiva. Repetir na
pálpebra inferior.
Secreçã� d� ouvid� extern�:
1) Paciente sentado com a cabeça inclinada.
2) Limpar o ouvido do paciente com gaze esterilizada
e soro fisiológico.
3) Com o swab, introduzir e fazer movimentos
giratórios.
Diagn�stic� Bacterian�
Micr�scópi� Óptic�:→ Utiliza luz visível que passa por algumas lentes.
Ampliação: objetiva + ocular.
Objetivas Oculares Total Espectro
10x 10x 100x Pequeno
40x 10x 400x Grande
100x 10x 1000x Óleo de
imersão
Óleo de imersão: para ampliações maiores que 900x,
preserva a direção dos raios de luz, que tendem a ser
refratados. A lente objetiva deve ser pequena.
Campo claro: mais comum, produz iluminação clara.
Quando a amostra não é corada, apresenta pouco
contraste.
Campo escuro: utilizado para microrganismos
invisíveis em campo claro e que não podem ser
corados pelos métodos tradicionais. Utiliza um
condensador de campo escuro, que bloqueia a luz de
fundo.
De fluorescência: permite detectar microrganismos
mesmo dentro de células, tecidos ou outras amostras
clínicas. Especialmente utilizada no diagnóstico de
sífilis e raiva.
Micr�scópi� Eletrônic�:
→ Permite a visualização de estruturas menores que
0,2µm, como vírus e organelas celulares. Utiliza um
feixe de elétrons que se desloca em ondas, e lentes
eletromagnéticas. Suas imagens são em preto e
branco. Pode ser:
● De transmissão
● De varredura
Técnicas de microscopia:
Exames diretos Colorações diretas
1. Preparação com salina
2. Preparação com KOH
3. Preparação com tinta
nanquim
4. Exame em campo
escuro
1. Coloração de Gram
2. Álcool-ácido de
Ziehl-Neelsen
3. Fontana-Tribondeau
Exame� diret��:
Preparação com salina: observar a morfologia e
motilidade bacteriana. Ex: Trichomonas e fungos.
Preparação com KOH: visualização de elementos
fúngicos. Dissolve a queratina do fundo, os
evidenciando .
Preparação com tinta nanquim: cora o fundo da
lâmina, permitindo a visualização de cápsulas claras.
Ex: Cryptococcus neoformans no LCR e outros líquidos.
Exame em campo escuro: visualizar microrganismos
delicados que não são visíveis na microscopia de
campo claro e não coram facilmente, como
Treponema pallidum em amostras de cancros sifilíticos.
A visualização de movimento é essencial. Limitação:
estabilidade.
Coloraçõe� direta�:
Coloração de Gram: teste rápido e eficaz. Diferencia as
duas principais classes de bactérias (gram-positivas e
gram-negativas), baseado nas diferenças das estruturas
das paredes celulares.
Gram-positiva Gram-negativa
Álcool-ácido de Ziehl-Neelsen: identificação de
bacilos álcool-ácido resistentes, circundados por um
envoltório lipídico que são resistentes a coloração. Ex:
gêneroMycobacterium.
Fontana-Tribondeau: coloração “falsa”, impregnação
pela prata. Visualização de bactérias muito delgadas,
como as espiroquetas.
Cultur� i� vitr�:
Meio de cultura: Material nutritivo preparado para o
crescimento de microrganismos em laboratório. O que
não pode faltar para o cultivo:
✓Esterilidade
✓Nutrientes
✓Água
✓Oxigênio
✓pH
✓Temperatura
Crescimento: aumento do nº de células (mitose), que
se acumulam e formam colônias.
Fatore� físic��:
Temperatura: cada espécie possui uma temperatura
mínima, ótima e máxima, sendo classificados com
base na temperatura de crescimento de preferência.
pH: a maior parte das bactérias cresce em pH neutro,
entre 6,5 e 7,5. As bactérias muitas vezes produzem
ácidos que podem interferir no seu próprio
crescimento. Para neutralizar, os meios de cultura
contém tampões químicos.
Pressão osmótica: a maioria dos microrganismos deve
ser cultivada em meio com apenas água.
Concentração do ágar = 1,5%. Se a concentração for
muito maior pode inibir o crescimento.
Fatore� químic��:
Carbono: esqueleto dos compostos orgânicos que
constituem uma célula viva. Podem ser:
● Quimio-heterotróficos: obtêm carbono
através de fontes de energia (proteínas,
carboidratos e lipídeos).
● Quimiotrotróficos e foto-autotróficos: obtêm
carbono através do CO2.
Nitrogênio, enxofre e fósforo: necessários para a
síntese de material celular (proteínas, fosfolipídios,
DNA, RNA, ATP, etc.).
Fatores de crescimento orgânico: obtidos somente do
ambiente (vitaminas, purinas e pirimidinas).
Oxigênio: pode produzir formas tóxicas, como:
oxigênio singleto (1O2), radicais superóxido (O2-),
peróxido de hidrogênio (H2O2) e o radical hidroxila
(OH-). Em relação ao O2, podem ser classificadas
como:
Aeróbios
obrigatórios
Crescem somente na presença
de O2.
Anaeróbios
facultativos
Podem crescer com ou sem OS,
mas melhor no O2.
Anaeróbios
obrigatórios
Não crescem na presença de
O2.
Anaeróbios
aerotolerantes
Crescem sem o O2, porém
conseguem tolerar.
Microaerófilos Precisa de O2 em baixa
concentração.
Meios de cultura podem ser:
Líquidos: para hemocultura
Sólidos: age como espessante, contém ágar.
Definidos ou Complexos
Seletivos: impedem o crescimento de bactérias
indesejadas e favorecem as de interesse.
Diferenciais: facilitam a diferenciação das colônias de
um microrganismo em relação a outras colônias da
mesma placa (por cores).
Enriquecimento: fornece nutrientes e condições
ambientais que favorecem o crescimento de um
microrganismo específico. Aumenta o nº.
Alguns meios:
Ágar sangue
- Não seletivo e diferencial.
- Cresce: gram + e -
- Mostra hemólise
- Aero, Anae e CO2
Ágar
chocolate
- Meio nutritivo.
- Cresce: maioria das bac
- CO2
TM
- Meio seletivo.
- Cresce: Neisseria gonorrhoeae e
meningitidis.
- CO2
MacConkey
- Meio seletivo e diferencial.
- Cresce: gram -
- Mostra Lac + ou -
- Aero e CO2
EMB
- Meio seletivo e diferencial.
- Cresce: gram -
- Mostra Lac + ou -
- Aero
Salmonella-
Shigella
- Meio seletivo e diferencial.
- Cresce: Salmonella e Shigella
- Mostra produção de H2S
- Aero
THIO
- Enriquecimento
- Cresce: maioria das bac
- Aero
CLED
- Cresce: bacilos gram - e cocos gram +
- Inibe Proteus spp.
- Aero
TETRA
- Enriquecimento
- Cresce: Salmonella
- Aero
Karmali/AS
- Meio seletivo
- Cresce: Campylobacter spp.
- Microaerofilia
TODD
- Enriquecimento
- Cresce: Streptococcus
- Aero
BHI
- Cresce: maioria das bac
- Crescem anaerobicas e fastidiosas.
- Aero
Ágar sangue: pode causar:
Alfa-hemólise: hemólise parcial
Beta-hemólise: hemólise total
Gama-hemólise: sem hemólise
Ágar MacConkey:
Salmonella-Shigella/ SS:
Ágar CLED:
Ágar Chocolate:
Ágar Thayer-Martin (TM):
Ágar Manitol:
Ágar Cromogênico (CPS):
Técnicas de semeadura: deve ser realizada dentro de
uma cabine de segurança biológica.
● Semeadura quantitativa: resultados
reportados em UFC/mL.
● Semeadura por esgotamento: método de
isolamento para obtenção de colônias puras.
Incubação:
Temperatura Finalidade
35ºC Maioria dos microrganismos
42ºC Campylobacter spp, Karmali ou AS
Campy
30ºC Fungos
37ºC Micobactérias
Para bactérias anaeróbias: utilizada uma jarra bem
fechada, dentro é colocada uma vela acesa junto com
as placas de petri. O fogo da vela vai consumir todo o
oxigênio, propiciando um bom ambiente para
crescimento deste tipo de bactéria.
Crescimento de culturas:
Tempo de geração: é o tempo necessário para uma
célula se dividir, varia de cada organismo e das
condições que se encontram. Para a maioria: de 1 a 3
horas.
Fases:
Lag: não há replicação, fase de preparação
Log: crescimento exponencial
Estacionária: período de equilíbrio sem replicação
Morte:morte exponencial
Medida de crescimento pode ser:
● Métodos indiretos: turbidez, atividade
metabólica ou peso seco.
● Métodos diretos: contagem em placas.

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