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· Sistema respiratório -O sistema respiratório é constituído pelos pulmões e por um sistema de tubos que comunicam estes órgãos com o meio exterior -Distinguem-se no sistema respiratório duas porções com atividades funcionais distintas= *Porção condutora: -Formada por uma sequência de ductos extra e intrapulmonares – fossas nasais, nasofaringe, laringe, traqueia, brônquios e bronquíolos. -Além de facultar a passagem de ar, a porção condutora purifica, umedece e aquece o ar inspirado, funções importantes para proteger o delicado revestimento dos alvéolos pulmonares. -A fim de assegurar a passagem contínua de ar pela porção condutora, é necessário manter o seu lúmen constantemente aberto. Para essa finalidade, a parede da porção condutora contém componentes que lhe proporcionam suporte estrutural, flexibilidade e extensibilidade. -Conforme o local da porção condutora, esses componentes consistem em um ou vários dos seguintes tecidos: osso, cartilagem, tecido conjuntivo e tecido muscular liso *Porção respiratória: -É o segmento constituído por bronquíolos respiratórios, ductos alveolares e alvéolos. Todos esses segmentos são intrapulmonares, sendo que a maior parte do volume pulmonar é constituída pelos alvéolos. -Nesses locais ocorrem as trocas de gases entre o sangue e o ar. -Os alvéolos são espaços delimitados por paredes muito delgadas através das quais ocorre a troca do gás carbônico (CO2 ) do sangue pelo oxigênio (O2 ) do ar inspirado · Epitélio respiratório -A maior parte da porção condutora é revestida internamente por um epitélio pseudoestratificado colunar ciliado com muitas células caliciformes, denominado epitélio respiratório -Apesar de sua denominação, ele não participa das trocas gasosas entre o sangue e o ar alveolar -Como se trata de um epitélio pseudoestratificado, as células têm alturas diferentes, mas todas se apoiam na lâmina basal do epitélio. -O tipo mais abundante é a célula colunar ciliada -Possui cílios, e junto aos corpúsculos basais dos cílios há numerosas mitocôndrias, que fornecem trifosfato de adenosina (ATP) para os batimentos ciliares. -Em termos quantitativos, seguem-se, em segundo lugar, as células caliciformes -As demais células colunares deste epitélio são conhecidas como células em escova (brush cells), em virtude dos numerosos microvilos existentes em suas superfícies apicais -Na base dessas células, consideradas receptores sensoriais, há terminações nervosas aferentes -Existem ainda as células basais, que são pequenas e arredondadas, também apoiadas na lâmina basal, mas que não se estendem até a superfície livre do epitélio. -Elas são células-tronco que se multiplicam continuamente por mitose e originam os demais tipos celulares do epitélio respiratório. -Finalmente, existem as células granulares, semelhantes às basais -Estudos histoquímicos mostraram que as células granulares pertencem ao sistema neuroendócrino difuso · Atividade de defesa da porção condutora -Devido ao trânsito de ar no seu interior, o sistema respiratório está diretamente exposto ao meio externo. -Sua mucosa é uma interface do meio interno com o ar inspirado e protege o organismo contra as impurezas do ar por meio de vários mecanismos de defesa, existentes principalmente na porção condutora -As inúmeras células caliciformes do epitélio respiratório, junto com pequenas glândulas situadas na mucosa dos tubos, secretam uma grande quantidade de muco para o lúmen dos tubos da porção respiratória -Esse muco deposita-se sobre a superfície do epitélio em forma de uma lâmina, que é continuamente deslocada por batimento ciliar ao longo do lúmen em direção à faringe. -Grande parte das partículas de poeira e microrganismos presentes no ar adere a essa lâmina de muco e não alcança os alvéolos, que são uma região frágil do sistema respiratório. (PROTEÇÃO) -Outro mecanismo importante de defesa contra antígenos vindos do meio externo é representado por uma barreira de linfócitos. -Essa barreira compreende uma camada de linfócitos isolados dispersos abaixo do epitélio, além de nódulos linfáticos e linfonodos distribuídos na mucosa ou externamente aos tubos da porção condutora do sistema respiratório. -Além dos linfócitos, a mucosa da porção condutora apresenta grande quantidade de plasmócitos e macrófagos -As áreas da lâmina própria que contêm nódulos linfáticos são recobertas por células M -São células que captam antígenos, transferindo-os para um compartimento abaixo da célula, onde têm acesso macrófagos e linfócitos. -Esses linfócitos migram, levando para linfonodos informações sobre as macromoléculas antigênicas, que podem fazer parte de um microrganismo. · Fossas nasais -São revestidas por uma mucosa cuja estrutura difere segundo a região considerada. -Nas fossas nasais, há três regiões: o vestíbulo, a área respiratória e a área olfatória · Vestíbulos e área respiratória -O vestíbulo é a porção mais anterior e dilatada das fossas nasais -Sua mucosa é a continuação da pele do nariz; porém, o epitélio estratificado pavimentoso da pele logo perde sua camada de queratina, e o tecido conjuntivo da derme dá origem à lâmina própria da mucosa -Os pelos (vibrissas) e a secreção das glândulas sebáceas e sudoríparas existentes no vestíbulo constituem uma barreira à penetração de partículas grosseiras nas vias respiratórias. -Parte das partículas de poeira e microrganismos adere à camada de muco que se distribui sobre o epitélio e não é transportada para outras regiões do sistema respiratório. -A área respiratória compreende a maior parte das fossas nasais. -A mucosa dessa região é recoberta por epitélio pseudoestratificado colunar ciliado, com muitas células caliciformes -Nesse local, a lâmina própria contém glândulas mistas (serosas e mucosas). -Assim como no vestíbulo, a secreção mucosa produzida pelas glândulas mistas e pelas células caliciformes forma uma lâmina sobre o epitélio, que prende microrganismos e partículas inertes -A superfície da parede lateral de cada cavidade nasal é irregular, em razão da existência de três expansões ósseas chamadas conchas, ou cornetos -Nos cornetos inferior e médio, a lâmina própria contém um abundante plexo venoso -Ao passar pelas fossas nasais, o ar é aquecido, filtrado e umedecido, atribuindo-se ao plexo venoso função importante no aquecimento. · Área olfatória -A área olfatória é uma região situada na parte superior das fossas nasais, responsável pela sensibilidade olfatória -É revestida pelo epitélio olfatório, que contém os quimiorreceptores da olfação -O epitélio olfatório é um neuroepitélio colunar pseudoestratificado, formado por três tipos celulares= Células de sustentação, células basais e células olfatórias. *CÉLULAS DE SUSTENTAÇÃO -São prismáticas, largas no seu ápice e mais estreitas na sua base; apresentam, na superfície, microvilos que se projetam para o interior da camada de muco que cobre o epitélio -São responsáveis pelo pigmento amarelado da mucosa olfatória *CÉLULAS BASAIS -São pequenas, arredondadas e situam-se na região basal do epitélio, entre as células olfatórias e as de sustentação; são as células-tronco (stem cells) do epitélio olfatório. -As células desse epitélio renovam-se constantemente *CÉLULAS OLFATÓRIAS -São neurônios bipolares que se distinguem das células de sustentação porque seus núcleos se localizam em uma posição mais basal. -Suas extremidades voltadas para a cavidade nasal (dendritos) apresentam dilatações de onde partem seis a oito cílios imóveis, que contêm quimiorreceptores excitáveis pelas substâncias odoríferas -Os cílios ampliam enormemente a superfície receptora de odorantes. - Os axônios que se originam na porção basal desses neurônios sensoriais reúnem-se em pequenos feixes. -O conjunto dos feixes atravessa o osso pela lâmina crivosa, e seus axônios estabelecem sinapses com outros neurônios cujos axônios se dirigem para o sistema nervoso central (SNC) em forma do nervo olfatório. -Na lâmina própria dessa mucosa, além de abundantes vasos e nervos, observam-se glândulas ramificadas tubuloacinosasalveolares, as glândulas de Bowman (serosas). -Os ductos dessas glândulas levam a secreção para a superfície epitelial, criando uma corrente líquida contínua que limpa os cílios das células olfatórias, facilitando o acesso de novas substâncias odoríferas · Seios paranasais -São cavidades nos ossos frontal, maxilar, etmoide e esfenoide revestidas por epitélio do tipo respiratório, com células mais baixas que o epitélio da porção condutora e com poucas células caliciformes -A lâmina própria contém apenas algumas glândulas pequenas e é contínua com o periósteo adjacente -Os seios paranasais se comunicam com as fossas nasais por meio de pequenos orifícios, e o muco produzido nessas cavidades é drenado para as fossas nasais pelo movimento ciliar das células epiteliais. · Nasofaringe e orofaringe -A nasofaringe é a primeira parte da faringe, que se continua caudalmente com a orofaringe, porção oral desse órgão oco -A nasofaringe é revestida por epitélio do tipo respiratório, enquanto na orofaringe o epitélio é estratificado pavimentoso. · Laringe -É um tubo de forma irregular que une a faringe à traqueia. -Suas paredes contêm peças cartilaginosas de formas irregulares, unidas entre si por tecido conjuntivo fibrelástico -As cartilagens mantêm o lúmen da laringe sempre aberto, garantindo a livre passagem do ar. -As peças cartilaginosas maiores (tireoide, cricoide e a maior parte das aritenoides) são do tipo hialino, enquanto as demais são do tipo elástico -A epiglote é um curto prolongamento laminar da laringe que se estende da porção cranial do órgão em direção à faringe. -Tem um eixo de cartilagem elástica revestida por tecido conjuntivo e epitélio -A mucosa da laringe forma dois pares de pregas salientes no lúmen do órgão= -O primeiro par, superior, constitui as pregas vestibulares (ou falsas cordas vocais) = a lâmina própria dessa região é formada por tecido conjuntivo frouxo e contém glândulas. -O segundo par, inferior, constitui as pregas vocais (ou cordas vocais verdadeiras) = que apresentam um eixo de tecido conjuntivo muito elástico, ao qual se seguem, externamente, os músculos intrínsecos da laringe, do tipo estriado esquelético -Quando o ar passa através da laringe, esses músculos podem contrair-se, modificando a posição das cordas vocais e a amplitude da fenda que existe entre elas, produzindo sons com diferentes tonalidades -O revestimento epitelial não é uniforme ao longo de toda a laringe -Nas pregas vocais, o epitélio está sujeito a mais atritos e desgaste e é do tipo estratificado pavimentoso não queratinizado. -Nas demais regiões, é do tipo respiratório, e seus cílios batem em direção à faringe -A lâmina própria é rica em fibras elásticas e contém pequenas glândulas mistas (serosas e mucosas), as quais não são encontradas nas cordas vocais verdadeiras. -Não existe uma submucosa bem definida. -A laringe conta com dois conjuntos de músculos do tipo estriado esquelético: músculos extrínsecos e músculos intrínsecos *Músculos extrínsecos= têm uma das inserções na laringe e outra em estruturas externas a ela -Sua contração eleva ou abaixa a laringe durante e após a deglutição. -As inserções dos músculos intrínsecos, que têm como função modificar a abertura das cordas vocais, localizam-se somente na laringe -Na face ventral (anterior) da epiglote, o epitélio é estratificado pavimentoso, enquanto, na face dorsal (posterior), é do tipo respiratório -Durante a deglutição, devido principalmente à elevação da laringe, a epiglote é passivamente fletida para trás, fechando a entrada da laringe durante a passagem de alimentos entre a faringe e o esôfago. -Durante esse movimento, a região da epiglote revestida por epitélio estratificado pavimentoso se coloca em contato com o bolo alimentar. · Traqueia -A traqueia é um tubo que se continua com a laringe e termina ramificando-se nos dois brônquios extrapulmonares. -É revestida internamente por epitélio do tipo respiratório -A lâmina própria da mucosa é formada por tecido conjuntivo frouxo, rico em fibras elásticas. - Contém glândulas seromucosas, cujos ductos se abrem no lúmen traqueal. -A traqueia apresenta um número variável (16 a 20) de cartilagens hialinas, em forma da letra C, cujas extremidades livres situam-se dorsalmente -Ligamentos fibroelásticos e feixes de músculo liso prendem-se ao pericôndrio e unem os braços das porções abertas das peças cartilaginosas, fechando esse espaço -Os ligamentos impedem a excessiva distensão do lúmen, e os feixes musculares possibilitam sua regulação -A contração do músculo causa redução do lúmen traqueal, participando do reflexo da tosse. -O estreitamento do lúmen pela contração muscular aumenta a velocidade do ar expirado, e isso torna mais fácil expulsar, pela tosse, a secreção acumulada na traqueia e os corpos estranhos que possam ter penetrado, por exemplo, durante a deglutição. -A traqueia é revestida externamente por um tecido conjuntivo frouxo, constituindo a camada adventícia, que se continua com os tecidos análogos de órgãos adjacentes · Árvore brônquica -A traqueia ramifica-se originando os chamados brônquios primários -Após curto trajeto, eles entram nos pulmões através do hilo -Pelo qual também entram artérias pulmonares e artérias brônquicas e saem vasos linfáticos e veias. -Todas essas estruturas são envolvidas por tecido conjuntivo, e esse conjunto é conhecido por raiz do pulmão. -Os brônquios primários ramificam-se no interior dos pulmões e originam três brônquios secundários no pulmão direito e dois no esquerdo -Cada brônquio secundário supre um lobo pulmonar, sendo, por essa razão, também denominados brônquios lobares. -Eles se dividem repetidas vezes, originando brônquios cada vez menos calibrosos -Seus últimos ramos constituem os bronquíolos, que se ramificam originando de cinco a sete bronquíolos terminais -Cada bronquíolo terminal e suas ramificações (até os alvéolos) constitui um lóbulo pulmonar. -Os lóbulos têm forma aproximadamente piramidal, com seu ápice voltado para o hilo e a base dirigida para a superfície pulmonar -Cada bronquíolo terminal origina um ou mais bronquíolos respiratórios, os quais marcam a transição para a porção respiratória, que compreende os ductos alveolares, os sacos alveolares e os alvéolos -Os brônquios primários, na sua porção extrapulmonar, têm a mesma estrutura observada na traqueia -À medida que se segmentam, há simplificação na estrutura da parede desse sistema de condutos, bem como diminuição da altura do epitélio e transformação do epitélio pseudoestratificado em epitélio simples não ciliado (não estratificado). · Brônquios -Nos ramos maiores, a mucosa é semelhante à da traqueia, revestida por epitélio respiratório; já nos ramos menores, o epitélio é cilíndrico simples ciliado -A lâmina própria é rica em fibras elásticas -Externamente à mucosa segue-se uma camada de músculo liso, formada por feixes musculares dispostos em espiral -Esses feixes circundam completamente o brônquio e são, portanto, diferentes dos da traqueia, em que o músculo só existe na porção dorsal do tubo. -Em torno da camada de músculo, existem glândulas seromucosas, cujos ductos se abrem no lúmen brônquico -Externamente à camada muscular, estão situadas as peças cartilaginosas dos brônquios -Diferente das cartilagens em forma de C da traqueia, a parede dos brônquios tem várias pequenas peças cartilaginosas de formato irregular, cujo conjunto circunda o tubo inteiramente -As peças cartilaginosas são envolvidas por tecido conjuntivo rico em fibras elásticas. -Essa capa conjuntiva, frequentemente denominada camada adventícia, se continua com as fibras conjuntivas do parênquima pulmonar adjacente -Tanto na adventícia como na mucosa, são frequentes os acúmulos de linfócitos -Particularmente nos pontos de ramificação da árvore brônquica, é comum a existência de nódulos linfáticos pertencentes ao BALT, tecido linfático associado à mucosa brônquica · Bronquíolos -Os bronquíolos são segmentos intralobulares -Além do diâmetro menor, algumas de suas características diferenciaiscom os brônquios são: ausência de cartilagem e de glândulas em suas paredes. -Nódulos linfáticos do BALT são infrequentemente encontrados -Seu epitélio é cilíndrico simples ciliado nas porções iniciais, passando, na porção final, a cúbico simples inicialmente ciliado e finalmente sem cílios -As células caliciformes diminuem em número, podendo estar ausentes completamente no final dos bronquíolos -O epitélio dos bronquíolos apresenta regiões especializadas, os corpos neuroepiteliais -Provavelmente esses corpos neuroepiteliais tratam-se de quimiorreceptores que reagem às alterações na composição dos gases que penetram o pulmão. Admite-se que sua secreção tenha ação local. -A lâmina própria da mucosa dos bronquíolos é delgada e rica em fibras elásticas -Em torno da mucosa há uma camada de músculo liso cujas células se entrelaçam com as fibras elásticas, as quais se estendem para fora da parede dos bronquíolos, continuando-se pela estrutura esponjosa do parênquima pulmonar Os=Quando se compara a espessura da camada muscular dos brônquios com a dos bronquíolos, nota-se que a musculatura bronquiolar é proporcionalmente mais espessa que a brônquica. *BRONQUÍOLOS TERMINAIS -Denominam-se bronquíolos terminais as últimas partes da porção condutora -Sua estrutura é semelhante à dos bronquíolos, tendo, porém, parede mais delgada, revestida internamente por epitélio colunar baixo ou cúbico, com células ciliadas e não ciliadas -O epitélio dos bronquíolos terminais apresenta as células em clava, também chamadas células bronquiolares secretoras não ciliadas, anteriormente denominadas células de Clara= São células não ciliadas e com a superfície apical em forma de abóbada e saliente em relação às outras células do epitélio. Apresentam, em sua região apical, grânulos secretores que contêm diversas moléculas -Atualmente, acredita-se que essas células sejam uma população heterogênea com diversas funções, tais como: atuação como células-tronco de células epiteliais; proteção por meio de secreção de proteases, substâncias antimicrobianas e citocinas; secreção de mucinas; e desintoxificação de algumas substâncias presentes no ar inspirado · Porção respiratória *BRONQUÍOLOS RESPIRATÓRIOS E DUCTOS ALVEOLARES -A porção respiratória se inicia pelos bronquíolos respiratórios. -Cada bronquíolo terminal subdivide-se em dois ou mais bronquíolos respiratórios, que formam a transição entre a porção condutora e a respiratória do sistema respiratório -O bronquíolo respiratório é um tubo curto, às vezes ramificado, com estrutura semelhante à do bronquíolo terminal. -Porém, uma grande diferença entre ambos é a existência de várias descontinuidades na parede do bronquíolo respiratório, pelas quais o seu lúmen se comunica diretamente com os alvéolos pulmonares -A superfície interna dos bronquíolos respiratórios é revestida por epitélio simples, que varia de colunar baixo a cuboide, podendo apresentar cílios na porção inicia -Esse epitélio simples não apresenta células caliciformes, mas pode conter células em clava (células de Clara). - O músculo liso e as fibras elásticas de sua parede formam uma camada mais delgada do que a do bronquíolo terminal. -À medida que o bronquíolo respiratório se prolonga, aumenta o número de descontinuidades de sua parede acompanhadas de alvéolos que se abrem no seu lúmen -Quando a parede passa a ser constituída quase só de saídas de alvéolos, o tubo passa a ser considerado um ducto alveolar -Os ductos alveolares são revestidos por epitélio simples cúbico, mas um epitélio simples pavimentoso pode ser observado em suas extremidades. -Devido à grande quantidade de interrupções, a parede passa a ser percebida sob a forma de pequenos “botões” constituídos principalmente de epitélio e tecido muscular liso -Os botões localizam-se entre as saídas dos alvéolos. -Os ductos alveolares mais distais deixam de apresentar músculo liso em sua parede. -Uma matriz rica em fibras elásticas e contendo também fibras reticulares constitui o suporte para os ductos e os alvéolos. - Funcionalmente, as fibras elásticas são importantes, porque se distendem durante a inspiração e se contraem passivamente na expiração, retornando os alvéolos e, em consequência, todo o pulmão ao seu estado antes da inspiração -As fibras reticulares servem de suporte para os delicados capilares sanguíneos interalveolares e para a parede dos alvéolos, impedindo a distensão excessiva dessas estruturas, além de eventuais lesões · Sacos alveolares e alvéolos -O ducto alveolar termina em um alvéolo único, ou mais comumente em sacos alveolares, que são espaços nos quais se abrem diversos alvéolos -Estes constituem as últimas porções da árvore brônquica e ocupam a maior parte do volume dos pulmões, sendo responsáveis pela estrutura esponjosa do parênquima pulmonar. -Os alvéolos são pequenas bolsas semelhantes aos favos de uma colmeia e apresentam uma abertura. -Assim como os sacos alveolares, quase sempre a parede de um alvéolo é comum a dois alvéolos adjacentes, sendo denominada parede alveolar ou septo interalveolar. -O septo interalveolar é composto por duas camadas de células epiteliais separadas por uma delgada lâmina de tecido conjuntivo formado de fibras reticulares e elásticas, substância fundamental e células do conjuntivo -No tecido conjuntivo do interior dos septos, há também uma extensa rede de capilares sanguíneos · Componentes dos septos intralveolares -Os septos interalveolares (ou paredes alveolares) são revestidos por dois tipos de células que estão em contato com o ar presente no lúmen alveolar -São o pneumócito tipo I e o pneumócito tipo II *PNEUMÓCITO TIPO I -O pneumócito tipo I é uma célula pavimentosa, com citoplasma muito delgado e núcleo achatado, que faz uma ligeira saliência para o interior do alvéolo -Em razão da grande extensão do seu citoplasma, os núcleos de células estão muito separados uns dos outros. - Em grande parte da superfície alveolar, o citoplasma dos pneumócitos tipo I é tão delgado que somente com o microscópio eletrônico é possível ter certeza de que eles formam uma camada contínua -Pneumócitos I adjacentes aderem entre si por desmossomos e por zônulas de oclusão (junções oclusivas), que impedem a passagem de fluidos do espaço tecidual (interstício) para o interior dos alvéolos -A principal função dos pneumócitos tipo I é constituir uma barreira de espessura mínima para possibilitar as trocas de gases entre o lúmen alveolar o tecido intersticial que forma o eixo da parede alveolar, e ao mesmo tempo impedir a passagem de líquido. *PNEUMÓCITO TIPO II -O pneumócito tipo II localiza-se na superfície alveolar, intercalado entre os pneumócitos tipo I -Ambos os tipos de células aderem entre si por meio de desmossomos e junções oclusivas -Os pneumócitos tipo II são células arredondadas frequentemente vistas em grupos de duas ou três células nos pontos em que as paredes alveolares se tocam, e o núcleo esférico é maior e mais claro em relação às demais células da parede interalveolar -A principal característica dos pneumócitos tipo II são os corpos multilamelares que são os responsáveis pelo aspecto vesicular do citoplasma à microscopia óptica -Os corpos multilamelares contêm fosfolipídios, proteínas e glicosaminoglicanos, que são continuamente sintetizados e liberados por exocitose através da membrana apical das células, voltada para o espaço alveolar. -Esta secreção é denominada surfactante pulmonar, pois, após liberada, se espalha sobre a superfície dos alvéolos, formando uma camada de surfactante -Esta consiste em uma hipofase aquosa e proteica, coberta por uma camada monomolecular de fosfolipídios, composta principalmente de dipalmitoilfosfatidilcolina e fosfatidilglicero -O surfactante exerce diversas funções, das quais uma das mais importantes é reduzir a tensão superficial da parede alveolar, mantendo-a estruturalmente e evitando seu colapso durante a inspiração e o colabamento do alvéolo Os: Nos fetos, essa película surfactante lipoproteica aparece nas últimas semanas da gestação, na mesma ocasiãoem que os corpos multilamelares surgem nos pneumócitos tipo II · Macrófagos alveolares e células dendríticas -Há uma grande população de macrófagos e células dendríticas no sistema respiratório, onde exercem, respectivamente, funções de fagocitose e processamento/apresentação de antígenos a linfócitos T -Os macrófagos são também chamados de células de poeira, pois frequentemente têm em seu citoplasma fagossomos contendo partículas de carbono ou outras partículas inaladas e fagocitadas -O fluido alveolar é removido para a porção condutora pelo movimento ciliar, que cria uma corrente de líquido, o qual se mistura com o muco dos brônquios, formando o líquido broncoalveolar -Este auxilia a remoção de partículas e substâncias prejudiciais que possam penetrar com o ar inspirado -O líquido broncoalveolar contém diversas enzimas, como lisozima, colagenase e betaglicuronidase, provavelmente produzidas pelos macrófagos alveolares e, em parte, pelas células em clava. · Células endoteliais dos capilares -As células endoteliais dos capilares são um importante componente dos septos interalveolares, pois constituem a delgada parede dos capilares sanguíneos, que formam uma abundante rede nas paredes -São, portanto, células muito numerosas e que têm o núcleo mais alongado que o dos pneumócitos. O endotélio é do tipo contínuo, não fenestrado · Outras células -Há nos septos populações menores de outras células do tecido conjuntivo, destacando-se fibroblastos e leucócitos · Barreira hematoaérea -O ar alveolar é separado do sangue capilar por quatro estruturas que compõem a barreira hematoaérea= *O citoplasma do pneumócito tipo I *A lâmina basal dessa célula *A lâmina basal do capilar sanguíneo situado no interior do septo interalveolar *Citoplasma da célula endotelial do capilar -O O2 do ar alveolar passa para o sangue capilar através das estruturas citadas, e o CO2 difunde-se em direção contrária. -A liberação do CO2 a partir de ácido carbônico (H2CO3) é catalisada pela enzima anidrase carbônica existente nas hemácias. · Poros alveolares -Os poros alveolares estão presentes nos septos intralveolares -Esses poros equalizam a pressão do ar nos alvéolos e possibilitam a circulação colateral do ar, quando um bronquíolo é obstruído · Vasos sanguíneos dos pulmões -A circulação sanguínea do pulmão compreende vasos funcionais (pertencentes à pequena circulação) e vasos nutridores (sistêmico) -A circulação funcional é representada pelas artérias e veias pulmonares -As artérias pulmonares são do tipo elástico, de paredes delgadas, porque nelas é baixa a pressão sanguínea. Elas transportam sangue venoso para ser oxigenado nos alvéolos pulmonares -Entro do pulmão, as artérias pulmonares se ramificam, acompanhando a árvore brônquica -Os ramos arteriais são envolvidos pela adventícia dos brônquios e bronquíolos -Na altura dos ductos alveolares os ramos arteriais originam a rede capilar, que se dispõe em torno dos alvéolos, passando no interior dos septos interalveolares -Essa rede capilar entra em contato direto com o epitélio alveolar e é responsável pelas trocas gasosas entre o sangue e o ar alveolar -O pulmão apresenta a rede capilar mais desenvolvida de todo o organismo -Da rede capilar originam-se vênulas cujo trajeto pelo parênquima pulmonar é afastado dos ductos condutores de ar, passando ao longo dos septos interlobulares -Após saírem dos lóbulos, as veias contendo sangue oxigenado acompanham a árvore brônquica, dirigindo-se para o hilo. -Os vasos nutridores compreendem as artérias e as veias brônquicas, que levam sangue com nutrientes e O2 para todo o parênquima pulmonar -Os ramos da artéria brônquica acompanham a árvore brônquica até os bronquíolos respiratórios, onde se anastomosam com pequenos ramos da artéria pulmonar · Vasos linfáticos dos pulmões -Distribuem-se acompanhando os brônquios e os vasos pulmonares -São encontrados também nos septos interlobulares, dirigindo-se todos para os linfonodos da região do hilo -Essa rede linfática é chamada de rede profunda, para ser distinguida da rede superficial, que compreende os linfáticos existentes na pleura visceral -Os vasos linfáticos da rede superficial acompanham a pleura em toda a sua extensão ou podem penetrar o parênquima pulmonar através dos septos interlobulares, dirigindo-se também para os linfonodos do hilo pulmonar · Pleura -Pleura é a serosa que envolve o pulmão, formada por dois folhetos, o parietal e o visceral que são contínuos na região do hilo do pulmão. -Ambos os folhetos são formados por mesotélio e uma fina camada de tecido conjuntivo, que contém fibras colágenas e elásticas -As fibras elásticas do folheto visceral se continuam com as do parênquima pulmonar -Os dois folhetos delimitam, para cada pulmão, uma cavidade independente e inteiramente revestida pelo mesotélio - Em condições normais, essa cavidade pleural é virtual, contendo apenas uma película de líquido que age como lubrificante, tornando possível o deslizamento suave dos dois folhetos durante os movimentos respiratórios e impossibilitando o atrito entre o mesotélio visceral e o parietal. -A pleura, assim como o revestimento de outras cavidades serosas (peritônio e pericárdio), é uma estrutura de grande permeabilidade, o que explica a frequência de acúmulo de líquidos entre os dois folhetos pleurais (derrame pleural) -Esse líquido deriva do plasma sanguíneo por transudação através da parede dos capilares, provocada por processos patológicos -Em contrapartida, em determinadas condições, líquidos ou gases contidos na cavidade da pleura são rapidamente absorvidos
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