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História do Cooperativismo no Brasil

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2 HISTÓRIA DO COOPERATIVISMO NO BRASIL 
 
O marco inicial do sistema cooperativista no Brasil foi no século 19, com as 
primeiras iniciativas sul, sudeste e nordeste, com base na organização da classe 
trabalhadora, que percebia seus direitos, estavam sendo ameaçados pela a classe 
burguesa, essa organização era prol de reivindicar seus direitos políticos e sociais 
(NUNES, 2017). 
Em 1847, o médico francês Jean Maurice Faivre, seguidor das idéias de 
Charles Fourier, fundou, com um grupo de europeus, nos sertões do Paraná, a colônia 
Tereza Cristina, organizada em bases cooperativas (MARRA, 2016. Jean 
desenvolveu uma organização comunitária e não uma cooperativa, entretanto o 
método para a produção ocorria de acordo com as ideias do cooperativismo. A partir 
disso, temos o registro do contexto histórico do surgimento do cooperativismo no 
Brasil. 
Além disso, podemos destacar que outras organizações com semelhantes 
métodos organizacionais foram sendo criadas pela sociedade, dentre elas destaca-se 
o Socorro Mútuo, que surgiu a partir de 1850. Também não eram cooperativas, mas 
deram grande impulso ao movimento para a formação do sistema. Boa parte dos 
estatutos dessas organizações tinha como objetivo a formação de cooperativas 
(MARRA, 2016). 
De acordo com a autora Marra (2016), “a primeira sociedade brasileira a ter no 
nome a expressão “cooperativa” foi a Sociedade Cooperativa Econômica dos 
Funcionários Públicos de Ouro Preto, fundada em 27 de outubro de 1889”. Essa 
cooperativa estava voltada para o consumo e seu estatuto baseava-se na existência 
de um caixa de auxílios e socorros, tendo o intuito de prestar auxílios financeiros às 
viúvas de seus associados ou associados incapazes de trabalhar (MARRA, 2016). 
Já em 1891, fundou-se a cooperativa na cidade de Limeira, em São Paulo, e 
sequencialmente na trajetória histórica no ano de 1895, no estado de Pernambuco, 
nasceu a Cooperativa de Consumo de Caramagibe. Nesse cenário, destaca-se ainda 
o ano de 1902, em que colonos de origem alemã, incentivados pelo jesuíta Theodor 
Amstad, formaram uma cooperativa de crédito rural (Sicredi Pioneira), na cidade de 
Vila Império no estado do Rio Grande do Sul, que nos dias atuais é conhecida como 
Nova Petrópolis. Atualmente, essa cooperativa é denominada como a “Cooperativa 
de Crédito de Nova Petrópolis”, e também é a mais antiga cooperativa em atividade 
no país. A cooperativa foi a solução encontrada por Amstad para melhorar as vidas 
dos moradores do município, que até então não contava com nenhum banco (MARRA, 
2016). 
 
2.1 RECONHECIMENTO OFICIAL DAS COOPERATIVAS 
O cooperativismo brasileiro só adquiriu maior importância a partir de 1932, com 
a edição do Decreto Federal nº 22.239. O decreto possibilitou ampla liberdade à 
constituição e ao funcionamento das cooperativas no Brasil, sendo foi a partir disso 
que o cooperativismo pode apresentar suas características próprias, além de 
consagrar as doutrinas do sistema cooperativista. Foi, de fato, a primeira lei que 
organizou o cooperativismo brasileiro (MARA, 2016) . 
Nas décadas de 60 e 70, o presidente da república Getúlio Vargas incentivou a 
formação de cooperativas agrícolas de trigo e soja no Brasil. Além do mais, nesse 
período as associações obtiveram seu ponto máximo, devido às altas cotações da 
soja no mercado internacional e das facilidades de crédito. Para Marra (2016): 
Nessa época foi formulada a lei que rege o cooperativismo brasileiro (Lei nº 
5.764/71) e, como foi elaborada durante o período da ditadura militar, 
apresenta várias limitações ao cooperativismo brasileiro. Apesar de merecer 
uma profunda revisão, devido às mudanças ocorridas na sociedade brasileira 
desde que foi criada, é essa lei que continua regulando o funcionamento das 
cooperativas no Brasil. 
Outro marco histórico do cooperativismo ocorreu em março de 1988, em que 
foi realizado em Brasília o X Congresso Nacional de Cooperativismo, que, após várias 
discussões e decisões, recomendou à Assembléia Constituinte autonomia ao setor. 
Dessa forma, segundo a autora Marra (2016): 
A Constituição Federal de 1988 passou a determinar que as assembleias das 
cooperativas devem conduzir autonomamente a sua vida e gestão, sendo 
proibida a obrigatoriedade de filiação em qualquer instância de representação 
oficial ou extra-oficial e a interferência de organismos externos, sejam 
estatais, paraestatais ou privados. Esse fato representou a completa 
autonomia e independência das cooperativas em relação ao Estado, que 
deixou de fiscalizar e intervir na administração das mesmas, sob todos os 
seus aspectos. 
 
 
 
 2.2 ARTIGO 5º, INCISOS XVII A XXI, DA CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA 
 
 Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, 
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade 
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos 
seguintes: 
XVII – é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter 
paramilitar; 
XVIII – a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas 
independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu 
funcionamento; 
XIX – as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas 
atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em 
julgado; 
XX – ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado; 
XXI – as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm 
legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente 
 
3 HISTÓRIA DO COOPERATIVISMO NO RS 
 
De acordo com Vogt e Radunz (2013), a organização das cooperativas no Rio 
Grande do Sul possui ligação direta com o século XIX, no qual o movimento de 
organização colonial se dava em torno do tripé cultural: sociedade, escola e igreja. 
Dessa forma, o cooperativismo gaúcho está umbilicalmente ligado ao 
associativismo cristão configurando-se como uma recriação e adaptação à realidade 
regional de uma experiência anterior (VOGT E RADUNZ, 2013).Para Silva et al. 
(2003): 
O cooperativismo na região Sul deve ser entendido como um processo 
descontínuo, fundado na pluralidade de práticas sociais datadas e localizadas 
historicamente por alemães, italianos e experiências cooperativas derivadas 
dos grupos étnicos, que ao propor a autonomia do “nós”, qualificou um tipo 
de relação social de cooperação entre pessoas, porque o sentido destas 
práticas sociais tinha por base a reciprocidade, a confiança, o respeito ao 
outro. 
Ainda de acordo com os autores Silva et al. (2003), o processo do 
cooperativismo possui duas vertentes: uma de ação coletiva e a segunda de origem 
estatal e vinculada a uma política de governo. 
 
3.1 Contexto histórico e influências culturais 
 
Em 1612, com a fundação das primeiras Reduções ou Missões Jesuíticas no 
Brasil, aconteceu o início da construção de organizações cooperativas baseando-se 
em uma sociedade solidária, fundamentada no trabalho coletivo, em que os interesses 
comunitários estavam acima dos econômicos (VATICAN NEWS,2021). 
As Missões Jesuíticas foram a primeira experiência pré-cooperativa de um 
sistema de cooperativas integrais, iniciadas pelos jesuítas italianos Simon Maceta e 
José Cataldino, no Paraná, com os índios guaranis em um sistema de que combinava 
propriedade coletiva e familiar (MARRA, 2009). 
Posteriormente, no Sul do Brasil, especialmente no Rio Grande do Sul, a 
imigração, iniciada em 1824 é intensificada na segunda metade do século XIX. Neste 
contexto, a frágil presença de instituições sociais nos primórdios da colonização 
contribuiu para que os vínculos de parentesco e a solidariedade étnica e religiosa 
agissem como fatores de natureza pessoal e sentimental na construção de elos 
(SHALLENBERGER, 2003). 
Devido o abandono por parte de governo, osimigrantes foram conduzidos para 
as áreas das florestas, tiveram que domesticar o ambiente, delimitar glebas, 
enfrentando problemas de posse da propriedade, de escoamento da produção e de 
acesso a recursos (SHALLENBERGER, 2003). 
Ainda segundo esse autor, nesse cenário nasceram as pequenas 
comunidades, denominadas colônias, que se constituíram em organizações sociais 
de funções múltiplas, onde a Igreja e a escola representavam os espaços públicos de 
legitimação e de recriação identitária e o pequeno comércio e as manufaturas 
cumpriam as funções de complementaridade da produção familiar. 
“Nesse sentido, as associações representavam o espaço coletivo onde as 
individualidades se reconheciam no todo, tornando-se guardiões da colônia, 
mantendo viva a cultura étnica, zelando pelo reconhecimento dos valores religiosos e 
promovendo a educação” (SHALLENBERGER, 2003). 
Através de observações do cotidiano dos colonos, as lideranças da Igreja da 
Imigração perceberam que lhes faltava poder de competitividade devido ao difícil 
acesso ao mercado e a pouca valorização dos produtos agrícolas. Assim, conforme 
Shallenberger (2003), católicos e evangélicos luteranos tiveram uma similar 
percepção do problema: para superar as suas limitações; os colonos deveriam unir-
se em associações ou sociedades. 
 
3.2 Bauernverein 
 
Surgiu assim e desta percepção, sob a liderança do padre Theodor Amstad, 
em 1900, a Associação Riograndense de Agricultores - Bauernverein. Essa 
associação teve um caráter interconfessional e ocupou-se de questões centrais como: 
promoção da vida associativa, assistência social, formação de poupança e crédito 
agrícola, colonização e melhorias no universo da produção familiar 
(SHALLENBERGER, 2003). 
Amstad diagnosticou existir um empobrecimento generalizado da agricultura 
rio-grandense causado pela existência de um desequilíbrio entre o poder de compra 
e de venda dos agricultores motivada pela dependência do Brasil em relação aos 
países estrangeiros industrializados (VOGT E RADUNZ, 2013). 
Segundo esses autores ainda, a Associação Rio-grandense constituiu-se em 
uma organização social multifuncional, que conseguiu apreender a complexidade do 
universo dos pequenos agricultores e através da cooperação auxiliar nos desafios dos 
colonos, tanto no universo privado como no público. 
O cooperativismo que surgiu foi concebido em decorrência da militância de 
lideranças religiosas e comunitárias no vácuo de uma política social do Estado, buscou 
o desenvolvimento solidário e autônomo das comunidades coloniais do RS (VOGT E 
RADUNZ, 2013). 
Seus dois mais importantes resultados, de acordo com Amstad, foram a 
fundação das colônias de Serro Azul (atual Cerro Largo) e de Boa Vista (atual 
Santo Cristo) e a fundação das Caixas Econômicas Rurais do sistema 
Raiffeisen. Às cooperativas de crédito seguiram posteriormente as de 
produção de leite e de suinocultores. A primeira iniciativa procurou reproduzir 
a produção familiar e a organização comunitária em áreas ainda não 
povoadas do RS, desafogando, desse modo, os lotes superpovoados de 
algumas das áreas coloniais. Já as Caixas de Crédito e Empréstimo viriam a 
se tornar importantes fomentadoras de desenvolvimento local/regional 
(VOGT E RADUNZ, p 12, 2013). 
Em 1906, época de seu auge, o Bauerverein possuía 2.000 associados 
composto por agricultores mais dinâmicos e esclarecidos, ou seja, agentes sociais 
mais interessados em promover a solidariedade e a organização entre os colonos 
(VOGT E RADUNZ, 2013) 
O Bauernverein, chegou ao fim por seu caráter interconfessional, por ser um 
projeto essencialmente agrário-camponês, que se afastava dos interesses 
econômicos da elite urbana e pela pressão exercida pelo governo para que se 
transformasse em sindicato, o que acabou ocorrendo em 1909 (VOGT E RADUNZ, 
2013). 
 
3.3 Volksblatt 
 
Após 10 anos de funcionamento do Bauernverein, os católicos criaram uma 
nova entidade central tendo por molde a Sociedade União Popular da Suíça. No IX 
Katholikentage, realizado de 25 a 27 de fevereiro de 1912 em Venâncio Aires, 
decidiram pela criação da Sociedade União Popular para os Católicos Alemães do Rio 
Grande do Sul – Volksverein für die deutschen Katholiken von Rio Grande do Sul. 
De acordo com Vogt e Radunz (2013), a Sociedade União Popular foi uma 
associação católica organizada pelos padres jesuítas e lideranças católicas que 
buscava atender os interesses religiosos, culturais, sociais e materiais dos teutos e 
seus descendentes do estado com vistas a manter sua catolicidade. O Volksverein 
possuía caráter étnico e confessional, defendiam a preservação da língua alemã e da 
cultura germânica e a manutenção dos vínculos comunitários existentes (VOGT E 
RADUNZ, 2013). 
Ainda segundo estes autores, a União Popular procurou organizar-se em 
distritos. A entidade era formada por diferentes categorias profissionais, integrando 
segmentos sociais da cidade com os do meio rural. Apenas um ano após ser fundada, 
já contava com 60 distritos (5 das quais localizados em Santa Cruz) e com cerca de 
7.000 associados. Em 1914, o número de sócios subiu para 9.000 
(SCHALLENBERGER, 2001). 
 
 
3.4 Cooperativas de crédito 
 
O Volksverein estimulou o cooperativismo, sendo as Caixas Rurais o maior 
resultado desse trabalho. O surto de crédito cooperativo teve início em 1902, com a 
fundação, na Linha Imperial, no município de Nova Petrópolis (RS), da Caixa de 
Economia e Empréstimos Amstad, posteriormente batizada de Caixa Rural de Nova 
Petrópolis. Sua atividade bem sucedida inspirou e incentivou a proliferação de caixas 
rurais em várias regiões do Rio Grande do Sul (VOGT E RADUNZ, 2013). 
Esse modelo aplicava-se junto a pequenas comunidades rurais. 
Fundamentava-se na honestidade de seus cooperados e atuava basicamente 
junto aos pequenos produtores rurais. Não dava importância ao capital dos 
cooperados. Toda movimentação financeira era feita através de depósitos, 
que recebiam uma pequena remuneração. Admitia que qualquer pessoa 
pudesse depositar suas economias. Com as sobras eventualmente apuradas, 
criava reservas para enfrentar, com mais segurança, momentos de incerteza. 
Esse segmento do cooperativismo conseguiu um grande desenvolvimento no 
Rio Grande do Sul (PORTAL DO COOPERATIVISMO, 2016). 
Essa cooperativa continua em atividade até hoje, sob a denominação de 
Cooperativa de Crédito de Livre Admissão de Associados Pioneira da Serra Gaúcha 
– Sicredi Pioneira/RS. Em 1º de março de 1906, no município de Lajeado (RS), foi 
constituída a primeira cooperativa de crédito do tipo Luzzatti no Brasil, denominada 
Caixa Econômica de Empréstimo de Lajeado (PINHEIRO, 2008). 
Conforme Pinheiro (2008), em setembro de 1912, foi fundada em Porto Alegre 
uma cooperativa central mista com seção de crédito, a União das Cooperativas 
Riograndense de Responsabilidade Ltda., a primeira cooperativa central a operar com 
crédito no Brasil, filiadas a cooperativas agrícolas. 
Em 1925, contando com a adesão de 18 Caixas Rurais, foi criada a Central das 
Caixas Rurais da União Popular do Estado do Rio Grande do Sul, Sociedade 
Cooperativa de Responsabilidade Limitada, a primeira cooperativa central unicamente 
de crédito do Brasil (PINHEIRO, 2008). 
De acordo com o Portal do Cooperativismo (2016), em 1932, o Decreto do 
Poder Legislativo nº 22.239 de 19/12/1932, regulamentou a criação de Cooperativas 
Centrais e ainda criou 4 tipos de Cooperativas de Crédito Singulares: 
● Cooperativas de Crédito Agrícola (modelo Raiffeisen), que deveriam ter em seu 
quadro social no mínimo 60% de agricultores; 
● Cooperativas de Crédito Mútuo (modelo Desjardins), que exigia o vínculo entre 
os associados (profissão, empresa, ou classe); 
● Cooperativas Populares de Crédito Urbano (modelo Luzzatti), que permitiam a 
livre admissão de associados (qualquer ramo ou profissão); 
● Cooperativas de Crédito Profissionais,de Classe ou de Empresas, que não 
exigiam vínculo entre os associados, desde que tivessem características 
comuns entre si. 
Em 1933, a Central das Caixas Rurais da União Popular do Estado do Rio 
Grande do Sul contava com 34 cooperativas de crédito organizadas no Sistema 
Raiffeisen e se auto proclamava responsável pelo surgimento de cooperativas de 
produção, especialmente no ramo do leite, da banha e de cereais 
(SCHALLENBERGER, 2001). 
Segundo o Banco Central do Brasil, ao fim de 1961, existiam no Brasil 511 
cooperativas de crédito, com 547.854 associados. 
Em 1989, no município gaúcho de Casca/RS, surge a primeira cooperativa de 
médicos e profissionais da saúde, denominada “Cooperativa de Economia e Crédito 
Mútuo dos Profissionais da Saúde Vinculados à Unimed Vale das Antas Ltda– 
UNICRED Vale das Antas (PORTAL DO COOPERATIVISMO, 2016). 
 
3.5 Panorama atual 
 
De acordo com a Ocergs Sescoop-RS (2020), o Rio Grande do Sul conta com 
434 cooperativas, com 2,7 milhões de associados, geram aproximadamente 59 mil 
empregos diretos e somam faturamento de R$36 bilhões ao ano. São 132 
cooperativas atuantes no agronegócio, 91 no setor de crédito e 59 no setor da saúde. 
De acordo com Mundocoop (2020), as cooperativas agropecuárias formam 
hoje o segmento economicamente mais forte do cooperativismo gaúcho, congregam 
343,7 mil produtores associados e empregam diretamente 37,2 mil trabalhadores. O 
ramo Agropecuário registrou um faturamento de R$31,3 bilhões em 2019, com 
crescimento de 17,8%. 
O Sistema de Crédito Cooperativo é um dos ramos mais dinâmicos do 
cooperativismo e oferece um número cada vez maior de produtos e serviços 
financeiros, registrando um faturamento de R$7,7 bilhões em 2019 e R$1,4 bilhão em 
sobras (MUNDO COOP, 2020). 
Ainda de acordo com Mundocoop (2020), o ramo Saúde registrou um 
faturamento de R$7,4 bilhões, crescimento de 9,1%. Segundo a Agência Nacional de 
Saúde Suplementar (ANS), dos quase 3,4 milhões de beneficiários de planos de 
saúde do Rio Grande do Sul, 1,8 milhão são de cooperativas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
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Disponível em: https://www.vaticannews.va/pt/mundo/news/2021-06/missoes-
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HISTÓRIA do Cooperativismo de Crédito no Brasil. [S. l.], 2 abr. 2016. Disponível 
em: https://cooperativismodecredito.coop.br/cooperativismo/historia-do-
cooperativismo/historia-no-brasil/. Acesso em: 2 maio 2022. 
MARRA, Adriana Ventola. História do cooperativismo. In: ASSOCIATIVISMO e 
Cooperativismo. [S. l.: s. n.], 2009. Disponível em: 
http://proedu.rnp.br/bitstream/handle/123456789/578/Aula_02.pdf?sequence=7&isAll
owed=y. Acesso em: 1 maio 2022. 
 
MUNDOCOOP. Ranking de 500 Maiores do Sul tem 16 cooperativas na lista. [S. l.], 
2 dez. 2020. Disponível em: https://www.mundocoop.com.br/tecnocoop/ranking-de-
500-maiores-do-sul-tem-16-cooperativas-na-lista.html. Acesso em: 2 maio 2022. 
 
NUNES, Juraildes B. Cooperativismo: o processo histórico do cooperativismo e a 
visão do estado brasileiro. Revista Humanidades e Inovações v.4, n. 5 - 2017. 
 
PINHEIRO, Marcos Antonio Henriques. Cooperativas de Crédito História da 
evolução normativa no Brasil. 6. ed. [S. l.: s. n.], 2008. Disponível em: 
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Acesso em: 2 maio 2022. 
 
SCHALLENBERGER , Erneldo. O COOPERATIVISMO E DESENVOLVIMENTO 
COMUNITÁRIO. Revista Mediações, [s. l.], v. 8, n. 2, 24 jul. 2013. Disponível em: 
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esearchgate.net/profile/Inessa-
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