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CRIMINOLOGIA - PSICOLOGIA DO CRIME

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Psicologia do Crime 
Autor: Francisco Carlos Lira Matos 
 
Criminologia são o conjunto de conhecimentos que se ocupa do crime, da criminalidade e suas 
causas, da vitima, do controle social referente ao ato criminoso, a personalidade do criminoso e 
da ressocialização. 
Criminologia clinica e a Psicologia Criminal: estudam os componentes e as motivações da 
conduta criminosa, pessoa que a praticou, o cárcere e suas vicissitudes, intervenção para a 
reinserção do apenado no convívio social. 
 Psicologia Criminal ocupa do estudo dos comportamentos, pensamentos, intenções e 
reações do criminoso, tentando entender profundamente o que leva alguém a cometer crimes e 
os seus mecanismos. 
 
Breve: surgiu na metade do século XIX, trazendo como 
marco Cesare Lombroso (tratado antropológico 
experimental do homem delinquente), no final do século 
os estudos se intensificam e a criminologia passa a ser 
pensada através de um método causal e explicativo, 
levando sua pena sobre a personalidade do criminoso e 
sua periculosidade. Assim o crime passa a ser visto não 
somente como um comportamento individual, mas 
também em seu fator humano e social. 
Evolução do pensamento criminológico: 
Concepção causalista: uma relação e efeito entre a conduta criminosa e o que a originou, o 
crime seria uma decorrência natural ou quase necessária frente a determinadas condições, 
imanentes daquele que o praticou, explicação dos fatos, traz um conceito de periculosidade do 
criminoso. 
 Periculosidade – é uma condição imanente do individuo, por força da qual sua conduta 
estaria predeterminada a pratica de crimes. 
Concepção multifatorial: a conduta criminosa origina-se de uma serie de circunstancias 
entrelaçadas sem uma relação predeterminista com o crime, não uma relação física, orgânica, 
direta com determinada causa, a periculosidade passou a ser reconhecida nos indivíduos 
inimputáveis e semi-imputaveis. Não se pressupõe nenhuma condição interna de predisposição 
ao crime, falar unicamente em prognostico de reincidência, e não mais em periculosidade, 
havendo uma evolução da concepção causalista para a multifatorial. 
Concepção da criminologia critica: opõe-se as outras duas questões, centralizando seus 
questionamentos acerca das razoes pelas quais determinadas condutas são consideradas 
criminosas, enquanto outras, mais prejudiciais não o são, não voltada para os motivos da 
conduta criminosa e sim sua critica para os fundamentos e princípios norteadores dos sistema de 
justiça. 
Obs. o crime como resultado de um estado de vulnerabilidade do individuo (proveniente da 
marginalização econômica, social e cultura, acarretando vulnerabilidade psíquica). 
Psicologia aplicada ao estudo da conduta antissocial: 
 Deve-se fundamentar: “diretrizes periciais e de pesquisa”. 
Os processos diagnosticam compõe de uma conduta de orientação diante do caso, a investigação 
do comportamento criminoso deve seguir uma sequencia temporal, considerando o 
comportamento funcional do individuo no decorrer de sua vida, não baseando apenas no estado 
atual ou fatores situacionais extremos, como aspectos etiológicos prováveis do comportamento 
antissocial. 
Obs. no processo dinâmico gerado do ato criminoso e do ato socialmente ajustado não se difere 
– Maranhão 1993. 
Ato criminoso: - Condições solicitadoras (desencadeantes); - Personalidade do agente. 
 Fatores causais do crime: 
Primários: provenientes de diversas naturezas, seja biológica, psicológica ou social, compõem 
a estrutura psicológica do individuo. 
Secundários: atuam na estrutura pronta, acabada, como uma solicitação que leva alguém a agir, 
fato desencadeante de uma ação. 
O comportamento criminoso divide em três categorias: (segundo Soares 1978). 
Endógenas1·: antropológicas, genéticas, psicológicas, patológicas, relacionada à 
hereditariedade, distúrbios psíquico etc. 
Exógenas2 mesológicas3: referentes ao meio ambiente, decorrente de poluição, utilização de 
adubos, detergente, inseticidas, resíduos industriais, drogas, remédios nocivos. 
Sociológicas: referentes ao meio social, tais como desigualdade e injustiças sociais, 
desenvolvimento econômico desordenado e elitista, falta de assistência social. 
ORIGEM do comportamento criminoso (segundo Carvalho, citado por Maranhão 1981). 
 Mesocriminoso: atuação antissocial por força das injunções do meio exterior, como se 
o individuo fosse mero agente passivo, ex. silvícola. 
 Mesocriminoso preponderante: maior preponderância de fatores ambientais; 
 Mesobiocriminoso: determinantes tanto ambientais, quanto biológicos; 
 Biocriminoso preponderante: portador de anomalia biológica insuficiente para leva-lo 
ao crime, mas capaz de torna-lo vulnerável a uma situação exterior, respondendo a ela 
com facilidade; 
 Biocriminoso puro: atua em virtude de incitações endógenas, com ocorre em algumas 
perturbações mentais. 
Dinâmica do ato e a classificação natural dos criminosos: a ação humana, para ser criminosa, 
há de responder objetivamente a conduta descrita pela lei, contrariando a ordem jurídica e 
incorrendo seu autor no juízo de censura ou reprovação social. Considerando o delito como ação 
típica, antijurídica e culpável (Magalhães Noronha 1974). 
Obs. 1. o autor imputável - “não poderá ser objeto de reprovação quem não tenha capacidade 
para tanto” (Da Costa 1991). 
Obs. 2. a culpabilidade não é requisito do crime, funcionando como condição da pena (De Jesus 
1985). 
 
 ATO DELITIVO CIRCUNSTANCIA DINÂMICA 
 Agudo Especifica Circunstancia predomina e 
 Grave “sui generis” vence resistências pessoais 
 Eventual 
 
 Praticado por inespecífica pro- personalidade domina a 
 
 
 
1 Origina-se no interior do organismo, do sistema, ou por fatores internos. 
2 Tem origem no exterior. 
3 Atribuída à ciência que se dedica ao estudo dos seres vivos e a sua relação com o meio em que habitam. 
Classificação natural dos criminosos 
 
 ATO DELITIVO CIRCUNSTANCIA DINÂMICA 
 Agudo Especifica Circunstancia predomina e 
 Grave “sui generis” vence resistências pessoais 
 Eventual 
 
 Praticado por inespecífica pro- personalidade domina a 
 maturação curada ou prepa- circunstancia resistência 
 criminal rada fraca ou nula 
 (segundo a Psicologia Forense). 
TIPO CARACTERISTICAS. 
Ocasional - Personalidade normal 
 - Poderoso fator desencadeante 
 - Ato consequente do rompimento transitório 
 dos meios contensores dos impulsos. 
 
Sintomático - A personalidade com perturbação transitória 
 ou permanente 
 - Mínimo ou nulo fator desencadeante. 
 - Ato vinculado a sintomatologia da doença. 
 
Caracterológico - Personalidade com defeito constitucional ou 
 formativo do caráter 
 - Mínimo eventual fator desencadeante 
 - Ato ligado a natureza do caráter do agente. 
 
Componentes de origem intrapsíquica identificáveis na origem do comportamento 
delitivo. 
 Os valores, crenças e conceitos; 
 A copia e/ou identificação com modelos (pessoas significativas); 
 A influencia do grupo ou equipe a qual o individuo pertence ou com a qual participa de 
ações; 
 O condicionamento capaz de produzir comportamentos estereotipados inadequados; 
 Emoções extremas, que conduzem a momentos de descontrole em que o individuo 
cometem ações fora do domínio consciente, embora responsável por elas. 
Personalidade – personalidade é a organização dinâmica, dentro do individuo, daqueles 
sistemas psicofísicos que determinam seus ajustamentos únicos ao ambiente (Campbell, Hall, 
Lindzey – 2000). 
- “totalidade relativamente estável e previsíveldos traços emocionais 
e comportamentais que caracterizam a pessoa na vida cotidiana, sob 
condições normais” Kaplan e Sadock 1993. 
Entretanto, estabilidade não significa imutabilidade. 
Kienen & Wolff, 2002 – conforme a situação na qual ocorre, bem como de acordo com 
propriedade da ação e que é possível considerar que os seres humanos atuam a partir de uma 
determinada historia pessoal, bem como o ambiente social, econômico, cultural, politico. 
Alteração de característica de Personalidade: o estresse prolongado e os eventos traumáticos 
afetam as características de personalidade, o aumento da violência e dos conflitos dissemina o 
estresse e o trauma na sociedade contemporânea, com efeitos físicos e psíquicos. A Alteração de 
característica tem o objetivo de neutralizar a situação estressante, contudo, essas modificações 
não são, necessariamente, suficientes para tirara à funcionalidade do individuo. 
 Quando a funcionalidade fica comprometida, causa prejuízo para a saúde mental, 
podendo desenvolver um quadro de transtorno de personalidade. 
Transtorno de personalidade - São padrões de comportamento profundamente arraigados e 
permanentes, manifestando-se como respostas inflexíveis a uma ampla serie de situações 
pessoais e sociais (Kaplan & Sadock 1993). 
Transtorno de personalidade Antissocial (TPAS). Também denominado como psicopatia, 
sociopatia, transtorno de caráter, transtorno sociopático, transtorno dissocial. 
 Característica essencial: padrão invasivo de desrespeito e violação dos direitos dos 
outros, que inicia na infância ou começa da adolescência e continua na idade adulta. 
 Sujeito com deficiência de caráter são insensíveis às necessidades dos outros, 
 Condição que obedece a um espectro de manifestação: do sujeito ambicioso ate o pior 
dos perversos cruéis. 
Nota: processos mentais responsáveis pelas funções da sociabilidade não se estruturam de 
forma adequada – os criminosos comuns desejam riqueza, poder e prestígios os psicopatas 
manifestam crueldade. 
A psicopatia é um conceito forense que na área da saúde é definido como transtorno de 
conduta, “em geral não aprendem com a punição”. 
 
Definição de Psicopatia oscila entre aspectos orgânicos e sociais: 
 Charme superficial; 
 Superestima; 
 Estilo de vida parasitário, necessidade de estimulação, tendência ao tedio; 
 Mentira patológica, vigarice, manipulação; 
 Ausência de remorso ou culpa; 
 Insensibilidade afetivo-emocional, indiferença, falta de empatia; 
 Impulsividade, descontroles comportamentais; 
 Ausência de metas realistas em longo prazo; 
 Irresponsabilidade, incapacidade para aceitar responsabilidade pelos próprios atos; 
 Promiscuidade sexual; 
 Muitas relações conjugais de curta duração; 
 Transtornos de conduta na infância; 
 Delinquência juvenil; 
 Versatilidade criminal. 
 
Falhas na formação do superego – valores morais, éticos e sociais – e ausência de sentimento 
de culpa,, de remorso de empatia. 
Estatisticas: apontam influencias biológicas, ambientais e familiares, sugerindo, portanto, uma 
conjugação de valores. 
Psicopatia subcriminal: nem todo psicopata é criminoso (Paul Babiack), cujas características 
básicas são habilidades manipulativas, boa aparência, charme, certo grau de inteligência que 
podem revela-se candidatos ideais para uma vaga de trabalho. 
 No trabalho optam pelas relações individuais, evitam situações de grupo, criam 
conflitos entre os colegas e abandonam aqueles que não são uteis os seus próprios propósitos, 
quando ocupa cargo de relevância, o psicopata utiliza o poder em detrimento de colegas, 
subordinados e superiores. 
Concepções evolucionistas sobre (TPAS) transtorno de personalidade antissocial: os TPAS 
estão associados a uma serie de reguladores biológicos, estudos encontraram uma correlação 
significativa os transtornos e um elevado nível de testosterona em indivíduos portadores. As 
causas seriam ingenuidade e negligencia a influencia de fatores psicossociais do 
desenvolvimento de comportamento social. 
Nota: a ocorrência de eventos estressores nos primeiros anos de vida, como conflitos entre os 
pais, abuso físico ou sexual e institucionalização tem sido associado ao TPAS (O’Connell, 
1998; Cadoret 199). 
 
As clinicas do TPB4, baseada em critérios diagnósticos é bastante heterogênea, mas as suas 
dimensões centrais seriam refletidas por três fatores: 
 Dificuldades de relacionamento interpessoal; 
 Instabilidade afetiva ou emocional; e 
 Impulsividade. 
Obs. a falta de controle de impulso é um componente compartilhado pelos dois 
transtornos de personalidade em questão, o que pode dificultar ainda mais o diagnostico 
diferencial. 
 
 
 
 
 
4 Transtorno de personalidade borderline.

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