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AULA 09: Urgências e emergências em otorrinolaringologia:. Epistaxe – sangramento de origem nasal Vertigem – característico de problemas no labirinto Surdez súbita Paralisia facial Corpo estranho Infecções e abscessos Traumas de face Epistaxe: –Causas locais: traumatismo, IVAS, rinites, sinusite, cocaína (área de kiesselbach - anterior)** (P) (posterior - artéria da esfenopalatino – ocorre mais em idosos [devido a problemas vasculares] e menos frequentes)** --Causas sistêmicas: Hipertensão arterial (HAS mantém o sangramento), doenças ligadas a hemostasia (doenças vasculares, doenças da coagulação, doenças das plaquetas) Atendimento: 1. Compressão digital (dois dedos e nos dois lados com a cabeça reta) 2. Posição sentada (não cabeça inclinada pois o sangue pode ir para o estômago e pode ocasionar náuseas) 3. Diagnóstico geral: hemodinâmico, nutricional e emocional 4. Pesquisa de fatores: locais e sistêmicos 0. Após a primeira abordagem 5.1. Sangramento parou: Identificou o vaso → cauterização → tratamento causas locais e sistêmicas Não identificou → observação → tratamento causas locais e sistêmicas 5.2. Sangramento não parou: Sangue leve → não identificou o vaso → tamponamento Sangue leve → identificou o vaso → cauterização Sangrou muito → tamponamento 0. Após remoção do tamponamento – com fatores sistêmicos sob controle 6.1. Sangramento parou → 5.1 6.2. Sagramento não parou → Sangra leve → 5.2 Ainda sangra muito ou 5.2 2x → tratamento cirúrgico, ligadura vascular (tratamento de última escolha) Fazer encaminhamento 0. Cauterização (tratamento): Elétrica Química → anestesia tópica (neocaina) e ácido tricloroacético, nitr. prata 0. Tamponamento → anterior (gaze com pomada) e posterior (sonda de foley) *** Tamponamento anterior – gaze no nariz Tamponamento posterior – várias técnicas → sonda de foley (inflar com 10 a 15 ml) + gaze dentro do nariz 0. Ligadura vascular: Sistema da carótida interna – anterior Artérias etmoidais Sistema da carótida externa – posterior Artéria esfenopalatina → artéria nasoseptal e artéria nasal lateral posterior Crise de tontura / vertigem: É caracterizada por uma crise súbita de perda do equilíbrio com tontura tipo rotatória (vertigem) Existem várias formas de perda de equilíbrio e tontura e não devemos taxar todas de labirintite O equilíbrio depende do sistema central (SNC) e dos sistemas periféricos (olhos, labirintos [vestíbulo] e propriocepção)**. Qualquer alteração nestes sistemas causa alteração do equilíbrio.** Quadro clínico do problema vestibular periférico: Sensação de rotação – tontura rotatória Zumbido e diminuição da audição Náuseas, vômitos e sudorese Plenitude auricular Nistagmo – o sinal mais típico do quadro labiríntico: pode ser horizontal ou horizonto-rotatório Avaliar todos os nervos cranianos! normalmente não há alteração dos outros pares Alterações harmônicas dos teste de equilíbrio (vai / desvia sempre para o mesmo lado; o lado lesado). Causas de vertigem: Cinetose: alteração na percepção do posicionamento ( ler no carro, movimento rítmico de barcos e aviões) VPPB (Vertigem Posicional Paroxisticas Benigna) causa mais comum, vertigem relacionada aos movimentos da cabeça Hidropsia endolinfática: aumento da pressão da endolinfa na orelha interna Trauma: TCE e barotrauma Cardiovascular: HAS e hipotensão Metabólica: hipoglicemia, hiperglicemia, distúrbios no metabolismo da tireoide Efeito colateral de medicamentos: anabolizantes, inibidores de apetite, antidepressivos Neoplasia: neurinoma do acústico – Schwannoma do VIII par Inflamação: pode ser viral ou bacteriana ⇒ Labirintite (raro)* Tratamento: Repouso, hidratação e dieta fracionada – evitando estimulantes e do SNC. Medicamentos que podem ser utilizados no PS: Dimenidrato (Dramin) → IV, IM ou VO Ondansetrona (Vonau) → IV ou VO Diazepam: IV ou VO Paciente deve ser encaminhado para um otorrino, que irá avaliar a causa e orientar o tratamento. Surdez Súbita: Definida como a perda da audição em minutos, horas ou dias, geralmente unilateral**, de 30 ou mais de dB em 3 ou mais frequências É causada por alguma alteração aguda da cóclea que causa sofrimento das células ciliadas do órgão de corti. Causas: Inflamação do nervo coclear, HAS, neoplasia, problema vascular e trauma acústico Quadro clínico: Perda súbita da audição, zumbido, distorção do som e sem autofonia (eco no ouvido, ouvir a própria voz) Autofonia está presente em problemas de condução, como em congestão nasal, cerume ou água no ouvido e etc… ) Investigação: Otoscopia → afastar causas tratáveis – cerume Diapasão e audiometria → confirmar o lado e o tipo e grau de perda auditiva RM → afastar neoplasias do SNC Tratamento: Corticóides sistêmicos**: prednisona 1 mg/kg/dia, amx 60mg/dia por 7 dias …. … Vasodilatadores .. Antivirais como o aciclovir Paralisia Facial Periférica: Etiologia: Otite média aguda Infecções virais, varicela ou herpes – HSV Tumores Trauma com fratura do osso temporal Idiopática → Paralisia de Bell – causa mais comum de paralisia facial periférica Quadro clínico: Composto por uma alteração completa da mímica facial ipsilateral a lesão Pode cursar com alteração do lacrimejamento, alteração da gustação (nervo corda do tímpano), hipoacusia, vertigem, dor; Quando há associação de paralisia facial periférica com vesículas no pavilhão ou na orelha temos a síndrome de ramsay-Hunt, uma infecção pelo VZV. Tratamento: Cuidados oculares → lágrimas artificiais, oclusão ocular – para não causar lesão da córnea e inclusive cegueira Medicamento → prednisona 1 mg/kg/dia por mínimo 7 dias Aciclovir em casos de associação com herpes vírus Fisioterapia facial A recuperação completa em casos de paralisia de Bell ocorre em algumas semanas Corpo Estranho: Corpo estranho no âmbito otorrinolaringológico significa qualquer elemento, animado ou inanimado, introduzido voluntário ou involuntariamente dentro do ouvido, nariz, boca, faringe ou laringe. Corpo estranho são muito comuns principalmente na faixa etária pediátrica. Etiologia: Adultos: a patogênese está muito mais envolvida com o hábito de colocar objetos para coçar ou limpar o ouvido, nariz e etc. Entretanto nas crianças por não terem dos seus atos e consequências, fazem por brincadeira, curiosidade, chamar a atenção ou para imitar adultos Classificação: Animados (vivos) Inanimados Orgânicos – feijão Inorgânicos CE mais comuns: Comida – grão de feijão, milho, macarrão Brinquedos de plástico Miçangas / pedrinhas Pedaços de papel Insetos Espinha de peixe Diagnóstico: Em pediatria, geralmente o informante é quem dirá quando e o que foi introduzido Levar em considerações os sinais e sintomas Rinorréia unilateral mucosanguinolenta Cacosmia Obstrução nasal Dor de ouvido, sangramento ou vazamento Disfagia Tosse Dispnéia Sibilos Situação emergenciais: Insetos vivos – aplicar éter ou oleo para matar ou imobilizar o inseto Baterias e pilhas Cuidar que todos os corpos estranhos de nariz e orofaringe podem ir para o esofago ou bronquios Evolução para tosse / dispneia / sibilos Tratamento: O sucesso da remoção depende: Da cooperação do paciente Da habilidade do médico Do tipo de corpo estranho Da manipulação prévia – situação que mais leva a procedimentos cirúrgicos Da visibilidade e profundidade Dos equipamentos disponíveis Em alguns casos emergenciais ou em casos que não é possível a colaboração do paciente, é necessária a remoção em centro cirúrgico sob anestesia. Equipamentos: Otoscopio e espéculo cirúrgico Pinça jacaré Tratamento de CE nariz: Remoção por pressão expiratória do paciente Fonte de luz Sonda de Itard Espéculo nasal Pinça jacaré Baioneta Tratamento de CE de orofaringe e laringe: Abaixador de língua Pinça de Hartmann Pinça Jacaré Fibra ótica flexível e rígida Tratamento de CE de esofago / traqueia ** Manobra de Heimlich (Crianças acima de 1 ano) – pressão no diafragma Crianças abaixo de 1 ano – criança de barriga para baixo e dá batidas com a palma da mão na região das escápulas e depois vira a criança Complicações: Manipulação prévia: Demorano tratamento das situações emergenciais Perfuração de septo Sinéquias Epistaxe Perfuração de membrana timpânica Otites Broncoaspiração Encaminhar sempre para especialista ou profissional médico treinado Infecções e abcessos: Afecção de alta morbi/momortalidade Diminuição significativa da incidência após uso de antibióticos e higiene oral Persiste uma incidência em pacientes diabéticos, HIV, Tb e em corticoterapia crônica ou imunossuprimidos. Epiglotite Rinossinusite e abscesso orbitário Mastoidite e abscesso subperiosteal Amigdalite e abscesso periamigdaliano Infecção faringeas e odontogênicas – abcessos dos espaços profundos do pescoço Abscessos periamigdaliano: Comum em adolescentes e adultos jovens Complicação de uma amigdalite aguda QC: exacerbação da tonsilite, trismo, aumento da dor, assimetria tonsilar e desvio contralateral da úvula Tratamento: abscessos já delimitados ⇒ drenagem Infecções específicas dos espaços profundos Espaço Submandibular: Causa 70% → origem dentária Seu espaço sublingual e espaços submandibulares bilaterais envolvidos → angina de Ludwig** QC: dor intensa, disfagia trismo, abaulamento volumoso da região submandibular → dispneia – rápida evolução insuficiência respiratória e óbito). Antibiótico e drenagem cirúrgica Trauma de Face: Politraumatizado Outros orgãos acometidos ABCDE do trauma – ATLS Suporte de vida Objetivo: Obter bom resultado estético funcional Exames complementares: Avaliação oftalmológica Outras especialidades Rx TC RM Aproximadamente 40% das fraturas faciais Estatísticas – agentes causais (análise global 1974 - 2005): Colisões 30,12% Agressões 26,36% Atropelamentos 7,33% Queda de nível 7,05% Futebol 6,77% Quedas de mesmo nível 5,70% Quedas de bicibleta 3,98% Motocicleta 3,92% Tiros 2,04% Acidentes de trabalho 1,67% Assaltos 0,87% Jogos 0,78% Quedas de aeronaves 0,12% Outras causas 3,29% Tratamento – Reparo cirúrgico: Partes moles: limpeza, desbridamento e síntese em até 6 a 8 horas Fraturas: imediato após o trauma ou alguns dias após a regressão do edema Crianças → 5 a 7 dias Adultos → 7 a 10 dias Após 21 dias, já existe consolidação e formação de calo ósseo Conclusão: Epistaxe, obstrução aguda de VAS, e infecções com abscessos são verdadeiras emergências e podem levar a morte Corpos estranhos, trauma facial, surdez súbita e paralisia facial podem deixar sequelas Crise vertiginosa, surdez súbita e paralisia facial podem ser manifestações de patologias graves, portanto devem ser investigadas;
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