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Microbiologia Trabalho

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FACULDADE CGESP
BRUNA MARCELLA
JULIANA FERNANDES
LYLERY THAYS
RAIANE CRISTINE
PRYSCYLLA LACERDA
 MICROBIOLOGIA E PARASITOLOGIA 
 TRYPANOSOMA CRUZI/DOENÇA DE CHARGAS 
Goiânia/GO
2022
SUMÁRIO
1 introdução	3
2 desenvolvimento	3
2.1 epidemologia	3
2.2 morfologia	4
2.3 ciclo de vida	5
2.4 fases da doença	5
1. Fase Aguda	5
2. Fase Crônica	6
2.5 transmissão vertical	7
2.6 diagnóstico	8
1. Diagnóstico Sorológico	10
2. Diagnóstico Parasitológico	10
2.7 tratamento e prevenção	11
3 conclusão	12
4 conSIDERAÇÕES FINAIS	13
REFERÊNCIAS	14
	
1. INTRODUÇÃO
A doença de Chagas (DC) é causada pelo parasita protozoário Trypanosoma cruzi, que causa uma miocardite aguda e, posteriormente, uma miocardite crônica fibrosante, de baixa intensidade e incessante, que produz dano miocárdico progressivo e resulta tardiamente na cardiomiopatia crônica da doença de Chagas (CCDC). O acometimento cardíaco da doença, na fase crônica, envolve relevante morbidade e mortalidade, sendo a principal causa de cardiomiopatia não-isquêmica na América Latina.
2.1 Epidemiologia
O ciclo de transmissão da Doença de Chagas apoia-se no vetor triatomíneo como principal transmissor. Porém, após diversas campanhas nacionais e iniciativas de âmbito multinacional, a transmissão por este meio encontra-se parcialmente controlada. Em 2006, o Brasil recebeu da Organização Mundial de Saúde (OMS) certificado de erradicação da transmissão da doença pelo mais relevante vetor domiciliado, o Triatoma infestans.1,2 Isto, de forma alguma, representa a erradicação da doença – alvo inerentemente inalcançável – a qual continua acontecendo por meio de surtos mediados por outros mecanismos de transmissão como, por exemplo, a via oral. No período de 1975 a 1995, o programa de controle da doença do Cone Sul detectou redução de 89% das transmissões da mesma.3 As taxas de mortalidade secundárias à DC também já foram reduzidas em 75% desde a década de 1990.4
Todavia, a OMS ainda estima em 300.000 o número de novos casos por ano na América Latina e acredita que existam 8 milhões de pessoas infectadas em todo o mundo. A CCDC é considerada um sério problema de saúde pública nas áreas endêmicas da América Latina, representando uma das maiores causas de insuficiência cardíaca e morte súbita. Atualmente, graças à globalização e às correntes migratórias, é também uma doença emergente em países não endêmicos, como Estados Unidos da América, Canadá, Espanha, França, Suíça, Itália, Japão, e outros países da Ásia e da Oceania
2.2 Morfologia do Trypanosoma Cruzi
Como membros do domínio Eukaryota, as espécies de Trypanosoma são caracterizadas pelas características de gênero encontradas nas células eucarióticas típicas.
Por exemplo, como as células eucarióticas normais, uma célula do Trypanosoma cruzi, possui um núcleo ligado à membrana, aparelho de Golgi, Retículo endoplasmático, bem como uma membrana plasmática entre outras organelas importantes. Por outro lado, como membros da ordem Kinetoplastida, o Trypanosoma possui uma série de características 
Também foi demonstrado que as células do trypanosoma possuem um citoesqueleto único, composto principalmente por microtúbulos.
Durante o seu ciclo de vida, o T. cruzi pode apresentar três formas morfológicas: amastigota, epimastigota e tripomastigota.
Amastigota: apresenta forma arredondada. O núcleo e o cinetoplasto não são observados com microscópios ópticos. Não possui flagelos. Presente na fase intracelular, durante a fase crônica da doença.
Epimastigota: apresenta tamanho variável com formato alongado e núcleo semi-central. Representa a forma encontrada no tubo digestivo do barbeiro, o vetor da doença de chagas.
Tripomastigota: apresenta formato alongado e fusiforme em forma de “c” ou “s”. É a forma presente na fase extracelular, que circula no sangue, na fase aguda da doença. É a forma infectante para os vertebrados.
2.3 Ciclo de Vida
O ciclo de vida do T. cruzi inicia quando o barbeiro, ao se alimentar do hospedeiro vertebrado, elimina suas fezes e urina, onde podem estar presentes as formas tripomastigotas.
Os parasitas tripomastigotas penetram na pele e infectam as células do hospedeiro, onde transformam-se para a forma amastigota.
Quando as células estão repletas de parasitos, eles novamente mudam para a forma tripomastigotas. Por estarem com grande quantidade de parasitos, as células se rompem e os protozoários atingem a corrente sanguínea, atingindo outros órgãos.
Nessa fase, se o hospedeiro vertebrado for picado pelo barbeiro, os protozoários serão transmitidos ao inseto. No intestino do barbeiro, mudam sua forma para epimastigotas, onde multiplicam-se e tornam-se novamente tripomastigotas, as formas infectantes aos vertebrados.
2.4 Fases da Doença
· Fase Aguda
Na fase aguda e nas formas crônicas da doença de Chagas o diagnóstico etiológico poderá ser realizado pela detecção do parasito através de métodos parasitológicos (diretos ou indiretos) e pela presença de anticorpos no soro, através de testes sorológicos sendo os mais utilizados a imunofluorescência indireta (IFI), hemaglutinação indireta (HAI) e enzyme-linked immunosorbent assay (ELISA). Testes de maiores complexidades como o teste molecular, utilizando polymerase chain reaction (PCR), apesar de sua limitação pela ausência de protocolos padronizados, tem indicação quando os testes sorológicos apresentarem resultado indeterminado ou para o controle de cura após o tratamento antiparasitários. Nesse caso, a PCR deve ser realizada por laboratórios de competência reconhecida e realizada por especialista da área.
Na fase aguda da doença de Chagas o diagnóstico laboratorial é baseado na observação do parasito presente no sangue dos indivíduos infectados, através de testes s parasitológicos diretos como exame de sangue a fresco, esfregaço e gota espessa (Figura 1). O teste direto a fresco é mais sensível que o esfregaço corado e deve ser o método de escolha para a fase aguda. Caso estes testes sejam negativos, devem ser usados métodos de parasitológicos indiretos. Os testes de concentração (micro-hematócrito ou Strout) apresentam 80 a 90% de positividade e são recomendados no caso de forte suspeita de doença de Chagas aguda e negatividade do teste direto a fresco. Em casos sintomáticos por mais de 30 dias, devem ser os testes de escolha, uma vez que a parasitemia começa a declinar. 
· Fase crônica
A fase crônica é definida em três etapas:
Indeterminada: Embora infectada, a pessoa permanece assintomática por toda a vida.
Cardíaca: com comprometimento do músculo do coração, e é a forma que mais causa morte pela doença.
Digestiva: acomete o intestino grosso (cólon) e, também, o esôfago. Nesses casos, há um aumento das estruturas e perturbação grave da motilidade (megacólon e megaesôfago).
Existe, ainda, uma forma associada, que se comporta com a combinação das duas últimas descritas (cardíaca e digestiva).
Na fase crônica da doença o diagnóstico parasitológico direto torna-se comprometido em virtude da ausência de parasitemia. Os métodos parasitológicos indiretos (xenodiagnóstico – ou hemocultivo) que podem ser utilizados, apresentam baixa sensibilidade (20-50%). Sendo assim, o doença é geralmente diagnosticada por detectar IgG que se liga especificamente ao T. cruzi. Portanto, na fase crônica o diagnóstico é essencialmente sorológico e deve ser realizado utilizando-se dois testes de princípios metodológicos diferentes: um teste de elevada sensibilidade (ELISA com antígeno total ou frações semi-purificadas do parasito ou a IFI) e outro de alta especificidade (ELISA, utilizando antígenos recombinantes específicos do T. cruzi) ou dois testes sorológicos com diferentes preparações antigênicas, ambos os quais devem ser realizados concomitantemente ou dois testes sorológicos envolvendo preparações antigênicas distintas, sendo que ambos devem ser realizados concomitantemente.
2.5 Transmissão vertical
Em casos suspeitos de transmissão congênita, é importante confirmaro diagnóstico sorológico da mãe. Caso a infecção materna seja confirmada, deve se realizar o exame parasitológico no recém-nascido. Se for positivo, a criança deve ser submetida ao tratamento etiológico imediatamente. Os filhos de mães chagásicas com exame parasitológico negativo ou sem exame devem retornar entre seis e nove meses, a fim de realizarem testes sorológicos para pesquisa de anticorpos anti-T. cruzi da classe IgG. Se a sorologia for negativa, descarta-se a transmissão vertical. A Figura 3 apresenta o fluxograma de diagnóstico em casos suspeitos de transmissão vertical. Os casos positivos devem ser tratados, considerando-se a alta taxa de cura nesta fase. Em virtude do elevado número de falso-negativos em transmissão congênita, não se recomenda a pesquisa de anticorpos anti-T. cruzi das classes IgM e IgA.
2.6 Diagnóstico Doença de Chagas
Ferramentas acuradas de diagnóstico para a detecção da infecção pelo Trypanosoma cruzi e identificação de marcadores de resposta parasitológica ao tratamento, são consideradas prioridades na pesquisa e desenvolvimento no contexto da doença de Chagas. O diagnóstico e tratamento oportunos são estratégicos para prevenir a progressão da doença e a ocorrência de limitações funcionais, incapacidade e deficiência. Segundo a versão atualizada do Consenso Brasileiro em Doença de Chagas, o diagnóstico etiológico da doença deve ser realizado em todos os casos suspeitos, tanto na fase aguda quanto na fase crônica. Dependendo do estágio da doença, o diagnóstico da infecção por T. cruzi deve seguir critérios definidos.
No estágio inicial (fase aguda), observa-se um grande número de formas tripomastigotas do parasito circulando na corrente sanguínea e o diagnóstico pode ser obtido através de exame microscópico direto no sangue periférico. Nesta fase também é possível a detecção de anticorpos IgM anti-T. cruzi. O diagnóstico parasitológico na fase aguda (exame direto, xenodiagnóstico e cultura de sangue ou hemocultivo) baseia-se principalmente na identificação do parasito e a sua sensibilidade é dependente do nível de parasitemia. Métodos de concentração (Strout’s, micro hematócrito e creme leucocitário ou buffy coat) são rápidos e de custos reduzidos, sendo recomendados como teste diagnóstico de primeira escolha para os casos sintomáticos de fase aguda com mais de 30 dias de evolução, devido ao declínio da parasitemia com o tempo. O exame microscópico direto do sangue periférico (com ou sem coloração) torna-se importante para verificação e caracterização morfológica do parasito, especialmente em áreas geográficas onde a infecção por Trypanosoma rangeli pode coexistir com T. cruzi; sendo o primeiro não patogênico ao homem. A ausência de diagnóstico e tratamento na fase aguda da doença é a principal causa para a progressão crônica da doença de Chagas.
Na fase crônica, os níveis de parasitemia se encontram abaixo do limite de detecção por microscopia e assim, o diagnóstico se baseia, sobretudo, na detecção de anticorpos IgG específicos anti-T. cruzi por testes sorológicos convencionais, ou através de métodos parasitológicos indiretos de amplificação in vitro da população de parasitos (hemocultivo e xenodiagnóstico) para o isolamento e identificação do T. cruzi. Embora específicos, os métodos parasitológicos para o diagnóstico de fase crônica têm demonstrado baixas sensibilidades, implicando assim na ausência de valor diagnóstico quando o resultado é negativo, segundo o Ministério da Saúde do Brasil (2013). O xenodiagnóstico possui uma sensibilidade limitada, detectando o parasito em apenas 20 – 60% dos pacientes crônicos soropositivos, dependendo da área endêmica em estudo, e consequentemente gerando um número significativo de resultados falso-negativos. A hemocultura não tem sido usada com frequência no diagnóstico, devido também a sua baixa positividade na fase crônica da infecção. Além disso, ambos os ensaios de amplificação biológica podem selecionar subpopulações de parasitos, levando a uma distorção dos resultados de tipagem do agente etiológico e dos dados epidemiológicos gerados. Por outro lado, resultados parasitológicos positivos são de grande utilidade, principalmente para o monitoramento de tratamento específico ou em casos de resultados inconclusivos por sorologia. Segundo Luquetti e Schmuñis (2010) e referendado pelo Ministério da Saúde do Brasil (2013, 2014), o diagnóstico sorológico na fase crônica deve ser realizado com um teste de alta sensibilidade junto a outro de elevada especificidade. Assim, recomenda-se o emprego de dois testes sorológicos com diferentes princípios/métodos e que possuam preparações antigênicas distintas. Embora, em geral, estes testes apresentem taxas de sensibilidade e especificidade maiores que 90%, ainda assim, podem ser observados resultados discordantes entre os testes convencionais e uma limitada especificidade destes frente a infecções com outros tripanosomatídeos que circulam na mesma área geográfica do T. cruzi (Leishmania spp e T. rangeli), o que pode acarretar em antigenicidade cruzada e resultados sorológicos falso-positivos, requerendo posterior confirmação. Testes sorológicos não convencionais – aqueles que empregam antígenos recombinantes, por exemplo – devem ser preferencialmente usados, junto a outro teste convencional. Outro problema ligado ao diagnóstico sorológico refere-se ao perfil clínico de um paciente que pode não estar relacionado com a sua resposta humoral, como por exemplo, durante as primeiras semanas de infecção (quando a reação sorológica ainda não é observada) ou após tratamento específico (quando uma resposta imune pode persistir por anos mesmo se o tratamento foi bem sucedido). Nesta última condição, resultados sorológicos positivos são apenas evidências indiretas da infecção com T. cruzi, considerando que a sua ocorrência independe da presença do parasito e sim, da memória imunológica do paciente.
Diagnóstico sorológico na - fase aguda
Atualmente, existem dificuldades no Brasil para a realização de testes sorológicos em pacientes na fase aguda, devido à falta de kits comerciais registrados aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e à dificuldade de obtenção de controles positivos para IgM.20,39,133 Dessa forma, tradicionalmente tem-se recomendado que sejam implantadas metodologias de imunofluorescência indireta (IFI)145 com pesquisa de IgM em laboratórios de referência, além das técnicas convencionais já utilizadas, como IFI com pesquisa de IgG, hemaglutinação indireta (HAI)146 e ensaio imunoenzimático (ELISA).147
Diagnóstico parasitológico - fase crônica
Os métodos convencionais indiretos para o isolamento e a identificação de T. cruzi (xenodiagnóstico e hemocultura) apresentam baixa sensibilidade, que pode ser aumentada por meio da sua repetição.20,129,133,148,149 Um exame negativo não afasta a possibilidade da infecção, mas um exame positivo tem valor diagnóstico absoluto. A PCR nesta fase, apesar de sua limitação pela ausência de protocolos padronizados, tem indicação quando os testes sorológicos apresentarem resultado indeterminado ou para o controle de cura após o tratamento antiparasitário. Assim, deve ser realizada por laboratórios de competência reconhecida, com execução por especialistas na área.150
2.6 Tratamento e Prevenção
 
O tratamento preconizado pelo Ministério da Saúde é o benzonidazol, que deve ser indicado exclusivamente pelo profissional qualificado logo após a confirmação da patologia. Fornecido gratuitamente pelas Secretarias Estaduais de Saúde, deve ser utilizado em pessoas que tenham a doença aguda assim que ela for identificada. No caso dos portadores da doença crônica, a indicação desse medicamento é para aqueles pacientes assintomáticos e com exames sem alterações (forma indeterminada) ou em formas clínicas iniciais, devendo ser avaliados individualmente. Em casos de intolerância ou que não respondam ao tratamento inicial, especialmente casos agudos e de reativação da DC em imunossuprimidos, o Ministério da Saúde disponibiliza onifurtimox como alternativa de tratamento.
Ao localizar o inseto no domicílio, o morador precisa seguir algumas condutas, dentre elas:
Preservá-lo para que possa ser devidamente identificado;
Acondicionar o inseto em material plástico e tampado para inibir a possível fuga atendendo as especificações de acondicionar separadamente, caso encontre em mais de um cômodo no domicílio;
Proteger as mãos ao manipular o inseto.
A profilaxia da patologia está diretamente voltada para a forma como ocorreu a contaminação. E um dos mecanismos de controle para impedir a multiplicação dentro da residência é utilizar o inseticida aplicado por equipe capacitada nos locais onde os insetos possam utilizar as frestas. Outra forma de prevenção é também a utilização de mosquiteiros.
Em relação à transmissão oral, as principais medidas de prevenção são:
Ação efetiva da vigilância sanitária, com educação continuada, controle de liberação de alvarás e avaliação em todo o processo de produção dos alimentos. Vale ressaltar que esta é uma maneira de contaminação que afeta todas as classes sociais uma vez que, na zona urbana e nas regiões endêmicas, o uso de telas é mais efetivo.
A cocção acima de 45°C, a pasteurização e a liofilização são formas de prevenção da transmissão oral por T. cruzi.
3. CONCLUSÃO
O uso do método de história de vida nos proporcionou um material riquíssimo com o qual é possível trabalhar o contexto da doença em dimensões biopsicosociais. Por meio dessa abordagem associamos uma escuta sensível com a necessidade de os afetados elevarem sua voz e valorizarem sua história de vida, com o potencial de transformar a pessoa em protagonista de sua história e de seu conhecimento. Esse é um instrumento valioso da pesquisa qualitativa, pois permite entender a vida do “lado de dentro”, uma vez que se coloca no ponto de interseção das relações do indivíduo, do que é exterior e o que traz dentro de si. Dadas as circunstâncias das entrevistas, a empatia vai além da escuta. Foi assim estabelecida nessa pesquisa, uma relação de respeito e confiança, para que não exista indução do entrevistado a responder os pressupostos do pesquisador. A partir da abordagem inicial, percebemos também que é essencial que a questão ética esteja entre a relação.
Devemos pensar um futuro sem DC, apostando num presente onde se considera o tema como uma problemática complexa, frente à qual todos têm algo para dizer, escutar, aprender e fazer9. (Re)pensar a problemática da DC como algo visível e presente que precisa ser falado e escutado. Observamos com as histórias um novo perfil, um paciente que procura ser mais ativo do que o paciente ouvido por Rosinha Dias na década de 198013. O paciente de hoje procura uma melhor qualidade de vida e principalmente busca novos conhecimentos. Ele quer aprender sobre sua doença e tem interesse em ser um agente multiplicador do conhecimento. Observamos no caso das pessoas vivendo com a DC, que a visibilidade nasceu e prevaleceu, expondo a própria doença como tema central e dois subtemas gerais: suas percepções e a sua própria vida, no contexto da doença. Vozes que foram surgindo no decorrer da pesquisa.
Uma necessidade identificada, que pode se configurar em recomendação ao Sistema de saúde, é a recepção de informações específicas que combatam a sensação de desconhecimento quando o paciente tem acesso ao diagnóstico. Tais informações precisam envolver aspectos biológicos, psicológicos e sociais sobre como viver com a doença e como ter qualidade de vida. Além disso, há uma lacuna no que se refere aos materiais educativos dirigidos à essas pessoas ou por seus familiares, amigos e até mesmo os profissionais de saúde3,9,13.
Devemos pensar na DC como uma doença de caráter social e principalmente um problema de saúde pública, complexo e com diferentes dimensões: as ações e as atividades devem principalmente visar as pessoas vivendo com DC, fornecendo educação, acesso à informação, e melhoria na sua qualidade de vida. Sem esquecer da pessoa que vive com a doença e como sua história de vida pode contribuir para ações multidisciplinares para o enfrentamento da DC. A partir dessas histórias podemos articular novas estratégias que visem a pessoa, o sujeito que narra sua vida com Chagas, assim tendo em mente que os aspectos da doença vão além dos termos e características biomédicas.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os resultados visualizados em todos os domínios tratados demonstraram qualidade de vida comprometida pelo acometimento da doença, além de estratégias de enfrentamento limitadas, em sua maioria, à dimensão física do paciente, sugerindo a necessidade de fortalecimento do indivíduo nos campos físico, psicológico e social, de maneira que as intervenções perpassem pela preservação ou recuperação da capacidade funcional do indivíduo, pela aceitação e empoderamento deste no confronto diário da doença, pela oferta de serviços de saúde acessíveis e eficazes e pela reinserção do indivíduo no leito familiar e social.
As limitações do estudo partem da inexistência de um conceito universal sobre qualidade de vida, bem como de um instrumento padrão para a avaliação desta, frente ao indivíduo acometido pela doença de Chagas. A busca por estudos que tratassem desta temática demonstrou registros escassos, privilegiando os aspectos que remontam ao domínio físico do indivíduo, em detrimento dos elementos psicológicos e sociais, que também absorvem impacto vertiginoso da situação de adoecimento que o sujeito enfrenta e, portanto, requerem medidas de enfrentamento que atendam às necessidades correspondentes.
Ademais, os danos provocados na qualidade de vida provenientes da condição chagásica são pouco detalhados quanto à estratificação da doença, uma vez que na maioria dos achados os indivíduos são tratados apenas como portadores da doença de Chagas, sem especificidade da forma clínica apresentada, com exceção dos casos de cardiopatia chagásica grave.
Recomenda-se a elaboração de instrumentos específicos para a análise do impacto da doença de Chagas na vivência do sujeito acometido, além da exploração da área em destaque, partindo da premissa de que o conhecimento sobre o viver do indivíduo acometido por doença de Chagas em suas diferentes formas clínicas pode nortear o delineamento de estratégias em saúde mais eficazes, merecendo destaque a necessidade de estudos que promovam espaço para a manifestação da percepção do indivíduo frente ao próprio processo saúde-doença.
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REFERÊNCIAS
https://www.todamateria.com.br/trypanosoma-cruzi/#:~:text=O%20ciclo%20de%20vida%20do,se%20para%20a%20forma%20amastigota
https://www.saude.pr.gov.br/Pagina/Doenca-de-Chagas
https://planetabiologia.com/trypanosoma-cruzi-ciclo-de-vida-morfologia-caracteristicas/
https://www.todamateria.com.br/trypanosoma-cruzi/#:~:text=Durante%20o%20seu%20ciclo%20de,s%C3%A3o%20observados%20com%20microsc%C3%B3pios%20%C3%B3pticos
https://www.scielo.br/j/rsbmt/a/KDWQ4Vhbb6ppyXGm4bDjFvQ/?lang=pt
https://www.scielo.br/j/csp/a/d8t7NQC65QYLSpBncf5nV7p/?lang=pt
https://www.scielo.br/j/ress/a/JrVJ3sYXSCYbvZdh8cH4Dqy/?lang=pt
https://scielosp.org/article/csc/2022.v27n5/1939-1949/

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