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Revisão – introdução ao processo de solução de conflitos Autotutela = cada um por si e as próprias partes resolvem o problema com base na força bruta ou na intimidação Houve um tempo em que não existia processo. Naquela época, o sistema que vigorava era o da autotutela Era uma forma bastante propensa a injustiças, porque o mais forte começava a explorar os mais fracos Atualmente como regra é vedado essa forma no nosso ordenamento jurídico ↠ “crime de exercício arbitrário das próprias razoes” Exclusão de ilicitude, ou seja, não se configura crime quando: Houver estado de necessidade, seria a situação em que o direito do individuo ou de um terceiro está em situação de perigo atual e inevitável. Pode ser caracterizado pela colisão de bens jurídicos de distinto valor, devendo um deles ser sacrificado em prol da preservação daquele que é reputado como mais valioso Ex: destruir um local em chamas para salvar uma vida. Porem deve destruir somente o necessário A legitima defesa, como um meio defensivo necessário contra agressão injusta atual ou iminente contra direito do individuo ou de terceiros, usando também de meios proporcionar Legitima defesa da posse, faz parte do rol taxativo da exclusão de ilicitude, visto que é assegurado que a pessoa pode usar de meios não excessivos para proteger sua posse. Além do mais, deve haver um imediatismo nas atitudes, sendo proibidos que o possuidor do direito fira direitos de pessoas que ele acredita que um dia poderá turbar sua posse 1º bimestre Excepcionalidade da ilicitude da autotutela Substitui a atuação do Estado, que através dos seus agentes, não pode garantir o poder protetor a todas as pessoas ao mesmo tempo A autotutela é uma forma válida de solução de conflitos, na medida em que a lei assegura sua utilização, ainda que em casos excepcionais Visto que todo ato de autotutela é emergencial e visa salvaguardar um direito que pode perecer a causar grave dano de difícil reparação CONCILIAÇÃO é o método pelo qual um conciliador ajuda as partes a entrarem numa solução satisfatória para ambos. Pode se judicial ou extrajudicial. O conciliador atua preferencialmente em ações nas quais não haja vínculo entre as partes, tem o papel de auxiliar a solução da lide, pode atuar de forma ativa, sugerindo alternativas de solução MASCs = Métodos Adequados de Solução de Conflitos Os MASCs são formas pelas quais se busca resolver um determinado conflito fora do meio judicial. São a mediação, a conciliação e a arbitragem. são uma alternativa para o atual sufocado Judiciário. Contando com uma maior celeridade os métodos alternativos para solução de conflitos geram uma maior economia de tempo, dinheiro e stress, resultando em maior satisfação das partes envolvidas Essas alternativas para solução de conflitos possuem em comum a característica de haver a participação de um terceiro, que é imparcial quanto a lide em questão, devendo conduzir à solução viável e satisfatória para as partes envolvidas Os métodos alternativos de solução de conflito são chamados de “alternativos” porque não excluem a atuação do Poder Judiciário, representando apenas uma alternativa a mais para o cidadão. Importa esclarecer que são consensuais porque a solução do conflito não é imposta; é fruto da vontade das partes Autocomposição = é o entendimento através do diálogo, de forma pacifica, para que as próprias partes cheguem a um acordo, sem que exista um juiz dizendo o que elas devem ou não fazer Judicial – quando elas são estimuladas a fazer um acordo após o ajuizamento da ação Extraprocessual – sem haver processo MEDIAÇÃO é a condução por meio de um mediador para se alcançar uma solução viável e satisfatória para um determinado conflito. Pode ser judicial ou extrajudicial. O mediador atua nas ações nas quais as partes possuem vínculos, com o objetivo de restabelecer o diálogo, tem o dever de conduzir, de forma passiva, sem sugerir solução, buscando a aproximação das partes, para que se possível elas mesmas proponham soluções CEJUSC = Centros Judiciários de Solução de Conflitos e Cidadania A Resolução nº 125/2010, com alteração da Emenda nº 01/2013, ambas do Conselho Nacional de Justiça, implementou a criação dos Centros Judiciários de Solução de Conflitos e Cidadania (CEJUSC). Os CEJUSCs tratam de reclamações pré-processuais e de processos judiciais; cabendo a mediação e a conciliação, visando a solução de conflitos de forma simplificada e célere Observa-se que os Centros Judiciários de Solução de Conflitos e Cidadania (CEJUSC) têm como escopo principal a resolução de conflitos de forma harmoniosa para as partes Na reclamação pré-processual o interessado comparece pessoalmente em uma unidade do CEJUSC, solicita o agendamento de audiência para tentativa de acordo, expede-se o termo de ajuizamento, agenda-se a audiência de conciliação, expede-se a carta convite¹ para cientificar a outra parte. Na sessão agendada, se uma das partes não comparece, a reclamação é arquivada. Se ambas as partes comparecem, realiza- se a audiência. Se não houver acordo, a reclamação é arquivada. Se as partes firmarem acordo, é proferida a sentença homologatória (se for o caso, dá-se vista ao Ministério Público). Ainda no caso da reclamação pré-processual, a sentença homologatória faz coisa julgada e, se não cumprida, terá eficácia de título executivo judicial. Já na seara judicial, os processos são enviados aos CEJUSCs, na tentativa da solução do conflito. Agenda-se uma data de sessão, intima-se as partes e realiza-se a audiência. Caso não haja acordo, o processo permanece no mesmo estado anterior. Havendo acordo, é proferida sentença homologatória Em ambos os procedimentos, ou seja, tanto nos casos de reclamações pré-processuais, como nos processos judiciais, as sessões são realizadas por mediadores, os quais devem se utilizar de técnicas adequadas, não se afastando dos princípios norteadores dos métodos mediativos, dispostos no Código de Ética da Resolução nº 125/2010 outros há casos que não se pode tratar no CEJUSC, como: crimes contra a vida, situações previstas na Lei Maria da Penha, recuperação judicial, falência, invalidade de matrimônio, adoção, poder familiar, interdição e outros Princípios que regem a conciliação e a mediação ● CPC – art. 166 e ss ● Lei de Mediação ● Resolução 125, CNJ 1) Independência do mediador e conciliador - Este princípio está relacionado a atuação do conciliador e mediador. Os referidos auxiliares de justiça não podem sofrer pressões externas e nem intimidação, sejam das partes, do juiz, do advogado ou de qualquer outro sujeito ou interessado do processo 2) Imparcialidade do mediador e conciliador - Este princípio é tão sério a ponto de a parte poder arguir (acusar) a suspeição ou impedimento do mediador ou do conciliador. No impedimento há presunção absoluta (juris et de jure) de parcialidade do juiz em determinado processo por ele analisado, enquanto na suspeição há apenas presunção relativa (juris tantum) 3) Autonomia da Vontade - A conciliação ou mediação é aplicada para que as partes chegarem a um acordo. A celebração do acordo deve respeitar a autonomia da vontade. Sendo este, no meu ver, o princípio diretor mais importante da conciliação e mediação. Inclusive quanto as regras procedimentais da mediação e conciliação 4) Confidencialidade - O mediador e o conciliador não podem expor o que eles presenciaram na audiência. Tudo que tiveram conhecimento na condição de mediador e conciliador deve ficar em sigilo. Podendo, inclusive, escusarem-se de se depor como testemunhas O ideal é que o mediador ou conciliador se reconheceras hipóteses de suspeição ou de impedimento se autodeclare suspeita ART. 144, CPC – Suspeição e impedimento Que regras procedimentais são essas? As partes podem criar o procedimento de mediação e conciliação próprio. De como devem fazer, como se comportar, qual o período da mediação, etc. São excludentes da confidencialidade Somente quando as partes autorizarem a divulgação ou então, viole a ordem publica 5) Oralidade - O objetivo é que a audiência seja sempre oral 6) Informalidade - Corolário (resultado) do anterior, este princípio objetiva que as audiências que sejam informais. Sem linguagem rebuscadas e informalíssimo nos trajes, etc. 7) Decisão Informada - O procedimento de conciliação e mediação deve produzir uma decisão final (acordo) com as informações pelas partes apresentadas e acordadas – forma clara - tanto os termos do acordo como as suas consequências 8) Competência – qualificação, adquirida através da capacitação 9) Respeito à ordem publica e às leis vigentes 10) Empoderamento – é incentivar a capacidade das partes 11) Validação – ouvir e entender (não precisa concordar e nem fazer acordo, mas é acreditar que é possível obter um resultado efetivo) heterocomposiçao – temos uma solução que é dada por um terceiro que seja imparcial Depois de declarada a sentença arbitral, a participação do arbítrio se encerra, não sendo possível recurso e nem rediscussão Quando não cumpre o título executivo judicial (sentença arbitral) de forma voluntaria, é encaminhado para ser executado perante o poder judiciário – o Estado-Juiz vai até a satisfação da obrigação, ou sejam determina que a parte obrigatória cumpra a sua obrigação em um prazo determinado sob pena de sanção ARBITRAGEM é uma solução privada, ou seja, não é através do Estado, onde as partes escolhem um arbítrio para solucionar conflitos. A solução de conflitos é entregue a terceira pessoa desinteressada do objeto de disputa. Usada principalmente quando estamos diante de um impasse, onde não há uma concordância das partes Só é possível para as causas envolvendo direitos patrimoniais disponíveis (interesses privados, entre pessoas maiores e capazes) JURISDIÇÃO significa “dizer o direito”, é a forma de solução dos conflitos através do Estado. Pode-se conceituar como sendo instrumento por meio do qual os órgãos jurisdicionais atuam para pacificar as pessoas conflitantes, eliminando os conflitos e fazendo cumprir o preceito jurídico pertinente a cada causa que lhes é apresentado em busca de solução Contenciosa: quando há uma lide, ou seja, um conflito de interesses. Nós dizemos que existe uma atividade substitutiva, pois o Estado substitui a vontade das partes Na pratica, o juiz diz quem tem razão dentro daquele processo Voluntaria: quando não há conflito. O Estado participa da relação jurídica, ou seja, uma atividade integrativa, condicionando a produção dos efeitos à sua participação. Integraliza um acordo de vontades Ex: um casal que é casado e decide alterar o regime de bens – ambos querem alterar, é algo totalmente consensual. Assim o juiz homologa aquilo que os interessados querem Acesso à justiça A convivência em sociedade faz com que inúmeros conflitos venham a surgir no cotidiano, trazendo a necessidade de um efetivo resultado mediante a um processo legal eficiente Os cidadãos de menores recursos tendem a conhecer pior os seus direitos e, portanto, tem mais dificuldades em reconhecer um problema que os afeta como sendo um problema jurídico Essa problemática tem como base o cunho econômico, tal hipossuficiência revela um caráter fechado que muitas vezes só os ricos tem acesso, deixando a massa sujeita a injustiças, visto que por razoes diversas não tem condições de ingressar com uma ação judicial ou ao menos buscar informações básicas com os aplicadores do direito Além do mais, com a variedade de ações que são ingressadas diariamente no judiciário, é produzido uma aglomeração de processos pendentes. Essa situação chega a um nível em que ocorre a prescrição do crime antes mesmo da conclusão do processo Com as problemáticas expostas, fica evidente os impedimentos que precisam ser solvidos, fazendo-se urgente a necessidade de disponibilizar e expandir os efetivos mecanismos que possam acarretar um sistema judiciário aberto para todos de maneira equilibrada e imparcial, utilizando-se da linguagem de fácil compreensão, para que todos os indivíduos fiquem cientes do processo legal e das diversas formas que eles podem agir para alcançar seus direitos, em um menor tempo e com uma maior qualidade O acesso à justiça deve ser tratado como um direito fundamental, logo se faz imprescindível ser efetivamente protegido e garantido pelo Estado de forma igualitária a todos os indivíduos, seguindo o princípio da isonomia (todos são iguais perante a Lei) Apenas uma minoritária parcela é detentora do conhecimento das leis, enquanto esse conhecimento deveria ser objeto de entendimento geral - Fazendo a mesma acreditar que a justiça é um privilégio apenas das classes mais favorecidas Ficamos diante de uma disparidade, onde as pessoas deixam de lutar pelos seus direitos lesados (quando tomam conhecimento dos mesmos), com receio de ter alguma retaliação por parte dos indivíduos que frequentemente estão em juízo (litigante habitual) Ato atentatório à dignidade da justiça - Considera-se ato atentatório à dignidade da jurisdição todo e qualquer comportamento, comissivo ou omissivo, que possa atrapalhar, retardar, tentar fraudar ou fraudar, reduzir a respeitabilidade e a importância social do sistema judiciário as condutas caracterizadas como ato atentatório são sancionadas por multa revertidas em favor do Estado, por ser o Poder Judiciário o diretamente prejudicado Isto pois não se prejudica diretamente a parte contrária, mas antes o Estado (Poder Judiciário), posto que a prática do ato atentatório impede que o judiciário realize a sua devida atuação e aplique o direito ao processo Litigância de má-fé - a litigância de má-fé consiste na qualificação jurídica da conduta, legalmente sancionada, daquele que atua em juízo convencido de não ter razão, com ânimo de prejudicar o adversário ou terceiro, ou criar obstáculos ao exercício do seu direito Ademais, a sanção processual que objetiva o combate à litigância de má-fé tem caráter reparatório, sendo revertida em favor da parte contrária Crime comissivo é aquele que exige uma atividade concreta do agente, ou seja, exige do agente uma ação, assim o agente faz o que a norma proíbe Crime omissivo é aquele que exige do agente uma omissão, ou seja, deixar de fazer a ação que deveria, assim o agente se omite deixando de agir quando deveria Justiça gratuita - A assistência jurídica integral e gratuita é um direito de todo cidadão brasileiro em situação de vulnerabilidade econômica Tratado no inciso LXXIV do artigo 5º da Constituição Federal, ele define que mesmo àquele que não tenha condições financeiras de pagar pelos serviços de um advogado seja garantido o direito ao acesso à justiça. Dessa forma, cabe ao Estado custear as despesas necessárias para que esse direito não seja violado Pode ser que a insuficiência econômica seja momentânea, e neste caso, é preciso demonstrar que a situação é bem diferente da Declaração do Imposto de Renda da Pessoa Física, documento que muito se costuma ser requerido, para demonstrar que a realidade passada é diferente da vivenciada no momento No parágrafo primeiro do art. 98 do CPC há a especificação das nove hipóteses que a legislação processual definiu que compreende a gratuidadeda justiça. Ou seja, nem tudo é gratuito. Havendo custos que não estão identificados nas hipóteses do parágrafo primeiro do art. 98 do CPC, será necessário que haja o pagamento pela parte ainda que seja beneficiária da justiça gratuita Conforme o art. 98 do Novo CPC, tem direito à gratuidade da justiça a pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com insuficiência de recursos para pagar as custas, as despesas processuais e os honorários advocatícios O pedido de gratuidade de justiça ou assistência judiciária gratuita pode ser feito a qualquer momento durante o trâmite processual o Código de Processo Civil determina que “presume-se verdadeira a alegação de insuficiência”. Ou seja, a princípio, basta uma declaração para que haja a concessão do benefício é possível que a concessão do benefício da gratuidade de justiça não seja integral. Pode ocorrer para alguns atos do processo ter uma redução parcial, o parcelamento no pagamento ou mesmo ser recolhido ao final do feito, desde que o pagamento integral das custas ocorra até a sentença O fato de ser beneficiário da justiça gratuita não o exime do pagamento de despesas processuais e honorários advocatícios decorrentes da sucumbência (que é quando o beneficiário “perde”, pois algum dos seus pedidos não é concedido de maneira como requerida). o dever deste pagamento fica suspenso enquanto existir a condição de insuficiência de recursos que justifique a concessão da gratuidade A parte contrária tem a oportunidade de comprovar ao juízo que o beneficiário da justiça gratuita possui condições financeiras de arcar com as despesas processuais, razão pela qual deve ser revogado o benefício. Se o juízo revogar a concessão sendo o beneficiário o requerente, é imposto o dever de efetuar o pagamento das custas processuais devidas para que seja possível dar continuidade do processo Se restar demonstrada a má-fé do requerente quando realizou o pedido, haverá ainda imposição de multa processual
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