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Esquistossomose: Ciclo de Transmissão e Patogenia

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Esquistossomose 
 
 Filo Plattyhelminthes 
 Classe trematoda 
 Shistosomatidae 
 Schistosoma mansoni 
 Hospedeiro definitivo – 
homem 
 Hospedeiros 
intermediários – moluscos 
de água doce 
A Esquistossomose é uma doença 
que afeta veias intestinais. A 
veia mesentérica inferior é o 
habitat do Schistosoma 
mansoni. 
O Schistosoma mansoni é um 
helminto trematoda que é o 
agente etiológico da 
esquistossomose. Ele não está 
no intestino, e sim na veia 
mesentérica inferior. O 
Schistosoma mansoni faz parte 
do Filo Plattyhelminthes e da 
Classe trematoda. 
Essa Classe trematoda a 
maioria é hemafrodica sendo o 
Schistosoma mansoni uma 
exceção à regra. Existe o macho 
e a femea que realizam a copula 
entretanto o macho tem um 
canal, a femea fica dentro dele 
e é banhada pelos 
espermatozoides do macho. O 
macho e femea migram contra a 
corrente sanguínea. 
 
O hospedeiro intermediário é o 
caramujo pequeno, em torno de 
1 cm, de água doce e parada. A 
pessoa precisa ficar um tempo 
nessa água. 
O gênero desse caramujo é 
Biomphalaria. 
A esquistossomose, correm em 
torno de 80% no continente 
Africano e em segundo lugar no 
continente Americano e 
maioritariamente no Brasil. 
Minas Gerais, Bahia e Sergipe 
são algumas das áreas 
endêmicas no Brasil e 
extremamente preocupantes. No 
Rio de Janeiro há focos da 
doença. 
Se tem uma doença vetorial, o 
importante é saber onde está o 
vetor e como o vetor fica 
contaminado. 
O macho e a femea na parte 
anterior uma ventosa oral e 
mais embaixo uma ventosa 
ventral. O que faz permanecer 
na veia mesentérica contra o 
fluxo sanguíneo são as ventosa 
que se fixam no endotélio. O 
ovo possui espiculo lateral e 
leva uma semana para 
amadurecer dentro do corpo (se 
o ovo for expulso pelas fezes 
sem estar maduro, ele não está 
viável). 
O miracídio possui cílios para 
que possa nadar e é a forma que 
entra no caramujo. Encontrado 
apenas no hospedeiro 
intermediário. 
A cercaria é a forma infectante 
para o homem, a forma que sai 
“pronta” do caramujo para 
poder infectar. A cercaria não 
é adulta, é uma forma 
intermediária encontrada 
apenas no hospedeiro 
intermediário. Possui uma 
calda bifurcada. A forma macha 
e femea são os adultos e 
permanecem no hospedeiro 
definitivo. 
Granuloma: processo 
inflamatório causado pela 
presença do ovo no tecido 
hepático, sistema nervoso 
central, cérebro e medula 
(nesse caso a pessoa pode ter 
uma paraplegia reversível). 
O ovo é a principal patogenia 
por causar o granuloma 
periovular hepático. 
 
 Filo Molluca 
 Classe Gastrópoda 
 Planobirdae 
 Biomphalaria glabrata 
 Biomphalaria tenagophila 
 Biomphalária straminea 
 
A Biomphalaria glabrata é a 
espécie de caramujo mais 
encontrada no Brasil. Sendo 
também a espécie que mais 
elimina cercaria (até 4500 por 
dia). 
Biomphalaria = gênero 
Biomphalaria glabrata = 
espécie (é o que precisa 
colocar na prova!!). é a 
espécie de caramujo de agua 
doce e parada. 
Nem todo caramujo está 
contaminado. O risco vai ser se 
as formas evolutivas do 
Schistosoma mansoni estiverem 
no caramujo. Isso irá 
acontecer se naquela água 
tiver a presença de fezes com 
os ovos. 
A primeira forma evolutiva do 
Schistosoma mansoni tem que 
ser o ovo dentro das fezes na 
água para evoluir (se for na 
terra esses ovos não 
sobrevivem). Dentro do ovo há 
o miracideo ciliado e em 
contato com a água e o sol, 
dando origem ao miracideo que 
tem objetivo de nadar e entrar 
no caramujo (só evolui se 
entrar no caramujo de gênero 
Biomphalaria). O miracideo é 
uma forma evolutiva 
intermediária do Schistosoma 
mansoni que sai dos ovos ao 
eclodirem em contato com a luz 
dentro da água. Dentro do 
caramujo, vai ocorrer a 
evolução até sair a cercaria 
(há o miracideo, que evolui 
para esporocisto I, II e III. 
O esporocisto III é a froma que 
evolui para cercaria). A 
cercaria também vai ser 
eliminada na água e devido a 
exposição ao sol. Em 48h a 
cercaria pode ficar na água, 
porem as 8h primeiras são as 
mais importantes porque ela 
consegue infectar melhor a 
pessoa. 
Obs.: a carga parasitária é o 
que conta para determinar se a 
pessoa é sintomática ou 
assintomática. Pessoas 
assintomáticas podem se 
reinfectar e apresentar 
sintomas. A própria doença 
esquistossomose estimula a 
imunodepressão (facilitando 
haver sintoma). 
Na pessoa, ao ficar nessa água 
parada que está com 
biomphalaria contaminada. As 
cercarias na água vão penetrar 
na pele da pessoa (30 minutos 
na água é o suficiente para que 
ocorra a penetração) 
Mecanismo de transmissão da 
esquistossomose = transmissão 
ativa por penetração da forma 
evolutiva cercaria. 
A penetração pode ser o 
primeiro sintoma por ocorrer a 
dermatite cercariana 
(inflamação na pele por 
inflação). 
O Ciclo todo no homem dura de 
40 a 50 dias. Ou seja, de 
cercaria a pessoa eliminar 
ovos (período pré-patente). 
A cercaria deixa a cauda no 
tegumento ao penetrar o homem. 
Ao fazer isso passa a ser 
chamada de esquistossomulo 
(ciclo no hospedeiro 
definitivo). 
Esquistossomulo = forma 
evolutiva do Schistosoma 
mansoni na corrente sanguínea. 
O esquistossomulo possui um 
mecanismo de evasão que 
consegue forjar proteínas do 
homem no seu corpo então o 
sistema imune não o reconhece 
como corpo estranho. 
Resumindo = o esquistossomulo 
na corrente sanguínea precisa 
chegar no fígado. No Fígado 
evolui para adulto macho e 
femea. Esses adultos macho e 
femea precisam chegar na veia 
mesentérica inferior, se 
estabelecer em uma das vênulas 
do sigmoide. Os adultos macho 
e femea nadam contra a corrente 
na veia mesentérica inferior e 
eles se fixam devido as 
ventosas que possuem. 
Nessa vênula a femea vai 
liberar ovos (em torno de 400 
ovos por dia). A pressão desses 
ovos leva a um processo 
inflamatório nessa vênula. 
Então, alguns ovos passam para 
o intestino e demora 
exatamente 1 semana para que o 
miracideo amadureça dentro do 
ovo e atravessem a submucosa. 
Em torno de 50% dos ovos 
atravessam para o intestino e 
os outros 50% vai ser dividido 
a maior parte para o fígado e 
uma parte para outros lugares 
como a medula ou sistema 
nervoso central. 
O fígado tem uma capacidade de 
regeneração alta, mas se tiver 
uma carga parasitária muito 
alta haverá granuloma 
periovular hepático que gera o 
processo inflamatório. Quanto 
maior o número de fibrose, 
maior a severidade. Dessa 
forma, o sangue seguirá um novo 
fluxo. A hipertensão que 
ocorre na esquistossomose é 
pré sinusoidal. O sangue pega 
as veias gástricas para chegar 
na veia cava e continuar o 
ciclo. Pode ocasionar ascite. 
 
A esquistossomose na a 
primeira coisa que o paciente 
pode chegar com dermatite 
cercariana na fase aguda. Na 
fase aguda também pode haver a 
esquistossomose medular ou 
cerebral. A inflamação da 
medula causa uma paraplegia 
temporária até a pessoa se 
medicar. 
Fase crônica: 
 Intestinal (associada a 
postura de ovos) 
- sintomas vagos, desconforto 
(dores) abdominal, 
diarreia/constipação. Pode 
haver diarreia com sangue 
 
 Hepato-intestinal (ovos 
que retornaram ao fígado) 
- lesões hepáticas mais 
intensas que na forma 
intestinal, aumento do fígado. 
 
 Hepato-esplenica (formas 
graves) 
- lesões no fígado e baço. 
Bordos dos órgãos palpáveis. 
Hipertensão porta com varizes 
esofagianas, hemorragias. 
O que deu origem a hepato-
intestinal = formação de 
granuloma periocular hepático. 
 
 
Diagnostico: 
 Clinico: 
- órgãos palpáveis 
- moradores em áreas endêmicas 
 
 Laboratorial: 
coproparasitologico 
Kato-katz 
Lutz e Hoffman (sedimentação 
espontânea) 
Exames sorológicos ELISA, 
RIFI, PCR (molecular) 
 
Fatores epidemiológicos 
 Existência de portadores 
que mesmo quando 
afastadosdos focos de 
transmissão, são capazes 
de continuar escretando 
ovos por mais de 20 anos 
 Longevidade das formas 
evolutivas adultas 
 Caráter crônico e 
insidioso da doença, que 
faz com que 
frequentemente os 
pacientes não busquem 
tratamento 
 Ampla distribuição dos 
hospedeiros 
intermediários 
 Facilidade de contrair a 
infecção 
 Precariedade do 
saneamento nas áreas 
rurais e na periferia das 
cidades, possibilitando a 
contaminação das coleções 
hídricas, amplamente 
utilizadas pela população 
mais pobres.

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