Buscar

Tutoria de Pediatria, SP 1.2 récem-Nascido e suas alterações

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 20 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 20 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 20 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Gabrielle Nogueira – med 3° semestre UniFG 
 
Tutoria 
 
Tutoria 
Objetivos: 
1. Caracterizar o recém nascido a termo 
quanto ao peso, comprimento e idade 
gestacional (PIG, GIG, AIG, etc) e suas 
principais causas? 
 
2. Como definir o APGAR, descrever seus 
critérios e interpretá-los 
 
 
3. Compreender as alterações fisiológicas-
adaptativas dos sistemas cardiovascular e 
respiratório que ocorrem no período 
neonatal em recém-nascido a termo. 
 
4. Reconhecer os princípios da perda de 
peso fisiológica no período neonatal em 
recém-nascido a termo e prematuro. 
 
 
5. Descrever os mecanismos de termo 
regulação no recém-nascido, as 
estratégias para garantir a manutenção 
da temperatura corporal. 
 
6. Reconhecer as causas da icterícia própria 
do RN, exames diagnósticos e tratamento. 
 
 
7. Identificar a importância da realização de 
triagem neonatal. 
 
8. Reconhecer a importância do 
estabelecimento do vínculo mãe-filho e 
identificar os programas governamentais 
de atenção à saúde perinatal e de 
incentivo ao vínculo mãe-criança-família. 
 
 
 
 
 
 
 
 
9. Reconhecer a importância da família, 
rede de apoio pessoal (pai da criança, 
amigos, familiares) da sociedade no 
processo anterior e posterior ao parto, 
inclusive na divisão do trabalho doméstico 
e cuidado com o concepto (Pesquisa 
nacional por amostra de domicílios 
contínua – PNAD) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Gabrielle Nogueira – med 3° semestre UniFG 
 
Objetivo 1: Caracterizar o recém-nascido a 
termo quanto ao peso, comprimento e idade 
gestacional (PIG, GIG, AIG, etc) e suas principais 
causas. 
CLASSIFICAÇÃO DO RECÉM-NASCIDO 
 Para estimarmos com maior precisão o 
risco do RN apresentar determinadas patologias 
ou morrer, torna-se necessária a análise de duas 
grandes variáveis em conjunto, que são a idade 
gestacional e o peso. 
AVALIAÇÃO DA IDADE GESTACIONAL 
A idade gestacional é o tempo transcorrido 
desde a concepção até o momento do 
nascimento, que pode ser determinada de forma 
indireta pela data da última menstruação (DUM), 
sendo impossível de ser determinada por 
métodos clínicos. 
A confiabilidade na determinação da idade 
gestacional pela DUM depende principalmente 
da capacidade da mãe recordar as datas das 
últimas menstruações e da regularidade dos 
ciclos dessas mulheres. 
Quando a mulher não sabe a DUM, ou tem 
dúvidas sobre a data certa, podemos calcular 
essa idade gestacional de outras duas formas: 
- Durante a gestação: medição do fundo de útero, 
medição do tamanho do feto pela ecografia no 
caso de abaixo de 20 semanas; 
- Ao nascer: exame clínico-neurológico do RN: 
para os recém-nascido com idade gestacional 
maior que 28 semanas, o método de Capurro tem 
sido amplamente empregado, podendo ser 
realizado logo ao nascer (método somático). 
Para os RN saudáveis e com mais de 6 horas de 
vida, é feito o somático e neurológico, ambas 
formas têm apresentado alta correlação com 
DUM, sendo menor para os RN pequenos para a 
idade. Nestes RN tem sido observada uma 
subestimação da idade gestacional a partir da 
35a semana. 
Idade Gestacional: 
a) Somático: Somatório dos pontos em A, B, C, D 
, E + 204 /7 
b) Somático-neurológico: Somatória dos pontos 
em B, C, D , E , F e G + 200 / 7 
 
Observação! 
Para os RN com peso de nascimento abaixo de 
1500 g, utiliza-se o método New Ballard. 
Correlacionaram com a D.U.M. 3 métodos clínicos 
na determinação da idade gestacional dos RN de 
baixo peso (critérios físicos, neurológicos. 
Ele é feito até as 96 horas de vida através da 
análise de seis parâmetros neurológicos e físicos. 
 
Qualquer dos métodos usados para obter a 
idade gestacional permite classificar os R.N. em: 
- Pré-termos: idade gestacional inferior a 37 
semanas 
- A termo: idade gestacional entre 37 e 41 
semanas e 6 dias 
- Pós-termo: idade gestacional igual ou maior que 42 
semanas 
Quando associamos o peso à idade gestacional, 
o R.N. é classificado segundo o seu crescimento 
intra-uterino em: 
- RN Grande para a Idade Gestacional (GIG): 
Peso acima do percentil 90 
- RN Adequado para a Id. Gestacional (AIG): 
Peso entre o percentil 10 e 90 
- RN Pequeno para a Idade Gestacional (PIG): 
Peso abaixo do percentil 10 
O crescimento sofre influência de condições 
patológicas, como é o caso de hipertensão 
arterial, que gera uma vasoconstrição ds vasos 
uterinos e com isso uma baixa no fluxo de 
nutrientes e O2 para o feto. 
Outros fatores: toxoplasmose congênita e 
rubéola, nutrição materna, que desempenha um 
papel fundamental para o crescimento normal 
do RN. 
 
 
 
 
 
 
 
 Gabrielle Nogueira – med 3° semestre UniFG 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Método de Capurro 
 Gabrielle Nogueira – med 3° semestre UniFG 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Método New Ballard 
(NBS) 
 Gabrielle Nogueira – med 3° semestre UniFG 
 
Objetivo 2: Como definir o APGAR, descrever 
seus critérios e interpretá-los? 
No Brasil, tem-se observado uma grande redução 
da mortalidade infantil nas últimas décadas 
devido principalmente a adoção de estratégias 
que contempla a população desde a avaliação 
pré-concepcional, o pré-natal, a assistência ao 
parto e o puerpério, fazendo o 
acompanhamento da criança até os dois anos. É 
por meio desse acompanhamento que se 
consegue prevenir mortes decorrentes de causas 
evitáveis com ações dos serviços de saúde na 
atenção ao pré-natal, ao parto e recém-nascido. 
Mundialmente, os recém-nascido são avaliados 
segundo o índice de Apgar, método introduzido 
em 1953 pela anestesista Virginia Apgar, que tem 
objetivo de avaliar as condições fisiológicas e de 
resposta do neonato. 
O Apgar considera: frequência cardíaca, 
 esforço respiratório 
 tônus muscular 
 coloração da pele 
 irritabilidade reflexa. (reflexo 
a aspiração das narinas com seringa de tubo) 
 
Cada parâmetro tem alternativas de resposta 
com pontuações que variam de 0 a 2, e o 
somatório das respostas será um valor entre 0 e 
10. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
É recomendado que a avaliação seja feita no 
primeiro e no quinto minutos de vida. Isso ocorre 
devido ao fato de que pode acontecer 
pontuação inferior que 7 em algumas situações, 
como: após gravidez de risco, cesárea, 
complicação de parto e antes das 37 semanas 
Para bebês com somatório menor que 7 no 
quinto minuto, o Ministério da Saúde recomenda 
reavaliações a cada cinco minutos, até os 20 
minutos de vida. 
Quanto maior o valor do Apgar, melhores são as 
condições fisiológicas do recém-nascido. 
- Esse índice entre 8 e 10 é encontrado em 90 % 
dos neonatos com um minuto de vida e é a faixa 
considerada adequada pelos pesquisadores em 
neonatologia. 
- Pontuação entre 0 e 3 é considerada como 
sinal de anóxia grave (ou seja, privação de 
oxigênio grave) e entre 4 e 7 como anóxia 
moderada.Historicamente, o índice de 
Apgar é considerado um 
marco na neonatologia e 
cabe ressaltar que, até hoje, 
não foi criado outro método 
sistemático para a avaliação 
da vitalidade do neonato. 
 Gabrielle Nogueira – med 3° semestre UniFG 
 
Objetivo 3: Compreender as alterações 
fisiológicas-adaptativas dos sistemas 
cardiovascular e respiratório que ocorrem no 
período neonatal em recém-nascido a termo. 
O período de transição compreende o período 
em que o feto passa a assumir as suas funções 
fisiológicas antes dependente da mãe por meio 
da placenta nas próximas horas de vida após o 
nascimento, sendo que muitos conseguem 
realizar essa transição nas primeiras 4 – 6 hrs de 
vida. 
O período imediato após o nascimento 
representa um dos mais difíceis do ciclo de vida 
humano, uma vez que 50% da mortalidade 
infantil acontece no período neonatal e a 
metade dos óbitos ocorridos do 28° dia de vida 
até um ano são reflexos de problemas sofridos 
também nesse período. 
Após o nascimento, ocorrem ajustes fisiológicos 
em praticamente todos os sistemas corporais do 
recém-nascido, sendo a vida dele dependente 
da capacidade rápida e adequada de 
adaptação à vida extrauterina, em que as 
principais adaptações de transição estão no 
sistema respiratório, circulatório e térmico. 
As principais adaptações do recém-nascido à 
vida extra-uterina são favorecidas por alguns 
fatores, como o trabalho de parto que pode 
causar modificações nos sistemas e órgãos do 
feto. 
A porcentagem de bebê com problemas 
respiratórios nascidos por cesariana é bem maior 
quando comparados por via vaginal, isso por que 
ocorre a diminuição da liberação de 
catecolaminas devido à ausência de 
compressão torácica. Eles podem apresentar má 
adaptação pulmonar, infecção, aspiração de 
mecônio e pneumotórax. 
Além disso, o sistema cardiovascular também é 
atingido pelo tipo de parto, uma vez que a 
frequência cardíaca e os níveis de pressão 
sistólica e diastólica são bem maiores no parto 
vaginal nas primeiras 2 horas de vida. 
Além disso, o estresse ao nascimento também é 
um fator considerável por que se percebeu que 
nesse período que ocorre um grande aumento 
dos níveis sanguíneos de catecolaminas 
(epinefrina e norepinefrina) que estão associados 
a algumas alterações que ocorrem durante o 
período de transição, como aumento do débito 
cardíaco e da contractilidade miocárdica, 
liberação de surfactante pulmonar, inibição da 
secreção de líquido pulmonar e promoção de 
sua reabsorção, estimulação da glicogenólise e 
indução da lipólise. 
 
Adaptação cardiovascular 
Durante o período de transição, a circulação 
fetal necessita sofrer alterações para se tornar 
uma circulação neonatal. 
Primeiramente, sabe-se que a circulação fetal e 
materna é diretamente interligada, porém, logo 
após o nascimento, o cordão umbilical é 
clampeado para retirada da placenta. 
Após esse clampeado, a geléia de Wharton 
devido a exposição ao frio começa a se contrair 
e, assim, causando a constrição dos três vasos 
que antes eram ligados a placenta, as duas 
artérias umbilicais e a veia umbilical. Isso faz com 
que a resistência nesses vasos aumente em 
comparação ao que era antes quando, uma vez 
que a placenta apresenta pouca resistência. 
Devido a alta resistência, o sangue que antes 
fluía através da veia umbilical não existe mais, o 
que acaba fazendo com que o sangue coagule, 
fazendo com que fluxo no ducto venoso de 
sangue oxigenado vindo da placenta não exista 
mais. Logo depois, esse ducto desaparece nos 
primeiros dias de vida. 
 O sangue venoso continua subindo pela veia 
cava inferior até o átrio direito, mas dessa vez 
sem oxigênio antes oferecido pela troca com o 
sangue vindo do ducto venoso. Ele passa para o 
ventrículo direito e depois para as artérias 
pulmonares. 
Devido à diminuição da resistência nos pulmões 
por consequência da entrada de ar, saída de 
fluído e, assim, dilatação das arteríolas, o sangue 
venoso passa a entrar no pulmão, que antes era 
impedido por conta da alta resistência dele, 
recebendo oxigênio. 
O sangue oxigenado passa para o átrio esquerda 
por meio das veias pulmonares dos dois pulmões, 
fazendo com que a pressão do lado direito se 
reduza e aumente a do lado esquerdo. 
Isso faz com que o forame oval feche uma vez 
que a pressão no lado esquerdo vai ser maior 
que no direito, isso logo nos primeiros minutos em 
que o bebê está fora da mãe. 
 Gabrielle Nogueira – med 3° semestre UniFG 
 
Antigamente, o sangue se movia da artéria 
pulmonar para aorta pelo ducto arterial por que 
as pressões eram muito altas na artéria pulmonar. 
Porém, como ocorre uma redução das pressões 
no pulmão, a pressão da aorta se torna muito 
maior que a pulmonar agora e com isso, nas 
primeiras horas de vida, o músculo liso do canal 
arterial começa a sofrer constrição em 
decorrência da presença dos altos níveis de 
oxigênio. 
Além disso, com a falta da placenta ocorre uma 
diminuição no nível de prostaglandina antes 
produzida pela placenta que influencia 
diretamente também no fechamento do canal 
arterial. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Adaptações Respiratórias 
Durante a gravidez, as trocas respiratórias eram 
realizadas por meio da placenta já que os 
pulmões permaneciam inativos. 
Após o nascimento, as adaptações surgem em 
torno principalmente do fato de que o recém-
nascido deve passar a respirar sozinho com a 
utilização dos alvéolos, fazendo a troca do 
líquido pulmonar por o ar atmosférico no primeiro 
minuto de vida. A primeira respiração ocorre 20 
segundos após o parto. 
No decorrer da 24° e 30° semana de gestação, é 
produzido surfactante pelas células alveolares, 
que reduz a tensão superficial, evitando o 
colabamento dos alvéolos ao término da 
expiração. 
Esse surfactante faz com que as trocas gasosas 
sejam facilitadas, diminui a pressão para 
insuflação necessária para abertura das vias 
respiratórias e a complacência pulmonar 
melhorada e o esforço reduzido. 
- Antes do nascimento, o pulmão permanece 
com líquido e recebe apenas de 10 a 15% do 
débito cardíaco total, somente alguns minutos de 
vida, ocorre a expulsão e reabsorção do líquido 
dos pulmões. Trocando todo aquele líquido por 
ar. 
O início da função respiratória é estabelecido por 
estímulos químicos, térmicos, físicos e sensoriais, 
como dor e a luminosidade. 
Além disso, quando se tem o parto pelo canal 
vaginal, ocorre a compressão torácica e cerca 
de 1/3 do líquido pulmonar é expelido pela boca 
e pelo nariz, sendo o restante absorvidos pela 
circulação pulmonar e sistema linfático em cerca 
de 6 a 24 horas após o nascimento. 
Após essa compressão expulsão do líquido 
pulmonar, ocorre uma descompressão do tórax 
criando uma pressão negativa que traz o ar para 
dentro dos pulmões. 
A completa expansão pulmonar e distribuição do 
ar pelos alvéolos ocorre quando o recém-nascido 
chora, por que o choro cria uma pressão 
intratorácica positiva, que faz os alvéolos 
continuarem abertos, para que seja expulso o 
resto do líquido pulmonar para os capilares 
pulmonares e sistema linfático. 
 
A principal mudança na fisiologia do recém-
nascido está no fechamento das estruturas 
cardíacas fetais: forame oval, canal arterial e 
ducto venoso). 
Esse processo acontece progressivamente e se 
completa com mais ou menos um a dois dias de 
vida, sendo que o fechamento anatômico pode 
durar semanas. 
Por causa do fato de essas estruturas se fecharem 
primeiro funcionalmente e depois 
anatomicamente pode ocorre ainda a passagem 
de sangue oxigenado do lado direito do coraçãopara o lado esquerdo, o que pode levar o recém-
nascido a apresentar uma cianose transitória e 
com choro, além do aumento da pressão na veia 
cava e átrio direito, que pode levar ao 
aparecimento de sopro. 
 Gabrielle Nogueira – med 3° semestre UniFG 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Gabrielle Nogueira – med 3° semestre UniFG 
 
Objetivo 4: Reconhecer os princípios da perda 
de peso fisiológica no período neonatal em 
recém-nascido a termo e prematuro. 
Objetivo 5: Descrever os mecanismos de termo 
regulação no recém-nascido, as estratégias para 
garantir a manutenção da temperatura corporal. 
A temperatura fetal depende da mãe, uma vez 
que o calor é transferido para o feto através da 
placenta e do útero, fazendo com que a 
temperatura fique 0,3 ℃ a 0,5 ℃ mais alta que a 
da mãe. 
Ao nascer, o recém-nascido esfria 
rapidamente em resposta ao ambiente 
extrauterino relativamente frio, o que faz 
com que a temperatura neonatal cai 
rapidamente logo após o nascimento. 
- Logo após o nascimento e com o 
objetivo de evitar as perdas de calor, 
a criança deve ser levada para 
um berço de calor radiante quando 
tem um peso menor que 1.000 g. 
Enquanto os que tem peso maior que 
1.000g podem ser colocados já numa 
incubadora aquecida e manter no saco e 
colchão até seu aquecimento. 
Além disso, deve se observar a temperatura em 
1/1 hora até que a adequação esteja 
aumentando de 1 em 1°C. 
 
A importância do controle de temperatura do 
recém-nascido reside em grande parte 
principalmente para que se evite a mortalidade e 
morbidade por hipotermia neonatal, uma vez que 
o frio em excesso pode ocasionar alterações 
fisiológicas significativas. 
 Um exemplo disso é que quando o bebê está 
apresentando hipotermia, a taxa metabólica 
tende a aumentar para gerar mais calor para 
aquecê-lo, o que pode ocasionar problemas 
como um ganho lento de peso, hipoglicemia. 
Além disso, a necessidade de calor faz com que 
aumente o metabolismo de gordura com uma 
liberação maior de ácidos graxos na corrente 
sanguíneo, que pode evoluir para um quadro de 
acidose metabólica, podendo causar angústia 
metabólica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A principal ferramenta de regulação da 
temperatura do recém-nascido acontece pela 
produção de calor via termogênese sem 
tremores(NST) acoplada à lipólise do tecido 
adiposo marrom. 
Em que as crianças nascidas a termo possuem 
um depósito de gordura marrom localizado 
principalmente no pescoço, na região 
interescapular, mediastino e ao redor dos rins e 
das suprarrenais. 
 
 Gabrielle Nogueira – med 3° semestre UniFG 
 
Na presença de um estímulo externo, como o frio, 
ocorre um aumento da produção de 
noradrenalina, que vai atuar nesses depósitos, 
estimulando a lipólise e gerando calor pela 
oxidação de ácidos graxos na mitocôndria, 
utilizando proteína desacopladora. 
Além disso, o neonato também pode controlar 
essa regulação temporal por outros processos, 
como o controle vasomotor, em que ocorre 
vasoconstrição periférica, conservando o calor e 
a atividade muscular que aumenta a produção 
de calor. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O recém-nascido pode perder calor de, 
principalmente, quatro formas, condução, 
convecção, evaporação e radiação. 
O mecanismo de perda de calor por condução, 
está relacionada ao contato com superfícies de 
baixa temperatura, que pode ser evitado por 
meio do aquecimento das mãos e dos 
instrumentos antes de encostar na criança, além 
de forrar superfícies em que o bebê terá contato. 
A evaporação vai ser decorrente principalmente 
do suor e das águas por diferença de umidade, 
sendo essencial que o bebê seja seco ao nascer 
e que se deixe o ambiente em que ele se 
encontra mais úmido, uma vez que quanto mais 
seco for o ambiente, maior será a perde de calor 
do neonato por evaporação. Esse tipo de perde 
de calor corresponde a cerca de 25% em 
neonato. 
O mecanismo de perda de calor por convecção 
ocorre da superfície da pele para o ar do 
ambiente e depende principalmente da 
velocidade do ar e temperatura ambiente. Isso 
por que quanto mais resfriado for o ambiente, 
maior será a perda de calor por convecção. 
Em recém-nascidos, o ar que é expirado na 
respiração e a movimentação do ar sobre a pele 
aumentam a perda de calor por convecção, 
sendo necessário que se umedeca e aqueça o 
oxigênio passado para o bebê e no transporte 
da criança, ela seja envolvida em coeiros ou usar 
uma incubadora para transporte. 
A transferência de calor da pele do recém-
nascido para o ambiente devido a diferença de 
temperatura ocorre principalmente por radiação. 
Isso ocorre principalmente em áreas de grande 
superfície, como a cabeça, sendo por esse 
motivo que se deve sempre manter a criança 
vestida, envolvida por coeiros e de preferência 
de touca. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Os recém-nascidos prematuros são os mais 
prejudicados pela exposição a 
temperaturas mais baixas devido a sua 
dificuldade de termorregulação. 
Eles possuem grande superfície de contato 
em relação ao peso, menor quantidade de 
tecido subcutâneo e de gordura marrom, 
fazendo com que não seja possível se 
utilizar as calorias por termogênese. Além 
disso, muitos tem problemas pulmonares, 
fazendo com que a produção de oxigênio 
seja limitada. 
 Gabrielle Nogueira – med 3° semestre UniFG 
 
Objetivo 6: Reconhecer as causas da icterícia 
própria do RN, exames diagnósticos e 
tratamento. 
A icterícia é a coloração amarelada da pela e 
das mucosas causada pelo acúmulo de 
pigmento billirubínico não conjugado 
(lipossolúvel) ou, menos frequente, bilirrubina 
conjugada (Hidrossolúvel). 
 
Ela está presente em 60% dos recém-nascidos a 
termo e em 80% dos recém-nascidos pré-termo 
durante a primeira semana de vida. Ela também 
pode se encontrar em 100% dos recém-nascidos 
prematuros com idade gestacional menor que 35 
semanas. 
 
É de grande importância o diagnóstico da 
icterícia, pois quando a bilirrubina indireta se 
encontra em níveis muito elevados, pode 
atravessar a barreira hematoencefálica e levar 
ao desenvolvimento de encefalopatia 
bilirrubínica, em que a doença crônica é 
chamada de Kernicterus e é caracterizada por 
uma série de sequelas neurológicas. 
No Brasil, na década de 2000, a icterícia e/ou 
doença hemolítica ou kernicterus foram 
notificados anualmente como causa básica de 
óbito em cerca de 200 a 280 recém-nascidos. 
Desses óbitos, entre 100 e 130 neonatos eram de 
termo, dos quais metade nascidos na região 
Nordeste e um terço na região Norte, ocorrendo 
70% das mortes até o 6º dia de vida 
- Metabolismo da bilirrubina 
Primeiro a hemoglobina das hemácias é 
degradada em grupo Heme que com a ação da 
hemeoxigenase se converte em Biliverdina, que 
também sofre alteração com a Biliverdina 
redutase, gerando a Bilirrubina indireta. 
Essa bilirrubina indireta se liga a albumina 
plasmática na circulação sanguínea, perdendo 
esse composto somente quando é captada pelo 
hepatócito, que vai fazer a conversão da 
bilirrubina indireta em bilirrubina direta com a 
combinação do ácido glucorônico.Essa bilirrubina direta só agora pode ser 
excretada pela via biliar. Através da bile, ela 
consegue chegar ao intestino delgado, e lá será 
reduzida a estercobilina, no adulto e na criança 
maior, devido à presença de bactérias da flora 
intestinal, e uma pequena quantidade será 
desconjugada pela enzima betaglicuronidase, 
que formará novamente de bilirrubina indireta, 
podendo ser reabsorvida pela circulação êntero-
hepática. 
- Adaptação do metabolismo da bilirrubina 
No período fetal, ele produzia bilirrubina indireta 
que era eliminada pela placenta por ser 
lipossolúvel. Depois do nascimento, o sistema 
fisiológico sofre adaptações para que ele 
consiga eliminar essa bilirrubina através da 
conversão em bilirrubina direta que é 
hidrossolúvel para ser eliminada pelo sistema biliar 
e pelo trato gastrointestinal. 
No entanto, as enzimas responsáveis por sua 
conjugação hepática têm baixa atividade 
durante o nascimento e principalmente nos 
primeiros dias de vida. 
Icterícia Fisiológica 
 A icterícia fisiológica é uma condição comum, 
benigna e autolimitada que aparece no período 
neonatal. 
Isso por que, nesse período, há uma produção de 
2 a 3 vezes maior de bilirrubina indireta no recém-
nascido devido a maior quantidade de 
hemoglobina e de menor meia vida das 
hemácias, que chega a ser de 70 – 90 dias no 
recém-nascidos, enquanto nos adultos de 100-
120 dias. 
Além disso, há uma menor reabsorção entérica 
de bilirrubina indireta, que faz com que essa 
bilirrubina aumente muito mais, não sendo ela 
toda conjugada e convertida, uma vez que os 
 Gabrielle Nogueira – med 3° semestre UniFG 
 
sistemas enzimáticos do recém-nascido ainda se 
encontra imatura. 
Em um recém-nascido a termo, essa icterícia é 
observada entre o 2° e 3° dia de vida, tendo um 
palco entre o 3° e 4° dia. 
• Sinais que servem de alerta e necessitam de 
investigação do pediatra: 
- Icterícia nas primeiras 24 a 36 horas de vida 
- Níveis de bilirrubina que aumentam numa taxa 
maior do que 5 mg/kg/dia 
- Níveis séricos de bilirrubina > 12 mg/dl no recém-
nascido a termo ou > 14 mg/dl no recém-nascido 
pré-termo. 
- Icterícia que persiste por mais do que 10 a 14 
dias. 
- Aumento nos níveis de bilirrubina direta. 
Investigação diagnóstica 
A icterícia neonatal tem progressão cefalocaudal, 
sendo avaliada, principalmente, pelas zonas de 
Kramer em que há áreas ictéricas no corpo do 
neonato que quando avaliadas sob luz natural, são 
correlacionadas com valores médios de bilirrubina. 
Além disso, ela também pode ser visualmente dectada 
atrvés da digitopressão na pele do RN. 
 
A avaliação por meio das zonas de Kramer é 
importante, porém não permite dizer a gravidade 
da elevação dos níveis de bilirrubina, além de 
poder sofrer alterações de acordo com a cor da 
pele. 
 
 
 
 
 
 
- Bilirrubina total sérica 
Esse exame é realizado por meio da coleta do 
sangue do beber para que se possa confirmar os 
níveis de bilirrubina evidenciados através da 
avaliação visual ou da bilirrubina transcutânea. 
A hiperbilirrubinemia pode ser classificada como 
indireta, diagnosticada com níveis de Bilirrubina 
indireta maiores que 1,5 mg/dl, ou direta com 
valores de Bilirrubina direta maior que 2mg/dl 
quando representa mais que 15% do valor de 
Bilirrubina total. 
Icterícia não fisiológica 
Na icterícia não fisiológica, há alguns fatores que 
se tornam de maiores risco para o 
desenvolvimento de uma hiperbilirrubinemia 
significativa. 
Como o surgimento de icterícia nas primeiras 24 
horas de vida, incompatibilidade sanguínea ou 
outras doenças hemolíticas conhecidas. 
- Doenças hemolíticas 
Pode ocasionar hiperbilirrubinemia em 
decorrência do aumento da concentração de 
bilirrubina por hemólise nas primeiras 24 a 36 horas 
de vida por quadros imunomediados ou por 
quadros não imunomediados. 
O mais comum são o quadro imunomediadores 
em que anticorpos maternos passam pela 
placenta para o feto e se liga as hemácias fetais, 
levando a destruição delas. 
No caso da incompatibilidade sanguínea Rh, 
incompatibilidade ABO e antígenos eritrocitários 
irregulares. 
Investigção diagnóstica 
O diagnóstico pode ser feito pela fração de 
bilirrubina que se encontra aumentada. 
Se houver aumento de bilirrubina indireta, avaliar 
níveis de hemoglobina, hematócrito, contagem 
de reticulócitos, tipagem sanguínea da mãe e do 
recém nascido (sistemas ABO e Rh), e prova de 
Coombs direto. 
Se houver aumento de bilirrubina direta, avaliar 
hemograma, AST e ALT, fosfatase alcalina, 
glicose, coagulograma, dosagem de alfa-1-
antitripsina, pesquisa de substâncias redutoras na 
urina e ultrassonografia hepática. 
 
Hoje em dia já há outras formas confiáveis de 
avaliar os níveis de bilirrubina de forma não 
invasivo, como a medida de bilirrubina 
transcutânea através do bilirrubinômetro. 
Ela faz essa medição por meio de um aparelho 
que usa uma reflexão espectral em vários 
comprimentos de onda através da pele na parte 
do esterno 
Esse equipamento é considerado de triagem 
para definir quais RN devem ser puncionado 
para a dosagem dos níveis séricos de bilirrubina. 
Isso por que esse aparelho ainda tem um custo 
 Gabrielle Nogueira – med 3° semestre UniFG 
 
- Icterícia do aleitamento materno 
É a forma precoce de icterícia. 
Pode acontecer nos primeiros dias de vida, 2° e 
3° dia, quando ocorre a ingestão insuficiente de 
leite, e consequentemente menor eliminação de 
mecônio, aumentando a circulação êntero 
hepática de bilirrubina. 
Nos primeiros dias, o recém-nascido ainda não 
está habituado à amamentação, apresentando 
dificuldades nesse processo, como, por exemplo, 
dificuldade na pega do seio, posicionamento 
incorreto do bebê durante as mamadas, perda 
de peso acentuada nos primeiros dias de vida. 
- Icterícia do leite materno 
Aparece após os primeiros 5 a 7 dias de vida, 
com pico por volta de 2 semanas. Admite-se que 
seja causada pelo aumento da concentração da 
beta-glucuronidase no leite do peito, causando 
aumento da desconjugação e reabsorção da 
bilirrubina. 
Tratamento 
Icterícia fisiológica costuma não ser 
clinicamente significativa e se resolve em 1 
semana. Fórmulas usadas na alimentação 
podem reduzir a incidência e a gravidade da 
hiperbilirrubinemia, porque aumentam a 
motilidade GI e a frequência das evacuações, 
minimizando portanto a circulação êntero-
hepática da bilirrubina. O tipo da fórmula não 
parece ser importante para o aumento da 
excreção de bilirrubina. 
 
Icterícia do leite do peito pode ser prevenida ou 
reduzida aumentando-se a frequência das 
mamadas. Em recém-nascidos a termo com 
icterícia precoce associada ao leite materno, se 
o nível de bilirrubina continuar a subir > 18 mg/dL 
(> 308 mcmol/L), a troca temporária do leite 
materno por fórmulas pode ser apropriada; em 
níveis mais elevados, pode-se indicar a 
fototerapia. A suspensão do aleitamento 
materno é necessária por apenas 1 ou 2 dias, e 
a mãe deve ser encorajada a continuar 
estimulando a secreção do leite do peito 
regularmente, para que ela possa reassumir a 
amamentação assim que os níveis de bilirrubina 
do neonato começarem a diminuir. Ela também 
deve assegurar-se de que a hiperbilirrubinemia 
não provoca qualquer prejuízo e que ela pode 
reassumir a amamentação com segurança. Não 
é aconselhável suplementar com água ou 
glicose, o que pode interromper a produção do 
leite materno. 
 
O tratamento definitivo da hiperbilirrubinemia 
envolve 
• Fototerapia 
• Exsanguinotransfusão 
• Fototerapia 
Esse tratamento vem se mantendo como 
padrão, usando mais comumente luz branca 
fluorescente.(Luz azul, comprimento de onda de 
425 a 475 nm, é mais eficiente para fototerapia 
intensiva.) 
 
Fototerapia é o uso da luz para fotoisomerizar 
bilirrubina não conjugada, transformando-a em 
formas mais hidrossolúveis e que possam ser 
excretadas rapidamente pelo fígado sem 
glucuronidação. Fornece um tratamento 
definitivo da hiperbilirrubinemia neonatal e evita 
icterícia nuclear. 
 
Para lactentes nascidos ≥ 35 semanas de 
gestação, a fototerapia é uma opção quando 
a: 
- bilirrubina não conjugada for > 12 mg/dL 
- a bilirrubina não conjugada for > 15 mg/dL em 
25 a 48 h, 18 mg/dL em 49 a 72 h e 20 mg/dL 
em > 72 h ( Risco de hiperbilirrubinemia em 
neonatos ≥ 35 semanas de gestação). 
 
A fototerapia não é indicada na 
hiperbilirrubinemia conjugada. 
 
Para lactentes nascidos em < 35 semanas de 
gestação, os níveis limiares de bilirrubina para o 
tratamento são mais baixos porque prematuros 
https://www.msdmanuals.com/pt-pt/profissional/pediatria/dist%C3%BArbios-metab%C3%B3licos-eletrol%C3%ADticos-e-t%C3%B3xicos-em-rec%C3%A9m-nascidos/hiperbilirrubinemia-neonatal#v1087755_pt
https://www.msdmanuals.com/pt-pt/profissional/pediatria/dist%C3%BArbios-metab%C3%B3licos-eletrol%C3%ADticos-e-t%C3%B3xicos-em-rec%C3%A9m-nascidos/hiperbilirrubinemia-neonatal#v1087755_pt
 Gabrielle Nogueira – med 3° semestre UniFG 
 
têm maior risco de neurotoxidade. Quanto mais 
prematuro, mais baixo é o limiar ( Limiares 
sugeridos* para iniciar fototerapia ou 
exsanguinotransfusão em lactentes < 35 
semanas de gestação). 
 
Durante a fototerapia, a icterícia visível pode 
desaparecer, ainda que a bilirrubina sérica 
permaneça elevada, a cor da pele não pode 
ser utilizada para avaliar a gravidade da 
icterícia. A coleta do sangue para bilirrubina 
deve ser feita protegida da luz, porque a 
bilirrubina no interior do tubo de coleta pode ser 
rapidamente foto-oxidada. 
 
Exsanguinotransfusão 
Esse tratamento pode remover a bilirrubina da 
circulação rapidamente e é indicado para 
hiperbilirrubinemia grave, que mais 
frequentemente ocorre com hemólise por 
processo imunitáro. 
Com um cateter inserido, ou outro acesso 
disponível, na veia umbilical, são retiradas e 
repostas pequenas quantidades de sangue, 
para remover hemácias parcialmente 
hemolisadas e envoltas por anticorpos, bem 
como imunoglobulinas circulantes. 
O sangue é reposto com eritrócitos não 
revestidos de doadores que não têm o antígeno 
da membrana de eritrócitos que estão ligados 
aos anticorpos circulantes. 
Isto é, utiliza-se o tipo sanguíneo O se o recém-
nascido está sensibilizado aos antígenos AB e 
usa-se sangue Rh-negativo se o recém-nascido 
está sensibilizado ao antígeno Rh. 
Como os eritrócitos de doadores adultos têm 
mais locais de antígenos ABO do que as células 
fetais, a transfusão de tipo específico 
intensificará a hemólise. Apenas 
hiperbilirrubinemia não conjugada pode causar 
icterícia nuclear, portanto, se a bilirrubina 
conjugada está elevada, o nível da não 
conjugada, em vez de bilirrubina total, será 
utilizado para determinar a necessidade de 
exsanguinotransfusão. 
Para recém-nascidos a termo, as indicações 
específicas são bilirrubina sérica ≥ 20 mg/dL nas 
24 a 48 h ou ≥ 25 mg/dL (≥ 428 mcmol/L) em > 48 
h e impossibilidade da fototerapia após 4 a 6 h 
de seu início baixar 1 a 2 mg/dL (17 a 34 
mcmol/L) ou, ainda, aos primeiros sinais clínicos 
de icterícia nuclear, independentemente dos 
níveis de bilirrubina. Se os níveis de bilirrubina 
sérica forem > 25 mg/dL (≥ 428 mcmol/L) no 
momento em que o recém-nascido é 
inicialmente examinado, deve-se preparar a 
exsanguinotransfusão para o caso de a 
fototerapia intensiva não conseguir baixar os 
níveis de bilirrubina. 
Sugeriram-se limiares para recém-nascidos com 
< 35 semanas de gestação (ver tabela Limiares 
sugeridos* para iniciar fototerapia ou 
exsanguinotransfusão em lactentes com 35 
semanas de gestação). Anteriormente, alguns 
médicos utilizavam critérios com base 
unicamente no peso do paciente, mas esses 
critérios foram substituídos pelas diretrizes mais 
específicas descritas acima. 
Mais frequentemente, 160 mL/kg (2 vezes o 
volume de sangue total do lactente) de papa 
de hemácias são trocados em 2 a 4 h; uma 
alternativa é fornecer 2 alíquotas sucessivas de 
80 mL/kg a cada 1 ou 2 h. Para efetuar uma 
troca, um volume de sangue é tirado e 
imediatamente reposto pelo sangue 
transfundido. O volume de cada um pode variar 
dependendo do tamanho do lactente, mas os 
volumes normalmente são próximos de 20 mL 
para o lactente a termo médio. Esse 
procedimento é repetido até que o volume total 
desejado seja trocado. Para prematuros 
criticamente enfermos, são utilizadas alíquotas 
de 5 a 10 mL para evitar uma troca de volume 
grande e súbita. O objetivo é reduzir por volta 
de 50% da bilirrubina, lembrando-se de que a 
https://www.msdmanuals.com/pt-pt/profissional/pediatria/dist%C3%BArbios-metab%C3%B3licos-eletrol%C3%ADticos-e-t%C3%B3xicos-em-rec%C3%A9m-nascidos/hiperbilirrubinemia-neonatal#v21453508_pt
https://www.msdmanuals.com/pt-pt/profissional/pediatria/dist%C3%BArbios-metab%C3%B3licos-eletrol%C3%ADticos-e-t%C3%B3xicos-em-rec%C3%A9m-nascidos/hiperbilirrubinemia-neonatal#v21453508_pt
https://www.msdmanuals.com/pt-pt/profissional/pediatria/dist%C3%BArbios-metab%C3%B3licos-eletrol%C3%ADticos-e-t%C3%B3xicos-em-rec%C3%A9m-nascidos/hiperbilirrubinemia-neonatal#v21453508_pt
https://www.msdmanuals.com/pt-pt/profissional/pediatria/dist%C3%BArbios-metab%C3%B3licos-eletrol%C3%ADticos-e-t%C3%B3xicos-em-rec%C3%A9m-nascidos/hiperbilirrubinemia-neonatal#v21453508_pt
https://www.msdmanuals.com/pt-pt/profissional/pediatria/dist%C3%BArbios-metab%C3%B3licos-eletrol%C3%ADticos-e-t%C3%B3xicos-em-rec%C3%A9m-nascidos/hiperbilirrubinemia-neonatal#v21453508_pt
https://www.msdmanuals.com/pt-pt/profissional/pediatria/dist%C3%BArbios-metab%C3%B3licos-eletrol%C3%ADticos-e-t%C3%B3xicos-em-rec%C3%A9m-nascidos/hiperbilirrubinemia-neonatal#v21453508_pt
https://www.msdmanuals.com/pt-pt/profissional/pediatria/dist%C3%BArbios-metab%C3%B3licos-eletrol%C3%ADticos-e-t%C3%B3xicos-em-rec%C3%A9m-nascidos/hiperbilirrubinemia-neonatal#v21453508_pt
https://www.msdmanuals.com/pt-pt/profissional/pediatria/dist%C3%BArbios-metab%C3%B3licos-eletrol%C3%ADticos-e-t%C3%B3xicos-em-rec%C3%A9m-nascidos/hiperbilirrubinemia-neonatal#v21453508_pt
 Gabrielle Nogueira – med 3° semestre UniFG 
 
hiperbilirrubinemia pode retornar a 60% do nível 
pré-transfusional em 1 ou 2 h. É também habitual 
baixar os níveis-alvo para até 1 a 2 mg/dL em 
condições de risco do icterícia nuclear (p. ex., 
jejum, sepse, acidose). Pode ser necessário 
repetir a exsanguinotransfusão se os níveis de 
bilirrubina continuarem elevados. Finalmente, 
esse procedimento também apresenta riscos e 
complicações, e o sucesso da fototerapia tem 
reduzido a frequência das 
exsanguinotransfusões. 
Objetivo 7: Identificar a importância da 
realização de triagem neonatal. 
Programa Nacional de Triagem neonatal - PNTN 
A triagem neonatal é um programa que tem 
fundamental importância na prevenção de 
doenças futuras, reduzindo a morbimortalidade e 
melhorando a qualidade de vida do recém-
nascido. 
A missão é promover, implantar e implementar a 
triagem neonatal no âmbito do SUS, visando ao 
acesso universal, integral e equânime, com foco 
na prevenção, na intervenção precoce e no 
acompanhamento permanente das pessoas 
com as doenças do Programa Nacional de 
Triagem Neonatal. 
 
Teste do pezinho 
A triagem neonatal contempla o diagnóstico 
presuntivo, o diagnóstico de certeza, o 
tratamento, o acompanhamento dos casos 
diagnosticados e a incorporação e usode 
tecnologias voltadas para a promoção, 
prevenção e cuidado integral. 
Evita: Fenilcetonúria, hipotireoidismo congênito, 
hiperplasia andrenal congênita, deficiência de 
biotinidase, fibrose cística e doença falciforme e 
outras hemoglobinopatias. 
Período de coleta: recomenda-se que seja 
compreendido entre o 3° e 5° dia de vida devido 
as especificidades das doenças diagnosticadas 
atualmente. 
 
Crianças que não tenham realizado o “teste do 
pezinho” no período neonatal, devem ser 
avaliadas pelo serviço médico, para orientação 
e investigação diagnóstica específica, se 
necessário. 
Essa investigação será considerada com a 
finalidade de um diagnóstico tardio e, nessas 
condições, a criança detectada se beneficiará 
com o acesso ao tratamento/acompanhamento 
especializado e, consequentemente, a uma 
melhor qualidade de vida. 
 
 
Deve ser feita nas regiões laterais da região 
plantar. 
Observação: é recomendado que a coleta seja 
feita somente após 48 horas do nascimento, pois, 
para o aumento da FAL possa ser detectado, é 
fundamental que a criança tenha ingerido uma 
quantidade suficiente de proteína por meio do 
leite materno. 
Porém, se houver necessidade do recém-nascido 
receber transfusão sanguínea é necessário que o 
teste seja feito antes dessa transfusão, não 
importando a data. 
No caso de crianças prematuras (Idade 
Gestacional < 37 semanas), a coleta de sangue 
 Gabrielle Nogueira – med 3° semestre UniFG 
 
deve ser realizada preferencialmente no final da 
1a semana de vida. 
Para estas crianças, o teste deve também ser 
repetido quando elas completam 1 mês de vida, 
o que será comunicado no resultado de exame 
da 1a coleta. 
Teste do olhinho 
O teste do olhinho ou teste do reflexo vermelho é 
um exame baseado na percepção do reflexo 
vermelho no olho do recém-nascido. Deve ser 
realizado no próprio berçário sempre antes da 
alta do bebê, nos primeiros 30 dias de vida. 
Sem contraindicações, o exame deve ser feito 
em todas as crianças recém-nascidas (inclusive 
prematuras) com o objetivo de identificar casos 
precoces de cegueira, catarata 
congênita, retinoblastoma e outras alterações 
visuais. 
É rápido, sem dor, e é feito iluminando os olhos 
do recém-nascido por meio de um aparelho 
chamado oftalmoscópio, sem a necessidade de 
colírios, posicionada a 30 cm do olho de 
preferência em sala escura. É importante que se 
repita o teste do olhinho regularmente até os 5 
anos. 
O normal é que nos dois olhos seja visto o reflexo 
na cor vermelho-alaranjado, quando há 
coloração esbranquiçada há indicação de 
alguma alteração. Além disso, na ausência do 
reflexo vermelho ou em casos de assimetria, a 
criança deve ser encaminhada ao oftalmologista 
para a realização de outra exames e iniciar 
tratamento. 
 
 
 
Teste da orelhinha 
 
O teste da orelhinha (triagem auditiva neonatal) 
ou “exame de emissão de otoacústica 
evocadas” tem como objetivo detectar 
deficiências auditivas nos recém-nascidos. 
Ele é feito ainda no hospital a partir das 48 horas 
de vida quando o neném está dormindo. O teste 
é simples e indolor. O médico utiliza um aparelho 
que emite ondas sonoras e analisa a resposta do 
ouvido a esse estímulo. 
Uma lei de 2010 determina que nenhum recém-
nascido saia da maternidade sem ter realizado o 
exame, sendo obrigatório. 
Ele é de grande importância, pois a perda da 
audição pode ocasionar deficiências na fala e 
no aprendizado. Mas quando o tratamento tem 
início antes dos seis meses, as crianças podem 
desenvolver a linguagem e apresentar melhor 
adaptação psicossocial, sem a necessidade de 
escolas especiais. 
 
 
 
Teste do coraçãozinho 
O teste do coraçãozinho é realizado para ajudar 
a detectar algum tipo de cardiopatia congênita, 
ou seja, anormalidades na estrutura ou função do 
coração. 
O exame, realizado por meio de uma oximetria 
de pulso, mede a oxigenação do sangue e os 
batimentos cardíacos do bebê com o auxílio de 
um sensor de saturação – uma espécie de 
pulseira – colocado nos primeiros dias de vida no 
pulso e no pé do recém-nascido. 
 
https://www.medicina.ufmg.br/observaped/deficiencia-visual/
https://www.medicina.ufmg.br/observaped/catarata-congenita/
https://www.medicina.ufmg.br/observaped/catarata-congenita/
https://www.medicina.ufmg.br/observaped/retinoblastoma/
 Gabrielle Nogueira – med 3° semestre UniFG 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Teste de linguinha 
O teste da linguinha deve ser realizado por um 
profissional da área da saúde qualificado, como 
por exemplo, o fonoaudiólogo. 
Ele deve elevar a língua do bebê para verificar se 
a língua está presa, e também observar o bebê 
chorando e sugando. O exame não tem 
contraindicações. 
Recomenda-se que a avaliação do frênulo da 
língua seja inicialmente realizada na 
maternidade. A avaliação precoce é ideal para 
que os bebês sejam diagnosticados e tratados 
com sucesso. 
Quanto mais cedo, melhor. 
É importante que seu bebê faça o exame o mais 
cedo possível, preferencialmente no primeiro mês 
de vida, para que se descubra, com a maior 
antecedência, se tem língua presa, evitando 
dificuldades na amamentação, possível perda 
de peso e, principalmente, o desmame precoce, 
com introdução desnecessária da mamadeira. 
 
 
Quando um bebê nasce com o frênulo lingual 
alterado, normalmente parentes próximos podem 
apresentar o mesmo problema. 
Por falta de informação, muitos sofrem em 
silêncio as várias dificuldades que essa alteração 
pode causar. Há bebês com dificuldades para 
mamar, causando estresse tanto para ele quanto 
para a mãe; crianças, jovens e adultos com 
dificuldades na mastigação/deglutição e 
alterações na fala, afetando a comunicação, o 
relacionamento social e o desenvolvimento 
profissional 
 Gabrielle Nogueira – med 3° semestre UniFG 
 
 
Objetivo 8: Reconhecer a importância do 
estabelecimento do vínculo mãe-filho e 
identificar os programas governamentais de 
atenção à saúde perinatal e de incentivo ao 
vínculo mãe-criança-família. 
A gravidez é formada por um período de muitas 
expectativas não só para a gestante, mas para 
toda sua família, que se prepara para a chegada 
de um novo membro. 
Nesse sentido, a criança não é um ser isolado, 
mas como parte de seu contexto familiar, com 
características e funcionamento próprio, que 
influenciarão a formação dessa criança e seu 
desenvolvimento. 
Um instrumento útil e facilitador para uma melhor 
compreensão da família no ciclo de vida é o 
genograma. Além de proporcionar visão clara e 
ampla dos membros da família e de como se 
relacionam, o genograma retrata graficamente a 
história e o padrão familiar. 
Dados de um estudo demonstraram que os 
fatores encontrados como determinantes da 
saúde mental de crianças estão relacionados, 
em sua maioria, a fatores familiares. 
Os exemplos são: 
- história de doença mental materna 
- níveis elevados de ansiedade materna 
- Interação limitada entre a criança e a mãe 
- chefe de família sem ocupação qualificada, 
baixa escolaridade materna 
- famílias de grupos étnicos minoritários. 
 
O profissional de saúde, desde o pré-natal, deve 
estar atento às mudanças e às necessidades de 
adaptação que ocorrem nas famílias diante do 
nascimento de um novo ser. 
 
De igual forma, o profissional de saúde deve 
saber que não é uma tarefa fácil uma família 
adaptar-se a uma nova realidade,especialmente 
quando se trata do primeiro filho. Neste caso, os 
pais necessitam ajustar seu sistema conjugal, 
criando um espaçopara os filhos. 
 
Além disso, é preciso aprender a unir as tarefas 
financeiras e domésticas com a educação dos 
filhos. Um estudo evidencia que o bom 
relacionamento do casal está associado a um 
maior apoio do pai à lactação e uma maior 
participação dele nos cuidados com a criança. 
 
 
 
E é dentro do referido contexto familiar ou por 
intermédio de seu substituto (instituições ou 
pessoas que exerçam a função de cuidadores) 
que acontecerão as primeiras relações da 
criança, tão importantes para o seu 
desenvolvimento psicossocial. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O apego, vínculo emocional recíproco entre um 
bebê e seu cuidador, constrói-se baseado em 
relacionamentos preliminares estabelecidos 
ainda com o feto e com a criança imaginada 
pelos pais, antes mesmo do seu nascimento. 
 
Após o nascimento, o bebê, para sobreviver, 
precisa de alguém que cuide dele e que 
assegure que suas necessidades físicas 
(alimentação, limpeza, cuidado, proteção, entre 
outras) e psicossociais (de se sentir seguro, 
amado, protegido, valorizado) sejam atendidas. 
 
Qualquer atividade por parte do bebê que 
provoque uma resposta do adulto pode ser 
considerada um comportamento de busca de 
apego: sorrir, chorar, sugar e olhar nos olhos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Os laços afetivos formados, em especial 
entre pais e filhos, influenciam o 
desenvolvimento saudável do bebê e 
determinam modos de interação positivos, 
que possibilitam o ajustamento do 
indivíduo aos diferentes ambientes de que 
ele irá participar 
 
A prática da amamentação favorece a 
formação de vínculo entre mãe e filho e 
deve ser estimulada. Entretanto, a 
amamentação não é um comportamento 
inato, mas sim um hábito que se adquire e se 
aperfeiçoa com a prática, que depende de 
aprendizado e da interação positiva entre os 
fatores culturais e sociais. 
 Gabrielle Nogueira – med 3° semestre UniFG 
 
Política públicas de incentivo ao 
aleitamento materno 
 
Em 1981 foi lançado o Programa de Incentivo ao 
Aleitamento Materno , o qual recebeu destaque 
internacional pela sua diversidade de ações, 
incluindo campanhas na mídia, treinamento de 
profissionais de saúde, aconselhamento em 
amamentação individualizado, produção de 
material educativo, estabelecimento de grupos 
de apoio à amamentação na comunidade, 
aprovação de leis que protegem a 
amamentação e o controle do marketing de 
leites artificiais. 
 
Desde então, diversas intervenções visando à 
promoção, proteção e apoio ao aleitamento 
materno vêm sendo implementadas, muitas delas 
normatizadas e implementadas nas três esferas 
de gestão do SUS: federal, estadual e municipal. 
 
- A Política Nacional de Aleitamento Materno 
atual está organizada em diversos braços, como 
o incentivo ao aleitamento materno na Atenção 
Básica em que é feito por intermédio da Rede 
Amamenta Brasil. 
 
Esse incentivo é feito por meio de oficinas, muitas 
vezes, com as próprias equipes da atenção 
básica de saúde para que se discuta sobre a 
práticas de aleitamento materno, retire dúvidas e 
as mulheres compartilhem experiências sobre os 
temas. 
 
- Além disso, há o incentivo ao aleitamento na 
atenção hospitalar por meio de duas iniciativas, 
como o Iniciativa Hospital Amigo da Criança 
(IHAC) e o Método Canguru. 
 
A IHAC está inserida na Estratégia Global para 
Alimentação de Lactentes e Crianças de Primeira 
Infância da OMS e do UNICEF, tendo o objetivo 
de resgatar o direito da mulher de aprender e 
praticar a amamentação com sucesso por meio 
de mudanças nas rotinas nas maternidades para 
o cumprimento dos Dez Passos para o Sucesso do 
Aleitamento Materno. 
 
O Método Canguru é um modelo de assistência 
perinatal voltado para o cuidado humanizado do 
recém-nascido de baixo peso, que além de 
promover maior apego entre mãe e filho, 
influencia positivamente as taxas de aleitamento 
materno nessa população. 
 
- Entre as principais estratégias da política 
governamental de promoção do aleitamento 
materno se tem a: Rede Brasileira de Bancos de 
Leite Humano (BLH), sendo uma da maior e mais 
complexa do mundo, com 271 unidades. 
 
Os seus serviços estão em grande expansão: 
entre 2003 e 2008 a coleta de leite aumentou 
56%, o número de doadoras praticamente 
dobrou, chegando a 113 mil e o número de 
crianças beneficiadas cresceu 50%. 
 
 
Além de coletar, processar e distribuir leite 
humano, os bancos de leite prestam assistência 
às lactantes cujos filhos estão hospitalizados ou 
que tenham dificuldades com a amamentação 
em qualquer momento. 
 
Programa Mães Unidas 
 
O “Mães Unidas” tem como objetivo 
proporcionar apoio relacional às gestantes e às 
mães de crianças com até 2 (dois) anos de 
idade, por meio da formação de uma rede de 
voluntárias. 
 
Ele tem o objetivo principal de promover o 
fortalecimento de vínculos familiares, a saúde, a 
cidadania e o acesso à justiça de mulheres e 
crianças assistidas. 
O “Mães Unidas” contempla: 
• Cursos de capacitação para voluntárias; 
• Formação de rede de mães voluntárias; 
• Atendimento individual humanizado; 
• Realização de rodas de conversas 
envolvendo mães, especialistas e voluntárias; 
• Oferta da “Caixa do Bebê” - trata-se de uma 
caixa em formato de mini berço com 
enxoval, materiais de higiene, fraldas e 
roupas. Todo o material foi pensando para as 
primeiras semanas de vida da criança; e 
• E-book com informações básicas para 
gestantes e mães 
 
 Gabrielle Nogueira – med 3° semestre UniFG 
 
Objetivo 9: Reconhecer a importância da 
família, rede de apoio pessoal (pai da criança, 
amigos, familiares) da sociedade no processo 
anterior e posterior ao parto, inclusive na divisão 
do trabalho doméstico e cuidado com o 
concepto (Pesquisa nacional por amostra de 
domicílios contínua – PNAD) 
Participação paterna 
 
A participação paterna em todas as fases de 
desenvolvimento da criança é um elemento 
importante para o seu crescimento saudável, pois 
representa um relevante fator protetivo para a 
saúde de todos os envolvidos. 
Geralmente, nos serviços de saúde da Rede SUS, 
observa-se ainda um baixo engajamento dos 
pais nas decisões e ações relacionadas à saúde 
infantil. 
Inclusive, fala-se muito em saúde materno-infantil, 
mas pouco ainda em saúde paterno-infantil 
(relacionada ao vínculo físico, psicológico e 
afetivo que as crianças estabelecem com 
aqueles que exercem a função paterna em suas 
vidas). 
No entanto, estudos indicam que a maior parte 
dos homens gostaria de participar das consultas 
e de receber informações sobre ações de 
prevenção e promoção relacionadas à saúde de 
seus filhos. 
Por isso é de tão importante diminuir este tipo de 
exclusão, que gera, muitas vezes, um grande 
sentimento de frustração e que reforça ainda 
mais o distanciamento masculino das questões 
relativas à saúde dos filhos. 
A participação masculina indica que ela constitui 
um fator que reforça os vínculos familiares e 
contribui para a diminuição da ansiedade 
durante a chegada da criança, reduzindo a 
depressão materna no pós-parto e colaborando 
para a melhoria dos aspectos gerais de saúde da 
criança. 
- Depressão pós-parto 
O nascimento de um filho é um evento 
importante para a mulher, tendo em vista que 
diferentes sentimentos transcorrem uma vida 
cheia de significados. Por outro lado, a transição 
para a maternidade pode ser descrita como 
uma época de desordem e desequilíbrio, na qual 
a mãe precisa de apoio de sua família para se 
adaptar à maternidade. 
A mulher se vê cercada de fantasias, alterações 
e mudanças no seu dia a dia como 
trabalhadora, esposa e mãe. No âmbito doseio 
familiar, a mulher muda seu estilo de vida para se 
adequar também às necessidades do bebê, as 
quais podem trazer dificuldades no 
relacionamento familiar e social. 
Estudos revelam que entre 15 e 29% das mulheres 
durante a fase de pós-parto apresentam alguma 
psicopatologia, sendo a depressão pós-parto 
(DPP) predominante em uma de cada oito 
mulheres após a gestação. 
A depressão pós-parto (DPP) é um transtorno 
mental que provoca alterações emocionais, 
cognitivas, comportamentais e físicas. 
Inicia-se de maneira insidiosa, a partir das 
primeiras quatro semanas após o parto, 
alcançando usualmente sua intensidade máxima 
nos seis primeiros meses. 
Os sintomas mais comuns são desânimo 
persistente, sentimento de culpa, alterações do 
sono, ideias suicidas, temor de machucar o filho, 
diminuição do apetite e da libido, diminuição do 
nível de funcionamento mental e presença de 
ideias obsessivas ou supervalorizadas. 
A depressão é considerada a doença que mais 
causa incapacidades entre as mulheres tanto nos 
países desenvolvidos como nos países em 
desenvolvimento. 
A depressão puerperal ocorre em 10 a 15% das 
puérperas em países desenvolvidos. 
No Brasil, estudos transversais apontam para uma 
prevalência de 16% a 39%, sendo considerada 
um problema sério de saúde pública, muitas 
vezes precedida por esses eventos vitais 
marcantes, como a gestação, o parto e o 
período pós-parto. 
Além das sérias consequências para sua própria 
saúde, as síndromes depressivas que acometem 
mulheres nos primeiros meses após o parto 
afetam diretamente toda a família.

Continue navegando