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“Nasceu, e agora?” SITUAÇÃO PROBLEMA 2 Caracterizar o RN a termo quanto ao peso, comprimento e idade gestacional (PIG,GIG,AIG,etc) e suas principais causas. Classificar o recém-nascido (RN) quanto ao seu peso, idade gestacional (IG) e estado nutricional é importante na identificação das morbilidades mais comuns nos RN. As alterações no crescimento do feto, tanto para mais como para menos, até o momento do parto dá-nos condições para analisar alguns distúrbios de crescimento ou alterações metabólicas. A identificação precoce relacionadas a classificação do RN é importante para prevenção imediata e tratamento do RN. Alguns fatores podem influenciar no desenvolvimento do feto como a idade materna; estilo de vida, alimentação, condições ambientais, hábitos, assistência pré-natal, doenças maternas, tipos de parto, gestações anteriores, entre outros. Classificação do recém-nascido No que respeita ao peso, o RN que nasce com peso abaixo de 1.000 g é classificado como recém- nascido extremo baixo peso; os que nascem com peso de 1.000 g à 1.449 g são classificado como recém-nascidos de muito baixo peso e os recém- nascidos com 1.500 g à 2.500 g são classificado como recém-nascido de baixo peso. Quanto à idade gestacional, o RN é classificado como recém-nascido pré-termo extremo (menos de 30 semanas de IG); recém-nascido muito prematuro (de 30 à 33 semanas e 6 dias); recém- nascido pré-termo tardio (de 34 à 36 semanas e 6 dias); recém-nascido termo (de 37 à 41 semanas e 6 dias) e recém-nascido pós-termo (mais de 41 semanas). O RN pode ainda ser classificado pelo tamanho como recém-nascido pequeno para a idade gestacional (PIG); recém-nascido adequado para a idade gestacional (AIG) e recém-nascido grandes para a idade gestacional (GIG). A classificação é feita pelo estado nutricional por meio da avaliação do peso e da IG, de acordo com as curvas de crescimento fetal padronizadas. A curva de crescimento intrauterino ainda mais utilizada até hoje foi desenvolvida por Battaglia & Lubchenco, em 1963. Por esta curva, são considerados AIGs os recém-nascidos entre os percentis 10 e 90, PIGs os recém-nascidos com peso abaixo do percentil 10 e GIGs os recém- nascidos acima do percentil 90. As classificações servem para identificar as especificidades físicas, fisiológicas e comportamentais de cada RN, adaptando o tratamento adequado diminuindo ou eliminando as morbiidades.. PIG: As causas podem ser divididas naquelas em que a restrição do crescimento é • Simétrica: altura, peso e perímetro cefálico são igualmente afetados. • Assimétrica: o peso é o mais afetado, poupando relativamente o crescimento do cérebro, crânio e ossos longos. A restrição do crescimento simétrica geralmente resulta de um problema fetal que começa no início da gestação, muitas vezes durante o 1º trimestre. Quando a causa ocorre relativamente no início da gestação, todo o corpo é afetado, resultando em menor número de células de todos os tipos. Causas comuns incluem • Várias genéticas • Infecções congênitas no primeiro trimestre (p. ex., por citomegalovírus, vírus da rubéola ou Toxoplasma gondii) A restrição do crescimento assimétrica geralmente resulta de problemas placentários ou maternos que normalmente se manifestam no final do 2º ou no 3º trimestre de gestação. Quando a causa começa relativamente tarde na gestação, órgãos e tecidos não são igualmente afetados, resultando em restrição do crescimento assimétrica. Causas comuns incluem • Insuficiência placentária resultante de doença materna envolvendo os pequenos vasos sanguíneos (p. ex., pré- eclâmpsia, hipertensão, doença renal, síndrome de anticorpos antifosfolípides, diabetes de longa duração) • Insuficiência placentária relativa causada por gestação múltipla • Involução placentária concomitante à pós- maturidade • Hipoxemia materna crônica causada por doença pulmonar ou doença cardíaca • Má nutrição materna • Concepção usando tecnologia de reprodução assistida Um lactente também pode ter restrição do crescimento assimétrica e ser pequeno para a idade gestacional (PIG) se a mãe fizer uso intenso de opioides, cocaína, álcool e/ou tabaco durante a gestação. GIG: Um dos principais fatores de risco para um bebê ser GIG é ser filho mãe diabetica, por excesso de oferta de glicose materna atravessando a placenta. No entanto, nem todos os lactentes GIG nascem de mães diabéticas, e que nem todas as mães diabéticas terão filhos GIG. Algumas famílias simplesmente têm uma tendência genética para ter bebês grandes. Existem várias síndromes genéticas que podem determinar GIG, a mais comum delas sendo a síndrome de Beckwith-Wiedemann. A obesidade materna ou o excesso de peso tambem materno podem ser causa. Definir APGAR, descrever seus critérios e interpretá-los. O escore de Apgar, também chamado de índice de Apgar ou escala de Apgar, é um dos métodos mais utilizados para a avaliação imediata do recém- nascido (RN), principalmente, no primeiro e no quinto minutos de vida. O teste foi desenvolvido pela Dra. Virginia Apgar, médica norte-americana, responsável pela criação do que viria a ser a neonatologia, para avaliar 5 sinais objetivos do recém-nascido, atribuindo a cada sinal uma pontuação de 0 a 2. Os sinais avaliados são: coloração da pele, pulso, irritabilidade reflexa, esforço respiratório, tônus muscular, conforme mostra a tabela abaixo. O somatório da pontuação (no mínimo 0 e no máximo 10) resultará no Escore de Apgar. https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/pediatria/infec%C3%A7%C3%B5es-em-rec%C3%A9m-nascidos/infec%C3%A7%C3%A3o-cong%C3%AAnita-e-perinatal-por-citomegalov%C3%ADrus-cmv https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/pediatria/infec%C3%A7%C3%B5es-em-rec%C3%A9m-nascidos/rub%C3%A9ola-cong%C3%AAnita https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/pediatria/infec%C3%A7%C3%B5es-em-rec%C3%A9m-nascidos/rub%C3%A9ola-cong%C3%AAnita https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/pediatria/infec%C3%A7%C3%B5es-em-rec%C3%A9m-nascidos/toxoplasmose-cong%C3%AAnita https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/ginecologia-e-obstetr%C3%ADcia/anormalidades-na-gesta%C3%A7%C3%A3o/pr%C3%A9-ecl%C3%A2mpsia-e-eclampsia https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/ginecologia-e-obstetr%C3%ADcia/anormalidades-na-gesta%C3%A7%C3%A3o/pr%C3%A9-ecl%C3%A2mpsia-e-eclampsia https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/ginecologia-e-obstetr%C3%ADcia/gesta%C3%A7%C3%A3o-complicada-por-doen%C3%A7as/hipertens%C3%A3o-na-gesta%C3%A7%C3%A3o https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/ginecologia-e-obstetr%C3%ADcia/gesta%C3%A7%C3%A3o-complicada-por-doen%C3%A7as/insufici%C3%AAncia-renal-durante-a-gesta%C3%A7%C3%A3o https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/ginecologia-e-obstetr%C3%ADcia/gesta%C3%A7%C3%A3o-complicada-por-doen%C3%A7as/insufici%C3%AAncia-renal-durante-a-gesta%C3%A7%C3%A3o https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/hematologia-e-oncologia/dist%C3%BArbios-tromb%C3%B3ticos/s%C3%ADndrome-de-anticorpos-antifosfolip%C3%ADdeos-sap https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/hematologia-e-oncologia/dist%C3%BArbios-tromb%C3%B3ticos/s%C3%ADndrome-de-anticorpos-antifosfolip%C3%ADdeos-sap https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/ginecologia-e-obstetr%C3%ADcia/gesta%C3%A7%C3%A3o-complicada-por-doen%C3%A7as/diabetes-melito-na-gesta%C3%A7%C3%A3o https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/ginecologia-e-obstetr%C3%ADcia/anormalidades-e-complica%C3%A7%C3%B5es-do-trabalho-de-parto-e-do-parto/gesta%C3%A7%C3%A3o-multifetal https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/ginecologia-e-obstetr%C3%ADcia/gesta%C3%A7%C3%A3o-complicada-por-doen%C3%A7as/cardiopatias-durante-a-gesta%C3%A7%C3%A3o https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/ginecologia-e-obstetr%C3%ADcia/infertilidade/t%C3%A9cnicas-de-reprodu%C3%A7%C3%A3o-assistidahttps://www.msdmanuals.com/pt/profissional/ginecologia-e-obstetr%C3%ADcia/infertilidade/t%C3%A9cnicas-de-reprodu%C3%A7%C3%A3o-assistida Interpretação dos resultados • de 0 a 3 – Asfixia grave • de 4 a 6 – Asfixia moderada • de 7 a 10 – Boa vitalidade, boa adaptação O resultado do primeiro minuto geralmente está relacionado com o pH do cordão umbilical e traduz asfixia intraparto. Já o Apgar do quinto minuto se relaciona com eventuais sequelas neurológicas. Além disso, escore menor que 7 é indicativo de asfixia perinatal. O escore deixou de ser usado com o objetivo de determinar a reanimação neonatal e passou a ser usado para avaliar a resposta do RN às manobras realizadas. O Índice de Apgar pode ser afetado por grau de prematuridade, sedação ou analgesia materna e distúrbios neuromusculares. Podemos confirmar, portanto, que a nota que os bebês recém-nascidos recebem no primeiro minuto é muito importante, pois possibilita que a intervenção seja realizada o mais rápido possível. Pode-se afirmar que a nota do Índice de Apgar do primeiro minuto é considerada como um diagnóstico da situação presente. Já o Índice de Apgar do quinto minuto é considerado como fator de prognóstico da saúde do recém-nascido. Ou seja, uma nota mais baixa no primeiro minuto não é tão importante, desde que o bebê seja prontamente atendido e a nota do quinto minuto seja maior que sete. Compreender as alterações fisiológico- adaptativas dos sistemas cardiovascular e respiratório que ocorrem no período neonatal. Com o rompimento do cordão umbilical, o feto não mais estará ligado à placenta, passando a depender apenas de seus pulmões para oxigenação. O aumento da pressão parcial de dióxido de carbono nos vasos umbilicais e a diminuição da temperatura corporal desencadeiam o reflexo inspiratório. Ocorre elevação da resistência vascular sistêmica, da pressão arterial e decréscimo da resistência vascular pulmonar, seguido pelo aumento do fluxo sanguíneo nos pulmões. Assim, em questão de segundos, os pulmões são preenchidos por ar e os vasos sanguíneos pulmonares dilatam-se, o que permite a perfusão alveolar e a oxigenação tecidual do neonato. Devido ao estrese do nascimento, ocorre um aumento da concentração de catecolaminas no sangue. Isso é responsável pela liberação de surfactante contido nos alvéolos pulmonares, sendo deslocado para o interstício e substituído gradualmente por ar. A expansão pulmonar ao nascimento é um importante estímulo para liberação do surfactante armazenado em vesículas intracelulares nos pneumócitos tipo II, o que facilita o preenchimento alveolar e previne a atelectasia. Com a dilatação pulmonar e o concomitante aumento da concentração de oxigênio sanguíneo, o ducto arterioso perde sua função e inicia seu fechamento. O fechamento parece ser mediado pela bradicinina e prostaglandinas liberadas pelos pulmões durante a insuflação inicial. O ducto deixa de ser funcional em até 24 horas após o parto, mas em neonatos prematuros e naqueles com hipóxia persistente, pode permanecer aberto por um tempo prolongado. Da mesma forma, o aumento do fluxo sanguíneo pulmonar leva a uma elevação da pressão no interior do átrio esquerdo, propiciando o fechamento do forame oval ao pressionar a válvula desse orifício contra o septo. PRIMEIRA RESPIRAÇÃO: Após o nascimento, com a compressão mecânica do tórax (exercida ao passar pelo canal vaginal) e expulsão do líquido pulmonar, ocorre uma descompressão do tórax, criando-se assim, uma pressão negativa que traz o ar para dentro dos pulmões. A completa expansão pulmonar e distribuição do ar pelos alvéolos ocorre quando o recém-nascido chora, porque o choro cria uma pressão intratorácica positiva, mantendo os alvéolos abertos e forçando o restante do líquido pulmonar para os capilares pulmonares e sistema linfático. Após as primeiras respirações, o recém- nascido assume sua atividade ventilatória e de oxigenação, com a substituição do espaço antes ocupado pelos fluidos pulmonares por ar atmosférico FORAME OVAL: No final da 4ª semana de gestação ocorre a septação o que permite a separação entre os átrios e os ventrículos com a formação dos orifícios atrioventriculares. A separação entre os átrios com a permanência de um forame de comunicação entre ele fundamental para circulação fetal, porque é ele que direciona o sangue do átrio direito para o átrio esquerdo. DUCTO ARTERIOSO: O ducto arterioso é um vaso fetal que conecta a artéria pulmonar à aorta descendente durante a vida fetal. Ao desviar o sangue da artéria pulmonar para a artéria aorta, protege os pulmões da sobrecarga e permite que o ventrículo direito se fortaleça para a sua total capacidade funcional ao nascimento. ATELECTASIA É um quadro clínico no qual a totalidade ou parte de um pulmão fica sem ar e entra em colapso É importante observar que, assim que começam as alterações morfológicas cardíacas no neonato, o traçado eletrocardiográfico muda, porque durante entre as três primeiras semanas o eixo elétrico do coração altera progressivamente por conta do aumento da musculatura do ventrículo esquerdo. Reconhecer os princípios da perda de peso fisiológica no período neonatal em recém- nascidos a termo e prematuros A quase totalidade dos recém-nascidos (RN) apresenta perda ponderal nos primeiros dias de vida. A maioria dos estudos sugere que a perda corresponde, principalmente, à redução de fluidos, mas também é consequência do uso, pelo RN, de tecido adiposo como fonte de energia. Nos primeiros 2-3 dias de vida, RN amamentados exclusivamente por leite materno perdem, em média, entre 5%-7% do peso do nascimento. Ao nascer, o neonato possui excesso de liquido no organismo. Este liquido vai ser eliminado através da urina e das fezes. Dessa forma, consideram-se normais tanto uma perda de peso até 10% ao nascer, podendo chegar a 15% em RN prematuros quanto a sua recuperação até o 15º dia de vida. Descrever os mecanismos de termo regulação no recém-nascido, e as estratégias para garantir a manutenção da temperatura corporal. A manutenção da temperatura corporal no neonato se dá por interações entre a temperatura ambiental, perda e produção de calor, sendo que a capacidade de termorregulação é pouco limitada. Os tipos de mecanismos de perda de calor nos neonatos são: condução, evaporação, convecção e radiação. 1- Na condução, o neonato perde calor para o meio quando entra em contato com superfícies de baixa temperatura. Por isso, é preciso forrar as superfícies e aquecer as mãos e os instrumentos antes de encostar na criança, para evitar esse tipo de perda de calor 2- A evaporação ocorre através do suor e perdas insensíveis de água, que dependem da temperatura ambiente, velocidade e umidade do ar. Ocorre quando os fluidos se tornam vapor no ar seco, consequentemente, quanto mais seco for o ambiente, maior será a perda de calor do neonato por evaporação. A evaporação insensível da pele (correspondente a 25% da perda de calor do neonato), da umidade da pele e da mucosa do trato respiratório pode ser evitada mantendo-se a pele do recém-nascido seca 3- O mecanismo de perda de calor por convecção ocorre da superfície da pele para o ar ambiente e depende da velocidade do ar e temperatura ambiente onde, quanto mais resfriado for o ambiente, maior será a perda de calor por convecção. O ar aquecido que é expirado durante a respiração e a movimentação do ar sobre a pele do recém-nascido contribuem para a perda de calor por convecção, por isso é necessário umedecer e aquecer o oxigênio administrado, quando este for necessário, e na necessidade de transporte da criança, envolvê-la em coeiros ou usar uma incubadora parao transporte. 4- Na perda por radiação, a transferência de calor da pele do recém-nascido para o ambiente ocorre devido a diferença de temperatura entre eles. Ocorre principalmente em grandes áreas de superfície, como a cabeça, por esse motivo, deve- se manter sempre a criança vestida, envolta em coeiros e, de preferência, com uma touca. A radiação representa a fonte de perda de calor mais significativa, mas também é o mecanismo na qual o recém-nascido ganha calor, através do berço de calor radiante e de fototerapia. O neonato se defende da perda de calor através dos mecanismos de controle vasomotor, na qual ocorre uma vasoconstrição periférica, conservando o calor, ou uma vasodilatação periférica, dissipando o calor; isolamento térmico, favorecida pela presença de gordura subcutânea; atividade muscular, que aumenta a produção de calor; e termogênese sem calafrios, através da lipólise da gordura marrom. REFERÊNCIA UTILIZADA: https://lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/1 07770/000556239.pdf?sequence=1&isAllowed=y http://www.cbra.org.br/pages/publicacoes/rbra/ v37n4/p303-308%20(RB443).pdf Reconhecer as causas de icterícia própria do RN, exames diagnósticos e tratamento. Identificar a importância da realização da triagem neonatal. Durante a vida intra-uterina, o feto possui uma imaturidade dos sistemas enzimáticos do fígado e a ausência de secreção biliar, isso faz com que o organismo dele utilize a via placentária para eliminar, através do organismo materno, os pigmentos biliares produzidos normalmente ou em excesso. Ao nascer, o RN perde essa via de excreção e aliado a isso, ele possui uma imaturidade hepática fisiológica e esses dois fatos são suficientes para ocasionar o acúmulo do pigmento em níveis acima dos normais em grande https://lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/107770/000556239.pdf?sequence=1&isAllowed=y https://lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/107770/000556239.pdf?sequence=1&isAllowed=y http://www.cbra.org.br/pages/publicacoes/rbra/v37n4/p303-308%20(RB443).pdf http://www.cbra.org.br/pages/publicacoes/rbra/v37n4/p303-308%20(RB443).pdf parte dos recém-nascidos, e de modo mais pronunciado nos prematuros, nos quais a imaturidade hepática é mais acentuada. A medica estadunidense Barbara Billing demostrou em seu artigo (BILLING, B. H. — The three serum bile pigments in obstructive jaundice and hepatitis. J. clin. Path., 8:130-131, 1955.) que, nos primeiros dias de vida, a capacidade hepática de conversão da bilirrubina indireta pelo RN representa apenas 2 % dessa capacidade do fígado de um adulto. Por isso ela definiu que o mecanismo da icterícia fisiológica é resultante da produção maior de bilirrubina em um a fase da vida em que a sua eliminação está diminuída. A icterícia constitui-se em um dos problemas mais frequentes do período neonatal e corresponde à expressão clinica da hiperbilirrubinemia, que é definida como a concentração serica de bilirrubina indireta (BI) maior que 1,3 a 1,5mg/dL ou de bilirrubina direta (BD) superior a 1,5mg/dL, desde que represente mais que 10% do valor de bilirrubina total (BT). No período neonatal, na maioria das vezes, a icterícia decorre de um aumento da fração indireta de bilirrubina e apresenta uma evolução benigna. Na pratica, 98% dos RN apresentam níveis séricos de bilirrubina total acima de 1mg/dL durante a primeira semana de visa, sendo que cerca de dois terços ou mais desenvolvem icterícia com valores superiores a 5mg/dL. Várias são as limitações do metabolismo da bilirrubina que explicam a icterícia fisiológica, tais como: sobrecarga de bilirrubina ao hepatócito e a menor capacidade de captação, conjugação e excreção hepática da bilirrubina. Classicamente, a hiperbilirrubinemia “fisiológica” é definida em recém-nascidos a termo como um nível de BT serica que aumenta após o nascimento, atinge seu pico médio por volta de 6mg/dL entre o 4º e o 5º dia de vida e então declina em uma semana com um valor máximo que não ultrapassa 12,9mg/dL. CONDUTA TERAPÊUTICA: As formas de terapia mais utilizadas no tratamento da hiperbilirrubinemia indireta compreendem a fototerapia e a exsanguíneo transfusão e, em alguns casos, a imunoglobulina “standard” endovenosa. A fototerapia é um recurso que foi recentemente introduzido o no tratamento da hiperbilirrubinemia do recém-nascido e que tem dado resultados muito satisfatórios consiste no aproveitamento da ação fotoquímica da luz, expondo a criança com ictérica a um foco de luz intensa, geralmente da cor azul. Sob a ação da luz esse pigmento sofre um a foto-oxidação ou deidrogenação no sentido da biliverdina e outros produtos intermediários, mais facilmente elimináveis pelo organismo do recém-nascido. A exangüineotransfusão tem o objetivo principal de remover o excesso de bilirrubina, prevenindo, desta maneira, seus efeitos tóxicos. Com esta técnica, cerca de 85% das hemácias circulantes são substituídas quando o volume de sangue trocado equivale a duas vezes a volemia do recém-nascido (80ml/kg). Geralmente, a concentração sérica de bilirrubina é reduzida em 50%. Apesar de ser um procedimento relativamente seguro, em mãos experientes, a mortalidade gira em torno de 1%. As complicações de exangüineotransfusão incluem, entre outras, o trombo-embolismo, enterite necrosante, perfuração vascular, hemorragias, distúrbios eletrolíticos, metabólicos e ácidos-básicos e infecção50. As indicações de exangüineotransfusão devem ser individualizadas e sempre baseadas em julgamento clínico global do paciente ictérico. De um modo geral, existem dois tipos de indicações de exangüineotransfusão: uma precoce e outra dita tardia. • Exangüineotransfusão precoce: Os critérios para indicação de exangüineotransfusão precoce incluem hemoglobina no cordão menor do que 12mg%, bilirrubina no sangue do cordão acima de 4mg% e uma velocidade de ascensão nos níveis séricos de bilirrubina superior a 0,5mg% por hora. • Exangüineotransfusão tardia: Geralmente é baseada no nível sérico de bilirrubina. Entretanto, o nível sérico pré-determinado de bilirrubina não deve ser analisado isoladamente TRIAGEM NEONATAL Doenças com grande impacto no crescimento e desenvolvimento infantil podem ser detectadas no período neonatal através da aplicação de testes de triagem universal e, quando reconhecidas precocemente, proporcionam intervenções terapêuticas prematuras e redução da morbimortalidade. O Brasil, desde 2001, conta com o Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN) que engloba a triagem neonatal biológica, auditiva e ocular. O PNTN permitiu não apenas que todos os recém nascidos tenham direito e acesso ao teste, mas garante que todos aqueles com resultado positivo tenham seguimento de tratamento e acompanhamento da doença. TESTE DO PEZINHO: A triagem neonatal a partir da matriz biológica, “teste do pezinho”, é um conjunto de ações preventivas, responsável por identificar precocemente indivíduos com doenças metabólicas, genéticas, enzimáticas e endocrinológicas, para que estes possam ser tratados em tempo oportuno, evitando as sequelas e até mesmo a morte. Além disso, propõe o gerenciamento dos casos positivos por meio de monitoramento e acompanhamento da criança durante o processo de tratamento. Recomenda-se que o período ideal de coleta da primeira amostra esteja compreendido entre o 3º e o 5º dia de vida do bebê devido às especificidades das doenças diagnosticadas atualmente. Detecta três doenças: a Fenilcetonúria, o Hipotireoidismo Congênito e a Doença Falciforme e outras Hemoglobinopatias. TESTE DO OLHINHO: Esse teste avalia a transparência dos meios oculares e consiste na percepção pelo examinador do reflexo vermelho através do oftalmoscópio.O Teste, portanto, é sensível às patologias que comprometam essa passagem de luz através dos meios oculares (filme lagrimal, córnea, humor aquoso, cristalino, humor vítreo): • Catarata; • Glaucoma – nos recém-nascidos, o glaucoma dificilmente se manifestará com opacidade, não entrando como diagnóstico diferencial no exame feito na maternidade. Porém é importante repetir o teste do ROV até os 5 anos de idade, conforme as indicações, pois a opacidade é um sinal de glaucoma avançado e pode sim ser detectado. • Retinocoroidite por Toxoplasmose Congênita; • Retinoblastoma. Para realizar o teste é necessário apenas o uso do oftalmoscópio direto posicionado a 30 cm do paciente e uma sala escurecida. Perceba que não há necessidade de colírios dilatadores de pupila. O teste normal consiste na presença do reflexo vermelho bilateral e simétrico, qualquer alteração deve ser investigada pelo profissional adequado. O período crítico para o diagnóstico de doenças oculares é até os primeiros 18 meses de vida, pois se dá a formação final dos olhos sendo o período ideal para tratamento e reabilitação visual. A triagem ocular consiste no teste do reflexo do olho vermelho (ROV). É um teste universal que deve ser realizado: • Antes da alta hospitalar; • 2 a 3 vezes/ano até o 3o ano de vida; • 1 vez/ano do 3o ao 5o ano de vida. TESTE DA ORELINHA: É um exame para identificar os recém-nascidos que possam apresentar deficiência auditiva desde o nascimento. Deverá ser realizado de preferência ainda na maternidade ou até o primeiro mês de vida da criança por um profissional com formação na área de audiologia. Desde agosto de 2010, a lei nº 12.303 tornou obrigatória no país a realização da Triagem Auditiva Neonatal em todos os recém- nascidos por meio da pesquisa das emissões otoacústicas evocadas. O exame deve ser realizado em local apropriado, silencioso, com o paciente de preferência dormindo. Quando acordado, deverá estar em posição confortável na maca, berço ou colo da mãe, para que permaneça tranquilo e sem choro. Após inspeção do meato acústico externo, estando em boas condições, é introduzido uma sonda no conduto auditivo externo do neonato iniciando assim, o exame propriamente dito. As Emissões Otoacústicas são captadas e registradas no visor do equipamento e seu resultado anotado no prontuário clínico e Caderneta de Saúde da criança. Reconhecer a importância do estabelecimento do vínculo mãe-filho. O apego, vínculo emocional recíproco entre um bebê e seu cuidador, constrói-se baseado em relacionamentos preliminares estabelecidos ainda com o feto e com a criança imaginada pelos pais, antes mesmo do seu nascimento. Após o nascimento, o bebê, para sobreviver, precisa de alguém que cuide dele e que assegure que suas necessidades físicas (alimentação, limpeza, cuidado, proteção, entre outras) e psicossociais (de se sentir seguro, amado, protegido, valorizado) sejam atendidas. Qualquer atividade por parte do bebê que provoque uma resposta do adulto pode ser considerada um comportamento de busca de apego: sorrir, chorar, sugar e olhar nos olhos. A prática da amamentação favorece a formação de vínculo entre mãe e filho e deve ser estimulada. Entretanto, a amamentação não é um comportamento inato, mas sim um hábito que se adquire e se aperfeiçoa com a prática, que depende de aprendizado e da interação positiva entre os fatores culturais e sociais. Identificar os programas governamentais de atenção à saúde perinatal e de incentivo ao vínculo mãe-criança-família. Reconhecer a importância da família, rede de apoio pessoal (pai da criança, amigos e familiares) da sociedade no processo anterior e posterior ao parto, inclusive na divisão do trabalho doméstico e cuidado com o concepto (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua -PNAD, Contínua – IBGE). A gravidez constitui um período de muitas expectativas não só para a gestante, mas para toda sua família, que se prepara para a chegada de um novo membro. E cada criança que nasce não é parte de um contexto vazio, mas sim de um ambiente familiar repleto de esperança, crenças, valores e metas, que influenciarão a formação deste sujeito em desenvolvimento. E é dentro do referido contexto familiar ou por intermédio de seu substituto (instituições ou pessoas que exerçam a função de cuidadores) que acontecerão as primeiras relações da criança, tão importantes para o seu desenvolvimento psicossocial. Os laços afetivos formados, em especial entre pais e filhos, influenciam o desenvolvimento saudável do bebê e determinam modos de interação positivos, que possibilitam o ajustamento do indivíduo aos diferentes ambientes de que ele irá participar. A família influencia o desenvolvimento de cada um de seus membros, ao mesmo tempo em que é modificada e influenciada por cada um deles, numa sequência interativa. Cada ação que se dá é construída por uma ação anterior, e vai agir sobre o resultado de uma ação futura. Quando, por exemplo, uma mãe está na fase de amamentação de seu bebê, grande parte de sua energia e atenção está canalizada para esta relação, podendo haver diversas reações por parte de seu marido, pai da criança. Ele pode ficar Discutir a importância do atendimento multidisciplinar integrado e a rede de atenção para boa condução e individualização do plano de cuidados. É importante ressaltar que as atribuições dos profissionais são de grande valia em todo o processo: territorialização, mapeamento da área de atuação da equipe, identificação das gestantes, atualização contínua de informações, realização do cuidado em saúde prioritariamente no âmbito da unidade de saúde, do domicílio e dos demais espaços comunitários (escolas, associações, entre outros). Os profissionais devem realizar ações de atenção integral e de promoção da saúde, prevenção de agravos e escuta qualificada das necessidades dos usuários em todas as ações, proporcionando atendimento humanizado e viabilizando o estabelecimento do vínculo. É importante realizar a busca ativa e a notificação de doenças e agravos. Não podemos esquecer a participação dos profissionais nas atividades de planejamento, avaliação das ações da equipe, promoção da mobilização e a participação da comunidade, buscando assim efetivar o controle social, a participação nas atividades de educação permanente e a realização de outras ações e atividades definidas de acordo com as prioridades locais. Alguns estudos apresentaram comparações entre desfechos no acompanhamento do pré- natal de médicos generalistas e gineco-obstetras. Uma revisão sistemática desenvolvida pelo grupo Cochrane Database; estudou o acompanhamento de 3.041 gestantes e nenhuma diferença estatística foi encontrada nos desfechos de trabalho de parto prematuro, cesarianas, casos de anemia, infecções do trato urinário, hemorragia no terceiro trimestre e mortalidade neonatal. Contudo, ao se comparar o grupo acompanhado por médicos generalistas e parteiras, constatou-se que houve uma redução significativa de DHEG (doença hipertensiva específica na gestação) para o primeiro grupo. Não houve diferença de satisfação dos usuários nos diferentes grupos. Sendo assim, nesta metanálise comprovou-se que não houve aumento nos desfechos adversos perinatais naquelas pacientes acompanhadas por médicos generalistas ou parteiras (associadas a médicos generalistas) quando comparados com gineco-obstetras em pré-natal de baixo risco. REVER O PDF: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/sau de_crianca_crescimento_desenvolvimento.pdf PDF PARA GUARDAR PARA O MODULO: http://www.cbra.org.br/pages/publicacoes/rbra/ v37n4/p303-308%20(RB443).pdfhttps://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_crianca_crescimento_desenvolvimento.pdf https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_crianca_crescimento_desenvolvimento.pdf
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