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SIMULADO Língua Portuguesa para Analista Judiciário (TJ BA) 2023

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Língua Portuguesa para Analista Judiciário (TJ BA) 2023 (
https://www.tecconcursos.com.br/s/Q2enFK )
Ordenação: Por Matéria
Português
Questão 1: FCC - ARE (SEFAZ AP)/SEFAZ AP/2022
Assunto: Ortografia - Casos Gerais e Emprego das Letras
Atenção: Leia o texto a seguir para responder à questão.
Renato Mendonça e A influência africana no português do Brasil, um estudo pioneiro
de africanias no português brasileiro
 
A partir de uma definição da antropóloga Nina Friedemann em “Comunidades negras: refúgios de
africanias na Colômbia”, podemos entender africanias como a bagagem cultural submergida no
inconsciente iconográfico dos negroafricanos entrados no Brasil em escravidão, que se faz perceptível na
língua, na música, na dança, na religião, no modo de ser e de ver o mundo, e que, no decorrer dos
séculos, como forma de resistência e de continuidade na opressão, transformou-se e converteu-se em
matrizes partícipes da construção de um novo sistema cultural e linguístico que nos identifica como
brasileiros.
 
São essas matrizes que, na década de 1930, o diplomata, escritor e pesquisador alagoano Renato
Firmino Maia de Mendonça (1912 – 1990), em sua monografia sobre A influência africana no português
do Brasil, trata de pontuar na formação da modalidade da língua portuguesa no Brasil, em nossas
tradições orais e na literatura brasileira.
 
Em 1933, a 1ª edição foi publicada pela Gráfica Sauer com prefácio de Rodolfo Garcia, trazendo o mapa
da distribuição do elemento negro no Brasil colonial e imperial. Em 1935, sai a 2a edição pela
Companhia Editora Nacional, na Coleção Brasiliana, ilustrada com mapas e fotografias e aumentada em
dois capítulos, um esboço histórico sobre o tráfico e um ensaio sobre o negro na literatura brasileira.
Também de caráter inovador são os mapas toponímicos com localidades designadas por nomes africanos
no Brasil, da autoria do geógrafo Carlos Marie Cantão, que vêm em addendum, ao final do livro. A 3ª
edição, de 1948, é publicada no Porto pela Figueirinhas. Em 1972 e 1973, a 2a edição é republicada pela
Civilização Brasileira.
 
Ao lado de Jacques Raimundo, que coincidentemente publicou, pela Renascença, em 1933, O elemento
afro-negro na língua portuguesa, a obra de Renato Mendonça é um estudo de referência obrigatória
nessa importante área de pesquisa, cuja repercussão científica corresponde a menos do que seu valor
real, em razão da tendência de esse conhecimento ser considerado, por linguistas e filólogos, mais como
objeto de pesquisa dos africanistas e dos especialistas em estudos “afro-brasileiros” – assim
denominados como uma palavra composta de acordo com a grafia consagrada e recomendada pelo
recente acordo ortográfico. Neste contexto, separado por um traço de união em lugar simplesmente de
se escrever afrobrasileiros, o termo afro, tratado como um prefixo, reflete de maneira subliminar aquela
tendência. Destaca-se como se fosse um aparte eventual no processo e não a parte afrobrasileira
inscrita em nossa identidade cultural e linguística.
 
Dentro desse plano de entendimento, Renato Mendonça coloca e avalia a interferência que aquelas
vozes de mais de quatro milhões de negros escravizados, no decorrer de três séculos consecutivos,
imprimiram naquela língua portuguesa que eles foram obrigados a falar como segunda língua no Brasil.
Ao mesmo tempo, Mendonça enriquece e alarga suas análises baseado em uma bibliografia ainda hoje
consistente e de grande valia para os estudos atuais sobre a história e a etnografia africanas e suas
línguas, principalmente sobre as que foram faladas no Brasil, as quais ele adequadamente chama de
negroafricanas.
 
(Adaptado de: CASTRO, Yeda Pessoa de.
Prefácio − Renato Mendonça e A influência africana no português do Brasil, um estudo pioneiro de africanias no
português brasileiro. In: Mendonça, Renato. A influência africana no Português do Brasil. Brasília: Fundação
Alexandre de Gusmão, 2012, p. 15-16)
Observações:
1. Addendum: adendo, apêndice.
 
Considerando a ortografia padrão é correto afirmar:
 a) Negroafricanas, diferentemente de afro-brasileiros, deve ser escrito sem hífen, tal como aparece
no texto.
 b) O modo de escrita dos itens aparte e a parte evidencia, tal como demonstrado no texto, que não
há conexões semânticas entre eles.
 c) A grafia da preposição e do pronome em de esse sublinha a função sintática do fragmento que
introduzem, tal como em “João alertou para o perigo de o Paulo ser demitido”.
 d) Iconográfico, resistência e partícipe têm sua acentuação determinada pela mesma regra.
 e) Ciente de sua função exclusiva na ortografia, a de unir as partes de certas palavras compostas ou
derivadas por prefixação, a autora eliminou o traço-de-união, ou hífen, de todo o seu texto.
Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/2162746
Questão 2: FCC - Ana Amb (SEMA MA)/SEMA MA/Engenheiro Florestal/2016
Assunto: Ortografia - Casos Gerais e Emprego das Letras
COP-21 já foi. E agora, o que virá?
 
O Acordo do Clima aprovado em Paris em dezembro de 2015 não resolve o problema do aquecimento
global, apenas cria um ambiente político mais favorável à tomada de decisão para que os objetivos
assinalados formalmente por 196 países sejam alcançados.
 
Como todo marco regulatório, o acordo estabelece apenas as condições para que algo aconteça, e, nesse
caso, não há sequer prazos ou metas. As propostas apresentadas voluntariamente pelos países passam a
ser consideradas “metas” que serão reavaliadas a cada 5 anos, embora a soma dessas propostas não
elimine hoje o risco de enfrentarmos os piores cenários climáticos com a iminente elevação média de
temperatura acima de 2 ºC.
 
Sendo assim, o que precisa ser feito para que o Acordo de Paris faça alguma diferença para a
humanidade? A 21ª Conferência do Clima (COP-21) sinaliza um caminho. Para segui-lo, é preciso realizar
muito mais − e melhor − do que tem sido feito até agora. A quantidade de moléculas de CO2 na
atmosfera já ultrapassou as 400 ppm (partes por milhão), indicador que confirmaria − segundo o Painel
Intergovernamental de Mudança Climática (IPCC) da ONU − a progressão rápida da temperatura acima
dos 2 °C.
 
A decisão mais urgente deveria ser a eliminação gradual dos U$ 700 bilhões anuais em subsídios para os
combustíveis fósseis. Sem essa medida, como imaginar que a nossa atual dependência de petróleo,
carvão e gás (75% da energia do mundo é suja) se modifique no curto prazo?
 
Para piorar a situação, apesar dos investimentos crescentes que acontecem mundo afora em fontes
limpas e renováveis de energia (solar, eólica, biomassa, etc.), nada sugere, pelo andar da carruagem,
que testemunhemos a inflexão da curva de emissões de gases estufa. Segundo a vice-presidente do
IPCC, a climatologista brasileira Thelma Krug, a queima de combustíveis fósseis segue em alta e não há
indícios de que isso se modifique tão cedo.
 
Como promover tamanho freio de arrumação em um planeta tão acostumado a emitir gases estufa sem
um novo projeto educacional? Desde cedo a garotada precisa entender o gigantesco desafio civilizatório
embutido no combate ao aquecimento global.
 
O Acordo do Clima é certamente um dos maiores e mais importantes da história da diplomacia mundial.
Mas não nos iludamos. Tal como a Declaração Universal dos Direitos Humanos (adotada pela ONU em
1948), o Acordo sinaliza rumo e perspectiva, aponta o que é o certo, e se apresenta como um
compromisso coletivo. Tornar o Acordo realidade exige atitude. Diária e obstinada.
 
(Adaptado de: TRIGUEIRO, André. http://g1.globo.com/natureza/blog/mundo-sustentavel/2.html)
 
Desde cedo a garotada precisa entender o gigantesco desafio civilizatório embutido no combate ao
aquecimento global. (6º parágrafo)
 
O termo sublinhado pode ser substituído, com grafia correta e com o sentido preservado em linhas
gerais, por
 a) encorporado
 b) incrustrado
 c) embuído
 d) instituido
 e) inserto
Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/405942Questão 3: FCC - Prof B (SEDU ES)/SEDU ES/Língua Portuguesa/2016
Assunto: Ortografia - Casos Gerais e Emprego das Letras
Na língua portuguesa, a grafia de certas palavras pode ser justificada pela sua origem. Assim, o emprego
de j em palavras, tais como as destacadas em − Não gosto de jiló. / A jiboia é uma enorme cobra
brasileira. /O jerico empacou no meio da estrada. − é explicado pela origem
 a) africana, as duas primeiras; tupi, a terceira.
 b) africana, tupi e desconhecida, respectivamente.
 c) desconhecida, a primeira; tupi, as duas últimas.
 d) tupi, a primeira; africana, as duas últimas.
 e) tupi, as duas primeiras; desconhecida a terceira.
Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/361563
Questão 4: FCC - GP (SEAD PI)/SEAD PI/2013
Assunto: Ortografia - Casos Gerais e Emprego das Letras
Atenção: Considere o texto abaixo para responder à questão.
Os cientistas familiarizados com a obra do historiador inglês marxista Eric Hobsbawm, falecido no ano
passado, bem que poderiam tomar emprestado o título de seu livro dedicado às transformações político-
econômicas do século XX e empregá-lo para descrever o cenário climático previsto para o Brasil das
próximas décadas. Se o assunto são as mudanças climáticas, a era dos extremos (nome do livro de
Hobsbawm) apenas se iniciou e, segundo os pesquisadores, veio para ficar por um bom tempo. Em razão
do aumento progressivo da concentração de gases de efeito estufa e de alterações na ocupação do uso
do solo, o clima no Brasil do final do século XXI será provavelmente bem diferente do atual, a exemplo
do que deverá ocorrer em outras partes do planeta.
As projeções constantes do primeiro relatório de avaliação do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas
(PBMC), apresentado no início de setembro, indicam que a temperatura média em todas as grandes
regiões do país, sem exceção, será de 3º a 6ºC mais elevada em 2100 do que no final do século XX, a
depender do padrão futuro de emissões de gases de efeito estufa. As chuvas devem apresentar um
quadro mais complexo. Em biomas como a Amazônia e a caatinga, a quantidade estimada de chuvas
poderá ser 40% menor. Há indícios de que poderá chover significativamente mais nas porções de mata
atlântica do Sul e do Sudeste e menos na do Nordeste, no cerrado, na caatinga e no pantanal. Os efeitos
da citada diminuição se farão sentir na vazão total das grandes bacias hidrográficas. A do rio São
Francisco e a do rio Parnaíba, por exemplo, poderão ter seu caudal reduzido significativamente.
José Marengo, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais − INPE, que trabalha com projeções futuras
a partir de modelos regionais do clima, diz: “A sensação é de que as estações estão meio ‘loucas’, com
manifestações mais frequentes de extremos climáticos”. A expressão significa que os brasileiros vão
conviver mais tanto com períodos de seca prolongada, como com períodos de chuva forte, às vezes um
após o outro.
 
Um dos setores mais vulneráveis a essas transformações, se de fato ocorrerem, é a agropecuária.
Culturas como soja, café e feijão veriam sua produtividade regredir. No pior cenário, poderia haver
perdas de até R$ 7 bilhões ao ano.
 
Tais predições não são infalíveis, mas, à medida que o conhecimento avança, as incertezas se reduzem −
e não há sinais de que o consenso científico se afaste da convicção de que o aquecimento em curso é
provocado pelo homem.
 
Por outro lado, encontra-se quase estagnada a negociação internacional para redução das emissões de
gases de efeito estufa. O Brasil diminuiu bastante as suas, com a queda drástica do desmatamento, mas
o efeito disso sobre o clima mundial é ínfimo.
 
Parece ocioso, nesse contexto, perpetuar a discussão sobre o quinhão de responsabilidade humana na
mudança do clima. Se ela é real, cabe dar prioridade para a adaptação da economia aos efeitos sobre os
quais houver grau razoável de segurança.
 
(Adaptado de: PIVETTA, Marcos. Pesquisa FAPESP, Agosto de 2013; e de "Choque térmico". Editorial da Folha de
S. Paulo, 13/09/2013, p. 2 A)
 
A palavra do texto que vem associada a duas outras igualmente grafadas em conformidade com a
modalidade escrita formal é:
 a) pesquisadores / quiser; atrasar.
 b) familiarizados / paralizados; atrazado.
 c) extremos / êxtase; explêndidos.
 d) concentração / subverção; extinção.
 e) estagnada / advinhar; abstêmio.
Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/151264
Questão 5: FCC - Ana Proc (PGE BA)/PGE BA/Administrativo/2013
Assunto: Ortografia - Casos Gerais e Emprego das Letras
A frase em que todos os termos estão corretamente grafados e empregados é:
 a) Não quero que nada de mau lhe aconteça, nem que volte a ser assaltado por aquele insistente mal
humor que o faz tão intolerante para com os amigos.
 b) Ele ainda não conseguiu entender porque seu time do coração sofre tantos revezes num
campeonato que teria chances reais de conquistar.
 c) Ele vive as turras com a namorada, mas não consegue afastar-se dela, à despeito de estar
convencido de que jamais alcançarão a paz.
 d) Nos dias onde ele emerge na leitura dos romances policiais ninguém logra atrair sua atenção para
longe do mundo de Miss Marple ou de Hercule Poirot.
 e) Apanhado em flagrante delito, o acusado tentou justificar- se pretextando uma insanidade
momentânea, mas ninguém na delegacia lhe deu ouvidos.
Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/178966
Questão 6: FCC - AFTM SP/Pref SP/Gestão Tributária/2012
Assunto: Ortografia - Casos Gerais e Emprego das Letras
A frase em que a ortografia está adequada ao padrão culto escrito é:
 a) A obra faraônica será uma excressência naquela paisagem bucólica, mas ninguém teve hêsito em
convencer os responsáveis da necessidade de revisão do projeto.
 b) À mínima contrariedade, exarcebava-se de tal maneira que seus excessos verbais eram já
conhecidos de todos.
 c) A expontaneidade com que se referiu ao local como "impesteado" fez que todo o auditório
explodisse em risos.
 d) Quanto à infraestrutura, será necessário reconstrui-la em prazo curto, mas sem que haja qualquer
tipo de displiscência.
 e) O docente não viu como retaliação a rasura no cartaz que afixara, mas sua intenção era advertir
quanto ao desleixo com a coisa pública.
Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/58936
Questão 7: FCC - AFF (TCE-SP)/TCE SP/"Sem Área"/2012
Assunto: Ortografia - Casos Gerais e Emprego das Letras
A frase que respeita a ortografia é:
 a) Antes de cochilar, era-lhe natural fazer um exame de consciência e reiterar a si próprio seu
empenho em vencer a itemperança.
 b) O desleixo com que passou a manuzear os objetos da coleção fez o respeitado colecionador optar
pela despensa do já antigo colaborador.
 c) O debate recrudesceu, mas os mais bem-intencionados foram hábeis em dirimir as provocações, às
vezes pungentes, das lideranças que se confrontavam.
 d) Estava bastante ciente de que era à sua gulodice que podia creditar a desinteria que o abatera às
vésperas do exótico casamento.
 e) O poder descricionário dos ditadores, responsável por tantas atrocidades em tantas partes do
mundo, é analisado na obra com um rigor admirável.
Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/77782
Questão 8: FCC - AJ TRE PR/TRE PR/Apoio Especializado/Odontologia/2012
Assunto: Ortografia - Casos Gerais e Emprego das Letras
A frase correta do ponto de vista da grafia é:
 a) Era grande a insidência de casos de enjoo quando era servido aquele alimento, por isso o episódio
não foi tratado como exceção, atitude que garantiu o êxito das providências.
 b) Em meio a tanta opulência da mansão leiloada, encontrou a geringonça que, tratada criativamente
por ele, garantiu por anos seu apoio a entidades beneficientes.
 c) Seus gestos desarmônicos às vezes eram mal compreendidos, mas seu jeito afável de falar, sem
resquícios demágoa, revelava sua intenção de restabelecer a paz entre os familiares.
 d) Defendeu-se dizendo que nunca pretendeu axincalhar ninguém, mas as suas caçoadas realmente
humilhavam e incitavam à malediscência.
 e) Sempre ansiosos, desenrolaram no saguão apinhado a faixa com que brindavam os recém-
formados, com os seguintes dizeres: “Viagem bastante e divirtam-se, nobres doutores”.
Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/225371
Questão 9: FCC - Ana Leg (ALESP)/ALESP/Taquígrafo/2012
Assunto: Ortografia - Casos Gerais e Emprego das Letras
A questão baseia no texto apresentado abaixo.
 
Eu me inteiro diariamente do que acontece nas principais rodovias do país, pois coleto material para
pesquisa em andamento. Tenho observado que em véspera ou dia pós-feriado os acidentes aumentam,
na medida em que as pessoas, fora de sua rotina, têm sua atenção dispersada.
 Lamento a má interpretação que se deu a alguns dados que publiquei recentemente sobre esse
assunto, mas a atribuo a fala equivocada de um policial rodoviário. Encontrando-o de novo – conheço o
trecho sob sua vigilância –, farei questão de esclarecer meu ponto de vista. Se ainda vir necessidade de
maiores explicações, republicarei a matéria, acrescida, porém, de informações técnicas. 
 
Considerado o primeiro parágrafo e o padrão culto escrito, assinale a afirmação correta. 
 a) Ainda que a forma verbal inteiro esteja corretamente grafada, ela deve ser pronunciada como se
não houvesse o ditongo, como se fosse escrita assim: “intéro”. 
 b) A palavra pesquisa está corretamente grafada, mas o verbo, formado com o sufixo “-izar”, deve ser
registrado “pesquizar”. 
 c) A expressão em véspera ou dia pós-feriado apresenta equívoco de construção, que estaria sanado,
por exemplo, assim: “em véspera de feriado ou em dia pós-feriado”. 
 d) A expressão na medida em que está empregada de modo indevido, pois o contexto exige o
emprego de “à medida que”. 
 e) O vocábulo dispersada está incorretamente grafado. 
Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/564107
Questão 10: FCC - ACE TCE AP/TCE AP/Controle Externo/Contabilidade/2012
Assunto: Ortografia - Casos Gerais e Emprego das Letras
A frase que está em conformidade com a ortografia oficial é:
 a) Não interessa recaptular a indesejável dissensão, mas sim aliviar as tensões agudizadas pelo
desnecessário enxerto de questões polêmicas.
 b) Sempre quis ser assessora de moda em lojas, mas eram tantos os empecilhos, que acabou por
vencer a ojeriza de coser sob encomenda e, com isso, tornou-se grande costureira.
 c) Endoidescia o marido com seus gastos extravagantes, pois acreditava que o tão desejado charme
era questão de plumas e brilhos esplendorosos, de preferência, vindos do exterior.
 d) Quando disse que não exitaria em abandonar o emprego de sopetão e ir relaxar numa praia
distante, lhe disseram que seria sandice, mas não conseguiram vencer o fascínio da aventura.
 e) Representava na peça um cafageste que tratava a todos com escárneo, mas sua atuação era
sempre tão fascinante que diariamente angariava a simpatia de toda a platéia.
Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/69334
Questão 11: FCC - AJ TRE AP/TRE AP/Apoio Especializado/Análise de Sistemas/2011
Assunto: Ortografia - Casos Gerais e Emprego das Letras
Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo.
As indústrias culturais, e mais especificamente a do cinema, criaram uma nova figura, “mágica”,
absolutamente moderna: a estrela. Depressa ela desempenhou um papel importante no sucesso de
massa que o cinema alcançou. E isso continua. Mas o sistema, por muito tempo restrito apenas à tela
grande, estendeu-se progressivamente, com o desenvolvimento das indústrias culturais, a outros
domínios, ligados primeiro aos setores do espetáculo, da televisão, do show business. Mas alguns sinais
já demonstravam que o sistema estava prestes a se espalhar e a invadir todos os domínios: imagens
como as de Gandhi ou Che Guevara, indo de fotos a pôsteres, no mundo inteiro, anunciavam a
planetarização de um sistema que o capitalismo de hiperconsumo hoje vê triunfar.
O que caracteriza o star-system em uma era hiper-moderna é, de fato, sua expansão para todos os
domínios. Em todo o domínio da cultura, na política, na religião, na ciência, na arte, na imprensa, na
literatura, na filosofia, até na cozinha, tem-se uma economia do estrelato, um mercado do nome e do
renome. A própria literatura consagra escritores no mercado internacional, os quais negociam seus
direitos por intermédio de agentes, segundo o sistema que prevalece nas indústrias do espetáculo. Todas
as áreas da cultura valem-se de paradas de sucesso (hit-parades), dos mais vendidos (best-sellers), de
prêmios e listas dos mais populares, assim como de recordes de venda, de frequência e de audiência
destes últimos.
A extensão do star-system não se dá sem uma forma de banalização ou mesmo de degradação − da
figura pura da estrela, trazendo consigo uma imagem de eternidade, chega-se à vedete do momento, à
figura fugidia da celebridade do dia; do ícone único e insubstituível, passase a uma comunidade
internacional de pessoas conhecidas, “celebrizadas”, das quais revistas especializadas divulgam as fotos,
contam os segredos, perseguem a intimidade. Da glória, própria dos homens ilustres da Antiguidade e
que era como o horizonte resplandecente da grande cultura clássica, passou-se às estrelas − forma ainda
heroicizada pela sublimação de que eram portadoras − , depois, com a rapidez de duas ou três décadas
de hipermodernidade, às pessoas célebres, às personalidades conhecidas, às “pessoas”. Deslocamento
progressivo que não é mais que o sinal de um novo triunfo da formamoda, conseguindo tornar efêmeras
e consumíveis as próprias estrelas da notoriedade.
 
(Adap. de Gilles Lipovetsky e Jean Serroy. Uma cultura de celebridades: a universalização do estrelato. In A cultura
– mundo: resposta a uma sociedade desorientada. Trad: Maria Lúcia Machado. São Paulo: Companhia das Letras,
2011, p.81 a 83)
O segmento que, inspirado no texto, se apresenta correto é:
 a) estrelas das quais se reconhecem as fotos.
 b) chega à ser a vedete do momento.
 c) forma de paralização.
 d) sublimação de que todos aplaudem.
 e) estrelas da beneficiência.
Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/98001
Questão 12: FCC - AJ TRT19/TRT 19/Apoio Especializado/Arquivologia/2011
Assunto: Ortografia - Casos Gerais e Emprego das Letras
Quanto à ortografia, há INCORREÇÕES na frase:
 a) O crescimento da classe C tem tido uma importância incomensurável para o comércio, mas vem
ocasionando também uma elevação na taxa de inadimplência, o que é perturbador.
 b) Milhões de pessoas têm sido beneficiadas com o crescimento econômico que se vê no país,
saltando da classe D para a C, algo que há poucos anos não pareceria factível.
 c) Alguns especialistas vêm disseminando a teoria de que, a partir da distribuição de riqueza por
meio da geração de milhões de novos empregos, a classe E deixe de existir.
 d) Os “consumidores emergentes”, como vêm sendo chamados os novos integrantes da classe C,
ainda têm dificuldade em poupar e adquirem grande parcela de produtos a crédito.
 e) Sabe-se que a ascenção da classe D tem proporcionado um aumento expresivo do consumo de
bens duráveis, o que pode acelerar sobremaneira esse mercado.
Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/529432
Questão 13: FCC - Ana (PGE RJ)/PGE RJ/Administrador/2009
Assunto: Ortografia - Casos Gerais e Emprego das Letras
Segredo
Há muitas coisas que a psicologia não nos explica. Suponhamos que você esteja em um 12º andar, em
companhia de amigos, e, debruçando-se à janela, distinga lá embaixo, inesperada naquele momento, a
figura de seu pai, procurando atravessar a rua ou descansando em um banco diante do mar. Só isso. Por
que, então,todo esse alvoroço que visita a sua alma de repente, essa animação provocada pela presença
distante de uma pessoa de sua intimidade? Você chamará os amigos para mostrar-lhe o vulto de traços
fisionômicos invisíveis: “Aquele ali é papai”. E os amigos também hão de sorrir, quase enternecidos,
participando um pouco de sua glória, pois é inexplicavelmente tocante ser amigo de alguém cujo pai se
encontra longe, fora do alcance de seu chamado.
Outro exemplo: você ama e sofre por causa de uma pessoa e com ela se encontra todos os dias. Por
que, então, quando essa pessoa aparece à distância, em hora desconhecida aos seus encontros, em uma
praça, em uma praia, voando na janela de um carro, por que essa ternura dentro de você, e essa
admirável compaixão?
Por que motivo reconhecer uma pessoa ao longe sempre nos induz a um movimento interior de doçura e
piedade? (...) Até para com os nossos inimigos, para com as pessoas que nos são antipáticas, a distância
em relação ao desafeto atua sempre em sentido inverso. Ver um inimigo ao longe é perdoá-lo bastante.
(Paulo Mendes Campos – Crônicas escolhidas. S.Paulo: Ática, 1981, p.p. 49-50)
 
É adequado o emprego e correta a grafia de todas as palavras da frase:
 a) Os poetas românticos eram obsecados por imagens que, figurando a distância, expressavam com
ela a gososa inatingibilidade de um ideal.
 b) É prazeroso o reconhecimento de uma pessoa que, surgindo longínqua, parece então mais
próxima que nunca – paradoxo pleno de poesia.
 c) A abstensão da proximidade de alguém não impede, segundo o cronista, que nossa afetividade
aflore e haja para promover uma aproximação.
 d) Nenhuma distância dilui o afeto, pelo contrário: o reconhecimento da amada longeva avisinha-a de
nós, fá-la mais próxima que nunca.
 e) O cronista ratifica o que diz um velho provérbio: a distância que os olhos acusam não exclue a
proximidade que o nosso coração promove.
Esta questão não possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/874517
Questão 14: FCC - ATCE (TCE-AM)/TCE AM/Auditoria Governamental/2008
Assunto: Ortografia - Casos Gerais e Emprego das Letras
Atenção: A questão refere-se ao texto que segue.
Do abuso das palavras
Quando o célebre La Rochefoucauld disse que o amor-próprio é o princípio de todas as nossas ações,
como a ignorância da verdadeira significação desse termo amor-próprio levantou pessoas contra esse
ilustre pensador! Tomou-se o amor-próprio como orgulho e vaidade e imaginou-se, por conseguinte, que
La Rochefoucauld colocava no vício a fonte de todas as virtudes. No entanto, era fácil perceber que o
amor-próprio, ou o amor de si, não era outra coisa a não ser um sentimento gravado em nós pela
natureza; que esse sentimento se transformava em cada homem em vício ou virtude, segundo os gostos
e as paixões que o dominavam; e que o amor-próprio, diferentemente modificado, produzia igualmente o
orgulho e a modéstia.
 
O conhecimento dessas idéias teria preservado La Rochefoucauld da censura tão repetida de que ele via
a humanidade de modo por demais pessimista; na verdade, ele a conheceu tal qual ela é. Concordo com
que a visão nítida da indiferença de quase todos os homens a nosso respeito é um espetáculo desolador
para a nossa vaidade, mas, enfim, é preciso tomar os homens como são: irritar-se com os efeitos de seu
amor-próprio é queixar-se dos aguaceiros da primavera, dos ardores do verão, das chuvas de outono e
das geadas do inverno.
(Helvétius, Os Pensadores)
Nota: La Rochefoucauld e Helvétius são pensadores franceses dos séculos XVII e XVIII, respectivamente.
 
O emprego e a grafia de todas as palavras estão corretos na frase:
 a) É difícil haver uma recepção concensual do sentido das palavras: Helvétius surprendeu-se com o
atribuído a amor-próprio.
 b) O mal entendimento do termo amor-próprio concitou Helvétius a investir contra os detratores de
La Rochefoucauld.
 c) Mesmo o mais exitoso filósofo tem de enfrentar os empecilhos criados por pessoas sem qualquer
envergadura intelectual.
 d) La Rochefoucauld, celebrizado por seu verve de humor, criou máximas que transporam as
fronteiras do tempo e do espaço.
 e) As pessoas indignadas, que assacavam as idéias de La Rochefoucauld, justificavam o fato alegando
ser o filósofo um nilista impedernido.
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Questão 15: FCC - AJ TRF5/TRF 5/Judiciária/"Sem Especialidade"/2008
Assunto: Ortografia - Casos Gerais e Emprego das Letras
Atenção: A questão refere-se ao texto que segue.
 
Pessimismo e otimismo
 
Achar que um pessimista pode ser um tipo interessante é coisa de otimistas – e eu assino embaixo.
Confesso, aliás, que tenho uma séria inclinação para o pessimismo, mas entendo que ela se deve,
justamente, à porção de otimismo que também está em mim. Não, leitor, não alimento o prazer de
formular paradoxos gratuitos; deixe-me fundamentar este.
 
Os otimistas costumam achar muita graça no mundo, seja porque já a encontraram, seja porque estão
certos de que ainda a encontrarão. Mas às vezes esse otimismo é tão grande que passa a ser demasiado
exigente, e só se contentará com o êxtase da suprema felicidade. Como esta é raríssima, e quando
chega costuma ser passageira, o otimista passa a temperar sua expectativa com um pouco de
pessimismo só para engrandecer ainda mais o êxtase almejado. Complicado? Mas quem disse que somos
simples?
 
Outro dia recortei da Internet este fragmento de um blog, que vai um pouco na direção das minhas
convicções:
 
Penso que a maioria das pessoas tende a associar pessimismo a inatividade e paralisia, e otimismo a
entusiasmo e iniciativa. Via de regra, é precisamente o oposto que é verdadeiro: em seu deslumbramento, os
otimistas, que diante de tudo se ofuscam, a nada se apegam. Por outro lado, em sua lucidez, aos pessimistas
é dado enxergar na escuridão a imagem do que lhes seria essencial, e sentem-se como ninguém compelidos a
agarrar-se a ela.
 
É isso. O pessimista não é inimigo das idealizações, muito pelo contrário. E alguém já disse: Sou
pessimista de cabeça e otimista de coração. A frase é esperta, pois leva a admitir um convívio ameno
entre as inclinações para a mais rigorosa lucidez e para a mais generosa sensibilidade. Mas é também
verdadeira: qualquer um de nós pode admiti-lo durante a simples operação de folhear um jornal. O
homem-bomba resolveu sacrificar-se na companhia de quinze adversários políticos? A humanidade não
tem jeito. O pequeno e sofrido país asiático teve sua independência reconhecida e amparada pela ONU?
Nem tudo está perdido. No noticiário da TV, e ao vivo: o marido enciumado seqüestrou a própria mulher
e ameaça matá-la diante das câmeras? O mundo é mesmo um horror... Horas depois, ainda ao vivo, o
homem depõe a arma e entrega-se à polícia, aos prantos? Esta vida é comovente...
 
Pensando agora em nosso país: haverá algum outro que tantas razões dê a seus cidadãos para serem
otimistas e pessimistas a um tempo? Parece já fazer parte da nossa cultura esse amálgama de
expectativas contrárias: ora “o Brasil não tem jeito mesmo”, ora “este é o melhor país do mundo”. Diante
dos extremos, as pessoas sensatas recomendam o equilíbrio que nega as polaridades, pois “a verdade
está no meio”. Pois eu prefiro manter a opinião de que a verdade dos otimistas é, no fundo, uma aliada
da verdade dos pessimistas. A prova de que não somos uma coisa só está em cada dia que amanhece: o
leitor acordou hoje pessimista ou otimista? Seja qual for a resposta, só posso lhe dizer: – Conserve-se
assim, e até amanhã.
 
(Sérgio Ruiz Taborda)
 
Todas as palavras estão corretamente grafadas na frase:
 a) Ela não crê em rixa, mas em complementaridade entre o pessimismo e o otimismo, admitindo,
assim, flexibilização das sensações humanas.
 b) As sensações espectantes produzem, entre os mais pessimistas, muito temor, e entre os otimistas,
uma gososa, deleitosa ansiedade.
 c) Algumas pessoas não admitem hesitação ou abstensão, quando nos inquirem:você se arroula entre
ospessimistas ou entre os otimistas?
 d) Em tese, não se deve previlegiar o otimismo ou o pessimismo; esses humores não reinvindicam,
por si mesmos, nenhuma hegemonia.
 e) O autor do texto se apoia na tese segundo a qual não se deve descriminar em definitivo entre o
pessimismo e o otimismo.
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Questão 16: FCC - AJ TRT23/TRT 23/Apoio Especializado/Fisioterapia/2007
Assunto: Ortografia - Casos Gerais e Emprego das Letras
Atenção: A questão refere-se ao texto que segue.
 
Da ação dos justos
 
Em recente entrevista na TV, uma conhecida e combativa juíza brasileira citou esta frase de Disraeli*: “É
preciso que os homens de bem tenham a audácia dos canalhas”. Para a juíza, o sentido da frase é
atualíssimo: diz respeito à freqüente omissão das pessoas justas e honestas diante das manifestações de
violência e de corrupção que se multiplicam em nossos dias e que, felizmente, têm chegado ao
conhecimento público e vêm sendo investigadas e punidas. A frase propõe uma ética atuante, cujos
valores se materializem em reação efetiva, em gestos de repúdio e medidas de combate à barbárie
moral. Em outras palavras: que a desesperança e o silêncio não tomem conta daqueles que pautam sua
vida por princípios de dignidade.
 
Como não concordar com a oportunidade da frase? Normalmente, a indignação se reduz a conversas
privadas, a comentários pessoais, não indo além de um mero discurso ético. Se não transpõe o limite da
queixa, a indignação é impotente, e seu efeito é nenhum; mas se ela se converte em gesto público,
objetivamente dirigido contra a arrogância acanalhada, alcança a dimensão da prática social e política, e
gera conseqüências.
 
A frase lembra-nos que não costuma haver qualquer hesitação entre aqueles que se decidem pela
desonestidade e pelo egoísmo. Seus atos revelam iniciativa e astúcia, facilitadas pela total ausência de
compromisso com o interesse público. Realmente, a falta de escrúpulo aplaina o caminho de quem não
confronta o justo e o injusto; por outro lado, muitas vezes faltam coragem e iniciativa aos homens que
conhecem e mantêm viva a diferença entre um e outro. Pois que estes a deixem clara, e não abram mão
de reagir contra quem a ignore.
 
A inação dos justos é tudo o que os contraventores e criminosos precisam para continuar operando. A
cada vez que se propagam frases como “Os políticos são todos iguais”, “Brasileiro é assim mesmo” ou
“Este país não tem jeito”, promove-se a resignação diante dos descalabros. Quem vê a barbárie como
uma fatalidade torna-se, ainda que não o queira, seu cúmplice silencioso.
 
* Benjamin Disraeli, escritor e político britânico do século XIX.
 
(Aristides Villamar)
 
Estão corretos o emprego e a grafia de todas as palavras da frase:
 a) A corrupção só se extingue ou diminue quando os justos intervêm para que as boas causas
prevalesçam.
 b) Os homens que usufruem de vantagens a que não fazem jus cultivam a hipocrisia de propalar
discursos moralizantes.
 c) Contra tantos canalhas audases há que haver a reação dos que têm a probidade como um valor
inerente ao exercício da cidadania.
 d) Há uma inestricável correlação entre a apatia dos bons cidadãos e a desenvoltura com que agem
os foras-da-lei.
 e) Deprende-se que houve êxito das iniciativas dos homens de bem quando os prevaricadores
sentiram cerceada sua área de atuação.
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Questão 17: FCC - ALC (TCE AL)/TCE AL/Analista de Sistemas/2007
Assunto: Ortografia - Casos Gerais e Emprego das Letras
A questão se refere ao texto que segue.
Propósitos e liberdade
 
Desde que nascemos e a nossa vida começou, não há mais nenhum ponto zero possível. Não há como
começar do nada. Talvez seja isso que torna tão difícil cumprir propósitos de Ano Novo. E, a bem da
verdade, o que dificulta realizar qualquer novo propósito, em qualquer tempo.
 
O passado é como argila que nos molda e a que estamos presos, embora chamados imperiosamente
pelo futuro. Não escapamos do tempo, não escapamos da nossa história. Somos pressionados pela
realidade e pelos desejos. Como pode o ser humano ser livre se ele está inexoravelmente premido por
seus anseios e amarrado ao enredo de sua vida? Para muitos filósofos, é nesse conflito que está o
problema da nossa liberdade.
 
Alguns tentam resolver esse dilema afirmando que a liberdade é a nossa capacidade de escolher, a que
chamam livre-arbítrio. Liberdade se traduziria por ponderar e eleger entre o que quero e o que não
quero ou entre o bem e o mal, por exemplo. Liberdade seria, portanto, sinônimo de decisão.
 
Prefiro a interpretação de outros pensadores, que nos dizem que somos livres quando agimos. E agir é
iniciar uma nova cadeia de acontecimentos, por mais atrelados que estejamos a uma ordem anterior.
Liberdade é, então, começar o improvável e o impensável. É sobrepujar hábitos, crenças,
determinações, medos, preconceitos. Ser livre é tomar a iniciativa de principiar novas possibilidades.
Desamarrar. Abrir novos tempos.
 
Nossa história e nosso passado não são nem cargas indesejadas, nem determinações absolutas. Sem
eles, não teríamos de onde sair, nem para onde nos projetar. Sem passado e sem história, quem
seríamos? Mas não é porque não pudemos (fazer, falar, mudar, enfrentar...) que jamais poderemos.
Nossa capacidade de dar um novo início para as mesmas coisas e situações é nosso poder original e
está na raiz da nossa condição humana. É ela que dá à vida uma direção e um destino. Somos livres
quando, ao agir, recomeçamos.
 
Nossos gestos e palavras, mesmo inconscientes e involuntários, sempre destinam nossas vidas para
algum lugar. A função dos propósitos é transformar esse agir, que cria destinos, numa ação consciente e
voluntária. Sua tarefa é a de romper com a casualidade aparente da vida e apagar a impressão de que
uma mão dirige nossa existência.
 
Os propósitos nos devolvem a autoria da vida.
 
(Dulce Critelli. Folha de São Paulo, 24/01/2008)
 
Estão corretos o emprego e a grafia de todas as palavras em:
 a) A inverossimilhança dos nossos enfáticos propósitos de Ano Novo constitui uma prova de que, via
de regra, somos uns inconseqüentes.
 b) Há quem formule com tanta desfaçateza seus propósitos de Ano Novo que acaba provocando em
todos um mixto de irrisão e pena.
 c) Não há porquê imaginar que nos baste divizar imagens do futuro para que elas venham a se tornar
uma inextricável realidade.
 d) O dilema que constitue nosso desejo de liberdade diante de amarras entrincadas está diretamente
associado à questão da liberdade.
 e) É prazeirosa a experiência de quem formula propósitos e promove ações que vão de encontro aos
mesmos.
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Questão 18: FCC - Of Just (TJ PE)/TJ PE/Direito/2007
Assunto: Ortografia - Casos Gerais e Emprego das Letras
Atenção: A questão refere-se ao texto que segue.
 
Duzentas gramas
Tenho um amigo que fica indignado quando peço na padaria “duzentas” gramas de presunto – já que a
forma correta, insiste ele, é duzentos gramas. Sempre discutimos sobre os diferentes modos de falar. Ele
argumenta que as regras de pronúncia e de ortografia, já que existem, devem ser obedecidas, e que os
mais cultos (como eu, um cara que traduz livros) devem insistir na forma correta, a fim de esclarecer e
encaminhar gente menos iluminada.
Eu sempre argumento que, quando ele diz que só existe uma forma correta de falar, está usurpando um
termo de outro ramo, que está tentando aplicar a ética à gramática, como se falar corretamente
implicasse algum grau de correção moral, como se dizer “duzentas” significasse incorrer numa falha de
caráter, e dizer duzentos gramas fosse prova de virtude e integridade.
Ele vem então com aquela de que se pode desculpar a moça da padaria quando fala “duzentas”, pois ela
desconhece a norma culta, mas quanto amim, que a domino, demonstro uma falha de caráter ao
ignorá-la em benefício dos outros – só para evitar o constrangimento de falar diferente. “Quem sabe
fazer o bem e não o faz comete pecado” – parece concluir.
Eu reconheço, sim, que falo de forma diferente dependendo de quem seja meu interlocutor. Às vezes uso
deliberadamente formas como “tentêmo” ou “vou ir”. Pelo mesmo motivo, todas as gírias e dialetos locais
me interessam. Não que – por exemplo – a decisão de dizer “duzentas” gramas seja consciente, uma
premeditação em favor da inclusão social. É que, algumas vezes, a coisa certa a se fazer – sobretudo na
linguagem falada – é ignorar a norma, ou pervertê-la. Quando peço “duzentas gramas de presunto, por
favor”, a moça da padaria invariavelmente repete, como que para extorquir minha profissão de fé à
norma inculta:
− DUZENTAS?
− Duzentas, confirmo eu, já meio arrependido, mas caindo, ainda assim, em tentação.
(Adaptado de Paulo Brabo, site A bacia das almas)
 
Estão corretos o emprego e a grafia de todas as palavras da frase:
 a) Para muitos, as regras da norma culta não são fortuítas, pois elas reinteram as raízes mesmas da
língua.
 b) A extorção a que se refere o autor no final do texto corresponde a uma espécie de recaida em um
pecado.
 c) Quem fala e escreve na estrita observância da norma culta não recai nos deslises que acometem a
linguagem espontânea.
 d) O que mais obstrue a comunicação de muitos são a impropriedade lexical e a sintaxe mal cozida,
desarticulada.
 e) Concisa é a linguagem de quem não se mostra subserviente às falácias de um estilo artificioso.
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Questão 19: FCC - AJ TRF4/TRF 4/Apoio Especializado/Contadoria/2007
Assunto: Ortografia - Casos Gerais e Emprego das Letras
Atenção: A questão refere-se ao texto que segue.
 
Verdades e máscaras
 
Alguém já disse que, sem o auxílio de algum tipo de “máscara” em nosso comportamento, não
sobreviveríamos como sociedade. A verdade clara e radical de cada um, se exibida e praticada sem
qualquer mediação, seria insuportável. As chamadas “regras de convívio” supõem, sempre, algum
“mascaramento”. Todos os nossos atos devem passar pelo filtro da conveniência, pelos padrões da
“educação”, sob pena de serem tachados de insanos e violentamente repudiados.
 
Num poema famoso, Manuel Bandeira confessou estar seduzido pelo lirismo libertário que reconhece nos
bêbados e nos loucos. O poeta sabe que, nessas personagens, o impulso de liberdade já fugiu ao
controle da razão, e se proclama sem qualquer senso de responsabilidade. São, por isso, inspirações para
uma arte libertária, ou mesmo libertina: o poema está, aliás, num livro chamado Libertinagem. De fato,
nada mais temível, quando se está lúcido, que a presença de um louco ou de um bêbado: sabe-se que
deles se pode esperar tudo, que estão imunes a qualquer necessidade de mascaramento. Podem vir
deles as verdades que ninguém costuma dizer. Algo semelhante, aliás, ocorre com a língua espontânea,
sem freios, das crianças pequenas.
 
Isso esclarece um pouco a razão das tensões que costumam nos tomar em nosso cotidiano. Vivemos
buscando a verdade e a sinceridade absolutas, detestamos a hipocrisia e a falsidade; no entanto, ao
mesmo tempo, temos que admitir e reprovar, em nós mesmos, a fraqueza de cada máscara que nos seja
conveniente. Vivemos, assim, sobre esse fio de navalha entre a verdade e o disfarce. Queremos a
qualquer custo um amigo verdadeiro, “que nos olhe nos olhos”; no entanto, sabemos o quanto é difícil
aceitar sem mágoa a eventual reprimenda que, com toda justiça, o amigo venha a nos lançar ao rosto.
 
Queremos ser, ao mesmo tempo, polidos e solidamente honestos. Mas a polidez acaba sendo, muitas
vezes, um verniz artificial, que envergonha a nossa sede de honestidade. Acredita-se que tais
contradições tenham nascido com as primeiras instituições humanas. Regidos pela necessidade de viver
socialmente, estabelecemos normas de conduta, demarcamos fronteiras para as iniciativas pessoais. Sem
isso, talvez não sobrevivêssemos como espécie, e certamente não sofreríamos o peso da nossa própria
humanidade.
 
(Calógeras do Nascimento)
 
Está correta a grafia de todas as palavras em:
 a) Não é possível dissuadir alguém do uso da máscara, pois tal iniciativa só poderia advir de quem
pudesse dispensar toda e qualquer dissimulação.
 b) Se sobrevem alguma frustação no uso de máscaras, maior ela será para quem se abstenha de as
utilizar.
 c) A cortezia nem sempre é fraldulenta; felizmente, há muitas pessoas que prezam a delicadeza como
um valor autêntico e inestimável.
 d) A verdade não tem um valor venal, que se apresse em moeda conhecida; não consta no herário
público, nem é passível de transmissão hereditária.
 e) Quem menospresa as máscaras alheias está, na verdade, censurando a incompetência de quem as
manuzeia junto ao rosto.
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Questão 20: FCC - AJ TRF3/TRF 3/Judiciária/"Sem Especialidade"/2007
Assunto: Ortografia - Casos Gerais e Emprego das Letras
Atenção: A questão refere-se ao texto seguinte.
 
Página de História
 
 
De uma História Universal editada no século XXXIII: “Os homens do século XX, talvez por motivos que só
a miséria explicaria, costumavam aglomerar-se desconfortavelmente em enormes cortiços de cimento.
Alguns atribuem o fato a não se sabe que misterioso pânico ao simples contato com a natureza; mas isso
é matéria de ficcionistas, místicos e poetas... O historiador sabe apenas que chegou a haver, em certas
grandes áreas, conjuntos de cortiços erguidos lado a lado sem o suficiente espaço e arejamento, que
poderiam alojar vários milhões de indivíduos. Era, por assim dizer, uma vida de insetos – mas sem a
segurança que apresentam as habitações construídas por estes.”
 
(Mário Quintana − Caderno H. Porto Alegre: Globo, 1973, p. 14)
Está correta a grafia de todas as palavras na frase:
 a) A presunção de verossimilhança é inerente aos escritos ficcionais, mesmo aos que exploram as
rotas e as sendas mais fantasiosas da imaginação.
 b) Deprende-se do texto que, no futuro, as civilizações adotarão paradigmas que substituirão com
vantajem aqueles que regeram a vida do século XX.
 c) Distila-se nesse texto o humor sutil de Mário Quintana, um autor gaúcho para quem a poesia e a
vida converjem de modo inelutável.
 d) A apreenção humana diante das forças da natureza deriva de épocas préhistóricas, quando o
homem não dispunha de recursos técnicos para enfrentá-las.
 e) As obsessões humanas pelo progresso parecem ignorar que as leis da natureza não sofrem
nenhum processo de obsolecência, e custam caro para quem as transgrida.
Esta questão não possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/122310
Questão 21: FCC - Biblio (TCE-MG)/TCE MG/2007
Assunto: Ortografia - Casos Gerais e Emprego das Letras
Atenção: A questão refere-se ao texto que segue.
 
A curiosidade das crianças
 
O escritor tcheco Milan Kundera, em seu mais famoso romance, “A Insustentável Leveza do Ser”, presta
uma homenagem à curiosidade das crianças: “De fato, as únicas questões realmente sérias são aquelas
que até uma criança pode formular. Elas são as questões sem resposta. Uma questão sem resposta é
uma barreira intransponível. Em outras palavras, são as questões sem resposta que definem as
limitações das possibilidades humanas, as que descrevem as fronteiras da existência humana”.
 
Que adulto nunca se deparou com uma criança fuzilando perguntas, “Por que isso? Mas por que aquilo?”
Pena que tantos adultos tenham esquecido que, quando eram crianças, também perguntaram, aflitos,
sobre os mistérios do mundo, da vida e da morte, e façam tão pouco esforço para responder às
perguntas dos filhos, sobrinhos ou netos: “Pai, por que o céu é azul? O que acontece de dia com as
estrelas? O que faz elas brilharem? Será que existe vida em outros planetas? Como a vida surgiuaqui? O
que aconteceu com a vovó, depois que ela morreu? Quando você vai morrer?” “Ah, sei lá, filho! Pára de
ficar fazendo perguntas. Vai jogar bola, vai!”
 
Esta semana dei uma palestra na escola de meu filho de 13 anos. Na realidade, não consegui dar a
palestra. Um dia antes, o professor sugeriu que cada um dos alunos me desse uma pergunta por escrito,
algo que quisessem saber sobre astronomia ou física. Resultado: recebi cem perguntas, todas relevantes,
sobre assuntos de ponta em astrofísica.
 
Foi uma das melhores experiências da minha carreira como professor. Primeiro, pelo privilégio de poder
falar para 50 crianças e jovens, com idades entre 10 e 14 anos. Segundo, pelo entusiasmo contagiante
que emanava deles. Era possível sentir a eletricidade no ar, o interesse pelos assuntos, a curiosidade
enorme de entender os mistérios do Universo, a tentativa de dar sentido à vida, de pô-la em contexto
dentro da visão do mundo científico.
 
Como disse o físico I. I. Rabi, os cientistas são os “Peter Pans” da sociedade: querem permanecer
crianças, curiosos, perguntando-se sobre os mistérios do mundo. De minha parte, decidi que, a cada vez
que sentir a chama falhar, visitarei uma escola e conversarei com as crianças.
 
(Marcelo Gleiser, Folha de S. Paulo, 04/02/07.)
 
A grafia de todas as palavras está correta na frase:
 a) Muitas questões excedem o conhecimento humano e desabilitam a técnica, obrigando-nos a
tergiversar, quando desferidas pelas crianças.
 b) Num trecho de punjente beleza, Milan Kundera homenageiou a curiosidade e a solércia naturais
das crianças.
 c) A necessidade de rigor científico inflinge aos astrofísicos a limitação de improvisar hipóteses à
guiza de respostas, quando interrogados.
 d) Ao perscrultar os mistérios do universo, os cientistas volta-e-meia se deparam com questões que
disbaratam as antigas certezas.
 e) Investir na ciência não é delapidar o dinheiro público: é assegurar a provizão de conhecimentos
que podem tornar melhor a vida de todos.
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Questão 22: FCC - AFTM SP/Pref SP/2007
Assunto: Ortografia - Casos Gerais e Emprego das Letras
Da impunidade
 
 
O homem ainda não encontrou uma forma de organização social que dispense regras de conduta,
princípios de valor, discriminação objetiva de direitos e deveres comuns. Todos nós reconhecemos que,
em qualquer atividade humana, a inexistência de parâmetros normativos implica o estado de barbárie,
no qual prevalece a mais dura e irracional das justificativas: a lei do mais forte, também conhecida, não
por acaso, como "a lei da selva". É nessa condição que vivem os animais, relacionando-se sob o exclusivo
impulso dos instintos. Mas o homo sapiens afirmou-se como tal exatamente quando estabeleceu
critérios de controle dos impulsos primitivos.
Variando de cultura para cultura, as regras de convívio existem para dar base e estabilidade às relações
entre os homens. Não decorrem, aliás, apenas de iniciativas reconhecidas simplesmente como humanas:
podem apresentar-se como manifestações da vontade divina, como valores supremos, por vezes
apresentados como eternos. Os dez mandamentos ditados por Deus a Moisés são um exemplo claro de
que a religião toma para si a tarefa de orientar a conduta humana por meio de princípios fundamentais.
No caso da lei mosaica, um desses princípios é o da interdição: "Não matarás", "Não cobiçarás a
mulher do próximo" etc. Ou seja: está suposto nesses mandamentos que o ponto de partida para a boa
conduta é o reconhecimento daquilo que não pode ser permitido, daquilo que representa o limite de
nossa vontade e de nossas ações.
Nas sociedades modernas, os textos constitucionais e os regulamentos de todo tipo multiplicam-se e
sofisticam-se, mas permanece como sustentação delas a idéia de que os direitos e os deveres dizem
respeito a todos e têm por finalidade o bem comum. Para garantia do cumprimento dos princípios,
instituem-se as sanções para quem os ignore. A penalidade aplicada ao indivíduo transgressor é a
garantia da validade social da norma transgredida. Por isso, a impunidade, uma vez manifesta, quebra
inteiramente a relação de equilíbrio entre direitos e deveres comuns, e passa a constituir um exemplo de
delito vantajoso: aquele em que o sujeito pode tirar proveito pessoal de uma regra exatamente por tê-la
infringido. Abuso de poder, corrupção, tráfico de influências, quando não seguidos de punição exemplar,
tornam-se estímulos para uma prática delituosa generalizada. Um dos maiores desafios da nossa
sociedade é o de não permitir a proliferação desses casos. Se o ideal da civilização é permitir que todos
os indivíduos vivam e convivam sob os mesmos princípios éticos acordados, a quebra desse acordo é a
negação mesma desse ideal da humanidade.
 
(Inácio Leal Pontes)
Está correta a grafia de todas as palavras na frase:
 a) Não constitui uma primasia dos animais a satisfação dos impulsos instintivos: também o homem
regozija-se em atender a muitos deles.
 b) As situações de impunidade infligem sérios danos à organização das sociedades que tenham a
pretenção da exemplaridade.
 c) É difícil atingir uma relação de complementaridade entre a premênsia dos instintos naturais e a
força da razão.
 d) Se é impossível chegarmos à abstensão completa da satisfação dos instintos, devemos, ao menos,
procurar constringir seu poder sobre nós.
 e) A dissuasão dos contraventores se faz pela exemplaridade das sanções, de modo que a cada delito
corresponda uma justa punição.
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Questão 23: FCC - AFR SP/SEFAZ SP/Gestão Tributária/2006
Assunto: Ortografia - Casos Gerais e Emprego das Letras
Quando começa a modernidade? A escolha de uma data ou de um evento não é indiferente. O momento
que elegemos como originário depende certamente da idéia de nós mesmos que preferimos, hoje,
contemplar. E vice-versa: a visão de nosso presente decide das origens que confessamos (ou até
inventamos). Assim acontece com as histórias de nossas vidas que contamos para os amigos e para o
espelho: os inícios estão sempre em função da imagem de nós mesmos de que gostamos e que
queremos divulgar. As coisas funcionam do mesmo jeito para os tempos que consideramos "nossos", ou
seja, para a modernidade.
 
Bem antes que tentassem me convencer de que a data de nascimento da modernidade era um espirro
cartesiano (...), quando era rapaz, se ensinava que a modernidade começou em outubro de 1492. Nos
livros da escola, o primeiro capítulo dos tempos modernos eram e são as grandes explorações. Entre
elas, a viagem de Colombo ocupa um lugar muito especial. Descidas Saara adentro ou intermináveis
caravanas por montes e desertos até a China de nada valiam comparadas com a aventura do genovês.
Precisa ler "Mediterrâneo" de Fernand Braudel para conceber o alcance simbólico do pulo além de
Gibraltar, não costeando, mas reto para frente. Precisa, em outras palavras, evocar o mar Mediterrâneo
− este pátio comum navegável e navegado por milênios, espécie de útero vital compartilhado − para
entender por que a viagem de Colombo acabou e continua sendo uma metáfora do fim do mundo
fechado, do abandono da casa materna e paterna.
 
(Contardo Calligaris, "A Psicanálise e o sujeito colonial". IN:
 Psicanálise e colonização: leituras do sintoma social no Brasil.
 Porto Alegre: Artes e Ofícios, 1999, p.11-12.)
 
 
A frase que está totalmente de acordo com o padrão culto da língua é:
 a) Todos reconheceram que Vossa Senhoria, a despeito da exigüidade do vosso tempo, sempre
recebeu os estudiosos do assunto e lhes deu grande apôio.
 b) Sob a rubrica de "As grandes explorações", o autor leu muito do que lhe sucitou interesse pelo
tema e desejo de pôr em discussão algumas questões.
 c) Certas pessoas consideram ultrage a hesitação em associar o início da modernidade à Descartes,
mas a questão não pára por aí: há pontos mais complexos em discussão.d) As reflexões do iminente estudioso, insertas em texto bastante acessível ao leigo, nada têm
daquele teor iracível e tendencioso que se nota em algumas obras polêmicas.
 e) Disse adivinhar o que alguns detratores diriam acerca de questões polêmicas como a de rever o
significado assente de fatos históricos: "é mera questão de querer auferir prestígio".
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Questão 24: FCC - AJ TRT13/TRT 13/Judiciária/"Sem Especialidade"/2005
Assunto: Ortografia - Casos Gerais e Emprego das Letras
Atenção: A questão refere-se ao texto que segue.
Por que não gosto de eleições
 
Gosto da democracia em seu exercício cotidiano e concreto. Prezo a discussão numa associação de
moradores de vila para discutir se é melhor pedir mais postes de luz ou asfalto na rua central. Aprecio
uma reunião de condomínio em que uma senhora idosa e sozinha defende seu cachorrinho contra a mãe
de uma criança asmática e alérgica aos pêlos de animais. Em ambos os casos, sinto carinho pelo esforço
de inventar formas possíveis de convivência.
 
Ultrapassamos o tamanho das comunas medievais, e hoje um governo democrático só pode ser
representativo: as eleições são inevitáveis. Mas não me digam que elas são a melhor expressão da
democracia.
 
A retórica eleitoral parece implicar inelutavelmente duas formas de desrespeito, paradoxais por serem
ambas inimigas da invenção democrática.
 
Há o desrespeito aos eleitores, que é implícito na simplificação sistemática da realidade. Tanto as
promessas quanto a crítica às promessas dos adversários se alimentam numa insultuosa infantilização
dos votantes: “Nós temos razão, o outro está errado; solucionaremos tudo, não há dúvidas nem
complexidade; entusiasmem-se”.
 
E há o desrespeito recíproco entre os candidatos. As reuniões de moradores de vila ou de condomínio
não poderiam funcionar se os participantes se tratassem como candidatos a um mesmo cargo eleitoral.
Paradoxo: o processo eleitoral parece ser o contra-exemplo da humildade necessária para o exercício da
democracia que importa e que deveria regrar as relações básicas entre cidadãos – a democracia
concreta.
 
Em 1974, na França, Mitterrand, socialista, concorria à Presidência com Giscard d´Estaing, centrista.
Num debate decisivo, Mitterrand falava como se ele fosse o único a enternecer-se ante o destino dos
pobres e deserdados. Giscard retrucou: “Se-nhor Mitterrand, o senhor não detém o monopólio do
coração”. Cansado de simplificações, o eleitorado gostou, e Mitterrand perdeu.
 
(Contardo Calligaris, Terra de ninguém)
 
Estão corretos o emprego e a grafia de todas as palavras na frase:
 a) Há discussões que chegam a um tal estado de paradoxismo que fica improvável alguma solução
que se adeque à expectativa dos contendores.
 b) Os candidatos, em suas altercalções num debate, costumam dissiminar mais injúrias um contra o
outro do que esclarecimentos ao eleitorado.
 c) A democracia, por vezes, constitue uma espécie de campo de provas que poucos candidatos estão
habilitados a cruzar prezervando sua dignidade.
 d) Se os eleitores fossem mais atentos à inépsia dos candidatos, não se deixariam envolver por tudo
o que há de falascioso nos discursos de campanha.
 e) Crêem muitos que há obsolescência na democracia, conquanto ninguém se arvore em profeta de
algum outro regime que pudesse ser mais bem sucedido.
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Questão 25: FCC - Esp Ed (Pref Santos)/Pref Santos/Assistente de Diretor/2005
Assunto: Ortografia - Casos Gerais e Emprego das Letras
A frase inteiramente correta quanto à ortografia é:
 a) Alguns animais não são apenas bichinhos de estimação, mas dezenvolvem um trabalho inestimável
junto aos seus donos.
 b) Muitos animais são abandonados por falta de uma concideração prévia por parte daqueles que os
adiquiriram.
 c) Em mais de uma ocasião foi confirmado que o convívio com animais domésticos é altamente
estimulante para o desenvolvimento mental e emocional da criança.
 d) Por modismo, animais selvagens são adiquiridos e, passado algum tempo, são soltos em lugares
imprópios para sua sobrevivencia.
 e) Houve uma verdadeira proliferassão de lojas de animais e pet shops nos últimos anos, bem como
o lansamento de diversos produtos destinados aos animais de estimação.
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Questão 26: FCC - Prof S (Pref Santos)/Pref Santos/Educação Infantil/2005
Assunto: Ortografia - Casos Gerais e Emprego das Letras
A frase em que a ortografia está inteiramente correta é:
 a) Com a diceminação da televisão por assinatura, vem ganhando destaque os canais que
apresentam notícias durante toda a programação, sejam nacionais ou estrangeiros.
 b) As revistas semanais travam uma batalha para ver qual delas concegue obter o maior furo de
reportagem, a notícia mais sençacional, o escândalo de maior impacto.
 c) Os telejornais, que até pouco tempo eram aprezentados por verdadeiros robôs, vêm lansando mão
de jornalistas de fato, com opiniões e estilos próprios.
 d) Reportagens como as que mostram a atuação de agentes secretos ou mesmo a de espiões em
geral ou detetives particulares apresentam alto índice de audiência.
 e) Os jornais tendem a aprezentar sobretudo as notícias negativas por uma questão mercadológica,
já que as más notícias vendem muito mais do que as pozitivas.
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Questão 27: FCC - Prof S (Pref Santos)/Pref Santos/Ensino Fundamental I/2005
Assunto: Ortografia - Casos Gerais e Emprego das Letras
A única frase inteiramente correta do ponto de vista da ortografia é:
 a) Com o aumento da prática de esportes radicais faz- se necessário atentar cada vez mais para a
questão da segurança e da diminuição dos riscos dos envolvidos.
 b) Os esportes têm sido valorizados não só por conta dos benefícios que trasem para a saúde como
pelo papel que podem dezempenhar no sentido de uma maior coesão social.
 c) Os astros e estrelas do esporte consentram suas receitas muito mais na venda das imagens para a
divulgassão de marcas e produtos do que nos salários dos clubes.
 d) Um bom dezempenho nas Olimpíadas representa para os atletas a justificativa plena de todas as
privassões a que tiveram de se submeter durante anos de treinamento.
 e) A natação tem sido vista como um dos esportes mais completos por esigir um esforso simultâneo
de praticamente todos os músculos do corpo do praticante.
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Questão 28: FCC - AJ TRT3/TRT 3/Judiciária/"Sem Especialidade"/2005
Assunto: Ortografia - Casos Gerais e Emprego das Letras
Instruções: A questão refere-se ao texto que segue.
 
A tribo que mais cresce entre nós
A nova tribo dos micreiros* cresceu tanto que talvez já não seja apenas mais uma tribo, mas uma nação,
embora a linguagem fechada e o fanatismo com que se dedicam ao seu objeto de culto sejam quase de
uma seita. São adoradores que têm com o computador uma relação semelhante à do homem primitivo
com o totem e o fogo. Passam horas sentados, com o olhar fixo num espaço luminoso de algumas
polegadas, trocando não só o dia pela noite, como o mundo pela realidade virtual.
Sua linguagem lembra a dos funkeiros** em quantidade de importações vocabulares adulteradas, porém
é mais ágil e rica, talvez a mais rápida das tribos urbanas modernas. Dança quem não souber o que é
BBS, modem, interface, configuração, acessar e assim por diante. Alguns termos são neologismos e,
outros, recriações semânticas de velhos significados, como janela, sistema, ícone, maximizar.
No começo da informatização das redações de jornal, houve um divertido mal-entendido quando uma
jovem repórter disse pela primeira vez: “Eu abortei!”. Ela acabava de rejeitar não um filho, mas uma
matéria. Hoje, ninguémmais associa essa palavra ao ato pecaminoso. Aborta-se tão impune e
freqüentemente quanto se acessa.
Nada mais tem forma e sim “formatação”. Foi-se o tempo em que “fazer um programa” era uma aventura
amorosa. O “vírus” que apavora os micreiros não é o HIV, mas uma intromissão indevida no “sistema”,
outra palavra cujo sentido atual nada tem a ver com os significados anteriores. A geração de 68 lutou
para derrubar o sistema; hoje o sistema cai a toda hora.
Alguns velhos homens de letras olham com preconceito essa tribo, como se ela fosse composta apenas
de jovens, e ainda por cima iletrados. É um engano, porque há entre os micreiros respeitáveis senhoras e
brilhantes intelectuais. Falar mal do computador é tão inútil e reacionário quanto foi quebrar máquinas
no começo da primeira Revolução Industrial. Ele veio para ficar, como se diz, e seu sucesso é
avassalador. Basta ver o entusiasmo das adesões.
 
(Zuenir Ventura, Crônicas de um fim de século)
* micreiros = usuários de microcomputador.
** funkeiros = criadores ou entusiastas da música funk.
Estão corretos o emprego e a grafia de todas as palavras da frase:
 a) É costume discriminar-se os jovens, e a razão maior está em serem jovens, e não em alguns de
seus hábitos que fossem em si mesmos pernisciosos.
 b) A encorporação de um novo léxico é uma das conseqüências de todo amplo avanço tecnológico, já
que este indus à criação ou recriação de palavras para nomear novos referentes.
 c) Um pequeno glossário, capaz de elucidar a nova terminologia da informática, contribui muito para
afastar os percalços do caminho dos usuários iniciantes, aturdidos com tanta novidade.
 d) Os maus-entendidos são fatais quando ainda não se tem destreza numa nova linguagem, quando
ainda não se está familiarizado com um novo vocabulario.
 e) Muita gente letrada e idosa aderiu ao uso do computador, considerando-o não um sinal do
apocalípse, mas uma ferramenta revolucionária na execução de tarefas, um instrumento útil para
qualquer pesquizador.
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Questão 29: FCC - AJ TRF4/TRF 4/Apoio Especializado/Biblioteconomia/2004
Assunto: Ortografia - Casos Gerais e Emprego das Letras
Justiça e burocracia
 
A finalidade maior de todo processo judicial é chegar a uma sentença que condene o réu, quando
provada a culpa, ou o absolva, no caso de ficar evidenciada sua inocência ou se nada vier a ser
efetivamente comprovado contra ele. O pressuposto é o de que, em qualquer dos casos, a sentença terá
sido justa. Mas nem sempre isso ocorre. O caminho processual é ritualístico, meticuloso, repleto de
cláusulas, de brechas para interpretação subjetiva, de limites de prazos, de detalhes técnicos — uma
longa jornada burocrática, em suma, em que pequenos subterfúgios tanto podem eximir de condenação
um culpado como penalizar um inocente. Réus poderosos contam com equipes de advogados
particulares experientes e competentes, ao passo que um acusado sem recursos pode depender de
defensores públicos mal remunerados e indecisos quanto à melhor maneira de conduzir um processo.
 
No limite, mesmo os réus de notória culpabilidade, reincidentes, por exemplo, em casos de corrupção,
acabam por colecionar o que cinicamente chamam de “atestados de inocência”, sucessivamente
absolvidos por força de algum pequeno ou mesmo desprezível detalhe técnico. Quanto mais
burocratizados os caminhos da justiça, maior a possibilidade de que os “expedientes” das grandes
“raposas dos tribunais” se tornem decisivos, em detrimento da substância e do mérito essencial da ação
em julgamento. A burocracia dos tortuosos caminhos judiciais enseja a vitória da má-fé e do
oportunismo, em muitos casos; em outros, multiplica entraves para que uma das partes torne evidente a
razão que lhe assiste.
(Domiciano de Moura)
 
A grafia de todas as palavras está correta na frase:
 a) A sentença foi exarada sem que o juiz sequer vislumbrasse os subterfúgios de que lançou mão o
pertinaz advogado de defesa.
 b) A alta inscidência de erros judiciais constitui — ou deveria constituir — um alerta para que nossos
juristas analizem com mais sensatez os ritos processuais.
 c) Acabam sofrendo discriminação, nos julgamentos, os réus mais pobres, assistidos por advogados
pagos irrizoriamente pelo herário público.
 d) Um advogado honesto deve sentir-se pezaroso por ter de enfrentar a malícia de pares seus, que
chegam a se gabar por ganharem uma causa inescrupulozosamente.
 e) É no fringir dos ovos — na hora da sentença — que se verá se o juiz se deixou ou não coptar pela
argumentação falaciosa do esperto advogado.
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Questão 30: FCC - AJ TRF4/TRF 4/Judiciária/Sem Especialidade/2004
Assunto: Ortografia - Casos Gerais e Emprego das Letras
Interação
 
Você eu não sei, mas um dos meus terrores é o teatro interativo. A possibilidade de acabar no palco, ou
alguém do palco acabar no meu colo. Sei que a interação com o público é uma antiga tradição teatral. No
teatro grego, não era raro alguém da platéia avisar ao Édipo que aquela era a sua mãe, forçando o ator a
se fingir de surdo para não estragar a trama. Contam que alguns vilões de Shakespeare chegavam a
interromper suas falas para responder aos insultos mais pesados do público, embora não haja registro de
que algum tenha usado sua espada para silenciar alguém.
 
Em todos esses casos, a iniciativa era da platéia. Foi com o teatro de revista que a participação do
público começou a ser incentivada do palco. Mas a não ser por uma eventual corista querendo tirá-lo
para dançar ou alguma piada dirigida à sua careca, os espectadores da primeira fila não tinham muito o
que temer.
 
Certamente nada parecido com o que viria com o teatro moderno, quando as primeiras filas se
transformaram em áreas de exposição ao vexame – quando não à matéria orgânica. Quando, por assim
dizer, o palco contra-atacou.
 
Ir ao teatro virou uma tortura e as primeiras filas um tormento. Você nunca sabe o que espirrará em
você, ou se a mulher nua que sentará no seu colo não começará a morder sua orelha, ou não será um
homem. Ou se você não será arrastado para o palco, despido e lambido por todo o elenco.
 
Dei para pedir lugar nas últimas filas do teatro, longe das ameaças. E se me avisam que eu terei a visão
do palco obstruída, digo “melhor!”. Não ver o palco significa que não me verão do palco.
 
(Luis Fernando Veríssimo, Banquete com os deuses)
 
A grafia de todas as palavras está correta em:
 a) Há quem assista com displiscência as peças de teatro interativo, sem levar para casa nenhuma
masela.
 b) A protagonisação de uma peça de Shakespere exige um ator bem forgeado em inúmeras
representações trágicas.
 c) O que o autor do texto teme é a promiscuidade entre palco e público, difundida no teatro moderno
à guisa de interação.
 d) Não é prazeiroso ser conduzido à força ao palco, ao menos para as espectativas de um espectador
comum, que prefere manter-se sijiloso, na escuridão.
 e) Antigamente o procênio reservava-se aos grandes atores; hoje, ocupa-o um cidadão qualquer,
transvestido de estrela da companhia.
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Questão 31: FCC - AJ TRT22/TRT 22/Apoio Especializado/Biblioteconomia/2022
Assunto: Fatos da Língua Portuguesa (porque, por que, porquê e por quê; onde, aonde e
donde; há e a, etc)
Atenção: Para responder à questão, baseie-se no texto abaixo.
Se é verdade que a capacidade de ficar perplexo é o começo da sabedoria, então esta verdade é um
triste comentário à sabedoria do homem moderno. Quaisquer que sejam os méritos de nosso elevado
grau de educação literária e universal, perdemos o dom de ficar perplexos. Imagina-se que tudo seja
conhecido − senão por nós, por algum especialista cujo mister seja saber aquilo que não sabemos. De
fato, ficar perplexo é constrangedor, um indício de inferioridade intelectual.À medida que vamos
envelhecendo, aos poucos perdemos a capacidade de ficar surpresos. Até as crianças raramente se
surpreendem, ou pelo menos procuram não demonstrar isso. Saber as respostas certas parece ser o
principal; em comparação, considera-se insignificante o saber fazer as perguntas certas.
 
Quiçá seja esta atitude uma razão por que um dos mais enigmáticos fenômenos de nossa vida, os
nossos sonhos, dê margem a pouco espanto e suscite tão poucas perguntas. Todos sonhamos: não
entendemos nossos sonhos, e no entanto agimos como se de nada estranho corresse em nossas mentes
adormecidas, estranho ao menos em comparação com as atividades lógicas, deliberadas, de nossas
mentes quando estamos acordados.
 
Quando acordados, somos seres ativos, racionais, ávidos por tentar obter o que desejamos e prontos a
defender-nos contra qualquer ataque. Agimos e observamos; vemos o mundo exterior, talvez não como
seja, mas no mínimo de maneira tal que o possamos usar e manipular. Todavia, também somos bastante
desprovidos de imaginação, e raramente − exceto quando crianças ou se somos poetas − logramos
conceber mais do que meras duplicações dos acontecimentos e tramas de nossa experiência concreta.
Somos eficientes, mas um tanto desenxabidos. Denominamos ao campo de nossa observação diurna
“realidade” e orgulhamo-nos de nosso “realismo” e de nossa habilidade de manipulá-la.
 
(Adaptado de: FROMM, Erich. A linguagem esquecida. Trad.: VELHO, Octavio Alves. Rio de Janeiro: Editora
Zahar, 1966)
 
“Quiçá seja esta atitude uma razão por que um dos mais enigmáticos fenômenos de nossa vida, os
nossos sonhos, dê margem a pouco espanto e suscite tão poucas perguntas”. A frase que apresenta a
mesma justificativa para o emprego de “por que” no trecho acima é:
 a) Quero saber por que ele não veio ontem.
 b) Por que você não vai de transporte público?
 c) O caminho por que andas é perigoso.
 d) Bem sabe por que motivos não compareci.
 e) Anseio por que venha à nossa festa.
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Questão 32: FCC - Estag (SABESP)/SABESP/Ensino Superior/2018
Assunto: Fatos da Língua Portuguesa (porque, por que, porquê e por quê; onde, aonde e
donde; há e a, etc)
Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo.
 
[Escrever bem]
 
Antigamente os professores do ensino médio ensinavam a escrever mandando fazer redações que
puxavam para a grandiloquência, o preciosismo ou a banalidade: descrever uma floresta, uma
tempestade, o estouro da boiada; comentar os males causados pelo fumo, o jogo, a bebida; dizer o que
pensa da pátria, da guerra, da bandeira. Bem ou mal, íamos aprendendo, sobretudo porque os
professores ainda tinham tempo para corrigir nossos exercícios. Mas o efeito podia ser duvidoso: seriam
textos interessantes?
 
Por isso, talvez seja melhor adotar o ponto de vista do escritor norte-americano O. Henry. Não lembro
onde li que um rapaz lhe perguntou o que devia fazer para se tornar escritor, esperando provavelmente
de volta o conselho clássico do temporal, do mar bravio, da batalha. Mas O. Henry lhe disse apenas o
seguinte: “Descreva uma galinha atravessando um pátio; se conseguir, será escritor”.
 
(Adaptado de: CANDIDO, Antonio. O albatroz e o chinês. Rio de Janeiro: Ouro sobre azul, 2010, p. 205-206)
 
Está correto o emprego de ambos os elementos sublinhados na frase:
 a) A razão porque o autor considera que hoje mau se corrigem as redações é o tempo de que os
professores não mais dispõem.
 b) Os alunos não costumavam reagir mal à proposição daqueles temas, talvez porque imaginassem
que a redação havia de ser um texto solene.
 c) Mau se sabia, às vezes, do que se estava escrevendo numa redação, por que os temas eram
bastante desligados da realidade cotidiana.
 d) Por quê será que o que era considerado mau escrito vinha assinalado em vermelho nas correções?
 e) Não é de todo mal que alguém escreva valendo-se de preciosismos, ainda que o faça sem
exatamente saber porquê.
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Questão 33: FCC - DP RS/DPE RS/2018
Assunto: Fatos da Língua Portuguesa (porque, por que, porquê e por quê; onde, aonde e
donde; há e a, etc)
Quem observar seriamente a situação das artes plásticas modernas, e em especial a pintura, há de
concluir ...... elas, depois de tantas transformações benfasejas ...... passaram, estão hoje reduzidas a
simples material de pesquisa, em laboratório de análise, ...... foram banidas as qualidades mais ardentes
do espírito: o sentimento, a emoção, a inspiração etc., substituídas pela observação fria e a experiência
racional.
 
(CARDOZO, J. Gravuras de Carlos Scliar, Módulo, RJ, 1956.)
 
Preenche respectivamente as lacunas o que se encontra em:
 a) por − por que − de que
 b) porque − pelas quais − em que
 c) porque − às quais − que
 d) que − por que − de onde
 e) que − às quais − aonde
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Questão 34: FCC - Ana (DPE RS)/DPE RS/Apoio Especializado (TI)/Desenvolvimento de
Sistemas/2017
Assunto: Fatos da Língua Portuguesa (porque, por que, porquê e por quê; onde, aonde e
donde; há e a, etc)
A questão baseia no texto apresentado abaixo
 
Sem privacidade
 
Ainda é possível ter privacidade em meio a celulares, redes sociais e dispositivos outros das mais
variadas conexões? Os mais velhos devem se lembrar do tempo em que era feio “ouvir conversa alheia”.
Hoje é impossível transitar por qualquer espaço público sem recolher informações pessoais de todo
mundo. Viajando de ônibus, por exemplo, acompanham-se em conversas ao celular brigas de casal,
reclamações trabalhistas, queixas de pais a filhos e vice-versa, declarações românticas, acordo de
negócios, informações técnicas, transmissão de dados e um sem-número de situações de que se é
testemunha compulsória. Em clara e alta voz, lances da vida alheia se expõem aos nossos ouvidos,
desfazendo-se por completo a fronteira que outrora distinguia entre a intimidade e a mais aberta
exposição. Nas redes sociais, emoções destemperadas convivem com confissões perturbadoras, o humor
de mau gosto disputa espaço com falácias políticas – tudo deixando ver que agora o sujeito só pode
existir na medida em que proclama para o mundo inteiro seu gosto, sua opinião, seu juízo, sua reação
emotiva. É como se todos se obrigassem a deixar bem claro para o resto da humanidade o sentido de
sua existência, seu propósito no mundo. A discrição, a fala contida, o recolhimento íntimo parecem fazer
parte de uma civilização extinta, de quando fazia sentido proteger os limites da própria individualidade.
Em meio a tais processos da irrestrita divulgação da personalidade, as reticências, a reflexão silenciosa e
o olhar contemplativo surgem como sintomas problemáticos de alienação. Impõe-se um tipo de
coletivismo no qual todos se obrigam a se falar, na esperança de que sejam ouvidos por todos. Nesse
imenso ruído social, a reclamação por privacidade é recebida como o mais condenável egoísmo.
Pretender identificar-se como um sujeito singular passou a soar como uma provocação escandalosa, em
tempos de celebração do paradigma público da informação.
(Jeremias Tancredo Paz, inédito)
 
Está correto o emprego dos elementos sublinhados em: 
 a) As confissões perturbadoras às quais aprendemos a conviver não respeitam nosso direito à um
mínimo de privacidade.
 b) Houve tempos onde era feio e indiscreto ouvir conversas alheias; hoje, propaga-se as falas em voz
alta por toda parte.
 c) Não faltava a aquelas antigas conversas um tom de intimidade, tão raro hoje entre os que ainda
lhe são capazes.
 d) O olhar contemplativo, no qual se dedicavam os viajantes de ônibus, já não flue pelas janelas.
 e) O vício das conexões, cujas malhas nos envolvem a todos, não é de todo mau, segundo os
otimistas. 
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