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REDAÇÃO TEL: (61) 4102-8485/4102-7660 SITE: www.cursodegraus.com.br 197 Caro aluno, Redação boa não é aquela em que o aluno apenas escreveu sobre determinado tema, nem aquela em que ele mostrou conhecimento da modalidade culta da lín- gua. Redação boa é aquela cujo autor demonstra vasta cultura geral, prova por meio de raciocínio concludente que sabe argumentar com coerência e apresenta dedu- ções que denotam a verdade de sua conclusão por se apoiar em premissas admitidas como verdadeiras. Desta maneira, laboramos um roteiro de como de- senvolver uma boa redação. Acredite em seu potencial, estude, e tire suas dúvidas com os professores. REDAÇÃO Antes da Teoria, um lembrete: O objetivo da Redação é, basicamente, o de verificar as habilidades definidas no perfil do aluno que pretende passar nos concursos militares. Assim os examinadores definem como interessante o aluno que apresente: capacidade de exprimir-se com clareza; capacidade de organizar ideias; capacidade de estabelecer relações; capacidade de interpretar fatos; capacidade de elaborar hipóteses. Por Renata Marques Tomaz Choairy CRIATIVIDADE NA PRODUÇÃO TEXTUAL A criatividade é um dos pontos cruciais para se ter uma boa nota. Todas as pessoas têm uma opinião pré- formada sobre qualquer assunto, e geralmente é essa opinião que o candidato vai colocar no papel. A criati- vidade não está, necessariamente, na oposição da opini- ão do candidato, mas sim em fugir daquilo que todos dizem. Um tema como EDUCAÇÃO, por exemplo, demanda muitos assuntos, mas o que todos têm em mente, logo que o tema aparece, é a escola. A criativi- dade do candidato está voltada na abordagem do assunto que ninguém falaria, como a educação ambiental, ou a educação sexual. Essa criatividade vem da eliminação da 1ª ideia. Veja o tema. Pense em um assunto que você poderia abordar. Elimine. Pense em outro. Descarte. Pense em um 3º assunto. Este sim! Esta 3ª ideia é aquela que será somente sua. Aí estará sua criatividade. Além dessa dica preciosa, da qual falaremos mais, aí vão outras que lhe ajudarão a fugir da mesmice das redações. 1. Falta de Conhecimento: Se o aluno não lê nada sobre política, apenas assiste às pequenas reportagens do Jornal, é melhor que nada diga sobre o assunto. Se for falar sobre política, cite algo que já foi lido, pesquisado. Há um exemplo muito comum com os acontecimentos de cada época. Quando estourou a notícia sobre o mensalão, logo vieram o dinheiro na cueca e a operação sanguessuga. O povo brasileiro estava indignado com tanta corrupção. Os alunos deveriam escrever uma redação sobre a atual situação do país, mas não poderiam citar nomes de polí- ticos. Foi certeiro: todas as redações abordavam os mesmos assuntos: mensalão, dinheiro na cueca e opera- ção sanguessuga. A falta de conhecimento está presente em o candidato apenas tocar nos assuntos e não apro- fundá-los. Não consiste em explicar o que é a operação sanguessuga, por exemplo, mas em citar um breve apos- to para que o examinador saiba que o candidato sabe do que está falando, que ele leu sobre o assunto e que está informado. Então, ao invés de o candidato dizer: O país está em crise, exemplos que comprovam esta afirmação é o mensalão, é o dinheiro na cueca, é a operação sanguessuga. O candidato poderia melhorar seus argumentos da seguinte maneira: O país está em crise, exemplos que comprovam esta afirmação é o mensalão, que chegou a pagar R$400 mil a apenas um deputado, é o dinheiro na cueca, em que foram encontrados R$10 mil reais desviados dos cofres públicos, é a operação sanguessuga, que roubou di- nheiro da saúde. Perceba a diferença entre os dois parágrafos! O se- gundo mostra o interesse do candidato em mostrar ao examinador que ele sabe exatamente o que aconteceu com seu país. Por isso, ao citar exemplos (não necessa- riamente sobre política, afinal a banca foge desse assun- to), não se esqueça do breve aposto que faz toda a dife- rença. 2. Linguagem Rebuscada: As bancas examinadoras preparam provas a fim de avaliar se o candidato consegue passar para o papel tudo aquilo que pensa. Em cada prova aplicada, a Instituição sabe exatamente o público que busca o concurso. Então, em uma prova de concurso para as escolas militares, espera-se um público voltado para a área militar, depen- dendo da exigência que faz nos pré-requisitos para ser inscrito. Numa redação desse concurso, por exemplo, a banca exigirá jargões, linguagem erudita, proficiência na escrita etc. Tendo essa linha de pensamento, os exa- minadores do concurso sabem como será a escrita do público: formal, mas sem muitas palavras “bonitas”, que não é do dicionário interno do candidato. O público do vestibular e outros concursos que exigem apenas o En- sino Médio completo é jovem, em sua maioria. São alunos que acabaram de sair do Ensino Médio, que têm entre 17 e 23 anos. Lembrando que estamos falando da maioria. Por isso, o candidato que acha que deve escre- ver como Machado de Assis pode ficar muitíssimo despreocupado. Os examinadores conhecem a lingua- gem do jovem e sabem que é repleto de gírias, palavrões REDAÇÃO TEL: (61) 4102-8485/4102-7660 SITE: www.cursodegraus.com.br 198 e linguagem objetiva. Contudo, isso não significa que você poderá utilizar-se desse tipo de linguagem na escri- ta. Relembrando, a fala é diferente da escrita! Ao pegar uma caneta e passar para o papel toda a sua opinião sobre o assunto, você deve escrever com cautela, me- dindo os termos usados para não ficar muito coloquial. Nem pense em usar palavras que não são do seu voca- bulário usual ou literário (chamadas de palavras “boni- tas”, aquelas em que o próprio examinador tem que consultar o dicionário). Utilize aquelas palavras que costumam aparecer com frequência em suas leituras. Não tente escrever com uma linguagem que não é sua. Acredite: o examinador sabe exatamente quando o can- didato está querendo fazer uma média. Seja simples e objetivo. 3. Separação de Sílabas: Existem três regrinhas para separar sílabas de uma linha para outra na redação. Primeiramente, vamos desfazer alguns mitos. Estamos tratando de texto manu- al, onde o espaço às vezes não é justificado como no computador. Haverá linhas em que seu final não será completo, é normal. O que não pode ocorrer é o exces- so, afinal, o rascunho também serve para avaliar onde a palavra terminará e onde ela será separada. Outro ponto importante a ser abordado são os hifens na separação. Eles poderão alternar entre: Felici- dade ou Felici dade Em que o hífen pode se encontrar tanto ao lado da pala- vra quanto embaixo da última sílaba. Vamos às regras: a) Não deixe uma vogal isolada no fim da linha e o resto da palavra na outra: a- conteceu e- ducação u- niversidade b) não deixe uma vogal iniciar a linha após sua separa- ção: consci- ência apo- io situ- ação c) Cuidado com a cacofonia, isso poderá acarretar na perda de pontos: mori- bunda a- cusada dis- puta des- gostosa casca- cu Outro exemplo de cacofonia que pode ser encontra- do nas palavras que têm sentido próprio quando separa- das, como todas as palavras adverbiais terminadas em “mente”: atual- mente 4. Frases Interrogativas: As frases interrogativas, em um texto dissertativo, não são bem vistas. Como vimos logo no início dos capítulos (no que concerne à tipologia Dissertação), pudemos entender que a dissertação consiste em con- vencer o leitor da ideia do escritor. Ao colocar uma pergunta no texto, o leitor tentará obter uma respostapara essa pergunta. Obtendo esta resposta, ficará mais difícil do escritor convencer o leitor a aceitar suas idei- as, afinal, qualquer leitor que se preste a ler um texto está com a mente aberta a novas ideias. Por isso, quando o enunciado tratar de texto dissertativo, evitemos as perguntas. Caso queria fazer alguma, procure localizá-la na introdução ou no desenvolvimento. E nunca a deixe sem resposta, a não ser que ela seja retórica. Já num Artigo de Opinião, as perguntas são obrigatórias, prin- cipalmente na conclusão. Em textos Dissertativos- argumentativos, poderão ser usadas, mas desde que haja resposta para tal. 5. Siglas: O candidato que faz a prova do Vestibular tem que ter, no mínimo, o Ensino Médio completo. Com este currículo, é sabido que ele concluiu as matérias de His- tória e Geografia. Assim sendo, é obrigação do aluno saber o que significam certas siglas, como ONU, IBGE, SUS, OnG, IDH, Opep, PIB, OMC etc. Por este motivo, não é necessário que o candidato apresente, entre parên- teses, o significado da sigla [ex.: A ONU (Organização das Nações Unidas) ...]. Toda e qualquer sigla que seja de conhecimento geral não exigirá seu significado entre parênteses. É perda de linha! Caso a sigla seja desco- nhecida, aí então ela deve ser identificada [ex.: A co- munidade GCRJ (Gente Carente do Rio de Janeiro) ...]. 6. Frases Populares: Deixam o texto pobre. As frases populares, por mais cabíveis que sejam ao tema, devem ser deixa- das de lado. Imagine: “Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura”. É terrível! Ou então “An- tes um pássaro na mão do que dois voando”. Prefi- ra as citações. No lugar de uma frase popular, pre- fira uma citação de Descartes, ou Maquiavel, ou Nelson Rodrigues. Percebeu a diferença? EXCESSOS NA REDAÇÃO 1. Assunto: o aluno deve saber restringir a quanti- dade de informações que demanda um tema. Um assun- to puxa o outro, que puxa o outro, e ao final, cita-se um REDAÇÃO TEL: (61) 4102-8485/4102-7660 SITE: www.cursodegraus.com.br 199 monte de problemas de maneira superficial, sem mostrar profundidade e conhecimento ao examinador. As gran- des provas estão exigindo esse tipo de restrição. Supo- nha um tema: Violência. Perceba que em sua mente surgem dezenas de assuntos que demandam o tema maior – violência contra a mulher, infantil, ambiental, urbana, sexual, nas escolas, doméstica, nos bares e boa- tes, verbal etc. Poderíamos citar uma quantidade enorme de tipos de violência. Mas o examinador não quer que o candidato mostre que ele conhece todos os tipos de violência. É preferível que você opte por escolher dois assuntos que tenham uma relação de causa e consequên- cia (COESÃO) e fale aprofundamente sobre eles. Ape- nas e unicamente sobre os dois assuntos escolhidos, nada mais! 2. Parágrafo: a redação tem 30 linhas. Com essa quantidade de linhas, o máximo de § (símbolo do pará- grafo) que deve conter são 5. Um para a introdução, um para a conclusão e de um a três § para o desenvolvimen- to. Por isso, nenhum § deve conter menos que 4 linhas. Nos próximos capítulos veremos a quantidade mínima e máxima de linhas para cada § de cada parte do texto. 3. Textos de Apoio: também conhecidos como textos motivadores, são todos os textos, poemas, figu- ras, fotos, tudo aquilo que é apresentado na folha de redação junto ao tema com o objetivo de massagear o cérebro do candidato para lhe inspirar ideias. Os textos de apoio servem apenas para isso. É proibido copiar qualquer informação dele e repassá-lo para a sua folha definitiva. O desrespeito a essa norma é considerado como cópia (Ctrl C – Ctrl V) e roubo de linha, uma vez que você transcreve trechos daquilo que foi dado e não utiliza as linhas que tem para mostrar SUAS ideias. Releia o enunciado. Ele pede para que o candidato retire da prova (não só da redação, mas como de toda a prova objetiva) pelo menos um (o que remete à escolha de dois ou mais) mito. Por isso, caso o enunciado nada fale sobre a retirada de informações dos textos de apoio, o candidato deve entender que somente as informações da sua cabeça, da sua carga de leitura e conhecimento so- bre o assunto devem constar na folha definitiva. 4. Agressividade: aí está um problema para aque- les que gostam de expor e impor suas ideias. Isso é constante em tipologias como artigo de opinião e disser- tação. Afirmar com veemência, generalizar, reduzir o homem ao mais baixo dos animais e mostrar outros tipos de violência verbal contra aquilo que acredita são maneiras de mostrar-se intolerante e hipócrita. Temas polêmicos, como aborto, pena de morte, células-tronco etc causam furor já que é exigida uma posição firme para o candidato não se mostrar em cima do muro. Um conselho, antes de começar a produzir: olhe-se. Olhe para sua família, para seus amigos, para as pessoas que o cercam e para os seus próprios problemas antes de julgar a questão da redação. Tiremos como exemplo um tema como Capitalismo. É comum que em nossas men- tes venha algo negativo relacionado à palavra. Essa relação que fazemos com os assuntos previamente (chamado pré-conceito, ou seja, o preconceito) é super normal, todos temos uma opinião formada sobre qual- quer assunto. O que não podemos fazer é nos deixar levar por um preconceito, mas sim tentar analisar as duas partes. Um aluno chegou a escrever na redação que o capitalismo é algo terrível, a decadência humana, que corrompe a mente das pessoas, que é o motivo das guer- ras etc. Ora, pensemos um pouco: todos nascemos em um sistema capitalista, logo, somos TODOS capitalis- tas, a tirar por nossas famílias, nossas vontades e tudo o que nos envolve. Por isso, meçamos nossas palavras quando o assunto exigir crítica negativa. Pensemos mais e não tenhamos preconceitos. 5. Rasura: sim, é bem melhor que a folha definiti- va não tenha nenhuma rasura. É para isso que serve o rascunho, para errar, rabiscar, inverter a ordem, enfim, deixar o texto um verdadeiro lixo. Mas a folha definitiva não. Essa deve ficar impecável, com a sua melhor letra, com toda a sua dedicação. Mas às vezes é inevitável ter um ou outro errinho. O conselho é: não tenha mais de três rasuras. A partir dessa quantidade, será contabiliza- do na QEG. Caso haja rasura, não utilize os parênteses. Essa regra foi abolida, uma vez que eles servem para enfatizar a ideia neles contida, que não é o objetivo da rasura. Passe apenas um único risco no meio da palavra, preferencialmente da mesma espessura em que foi escri- ta e reescreva ao lado da maneira correta como se nada tivesse acontecido. 6. Ex.: razura rasura. Quando foi falado sobre a espessura, é exatamente para que o traço no meio da palavra não fique mais forte e chamativo ou raso e invisível. 7. Palavras Estrangeiras: a preferência deve ser a linguagem na nossa língua, a portuguesa. Claro que o uso de expressões estrangeiras é inevitável, mas reforça- se o uso de palavras de origem portuguesa. Deve-se atentar para duas regras obrigatórias no uso de palavras estrangeiras: o uso das aspas, sempre; e saber se aquela palavra já entrou para o dicionário da língua portuguesa. Veja o exemplo: a palavra “stress” entrou para o nosso dicionário como “estresse”. Por isso, o uso de “stress” na redação pode acarretar pontos negativos. APRESENTAÇÃO DA FOLHA DE REDAÇÃO Apresentação Textual 1. Legibilidade. É importante que o candidato mantenha a letra legí- vel. Legível no sentido duplo da palavra: bonita e que possa ser lida, dois aspectos muito diferentes. É a letra que faz o examinador da banca se sentir à vontade em ler o texto. Uma redação com a letra torcida ou visual- REDAÇÃO TEL: (61) 4102-8485/4102-7660 SITE: www.cursodegraus.com.br 200 mente impossível de ler (ou possível de traduzir) inco- moda o examinador. 2. Margeme Parágrafo (§). As palavras do texto devem ficar alinhadas às mar- gens final e inicial. Os espaços que sobram nessas mar- gens podem acarretar na perda de pontos. Mesmo pare- cendo pouco, a soma de todos esses espaços resulta em uma ou duas linhas roubadas. Lembre-se que a Apresen- tação Textual é o cartão de visitas. Mesmo com a pres- sa, é necessário manter a calma e escrever com paciên- cia. O § deve ter entre 2cm e 2,5cm de distância da margem inicial. Organização de ideias 1. Introdução. Nota isolada para a introdução. Nela deve estar con- tida o tópico frasal. 2. Desenvolvimento. Nota isolada para o desenvolvimento. Neles (entre 1 e 3 §) devem estar contidos os argumentos de defesa dos assuntos. Os mesmo que foram citados na Introdução. 3. Conclusão. Nota isolada para a conclusão. Nela deve conter uma visão otimista do assunto tratado. 4. Coesão entre as Partes do Texto. Ligação entre os assuntos da Introdução, Desenvol- vimento e Conclusão. Nota dada à progressividade do texto. 5. Coerência das Ideias. Harmonia entre os assuntos que demandam do Tema Maior. 6. Originalidade na Escolha do Assunto. A escolha do assunto deve ser diferente daquela es- colhida pela massa. Nota dada à criatividade das ideias. Gramática Textual 1. Vírgula e Acentuação. São os maiores índices de erro em uma redação. De- ve-se saber utilizar esse tipo de pontuação e tudo será visto nas aulas de gramática. A nota é dada APENAS pelo excesso. 2. Clichês. Alguns clichês serão apresentados nas aulas de reda- ção, mas é necessário que o aluno se atente. Às vezes passa despercebido. Fujamos daquilo que a massa es- creve! Observações As observações servem apenas para identificar ao can- didato a persistência de seus erros. Não haverá explica- ções extensas sobre o uso gramatical e inferências do examinador sobre seu conteúdo*. *O conteúdo deve ser lógico e condizente com a reali- dade. Os comentários com relação ao conteúdo serão para os casos de crítica extrema, hipocrisia, visão utópi- ca entre outros que seguem a mesma linha de raciocínio. NARRAÇÃO NA DISSERTAÇÃO Veja o exemplo perfeito para fundir as duas tipolo- gias: Depois de ter sido morto, a mãe e a filha não sabem mais como sobreviver, já que a renda de sua família era provinda do defunto. A menina, pequena, a mãe, sem experiência e o mercado, que não as abraçaria. Traba- lhar era um verbo que a mulher só conhecia da porta de casa para dentro. E a menininha, dormir e comer. Mas comer o quê? Essa é uma realidade da qual muitas famílias vivem. O acordo que existe em uma família à moda antiga, como essa, em que a mulher trabalha em casa e o ho- mem fora, pode abarcar sérios problemas quando o proventor de dinheiro morre. Há quem diga que o certo seria a mulher começar a trabalhar fora ou arrumar outro marido. Mas não é tão fácil assim, uma vez que tudo pode ser perdido quando o dito cujo tem más intenções. Existe final feliz para essa família? Incrivelmente sim. Passado o luto é hora de reconstruir a vida e procurar emprego em algo que já saiba fazer, como dona de casa, servente em creches etc. O importante é manter a cabeça no lugar e aprender a viver independente. Isso, provavelmente servirá de lição para a pequena menina. Perceba o § Narrativo: breve, objetivo, sintético. • A parte narrativa deve estar contida no 1º §. • Deve conter entre 4 e 7 linhas. • Deve ser breve, sem detalhes. • Não necessariamente a história precisa de um final. Perceba os § Dissertativos: • Deve ocupar 2/3 do texto. • É contido por 1 ou 2 §s de desenvolvimento e 1 § de conclusão. • DESENVOLVIMENTO: tese baseada na história. • CONCLUSÃO: solução do problema citado na histó- ria e visão otimista!!! DESCRIÇÃO NA DISSERTAÇÃO Veja o exemplo perfeito para fundir as duas tipolo- gias: Sentado o dia todo. Olhos presos à tela, mão ao “mouse”, sem comer, magro. Ou então cheio de choco- lates, refrigerantes e sanduíches ao redor da mesa e gordo como nunca. REDAÇÃO TEL: (61) 4102-8485/4102-7660 SITE: www.cursodegraus.com.br 201 Isso é muito comum nos dias de hoje, seja no traba- lho, em casa ou nos “cybers”, os viciados estão em toda parte. “Viciados” é uma palavra forte, mas é assim que muitos estudiosos os chamam. O computador virou vício, virou droga. É usado, por estes, como lazer (jogos “on-line”, salas de bate-papo, “sites” de relacionamento etc) ou de maneira pervertida e preconceituosa (“sites” com humor negro, indígena, pedofilia, venda de meno- res para prostituição etc). O cuidado que se deve ter é de sempre ter um inter- valo do dia para a prática de esportes, leitura, estudos e amigos (estes, fora da internet). Fazer uma média de horas diárias na frente do computador pode identificar um viciado. Perceba o § Descritivo: • A parte descritiva deve estar contida no 1º § ou em algum dos §s do Desenvolvimento, nunca na conclusão. • Deve-se produzir entre 3 e 5 linhas. • Deve conter detalhes, mas lembre-se de que o § deve ser ESTÁTICO. Perceba os § Dissertativos: • Deve ocupar 2/3 do texto. • É contido por 1§ de Introdução ou 1 ou 2§s de desen- volvimento e 1 § de conclusão. • INTRODUÇÃO: identificação do tema proposto. • DESENVOLVIMENTO: tese baseada na descrição. CONCLUSÃO: solução do problema citado na história e visão otimista!!! Planejando a Dissertação I Quando você deseja ir a algum lugar ao qual nunca foi, você costuma, mesmo que mentalmente, elaborar um roteiro. Afinal de contas, você sabe que, caso não se planeje, correrá o risco de ficar rodando à toa e não chegar ao destino, e, se chegar, terá perdido mais tempo que o previsto. Ao elaborarmos uma redação, não é diferente: se não tivermos um plano ou um roteiro previamente prepara- dos, corremos o risco de ficar dando voltas em torno do tema, não chegando a lugar nenhum. Por isso, antes de escrever sua redação, é preciso planejá-la bem, procu- rando elaborar um esquema. Mas cuidado, não confunda esquema com rascunho! Esquema é um guia que estabe- lecemos para ser seguido, no qual colocamos em frases sucintas (ou mesmo palavras) o roteiro para a elabora- ção do texto. No rascunho, por outro lado, damos forma à redação, pois nele as ideias colocadas no esquema passam a ser redigidas, tomando a forma de frases que aos poucos se transformam em um texto coerente. O primeiro passo para a elaboração do esquema é ter entendido o tema, pois de nada adiantará um ótimo esquema se ele não estiver adequado ao tema proposto. Em seguida, você poderá dividir seu esquema nas três partes básicas - introdução, desenvolvimento e conclu- são, como já foi dito. Na Introdução, é necessário in- formar a tese que você irá defender. No Desenvolvi- mento, escreva palavras capazes de resumir os argumen- tos que você apresentará para sustentar sua tese. Na Conclusão, escreva palavras que representem sua ideia final. Atenção: quando você estiver fazendo o esquema do desenvolvimento, surgirão inúmeras ideias. Registre-as todas, mesmo que mais tarde você não venha a utilizá- las. Essas ideias normalmente vêm sem ordem alguma; por isso, mais tarde, é preciso ordená-las, selecionando as melhores e colocando-as em ordem de importância. Esse processo é conhecido como hierarquização das ideias. Veja a seguir, um exemplo de esquema com as ideias já hierarquizadas: Tema: Pena de morte: você é contra ou a favor? Introdução: contra - não resolve Desenvolvimento: 1º parágrafo: direito à vida - religião 2º parágrafo: outros países - Estados Unidos Conclusão: ineficaz; solução: erradicação da miséria Feito o esquema, é só segui-lo passo a passo, trans- formando as palavras em frases, dando forma à sua redação. Planejando a Dissertação II Veja a seguir outro tipo de roteiro. Sigaos passos: 1) Interrogue o tema; 2) Responda-o de acordo com a sua opinião; 3) Apresente um argumento básico; 4) Apresente argumentos auxiliares; 5) Apresente um fato-exemplo; 6) Conclua. Vamos supor que o tema de redação proposto se- ja: Nenhum homem vive sozinho. Tente seguir o rotei- ro: 1. Transforme o tema em uma pergunta: Nenhum ho- mem vive sozinho? 2. Procure responder essa pergunta, de um modo sim- ples e claro, concordando ou discordando (ou concor- dando em parte e discordando em parte): essa resposta é o seu ponto de vista. 3. Pergunte a você mesmo, o porquê de sua resposta, uma causa, um motivo, uma razão para justificar sua posição: aí estará o seu argumento principal. 4. Agora, procure descobrir outros motivos que ajudem a defender o seu ponto de vista, a fundamentar sua posi- ção. Estes serão os argumentos auxiliares. REDAÇÃO TEL: (61) 4102-8485/4102-7660 SITE: www.cursodegraus.com.br 202 5. Em seguida, procure algum fato que sirva de exemplo para reforçar a sua posição. Este fato-exemplo pode vir de sua memória visual, das coisas que você ouviu, do que você leu. Pode ser um fato da vida política, econô- mica, social. Pode ser um fato histórico. Ele precisa ser bastante expressivo e coerente com o seu ponto de vista. O fato-exemplo geralmente dá força e clareza à argu- mentação. Além disso, pessoaliza o nosso texto, dife- renciando-o dos demais. 6. A partir desses elementos, você terá o rascunho de sua redação. QUESTÃO 01 Texto I Mais do que nunca a história é atualmente revista ou inventada por gente que não deseja o passado real, mas somente um passado que sirva a seus objetivos (...) Os negócios da humanidade são hoje conduzidos especial- mente por tecnocratas, resolvedores de problemas, para quem a história é quase irrelevante; por isso, ela pas- sou a ser mais importante para nosso entendimento do mundo do que anteriormente. (Eric Hobsbawm, Tempos interessantes: uma vida no século XX) Texto II O que existe é o dia-a-dia. Ninguém vai me dizer que o que aconteceu no passado tem alguma coisa a ver com o presente, muito menos com o futuro. Tudo é hoje, tudo é já. Quem não se liga na velocidade moderna, quem não acompanha as mudanças, as descobertas, as con- quistas de cada dia, fica parado no tempo, não entende nada do que está acontecendo. (Herberto Linhares, depoimento) Texto III Não se afobe, não, Que nada é pra já, O amor não tem pressa, Ele pode esperar em silêncio Num fundo de armário, Na posta-restante, Milênios, milênios No ar... E que sabe, então, O Rio será Alguma cidade submersa. Os escafandristas virão Explorar sua casa, Seu quarto, suas coisas, Sua alma, desvãos... Sábios em vão Tentarão decifrar O eco de antigas, palavras, Fragmentos de cartas, poemas, Mentiras, retratos, Vestígios de estranha civilização. Não se afobe, não, Que nada é pra já, Amores serão sempre amáveis. Futuros amantes quiçá Se amarão, sem saber, Com o amor que eu um dia Deixei pra você. (Chico Buarque, "Futuros amantes") Redija uma DISSERTAÇÃO EM PROSA, na qual você apontará, sucintamente, as diferentes concepções do tempo, presentes nos três textos, e argumentará em favor da concepção do tempo com a qual você mais se identifica. QUESTÃO 02 Dissertação: Temas I 1. A arte é um espelho da cultura nacional; fazendo arte, o indivíduo projeta na obra sua personalidade e, através da personalidade, a cultura de seu povo. 2. Raramente os gênios são frutos espontâneos da natureza: as mais das vezes os cria a paciência e a per- severança. É a assiduidade na educação metódica e sistemática de nós mesmos que descobre as grandes vocações e amadurece os grandes escritores, os grandes artistas, os grandes observadores, os grandes inventores, os grandes estadistas. 3. Muito já se falou sobre o fato de que as línguas e nacionalidades diferentes separam os homens. Parece, entretanto, que são as grandes diferenças de situação econômica o maior empecilho à comunicação e frater- nidade humana. 4. Luta-se por ideais no ardor dos vinte anos; difícil é manter a chama, quando a mocidade passa. 5. Tristezas não pagam dívidas; o trabalho paga. 6. Apesar do desenvolvimento tecnológica, será a chamada vida moderna efetivamente melhor que a de anos atrás? 7. A injustiça, mesmo quando atinge só um, é uma ameaça para todos. 8. Um país sem memória, mais que um país sem pas- sado, é uma nação sem futuro. 9. A liberdade não é uma dádiva, mas sim o resultado de uma conquista. 10. O grito é o argumento dos que não têm razão. 11. O humorismo pode ser uma das melhores formas de crítica. REDAÇÃO TEL: (61) 4102-8485/4102-7660 SITE: www.cursodegraus.com.br 203 12. Como o indivíduo é parte integrante da sociedade, qualquer ato seu é um ato político. 13. Ainda é tempo de evitar a destruição do mundo. 14. A maneira de trajar reflete os costumes de uma sociedade. 15. A rebeldia sem causa não produz transformação alguma. 16. A oportunidade só chega para quem sabe reconhe- cê-la. 17. A verdadeira liderança está no saber repartir res- ponsabilidades. 18. Nossas palavras são o que somos? 19. Existe, no mundo atual, alguma guerra tão longín- qua que não nos atinja? 20. A adolescência é ao mesmo tempo um fim e um começo. 21. Que se pode esperar de uma sociedade que ignora as crianças e despreza os idosos? 22. Do engajamento da mulher no mercado de trabalho decorrem muitas consequências. 23. As ideias são como as epidemias: alastram-se. 24. O homem cresce cada vez que se dispõe a recome- çar. 25. Conservar hábitos significa reconhecer-lhes o va- lor? 26. O amanhã começou ontem. 27. A lição dos exemplos vale mais que a dos conse- lhos. 28. Nada existe de tão fácil, que não se torne difícil, se você o faz de má vontade. 29. O que importa não é alcançar a sociedade ideal, é caminhar para ela. 30. Possíveis causas e consequências da situação do desemprego no país. 31. O grande vencedor é aquele que não se deixa abater pela derrota. 32. Fatos históricos: quem os conta? Quem os sofre? 33. Pagam o preço do progresso aqueles que menos o desfrutam. 34. A Escola é o melhor caminho para o exercício ple- no da cidadania. 35. Os homens de fato se comunicam por meio dos computadores ou apenas trocam informações? 36. Não basta saber interpretar o que se lê num texto; é preciso saber interpretar o mundo em que se vive. 37. Num noticiário de TV, tão veloz e tão variado, todas as notícias parecem ter o mesmo peso. 38. Muitos homens, neste final de século, duvidam de que a humanidade possa caminhar para melhor sem a recuperação daquilo que a competição vem insistente- mente abafando: a ideia de coletividade. 39 "O espaço que o homem habita diz muito de seu modo de ser." Considerando essa afirmação, leia atentamente o texto publicitário abaixo Apartamento pronto para morar Zona nobre 1 dormitório, 2 vagas em garagem privativa coberta Central de vendas: Rua Guapuruvu, 503 Fone 1052-5616 Faça uma redação em que você, tendo refletido sobre a relação entre os dois textos, exponha o que pensa a respeito do tema. 40 "A preguiça é a mãe do progresso; se o homem não tivesse preguiça, não teria inventado a roda." A frase acima é do escritor Mário Quintana. Trata-se apenas de um pensamento bem-humorado ou de uma antiga verdade, que a tecnologia moderna vem confir- mando? Faça uma dissertação, na qual você argumenta- rá para esclarecer sua posição diante dessa frase. Dissertação: Temas II 1. "O Mestre na arte da vida faz pouca distinção entre o seu trabalho e o seu lazer, entre a sua mente e o seu corpo, entre a sua educação e a sua recreação, entreo seu amor e a sua religião. Ele dificilmente sabe distin- guir um corpo do outro. Ele simplesmente persegue sua visão de excelência em tudo que faz, deixando para os outros a decisão de saber se está trabalhando ou se di- vertindo. Ele acha que está sempre fazendo as duas coisas simultaneamente." Texto Zen-Budista 2. "A ausência diminui as paixões medíocres e aumen- ta as grandes, assim como o vento apaga as velas, mas atiça as fogueiras." REDAÇÃO TEL: (61) 4102-8485/4102-7660 SITE: www.cursodegraus.com.br 204 3. "A infelicidade tem isto de bom: faz-nos conhecer os verdadeiros amigos." Honoré de Balzac. 4. "Aprendi através da experiência amarga a suprema lição: controlar minha ira e torná-la como o calor que é convertido em energia. Nossa ira controlada pode ser convertida numa força capaz de mover o mundo." Mahatma Gandhi 5. "A vida é uma pedra de amolar: desgasta-nos ou afia- nos, conforme o metal de que somos feitos." Geor- ge Bernard Shaw 6. "Não existe verdadeira inteligência sem bondade." Ludwig van Beethoven 7. "O amor e o desejo são as asas do espírito das gran- des façanhas." Johann Wolfgang von Goethe 8. "Há três coisas na vida que nunca voltam atrás: a flecha lançada, a palavra pronunciada e a oportunidade perdida." Provérbio Chinês 9. "Coitado do ser humano em quem não ficou nada da criança." Anton Graff 10. "A vitória tem mil pais e a derrota é órfã." Napo- leão Bonaparte 11. "A alegria está na luta, na tentativa, no sofrimento envolvido. Não na vitória propriamente dita." Mahatma Gandhi 12. "O ser humano, por um lado, é semelhante a muitas espécies animais, em luta contra a própria espécie; mas, por outro lado, entre as milhares de espécies que assim lutam, é o único em que a luta é destrutiva... O ser hu- mano é o único que assassina em massa, é o único que não se adapta à sua própria sociedade." Jan Tinbergen 13. "Toma conselhos com o vinho, mas toma decisões com a água." Benjamim Franklin 14. "O amor é a força mais sutil do mundo." Mahatma Gandhi 15. "Para uma boa fome não existe pão duro." Refrão Espanhol 16. "A miséria da condição humana é tal que a dor é seu sentimento mais vivo." Jean Lerond D’Alembert 17. "O universo não foi feito à medida do ser humano, mas tampouco lhe é adverso: é-lhe indiferente." Carl Sagan 18. "Um mentiroso é sempre pródigo em juramentos." Pierre Corneille 19. "Um homem não pode fazer o certo numa área da vida, enquanto está ocupado em fazer o errado em outra. A vida é um todo indivisível." Mahatma Gandhi 20. "O homem vale tanto quanto o valor que dá a si próprio." François Rabelais 21. "A palavra é prata, o silêncio é ouro." Provérbio Chinês 22. "Não diga tudo quanto sabes / não faças tudo quan- to podes/ não creias em tudo quanto ouves / não gastes tudo quanto tens / porque / quem diz tudo quanto sabe / quem faz tudo quanto pode / quem crê em tudo quanto ouve / quem gasta tudo quanto tem / muitas vezes / diz o que não convém / faz o que não deve / julga o que não vê / gasta o que não pode" Provérbio Árabe 23. "A não-violência e a covardia não combinam. Pos- so imaginar um homem armado até os dentes que no fundo é um covarde. A posse de armas insinua um ele- mento de medo, se não mesmo de covardia. Mas a ver- dadeira não-violência é uma impossibilidade sem a posse de um destemor inflexível." Mahatma Gandhi 24. "A violência destrói o que ela pretende defender: a dignidade da vida, a liberdade do ser humano." João Paulo II 25. "As religiões são caminhos diferentes convergindo para o mesmo ponto. Que importância faz se seguimos por caminhos diferentes, desde que alcancemos o mes- mo objetivo?" Mahatma Gandhi 26. "Creio na verdade fundamental de todas as grandes religiões do mundo. Creio que são todas concedidas por Deus e creio que eram necessárias para os povos a quem essas religiões foram reveladas. E creio que se pudés- semos todos ler as escrituras das diferentes fés, sob o ponto de vista de seus respectivos seguidores, havería- mos de descobrir que, no fundo, foram todas a mesma coisa e sempre úteis umas às outras." Mahatma Gandhi 27. "Mais que as ideias, são os interesses que separam as pessoas." Alexis de Tocqueville 28. "Os princípios mais importantes podem e devem ser inflexíveis." Abraham Lincoln 29. "A leitura de um bom livro é um diálogo incessan- te: o livro fala e a alma responde." André Maurois 30. "As esplêndidas fortunas - como os ventos impetu- osos - provocam grandes naufrágios." Plutarco 31. "Sei que vez por outra incorremos em erros; mas começarmos a nos dar conta disso nos torna menos imperfeitos." Juan Domingo Perón REDAÇÃO TEL: (61) 4102-8485/4102-7660 SITE: www.cursodegraus.com.br 205 32. "Se vives de acordo com as leis da natureza, nunca serás pobre; se vives de acordo com as opiniões alheias, nunca serás rico." Sêneca 33. "Minha alma é feita de luz e trevas; nada de bru- mas. Ou faz bom tempo ou há temporal; as temperaturas variáveis são de pouca duração." Victoria Ocampo 34. "Nosso coração tem a idade daquilo que ama." Marcel Prévost 35. "O primeiro dos bens, depois da saúde, é a paz interior." François de La Rochefoucauld 36. "O homem superior é impassível por natureza: pouco se lhe dá que o elogiem ou censurem - ele não ouve senão a voz da própria consciência." Napoleão Bonaparte 37. "A justiça é a vingança do homem em sociedade, como a vingança é a justiça do homem em estado selva- gem." Epicuro 38. "Amar é encontrar na felicidade de outrem a pró- pria felicidade." Gottfried Leibnitz 39. "Os homens são porcos que se alimentam de ouro." Napoleão Bonaparte 40. "Todos nós nascemos originais e morremos có- pias." Carl J. Jung 41. "Não há melhor fragata que um livro para nos levar a terras distantes." Emily Dickinson 42. "Admiro a terra, quero-a, sempre gostei dela. Sem- pre me senti feliz por estar vivo: apesar da guerra, das más notícias, não sou capaz de matar em mim a simples alegria de viver." Julien Green 43. "Solidão: instante de plenitude!" Michel de Mon- taigne 44. "O muito torna-se pouco com desejar um pouco mais." Francisco de Quevedo 45. "O cão não ladra por valentia e sim por medo." Provérbio Chinês 46. "A beleza é uma carta de recomendação a curto prazo." Ninon de Lenclos 47. "A preocupação deveria levar-nos à ação e não à depressão." Karen Horney 48. "Deve-se temer a velhice, porque ela nunca vem só. Bengalas são provas de idade e não de prudência." Pla- tão 49. "A verdadeira liberdade é um ato puramente interi- or, como a verdadeira solidão: devemos aprender a sentir-nos livres até num cárcere, e a estar sozinhos até no meio da multidão." Massimo Bontempelli 50. "Ainda não vi ninguém que ame a virtude tanto quanto ama a beleza do corpo." Confúncio 51. "Os males de que padece o ser humano, em seu maior número, vêm dele mesmo." Plínio 52. "Nada é tão nocivo para os povos do que darem-se por satisfeitos com meras palavras e aparências." Fran- çois Guizot 53. "Nada é supérfluo na natureza." Averróis 54. "A vida não consiste em ter boas cartas na mão e sim em jogar bem as que se tem." Josh Billings 55. "O sonho e a esperança são dois calmantes que a natureza concede ao ser humano." Frederico I 56. "Vou ficando um pouco mais modesto, mas tam- bém um pouco mais orgulhoso de minha modéstia." Jules Renard 57. "Que bom que não me deixo influenciar!" Ludwig Wittgenstein 58. "Educai as crianças, para que não seja necessário punir os adultos." Pitágoras 59. "As ideias geniais são aquelas que nos espantamos de não ter tido antes." Noel Claraso 60. "O insulto é a razão de quem não tem razão." Fran- cisco de Quevedo 61. "Todossomos iguais perante a lei, mas não perante os encarregados de fazê-las cumprir." S. Jerzy Lec 62. "Nunca deixo de ter em mente que o simples fato de existir já é divertido." Katherine Hepburn 63. "A primeira lei da natureza é a tolerância - já que temos todos uma porção de erros e fraquezas." Voltaire 64. "Do mesmo papel em que lavrou a sentença contra um adúltero, o juiz rasgará um pedaço para nele escre- ver umas linhas amorosas à esposa de um colega." Mi- chel de Montaigne 65. "Amar não é aceitar tudo. Aliás: onde tudo é aceito, desconfio que há falta de amor." Vladimir Maiakovski 66. "Esperar? O quê? Está tudo em ti." Enrique Agilda REDAÇÃO TEL: (61) 4102-8485/4102-7660 SITE: www.cursodegraus.com.br 206 67. "As palavras verdadeiras não são agradáveis e as agradáveis não são verdadeiras." Lao-Tsé 68. "Muita luz é como muita sombra: não deixa ver." Carlos Castañeda 69. "A gente todos os dias arruma os cabelos: por que não o coração?" Provérbio Chinês 70. "A força não provém da capacidade física e sim de uma vontade indomável." Mahatma Gandhi 71. "O oposto do amor não é o ódio e sim, a indiferen- ça." Érico Veríssimo 72. "A língua resiste porque é mole; os dentes cedem porque são duros." Provérbio Chinês 73. "Nossos pensamentos mais importantes são os que contradizem nossos sentimentos." Paul Valéry 74. "O relógio não conta nas horas felizes." Vyâsa 75. VOCÊ MESMO Lembre-se de que você mesmo é o melhor secretário de sua tarefa, o mais eficiente propa- gandista de seus ideais, a mais clara demonstração de seus princípios, o mais alto padrão do ensino superior que seu espírito abraça e a mensagem viva das elevadas noções que você transmite aos outros. 76. Não se esqueça, igualmente, de que o maior inimi- go de suas realizações mais nobres, a completa ou in- completa negação do idealismo sublime que você apre- goa, a nota discordante da sinfonia do bem que pretende executar, o arquiteto de suas aflições e o destruidor de suas oportunidades de elevação - é você mesmo. 77. NO REINO DA AÇÃO Não condene. Ajude o outro. Cultive a serenidade. Use os próprios recursos para fazer o bem. Proceda com bondade, sem exibição de virtude. Seja qual for o problema, faça o melhor que você puder. Não admita a supremacia do mal. Fuja de todo pensamento, palavra, atitude ou gesto que possam agravar as complicações de alguém. Ouça com paciên- cia e fale amparando. Recorde de que você amanhã, talvez esteja precisando também de auxílio e, em toda situação indesejável, mesmo que o próximo demonstre necessidade de reprimenda, observe, conforme a lição de Jesus, se você está em condições de atirar a pedra. André Luiz " 78. "Um momento de paciência pode evitar um desas- tre. Um momento de impaciência pode arruinar toda uma vida." Provérbio Chinês 79. "O coração é o relógio da vida. Quem não o consul- ta, anda naturalmente fora do tempo." Machado de As- sis 80. "Viver é a coisa mais rara do mundo. A maioria das pessoas apenas existe." Oscar Wilde 81. "Nem sempre podemos construir o futuro para nossa juventude, mas podemos construir nossa juventu- de para o futuro." Franklin Roosevelt 82. "A Vida é uma oportunidade, aproveita-a/ A Vida é beleza, admira-a/ A Vida é felicidade, saboreia-a/ A Vida é um sonho, torna-o realidade/ A Vida é um desa- fio, enfrenta- o/ A Vida é um jogo, joga-o/ A Vida é preciosa, protege-a/ A Vida é riqueza, conserva-a/ A Vida é amor, desfruta-a/ A Vida é mistério, desvenda-o/ A Vida é promessa, cumpre-a/ A Vida é tristeza, supere- a/ A Vida é um hino , canta-o/ A Vida é um combate, aceita-o/ A Vida é uma tragédia, domina- a/ A Vida é uma aventura, encara-a/ A Vida é um gozo, merece-o/ A Vida é Vida, defende-a." Madre Teresa de Calcutá 83. "Se ao meio dia a rosa perdeu a sua beleza do ama- nhecer, aquela beleza que possuía era verdadeira. Nada no mundo é permanente, e somos tolos quando pedimos que algo dure. Mas certamente somos ainda mais tolos quando não o desfrutamos enquanto permanece." 84. "O coração alegre aformoseia o rosto, mas pela dor o espírito se abate." Provébios 15 : 13 85. "As pessoas olham as coisas que existem e se per- guntam - Por que? Mas eu sonho coisas que nunca exis- tiram e me pergunto - Por que não?" 86. "Um ano? Uma série de 365 desilusões". Ambose Bierce 87. "Olhe para o seu trabalho como se ele tivesse sido realizado por seu inimigo. Se você olha para admirá-lo, então está perdido". Samuel Butler 88. "Todas as coisas já foram ditas, mas como ninguém escuta é preciso sempre recomeçar". André Gide 89. "A primeira ideia que uma criança precisa ter é a da diferença entre o bem e o mal. E a principal função do educador é cuidar para que ela não confunda o bem com a passividade e o mal com a atividade". Maria Montes- sori 90. "Para a saúde da mente e do corpo, os homens deveriam enxergar com seus próprios olhos, falar sem megafone, caminhar sobre os próprios pés em vez de andar sobre rodas, trabalhar e lutar com seus próprios braços, sem artefatos ou máquinas." John Ruskin 91. "A tecnologia ensinou uma lição à humanidade: nada é impossível." Lewis Mumford REDAÇÃO TEL: (61) 4102-8485/4102-7660 SITE: www.cursodegraus.com.br 207 92. "O maior erro que você pode cometer na vida é o de ficar o tempo todo com medo de cometer algum." Elbert Hubbard 93. "A Violência entre jovens é um aspecto do seu desejo de criar. Eles não sabem como usar a sua energia criativamente, então fazem o oposto e destroem." An- thony Burgess 94. "Um dos únicos bens que a miséria não extingue é a solidariedade." 95. "Um dos únicos bens que a miséria não extingue é a solidariedade." 96. A presença e a atenção dos pais é fundamental para a formação e o desenvolvimento emocional dos filhos 97. O aumento da criminalidade e da violência nos grandes centros urbanos é alarmante. 98. A televisão, como o meio de comunicação mais abrangente, não cumpre seu papel de divulgador da cultura e das artes de seu país. 99. As cidades de porte médio detêm a preferência daqueles que se preocupam com a qualidade de vida de sua família. 100. Para o homem moderno, a natureza foi despojada de todo valor que se lhe possa atribuir. 101. A elite cultural brasileira sente-se fascinada pela marginalidade. 102. A indústria cultural instalada no Brasil contaminou a genuína cultura brasileira, deformando-a e aniquilando sua autenticidade. Propostas de redação QUESTÃO 01 (FATEC-SP) Com base na leitura dos textos abaixo, elabore uma redação, dissertativo-argumentativa, sobre o tema: As cidades dentro da cidade Selecione, organize e relacione argumentos, fatos e opiniões para defender o seu ponto de vista. Se desejar, dê um título a seu texto. Texto I “— Tenham a bondade de sentar e esperar um momen- to. Logo que ela saiu, levantei-me e fui à janela. Era uma janela imensa, rasgada sobre o mar, o grande mar azul que arfava debaixo do sol. Nós tínhamos vivido aqueles tempos em quartos apertados e quentes, de uma só e miserável janela, dando para uma parede suja; nós vínhamos de casinhas de subúrbios, cheias de gente, feias e tristes; ou de cubículos imundos e frios; ou de uma enfermaria geral, com cheiro de iodofórmio. Entre- tanto, aquele apartamento de luxo não me espantara (...). Mas essa vista do mar foi minha surpresa. Nos últimos tempos eu passava raramente junto do mar, e creio que nem o olhava; vivíamos como se fosse em outra cidade, afundados no interior, marchando por ruas de paralele- pípedos desnivelados e carros barulhentos. E ali estava o mar, muito mais amplo do que o mar que poderia ser visto lá embaixo, da rua, pelos pobres; o mar dos ricos era imenso, e mais puro e mais azul, pompeando sua belezana curva rasgada de longínquos horizontes, enfei- tado de ilhas, eriçado de espumas. E o vento tinha um gosto livre e virgem, um vento bom para se encher o pulmão. Inspirei profundamente esse ar salgado e limpo; e tive a impressão de que estava respirando um ar que não era meu e eu nem sequer merecia. O ar de nós outros, os pobres, era mais quente e parado; tinha poeira e fumaça, o ar dos pobres.” (Rubem Braga, “Os perseguidos”.) Texto II “Mesmo nas cidades consideradas mais ricas, como São Paulo e Rio de Janeiro, os indicadores da situação de boa parte de seus habitantes não deixam de ser chocan- tes. No Rio de Janeiro, por exemplo, cerca de 35% dos habitantes moram em favelas; em São Paulo, a popula- ção favelada aproxima-se dos 20%. Isso sem falar na crescente população de moradores de rua, que povoam as principais metrópoles brasileiras. Em suma, grande parte das cidades brasileiras, se fos- sem tomadas como exemplo, apresentaria situações semelhantes (...): as diferenças nas paisagens das cida- des são a concretização dos contrastes e das desigualda- des sociais geradas pelos esquemas de sobrevivência em que as pessoas estão envolvidas.” (Douglas, Diamantino e Marcos. Geografia. Ciência do espaço.) QUESTÃO 02 (UMESP-SP) AUTORRETRATO Eu sou um menino maior que muitos e menor que ou- tros. Na cabeça tenho cabelo que mamãe manda cortar muito mais do que eu gosto e, na boca, muitos dentes, que doem. Estou sempre maior que a roupa, por mais que a roupa do mês passado fosse muito grande. Só gosto de comer o que a mãe não me quer dar e ela só gosta de me dar o que eu detesto. Em matéria de brinca- deiras as que eu gosto mais são as perversas, mas essa minha irmãzinha grita muito. Fernandes, Millôr. Conpozissõis imfãtis. Rio de Janeiro: Nórdica, 1975, p. 11 Embora tenha recebido o título de Autorretrato, o texto acima não nos fornece elementos suficientes para carac- terizar o personagem: quer no campo físico, quer no psicológico. São colocações vagas e ingênuas, feitas por REDAÇÃO TEL: (61) 4102-8485/4102-7660 SITE: www.cursodegraus.com.br 208 uma criança, o que atribui ao texto uma pitada de hu- mor. PROPOSTA Imagine que o tempo passou e o menino agora é um adulto. Como ele escreveria um autorretrato? Elabore esse autorretrato, expondo de maneira pormenorizada, não somente seus traços físicos, como também traços marcantes de sua personalidade, definindo-se como uma pessoa integrada a um grupo social. QUESTÃO 03 (UFPI-PI) PROPOSTA DE REDAÇÃO Recentemente, o deputado Aldo Rebelo encaminhou projeto ao Congresso Nacional no qual propõe restri- ções ao emprego de estrangeirismos, notadamente em placas e anúncios publicitários, em espaço brasileiro. Sobre esse assunto, muitas pessoas se pronunciaram. Leia os textos da coletânea que apresentamos a seguir. Parabéns ao Congresso por essa iniciativa que só vai ajudar a melhorar a nossa comunicação e certamente despertará a inventividade dos brasileiros para a criação ou adaptação de novas palavras ao nosso vocabulário. Palavras essas que a gente possa ler e falar sem hesitar. Gostaria de salientar que além da França e Portugal, no Canadá existem muitas leis a fim de proteger tanto o inglês como o francês. Franz Josef Hildinger ISTOÉ, 1613 Não entendo por que tanta crítica a respeito da invasão de palavras e expressões em inglês no dia-a-dia do bra- sileiro, se até para ser ascensorista é exigido o inglês fluente. E se isso ocorre é porque devemos saber uma segunda língua. E se devemos sabê-la para ser ascenso- rista, nada como esta língua fazer parte também do nosso dia-a-dia. Luiz Alberto Rizzo Neis ISTOÉ, 1614 Besteira! A linguagem é uma forma de expressão dinâ- mica. Se assim não fosse estaríamos falando latim até hoje e não existiria francês, espanhol, italiano ou rome- no. Até o inglês incorporou “estrangeirismos”. A língua é resultado da cultura geral do povo. Augusto Costa Netto ISTOÉ, 1622 Excelente o projeto do deputado Aldo Rebelo. Nós temos um idioma muito rico e o uso excessivo de es- trangeirismos precisa acabar (...) Nina Maria Menezes Fonseca ISTOÉ, 1622 E você, o que pensa sobre o uso de termos estrangeiros da forma como hoje ocorre em nosso País? Desenvolva um texto dissertativo no qual você deverá expressar sua opinião sobre o assunto. QUESTÃO 04 (UFPR-PR) Em um texto de até 10 linhas, conte com suas palavras a situação vivida pela menina diante da vitrine. (Extraído de: QUINO. Toda Mafalda. São Paulo: Martins Fontes, p. 221.) QUESTÃO 05 (UFPR-PR) A liberação da pílula do aborto nos Estados Unidos suscitou a promoção de um debate pela revista Veja, que publicou a opinião de alguns participantes sobre o assunto. • “Muitas mulheres colocam a saúde em risco ao prati- car aborto clandestino. Métodos controlados e eficientes evitam custos materiais e desgaste psicológico.” (S.J.C.S.) • “Sou mãe solteira de um garoto de 3 anos. Não falta- ram estímulos para que eu fizesse aborto, vindos do próprio pai da criança, de parentes e de amigos. Optei pela maternidade por enxergar uma oportunidade de crescimento e pelo amor incondicional que senti por um ser que entrou em minha vida sem pedir licença, mas me fez mais humana e feliz. Sou pela vida em qualquer situação.” (C.S.) • “Sou pai e acho que é melhor interromper uma gesta- ção que deixar vir alguém para uma vida de sofrimento e frustração, sem oportunidades, alvo de injustiças. Se não for para ter filhos com amor e responsabilidade, melhor interromper.” (J.C.A.) • “Tem razão a mãe que optou por ter a criança, assim como tem razão aquela que se decidiu pelo aborto. Não podemos impor nosso ponto de vista. Se uma mulher chega à conclusão de que deve abortar, não temos o direito de impedi-la.” (V.S.) (Adaptado de Veja — 18/10/2000.) Escreva um texto de até 10 linhas, expressando seu ponto de vista sobre o aborto. QUESTÃO 06 (UFMG-MG) Leia este trecho: 13 de MAIO Hoje amanheceu chovendo. É um dia simpático para mim. É o dia da Abolição. Dia que co- memoramos a libertação dos escravos. .......................................................................................... E assim no dia 13 de maio de 1958 eu lutava contra a escravatura atual: a fome! JESUS, Carolina Maria de. Quarto de despejo, 8. ed., p. 27. Com base na leitura desse trecho, REDIJA um texto, relacionando a luta da narradora contra a fome, proces- REDAÇÃO TEL: (61) 4102-8485/4102-7660 SITE: www.cursodegraus.com.br 209 so de “escravatura atual”, e a Abolição da Escravatura no Brasil, que se deu mediante a assinatura da Lei Áu- rea, em 1888. QUESTÃO 07 (UFMG-MG) Observe este trecho de propaganda: Mais da metade da população mundial nunca fez uma chamada interurbana. E graças à Internet, provavelmente nunca fará Agora, leia este verbete de dicionário: Sofisma. S. m. 1. Lóg. Argumento aparentemente váli- do, mas, na realidade, não conclusivo, e que supõe má- fé, por parte de quem o apresenta; falácia, silogismo [...] 3. P. ext. Argumento falso formulado de propósito para induzir outrem a erro... Ferreira, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Aurélio Século XXI: o dicionário da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999. p. 1875. REDIJA um texto dissertativo, explicitando o sofisma presente nesse texto de propaganda e o propósito com que ele foi usado. QUESTÃO 08 (UFMG-MG) Leia este trecho: A PEDA DE ORO Tinha um viúvo que tinha treis rapaz e o pai já era bas- tante avançado na idade, já num trabaiava mais. Os treis rapaz dentro de casa era muito obidiente do pai. Intão fazia lavora e tudo... Um dia os rapaz tá lá trabaiano na roça e passô um ho- me. Chegô, oiô ês: — Bom dia! — Bom dia! — Uai! — Tátrabaiano, né, ôs minino? — É, nós tá trabaiano aqui, mas nosso pai tá bastante avançado na idade, coitado, num pode fazê mais nada. Agora nós é que trata dele. Nós faz tudo pa meu pai. O homem assuntô `sim. Falô: — Ó, ocês é besta, moço! Cês tá pa saí po mundo, pocês trabaiá, arrumá suas vida. Se ocês ficá mais seu pai toda vida, cês num `ruma nada. Cês tem que largá ele. Dipois que ocês largá ele, ele dá o jeito dele, uai! Ocês ficá só dento de casa trabaiano pa seu pai, cês num ruma nada procês não. E dispidiu dês e saiu. UFMG, Pró-Reitoria de Extensão. Quem conta um conto aumenta um ponto. Belo Horizonte: Editora UFMG, 1998. p. 6-7. (Quem Sabe Faz, 17) Reescreva esse trecho do conto “A Peda de Oro”, utili- zando a norma escrita culta. QUESTÃO 09 (UFMG-MG) Leia estes dois trechos: TRECHO 1 De outras e muitas grandezas vos poderíamos ilustrar, senhoras Amazonas, não fora perlongar demasiado esta epístola; todavia, com afirmar-vos que esta é, por sem dúvida, a mais bela cidade terráquea, muito hemos feito em favor destes homens de prol. Mas cair-nos-íam as faces, si ocultáramos no silêncio, uma curiosidade ori- ginal deste povo. Ora sabereis que a sua riqueza de expressão intelectual é tão prodigiosa, que falam numa língua e escrevem noutra. Assim chegado a estas plagas hospitalares, nos demos ao trabalho de bem nos intei- rarmos da etnologia da terra, e dentre muita surpresa e assombro que se nos deparou por certo não foi das me- nores tal originalidade linguística. Nas conversas, utili- zam-se os paulistanos dum linguajar bárbaro e multifá- rio, crasso de feição e impuro na vernaculidade, mas que não deixa de ter o seu sabor e força nas apóstrofes, e também nas vozes do brincar. Destas e daquelas nos inteiramos, solícito; e nos será grata empresa vô-las ensinarmos aí chegado. Mas si de tal desprezível língua se utilizam na conversação os naturais desta terra, logo que tomam da pena, se despojam de tanta asperidade, e surge o Homem Latino, de Lineu, exprimindo-se numa outra linguagem, mui próxima da vergiliana, no dizer dum panegirista, meigo idioma, que, com imperecível galhardia, se intitula: língua de Camões! TRECHO 2 Quando Palauá correu légua e meia olhou pra trás fati- gada. A tigre preta vinha perto. Vai, Palauá chegou num morro chamado Ibiraçoiaba e topou com uma bigorna gigante, aquela uma que pertencia à fundição de Afonso Sardinha no princípio da vida brasileira. Junto da bigor- na estavam quatro rodas esquecidas. Então Palauá amar- rou elas nos pés pra poder deslizar sem muito esforço e, REDAÇÃO TEL: (61) 4102-8485/4102-7660 SITE: www.cursodegraus.com.br 210 como se diz: desatou o punho da rede outra vez, uma chispada mãe! A onça engoliu num átimo légua e meia de terreno porém isso vinha que vinha acochada pela tigre. Faziam um barulhão tamanho que os passarinhos estavam pequetitinhos pequetitinhos de medo e a noite mais pesada por causa que não podia andar. E a bulha inda era assombrada pelos gemidos do noitibó... Noitibó é Pai da Noite, moços, e chorava a miséria da filha. ANDRADE, Mário. Macunaíma. 31. ed., p. 80 e 125. Esses dois trechos apresentam usos da língua marcada- mente diferentes. REDIJA um texto, explicando em que consiste essa diferença e com que propósito foi usada. QUESTÃO 10 (UFMG-MG) A proposta modernista de Mário de An- drade, autor de Macunaíma, realiza-se de forma radical com a publicação de Quarto de despejo, de Carolina Maria de Jesus, e Shenipab Miyui, dos índios Kaxinawá. REDIJA um texto, justificando essa afirmação. QUESTÃO 11 (UFMG-MG) Leia este poema: No tratado das Grandezas do Ínfimo estava escrito: Poesia é quando a tarde está competente para dálias. É quando Ao lado de um pardal o dia dorme antes. Quando o homem faz sua primeira lagartixa. É quando um trevo assume a noite E um sapo engole as auroras. BARROS, Manoel de. Livro das ignorãças, 8. ed., p. 13. Tendo em vista o fazer poético de Manoel de Barros, REDIJA um texto, explicando em que consiste sua “didática da invenção”. QUESTÃO 12 (UFMG-MG) Leia atentamente esta afirmativa de Gui- marães Rosa: “Se tem de haver uma frase feita, eu preferia que me chamasse de reacionário da língua, pois quero voltar cada dia à origem da língua, lá onde a palavra ainda está nas entranhas da alma.” LORENZ, G. Diálogo com Guimarães Rosa, p. 49. REDIJA um texto, explicando essa afirmativa do au- tor, a partir do livro Primeiras estórias. QUESTÃO 13 (UNICAMP-SP) Nos últimos anos, o mundo conheceu fatos como a dissolução de fronteiras entre países (con- sequência da globalização da economia), ou a relativi- zação da autonomia nacional (como no caso da prisão de Pinochet na Inglaterra). Conheceu também movi- mentos pró-descriminalização das drogas e do aborto, revelando a fragilidade dos limites entre hábito e trans- gressão. Têm sido frequentes as contestações de outras fronteiras, como no debate sobre a legalização da união civil de homossexuais. Assim, as últimas décadas do século XX se caracterizaram pela relativização dos limites que antes separavam categorias como loucura e sanidade, público e privado, nacional e estrangeiro, entre outras. Tais fatos têm consequências consideráveis na visão que o homem contemporâneo constrói de si mesmo, do mundo e da própria vida. As três alternativas de redação e algumas das questões desta prova estão relacionadas a esses fatos, que afetam qualquer indivíduo, seja na forma de informação exter- na, seja na forma de experiência pessoal. ORIENTAÇÃO GERAL Há três temas sugeridos para redação. Você deve esco- lher um deles e desenvolvê-lo conforme o tipo de texto indicado, segundo as instruções que se encontram na orientação dada para cada tema. Assinale no alto da página de resposta o tema escolhido. Coletânea de textos: Os textos foram tirados de fontes diversas e apresentam fatos, dados, opiniões e argumentos relacionados com o tema. Eles não representam a opinião da banca exami- nadora: são textos como aqueles a que você está exposto na sua vida diária de leitor de jornais, revistas ou livros, e que você deve saber ler e comentar. Consulte a coletâ- nea e utilize-a segundo as instruções específicas dadas para cada tema. Não a copie. Ao elaborar sua redação, você poderá utilizar-se tam- bém de outras informações que julgar relevantes para o desenvolvimento do tema escolhido. TEMA A Um dos temas dominantes de nossa época é o fim das fronteiras — científicas, geográficas, econômicas, de comunicação. Foram ultrapassados até mesmo os limi- tes da ficção científica nas pesquisas sobre genoma e sobre a estrutura do universo e da matéria. No campo das comunicações, as novidades são diárias. Para mui- tos, vivemos sob o signo da globalização. Para outros, as conquistas da humanidade não são comuns a todas as pessoas. Paradoxalmente, continuam persistindo, e até se aprofundando, as lutas por identidades (cultu- rais, de gênero, de etnia, etc.). Tomando como referência a coletânea abaixo, escreva uma dissertação sobre o tema: Um paradoxo da modernidade: eliminação de fron- teiras, criação de fronteiras 1. Bárbaro, adj. e s. Do gr. bárbaros, “estrangeiro, não grego [...]; relativo a estrangeiros, a bárbaros; semelhan- te à linguagem, aos costumes dos bárbaros; bárbaro, incorreto (em referência a erros contra o bom uso do idioma grego); grosseiro, não civilizado, cruel”; pelo REDAÇÃO TEL: (61) 4102-8485/4102-7660 SITE: www.cursodegraus.com.br 211 lat. barbaru- “bárbaro, estrangeiro (= latino para os Gregos); bárbaro, estrangeiro (todos os povos, à exce- ção dos Gregos e Romanos); bárbaro, inculto, selvagem; bárbaro, incorreto (falando da linguagem)”. Pela com- paração com o sânscrito barbarah, “gago”, esloveno brbrati,brbljatati, sérvio brboljiti, “patinhar, chafur- dar”, lituano birbti, “zumbir”, barbozius, “zumbidor”, verifica-se estarmos na presença de onomatopéias, das quais podemos aproximar o latim balbus (cf. Boisacq, 144-145), donde em português balbo e bobo (q.v.s.v. balbuciar); [...] (José Pedro Machado, Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa, 2a ed., Lisboa, Confluência, 1967.) 2. Assim, acreditei por muito tempo que esta aldeia, onde não nasci, fosse o mundo inteiro. Agora que co- nheci realmente o mundo e sei que ele é feito de muitas pequenas aldeias, não sei se estava tão enganado assim quando era menino. Anda-se por mar e por terra da mesma forma que os rapazes do meu tempo iam às festas nas aldeias vizinhas, e dançavam, bebiam, briga- vam e voltavam para casa arrebentados. [...] é necessá- rio ter-se uma aldeia, nem que seja apenas pelo prazer de abandoná-la. Uma aldeia significa não estar sozinho, saber que nas pessoas, nas plantas, na terra há alguma coisa de nós, que, mesmo quando se não está presente, continua à nossa espera. Mas é difícil ficar sossegado. [...] Essas coisas só são compreendidas com o tempo, com a experiência. Será possível que, aos quarenta anos e com o tanto de mundo que conheci, não sabia ainda o que é minha aldeia? (Cesare Pavese, A lua e as fogueiras, São Paulo, Círculo do Livro, p. 10-11.) 3. O movimento do qual eu participo não está vinculado ideologicamente a nada. Nossas ações não são especi- almente dirigidas contra os Estados Unidos, mas contra as multinacionais. Entre elas, as que produzem orga- nismos geneticamente modificados, os transgênicos. São empresas americanas, mas também europeias. Para nós, elas são todas iguais. A forma como a agricultura geneticamente modificada tem sido imposta aos países europeus não nos deixa outra alternativa senão reagir. [...] O McDonald’s é o símbolo da uniformização da comida e da cultura americana no mundo. (José Bové, líder camponês francês, em entrevista à ISTOÉ, 30/08/2000, p. 10-11.) 4. — Por que me matais? — Como! Não habitais do outro lado da água? Meu amigo, se morásseis deste lado, eu seria um assassino, seria injusto matar-vos desta maneira; mas, desde que residis do outro lado, sou um bravo, e isso é justo. (Pascal, Pensamentos, §293, São Paulo, Abril Cultural, Col. Os Pen- sadores.) 5. Cem anos passados, aquele destino trágico, que con- frontou algozes e vítimas no maior “crime da nacionali- dade” perpetrado, parece ter-se alastrado, como maldi- ção, para todo o território do país. O incêndio de Canu- dos espalhou-se por todo o campo e cidades. O vento levou as cinzas para muito longe, fora de qualquer con- trole. O grande desencontro de tempos dá-se hoje, si- multaneamente, em muitos espaços. Essa a grande he- rança dos modernos. As muitas figuras em que se multi- plicam e dispersam os condenados de Canudos, em plena era de globalização, continuam a vagar sem no- mes, sem terra, sem história: são quase 60 milhões de pobres, párias e miseráveis esquecidos do Brasil (que é este gigante que dorme, enquanto seus filhos — os mais novos e os mais antigos — agonizam nas ruas e estra- das?). (F. Foot Hardman, “Tróia de Taipa, Canudos e os Irracionais”. In Morte e Progresso: a Cultura Brasileira como apagamento de ras- tros, São Paulo, Unesp, 1998, p. 132.) 6. O apartheid brasileiro pode ir a juízo, imaginem. A associação nacional dos shoppings deve ir à justiça a fim de impedir pobres de perturbar seu comércio. Na origem da demanda judicial estaria o passeio de 130 pobres pelo shopping Rio Sul, organizado por uma tal Frente de Luta Popular. Talvez seja ilegal a perturbação do comércio. Na tradição brasileira das famílias proprie- tárias, pobres nas proximidades sempre perturbam. Como dizem os economistas, há um case aí. O apartheid no tribunal! (Vinícius Torres Freire, “Crioulos no limite”, Folha de S. Paulo, 27/08/2000, p. A 2.) 7. Se os senhores fossem todos alienistas e eu lhes apre- sentasse um caso, provavelmente o diagnóstico que os senhores me dariam do paciente seria a loucura. Eu não concordaria, pois enquanto esse homem puder explicar- se e eu sentir que podemos manter um contato, afirmarei que ele não está louco. Estar louco é uma concepção extremamente relativa. Em nossa sociedade, por exem- plo, quando um negro se comporta de determinada ma- neira, é comum dizer-se: “Ora, ele não passa de um negro”, mas se um branco agir da mesma forma, é bem possível dizerem que ele é louco, pois um branco não pode agir daquela forma. Pode-se dizer que um homem é diferente, comporta-se de maneira fora do comum, tem ideias engraçadas, e se por acaso ele vivesse numa cidadezinha da França ou da Suíça, diriam: “É um fula- no original, um dos habitantes mais originais desse lugar”. Mas se trouxermos o tal homem para a Rua Harley, ele será considerado doido varrido. Se determi- nado indivíduo é pintor, todo mundo tende a considerá- lo um homem cheio de originalidades, mas coloque-se o mesmo homem como caixa de um banco e as coisas começarão a acontecer... (C. G. Jung, “As conferências de Tavistock”. In Fundamentos de psicologia analítica, Petrópolis, Vozes, 1972, p. 56.) 8. Pergunta: — O e-mail aproxima as pessoas? Resposta: — Isso é ilusão. Marcel Proust escreveu 21 volumes de cartas. Você as lê e percebe que ele as es- crevia para manter as pessoas à distância. Ele não queria se aproximar. Com o e-mail acontece a mesma coisa. Acho até que ele potencializa esse aspecto. Essa história REDAÇÃO TEL: (61) 4102-8485/4102-7660 SITE: www.cursodegraus.com.br 212 de comunidade global, com todo mundo falando com todo mundo, é lixo ideológico. Em vez de o sujeito estar num bar, conversando com seus amigos, ele passa horas no computador, mandando mensagens eletrônicas para pessoas que, em muitos casos, nem conhece. Essa é uma forma de solidão. Não houve aproximação. (Walnice Nogueira Galvão, entrevista a Elio Gaspari, Folha de S. Paulo, 27/08/2000, p. A 15.) TEMA B Ser ou não ser, eis a questão. Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come. Situações-limite são uma constante, tendo sido retoma- das tanto pela literatura como pela sabedoria popular. Pensando nisso, escreva uma narrativa em primeira pessoa, na qual o narrador não seja o protagonista da ação. Considere os aspectos abaixo, que constituirão um roteiro para sua narrativa, a qual pode correspon- der a diferentes situações, como um drama familiar, uma questão de ordem psicológica, uma aventura, etc.: • uma situação problemática, de cuja situação depen- de algo muito importante; • uma tentativa de solução do problema, pela escolha de um dos caminhos possíveis, todos arriscados: ultra- passar ou não ultrapassar uma fronteira; • uma solução para o problema, mesmo que origine uma nova situação problemática. TEMA C Suponha que você seja o juiz que decidiu pela volta do menino Elián a Cuba, ou um parente de Elián que lutou por sua permanência nos Estados Unidos, ou o pai de Elián, que lutou por sua volta a casa. Colocando-se no lugar de uma dessas pessoas, e considerando os pontos de vista expressos no texto abaixo, escreva uma carta a Elián, mas para ser lida por ele quinze anos depois desses acontecimentos, tentando convencê-lo de que a posição que você assumiu foi a melhor possível. Quando a imaginação do mundo se depara com uma tragédia humana tão dolorosa quanto a de Elián, o me- nino refugiado de 6 anos que sobreviveu a um naufrágio apenas para afundar no atoleiro político da Miami cuba- no-americana, ela instintivamente procura penetrar nos corações e mentes de cada um dos personagens do dra- ma. Qualquer pai ou mãe é capaz de imaginar o que o pai de Elián, Juan Miguel González, vem sofrendo, na cidade natal de Elián, Cárdenas — a dor de perder seu filho primogênito;logo depois, a alegria de saber de sua sobrevivência milagrosa, com Elián boiando até perto da Flórida numa câmara de borracha. A seguir, o abalo de ouvir da boca de um bando de parentes com os quais não tem relação alguma e de pessoas que lhe são totalmente estranhas a notícia de que estavam decididos a colocar-se entre ele e seu filho. Talvez também sejamos capazes de compreender um pouco do que se passa na cabeça de Elián, virada do avesso. Trata-se, afinal de contas, de um garoto que viu sua mãe mergulhar no oceano escuro e morrer. Durante um tempo muito longo depois disso, seu pai não esteve a seu lado. Assim, se Elián agora se agarra às mãos daqueles que têm estado a seu lado em Miami, se os segura forte, como se segurou à câmara de borracha, para salvar sua vida, quem pode culpá-lo por isso? Se ergueu uma espé- cie de felicidade provisória à sua volta, em seu novo quintal na Flórida, devemos compreender que é um mecanismo de sobrevivência psicológica, e não um substituto permanente de seu amor ao pai. [...] Elián González virou uma bola de futebol política, e — acredite na palavra de alguém que sabe o que é isso — a primeira consequência de virar uma bola de futebol é que você deixa de ser visto como ser humano que vive e sente. Uma bola é um objeto inanimado, feita para ser chutada de um lado a outro. Assim, você se transforma naquilo que Elián se tornou, na boca da maioria das pessoas que discutem o que fazer dele: útil, mas, em essência, uma coisa, apenas. Você se transforma em prova da mania de litígio de que sofrem os Estados Unidos, ou do orgulho e poder políti- co de uma comunidade imigrante poderosa em nível local. Você vira palco de uma batalha entre a vontade da turba e o estado de direito, entre o anticomunismo faná- tico e o anti-imperialismo terceiro-mundista. Você é descrito e redescrito, transformado em slogan e falsificado até quase deixar de existir, para os comba- tentes que se enfrentam aos gritos. Transforma-se numa espécie de mito, um recipiente vazio no qual o mundo pode derramar seus preconceitos, seu ódio, seu veneno. QUESTÃO 14 (UA-AM) Tema 01. A água. Os meios de comunicação, de um modo geral, vêm abordando, com frequência, a problemática da provável falta d’água no planeta, o que traria consequências de- sastrosas para a humanidade. A partir da leitura dos excertos abaixo, redija um texto dissertativo-argumentativo enfocando o assunto. “EFEITO ESTUFA E FALTA DE ÁGUA”. Fonte: (Editorial da Revista Amazônia 21. Ano I. Número 3). “A falta de água e o aquecimento do planeta serão as questões mais preocupantes do século 21, segundo pes- quisa organizada pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente realizada por 200 cientistas em 50 países. O informe, chamado GEO-2000, dedica um capítulo inteiro à América Latina e ao Caribe, onde são apontados como maiores problemas a superpopulação e a destruição de florestas.” ........................................................................................ “O pesquisador adverte que, apesar de 77% das águas de superfície da América estarem no Brasil, o país é um dos que mais sofrem com o desequilíbrio entre a oferta e a demanda, o desperdício, a poluição ambiental e a violação da área de preservação dos cursos d’água. “Nem as águas subterrâneas estão protegidas. A falta de REDAÇÃO TEL: (61) 4102-8485/4102-7660 SITE: www.cursodegraus.com.br 213 controle técnico nas perfurações e a construção sem a proteção sanitária adequada está permitindo a contami- nação dos lençóis freáticos e a limitação da vida útil da produção”, explica. O pesquisador reivindica a necessi- dade de um pacto suprapartidário entre o cidadão e o poder público para que o país com maior oferta de água doce do planeta não sofra, no futuro, com a falta do recurso natural.” Fonte: (Ciência e Tecnologia: Água Potável: petróleo do século XXI. Revista Amazônia 21. Ano I. Número 3. Páginas 40 e 41.) ...................................................................................... PELO USO SUSTENTÁVEL DA ÁGUA. Fonte: Antônio C. Thame. Revista Planeta. Edição 332 — Ano 28 — No 5 — Maio 2000. Planeta — E qual é a situação do Brasil em relação a essa questão? Nós estamos preparados para enfrentar a escassez de água potável? “Thame — Em primeiro lugar, temos que vencer dois mitos. Um é o de que o mundo é feito de água. Na ver- dade, ele é feito de água salgada, e como o processo de dessalinização ainda é muito caro, na prática ela fica inacessível para o uso humano. O segundo refere-se à crença de que no Brasil não falta água. Nós somos re- almente uma das maiores reservas de água doce do mundo, só que é algo extremamente mal distribuído. Os organismos internacionais dão como um índice razoável 2.500 m 3 por habitante ao ano; abaixo de 1.500 m 3 por habitante/ano, considera-se uma situação crítica. E nós temos dois Estados que estão abaixo desse índice: Per- nambuco e Paraíba. (......).” Tema 02. Censura. Os meios de comunicação brasileiros, particularmente a televisão, vêm sendo acusados de ofender a moral fami- liar, pública e os bons costumes pela veiculação de cenas de violência, de sexo, de estimular o preconceito contra determinados grupos e classes sociais como o nordestino, o índio, o negro, o homossexual, o defeituo- so, o pobre, as prostitutas, além da erotização dos pro- gramas infantis. Alguns segmentos da sociedade têm-se manifestado, exigindo o retorno da censura a fim de evitar esses des- mandos. A partir dos excertos abaixo, redija um texto dissertati- vo-argumentativo enfocando o assunto e defenda o seu ponto de vista: a favor ou contra a censura. TVs DO EXTERIOR VETARIAM PROGRAMAS BRASILEIROS. Fonte: Rosângela Marques/O Estado de São Paulo, 06/12/2000. “Países como França e Alemanha interferem na pro- gramação e criam seus próprios códigos. Uma simples regulamentação ou a ressurreição da dita- dura? As divergências entre a Rede Globo e a Justiça já esbarraram no campo conceitual. De um lado, o Tribu- nal de Justiça do Rio, com base na Portaria 796, decidiu a participação de atores menores na novela Laços de Família e proibiu sua exibição antes das 21 horas, o que vem sendo cumprido desde o dia 22 de novembro. Do outro, uma das maiores emissoras do mundo acusa o governo de cercear sua liberdade de expressão, come- tendo “ato de inequívoca censura”. ...................................................................................... JUIZ MANDA AUTUAR PAIS DE ATORES MIRINS. Fonte: O Estado de São Paulo, 07/12/2000. “Rio — Os pais dos gêmeos Natã e Andrey Beltrão, de 1 ano e 4 meses, que interpretam Bruninho na novela Laços de Família, da TV Globo, e os da menina Larissa Honorato, de 2 anos, que era Nina no início da trama, serão autuados pela 1 a Vara da Infância e Juventude por infração do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Segundo o juiz Siro Darlan, eles permitiram que os seus filhos participassem de cenas consideradas vio- lentas.” Tema 03. Pichação. Não passa despercebido aos olhos do mais desatento transeunte que nossa cidade está feia, nossos monumen- tos, prédios, pontes, viadutos, muros, enfim nossos espaços que poderiam atrair-nos por sua beleza plástica ou por uma mensagem construtiva estão pichados, bor- rados. Arte ou vandalismo? A partir dos excertos abaixo, redija um texto dissertati- vo-argumentativo enfocando o assunto. Assuma uma posição favorável ou contrária à pichação, além da pu- nição ou não dos pichadores. POLÍCIA PARA QUEM PRECISA. Fonte: Haquira Osakabe. Folha de São Paulo, 07/10/89. “Mesmo não se tratando de um fenômeno puramente brasileiro ou paulista, é desse prisma que deve ser vista a questão da pichação. Trata-se do fruto da necessidade de expressão pública de um discurso
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