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Redação (Curso Degraus)

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REDAÇÃO 
 
TEL: (61) 4102-8485/4102-7660 
SITE: www.cursodegraus.com.br 
197 
Caro aluno, 
 
Redação boa não é aquela em que o aluno apenas 
escreveu sobre determinado tema, nem aquela em que 
ele mostrou conhecimento da modalidade culta da lín-
gua. Redação boa é aquela cujo autor demonstra vasta 
cultura geral, prova por meio de raciocínio concludente 
que sabe argumentar com coerência e apresenta dedu-
ções que denotam a verdade de sua conclusão por se 
apoiar em premissas admitidas como verdadeiras. 
Desta maneira, laboramos um roteiro de como de-
senvolver uma boa redação. Acredite em seu potencial, 
estude, e tire suas dúvidas com os professores. 
 
REDAÇÃO 
 
Antes da Teoria, um lembrete: 
O objetivo da Redação é, basicamente, o de verificar 
as habilidades definidas no perfil do aluno que pretende 
passar nos concursos militares. Assim os examinadores 
definem como interessante o aluno que apresente: 
 capacidade de exprimir-se com clareza; 
 capacidade de organizar ideias; 
 capacidade de estabelecer relações; 
 capacidade de interpretar fatos; 
 capacidade de elaborar hipóteses. 
 
Por Renata Marques Tomaz Choairy 
 
CRIATIVIDADE NA PRODUÇÃO TEXTUAL 
 
A criatividade é um dos pontos cruciais para se ter 
uma boa nota. Todas as pessoas têm uma opinião pré-
formada sobre qualquer assunto, e geralmente é essa 
opinião que o candidato vai colocar no papel. A criati-
vidade não está, necessariamente, na oposição da opini-
ão do candidato, mas sim em fugir daquilo que todos 
dizem. Um tema como EDUCAÇÃO, por exemplo, 
demanda muitos assuntos, mas o que todos têm em 
mente, logo que o tema aparece, é a escola. A criativi-
dade do candidato está voltada na abordagem do assunto 
que ninguém falaria, como a educação ambiental, ou a 
educação sexual. Essa criatividade vem da eliminação 
da 1ª ideia. Veja o tema. Pense em um assunto que você 
poderia abordar. Elimine. Pense em outro. Descarte. 
Pense em um 3º assunto. Este sim! Esta 3ª ideia é aquela 
que será somente sua. Aí estará sua criatividade. 
Além dessa dica preciosa, da qual falaremos mais, aí 
vão outras que lhe ajudarão a fugir da mesmice das 
redações. 
 
1. Falta de Conhecimento: 
Se o aluno não lê nada sobre política, apenas assiste 
às pequenas reportagens do Jornal, é melhor que nada 
diga sobre o assunto. Se for falar sobre política, cite 
algo que já foi lido, pesquisado. Há um exemplo muito 
comum com os acontecimentos de cada época. Quando 
estourou a notícia sobre o mensalão, logo vieram o 
dinheiro na cueca e a operação sanguessuga. O povo 
brasileiro estava indignado com tanta corrupção. Os 
alunos deveriam escrever uma redação sobre a atual 
situação do país, mas não poderiam citar nomes de polí-
ticos. Foi certeiro: todas as redações abordavam os 
mesmos assuntos: mensalão, dinheiro na cueca e opera-
ção sanguessuga. A falta de conhecimento está presente 
em o candidato apenas tocar nos assuntos e não apro-
fundá-los. Não consiste em explicar o que é a operação 
sanguessuga, por exemplo, mas em citar um breve apos-
to para que o examinador saiba que o candidato sabe do 
que está falando, que ele leu sobre o assunto e que está 
informado. Então, ao invés de o candidato dizer: 
O país está em crise, exemplos que comprovam esta 
afirmação é o mensalão, é o dinheiro na cueca, é a 
operação sanguessuga. 
 
O candidato poderia melhorar seus argumentos da 
seguinte maneira: 
 
O país está em crise, exemplos que comprovam esta 
afirmação é o mensalão, que chegou a pagar R$400 mil 
a apenas um deputado, é o dinheiro na cueca, em que 
foram encontrados R$10 mil reais desviados dos cofres 
públicos, é a operação sanguessuga, que roubou di-
nheiro da saúde. 
 
Perceba a diferença entre os dois parágrafos! O se-
gundo mostra o interesse do candidato em mostrar ao 
examinador que ele sabe exatamente o que aconteceu 
com seu país. Por isso, ao citar exemplos (não necessa-
riamente sobre política, afinal a banca foge desse assun-
to), não se esqueça do breve aposto que faz toda a dife-
rença. 
 
2. Linguagem Rebuscada: 
As bancas examinadoras preparam provas a fim de 
avaliar se o candidato consegue passar para o papel tudo 
aquilo que pensa. Em cada prova aplicada, a Instituição 
sabe exatamente o público que busca o concurso. Então, 
em uma prova de concurso para as escolas militares, 
espera-se um público voltado para a área militar, depen-
dendo da exigência que faz nos pré-requisitos para ser 
inscrito. Numa redação desse concurso, por exemplo, a 
banca exigirá jargões, linguagem erudita, proficiência 
na escrita etc. Tendo essa linha de pensamento, os exa-
minadores do concurso sabem como será a escrita do 
público: formal, mas sem muitas palavras “bonitas”, que 
não é do dicionário interno do candidato. O público do 
vestibular e outros concursos que exigem apenas o En-
sino Médio completo é jovem, em sua maioria. São 
alunos que acabaram de sair do Ensino Médio, que têm 
entre 17 e 23 anos. Lembrando que estamos falando da 
maioria. Por isso, o candidato que acha que deve escre-
ver como Machado de Assis pode ficar muitíssimo 
despreocupado. Os examinadores conhecem a lingua-
gem do jovem e sabem que é repleto de gírias, palavrões 
 
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e linguagem objetiva. Contudo, isso não significa que 
você poderá utilizar-se desse tipo de linguagem na escri-
ta. Relembrando, a fala é diferente da escrita! Ao pegar 
uma caneta e passar para o papel toda a sua opinião 
sobre o assunto, você deve escrever com cautela, me-
dindo os termos usados para não ficar muito coloquial. 
Nem pense em usar palavras que não são do seu voca-
bulário usual ou literário (chamadas de palavras “boni-
tas”, aquelas em que o próprio examinador tem que 
consultar o dicionário). Utilize aquelas palavras que 
costumam aparecer com frequência em suas leituras. 
Não tente escrever com uma linguagem que não é sua. 
Acredite: o examinador sabe exatamente quando o can-
didato está querendo fazer uma média. Seja simples e 
objetivo. 
 
3. Separação de Sílabas: 
Existem três regrinhas para separar sílabas de uma 
linha para outra na redação. Primeiramente, vamos 
desfazer alguns mitos. Estamos tratando de texto manu-
al, onde o espaço às vezes não é justificado como no 
computador. Haverá linhas em que seu final não será 
completo, é normal. O que não pode ocorrer é o exces-
so, afinal, o rascunho também serve para avaliar onde a 
palavra terminará e onde ela será separada. Outro ponto 
importante a ser abordado são os hifens na separação. 
Eles poderão alternar entre: 
 
Felici- dade ou Felici dade 
 
Em que o hífen pode se encontrar tanto ao lado da pala-
vra quanto embaixo da última sílaba. Vamos às regras: 
a) Não deixe uma vogal isolada no fim da linha e o 
resto da palavra na outra: 
 
a- 
conteceu e- 
ducação u- 
niversidade 
 
b) não deixe uma vogal iniciar a linha após sua separa-
ção: 
 
consci- 
ência apo- 
io situ- 
ação 
c) Cuidado com a cacofonia, isso poderá acarretar na 
perda de pontos: 
 
mori- 
bunda a- 
cusada dis- 
puta des- 
gostosa casca- 
cu 
 
 Outro exemplo de cacofonia que pode ser encontra-
do nas palavras que têm sentido próprio quando separa-
das, como todas as palavras adverbiais terminadas em 
“mente”: 
 
atual- 
mente 
 
4. Frases Interrogativas: 
As frases interrogativas, em um texto dissertativo, 
não são bem vistas. Como vimos logo no início dos 
capítulos (no que concerne à tipologia Dissertação), 
pudemos entender que a dissertação consiste em con-
vencer o leitor da ideia do escritor. Ao colocar uma 
pergunta no texto, o leitor tentará obter uma respostapara essa pergunta. Obtendo esta resposta, ficará mais 
difícil do escritor convencer o leitor a aceitar suas idei-
as, afinal, qualquer leitor que se preste a ler um texto 
está com a mente aberta a novas ideias. Por isso, quando 
o enunciado tratar de texto dissertativo, evitemos as 
perguntas. Caso queria fazer alguma, procure localizá-la 
na introdução ou no desenvolvimento. E nunca a deixe 
sem resposta, a não ser que ela seja retórica. Já num 
Artigo de Opinião, as perguntas são obrigatórias, prin-
cipalmente na conclusão. Em textos Dissertativos-
argumentativos, poderão ser usadas, mas desde que haja 
resposta para tal. 
 
5. Siglas: 
O candidato que faz a prova do Vestibular tem que 
ter, no mínimo, o Ensino Médio completo. Com este 
currículo, é sabido que ele concluiu as matérias de His-
tória e Geografia. Assim sendo, é obrigação do aluno 
saber o que significam certas siglas, como ONU, IBGE, 
SUS, OnG, IDH, Opep, PIB, OMC etc. Por este motivo, 
não é necessário que o candidato apresente, entre parên-
teses, o significado da sigla [ex.: A ONU (Organização 
das Nações Unidas) ...]. Toda e qualquer sigla que seja 
de conhecimento geral não exigirá seu significado entre 
parênteses. É perda de linha! Caso a sigla seja desco-
nhecida, aí então ela deve ser identificada [ex.: A co-
munidade GCRJ (Gente Carente do Rio de Janeiro) ...]. 
 
6. Frases Populares: 
Deixam o texto pobre. As frases populares, por 
mais cabíveis que sejam ao tema, devem ser deixa-
das de lado. Imagine: “Água mole em pedra dura, 
tanto bate até que fura”. É terrível! Ou então “An-
tes um pássaro na mão do que dois voando”. Prefi-
ra as citações. No lugar de uma frase popular, pre-
fira uma citação de Descartes, ou Maquiavel, ou 
Nelson Rodrigues. Percebeu a diferença? 
 
EXCESSOS NA REDAÇÃO 
 
1. Assunto: o aluno deve saber restringir a quanti-
dade de informações que demanda um tema. Um assun-
to puxa o outro, que puxa o outro, e ao final, cita-se um 
 
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monte de problemas de maneira superficial, sem mostrar 
profundidade e conhecimento ao examinador. As gran-
des provas estão exigindo esse tipo de restrição. Supo-
nha um tema: Violência. Perceba que em sua mente 
surgem dezenas de assuntos que demandam o tema 
maior – violência contra a mulher, infantil, ambiental, 
urbana, sexual, nas escolas, doméstica, nos bares e boa-
tes, verbal etc. Poderíamos citar uma quantidade enorme 
de tipos de violência. Mas o examinador não quer que o 
candidato mostre que ele conhece todos os tipos de 
violência. É preferível que você opte por escolher dois 
assuntos que tenham uma relação de causa e consequên-
cia (COESÃO) e fale aprofundamente sobre eles. Ape-
nas e unicamente sobre os dois assuntos escolhidos, 
nada mais! 
 
2. Parágrafo: a redação tem 30 linhas. Com essa 
quantidade de linhas, o máximo de § (símbolo do pará-
grafo) que deve conter são 5. Um para a introdução, um 
para a conclusão e de um a três § para o desenvolvimen-
to. Por isso, nenhum § deve conter menos que 4 linhas. 
Nos próximos capítulos veremos a quantidade mínima e 
máxima de linhas para cada § de cada parte do texto. 
 
3. Textos de Apoio: também conhecidos como 
textos motivadores, são todos os textos, poemas, figu-
ras, fotos, tudo aquilo que é apresentado na folha de 
redação junto ao tema com o objetivo de massagear o 
cérebro do candidato para lhe inspirar ideias. Os textos 
de apoio servem apenas para isso. É proibido copiar 
qualquer informação dele e repassá-lo para a sua folha 
definitiva. O desrespeito a essa norma é considerado 
como cópia (Ctrl C – Ctrl V) e roubo de linha, uma vez 
que você transcreve trechos daquilo que foi dado e não 
utiliza as linhas que tem para mostrar SUAS ideias. 
Releia o enunciado. Ele pede para que o candidato retire 
da prova (não só da redação, mas como de toda a prova 
objetiva) pelo menos um (o que remete à escolha de 
dois ou mais) mito. Por isso, caso o enunciado nada fale 
sobre a retirada de informações dos textos de apoio, o 
candidato deve entender que somente as informações da 
sua cabeça, da sua carga de leitura e conhecimento so-
bre o assunto devem constar na folha definitiva. 
 
4. Agressividade: aí está um problema para aque-
les que gostam de expor e impor suas ideias. Isso é 
constante em tipologias como artigo de opinião e disser-
tação. Afirmar com veemência, generalizar, reduzir o 
homem ao mais baixo dos animais e mostrar outros 
tipos de violência verbal contra aquilo que acredita são 
maneiras de mostrar-se intolerante e hipócrita. Temas 
polêmicos, como aborto, pena de morte, células-tronco 
etc causam furor já que é exigida uma posição firme 
para o candidato não se mostrar em cima do muro. Um 
conselho, antes de começar a produzir: olhe-se. Olhe 
para sua família, para seus amigos, para as pessoas que 
o cercam e para os seus próprios problemas antes de 
julgar a questão da redação. Tiremos como exemplo um 
tema como Capitalismo. É comum que em nossas men-
tes venha algo negativo relacionado à palavra. Essa 
relação que fazemos com os assuntos previamente 
(chamado pré-conceito, ou seja, o preconceito) é super 
normal, todos temos uma opinião formada sobre qual-
quer assunto. O que não podemos fazer é nos deixar 
levar por um preconceito, mas sim tentar analisar as 
duas partes. Um aluno chegou a escrever na redação que 
o capitalismo é algo terrível, a decadência humana, que 
corrompe a mente das pessoas, que é o motivo das guer-
ras etc. Ora, pensemos um pouco: todos nascemos em 
um sistema capitalista, logo, somos TODOS capitalis-
tas, a tirar por nossas famílias, nossas vontades e tudo o 
que nos envolve. Por isso, meçamos nossas palavras 
quando o assunto exigir crítica negativa. Pensemos mais 
e não tenhamos preconceitos. 
 
5. Rasura: sim, é bem melhor que a folha definiti-
va não tenha nenhuma rasura. É para isso que serve o 
rascunho, para errar, rabiscar, inverter a ordem, enfim, 
deixar o texto um verdadeiro lixo. Mas a folha definitiva 
não. Essa deve ficar impecável, com a sua melhor letra, 
com toda a sua dedicação. Mas às vezes é inevitável ter 
um ou outro errinho. O conselho é: não tenha mais de 
três rasuras. A partir dessa quantidade, será contabiliza-
do na QEG. Caso haja rasura, não utilize os parênteses. 
Essa regra foi abolida, uma vez que eles servem para 
enfatizar a ideia neles contida, que não é o objetivo da 
rasura. Passe apenas um único risco no meio da palavra, 
preferencialmente da mesma espessura em que foi escri-
ta e reescreva ao lado da maneira correta como se nada 
tivesse acontecido. 
 
6. Ex.: razura rasura. 
Quando foi falado sobre a espessura, é exatamente 
para que o traço no meio da palavra não fique mais forte 
e chamativo ou raso e invisível. 
 
7. Palavras Estrangeiras: a preferência deve ser a 
linguagem na nossa língua, a portuguesa. Claro que o 
uso de expressões estrangeiras é inevitável, mas reforça-
se o uso de palavras de origem portuguesa. Deve-se 
atentar para duas regras obrigatórias no uso de palavras 
estrangeiras: o uso das aspas, sempre; e saber se aquela 
palavra já entrou para o dicionário da língua portuguesa. 
Veja o exemplo: a palavra “stress” entrou para o nosso 
dicionário como “estresse”. Por isso, o uso de “stress” 
na redação pode acarretar pontos negativos. 
 
 
APRESENTAÇÃO DA FOLHA DE REDAÇÃO 
 
Apresentação Textual 
1. Legibilidade. 
É importante que o candidato mantenha a letra legí-
vel. Legível no sentido duplo da palavra: bonita e que 
possa ser lida, dois aspectos muito diferentes. É a letra 
que faz o examinador da banca se sentir à vontade em 
ler o texto. Uma redação com a letra torcida ou visual-
 
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mente impossível de ler (ou possível de traduzir) inco-
moda o examinador. 
 
2. Margeme Parágrafo (§). 
As palavras do texto devem ficar alinhadas às mar-
gens final e inicial. Os espaços que sobram nessas mar-
gens podem acarretar na perda de pontos. Mesmo pare-
cendo pouco, a soma de todos esses espaços resulta em 
uma ou duas linhas roubadas. Lembre-se que a Apresen-
tação Textual é o cartão de visitas. Mesmo com a pres-
sa, é necessário manter a calma e escrever com paciên-
cia. O § deve ter entre 2cm e 2,5cm de distância da 
margem inicial. 
 
Organização de ideias 
1. Introdução. 
Nota isolada para a introdução. Nela deve estar con-
tida o tópico frasal. 
 
2. Desenvolvimento. 
Nota isolada para o desenvolvimento. Neles (entre 1 
e 3 §) devem estar contidos os argumentos de defesa dos 
assuntos. Os mesmo que foram citados na Introdução. 
 
3. Conclusão. 
Nota isolada para a conclusão. Nela deve conter uma 
visão otimista do assunto tratado. 
 
4. Coesão entre as Partes do Texto. 
Ligação entre os assuntos da Introdução, Desenvol-
vimento e Conclusão. Nota dada à progressividade do 
texto. 
 
5. Coerência das Ideias. 
Harmonia entre os assuntos que demandam do Tema 
Maior. 
 
6. Originalidade na Escolha do Assunto. 
A escolha do assunto deve ser diferente daquela es-
colhida pela massa. Nota dada à criatividade das ideias. 
 
Gramática Textual 
1. Vírgula e Acentuação. 
São os maiores índices de erro em uma redação. De-
ve-se saber utilizar esse tipo de pontuação e tudo será 
visto nas aulas de gramática. A nota é dada APENAS 
pelo excesso. 
 
2. Clichês. 
Alguns clichês serão apresentados nas aulas de reda-
ção, mas é necessário que o aluno se atente. Às vezes 
passa despercebido. Fujamos daquilo que a massa es-
creve! 
 
Observações 
As observações servem apenas para identificar ao can-
didato a persistência de seus erros. Não haverá explica-
ções extensas sobre o uso gramatical e inferências do 
examinador sobre seu conteúdo*. 
*O conteúdo deve ser lógico e condizente com a reali-
dade. Os comentários com relação ao conteúdo serão 
para os casos de crítica extrema, hipocrisia, visão utópi-
ca entre outros que seguem a mesma linha de raciocínio. 
 
 
NARRAÇÃO NA DISSERTAÇÃO 
 
Veja o exemplo perfeito para fundir as duas tipolo-
gias: 
 
Depois de ter sido morto, a mãe e a filha não sabem 
mais como sobreviver, já que a renda de sua família era 
provinda do defunto. A menina, pequena, a mãe, sem 
experiência e o mercado, que não as abraçaria. Traba-
lhar era um verbo que a mulher só conhecia da porta de 
casa para dentro. E a menininha, dormir e comer. Mas 
comer o quê? 
Essa é uma realidade da qual muitas famílias vivem. 
O acordo que existe em uma família à moda antiga, 
como essa, em que a mulher trabalha em casa e o ho-
mem fora, pode abarcar sérios problemas quando o 
proventor de dinheiro morre. 
Há quem diga que o certo seria a mulher começar a 
trabalhar fora ou arrumar outro marido. Mas não é tão 
fácil assim, uma vez que tudo pode ser perdido quando 
o dito cujo tem más intenções. Existe final feliz para 
essa família? Incrivelmente sim. Passado o luto é hora 
de reconstruir a vida e procurar emprego em algo que já 
saiba fazer, como dona de casa, servente em creches etc. 
O importante é manter a cabeça no lugar e aprender a 
viver independente. Isso, provavelmente servirá de lição 
para a pequena menina. 
 
Perceba o § Narrativo: breve, objetivo, sintético. 
• A parte narrativa deve estar contida no 1º §. 
• Deve conter entre 4 e 7 linhas. 
• Deve ser breve, sem detalhes. 
• Não necessariamente a história precisa de um final. 
 
Perceba os § Dissertativos: 
• Deve ocupar 2/3 do texto. 
• É contido por 1 ou 2 §s de desenvolvimento e 1 § de 
conclusão. 
• DESENVOLVIMENTO: tese baseada na história. 
• CONCLUSÃO: solução do problema citado na histó-
ria e visão otimista!!! 
 
 
DESCRIÇÃO NA DISSERTAÇÃO 
 
Veja o exemplo perfeito para fundir as duas tipolo-
gias: 
 
Sentado o dia todo. Olhos presos à tela, mão ao 
“mouse”, sem comer, magro. Ou então cheio de choco-
lates, refrigerantes e sanduíches ao redor da mesa e 
gordo como nunca. 
 
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Isso é muito comum nos dias de hoje, seja no traba-
lho, em casa ou nos “cybers”, os viciados estão em toda 
parte. “Viciados” é uma palavra forte, mas é assim que 
muitos estudiosos os chamam. O computador virou 
vício, virou droga. É usado, por estes, como lazer (jogos 
“on-line”, salas de bate-papo, “sites” de relacionamento 
etc) ou de maneira pervertida e preconceituosa (“sites” 
com humor negro, indígena, pedofilia, venda de meno-
res para prostituição etc). 
O cuidado que se deve ter é de sempre ter um inter-
valo do dia para a prática de esportes, leitura, estudos e 
amigos (estes, fora da internet). Fazer uma média de 
horas diárias na frente do computador pode identificar 
um viciado. 
 
Perceba o § Descritivo: 
• A parte descritiva deve estar contida no 1º § ou em 
algum dos §s do Desenvolvimento, nunca na conclusão. 
• Deve-se produzir entre 3 e 5 linhas. 
• Deve conter detalhes, mas lembre-se de que o § deve 
ser ESTÁTICO. 
 
Perceba os § Dissertativos: 
• Deve ocupar 2/3 do texto. 
• É contido por 1§ de Introdução ou 1 ou 2§s de desen-
volvimento e 1 § de conclusão. 
• INTRODUÇÃO: identificação do tema proposto. 
• DESENVOLVIMENTO: tese baseada na descrição. 
CONCLUSÃO: solução do problema citado na história e 
visão otimista!!! 
 
Planejando a Dissertação I 
 
Quando você deseja ir a algum lugar ao qual nunca 
foi, você costuma, mesmo que mentalmente, elaborar 
um roteiro. Afinal de contas, você sabe que, caso não se 
planeje, correrá o risco de ficar rodando à toa e não 
chegar ao destino, e, se chegar, terá perdido mais tempo 
que o previsto. 
Ao elaborarmos uma redação, não é diferente: se não 
tivermos um plano ou um roteiro previamente prepara-
dos, corremos o risco de ficar dando voltas em torno do 
tema, não chegando a lugar nenhum. Por isso, antes de 
escrever sua redação, é preciso planejá-la bem, procu-
rando elaborar um esquema. Mas cuidado, não confunda 
esquema com rascunho! Esquema é um guia que estabe-
lecemos para ser seguido, no qual colocamos em frases 
sucintas (ou mesmo palavras) o roteiro para a elabora-
ção do texto. No rascunho, por outro lado, damos forma 
à redação, pois nele as ideias colocadas no esquema 
passam a ser redigidas, tomando a forma de frases que 
aos poucos se transformam em um texto coerente. 
O primeiro passo para a elaboração do esquema é ter 
entendido o tema, pois de nada adiantará um ótimo 
esquema se ele não estiver adequado ao tema proposto. 
Em seguida, você poderá dividir seu esquema nas três 
partes básicas - introdução, desenvolvimento e conclu-
são, como já foi dito. Na Introdução, é necessário in-
formar a tese que você irá defender. No Desenvolvi-
mento, escreva palavras capazes de resumir os argumen-
tos que você apresentará para sustentar sua tese. Na 
Conclusão, escreva palavras que representem sua ideia 
final. 
 
Atenção: quando você estiver fazendo o esquema do 
desenvolvimento, surgirão inúmeras ideias. Registre-as 
todas, mesmo que mais tarde você não venha a utilizá-
las. Essas ideias normalmente vêm sem ordem alguma; 
por isso, mais tarde, é preciso ordená-las, selecionando 
as melhores e colocando-as em ordem de importância. 
Esse processo é conhecido como hierarquização das 
ideias. 
Veja a seguir, um exemplo de esquema com as ideias já 
hierarquizadas: 
 
Tema: Pena de morte: você é contra ou a favor? 
 
Introdução: 
contra - não resolve 
 
Desenvolvimento: 
1º parágrafo: direito à vida - religião 
2º parágrafo: outros países - Estados Unidos 
 
Conclusão: 
ineficaz; solução: erradicação da miséria 
 
Feito o esquema, é só segui-lo passo a passo, trans-
formando as palavras em frases, dando forma à sua 
redação. 
 
Planejando a Dissertação II 
 
Veja a seguir outro tipo de roteiro. Sigaos passos: 
1) Interrogue o tema; 
2) Responda-o de acordo com a sua opinião; 
3) Apresente um argumento básico; 
4) Apresente argumentos auxiliares; 
5) Apresente um fato-exemplo; 
6) Conclua. 
 
Vamos supor que o tema de redação proposto se-
ja: Nenhum homem vive sozinho. Tente seguir o rotei-
ro: 
1. Transforme o tema em uma pergunta: Nenhum ho-
mem vive sozinho? 
2. Procure responder essa pergunta, de um modo sim-
ples e claro, concordando ou discordando (ou concor-
dando em parte e discordando em parte): essa resposta é 
o seu ponto de vista. 
3. Pergunte a você mesmo, o porquê de sua resposta, 
uma causa, um motivo, uma razão para justificar sua 
posição: aí estará o seu argumento principal. 
4. Agora, procure descobrir outros motivos que ajudem 
a defender o seu ponto de vista, a fundamentar sua posi-
ção. Estes serão os argumentos auxiliares. 
 
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5. Em seguida, procure algum fato que sirva de exemplo 
para reforçar a sua posição. Este fato-exemplo pode vir 
de sua memória visual, das coisas que você ouviu, do 
que você leu. Pode ser um fato da vida política, econô-
mica, social. Pode ser um fato histórico. Ele precisa ser 
bastante expressivo e coerente com o seu ponto de vista. 
O fato-exemplo geralmente dá força e clareza à argu-
mentação. Além disso, pessoaliza o nosso texto, dife-
renciando-o dos demais. 
6. A partir desses elementos, você terá o rascunho de 
sua redação. 
 
 
QUESTÃO 01 
 
Texto I 
Mais do que nunca a história é atualmente revista ou 
inventada por gente que não deseja o passado real, mas 
somente um passado que sirva a seus objetivos (...) Os 
negócios da humanidade são hoje conduzidos especial-
mente por tecnocratas, resolvedores de problemas, para 
quem a história é quase irrelevante; por isso, ela pas-
sou a ser mais importante para nosso entendimento do 
mundo do que anteriormente. 
(Eric Hobsbawm, Tempos interessantes: uma vida no século XX) 
 
Texto II 
O que existe é o dia-a-dia. Ninguém vai me dizer que o 
que aconteceu no passado tem alguma coisa a ver com 
o presente, muito menos com o futuro. Tudo é hoje, tudo 
é já. Quem não se liga na velocidade moderna, quem 
não acompanha as mudanças, as descobertas, as con-
quistas de cada dia, fica parado no tempo, não entende 
nada do que está acontecendo. 
(Herberto Linhares, depoimento) 
 
Texto III 
Não se afobe, não, 
Que nada é pra já, 
O amor não tem pressa, 
Ele pode esperar em silêncio 
Num fundo de armário, 
Na posta-restante, 
Milênios, milênios 
No ar... 
E que sabe, então, 
O Rio será 
Alguma cidade submersa. 
Os escafandristas virão 
Explorar sua casa, 
Seu quarto, suas coisas, 
Sua alma, desvãos... 
Sábios em vão 
Tentarão decifrar 
O eco de antigas, palavras, 
Fragmentos de cartas, poemas, 
Mentiras, retratos, 
Vestígios de estranha civilização. 
Não se afobe, não, 
Que nada é pra já, 
Amores serão sempre amáveis. 
Futuros amantes quiçá 
Se amarão, sem saber, 
Com o amor que eu um dia 
Deixei pra você. 
(Chico Buarque, "Futuros amantes") 
 
Redija uma DISSERTAÇÃO EM PROSA, na qual você 
apontará, sucintamente, as diferentes concepções do 
tempo, presentes nos três textos, e argumentará em 
favor da concepção do tempo com a qual você mais se 
identifica. 
 
QUESTÃO 02 
 
Dissertação: Temas I 
 
1. A arte é um espelho da cultura nacional; fazendo 
arte, o indivíduo projeta na obra sua personalidade e, 
através da personalidade, a cultura de seu povo. 
 
2. Raramente os gênios são frutos espontâneos da 
natureza: as mais das vezes os cria a paciência e a per-
severança. É a assiduidade na educação metódica e 
sistemática de nós mesmos que descobre as grandes 
vocações e amadurece os grandes escritores, os grandes 
artistas, os grandes observadores, os grandes inventores, 
os grandes estadistas. 
 
3. Muito já se falou sobre o fato de que as línguas e 
nacionalidades diferentes separam os homens. Parece, 
entretanto, que são as grandes diferenças de situação 
econômica o maior empecilho à comunicação e frater-
nidade humana. 
 
4. Luta-se por ideais no ardor dos vinte anos; difícil é 
manter a chama, quando a mocidade passa. 
 
5. Tristezas não pagam dívidas; o trabalho paga. 
 
6. Apesar do desenvolvimento tecnológica, será a 
chamada vida moderna efetivamente melhor que a de 
anos atrás? 
 
7. A injustiça, mesmo quando atinge só um, é uma 
ameaça para todos. 
8. Um país sem memória, mais que um país sem pas-
sado, é uma nação sem futuro. 
 
9. A liberdade não é uma dádiva, mas sim o resultado 
de uma conquista. 
 
10. O grito é o argumento dos que não têm razão. 
 
11. O humorismo pode ser uma das melhores formas de 
crítica. 
 
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12. Como o indivíduo é parte integrante da sociedade, 
qualquer ato seu é um ato político. 
 
13. Ainda é tempo de evitar a destruição do mundo. 
 
14. A maneira de trajar reflete os costumes de uma 
sociedade. 
 
15. A rebeldia sem causa não produz transformação 
alguma. 
 
16. A oportunidade só chega para quem sabe reconhe-
cê-la. 
 
17. A verdadeira liderança está no saber repartir res-
ponsabilidades. 
 
18. Nossas palavras são o que somos? 
 
19. Existe, no mundo atual, alguma guerra tão longín-
qua que não nos atinja? 
 
20. A adolescência é ao mesmo tempo um fim e um 
começo. 
 
21. Que se pode esperar de uma sociedade que ignora 
as crianças e despreza os idosos? 
 
22. Do engajamento da mulher no mercado de trabalho 
decorrem muitas consequências. 
 
23. As ideias são como as epidemias: alastram-se. 
 
24. O homem cresce cada vez que se dispõe a recome-
çar. 
 
25. Conservar hábitos significa reconhecer-lhes o va-
lor? 
 
26. O amanhã começou ontem. 
27. A lição dos exemplos vale mais que a dos conse-
lhos. 
 
28. Nada existe de tão fácil, que não se torne difícil, se 
você o faz de má vontade. 
 
29. O que importa não é alcançar a sociedade ideal, é 
caminhar para ela. 
30. Possíveis causas e consequências da situação do 
desemprego no país. 
 
31. O grande vencedor é aquele que não se deixa abater 
pela derrota. 
 
32. Fatos históricos: quem os conta? Quem os sofre? 
 
33. Pagam o preço do progresso aqueles que menos o 
desfrutam. 
 
34. A Escola é o melhor caminho para o exercício ple-
no da cidadania. 
 
35. Os homens de fato se comunicam por meio dos 
computadores ou apenas trocam informações? 
 
36. Não basta saber interpretar o que se lê num texto; é 
preciso saber interpretar o mundo em que se vive. 
 
37. Num noticiário de TV, tão veloz e tão variado, 
todas as notícias parecem ter o mesmo peso. 
 
38. Muitos homens, neste final de século, duvidam de 
que a humanidade possa caminhar para melhor sem a 
recuperação daquilo que a competição vem insistente-
mente abafando: a ideia de coletividade. 
 
39 "O espaço que o homem habita diz muito de seu 
modo de ser." 
Considerando essa afirmação, leia atentamente o texto 
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Faça uma redação em que você, tendo refletido sobre a 
relação entre os dois textos, exponha o que pensa a 
respeito do tema. 
 
 
40 "A preguiça é a mãe do progresso; se o homem não 
tivesse preguiça, não teria inventado a roda." 
A frase acima é do escritor Mário Quintana. Trata-se 
apenas de um pensamento bem-humorado ou de uma 
antiga verdade, que a tecnologia moderna vem confir-
mando? Faça uma dissertação, na qual você argumenta-
rá para esclarecer sua posição diante dessa frase. 
 
Dissertação: Temas II 
 
1. "O Mestre na arte da vida faz pouca distinção entre 
o seu trabalho e o seu lazer, entre a sua mente e o seu 
corpo, entre a sua educação e a sua recreação, entreo 
seu amor e a sua religião. Ele dificilmente sabe distin-
guir um corpo do outro. Ele simplesmente persegue sua 
visão de excelência em tudo que faz, deixando para os 
outros a decisão de saber se está trabalhando ou se di-
vertindo. Ele acha que está sempre fazendo as duas 
coisas simultaneamente." Texto Zen-Budista 
 
2. "A ausência diminui as paixões medíocres e aumen-
ta as grandes, assim como o vento apaga as velas, mas 
atiça as fogueiras." 
 
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3. "A infelicidade tem isto de bom: faz-nos conhecer 
os verdadeiros amigos." Honoré de Balzac. 
 
4. "Aprendi através da experiência amarga a suprema 
lição: controlar minha ira e torná-la como o calor que é 
convertido em energia. Nossa ira controlada pode ser 
convertida numa força capaz de mover o mundo." 
Mahatma Gandhi 
 
5. "A vida é uma pedra de amolar: desgasta-nos ou 
afia- nos, conforme o metal de que somos feitos." Geor-
ge Bernard Shaw 
 
6. "Não existe verdadeira inteligência sem bondade." 
Ludwig van Beethoven 
 
7. "O amor e o desejo são as asas do espírito das gran-
des façanhas." Johann Wolfgang von Goethe 
 
8. "Há três coisas na vida que nunca voltam atrás: a 
flecha lançada, a palavra pronunciada e a oportunidade 
perdida." Provérbio Chinês 
 
9. "Coitado do ser humano em quem não ficou nada 
da criança." Anton Graff 
 
10. "A vitória tem mil pais e a derrota é órfã." Napo-
leão Bonaparte 
 
11. "A alegria está na luta, na tentativa, no sofrimento 
envolvido. Não na vitória propriamente dita." Mahatma 
Gandhi 
 
12. "O ser humano, por um lado, é semelhante a muitas 
espécies animais, em luta contra a própria espécie; mas, 
por outro lado, entre as milhares de espécies que assim 
lutam, é o único em que a luta é destrutiva... O ser hu-
mano é o único que assassina em massa, é o único que 
não se adapta à sua própria sociedade." Jan Tinbergen 
 
13. "Toma conselhos com o vinho, mas toma decisões 
com a água." Benjamim Franklin 
 
14. "O amor é a força mais sutil do mundo." Mahatma 
Gandhi 
 
15. "Para uma boa fome não existe pão duro." Refrão 
Espanhol 
16. "A miséria da condição humana é tal que a dor é 
seu sentimento mais vivo." Jean Lerond D’Alembert 
 
17. "O universo não foi feito à medida do ser humano, 
mas tampouco lhe é adverso: é-lhe indiferente." Carl 
Sagan 
 
18. "Um mentiroso é sempre pródigo em juramentos." 
Pierre Corneille 
 
19. "Um homem não pode fazer o certo numa área da 
vida, enquanto está ocupado em fazer o errado em outra. 
A vida é um todo indivisível." Mahatma Gandhi 
 
20. "O homem vale tanto quanto o valor que dá a si 
próprio." François Rabelais 
 
21. "A palavra é prata, o silêncio é ouro." Provérbio 
Chinês 
 
22. "Não diga tudo quanto sabes / não faças tudo quan-
to podes/ não creias em tudo quanto ouves / não gastes 
tudo quanto tens / porque / quem diz tudo quanto sabe / 
quem faz tudo quanto pode / quem crê em tudo quanto 
ouve / quem gasta tudo quanto tem / muitas vezes / diz o 
que não convém / faz o que não deve / julga o que não 
vê / gasta o que não pode" Provérbio Árabe 
 
23. "A não-violência e a covardia não combinam. Pos-
so imaginar um homem armado até os dentes que no 
fundo é um covarde. A posse de armas insinua um ele-
mento de medo, se não mesmo de covardia. Mas a ver-
dadeira não-violência é uma impossibilidade sem a 
posse de um destemor inflexível." Mahatma Gandhi 
 
24. "A violência destrói o que ela pretende defender: a 
dignidade da vida, a liberdade do ser humano." João 
Paulo II 
 
25. "As religiões são caminhos diferentes convergindo 
para o mesmo ponto. Que importância faz se seguimos 
por caminhos diferentes, desde que alcancemos o mes-
mo objetivo?" Mahatma Gandhi 
 
26. "Creio na verdade fundamental de todas as grandes 
religiões do mundo. Creio que são todas concedidas por 
Deus e creio que eram necessárias para os povos a quem 
essas religiões foram reveladas. E creio que se pudés-
semos todos ler as escrituras das diferentes fés, sob o 
ponto de vista de seus respectivos seguidores, havería-
mos de descobrir que, no fundo, foram todas a mesma 
coisa e sempre úteis umas às outras." Mahatma Gandhi 
 
27. "Mais que as ideias, são os interesses que separam 
as pessoas." Alexis de Tocqueville 
 
28. "Os princípios mais importantes podem e devem 
ser inflexíveis." Abraham Lincoln 
29. "A leitura de um bom livro é um diálogo incessan-
te: o livro fala e a alma responde." André Maurois 
 
30. "As esplêndidas fortunas - como os ventos impetu-
osos - provocam grandes naufrágios." Plutarco 
 
31. "Sei que vez por outra incorremos em erros; mas 
começarmos a nos dar conta disso nos torna menos 
imperfeitos." Juan Domingo Perón 
 
 
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32. "Se vives de acordo com as leis da natureza, nunca 
serás pobre; se vives de acordo com as opiniões alheias, 
nunca serás rico." Sêneca 
 
33. "Minha alma é feita de luz e trevas; nada de bru-
mas. Ou faz bom tempo ou há temporal; as temperaturas 
variáveis são de pouca duração." Victoria Ocampo 
 
34. "Nosso coração tem a idade daquilo que ama." 
Marcel Prévost 
 
35. "O primeiro dos bens, depois da saúde, é a paz 
interior." François de La Rochefoucauld 
 
36. "O homem superior é impassível por natureza: 
pouco se lhe dá que o elogiem ou censurem - ele não 
ouve senão a voz da própria consciência." Napoleão 
Bonaparte 
 
37. "A justiça é a vingança do homem em sociedade, 
como a vingança é a justiça do homem em estado selva-
gem." Epicuro 
 
38. "Amar é encontrar na felicidade de outrem a pró-
pria felicidade." Gottfried Leibnitz 
 
39. "Os homens são porcos que se alimentam de ouro." 
Napoleão Bonaparte 
 
40. "Todos nós nascemos originais e morremos có-
pias." Carl J. Jung 
 
41. "Não há melhor fragata que um livro para nos levar 
a terras distantes." Emily Dickinson 
 
42. "Admiro a terra, quero-a, sempre gostei dela. Sem-
pre me senti feliz por estar vivo: apesar da guerra, das 
más notícias, não sou capaz de matar em mim a simples 
alegria de viver." Julien Green 
 
43. "Solidão: instante de plenitude!" Michel de Mon-
taigne 
 
44. "O muito torna-se pouco com desejar um pouco 
mais." Francisco de Quevedo 
 
45. "O cão não ladra por valentia e sim por medo." 
Provérbio Chinês 
 
46. "A beleza é uma carta de recomendação a curto 
prazo." Ninon de Lenclos 
 
47. "A preocupação deveria levar-nos à ação e não à 
depressão." Karen Horney 
 
48. "Deve-se temer a velhice, porque ela nunca vem só. 
Bengalas são provas de idade e não de prudência." Pla-
tão 
 
49. "A verdadeira liberdade é um ato puramente interi-
or, como a verdadeira solidão: devemos aprender a 
sentir-nos livres até num cárcere, e a estar sozinhos até 
no meio da multidão." Massimo Bontempelli 
 
50. "Ainda não vi ninguém que ame a virtude tanto 
quanto ama a beleza do corpo." Confúncio 
 
51. "Os males de que padece o ser humano, em seu 
maior número, vêm dele mesmo." Plínio 
 
52. "Nada é tão nocivo para os povos do que darem-se 
por satisfeitos com meras palavras e aparências." Fran-
çois Guizot 
 
53. "Nada é supérfluo na natureza." Averróis 
 
54. "A vida não consiste em ter boas cartas na mão e 
sim em jogar bem as que se tem." Josh Billings 
 
55. "O sonho e a esperança são dois calmantes que a 
natureza concede ao ser humano." Frederico I 
 
56. "Vou ficando um pouco mais modesto, mas tam-
bém um pouco mais orgulhoso de minha modéstia." 
Jules Renard 
 
57. "Que bom que não me deixo influenciar!" Ludwig 
Wittgenstein 
 
58. "Educai as crianças, para que não seja necessário 
punir os adultos." Pitágoras 
 
59. "As ideias geniais são aquelas que nos espantamos 
de não ter tido antes." Noel Claraso 
 
60. "O insulto é a razão de quem não tem razão." Fran-
cisco de Quevedo 
 
61. "Todossomos iguais perante a lei, mas não perante 
os encarregados de fazê-las cumprir." S. Jerzy Lec 
 
62. "Nunca deixo de ter em mente que o simples fato 
de existir já é divertido." Katherine Hepburn 
 
63. "A primeira lei da natureza é a tolerância - já que 
temos todos uma porção de erros e fraquezas." Voltaire 
 
64. "Do mesmo papel em que lavrou a sentença contra 
um adúltero, o juiz rasgará um pedaço para nele escre-
ver umas linhas amorosas à esposa de um colega." Mi-
chel de Montaigne 
 
65. "Amar não é aceitar tudo. Aliás: onde tudo é aceito, 
desconfio que há falta de amor." Vladimir Maiakovski 
 
66. "Esperar? O quê? Está tudo em ti." Enrique Agilda 
 
 
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67. "As palavras verdadeiras não são agradáveis e as 
agradáveis não são verdadeiras." Lao-Tsé 
 
68. "Muita luz é como muita sombra: não deixa ver." 
Carlos Castañeda 
 
69. "A gente todos os dias arruma os cabelos: por que 
não o coração?" Provérbio Chinês 
 
70. "A força não provém da capacidade física e sim de 
uma vontade indomável." Mahatma Gandhi 
 
71. "O oposto do amor não é o ódio e sim, a indiferen-
ça." Érico Veríssimo 
 
72. "A língua resiste porque é mole; os dentes cedem 
porque são duros." Provérbio Chinês 
 
73. "Nossos pensamentos mais importantes são os que 
contradizem nossos sentimentos." Paul Valéry 
 
74. "O relógio não conta nas horas felizes." Vyâsa 
 
75. VOCÊ MESMO Lembre-se de que você mesmo é o 
melhor secretário de sua tarefa, o mais eficiente propa-
gandista de seus ideais, a mais clara demonstração de 
seus princípios, o mais alto padrão do ensino superior 
que seu espírito abraça e a mensagem viva das elevadas 
noções que você transmite aos outros. 
 
76. Não se esqueça, igualmente, de que o maior inimi-
go de suas realizações mais nobres, a completa ou in-
completa negação do idealismo sublime que você apre-
goa, a nota discordante da sinfonia do bem que pretende 
executar, o arquiteto de suas aflições e o destruidor de 
suas oportunidades de elevação - é você mesmo. 
 
77. NO REINO DA AÇÃO Não condene. Ajude o 
outro. Cultive a serenidade. Use os próprios recursos 
para fazer o bem. Proceda com bondade, sem exibição 
de virtude. Seja qual for o problema, faça o melhor que 
você puder. Não admita a supremacia do mal. Fuja de 
todo pensamento, palavra, atitude ou gesto que possam 
agravar as complicações de alguém. Ouça com paciên-
cia e fale amparando. Recorde de que você amanhã, 
talvez esteja precisando também de auxílio e, em toda 
situação indesejável, mesmo que o próximo demonstre 
necessidade de reprimenda, observe, conforme a lição 
de Jesus, se você está em condições de atirar a pedra. 
André Luiz " 
 
78. "Um momento de paciência pode evitar um desas-
tre. Um momento de impaciência pode arruinar toda 
uma vida." Provérbio Chinês 
 
79. "O coração é o relógio da vida. Quem não o consul-
ta, anda naturalmente fora do tempo." Machado de As-
sis 
80. "Viver é a coisa mais rara do mundo. A maioria das 
pessoas apenas existe." Oscar Wilde 
 
81. "Nem sempre podemos construir o futuro para 
nossa juventude, mas podemos construir nossa juventu-
de para o futuro." Franklin Roosevelt 
 
82. "A Vida é uma oportunidade, aproveita-a/ A Vida é 
beleza, admira-a/ A Vida é felicidade, saboreia-a/ A 
Vida é um sonho, torna-o realidade/ A Vida é um desa-
fio, enfrenta- o/ A Vida é um jogo, joga-o/ A Vida é 
preciosa, protege-a/ A Vida é riqueza, conserva-a/ A 
Vida é amor, desfruta-a/ A Vida é mistério, desvenda-o/ 
A Vida é promessa, cumpre-a/ A Vida é tristeza, supere-
a/ A Vida é um hino , canta-o/ A Vida é um combate, 
aceita-o/ A Vida é uma tragédia, domina- a/ A Vida é 
uma aventura, encara-a/ A Vida é um gozo, merece-o/ A 
Vida é Vida, defende-a." Madre Teresa de Calcutá 
 
83. "Se ao meio dia a rosa perdeu a sua beleza do ama-
nhecer, aquela beleza que possuía era verdadeira. Nada 
no mundo é permanente, e somos tolos quando pedimos 
que algo dure. Mas certamente somos ainda mais tolos 
quando não o desfrutamos enquanto permanece." 
 
84. "O coração alegre aformoseia o rosto, mas pela dor 
o espírito se abate." Provébios 15 : 13 
 
85. "As pessoas olham as coisas que existem e se per-
guntam - Por que? Mas eu sonho coisas que nunca exis-
tiram e me pergunto - Por que não?" 
 
86. "Um ano? Uma série de 365 desilusões". Ambose 
Bierce 
 
87. "Olhe para o seu trabalho como se ele tivesse sido 
realizado por seu inimigo. Se você olha para admirá-lo, 
então está perdido". Samuel Butler 
 
88. "Todas as coisas já foram ditas, mas como ninguém 
escuta é preciso sempre recomeçar". André Gide 
 
89. "A primeira ideia que uma criança precisa ter é a da 
diferença entre o bem e o mal. E a principal função do 
educador é cuidar para que ela não confunda o bem com 
a passividade e o mal com a atividade". Maria Montes-
sori 
 
90. "Para a saúde da mente e do corpo, os homens 
deveriam enxergar com seus próprios olhos, falar sem 
megafone, caminhar sobre os próprios pés em vez de 
andar sobre rodas, trabalhar e lutar com seus próprios 
braços, sem artefatos ou máquinas." John Ruskin 
 
91. "A tecnologia ensinou uma lição à humanidade: 
nada é impossível." Lewis Mumford 
 
 
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92. "O maior erro que você pode cometer na vida é o de 
ficar o tempo todo com medo de cometer algum." Elbert 
Hubbard 
 
93. "A Violência entre jovens é um aspecto do seu 
desejo de criar. Eles não sabem como usar a sua energia 
criativamente, então fazem o oposto e destroem." An-
thony Burgess 
 
94. "Um dos únicos bens que a miséria não extingue é a 
solidariedade." 
 
95. "Um dos únicos bens que a miséria não extingue é a 
solidariedade." 
 
96. A presença e a atenção dos pais é fundamental para 
a formação e o desenvolvimento emocional dos filhos 
 
97. O aumento da criminalidade e da violência nos 
grandes centros urbanos é alarmante. 
 
98. A televisão, como o meio de comunicação mais 
abrangente, não cumpre seu papel de divulgador da 
cultura e das artes de seu país. 
 
99. As cidades de porte médio detêm a preferência 
daqueles que se preocupam com a qualidade de vida de 
sua família. 
100. Para o homem moderno, a natureza foi despojada 
de todo valor que se lhe possa atribuir. 
 
101. A elite cultural brasileira sente-se fascinada pela 
marginalidade. 
 
102. A indústria cultural instalada no Brasil contaminou 
a genuína cultura brasileira, deformando-a e aniquilando 
sua autenticidade. 
 
 
Propostas de redação 
QUESTÃO 01 
(FATEC-SP) Com base na leitura dos textos abaixo, 
elabore uma redação, dissertativo-argumentativa, sobre 
o tema: 
 
As cidades dentro da cidade 
Selecione, organize e relacione argumentos, fatos e 
opiniões para defender o seu ponto de vista. 
Se desejar, dê um título a seu texto. 
Texto I 
“— Tenham a bondade de sentar e esperar um momen-
to. 
Logo que ela saiu, levantei-me e fui à janela. Era uma 
janela imensa, rasgada sobre o mar, o grande mar azul 
que arfava debaixo do sol. Nós tínhamos vivido aqueles 
tempos em quartos apertados e quentes, de uma só e 
miserável janela, dando para uma parede suja; nós 
vínhamos de casinhas de subúrbios, cheias de gente, 
feias e tristes; ou de cubículos imundos e frios; ou de 
uma enfermaria geral, com cheiro de iodofórmio. Entre-
tanto, aquele apartamento de luxo não me espantara (...). 
Mas essa vista do mar foi minha surpresa. Nos últimos 
tempos eu passava raramente junto do mar, e creio que 
nem o olhava; vivíamos como se fosse em outra cidade, 
afundados no interior, marchando por ruas de paralele-
pípedos desnivelados e carros barulhentos. E ali estava 
o mar, muito mais amplo do que o mar que poderia ser 
visto lá embaixo, da rua, pelos pobres; o mar dos ricos 
era imenso, e mais puro e mais azul, pompeando sua 
belezana curva rasgada de longínquos horizontes, enfei-
tado de ilhas, eriçado de espumas. E o vento tinha um 
gosto livre e virgem, um vento bom para se encher o 
pulmão. 
Inspirei profundamente esse ar salgado e limpo; e tive a 
impressão de que estava respirando um ar que não era 
meu e eu nem sequer merecia. O ar de nós outros, os 
pobres, era mais quente e parado; tinha poeira e fumaça, 
o ar dos pobres.” 
(Rubem Braga, “Os perseguidos”.) 
 
Texto II 
“Mesmo nas cidades consideradas mais ricas, como São 
Paulo e Rio de Janeiro, os indicadores da situação de 
boa parte de seus habitantes não deixam de ser chocan-
tes. No Rio de Janeiro, por exemplo, cerca de 35% dos 
habitantes moram em favelas; em São Paulo, a popula-
ção favelada aproxima-se dos 20%. Isso sem falar na 
crescente população de moradores de rua, que povoam 
as principais metrópoles brasileiras. 
Em suma, grande parte das cidades brasileiras, se fos-
sem tomadas como exemplo, apresentaria situações 
semelhantes (...): as diferenças nas paisagens das cida-
des são a concretização dos contrastes e das desigualda-
des sociais geradas pelos esquemas de sobrevivência em 
que as pessoas estão envolvidas.” 
(Douglas, Diamantino e Marcos. Geografia. Ciência do espaço.) 
 
QUESTÃO 02 
(UMESP-SP) 
AUTORRETRATO 
Eu sou um menino maior que muitos e menor que ou-
tros. Na cabeça tenho cabelo que mamãe manda cortar 
muito mais do que eu gosto e, na boca, muitos dentes, 
que doem. Estou sempre maior que a roupa, por mais 
que a roupa do mês passado fosse muito grande. Só 
gosto de comer o que a mãe não me quer dar e ela só 
gosta de me dar o que eu detesto. Em matéria de brinca-
deiras as que eu gosto mais são as perversas, mas essa 
minha irmãzinha grita muito. 
Fernandes, Millôr. Conpozissõis imfãtis. 
Rio de Janeiro: Nórdica, 1975, p. 11 
 
Embora tenha recebido o título de Autorretrato, o texto 
acima não nos fornece elementos suficientes para carac-
terizar o personagem: quer no campo físico, quer no 
psicológico. São colocações vagas e ingênuas, feitas por 
 
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uma criança, o que atribui ao texto uma pitada de hu-
mor. 
 
PROPOSTA 
Imagine que o tempo passou e o menino agora é um 
adulto. Como ele escreveria um autorretrato? Elabore 
esse autorretrato, expondo de maneira pormenorizada, 
não somente seus traços físicos, como também traços 
marcantes de sua personalidade, definindo-se como uma 
pessoa integrada a um grupo social. 
 
QUESTÃO 03 
(UFPI-PI) 
PROPOSTA DE REDAÇÃO 
Recentemente, o deputado Aldo Rebelo encaminhou 
projeto ao Congresso Nacional no qual propõe restri-
ções ao emprego de estrangeirismos, notadamente em 
placas e anúncios publicitários, em espaço brasileiro. 
Sobre esse assunto, muitas pessoas se pronunciaram. 
Leia os textos da coletânea que apresentamos a seguir. 
 
Parabéns ao Congresso por essa iniciativa que só vai 
ajudar a melhorar a nossa comunicação e certamente 
despertará a inventividade dos brasileiros para a criação 
ou adaptação de novas palavras ao nosso vocabulário. 
Palavras essas que a gente possa ler e falar sem hesitar. 
Gostaria de salientar que além da França e Portugal, no 
Canadá existem muitas leis a fim de proteger tanto o 
inglês como o francês. 
Franz Josef Hildinger 
ISTOÉ, 1613 
Não entendo por que tanta crítica a respeito da invasão 
de palavras e expressões em inglês no dia-a-dia do bra-
sileiro, se até para ser ascensorista é exigido o inglês 
fluente. E se isso ocorre é porque devemos saber uma 
segunda língua. E se devemos sabê-la para ser ascenso-
rista, nada como esta língua fazer parte também do 
nosso dia-a-dia. 
Luiz Alberto Rizzo Neis 
ISTOÉ, 1614 
 
Besteira! A linguagem é uma forma de expressão dinâ-
mica. Se assim não fosse estaríamos falando latim até 
hoje e não existiria francês, espanhol, italiano ou rome-
no. Até o inglês incorporou “estrangeirismos”. A língua 
é resultado da cultura geral do povo. 
Augusto Costa Netto 
ISTOÉ, 1622 
 
Excelente o projeto do deputado Aldo Rebelo. Nós 
temos um idioma muito rico e o uso excessivo de es-
trangeirismos precisa acabar (...) 
Nina Maria Menezes Fonseca 
ISTOÉ, 1622 
 
E você, o que pensa sobre o uso de termos estrangeiros 
da forma como hoje ocorre em nosso País? 
Desenvolva um texto dissertativo no qual você deverá 
expressar sua opinião sobre o assunto. 
 
QUESTÃO 04 
(UFPR-PR) Em um texto de até 10 linhas, conte com 
suas palavras a situação vivida pela menina diante da 
vitrine. 
 
 
 
(Extraído de: QUINO. Toda Mafalda. São Paulo: Martins Fontes, p. 
221.) 
 
QUESTÃO 05 
(UFPR-PR) A liberação da pílula do aborto nos Estados 
Unidos suscitou a promoção de um debate pela revista 
Veja, que publicou a opinião de alguns participantes 
sobre o assunto. 
• “Muitas mulheres colocam a saúde em risco ao prati-
car aborto clandestino. Métodos controlados e eficientes 
evitam custos materiais e desgaste psicológico.” 
(S.J.C.S.) 
• “Sou mãe solteira de um garoto de 3 anos. Não falta-
ram estímulos para que eu fizesse aborto, vindos do 
próprio pai da criança, de parentes e de amigos. Optei 
pela maternidade por enxergar uma oportunidade de 
crescimento e pelo amor incondicional que senti por um 
ser que entrou em minha vida sem pedir licença, mas 
me fez mais humana e feliz. Sou pela vida em qualquer 
situação.” (C.S.) 
• “Sou pai e acho que é melhor interromper uma gesta-
ção que deixar vir alguém para uma vida de sofrimento 
e frustração, sem oportunidades, alvo de injustiças. Se 
não for para ter filhos com amor e responsabilidade, 
melhor interromper.” (J.C.A.) 
• “Tem razão a mãe que optou por ter a criança, assim 
como tem razão aquela que se decidiu pelo aborto. Não 
podemos impor nosso ponto de vista. Se uma mulher 
chega à conclusão de que deve abortar, não temos o 
direito de impedi-la.” (V.S.) 
(Adaptado de Veja — 18/10/2000.) 
 
Escreva um texto de até 10 linhas, expressando seu 
ponto de vista sobre o aborto. 
 
 
QUESTÃO 06 
(UFMG-MG) Leia este trecho: 
13 de MAIO Hoje amanheceu chovendo. É um dia 
simpático para mim. É o dia da Abolição. Dia que co-
memoramos a libertação dos escravos. 
.......................................................................................... 
E assim no dia 13 de maio de 1958 eu lutava contra a 
escravatura atual: a fome! 
JESUS, Carolina Maria de. Quarto de despejo, 8. ed., p. 27. 
 
Com base na leitura desse trecho, REDIJA um texto, 
relacionando a luta da narradora contra a fome, proces-
 
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so de “escravatura atual”, e a Abolição da Escravatura 
no Brasil, que se deu mediante a assinatura da Lei Áu-
rea, em 1888. 
 
QUESTÃO 07 
(UFMG-MG) Observe este trecho de propaganda: 
 
Mais da metade da 
população mundial 
nunca fez uma chamada 
interurbana. 
 
E graças à Internet, 
provavelmente 
nunca fará 
 
 
 
 
 
Agora, leia este verbete de dicionário: 
Sofisma. S. m. 1. Lóg. Argumento aparentemente váli-
do, mas, na realidade, não conclusivo, e que supõe má-
fé, por parte de quem o apresenta; falácia, silogismo [...] 
3. P. ext. Argumento falso formulado de propósito para 
induzir outrem a erro... 
Ferreira, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Aurélio Século XXI: o 
dicionário da Língua Portuguesa. 
Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999. p. 1875. 
 
REDIJA um texto dissertativo, explicitando o sofisma 
presente nesse texto de propaganda e o propósito com 
que ele foi usado. 
 
QUESTÃO 08 
(UFMG-MG) Leia este trecho: 
A PEDA DE ORO 
 
Tinha um viúvo que tinha treis rapaz e o pai já era bas-
tante avançado na idade, já num trabaiava mais. Os treis 
rapaz dentro de casa era muito obidiente do pai. 
Intão fazia lavora e tudo... 
Um dia os rapaz tá lá trabaiano na roça e passô um ho-
me. Chegô, oiô ês: 
— Bom dia! 
— Bom dia! 
— Uai! 
— Tátrabaiano, né, ôs minino? 
— É, nós tá trabaiano aqui, mas nosso pai tá bastante 
avançado na idade, coitado, num pode fazê mais nada. 
Agora nós é que trata dele. Nós faz tudo pa meu pai. 
O homem assuntô `sim. Falô: 
— Ó, ocês é besta, moço! Cês tá pa saí po mundo, pocês 
trabaiá, arrumá suas vida. Se ocês ficá mais seu pai toda 
vida, cês num `ruma nada. Cês tem que largá ele. Dipois 
que ocês largá ele, ele dá o jeito dele, uai! Ocês ficá só 
dento de casa trabaiano pa seu pai, cês num ruma nada 
procês não. E dispidiu dês e saiu. 
UFMG, Pró-Reitoria de Extensão. Quem conta um conto aumenta um 
ponto. 
Belo Horizonte: Editora UFMG, 1998. p. 6-7. (Quem Sabe Faz, 17) 
 
Reescreva esse trecho do conto “A Peda de Oro”, utili-
zando a norma escrita culta. 
 
QUESTÃO 09 
(UFMG-MG) Leia estes dois trechos: 
 
TRECHO 1 
De outras e muitas grandezas vos poderíamos ilustrar, 
senhoras Amazonas, não fora perlongar demasiado esta 
epístola; todavia, com afirmar-vos que esta é, por sem 
dúvida, a mais bela cidade terráquea, muito hemos feito 
em favor destes homens de prol. Mas cair-nos-íam as 
faces, si ocultáramos no silêncio, uma curiosidade ori-
ginal deste povo. Ora sabereis que a sua riqueza de 
expressão intelectual é tão prodigiosa, que falam numa 
língua e escrevem noutra. Assim chegado a estas plagas 
hospitalares, nos demos ao trabalho de bem nos intei-
rarmos da etnologia da terra, e dentre muita surpresa e 
assombro que se nos deparou por certo não foi das me-
nores tal originalidade linguística. Nas conversas, utili-
zam-se os paulistanos dum linguajar bárbaro e multifá-
rio, crasso de feição e impuro na vernaculidade, mas 
que não deixa de ter o seu sabor e força nas apóstrofes, 
e também nas vozes do brincar. Destas e daquelas nos 
inteiramos, solícito; e nos será grata empresa vô-las 
ensinarmos aí chegado. Mas si de tal desprezível língua 
se utilizam na conversação os naturais desta terra, logo 
que tomam da pena, se despojam de tanta asperidade, e 
surge o Homem Latino, de Lineu, exprimindo-se numa 
outra linguagem, mui próxima da vergiliana, no dizer 
dum panegirista, meigo idioma, que, com imperecível 
galhardia, se intitula: língua de Camões! 
 
TRECHO 2 
Quando Palauá correu légua e meia olhou pra trás fati-
gada. A tigre preta vinha perto. Vai, Palauá chegou num 
morro chamado Ibiraçoiaba e topou com uma bigorna 
gigante, aquela uma que pertencia à fundição de Afonso 
Sardinha no princípio da vida brasileira. Junto da bigor-
na estavam quatro rodas esquecidas. Então Palauá amar-
rou elas nos pés pra poder deslizar sem muito esforço e, 
 
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como se diz: desatou o punho da rede outra vez, uma 
chispada mãe! A onça engoliu num átimo légua e meia 
de terreno porém isso vinha que vinha acochada pela 
tigre. Faziam um barulhão tamanho que os passarinhos 
estavam pequetitinhos pequetitinhos de medo e a noite 
mais pesada por causa que não podia andar. E a bulha 
inda era assombrada pelos gemidos do noitibó... Noitibó 
é Pai da Noite, moços, e chorava a miséria da filha. 
ANDRADE, Mário. Macunaíma. 31. ed., p. 80 e 125. 
 
Esses dois trechos apresentam usos da língua marcada-
mente diferentes. 
REDIJA um texto, explicando em que consiste essa 
diferença e com que propósito foi usada. 
 
QUESTÃO 10 
(UFMG-MG) A proposta modernista de Mário de An-
drade, autor de Macunaíma, realiza-se de forma radical 
com a publicação de Quarto de despejo, de Carolina 
Maria de Jesus, e Shenipab Miyui, dos índios Kaxinawá. 
REDIJA um texto, justificando essa afirmação. 
 
QUESTÃO 11 
(UFMG-MG) Leia este poema: 
 
 No tratado das Grandezas do Ínfimo 
 estava escrito: 
 Poesia é quando a tarde está competente 
 para dálias. 
 É quando 
 Ao lado de um pardal o dia dorme antes. 
 Quando o homem faz sua primeira 
 lagartixa. 
 É quando um trevo assume a noite 
 E um sapo engole as auroras. 
BARROS, Manoel de. Livro das ignorãças, 8. ed., p. 13. 
 
Tendo em vista o fazer poético de Manoel de Barros, 
REDIJA um texto, explicando em que consiste sua 
“didática da invenção”. 
 
QUESTÃO 12 
(UFMG-MG) Leia atentamente esta afirmativa de Gui-
marães Rosa: 
“Se tem de haver uma frase feita, eu preferia que me 
chamasse de reacionário da língua, pois quero voltar 
cada dia à origem da língua, lá onde a palavra ainda está 
nas entranhas da alma.” 
LORENZ, G. Diálogo com Guimarães Rosa, p. 49. 
 
REDIJA um texto, explicando essa afirmativa do au-
tor, a partir do livro Primeiras estórias. 
 
QUESTÃO 13 
(UNICAMP-SP) Nos últimos anos, o mundo conheceu 
fatos como a dissolução de fronteiras entre países (con-
sequência da globalização da economia), ou a relativi-
zação da autonomia nacional (como no caso da prisão 
de Pinochet na Inglaterra). Conheceu também movi-
mentos pró-descriminalização das drogas e do aborto, 
revelando a fragilidade dos limites entre hábito e trans-
gressão. Têm sido frequentes as contestações de outras 
fronteiras, como no debate sobre a legalização da união 
civil de homossexuais. Assim, as últimas décadas do 
século XX se caracterizaram pela relativização dos 
limites que antes separavam categorias como loucura e 
sanidade, público e privado, nacional e estrangeiro, 
entre outras. Tais fatos têm consequências consideráveis 
na visão que o homem contemporâneo constrói de si 
mesmo, do mundo e da própria vida. 
As três alternativas de redação e algumas das questões 
desta prova estão relacionadas a esses fatos, que afetam 
qualquer indivíduo, seja na forma de informação exter-
na, seja na forma de experiência pessoal. 
 
ORIENTAÇÃO GERAL 
Há três temas sugeridos para redação. Você deve esco-
lher um deles e desenvolvê-lo conforme o tipo de texto 
indicado, segundo as instruções que se encontram na 
orientação dada para cada tema. Assinale no alto da 
página de resposta o tema escolhido. 
 
Coletânea de textos: 
Os textos foram tirados de fontes diversas e apresentam 
fatos, dados, opiniões e argumentos relacionados com o 
tema. Eles não representam a opinião da banca exami-
nadora: são textos como aqueles a que você está exposto 
na sua vida diária de leitor de jornais, revistas ou livros, 
e que você deve saber ler e comentar. Consulte a coletâ-
nea e utilize-a segundo as instruções específicas dadas 
para cada tema. Não a copie. 
Ao elaborar sua redação, você poderá utilizar-se tam-
bém de outras informações que julgar relevantes para o 
desenvolvimento do tema escolhido. 
 
TEMA A 
Um dos temas dominantes de nossa época é o fim das 
fronteiras — científicas, geográficas, econômicas, de 
comunicação. Foram ultrapassados até mesmo os limi-
tes da ficção científica nas pesquisas sobre genoma e 
sobre a estrutura do universo e da matéria. No campo 
das comunicações, as novidades são diárias. Para mui-
tos, vivemos sob o signo da globalização. Para outros, 
as conquistas da humanidade não são comuns a todas 
as pessoas. Paradoxalmente, continuam persistindo, e 
até se aprofundando, as lutas por identidades (cultu-
rais, de gênero, de etnia, etc.). 
Tomando como referência a coletânea abaixo, escreva 
uma dissertação sobre o tema: 
 
Um paradoxo da modernidade: eliminação de fron-
teiras, criação de fronteiras 
 
1. Bárbaro, adj. e s. Do gr. bárbaros, “estrangeiro, não 
grego [...]; relativo a estrangeiros, a bárbaros; semelhan-
te à linguagem, aos costumes dos bárbaros; bárbaro, 
incorreto (em referência a erros contra o bom uso do 
idioma grego); grosseiro, não civilizado, cruel”; pelo 
 
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lat. barbaru- “bárbaro, estrangeiro (= latino para os 
Gregos); bárbaro, estrangeiro (todos os povos, à exce-
ção dos Gregos e Romanos); bárbaro, inculto, selvagem; 
bárbaro, incorreto (falando da linguagem)”. Pela com-
paração com o sânscrito barbarah, “gago”, esloveno 
brbrati,brbljatati, sérvio brboljiti, “patinhar, chafur-
dar”, lituano birbti, “zumbir”, barbozius, “zumbidor”, 
verifica-se estarmos na presença de onomatopéias, das 
quais podemos aproximar o latim balbus (cf. Boisacq, 
144-145), donde em português balbo e bobo (q.v.s.v. 
balbuciar); [...] 
(José Pedro Machado, Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa, 
2a ed., Lisboa, Confluência, 1967.) 
 
2. Assim, acreditei por muito tempo que esta aldeia, 
onde não nasci, fosse o mundo inteiro. Agora que co-
nheci realmente o mundo e sei que ele é feito de muitas 
pequenas aldeias, não sei se estava tão enganado assim 
quando era menino. Anda-se por mar e por terra da 
mesma forma que os rapazes do meu tempo iam às 
festas nas aldeias vizinhas, e dançavam, bebiam, briga-
vam e voltavam para casa arrebentados. [...] é necessá-
rio ter-se uma aldeia, nem que seja apenas pelo prazer 
de abandoná-la. Uma aldeia significa não estar sozinho, 
saber que nas pessoas, nas plantas, na terra há alguma 
coisa de nós, que, mesmo quando se não está presente, 
continua à nossa espera. Mas é difícil ficar sossegado. 
[...] Essas coisas só são compreendidas com o tempo, 
com a experiência. Será possível que, aos quarenta anos 
e com o tanto de mundo que conheci, não sabia ainda o 
que é minha aldeia? 
(Cesare Pavese, A lua e as fogueiras, São Paulo, Círculo do Livro, p. 
10-11.) 
 
3. O movimento do qual eu participo não está vinculado 
ideologicamente a nada. Nossas ações não são especi-
almente dirigidas contra os Estados Unidos, mas contra 
as multinacionais. Entre elas, as que produzem orga-
nismos geneticamente modificados, os transgênicos. 
São empresas americanas, mas também europeias. Para 
nós, elas são todas iguais. A forma como a agricultura 
geneticamente modificada tem sido imposta aos países 
europeus não nos deixa outra alternativa senão reagir. 
[...] O McDonald’s é o símbolo da uniformização da 
comida e da cultura americana no mundo. 
(José Bové, líder camponês francês, em entrevista à ISTOÉ, 
30/08/2000, p. 10-11.) 
 
4. — Por que me matais? 
— Como! Não habitais do outro lado da água? Meu 
amigo, se morásseis deste lado, eu seria um assassino, 
seria injusto matar-vos desta maneira; mas, desde que 
residis do outro lado, sou um bravo, e isso é justo. 
(Pascal, Pensamentos, §293, São Paulo, Abril Cultural, Col. Os Pen-
sadores.) 
 
5. Cem anos passados, aquele destino trágico, que con-
frontou algozes e vítimas no maior “crime da nacionali-
dade” perpetrado, parece ter-se alastrado, como maldi-
ção, para todo o território do país. O incêndio de Canu-
dos espalhou-se por todo o campo e cidades. O vento 
levou as cinzas para muito longe, fora de qualquer con-
trole. O grande desencontro de tempos dá-se hoje, si-
multaneamente, em muitos espaços. Essa a grande he-
rança dos modernos. As muitas figuras em que se multi-
plicam e dispersam os condenados de Canudos, em 
plena era de globalização, continuam a vagar sem no-
mes, sem terra, sem história: são quase 60 milhões de 
pobres, párias e miseráveis esquecidos do Brasil (que é 
este gigante que dorme, enquanto seus filhos — os mais 
novos e os mais antigos — agonizam nas ruas e estra-
das?). 
(F. Foot Hardman, “Tróia de Taipa, Canudos e os Irracionais”. In 
Morte e Progresso: a Cultura Brasileira como apagamento de ras-
tros, São Paulo, Unesp, 1998, p. 132.) 
 
6. O apartheid brasileiro pode ir a juízo, imaginem. A 
associação nacional dos shoppings deve ir à justiça a 
fim de impedir pobres de perturbar seu comércio. Na 
origem da demanda judicial estaria o passeio de 130 
pobres pelo shopping Rio Sul, organizado por uma tal 
Frente de Luta Popular. Talvez seja ilegal a perturbação 
do comércio. Na tradição brasileira das famílias proprie-
tárias, pobres nas proximidades sempre perturbam. 
Como dizem os economistas, há um case aí. O 
apartheid no tribunal! 
(Vinícius Torres Freire, “Crioulos no limite”, Folha de S. Paulo, 
27/08/2000, p. A 2.) 
 
7. Se os senhores fossem todos alienistas e eu lhes apre-
sentasse um caso, provavelmente o diagnóstico que os 
senhores me dariam do paciente seria a loucura. Eu não 
concordaria, pois enquanto esse homem puder explicar-
se e eu sentir que podemos manter um contato, afirmarei 
que ele não está louco. Estar louco é uma concepção 
extremamente relativa. Em nossa sociedade, por exem-
plo, quando um negro se comporta de determinada ma-
neira, é comum dizer-se: “Ora, ele não passa de um 
negro”, mas se um branco agir da mesma forma, é bem 
possível dizerem que ele é louco, pois um branco não 
pode agir daquela forma. Pode-se dizer que um homem 
é diferente, comporta-se de maneira fora do comum, 
tem ideias engraçadas, e se por acaso ele vivesse numa 
cidadezinha da França ou da Suíça, diriam: “É um fula-
no original, um dos habitantes mais originais desse 
lugar”. Mas se trouxermos o tal homem para a Rua 
Harley, ele será considerado doido varrido. Se determi-
nado indivíduo é pintor, todo mundo tende a considerá-
lo um homem cheio de originalidades, mas coloque-se o 
mesmo homem como caixa de um banco e as coisas 
começarão a acontecer... 
(C. G. Jung, “As conferências de Tavistock”. In Fundamentos de 
psicologia analítica, Petrópolis, Vozes, 1972, p. 56.) 
 
8. Pergunta: — O e-mail aproxima as pessoas? 
Resposta: — Isso é ilusão. Marcel Proust escreveu 21 
volumes de cartas. Você as lê e percebe que ele as es-
crevia para manter as pessoas à distância. Ele não queria 
se aproximar. Com o e-mail acontece a mesma coisa. 
Acho até que ele potencializa esse aspecto. Essa história 
 
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de comunidade global, com todo mundo falando com 
todo mundo, é lixo ideológico. Em vez de o sujeito estar 
num bar, conversando com seus amigos, ele passa horas 
no computador, mandando mensagens eletrônicas para 
pessoas que, em muitos casos, nem conhece. Essa é uma 
forma de solidão. Não houve aproximação. 
(Walnice Nogueira Galvão, entrevista a Elio Gaspari, Folha de S. 
Paulo, 27/08/2000, p. A 15.) 
 
TEMA B 
Ser ou não ser, eis a questão. 
Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come. 
 
Situações-limite são uma constante, tendo sido retoma-
das tanto pela literatura como pela sabedoria popular. 
 
Pensando nisso, escreva uma narrativa em primeira 
pessoa, na qual o narrador não seja o protagonista da 
ação. Considere os aspectos abaixo, que constituirão 
um roteiro para sua narrativa, a qual pode correspon-
der a diferentes situações, como um drama familiar, 
uma questão de ordem psicológica, uma aventura, etc.: 
• uma situação problemática, de cuja situação depen-
de algo muito importante; 
• uma tentativa de solução do problema, pela escolha 
de um dos caminhos possíveis, todos arriscados: ultra-
passar ou não ultrapassar uma fronteira; 
• uma solução para o problema, mesmo que origine 
uma nova situação problemática. 
 
TEMA C 
Suponha que você seja o juiz que decidiu pela volta do 
menino Elián a Cuba, ou um parente de Elián que lutou 
por sua permanência nos Estados Unidos, ou o pai de 
Elián, que lutou por sua volta a casa. Colocando-se no 
lugar de uma dessas pessoas, e considerando os pontos 
de vista expressos no texto abaixo, escreva uma carta a 
Elián, mas para ser lida por ele quinze anos depois 
desses acontecimentos, tentando convencê-lo de que a 
posição que você assumiu foi a melhor possível. 
Quando a imaginação do mundo se depara com uma 
tragédia humana tão dolorosa quanto a de Elián, o me-
nino refugiado de 6 anos que sobreviveu a um naufrágio 
apenas para afundar no atoleiro político da Miami cuba-
no-americana, ela instintivamente procura penetrar nos 
corações e mentes de cada um dos personagens do dra-
ma. Qualquer pai ou mãe é capaz de imaginar o que o 
pai de Elián, Juan Miguel González, vem sofrendo, na 
cidade natal de Elián, Cárdenas — a dor de perder seu 
filho primogênito;logo depois, a alegria de saber de sua 
sobrevivência milagrosa, com Elián boiando até perto 
da Flórida numa câmara de borracha. 
A seguir, o abalo de ouvir da boca de um bando de 
parentes com os quais não tem relação alguma e de 
pessoas que lhe são totalmente estranhas a notícia de 
que estavam decididos a colocar-se entre ele e seu filho. 
Talvez também sejamos capazes de compreender um 
pouco do que se passa na cabeça de Elián, virada do 
avesso. Trata-se, afinal de contas, de um garoto que viu 
sua mãe mergulhar no oceano escuro e morrer. Durante 
um tempo muito longo depois disso, seu pai não esteve 
a seu lado. 
Assim, se Elián agora se agarra às mãos daqueles que 
têm estado a seu lado em Miami, se os segura forte, 
como se segurou à câmara de borracha, para salvar sua 
vida, quem pode culpá-lo por isso? Se ergueu uma espé-
cie de felicidade provisória à sua volta, em seu novo 
quintal na Flórida, devemos compreender que é um 
mecanismo de sobrevivência psicológica, e não um 
substituto permanente de seu amor ao pai. [...] 
Elián González virou uma bola de futebol política, e — 
acredite na palavra de alguém que sabe o que é isso — a 
primeira consequência de virar uma bola de futebol é 
que você deixa de ser visto como ser humano que vive e 
sente. Uma bola é um objeto inanimado, feita para ser 
chutada de um lado a outro. Assim, você se transforma 
naquilo que Elián se tornou, na boca da maioria das 
pessoas que discutem o que fazer dele: útil, mas, em 
essência, uma coisa, apenas. 
Você se transforma em prova da mania de litígio de que 
sofrem os Estados Unidos, ou do orgulho e poder políti-
co de uma comunidade imigrante poderosa em nível 
local. Você vira palco de uma batalha entre a vontade da 
turba e o estado de direito, entre o anticomunismo faná-
tico e o anti-imperialismo terceiro-mundista. 
Você é descrito e redescrito, transformado em slogan e 
falsificado até quase deixar de existir, para os comba-
tentes que se enfrentam aos gritos. Transforma-se numa 
espécie de mito, um recipiente vazio no qual o mundo 
pode derramar seus preconceitos, seu ódio, seu veneno. 
 
QUESTÃO 14 
(UA-AM) Tema 01. A água. 
Os meios de comunicação, de um modo geral, vêm 
abordando, com frequência, a problemática da provável 
falta d’água no planeta, o que traria consequências de-
sastrosas para a humanidade. 
A partir da leitura dos excertos abaixo, redija um texto 
dissertativo-argumentativo enfocando o assunto. 
“EFEITO ESTUFA E FALTA DE ÁGUA”. 
Fonte: (Editorial da Revista Amazônia 21. Ano I. Número 3). 
 
“A falta de água e o aquecimento do planeta serão as 
questões mais preocupantes do século 21, segundo pes-
quisa organizada pelo Programa das Nações Unidas 
para o Meio Ambiente realizada por 200 cientistas em 
50 países. O informe, chamado GEO-2000, dedica um 
capítulo inteiro à América Latina e ao Caribe, onde são 
apontados como maiores problemas a superpopulação e 
a destruição de florestas.” 
........................................................................................ 
 
“O pesquisador adverte que, apesar de 77% das águas 
de superfície da América estarem no Brasil, o país é um 
dos que mais sofrem com o desequilíbrio entre a oferta e 
a demanda, o desperdício, a poluição ambiental e a 
violação da área de preservação dos cursos d’água. 
“Nem as águas subterrâneas estão protegidas. A falta de 
 
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controle técnico nas perfurações e a construção sem a 
proteção sanitária adequada está permitindo a contami-
nação dos lençóis freáticos e a limitação da vida útil da 
produção”, explica. O pesquisador reivindica a necessi-
dade de um pacto suprapartidário entre o cidadão e o 
poder público para que o país com maior oferta de água 
doce do planeta não sofra, no futuro, com a falta do 
recurso natural.” 
Fonte: (Ciência e Tecnologia: Água Potável: petróleo do século XXI. 
Revista Amazônia 
21. Ano I. Número 3. Páginas 40 e 41.) 
...................................................................................... 
 
PELO USO SUSTENTÁVEL DA ÁGUA. 
Fonte: Antônio C. Thame. Revista Planeta. Edição 332 — Ano 28 — 
No 5 — Maio 2000. 
Planeta — E qual é a situação do Brasil em relação a 
essa questão? Nós estamos preparados para enfrentar a 
escassez de água potável? 
“Thame — Em primeiro lugar, temos que vencer dois 
mitos. Um é o de que o mundo é feito de água. Na ver-
dade, ele é feito de água salgada, e como o processo de 
dessalinização ainda é muito caro, na prática ela fica 
inacessível para o uso humano. O segundo refere-se à 
crença de que no Brasil não falta água. Nós somos re-
almente uma das maiores reservas de água doce do 
mundo, só que é algo extremamente mal distribuído. Os 
organismos internacionais dão como um índice razoável 
2.500 m
3
 por habitante ao ano; abaixo de 1.500 m
3
 por 
habitante/ano, considera-se uma situação crítica. E nós 
temos dois Estados que estão abaixo desse índice: Per-
nambuco e Paraíba. (......).” 
 
Tema 02. Censura. 
Os meios de comunicação brasileiros, particularmente a 
televisão, vêm sendo acusados de ofender a moral fami-
liar, pública e os bons costumes pela veiculação de 
cenas de violência, de sexo, de estimular o preconceito 
contra determinados grupos e classes sociais como o 
nordestino, o índio, o negro, o homossexual, o defeituo-
so, o pobre, as prostitutas, além da erotização dos pro-
gramas infantis. 
Alguns segmentos da sociedade têm-se manifestado, 
exigindo o retorno da censura a fim de evitar esses des-
mandos. 
A partir dos excertos abaixo, redija um texto dissertati-
vo-argumentativo enfocando o assunto e defenda o seu 
ponto de vista: a favor ou contra a censura. 
 
TVs DO EXTERIOR VETARIAM PROGRAMAS 
BRASILEIROS. 
Fonte: Rosângela Marques/O Estado de São Paulo, 06/12/2000. 
 
“Países como França e Alemanha interferem na pro-
gramação e criam seus próprios códigos. 
Uma simples regulamentação ou a ressurreição da dita-
dura? As divergências entre a Rede Globo e a Justiça já 
esbarraram no campo conceitual. De um lado, o Tribu-
nal de Justiça do Rio, com base na Portaria 796, decidiu 
a participação de atores menores na novela Laços de 
Família e proibiu sua exibição antes das 21 horas, o que 
vem sendo cumprido desde o dia 22 de novembro. Do 
outro, uma das maiores emissoras do mundo acusa o 
governo de cercear sua liberdade de expressão, come-
tendo “ato de inequívoca censura”. 
...................................................................................... 
 
JUIZ MANDA AUTUAR PAIS DE ATORES MIRINS. 
Fonte: O Estado de São Paulo, 07/12/2000. 
 
“Rio — Os pais dos gêmeos Natã e Andrey Beltrão, de 
1 ano e 4 meses, que interpretam Bruninho na novela 
Laços de Família, da TV Globo, e os da menina Larissa 
Honorato, de 2 anos, que era Nina no início da trama, 
serão autuados pela 1
a
 Vara da Infância e Juventude por 
infração do Estatuto da Criança e do Adolescente 
(ECA). Segundo o juiz Siro Darlan, eles permitiram que 
os seus filhos participassem de cenas consideradas vio-
lentas.” 
 
Tema 03. Pichação. 
Não passa despercebido aos olhos do mais desatento 
transeunte que nossa cidade está feia, nossos monumen-
tos, prédios, pontes, viadutos, muros, enfim nossos 
espaços que poderiam atrair-nos por sua beleza plástica 
ou por uma mensagem construtiva estão pichados, bor-
rados. Arte ou vandalismo? 
A partir dos excertos abaixo, redija um texto dissertati-
vo-argumentativo enfocando o assunto. Assuma uma 
posição favorável ou contrária à pichação, além da pu-
nição ou não dos pichadores. 
 
POLÍCIA PARA QUEM PRECISA. 
Fonte: Haquira Osakabe. Folha de São Paulo, 07/10/89. 
 
“Mesmo não se tratando de um fenômeno puramente 
brasileiro ou paulista, é desse prisma que deve ser vista 
a questão da pichação. Trata-se do fruto da necessidade 
de expressão pública de um discurso

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