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Ação do ferro no Corpo Humano 
 
Ação no corpo humano 
O ferro é essencial ao metabolismo, 
atuando diretamente nas reações celulares ou 
como cofator para centenas de proteínas. A 
quantidade total de ferro presente no corpo 
humano é de aproximadamente 4 a 5 g, sendo 
que cerca de 2,5 g na forma de hemoglobina 
(Hb), permanecendo constante durante toda a 
vida adulta, devido ao balanço entre a sua 
absorção e excreção. 
A hemoglobina é a responsável pelo 
transporte de oxigênio dos pulmões aos tecidos 
celulares, onde ocorre a queima da glicose (para 
a queima desta é necessária a presença de 
oxigênio molecular, O2). Esse transporte ocorre 
graças ao íon Fe2+ da hemoglobina, que se 
combina com O2, em atmosfera rica nesse gás, 
possibilitando o seu transporte até as células, 
que é um ambiente rico em CO2, onde ocorre a 
troca do O2 por CO2. 
A partir desse ponto, a hemoglobina 
passa a transportar CO2 até os pulmões, onde 
encontra novamente uma região rica em O2, 
liberando assim o CO2. Entretanto, esse ciclo 
pode ser interrompido pela presença de 
algumas substâncias como, por exemplo, o 
monóxido de carbono (CO), que tem a 
capacidade de se ligar fortemente ao íon Fe2+ e 
não permitir que haja a troca por O2 ou CO2. Por 
esse motivo, o CO é considerado um gás tóxico, 
podendo intoxicar e até mesmo matar 
organismos baseados em hemoglobina, quando 
a atmosfera do meio está com altas 
concentrações do gás. 
 
Segundo a Organização Mundial da 
Saúde (OMS), aproximadamente dois bilhões de 
pessoas, ou seja, mais de 30% da população 
mundial, apresentam-se anêmicas, 
evidenciando a gravidade do problema em 
saúde pública. A deficiência de ferro acarretará 
consequências para todo o organismo, sendo a 
anemia a manifestação mais relevante. Por 
outro lado, o acúmulo ou excesso de ferro é 
extremamente nocivo para os tecidos, uma vez 
que o ferro livre promove a síntese de espécies 
reativas de oxigênio que são tóxicas e lesam 
proteínas, lipídeos e DNA. 
Portanto, é necessário que haja um 
perfeito equilíbrio no metabolismo do ferro, de 
modo que não haja falta ou excesso do mesmo. 
Essa homeostase vai possibilitar a manutenção 
das funções celulares essenciais e ao mesmo 
tempo evitar possíveis danos teciduais. A 
carência de ferro acomete com mais intensidade 
os grupos considerados vulneráveis, ou seja: 
crianças de 4 a 24 meses de idade, escolares, 
adolescentes do sexo feminino, gestantes e 
mulheres que estão amamentando. 
O ferro utilizado pelo organismo é obtido 
de duas fontes principais: da dieta (1) e da 
reciclagem de hemácias senescentes (2). 
Na dieta, o ferro pode ser encontrado em 
duas formas: orgânica ou ferro heme e 
inorgânica ou ferro não heme. O ferro heme é 
encontrado na hemoglobina e mioglobina, 
provenientes das carnes em geral, vísceras, aves 
e peixes. 
Sua absorção é relativamente 
independente da composição da refeição e 
pouco afetada por fatores facilitadores e/ou 
inibidores, também menos influenciada pelo 
estado nutricional do indivíduo. Destacando-se 
que, o heme é um composto químico que 
transporta o oxigênio e confere a cor vermelha 
ao sangue, e também um componente 
fundamental das hemoproteínas, um tipo de 
proteína encontrado em todos os tecidos. 
 
 
O ferro não-heme está presente 
fundamentalmente nos alimentos vegetais, nos 
cereais e em outros alimentos, como composto 
férrico (Fe3+) e ferroso (Fe2+). É absorvido em 
apenas 10% pelo organismo, e ao contrário do 
ferro heme, este é fortemente influenciado por 
vários componentes da dieta. 
 
Uma dieta normal contém de 13 a 18 mg 
de ferro, dos quais somente 1 a 2 mg serão 
absorvidos na forma inorgânica ou na forma 
heme. A maior parte do ferro inorgânico está 
presente na forma Fe3+ e é fornecida por 
vegetais e cereais. A aquisição do ferro da dieta 
na forma heme corresponde a 1/3 do total e é 
proveniente da quebra da Hb e mioglobina 
contidas na carne vermelha. Ovos e laticínios 
fornecem menor quantidade dessa forma de 
ferro, que é melhor absorvida do que a forma 
inorgânica. Alimentos como espinafre, ostras, 
fígado, ervilhas, legumes e carnes possuem as 
maiores densidades de ferro (mg/kcal), 
contudo, não significa que estas informações 
devam ser usadas de guia para a escolha da 
fonte de ferro alimentar, pois algumas delas são 
praticamente não biodisponíveis. 
 
 
 
 
 
 
 
(2.1) Reciclagem do ferro pelos macrófagos: 
A maior parte do ferro no organismo está 
associada à molécula de Hb, a fagocitose e 
degradação de hemácias senescentes 
representam uma fonte importante de ferro (de 
25 a 30 mg/dia). Essa quantidade de ferro 
reciclado é suficiente para manter a necessidade 
diária de ferro para a eritropoiese (produção de 
glóbulos vermelhos); 
(2.2) Transporte e captação do ferro pelas 
células: 
O ferro é transportado no plasma pela 
transferrina (Tf), uma glicoproteína sintetizada 
e secretada pelo fígado, que possui dois sítios 
homólogos com alta afinidade pelo Fe3+. Além 
de solubilizar o ferro, a Tf atenua sua 
reatividade e facilita a sua liberação para as 
células. 
(2.3) Transporte do ferro mitocondrial: 
A mitocôndria é essencial para o metabolismo 
do ferro, já que é o único local onde ocorre a 
síntese do heme. A cadeia respiratória 
mitocondrial, com suas diversas subunidades 
envolvidas no transporte de elétrons, é 
importante na conversão do ferro férrico (Fe3+) 
em ferroso (Fe2+). 
(2.4) Estoque do ferro: 
O ferro fica estocado nas células 
reticuloendoteliais do fígado, baço e medula 
óssea, nas formas de ferritina e hemossiderina. 
A ferritina contém e mantém os átomos de ferro 
que poderiam formar agregados de precipitados 
tóxicos. 
 
Biodisponibilidade de Ferro 
CÁLCIO X VITAMINA C 
Quantidades de cálcio (fator inibidor) e 
vitamina C (fator facilitador), ambos interferem 
na biodisponibilidade do ferro no organismo 
humano. Alguns fatores favorecem a absorção 
intestinal, como a acidez e a presença de agentes 
solubilizantes, como açúcares. A quantidade de 
ferro absorvida é regulada pela necessidade do 
organismo. Assim, em situações em que há falta 
de ferro ou aumento da necessidade (gravidez, 
puberdade ou hemólise, por exemplo), há uma 
maior absorção de ferro. 
A importância da vitamina C (ácido 
ascórbico) como promotora da absorção de 
ferro é rapidamente verificado. Há um aumento 
da percentagem de absorção do ferro após a 
adição do ácido ascórbico em uma refeição. 
Estudos indicam que a adição da 
vitamina C aumenta cerca de três vezes ou mais 
a absorção do ferro não heme, e que, a oferta de 
100mL de suco de laranja, por exemplo, 
possibilita inibir ou anular os efeitos negativos 
dos fitatos e dos polifenóis contidos em uma 
mesma refeição, pois a vitamina C forma 
quelatos insolúveis entre o ferro e esses 
compostos, permitindo aumentar a absorção de 
ferro, em refeições com pão, ovo e chá. É 
importante salientar que a interação positiva 
entre vitamina C e ferro ocorre na mucosa 
intestinal, já que a vitamina C facilita a 
mobilização do ferro ali armazenado, na medida 
em que contribui para inibir a degradação da 
ferritina intracelular por enzimas lisossomais. 
Sendo assim, a vitamina C pode 
influenciar tanto o transporte como o 
armazenamento do ferro no organismo. Por 
outro lado, devemos ressaltar a influência do 
cálcio sobre a absorção do ferro, que está 
relacionada com a dose de cálcio ingerida. 
Adições de 300mg de Ca correspondem a um 
declínio de 50 a 60% na absorção do ferro não 
heme, sendo que uma razão Ca/Fe>150 foi 
documentada como de risco para os indivíduos. 
 
 
Devido às atuais recomendações de 
aumento na ingestão diária de cálcio e do uso de 
suplementos na prevenção da osteoporose, as 
interações nutricionais entre este mineral e 
outros nutrientes, vem sendo bastante 
estudadas. 
Há muito tempo se sabeque dietas ricas 
em cálcio diminuem a biodisponibilidade do 
ferro, se ambos estiverem presentes em uma 
mesma refeição. Entretanto, o mecanismo pelo 
qual o cálcio interfere na absorção do ferro é 
muito complexo. 
Sabe-se, porém, que o desenvolvimento 
da anemia é proporcional à suplementação 
excessiva de cálcio, ou seja, que essa interação é 
competitiva e que ocorre em nível de mucosa 
intestinal. Como as consequências nutricionais 
dessa interação são bastante significativas, é 
recomendado que indivíduos com maiores 
requerimentos de ferro, como crianças, 
adolescentes e gestantes, evitem a ingestão de 
alimentos fontes de cálcio nas principais 
refeições, ou seja, concomitantemente com o 
ferro, redistribuindo a ingestão de cálcio para 
refeições como o desjejum e as noturnas; e que 
os suplementos de cálcio sejam administrados 
entre 2 a 4 horas antes das refeições. 
Conclusão 
A deficiência de ferro é provavelmente o 
mais frequente distúrbio de deficiência 
nutricional no mundo. Em crianças, a deficiência 
de ferro está associada à diminuição da 
capacidade intelectual, ao retardo do 
crescimento infantil e comprometimento da 
resposta imune celular. Embora a anemia 
ferropriva seja a deficiência nutricional mais 
comum no mundo, os efeitos da sobrecarga de 
ferro na saúde também merecem atenção, uma 
vez que a ingestão excessiva de ferro pode expor 
os indivíduos ao risco de desenvolverem 
complicações semelhantes àquelas observadas 
na hemocromatose (estado mórbido 
caracterizado pela pigmentação da pele e das 
vísceras com hemossiderina e fucsina e que 
causa fibrose intersticial, esclerose dos tecidos 
afetados, diabete, impotência e perda dos pêlos 
axilares).

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