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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL E UNIDADES DE CONSERVAÇÃO

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Programa de Pós-Graduação EAD
UNIASSELVI-PÓS
LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 
E UNIDADES DE 
CONSERVAÇÃO
Autor: Nicolau Cardoso Neto 
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090
Reitor: Prof. Hermínio Kloch
Diretor UNIASSELVI-PÓS: Prof. Carlos Fabiano Fistarol
Coordenador da Pós-Graduação EAD: Prof. Norberto Siegel
Equipe Multidisciplinar da
Pós-Graduação EAD: Profa. Cláudia Regina Pinto Michelli
 Profa. Erika de Paula Alves
Revisão de Conteúdo: Daniela Viviani e Rosimar Bizello Müller
Revisão Gramatical: Iara de Oliveira
Diagramação e Capa:
Centro Universitário Leonardo da Vinci
Copyright © Editora Grupo UNIASSELVI 2009
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri
 UNIASSELVI – Indaial.
574.5
N46991 Neto, Nicolau Cardoso.
 Legislação Ambiental e Unidades de Conservação/ 
 Nicolau Cardoso Neto. Centro Universitário Leonardo
 da Vinci. - Indaial : Grupo UNIASSELVI. 2009.x:
 118 p. : il.
 Inclui bibliografia.
 ISBN 978-85-7830-215-3
 1. Meio Ambiente 2. Ecologia I. Centro Universitário
 Leonardo da Vinci. II. Núcleo de Ensino a Distância
 III. Título
Possui graduação em Direito pela Universidade 
do Vale do Itajaí – UNIVALI (2001), especialização 
em Planejamento Turístico, Gestão e Marketing 
pela Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI (2003), 
especialização em Direito Ambiental pela Universidade 
Federal de Santa Catarina – UFSC (2006) e mestrado em 
Engenharia Ambiental pela Fundação Universidade Regional 
de Blumenau – FURB (2008). Atualmente é professor 
de Política, Legislação Ambiental de Requisitos Legais 
Aplicados e Gestão de Recursos Hídricos.Também leciona 
a disciplina de Direito Ambiental Aplicado. Tem experiência 
na área de Direito Ambiental, Direito Coletivos e Difusos, 
Gestão de Recursos Hídricos e Legislação de Recursos 
Hídricos. Realiza pesquisa para a Fundação Agência de 
Água do Vale do Itajaí – FAAVI, nas linhas de Pesquisa de 
Política Ambiental Municipal e Gestão de Recursos Hídricos. 
Publicou o capítulo “Uma análise do impacto da sociedade 
de risco na biodiversidade da bacia hidrográfica do Rio Itajaí 
através do exame de jurisprudências do Estado de Santa 
Catarina”, no livro organizado por José Rubens Morato Leite, 
intitulado Aspectos destacados da Lei de Biossegurança 
na Sociedade de Risco. Dentre outros artigos em eventos 
científicos, destacam-se: A Concretização dos princípios 
da participação e da responsabilização na práxis penal-
ambiental: estudo de caso, Comarca de Pomerode/
SC; Os Conflitos de uso dos recursos ambientais: 
um reflexo da sociedade de risco e Legislação 
Ambiental Urbana: Estudo dos Instrumentos de 
controle das áreas naturais do município de 
Florianópolis em Santa Catarina.
Nicolau Cardoso Neto 
Sumário
APRESENTAÇÃO ............................................................................ 7
CAPÍTULO 1
Introdução ao Direito – Noções Básicas .................................. 9
CAPÍTULO 2
Introdução ao Direito Ambiental .............................................. 21
CAPÍTULO 3
Introdução à Política Nacional 
do Meio Ambiente – PNMA ........................................................... 47
CAPÍTULO 4
Responsabilização Ambiental e 
Lei dos Crimes Ambientais ........................................................... 67
CAPÍTULO 5
Sistema Nacional de Unidades de 
Conservação - SNUC ................................................................... 85
APRESENTAÇÃO
Neste caderno de estudo será apresentada a disciplina Legislação Ambiental 
e Unidades de Conservação, para tanto foi definido um plano de desenvolvimento 
que procura traçar uma linha bem delineada sobre o assunto. 
Tratar sobre esse tema é uma tarefa que necessita de toda uma base 
conceitual sobre noções fundamentais de Direito, pois não podemos estudar o 
que é Direito Ambiental sem antes compreendermos o que é o Direito e quais são 
suas fontes. Este ponto será apresentado no primeiro capítulo.
Depois de termos um primeiro contato com a ciência do direito, o segundo 
capítulo irá apresentar a evolução histórica do ambientalismo no mundo, assim 
como a história do Direito Ambiental no Brasil. A contextualização histórica é 
necessária para compreendermos como ocorreu a evolução da construção do 
aparato legal ambiental brasileiro.
A importância de estudar a base constitucional e os princípios fundamentais 
se comprova no momento em que o terceiro capítulo apresenta a Política Nacional 
do Meio Ambiente, pois esta utiliza tais bases, além da demanda social, para 
fundamentar a necessidade da formulação de lei que institua uma base política 
ambiental para o país.
Mas de nada adiantaria toda uma base fundamental para a criação de uma 
política nacional se não existissem formas de comando e controle. Neste sentido, 
o quarto capítulo traz o assunto da responsabilização ambiental e analisa a 
responsabilidade jurídica tripla do direito ambiental brasileiro.
O caderno finaliza com o quinto capítulo que apresenta o Sistema Nacional 
de Unidades de Conservação, instituído pela Lei nº 9.985/00. 
Todas estas conexões de apoio legal para a construção de uma Política 
Nacional de Meio Ambiente, enfatizando as leis que oferecem elementos para 
a responsabilização ambiental e proteção de áreas de especial interesse, são 
subsídios para que todos tenham direito ao meio ambiente ecologicamente 
equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, 
devendo o Poder Público e a coletividade defendê-lo e preservá-lo para as 
presentes e futuras gerações.
O autor. 
CAPÍTULO 1
Introdução ao Direito 
- Noções Básicas
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
 9 Saber a conceituação e a noção de Direito.
 9 Compreender o que é Direito. 
 9 Analisar o que é Direito. 
10
Legislação ambiental e unidades de conservação
11
Introdução ao Direito - Noções BásicasCapítulo 1
Contextualização
Antes de começarmos a estudar o tema da disciplina, Legislação 
Ambiental e Unidades de Conservação, é necessário dialogarmos 
sobre o que é direito. A intenção é possibilitar que você compreenda o 
que é e como a matéria ambiental se relaciona com a Ciência Jurídica.
Neste sentido, o primeiro capítulo traz a conceituação e uma 
noção básica de direito. Tratar sobre Legislação Ambiental e Unidades 
de Conservação sem antes esboçar a teoria do direito seria semelhante 
à tentativa de aplicar uma prova objetiva a uma pessoa que ainda não 
sabe ler e nem interpretar. 
Para tanto, é necessário estudarmos alguns conceitos e 
significados, a começar pelo termo ‘direito’. Esta é a primeira questão que teremos 
que responder no nosso estudo. Ademais, este capítulo também irá trabalhar 
questões como: Teoria, Fontes e Divisão do Direito.
O Que é Direito?
Se procurarmos pelo significado do termo ‘direito’ no dicionário, 
encontraremos a seguinte conceituação: “O que é justo, conforme a 
lei. Faculdade legal de praticar ou não praticar um ato. Prerrogativa 
que alguém tem de exigir de outrem, em seu proveito, a prática ou 
abstenção de algum ato. O conjunto das normas jurídicas vigentes num 
país.” (FERREIRA, 1999).
O significado da palavra já nos remete a algumas demandas legais, 
pois cita questões como justiça, a possibilidade de fazer ou não fazer, a 
oportunidade de exigência, além da esperança de ser um conjunto de 
normas vigentes.
A definição oferecida pelo dicionário, para a palavra direito, além de 
conceituar o significado da palavra, também apresenta a conceituação 
legal do termo. Tanto que estas afirmações podem ser identificadas 
na Constituição Federal de 1988 – CF/88, no seu artigo 5º, inciso II: 
“Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão 
em virtudede lei”.
A afirmação da CF/88 é conhecida como o princípio da legalidade, que 
representa uma garantia para o cidadão, pois qualquer ato da Administração 
Pública somente terá validade se respaldado em lei. Representa, ainda, um limite 
Antes de 
começarmos a 
estudar o tema 
da disciplina, 
Legislação 
Ambiental e 
Unidades de 
Conservação, 
é necessário 
dialogarmos sobre 
o que é direito.
Direito. O que é 
justo, conforme 
a lei. Faculdade 
legal de praticar 
ou não praticar um 
ato. Prerrogativa 
que alguém 
tem de exigir de 
outrem, em seu 
proveito, a prática 
ou abstenção 
de algum ato. 
O conjunto das 
normas jurídicas 
vigentes num país.” 
(FERREIRA, 1999).
12
Legislação ambiental e unidades de conservação
para a atuação do Estado, visando à proteção em relação ao abuso de poder. 
Da mesma forma, limita a liberdade e os atos do cidadão, pois o 
direito regulamenta o que as pessoas e o Estado podem ou não fazer. 
Se não houver previsão legal, ainda assim a possibilidade de se fazer 
ou não exige prudência e responsabilidade.
Por falar em Constituição Federal, você já leu alguma vez este 
documento? Esta é a chance que você tem para acessar a Constituição 
e saber o que ela prevê como direitos e obrigações dos cidadãos 
brasileiros. Este documento é considerado a lei maior do Brasil.
Entre no site: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/ Constituicao 
Compilado.htmt e leia pelo menos os cinco primeiros artigos, pois eles 
fazem menção aos princípios fundamentais, aos direitos e aos deveres 
individuais e coletivos de cada cidadão brasileiro. 
Teoria do Direito 
Como apontado por Ferreira (1999), a palavra ‘direito’ pode ser utilizada em 
diferentes contextos, mas para a Ciência do Direito o termo é compreendido e 
analisado em três sentidos (GUSMÃO, 1990):
- Regra de conduta obrigatória - Direito Objetivo.
- Faculdade ou poderes que tem ou pode ter uma pessoa - Direito 
Subjetivo.
- Sistema de conhecimentos jurídicos - Ciência do Direito.
a) Direito Objetivo
Podemos compreender por Direito Objetivo a consideração 
normativa do direito, ou seja, o direito expresso através de normas 
obrigatórias. Portanto, o Direito Objetivo somente é vislumbrado quando 
apontado por intermédio de normas escritas. Se não houver previsão 
legal, não existe obrigação de fazer ou não fazer. (GUSMÃO, 1990).
O conceito trazido por Ferreira (1999) já identifica o Direito Objetivo a partir 
Por falar em 
Constituição 
Federal, você já leu 
alguma vez este 
documento?
O Direito Objetivo 
somente é 
vislumbrado 
quando apontado 
por intermédio de 
normas escritas. 
Se não houver 
previsão legal, não 
existe obrigação de 
fazer ou não fazer. 
(GUSMÃO, 1990).
13
Introdução ao Direito - Noções BásicasCapítulo 1
do momento em que expõe o ideal de justo por meio da previsão legal. Da mesma 
forma, quando indica como “faculdade legal” de praticar ou não um ato, pois 
direciona a capacidade de alguém à previsão legal. 
Dentre os conceitos de ‘direito’ apontados por Ferreira (1999), o que mais 
expressa o Direito Objetivo é a afirmação de que o significado da palavra direito é 
expresso pela seguinte conceituação: “O conjunto das normas jurídicas vigentes 
num país”. Esta afirmação conduz o termo direito às regras legais, ou seja, ao 
Direito Objetivo. 
b) Direito Subjetivo
O Direito Subjetivo pode ser compreendido como a prerrogativa 
que uma pessoa possui para executar certo ato ou obrigação, 
é a garantia ou direito que uma pessoa tem de exigir de outra ou 
do Estado direito reconhecido. O Direito Subjetivo é a faculdade 
assegurada pela ordem jurídica de exigir determinada conduta. 
Ultrapassa a objetividade do direito, ou seja, é a execução de garantia 
ou obrigação de uma pessoa para com direito seu. (GUSMÃO, 1990)
A conceituação de Ferreira (1999) expõe o Direito Subjetivo a partir da 
seguinte redação: “Prerrogativa que alguém tem de exigir de outrem, em 
seu proveito, a prática ou abstenção de algum ato”, pois condiciona o direito 
ao interesse de alguém exigir, se este não quiser a obtenção de seu direito, a 
liberdade de não solicitar.
O Direito Subjetivo pode ser afirmado como sendo a execução do Direito 
Objetivo, pois é a partir dele que as relações passam a ser analisadas e apoiadas 
no conjunto de normas jurídicas vigentes em um país, são nas leis que os direitos 
das pessoas se amparam.
c) Ciência do Direito
O Direito também pode ser apontado como uma ciência, pois 
estuda as relações, causas e consequências das leis ou de sua 
inexistência. Se não houvesse este estudo, o direito seria uma teoria 
fechada e imposta como verdade, sem que houvesse a possibilidade 
de discussão e defesa dos direitos individuais e coletivos.
A Ciência do Direito proporciona a evolução das teorias do 
direito, nas quais o estudo, a execução, a discussão e a interpretação 
das normas possibilitam o enriquecimento e a adequação de novos 
direitos à Ciência do Direito. Podemos citar como exemplo, o Direito 
Ambiental, que possui pouco mais de vinte anos, sendo, portanto, um ramo do 
O Direito Subjetivo é a 
faculdade assegurada 
pela ordem jurídica 
de exigir determinada 
conduta. 
Estudo metódico das 
normas jurídicas com 
o objetivo de descobrir 
o significado objetivo 
das mesmas e de 
construir o sistema 
jurídico, bem como 
de estabelecer as 
suas raízes sociais e 
históricas.
14
Legislação ambiental e unidades de conservação
direito muito recente.
Para reforçar o que é Ciência do Direito, citaremos o conceito de Gusmão 
(1990, p.17): “Estudo metódico das normas jurídicas com o objetivo de descobrir 
o significado objetivo das mesmas e de construir o sistema jurídico, bem como de 
estabelecer as suas raízes sociais e históricas”. 
Você pode perceber que a conceituação de Gusmão afirma que a Ciência 
do Direito é o estudo das normas, que possui como intenção estudar as normas e 
possibilitar a construção de um sistema jurídico. Então, seguindo esta lógica, nós 
podemos afirmar que estamos, por intermédio deste caderno, construindo Ciência 
do Direito, pois estamos estudando a relação do Direito com o Meio Ambiente.
Atividade de Estudos:
1) Aponte a principal diferença entre Direito Objetivo, Direito Subjetivo 
e Ciência do Direito.
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Fontes do Direito 
Verificamos até agora que somente existe obrigação de se fazer ou não 
quando previsto em lei. Estas obrigações, definidas pelo Direito Objetivo e 
estudadas pela Ciência do Direito, possibilitam às pessoas a demanda de seus 
direitos, Direito Subjetivo. 
Para que possamos compreender como acontece a relação de definição do 
15
Introdução ao Direito - Noções BásicasCapítulo 1
que é ou não direito, devemos examinar e identificar quais foram as fontes que 
asseguraram e demandaram estes direitos. Neste sentido, passaremos a estudar 
quais são as fontes do direito.
 a) Fontes materiais e formais do direito
Como você pode perceber, a Ciência do Direito estuda a relação 
existente entre as pessoas e seus bens com as normas e tem como 
intenção estabelecer um sistema jurídico. Para tanto, é necessário 
que exista uma demanda de situações,fatos, fontes de informação 
e conteúdo, oferecendo subsídios para a pesquisa e estruturação da 
Ciência do Direito. Neste sentido, podemos dizer que o direito possui 
duas fontes, a Material e a Formal.
Podemos afirmar como Fontes Materiais aquelas identificadas 
pelas demandas sociais e pelos elementos extraídos da realidade 
social, das tradições e dos ideais dominantes, que contribuem para 
formar o conteúdo ou a matéria das regras jurídicas que serão 
previstas pelo Direito Objetivo. (GUSMÃO, 1990)
Você compreenderá melhor o conceito de Fontes Materiais por 
intermédio do seguinte exemplo: antes de o Código Penal apontar como 
crime uma pessoa matar outra, toda a sociedade respeitava a regra de 
convívio social e não saia matando uns aos outros, salvo exceções, pois crimes 
aconteciam. Então, a Ciência do Direito, escutando a demanda social por um 
controle dos crimes, anunciou como crime o ato de matar alguém e definiu punição 
para quem não o respeitasse.
As Fontes Materiais são diferentes do Direito Subjetivo, pois 
trazem para a Ciência do Direito o conteúdo a ser disciplinado, como 
as demandas sociais e as regras disciplinares pela moral e pelos 
costumes, estas ainda não possuem previsão legal, ou seja, não foram 
escritas e determinadas como Direito Objetivo (leis, normas). No caso 
do Direito Subjetivo a previsão legal já existe. 
Já as previsões legais são as Fontes Formais do direito, são os meios de 
conhecimento e expressão do direito. São as leis, decretos, resoluções escritas 
e em vigência. Todas as leis que estejam em atuação no ordenamento jurídico 
nacional são Fontes Formais do direito, também conhecidas como Fontes Estatais.
Podemos afirmar 
como Fontes 
Materiais aquelas 
identificadas pelas 
demandas sociais 
e pelos elementos 
extraídos da 
realidade social, 
das tradições e dos 
ideais dominantes, 
que contribuem para 
formar o conteúdo ou 
a matéria das regras 
jurídicas que serão 
previstas pelo Direito 
Objetivo. (GUSMÃO, 
1990)
As previsões legais 
são as Fontes 
Formais do direito, 
são os meios de 
conhecimento e 
expressão do direito. 
16
Legislação ambiental e unidades de conservação
Fontes Estatais do Direito
As Fontes Estatais são constituídas de textos que possibilitam o 
conhecimento do direito. Podemos citar as seguintes normas escritas como 
exemplos de Fontes Estatais: 
a) Constituição – é a norma maior de toda a ordem jurídica estatal, 
a constituição oferece subsídios para a validação de todo direito 
do Estado e nela estão definidas todas as regras do processo de 
criação do direito. 
É a fonte principal do direito do Estado, a lei fundamental a qual devem se 
adaptar todas as demais leis, pois se com ela conflitarem serão inconstitucionais.
Como lei fundamental, organiza a estrutura do Estado e de Governo, bem 
como ordena os direitos individuais, que devem ser respeitados pelo poder público 
e pela coletividade, prevendo para tal fim procedimentos eficazes e eficientes.
b) Lei – é norma escrita, geral e permanente, garantida pelo poder 
público, aplicável por órgãos do Estado enquanto não revogada. Diz-
se que é permanente, pois enquanto não for revogada tem validade.
A Lei é formulada pelo Legislativo (Câmaras e Senado) 
sancionada e promulgada pelo Executivo (Presidente, Governador, 
Prefeito). Em seu processo de formação, passa por várias fases 
estabelecidas na Constituição, esta tramitação é conhecida como 
Processo Legislativo e tem as seguintes fases: a iniciativa da Lei, 
discussão, votação, aprovação, sanção, promulgação, publicação e a vigência da 
Lei. 
c) Regulamento – é uma norma jurídica procedente exclusivamente 
da Administração, em virtude de uma atribuição constitucional de 
poderes. Em sentido amplo, são internos ou administrativos. 
Como exemplo de regulamento, podemos citar os regulamentos 
da Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA ou da Agência 
Nacional de Telecomunicações – ANATEL. Em ambos você irá descobrir 
regulamentos sobre matérias específicas, como, por exemplo, citam-
se dois casos da ANVISA: quando disciplina o uso de transgênicos e 
quando indica as boas práticas em lanchonetes e restaurantes. 
O regulamento é utilizado para determinar parâmetros que não necessitariam 
de regulamentação em lei. A intenção é facilitar a disciplina de questões pontuais 
sem a necessidade de tramitação em processo legislativo. 
Constituição é a 
norma maior de toda 
a ordem jurídica 
estatal.
Lei – é norma 
escrita, geral 
e permanente, 
garantida pelo poder 
público, aplicável por 
órgãos do Estado 
enquanto não 
revogada. 
Regulamento 
– é uma norma 
jurídica procedente 
exclusivamente 
da Administração, 
em virtude de 
uma atribuição 
constitucional de 
poderes. 
17
Introdução ao Direito - Noções BásicasCapítulo 1
d) Decreto – é um ato administrativo de competência do chefe do 
Poder Executivo (Presidente, Governador e Prefeito), possui força 
de lei e vale como lei. 
Usualmente são utilizados para regulamentar lei, pois uma lei 
pode determinar, de forma geral, o direito a ser seguido, exigindo, para 
tanto, que a matéria seja regulamentada por decreto. Podemos citar a 
Lei da Mata Atlântica (Lei nº 11.284/2006), que foi regulamentada pelo 
Decreto nº 6.063/2007.
Um decreto também pode ser utilizado pelo chefe do poder executivo 
para fazer nomeações de pessoas que assumem cargos comissionados.
e) Medida Provisória – é um ato normativo editado pelo Presidente 
da República, tem força de lei, mas não é verdadeiramente uma lei, 
pois não passou por processo legislativo prévio para sua formação. 
O Presidente da República pode baixar Medida Provisória 
havendo extraordinária urgência e necessidade, cuja eficácia cessa 
retroativamente, se não aprovada pelo Congresso Nacional. Tem 
validade de sessenta dias, prorrogável por mais sessenta dias. Após 
este prazo, se o Congresso Nacional não aprová-la, convertendo-a em 
lei, perde sua eficácia. 
A extraordinária urgência deve ser justificada pela necessidade de atuação 
frente à ordem econômica e financeira, pela paz social ou pela ordem e segurança 
pública. (Art.62 CF/88). 
A seguir, é apresentada uma figura com um esboço da estrutura legal, em 
que é possível perceber a hierarquia das Fontes Estatais legais. A intenção da 
ilustração é mostrar para você que da mesma forma que existe hierarquia de 
poderes entres os Poderes Legislativo e Executivo, existe entre as leis, pois todas 
têm sua previsão determinada na constituição. 
Figura 1 - Estrutura Legal
Poder Legislativo
Poder Judiciário
Poder Executivo
Constituição Federal
Leis
Decretos
Resoluções
Normas
Primárias
Normas
Secundárias
Fonte: O autor.
Medida Provisória 
é um ato normativo 
editado pelo 
Presidente 
da República, 
tem força de 
lei, mas não é 
verdadeiramente 
uma lei, pois 
não passou por 
processo legislativo 
prévio para sua 
formação. 
Decreto – é um 
ato administrativo 
de competência 
do chefe do Poder 
Executivo, possui 
força de lei e vale 
como lei. 
18
Legislação ambiental e unidades de conservação
Fontes Infraestatais
Compreendem-se como fontes infraestatais aquelas não previstas 
em lei, mas que podem ser estabelecidas em virtude delas. Estas 
fontes envolvem um conjunto de decisões dos tribunais, conhecidas 
como jurisprudência, e a construção de conhecimento por meio das 
doutrinas.
a) Jurisprudência
É o conjunto uniforme e constante de decisões judiciais proferidas 
num mesmo sentido sobre uma dada matéria e proveniente de 
tribunais da mesma instância ou de uma instância superior, ou seja, 
de soluções dadas pelas decisões dos tribunais sobre determinadas 
matérias. Pode ser compreendida como o estudo das tomadas de 
decisões (a análise da fundamentação dada nas decisões judiciais). 
É o conjunto de regras ou princípios jurídicos extraídos de decisões 
judiciais constantes e uniformes. Esta constância nas decisões expõe 
a tendência dos resultados dos processos. 
b) Doutrina
Já a Doutrina, pode ser compreendidacomo o conjunto 
de soluções jurídicas contidas nas obras, livros de autores que 
escrevem sobre matérias jurídicas. Não é fonte imediata de direito, só 
indiretamente contribui para a formação do direito, não só sugerindo 
reformas aos legisladores como também originando uma interpretação 
comum, usual do direito. Não é semelhante ao Direito Objetivo, já 
que as doutrinas são interpretações e estudos de pesquisadores sobre a Ciência 
do Direito. Logo, servem de apoio e fundamentação para a construção do saber 
técnico e científico sobre o Direito.
Divisão do Direito
Tradicionalmente o direito se divide em duas categorias: Direito Público e 
Direito Privado. O primeiro regulamenta relações em que predominam o interesse 
público, o segundo, por sua vez, as relações entre particulares. 
Existe a possibilidade destas categorias não conseguirem distinguir a matéria, 
podendo haver confusão na separação das duas, impossibilitando a divisão em 
A Doutrina pode ser 
compreendida como o 
conjunto de soluções 
jurídicas contidas 
nas obras, livros de 
autores que escrevem 
sobre matérias 
jurídicas.
É o conjunto uniforme 
e constante de 
decisões judiciais 
proferidas num 
mesmo sentido sobre 
uma dada matéria 
e proveniente de 
tribunais da mesma 
instância ou de uma 
instância superior.
Compreendem-
se como fontes 
infraestatais aquelas 
não previstas em lei, 
mas que podem ser 
estabelecidas em 
virtude delas.
19
Introdução ao Direito - Noções BásicasCapítulo 1
uma ou outra. Nesses casos, caracterizam-se como Direito Misto, representado 
costumeiramente pelos direitos de família, trabalho e consumidor.
Mas não são somente estes os ramos do direito, existem, ainda, os novos 
direitos caracterizados pelos Direitos Coletivos e Direito Difuso. Os primeiros 
são aqueles relacionados a um determinado grupo de pessoas que possuem 
as mesmas prerrogativas. Exemplo: moradores de um bairro, pescadores de 
uma mesma comunidade. Já o Direito Difuso se caracteriza como um direito 
transindividual, com objeto indivisível, titularidade indeterminada e interligada por 
circunstâncias de fato. São aqueles que transcendem o indivíduo, ultrapassando 
o limite da esfera de direitos e obrigações de cunho individual.
a) Direito Público
É a parte do direito em que predomina o interesse público. O 
Estado é protetor da ordem e paz social, sendo parte obrigatória.
Os ramos do Direito Público: constitucional, administrativo, tributário, 
processual, penal, eleitoral, político, entre outros.
b) Direito Privado
É o ramo em que predomina o interesse privado, em que os 
interesses pessoais são tutelados. Representado principalmente 
pelo direito civil e pelo direito comercial.
Atividade de Estudos:
1) Esquematize e conceitue quais são as fontes do direito.
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É a parte do direito 
em que predomina 
o interesse público. 
É o ramo em 
que predomina o 
interesse privado.
20
Legislação ambiental e unidades de conservação
Algumas Considerações
A intenção deste primeiro capítulo era proporcionar a você um primeiro 
contato com o que é Direito, para isso foi exposto o conceito de direito objetivo, 
subjetivo e a ciência do direito, além das suas fontes. Todo este desenho do 
significado do direito procurou vencer o primeiro objetivo da disciplina que é fazer 
com que você saiba o significado conceitual e uma noção de Direito. Este primeiro 
esforço procura fazer com que você compreenda o que é Direito.
A necessidade por este conhecimento é base para a compreensão do 
que é Direito Ambiental. Como iríamos discutir este ramo do direito se não 
compreendêssemos o que é direito? Neste sentido, o próximo capítulo está 
estruturado e organizado de forma a introduzirmos o Direito Ambiental, suas 
competências e princípios. 
Referências
BRASIL. Lei 10.257, de 10 de julho de 2001. Diário Oficial da República 
Federativa do Brasil, Brasília, DF, 11 jul. 2001. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LEIS_2001/L10257.htm>. Acesso em: 
02 ago. 2009.
______. Constituição da República Federativa do Brasileira, Diário Oficial da 
República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 05 de outubro de 1988. Disponível 
em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constitui%C3%A7ao.htm> 
Acesso em: 4 maio 2009.
GUSMÃO, Paulo Dourado de. Introdução ao estudo do direito. 14. ed. Rio de 
Janeiro: Forense, 1990. 
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário Aurélio – Século 
XXI. São Paulo: Editora Nova Fronteira, 1999.
CAPÍTULO 2
Introdução ao Direito Ambiental
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
 9 Compreender a evolução do direito ambiental no Brasil.
 9 Identificar os parâmetros constitucionais e os princípios do Direito Ambiental.
 9 Compreender o que é direito ambiental.
22
Legislação ambiental e unidades de conservação
23
Introdução ao Direito AmbientalCapítulo 2
Contextualização
No capítulo anterior, estudamos o que é Direito e procuramos analisar o seu 
significado. Se levarmos em consideração que o Direito é a realização ordenada 
e garantida do bem comum, observando-se a necessidade de uma integração 
normativa de fatos e valores, então poderíamos dizer que o ramo do direito 
que estuda, regulamenta e prescreve condutas sobre a interação, obrigações e 
deveres do homem com o meio ambiente é o Direito Ambiental?
No sentido de responder este questionamento, é necessário compreender 
e estudar como ocorreu a evolução do Direito Ambiental no Mundo e no Brasil, 
pois, como vimos no capítulo anterior, o direito objetivo é resultado da evolução de 
uma demanda social e para entender o Direito Ambiental Brasileiro é necessário 
analisar sua história. Uma norma é concebida muito antes de ser aprovada, existe 
todo um contexto histórico que determina sua evolução e consequente aprovação. 
O objetivo deste capítulo é possibilitar que você compreenda a evolução 
do direito ambiental no Brasil e consiga identificar os parâmetros constitucionais 
e os princípios do Direito Ambiental. Para que isso ocorra, estudaremos a 
evolução do direito ambiental no Brasil. Este resgate histórico, aliado ao estudo 
das competências indicadas pela constituição federal de 1988, e os princípios 
fundamentais do direito ambiental serão condição para que você possa 
compreender o que é e o que envolve o Direito Ambiental.
Assim como no primeiro capítulo, este segundo também servirá de base 
para que possamos adentrar no estudo da Política Nacional de Meio Ambiente, 
compreender os motivos pelos quais se pode exigir a responsabilização de 
alguém por fatos ou omissões provocadas ao meio ambiente e os fundamentos 
legais para se criar um Sistema Nacional de Unidades de Conservação. 
Evolução do Direito 
Ambiental no Mundo
No princípio do desenvolvimento econômico e industrial, 
os recursos ambientais eram tidos como ilimitados e o foco de 
interesse era direcionado apenas para a geração de riquezas e 
crescimento. Entretanto, com o passar do tempo, os passivos 
ambientais e a necessidade por mais recursos ambientais se 
tornaram perceptíveis, levando à urgência por respostas, de forma 
que este modelo desenvolvimentista passou a receber críticas.
No princípio do 
desenvolvimento 
econômico e industrial, 
os recursos ambientais 
eram tidos como 
ilimitados e o focode interesse era 
direcionado apenas 
para a geração de 
riquezas e crescimento.
24
Legislação ambiental e unidades de conservação
A primeira aparição significativa do ambientalismo em âmbito mundial se 
registra no campo científico e aconteceu na década de 50. A ideia de Ecossistema 
e Teoria Geral dos Sistemas dá maior importância para a extensão da ecologia às 
ciências humanas e outros campos. (SÉGUIN, 2002).
Você pode perceber esta evolução a partir do momento em que os cientistas 
começaram a procurar por respostas e criaram a Fundação da União Internacional 
para a Proteção da Natureza (IUPN) em 1948. Este grupo de cientistas era 
vinculado às Nações Unidas. Outro evento histórico, que é identificado como um 
dos pontos de referência para o início do ambientalismo, foi a ocorrência, em 1949, 
da Conferência Científica das Nações Unidas sobre Conservação e Utilização de 
Recursos (Lake Success, NY). (SÉGUIN, 2002).
A emergência do ambientalismo passou a ser identificada pelos atores do 
sistema social a partir da década de 60 quando a relação do homem com o meio 
ambiente passou a ser pensada.
Neste período, começaram a surgir as Organizações não Governamentais 
(ONG), a mais famosa é a Fundo para a Vida Selvagem (WWF), instituída em 
1961. Neste mesmo período, cientistas e pesquisadores, como Rachel Carson 
(Primavera Silenciosa, em 1962) e Paul Ehrilch (Bomba Populacional, em 1968) 
publicam livros que levam a preocupação ambiental à população, difundindo o 
interesse pelo meio ambiente. (SÉGUIN, 2002).
A consequência desta evolução da preocupação ambiental mundial se refletiu 
na década de 70 nos atores do sistema político, promovendo a expansão das 
agências estatais de meio ambiente. Nesta década, Aurélio Peccei escreveu o livro 
Limites do Crescimento 1970/1972, aconteceu a Conferência de Estocolmo em 
1972 e surgiram os partidos verdes. (SÉGUIN, 2002).
Vale a pena você conhecer as obras que mencionei na 
íntegra, para isso, segue a referência completa destas obras:
a) CARSON, Rachel. Primavera silenciosa. São Paulo: 
Melhoramentos, 1962. 
b) EHRLICH, Paul. Bomba populacional. São Paulo: 
Melhoramentos, 1968.
c) PECCEI, Aurélio. Limites do crescimento. São Paulo: 
Perspectiva, 1972.
25
Introdução ao Direito AmbientalCapítulo 2
A Conferência de Estocolmo teve como objetivos: criar no seio da ONU bases 
para uma consideração abrangente dos problemas do meio ambiente humano e 
fazer convergir a atenção de governos e opinião pública em vários países para a 
importância que envolve a questão ambiental. (SÉGUIN, 2002).
O grande legado da Conferência de Estocolmo foi a evolução do pensamento 
de metas limitadas de proteção da Natureza e conservação dos recursos naturais 
para a visão mais abrangente da má utilização da biosfera por parte dos humanos. 
Teve ênfase no sentido de uma compreensão plena dos problemas e do acordo 
sobre uma ação legislativa efetiva. (SÉGUIN, 2002). 
Desta forma, os resultados da conferência forçaram um compromisso entre as 
diferentes percepções sobre o meio ambiente defendidas pelos países mais e menos 
desenvolvidos, de modo que as necessidades dos países menos desenvolvidos se 
tornaram um fator chave na determinação das políticas internacionais.
A conferência não somente colocou as ONGs nacionais em contato umas 
com as outras, mas enfatizou o fato de que enfrentavam problemas comuns que 
pediam uma resposta muito bem pensada e articulada.
O grande resultado da conferência de Estocolmo para o meio ambiente 
foi a criação do Programa de Meio Ambiente das Nações Unidas (UNEP). 
(SÉGUIN, 2002).
Lembre-se: na disciplina de Fundamentos da Educação 
Ambiental você já estudou conferências internacionais sobre o meio 
ambiente e os movimentos ambientalistas.
Depois de haver muita turbulência intelectual nas décadas de 50, 60 e 70, os 
resultados com a preocupação ambiental se refletiram diretamente nos sistemas 
econômicos mundiais. 
Na década de 80, a emergência do ambientalismo entre os atores vinculados 
ao sistema econômico proporcionou a criação da Comissão Mundial sobre 
Meio Ambiente e Desenvolvimento, em 1983, pela Assembléia Geral da ONU. 
(SÉGUIN, 2002).
Isto ocorreu pois havia a necessidade de se reexaminarem as questões 
críticas relativas a meio ambiente e desenvolvimento e formular propostas 
realísticas para abordá-las. Também era indispensável a proposição de novas 
formas de cooperação internacional nesse campo, de modo a orientar políticas e 
ações para mudanças.
26
Legislação ambiental e unidades de conservação
O legado da década de 80 foi o relatório “Nosso Futuro Comum”, 
publicado em 1987, e a defesa da ideia do desenvolvimento 
sustentável como sendo aquele que atende às necessidades do 
presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras 
atenderem a suas próprias necessidades. (SÉGUIN, 2002).
O desenvolvimento sustentável requer um sistema político 
que assegure a efetiva participação dos cidadãos no processo 
decisório, um sistema econômico capaz de gerar excedente e know-
how técnico em bases confiáveis e constantes, um sistema social 
que possa resolver as tensões causadas por um desenvolvimento 
não-equilibrado, um sistema de produção que respeite a obrigação 
de preservar a base ecológica do desenvolvimento, um sistema 
tecnológico que busque constantemente novas soluções, um 
sistema internacional que estimule padrões sustentáveis de comércio 
e financiamento e um sistema administrativo flexível, capaz de 
autocorrigir-se. (MACHADO, 2003). 
Toda esta evolução histórica do ambientalismo no mundo 
serve de base para a afirmação de que o Direito Ambiental exerce a 
interlocução entre os direitos do homem para com o meio ambiente, 
assim como os direitos do meio ambiente para com o homem, pois 
envolve regras de condutas definidas pelo homem, que deve saber 
interpretar e identificar as regras definidas pela Natureza para que o convívio 
destes ocorra de forma que se proporcione a manutenção da vida do homem e da 
Natureza, permitindo que interajam por diferentes gerações.
Evolução do Direito Ambiental no 
Brasil
A evolução do direito ambiental brasileiro acompanhou todo o processo 
evolutivo da emergência ambiental mundial. Se dividirmos em fases a evolução 
do direito ambiental brasileiro, poderemos identificar três (algumas pessoas, e eu 
sou uma delas, afirmam que estaríamos vivenciando uma quarta fase).
a) Primeira fase
A primeira fase foi a da utilização dos recursos naturais, teve início na 
década de 30 do século XX e foi marcada pelo início das ações governamentais 
no campo da regulamentação ambiental, mas enfatizando as formas de utilização 
dos recursos naturais (água, flora, fauna, subsolo). Esta regulamentação ocorreu 
O desenvolvimento 
sustentável requer um 
sistema político que 
assegure a efetiva 
participação dos 
cidadãos no processo 
decisório.
Direito Ambiental 
exerce a interlocução 
entre os direitos do 
homem para com o 
meio ambiente, assim 
como os direitos do 
meio ambiente para 
com o homem, pois 
envolve regras de 
condutas definidas 
pelo homem, que 
deve saber interpretar 
e identificar as 
regras definidas pela 
Natureza.
27
Introdução ao Direito AmbientalCapítulo 2
de forma segmentada, não reconhecendo a interface entre os problemas 
ambientais e o processo de desenvolvimento econômico. (SILVA, O., 2003).
A preocupação em regulamentar a utilização dos recursos naturais se deu 
em virtude do processo de industrialização brasileiro, que tomou corpo na década 
de 30 e se intensificou significativamente na década de 50. A regulamentação 
ambiental teve por objetivos: racionalizar a utilização dos recursos naturais, 
regulamentar as atividades extrativas e estabelecer áreas protegidas.
A regulamentação aconteceu através da limitação do direito de propriedade, 
no qual os recursos considerados de interesse comum não podiam ser dispostos 
sem restrições pela iniciativa privada. Da mesma forma, ocorreu por intermédio 
da definição de instrumentos decomando e controle. O Estado estabeleceu um 
conjunto de regras a serem cumpridas para a utilização dos recursos naturais. O 
seu descumprimento levava a aplicação de penalidades aos transgressores.
Assim como a regulamentação, as instituições criadas pelo Estado para 
implementar, fiscalizar e aplicar a legislação eram segmentadas (IBDF, DNPM, 
MME, DNAEE, INCRA, SUDEPE), pertencendo a ministérios e secretarias 
distintas, não existindo nenhuma estrutura de governo responsável pelo ambiente 
como um todo. (SÉGUIN, 2002). 
Para você lembrar:
IBDF - Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal 
DNPM – Departamento Nacional de Produção Mineral
MME- Ministério de Minas e Energia
DNAE - Departamento Nacional de Águas e Energia Elétrica
INCRA - Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária 
SUDEPE - Superintendência do Desenvolvimento da Pesca 
Para você compreender a importância da Primeira Fase, veja as 
Principais normas editadas neste período:
1934 – Código Florestal (revogado).
28
Legislação ambiental e unidades de conservação
1934 – Código de Águas (Decreto no 24.643/34).
1934 – Medidas de Proteção aos Animais (Decreto no 24.645/34).
1937 – Lei de Proteção ao Patrimônio Histórico e Artístico Nacional 
(Decreto-Lei no 25/37).
1938 – Código de Pesca (Revogado).
1940 – Código de Minas (Revogado).
1962 – Política Nacional de Energia Nuclear (Lei no 4.118/62).
1964 – Estatuto da Terra (Lei no 4.504/64).
1965 – Novo Código Florestal (Lei no 4.771/65).
1967 – Novo Código de Pesca (Decreto-Lei no 221/67).
1967 – Código de Mineração (Decreto-Lei no 227/67).
1967 – Código de Proteção à Fauna (Lei no 5.197/67).
b) Segunda fase
A segunda fase teve forte influência dos resultados da Conferência das 
Nações Unidas sobre o Meio Ambiente, realizada em Estocolmo em 1972. O evento 
marcou o início da regulamentação das atividades produtivas, tendo em vista seu 
potencial poluidor e os efeitos da concentração espacial deste desenvolvimento, 
junto à intensiva urbanização, sobre o bem-estar e a saúde da população.
Houve pressão social em relação a problemas ambientais 
urbanos, como poluição do ar e saneamento, emergidos após o 
período de industrialização e urbanização brasileira das décadas 
de 50 e 60. Como resposta, o estado brasileiro institui a Secretaria 
Especial do Meio Ambiente – SEMA - que tinha competências 
genéricas em termos de conservação do meio ambiente e do uso 
racional dos recursos naturais. (SÉGUIN, 2002). 
A criação da SEMA e a regulamentação sobre poluição 
teve por objetivo dirimir a imagem de que o Brasil negligenciava 
deliberadamente os problemas ambientais numa época em que os 
países e organismos internacionais internalizavam o discurso do meio 
ambiente.
O evento marcou 
o início da 
regulamentação das 
atividades produtivas, 
tendo em vista seu 
potencial poluidor 
e os efeitos da 
concentração espacial 
deste desenvolvimento
29
Introdução ao Direito AmbientalCapítulo 2
Para você compreender a importância da Segunda Fase, veja as 
Principais normas editadas neste período:
1973 – Criação da SEMA - Secretaria Especial de Meio Ambiente 
(Decreto no 73.030/73).
1973 – Criação de Regiões Metropolitanas de São Paulo, Belo 
Horizonte, Porto Alegre, Recife, Salvador, Curitiba, Belém e Fortaleza.
1975 – Controle da poluição por atividades industriais (Decreto-Lei no 
1.413/75).
1975 – Planos de proteção ao solo e combate à erosão (Lei no 
6.225/75).
1977 – Responsabilidade civil e criminal por danos nucleares (Lei no 6.453/77).
1977 – Criação de áreas especiais e de locais de interesse turístico 
(Lei no 6.513/77).
1979 – Normas para a prática didático-científica da vivissecção de 
animais (Lei no 6.638/79).
1979 – Política Nacional de Irrigação (Lei no 6.662/79).
1979 – Lei de parcelamento do solo urbano (Lei no 6.766/79).
1980 – Diretrizes básicas para o zoneamento industrial nas áreas 
críticas de poluição (Lei no 6.803/80).
c) Terceira fase
A terceira fase da evolução do direito ambiental brasileiro teve 
ênfase na criação e consolidação de uma política pública de proteção 
do meio ambiente. A década de 80 do século XX marcou o início de uma 
visão mais integrada e sistêmica no tratamento da questão ambiental. 
(SÉGUIN, 2002).
Esta evolução da regulamentação ambiental brasileira ocorreu no 
sentido da instituição de uma lei abrangente, que definisse todas as dimensões das 
ações do Governo sobre o meio ambiente. A instituição da Política Nacional de Meio 
A terceira fase teve 
ênfase na criação 
e consolidação de 
uma política pública 
de proteção do 
meio ambiente. 
30
Legislação ambiental e unidades de conservação
Ambiente – PNMA, por intermédio da Lei no 6.938/81, foi o início da definição de todo 
o marco regulatório atual do direito ambiental brasileiro. Esta lei definiu princípios, 
objetivos, instrumentos e uma estrutura institucional-organizacional responsável por 
operacionalizar a política: o SISNAMA – Sistema Nacional de Meio Ambiente. Este 
assunto será tema do próximo capítulo.
A partir da Lei no 6.938/81 há uma expansão da regulamentação ambiental 
(leis, decretos, resoluções, portarias) com vistas ao atendimento dos objetivos 
propostos na PNMA e à regulamentação dos seus instrumentos. Na trajetória de 
consolidação da base legal da política ambiental brasileira houve a edição de três 
normas significativas que consolidaram e representaram a definição do marco 
legal brasileiro para o direito ambiental.
Estas três leis representam a definição e o apoio legal necessário para que 
o meio ambiente seja discutido, controlado e comandado dentro de um sistema 
normativo legal. As três leis marcos são: 
• a Lei no 7.347/85 que regulamenta a ação civil pública de responsabilidade 
por danos causados ao meio ambiente; 
• a Constituição Federal de 1988, com a inclusão de um capítulo específico 
sobre meio ambiente; 
• a Lei no 9.605/98 que dispõe sobre as sanções penais e administrativas 
derivadas de condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente.
As três leis possibilitaram a delineação e a consolidação do marco legal 
ambiental brasileiro e esquematizam esta terceira fase como uma fase de leis que 
instituem o comando e o controle. Assim são compreendidas pois estas leis ditam 
regras que, em muitos casos, limitam direitos. Da mesma forma, estipulam formas 
de controle e determinam sanções para quem não as cumprir. 
Você deve lembrar a figura 1 da Estrutura Legal do primeiro capítulo! A 
pirâmide demonstrava a relação das leis primárias e secundárias. As primárias, 
que estão no topo da pirâmide, estipulam, na maioria dos casos, regras gerais 
que necessitam de regulamentação ou abrem brechas para que determinados 
assuntos sejam trabalhados posteriormente. Já as secundárias regulamentam as 
leis, estabelecendo a forma e sistema de atuação. 
Como lei primária, podemos citar a Lei no 6.938/81 que institui a Política 
Nacional do Meio Ambiente - PNMA, assunto do próximo capítulo. Ela define 
objetivos, princípios e diretrizes para a PNMA. Esta lei determina a necessidade de 
se preservar áreas de especial interesse, da mesma forma como consta no artigo 
225 da CF/88 em seu inciso III. Seguindo estas determinações, o legislador atuou 
31
Introdução ao Direito AmbientalCapítulo 2
no sentido de responder a demanda da PNMA e da CF/88 e instituiu o Sistema 
Nacional de Unidade de Conservação da Natureza – SNUC (Lei no 9.985/2000).
Atividade de Estudos:
1) Realize uma pesquisa na internet ou em livros e procure identificar 
sobre o que dispõem as leis no 6.938/81, no 9.605/98, no 9.985/2000 e 
anote o resultado a seguir. 
Dica: as leis no seu cabeçalho justificam sua razão e sobre o que 
dispõem. O site do Planalto é uma boa opção para realizar esta 
atividade:
www.planalto.gov.br.
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O período necessário para a regulamentação destas leis, que foram referência para 
a terceira fase (basicamente toda a década de 90 até os anos de 2007), expôs certa 
fragilidade do sistema de comando e controle. A falta de regulamentação proporcionou que 
as pessoas não as respeitassem e, no momento em que eram fiscalizadas e demandadas 
para que respeitassem às normas, agiam de forma a continuar desrespeitando. 
A consequência dessas atitudes foi a demanda de algumas classes econômicas 
pela alteração das leis. Você lembra, conforme expusemos no capítulo anterior, que o 
direito tem diferentes fontes e que a demanda social pode almejar e conseguir alterar as 
leis. São as fontes materiais do direito e, na atualidade, estão contribuindo para que os 
legisladores discutam e alterem alguns parâmetros legais do Direito Ambiental.
Você deve ter acompanhado as notícias que tramitaram na mídia no 
período de março e abril de 2009. Elas informavam sobre a intenção 
dos Deputados Estaduais de Santa Catarina em aprovar um Código 
Ambiental Estadual. Pois então, o que aconteceu em Santa Catarina 
foi a definição de uma legislação para o estado, mas que em alguns 
32
Legislação ambiental e unidades de conservação
pontos entra em conflito com parâmetros definidos pelas leis federais. 
Esta manobra política serviu de chamamento para a questão a ser 
discutida no Congresso Nacional, mesmo que a lei do estado de 
SC seja apontada como Inconstitucional por não respeitar as regras 
da CF/88, o Congresso poderá atuar de forma legal e alterar as leis 
federais, usando a demanda das fontes materiais e formais. 
Pode-se afirmar que vivenciamos o final da terceira fase, pois é possível 
perceber a intenção política de desmonte do aparato legal ambiental no Brasil, 
iniciativas individuais de estados já estão acontecendo.
Para você compreender a importância da Terceira Fase, veja as 
Principais normas editadas neste período:
1981 – Criação de Estações Ecológicas e Áreas de Proteção Ambiental (Lei 
no 6.902/81).
1981 – Política Nacional de Meio Ambiente – PNMA (Lei no 6.938/81).
1983 – Estabelecimento e funcionamento de Jardins Zoológicos (Lei no 
7.173/83).
1985 – Disciplina a ação civil pública de responsabilidade por danos causados 
ao meio ambiente (Lei no 7.347/85).
1986 – Instituído o Pró-Fruti – Programa Nacional de Arborização Urbana 
com Árvores Frutíferas (Lei no 7.563/86).
1987 – Proibição da pesca de cetáceo nas águas jurisdicionais brasileiras (Lei 
no 7.643/87).
1988 – Instituído o Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro (Lei no 
7.661/88).
1988 – O Meio Ambiente é introduzido na Constituição Federal.
1988 – Proibição da Pesca de espécies em período de reprodução (Lei no 
7.679/88).
1989 – Criação do IBAMA (Lei no 7.735/89).
1989 – Estabelecimento de medidas para proteção das florestas existentes 
nas nascentes dos rios (Lei no 7.754/89).
33
Introdução ao Direito AmbientalCapítulo 2
1989 – Criação do Fundo Nacional de Meio Ambiente (Lei no 7.797/89).
1989 – Lei de agrotóxicos (Lei no 7.802/89).
1989 – Criação do regime de permissão de lavra garimpeira (Lei no 7.805/89).
1989 – Instituição da compensação financeira pelo resultado da exploração 
de petróleo ou gás natural, de recursos hídricos para fins de geração de 
energia elétrica e de recursos minerais (Lei no 7.990/89).
1990 – Condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a 
organização e funcionamento dos serviços correspondentes (Lei no 
8.080/90).
1991 – Instituição da Política Agrícola (Lei no 8.171/91).
1991 – Estabelecimento de concessão de benefício de seguro-
desemprego a pescadores artesanais, durante os períodos de defeso 
(Lei no 8.287/91).
1993 – Redução de emissão de poluentes por veículos automotores 
(Lei no 8.723/93).
1995 – Estabelecimento de normas para o uso das técnicas da 
engenharia genética e liberação no meio ambiente de organismos 
geneticamente modificados (Lei no 8.974/95).
1995 – Disciplina a extração, industrialização, utilização, 
comercialização e transporte do asbesto/amianto e dos produtos que 
o contenham, bem como das fibras naturais e artificiais utilizadas 
para o mesmo fim (Lei no 9.055/95).
1996 – Restrições ao uso e à propaganda de produtos fumígeros, 
bebidas alcoólicas, medicamentos, terapias e defensivos agrícolas 
(Lei no 9.294/96).
1997 – Instituição da Política Nacional de Recursos Hídricos e criação 
do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (Lei no 
9.433/97).
1997 – Instituição da proteção de cultivares (Lei no 9.456/97).
1998 – Estabelecimento de sanções penais e administrativas 
derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente (Lei no 
9.605/98).
1999 – Instituição da Política Nacional de Educação Ambiental (Lei 
no 9.795/99).
34
Legislação ambiental e unidades de conservação
1999 - Dispõe sobre a especificação das sanções aplicáveis às 
condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras 
providências (Decreto no 3.179).
2000 – Disposições sobre a prevenção, o controle e a fiscalização 
da poluição causada por lançamentos de óleo e outras substâncias 
nocivas ou perigosas em águas sob jurisdição nacional (Lei no 
9.966/00).
2000 – Criação da Agência Nacional de Águas – ANA (Lei no 
9.984/00).
2000 – Instituição do Sistema Nacional de Unidades de Conservação 
da Natureza – SNUC (Lei no 9.985/00).
2001 – Estabelecimento de diretrizes gerais de Política Urbana (Lei 
no 10.257/01).
2001 – Disposições sobre a seleção de locais, a construção, o 
licenciamento, a operação, a fiscalização, os custos, a indenização, 
a responsabilidade civil e as garantias referentes aos depósitos de 
rejeitos radioativos (Lei no 10.308/01).
2002 –Disposições sobre a promoção e a fiscalização da defesa 
sanitária animal quando da realização de rodeio (Lei no 10.519/02).
2003 – Disposições sobre o acesso público aos dados e informações 
existentes nos órgãos e entidades integrantes do SISNAMA (Lei no 
10.650).
2005 – Lei da Biossegurança (Lei no 11.105).
2006 – Institui o Serviço Florestal Brasileiro e cria o Fundo Nacional 
de Desenvolvimento Florestal (Lei no 11.284).
2006 – Utilização e proteção da vegetação nativa do Bioma Mata 
Atlântida (Lei no 11.428).
2007 – Saneamento Básico (Lei no 11.445).
2007 – Institui o Instituto Chico Mendes (Lei no 11.516).
2008 -Dispõe sobre as infrações e sanções administrativas ao 
meio ambiente, estabelece o processo administrativo federal para 
apuração destas infrações, e dá outras providências. (Decreto no 
6514).
35
Introdução ao Direito AmbientalCapítulo 2
Direito Ambiental Constitucional
Ainda no primeiro capítulo, você estudou que a constituição é fonte estatal 
do direito, que oferece subsídios para a validação de todo direito do Estado e 
nela estão definidas todas as regras do processo de criação do direito. Como lei 
fundamental, organiza a estrutura do Estado e do Governo, bem como ordena 
os direitos individuais, que devem ser respeitados pelo poder público e pela 
coletividade, prevendo, para tal fim, procedimentos eficazes e eficientes.
A organização da estrutura do Estado Brasileiro ocorre por intermédio da 
repartição de competências. Podemos compreender que estas são as diversas 
modalidades de poder de que se servem os órgãos ou entidades estatais para 
realizar suas funções, suas tarefas, prestar serviços. Ou seja, as competências 
previstas nos artigos de 21 a 32 da CF/88 desenham como funciona cada ente 
federativo, que são: a União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal.
Vejamos a seguir como funciona esta distribuição de competências no Brasil, 
mas antes vamos fazer um exercício.
Atividade de Estudos:
1) Pesquise na Constituição Federal de 1988 ou acesse: 
(http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/ConstituicaoCompilado.htm)
Na sequência, identifique dentre os artigos de 21 até32 da CF/88 
aqueles que determinam as competências da União, dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios. 
Organize as informações conforme a estrutura a seguir:
• artigos que determinam a competência da União: 
 ______________________________________________________
 ______________________________________________________
 ______________________________________________________
 ______________________________________________________
• artigos que determinam a competência dos Estados:
 ______________________________________________________
 ______________________________________________________
 ______________________________________________________
 ______________________________________________________
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Legislação ambiental e unidades de conservação
• artigos que determinam a competência do Distrito Federal:
 ______________________________________________________
 ______________________________________________________
 ______________________________________________________
 ______________________________________________________
• artigos que determinam a competência dos Municípios:
 ______________________________________________________
 ______________________________________________________
 ______________________________________________________
 ______________________________________________________
a) Competências
Você pôde perceber, ao realizar o exercício anterior, que existem 
competências privativa, comum, concorrente e suplementar. A privativa é própria 
de uma entidade, mas passível de delegação e suplementação (art. 22 par. único 
CF/88); a comum é comum a todos os entes da federação (art.23 CF/88); a 
concorrente determina que a União legisle sobre normas gerais e os Estados e o 
Distrito Federal podem dispor sobre o mesmo assunto (art. 24 CF/88); e, por sua 
vez, a suplementar atribui competências aos Estados, Distrito Federal (art. 24, § 
2˚CF/99) e Municípios (art. 30, II CF/88).
A repartição de competências entre a União, os Estados, os 
Municípios e o Distrito Federal constitui o fulcro de nosso Estado 
Federal, dando origem a uma estrutura estatal complexa, em que 
se manifestam diversas esferas governamentais sobre a mesma 
população e o mesmo território. (SILVA, J., 2003).
À União resta uma posição de supremacia no que tange à 
proteção ambiental, já que possui competência exclusiva para elaborar e executar 
planos nacionais de ordenação do território e de desenvolvimento econômico e 
social. Respeitando esta competência, a União criou a Política Nacional de Meio 
Ambiente, que aconteceu a partir da materialização da Lei no 6.938/81.
Cabe à União elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenação 
do território (art. 21, IX, CF/88). Só nisso já se tem uma base sólida para o 
estabelecimento de planos nacionais e regionais de proteção ambiental. 
O art. 23 da CF/88 dispõe sobre a competência material comum à União, 
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios. Essa competência diz respeito 
à prestação dos serviços referentes àquelas matérias, à tomada de providências 
A repartição de 
competências entre a 
União, os Estados, os 
Municípios e o Distrito 
Federal constitui o 
fulcro de nosso Estado 
Federal
37
Introdução ao Direito AmbientalCapítulo 2
para a sua realização. 
Alguns incisos do artigo se referem à proteção do meio ambiente cultural 
ou natural. Assim é que se atribuem àquelas entidades, cumulativamente, 
a competência para proteger as obras e outros bens de valor histórico, 
artístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios 
arqueológicos (inciso III), bem como a competência para impedir a distribuição e 
a descaracterização de obras de arte e de outros bens de valor histórico, artístico 
ou cultural (inciso IV).
Nesse âmbito da legislação concorrente, contudo, a competência da União 
limitar-se-á a estabelecer normas gerais. 
Já no tocante ao meio ambiente natural, encontramos a competência 
comum (artigo 23 CF/88) para protegê-lo e para combater a poluição em quaisquer 
de suas formas (inciso VI), assim como para preservar as florestas, a fauna e 
a flora (inciso VII). Essa é uma competência mais voltada para a execução das 
diretrizes, políticas e preceitos relativos à proteção ambiental.
O art. 24 da CF/88, por sua vez, declara competir à União, aos Estados 
e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre florestas, caça, pesca, 
fauna, conservação da Natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, 
proteção do meio ambiente e controle da poluição (inciso VI), assim como sobre 
responsabilidade por dano ao meio ambiente, a bens e direitos de valor artístico, 
estético, histórico, turístico e paisagístico (inciso VIII).
Os quatro parágrafos do artigo 24 da CF/88 regulamentam como deve ocorrer 
o ato de legislar concorrentemente, pois pode acontecer de os entes legislarem 
sobre um mesmo assunto de forma a definir parâmetros diferentes. Para evitar 
um estado de confusão legal, o artigo que determina a concorrência legislativa 
dita regras para evitar problemas. 
O § 1˚ do artigo 24 da CF/88 determina que, no âmbito da legislação 
concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais. 
Este impede que a União determine regras específicas para cada Estado, 
aliás, estas regras específicas, de atuarem sobre peculiaridades regionais, são 
competências de cada Estado, e é isso que o § 2˚ do artigo 24 da CF/88 afirma, 
quando decide que a competência da União para legislar sobre normas gerais 
não exclui a competência suplementar dos Estados.
Já no caso de inexistência de legislação federal sobre normas gerais, o Estado 
possui competência legislativa para atender a suas peculiaridades. Esta afirmação 
é encontrada no § 3˚ do artigo 24 da CF/88. Na omissão legislativa da União, o 
38
Legislação ambiental e unidades de conservação
Estado pode assumir a responsabilidade de legislar sobre matéria que lhe 
interesse. 
O § 4˚ do artigo 24 da CF/88 é o mais polêmico, pois trata sobre 
casos de superveniência de lei federal sobre normas gerais que, nestes 
casos, suspendem a eficácia da lei estadual no que lhe for contrário. Ou 
seja, se o Estado legislar sobre determinado assunto que já seja definido 
por normas gerais em legislação federal, a lei do estado perde sua força. 
A competência dos Municípios para a proteção ambiental é 
reconhecida no art. 23, III, IV, VI e VII da CF/88, em comum com a União 
e os Estados. Mas nesse dispositivo o que se outorga é a competência 
para ações materiais. Portanto, a competência fica mais no âmbito da 
execução de leis protetivas do que de legislar sobre o assunto.
Em relação aos Estados, esse último aspecto foi contemplado no 
art. 24, VI, VII e VIII da CF/88, no qual é reconhecida a competência 
concorrente com a União para legislar sobre a matéria, em uma 
correlação entre normas gerais desta e normas suplementares 
daqueles.
A questão já não é tão clara com os Municípios. Pode-se dizer, 
no entanto, que sua competência suplementar na matéria é também 
reconhecida. De fato, dá-se a eles competências para promover o 
adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e controle do 
uso, parcelamento e ocupação do solo urbano (art. 30, VIII). Outorga-se 
a eles a competência para a política de desenvolvimento Urbano e estabelecimento 
do Plano Diretor (art. 182). (ESTATUTO DA CIDADE Lei no 10.257/2001).
b) Princípios do Direito Ambiental
A importância do estudo dos princípios fundamentais do direito ambiental 
converge para a necessidade de compreensão da autonomia do Direito Ambiental, 
da identificação da unidade e coerência do sistema normativo ambiental, da 
compreensão da forma pela qual a proteção do meio ambiente é vista na 
sociedade, da correta interpretação das normas que compõem o sistema jurídico 
ambiental, da identificação da existência de fontes normativas que indicam os 
princípios fundamentais do direito ambiental.
Os princípios podem ser identificados na própria Constituição Federalde 
1988, na lei que institui a Política Nacional do Meio Ambiente (Lei no 6.938/81), na 
Declaração de Estocolmo – 1972, na Declaração do Rio de Janeiro – 1992.
Vejamos o artigo 225 da CF/88, nele é possível identificar alguns princípios 
fundamentais do direito ambiental. Vejamos: 
A necessidade 
de compreensão 
da autonomia do 
Direito Ambiental, 
da identificação 
da unidade e 
coerência do 
sistema normativo 
ambiental, da 
compreensão da 
forma pela qual a 
proteção do meio 
ambiente é visto 
na sociedade, 
da correta 
interpretação 
das normas que 
compõem o 
sistema jurídico 
ambiental, da 
identificação da 
existência de 
fontes normativas 
que indicam 
os princípios 
fundamentais do 
direito ambiental.
39
Introdução ao Direito AmbientalCapítulo 2
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente 
equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à 
sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e 
à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as 
presentes e futuras gerações.
Perceba que o artigo, quando afirma que “todos têm direito ao meio 
ambiente ecologicamente equilibrado”, remete-se ao princípio do ambiente 
ecologicamente equilibrado como direito fundamental da pessoa humana. A parte 
que aborda o meio ambiente como “bem de uso comum do povo” se refere a 
quatro princípios: o Princípio da Proporcionalidade, da Razoabilidade e Isonomia e 
o Princípio do Acesso Equitativo aos Recursos Naturais. A terceira parte, “essencial 
à sadia qualidade de vida” refere-se ao direito fundamental da pessoa humana que 
é a vida. A quarta parte, que determina obrigação ao Poder Público e à coletividade, 
impõe quatro princípios: o Princípio da intervenção estatal obrigatória na proteção 
do meio ambiente; o da Participação; o da Responsabilização Ambiental e o da 
Reparação. A quinta parte, “preservá-lo para as presentes e futuras gerações”, 
trata sobre o Princípio do Desenvolvimento Sustentável. 
Depois de analisarmos o artigo 225 da CF/88 e verificarmos que a redação do 
artigo não afirma apenas uma intenção, mas possibilita a identificação de princípios 
que fundamentam o direito ambiental e todo o suporte legal ambiental nacional, 
veremos o que significam alguns destes princípios, digo alguns, pois foram 
indicados aqueles que são identificados nas três leis que foram afirmadas como 
bases para a construção do aparato legal no item anterior, quando tratávamos das 
fases do Direito Ambiental no Brasil, em especial a terceira.
Vejamos alguns: 
• Princípio do ambiente ecologicamente equilibrado como direito 
fundamental da pessoa humana
O meio ambiente ecologicamente equilibrado, como essencial 
à sadia qualidade de vida (art. 225 CF/88), está diretamente 
relacionado à dignidade da pessoa humana (art.1 CF/88) e ao 
direito à vida (art. 5 CF/88).
O direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado pertence a 
todos, gerações presentes e futuras, brasileiros e estrangeiros residentes no 
país. Da mesma forma como existem leis que regulam a vida em sociedade, 
há leis que regulam a vida dos ecossistemas, que são comunidades 
sustentáveis de plantas, de animais e microorganismos. Compreender as 
leis que regulam os ecossistemas e respeitá-las é a única forma de se garantir que o 
ambiente seja ecologicamente equilibrado. 
O direito ao 
meio ambiente 
ecologicamente 
equilibrado pertence 
a todos, gerações 
presentes e 
futuras, brasileiros 
e estrangeiros 
residentes no país.
40
Legislação ambiental e unidades de conservação
• Princípio da intervenção estatal obrigatória na proteção do meio ambiente
O art. 225 da CF/88 impõe ao Poder Público o dever de atuar na 
defesa do meio ambiente. A referência a “poder público” quer ressaltar 
a atuação conjunta dos poderes executivo, legislativo e judiciário, bem 
como a participação da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios na proteção do meio ambiente.
• Princípio da Participação
A participação na proteção do meio ambiente, além de um direito dos 
cidadãos, é um dever expressamente declarado no art. 225 da CF/88.
Existem três formas de participação direta da população na proteção do meio 
ambiente: participação na criação do Direito Ambiental (iniciativa popular, referendos 
e atuação em órgãos colegiados com poderes normativos); formulação e execução 
de políticas ambientais e proposição de ações judiciais na área ambiental.
A participação implica dois pressupostos: informação e educação ambiental. 
O direito à informação é garantido no art. 5º da CF/88, nos incisos:
 - XIV (é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da 
fonte, quando necessário ao exercício profissional); 
 - XXXIII (todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu 
interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no 
prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo 
seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado). 
O indivíduo sem informação não pode formar opinião e se manifestar, da 
mesma forma os órgãos públicos, os agentes econômicos envolvidos na utilização 
de recursos naturais também deveriam prestar informações, uma vez que o 
ambiente se constitui em bem de uso comum do povo. 
Vamos ilustrar um pouco a importância da informação: o 
cidadão pode solicitar informações judiciais ou administrativas sobre 
os casos de que deseja participar, pois estes dados são públicos 
a menos que sejam determinados como sigilosos, devendo-se 
resguardar a devida privacidade. 
O art. 225 da CF/88 
impõe ao Poder 
Público o dever de 
atuar na defesa do 
meio ambiente. 
41
Introdução ao Direito AmbientalCapítulo 2
• Princípio do Desenvolvimento Sustentável
Desenvolvimento Sustentável é aquele que atende às necessidades do 
presente, sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem 
as suas próprias necessidades, é o processo que conduzirá para a sociedade 
sustentável: aquela capaz de produzir sustentabilidade econômica, cultural, social 
e ambiental.
As Políticas de Governo devem ser sustentáveis, o processo de 
desenvolvimento tem que imitar os processos da Natureza tanto quanto possível. 
O desempenho econômico de um país ou região deve ser medido pela qualidade 
de vida e não pelo consumo material, e deve desencorajar atividades que causem 
ameaças à saúde do ecossistema e à base biofísica da economia (ineficiência, 
lixo, poluição, dissipação de recursos esgotáveis).
Estas políticas devem conciliar medidas ambientais com propostas de 
equidade social. Da mesma forma, devem rever os hábitos de consumo e estilos 
de vida, a demanda, incluindo os custos ecológicos de extração, produção e 
depleção nos preços dos produtos comercializáveis. 
Você leu com atenção o parágrafo anterior, sabe o que significa 
depleção? Compreende-se depleção como desvalorização, redução, 
diminuição, abatimento ou desconto. 
• Princípio da Precaução
Aplica-se quando apenas há suspeita de que uma atividade pode 
provocar danos ao ambiente, sobretudo, à poluição acidental nas 
atividades perigosas, abrangendo, em qualquer caso, a adoção de 
precauções ou cuidados excepcionais no desenvolvimento da atividade 
ou até a interdição de produtos, processos ou atividades.
Emissões potencialmente poluentes deveriam ser reduzidas, mesmo 
quando não haja prova científica evidente do nexo causal entre as 
emissões e os efeitos.
São efeitos do Princípio da Precaução sobre o Direito Ambiental: a 
adoção do enfoque da prudência e da vigilância na aplicação do direito ambiental 
em detrimento do enfoque da tolerância; a necessidade de os juízes, nos 
Aplica-se quando 
apenas há suspeita 
de que uma 
atividade pode 
provocar danos 
ao ambiente, 
sobretudo, à 
poluição acidental 
nas atividades 
perigosas.
42
Legislação ambiental e unidades de conservação
processos, decidirem com base em probabilidades de risco sério e fundado, em 
detrimento do ideal de certeza na apuração da lesividade apontada; a inversãodo ônus da prova na caracterização da lesão ao meio ambiente; a aplicação da 
regra: in dubio pro ambiente.
Você sabe, o direito, às vezes, utiliza-se de expressões latinas. 
“in dubio pro ambiente” significa: se houver dúvida, a questão deverá 
sempre beneficiar o meio ambiente.
• Princípio da Prevenção
Aplica-se quando já há a certeza do dano provocado por certa atividade e que 
abrange, sobretudo, o controle da poluição “gradual” (ou crônica) que, por um efeito 
de acumulação, pode tornar-se aguda, provocando um desequilíbrio ecológico.
Um exemplo clássico para justificar este princípio é o da poluição dos rios 
provocada pelo lançamento de esgotos sanitários. Sabemos que o esgoto polui, 
mas fazemos muito pouco para remediar e acabar com a poluição. Muitas vezes 
colocamos a culpa no Governo, mas esquecemos nossa obrigação de preservar o 
meio em que vivemos.
• Princípio do Poluidor-Pagador 
A Lei no 6.938/81, em seu art. 4º, VII, estabelece que a Política Nacional de 
Meio Ambiente visará à implantação, ao poluidor e ao predador, da obrigação de 
recuperar e/ou indenizar os danos causados e, ao usuário da contribuição, pela 
utilização de recursos ambientais com fins econômicos.
O princípio do Poluidor-Pagador parte da constatação de 
que os recursos ambientais são escassos e de que o seu uso na 
produção e no consumo acarreta a sua redução e degradação. 
Ora, se o custo da degradação dos recursos naturais não for 
considerado no sistema de preços, o mercado não será capaz de 
refletir a escassez.
Assim sendo, são necessárias políticas públicas capazes de 
eliminar a falha de mercado, de forma a assegurar que os preços 
dos produtos reflitam os custos ambientais.
• Princípio do Usuário-Pagador
O princípio do Poluidor-
Pagador parte da 
constatação de que os 
recursos ambientais são 
escassos e de que o seu 
uso na produção e no 
consumo acarreta a sua 
redução e degradação. 
43
Introdução ao Direito AmbientalCapítulo 2
O fundamento desse princípio encontra-se no fato de que 
os recursos ambientais existem para o benefício de todos. Dessa 
forma, todos os usuários se sujeitam à aplicação dos instrumentos 
econômicos, estabelecidos para regular seu uso, tendo em vista o 
bem comum da população.
• Princípio da Responsabilização Ambiental
A Constituição Federal, em seu art. 225, § 3º, estabelece que 
as condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente 
sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções 
penais e administrativas, independentemente da obrigação de 
reparar os danos causados.
Devemos compreender por responsabilidade a capacidade de 
assumir as consequências dos atos ou das omissões, que pressupõe a 
ocorrência de um ilícito. 
Em matéria de proteção ambiental, a ênfase deve ser na prevenção dos 
danos. Entretanto, há que se reconhecer que, na prática atual, as medidas 
preventivas têm sido limitadas e incapazes de garantir essa proteção. Daí a 
necessidade de se promover a responsabilização dos causadores de danos 
ambientais da maneira mais ampla possível.
• Princípio da Cooperação
As agressões ao meio ambiente nem sempre se circunscrevem aos limites 
territoriais de um município, estado ou país, de forma que o seu enfrentamento 
deve ocorrer dentro de um espírito mais efetivo de cooperação ante as exigências 
urgentes de se combater os efeitos devastadores da degradação ambiental.
A cooperação no âmbito interno em matéria ambiental está prevista no art. 
23 da CF/88, que dispõe sobre a competência comum da União, Estados, DF e 
Municípios, para proteger o meio ambiente e combater a poluição.
• Princípio do Acesso Equitativo aos Recursos Naturais
Os recursos não renováveis do Globo devem ser explorados de tal modo que 
não haja risco de serem exauridos e que as vantagens extraídas de sua utilização 
sejam partilhadas a toda a humanidade. (art. 5˚ da Declaração de Estocolmo).
A equidade deve orientar a fruição ou o uso da água, do ar, do solo. Dará 
oportunidades iguais diante de casos iguais ou semelhantes. A equidade no 
acesso aos recursos ambientais deve ser enfocada não só com relação à 
Devemos compreender 
por responsabilidade a 
capacidade de assumir as 
consequências dos atos 
ou das omissões, que 
pressupõe a ocorrência 
de um ilícito. 
O fundamento desse 
princípio encontra-se no 
fato de que os recursos 
ambientais existem para 
o benefício de todos. 
44
Legislação ambiental e unidades de conservação
localização espacial dos usuários atuais, como em relação aos usuários 
potenciais das gerações vindouras. 
• Princípio da Reparação
A declaração do Rio de Janeiro/92 diz, em seu Princípio 13, 
que: “Os Estados deverão desenvolver legislação nacional relativa 
à responsabilidade e à indenização das vítimas da poluição e outros 
danos ambientais”.
• Princípios da Proporcionalidade, da Razoabilidade e Isonomia 
Usados geralmente em defesa dos interesses de particulares (Direito Civil). 
Têm como intenção proporcionar que direitos não sejam definidos de forma 
diferente aos iguais. Todos têm os mesmos direitos e deveres. Deve o direito 
ser exigido e cumprido da mesma forma e de forma proporcional, levando uma 
qualidade razoável às decisões e imposições.
 
• Princípios da Administração Pública
A administração Pública deve zelar pelo interesse Público, respeitando 
a hierarquia dos poderes, de forma continua. Da mesma forma, sempre será 
interessada em processos que envolvam seus bens e direitos, não podendo 
eximir-se de suas responsabilidades. Os bens públicos são do povo, desta forma, 
não podem ser doados e usados por particulares em interesse próprio.
A Administração Pública sempre é parte interessada no controle dos seus 
atos, devendo corrigi-los quando executados de forma equivocada. Os atos 
e manifestações da Administração Pública são verdadeiros até que se prove o 
contrário.
Atividade de Estudos: 
1) Identifique pelo menos três princípios em cada uma das seguintes 
Leis: 
Lei nº 6.938/81, Lei nº 9.605/98, Lei nº 9.985/00 e no artigo 225 da 
CF/88.
Para encontrar estas leis na internet, acesse: http://www.planalto.gov.br .
Princípios identificados na Lei nº 6.938/81: 
A equidade deve 
orientar a fruição 
ou o uso da água, 
do ar, do solo. Dará 
oportunidades 
iguais diante de 
casos iguais ou 
semelhantes.
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Introdução ao Direito AmbientalCapítulo 2
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Princípios identificados na Lei nº 9.605/98: 
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Princípios identificados na Lei nº 9.985/00: 
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Princípios identificados no artigo 225 da CF/88:
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Algumas Considerações
Depois de acompanharmos a evolução do Direito Ambiental, parte 
constitucional referente às competências e aos princípios fundamentais, podemos 
afirmar que o Direito Ambiental é o ramo do Direito que exerce a interlocução entre 
os direitos do homem para com o meio ambiente, assim como os direitos do meio 
ambiente para com o homem, pois envolvem regras de condutas definidas

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