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Acalasia: definição, diagnóstico e tratamento

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Pedro Macedo – Turma IX – Medicina UFOB 
Acalasia 
Gastrenterologia 
 
Introdução 
 Definição 
o “Não relaxamento” 
 Distúrbio motor primário mais comum do esôfago 
 Ocorre com maior frequência em pacientes de 25 a 60 anos de idade (especialmente antes 
dos 40) 
 Etiologia 
o Primária (idiopática) – mais comum 
o Secundária 
 Doença de Chagas (principal causa secundária no Brasil) 
 Amiloidose 
 Sarcoidose 
 Gastroenterite eosinofílica 
 Fisiopatologia 
o Déficit de relaxamento fisiológico do EEI durante a deglutição (principal 
característica) 
o Graus variados de hipertonia do EEI (incluindo tônus normal em alguns casos) 
o Substituição total da peristalse normal do corpo esofagiano por contrações 
anormais 
 Peristalse de pequena amplitude/fraca = acalasia clássica 
 Peristalse extremamente vigorosa = acalasia vigorosa 
 Essas características encontradas na acalasia 
são decorrentes da degeneração de neurônios 
do plexo de Auerbach 
 
Clínica 
 Principal sintoma 
o Disfagia de condução 
 Tanto para sólidos quanto para líquidos 
 Surge de maneira insidiosa, desenvolvendo-se ao longo de meses ou anos 
o Obstrução à passagem do bolo alimentar 
 Consequências 
 Dilatação esofagiana em seu corpo 
o Sintomas de regurgitação 
o Broncoaspiração (1/3 dos pacientes) 
 Crises de tosse e de broncoespasmo (geralmente 
quando o pct se deita) 
 Episódios repetidos de PNM e abscesso 
pulmonar, além de bronquiectasias 
o Halitose (estágios avançados) 
Pedro Macedo – Turma IX – Medicina UFOB 
o Perda de peso 
 Geralmente é insidiosa, além de ser leve a moderada na maioria das vezes 
 
Diagnóstico 
 Quando suspeitar de acalasia? 
o Disfagia + perda de peso ao longo de meses ou anos + regurgitação e tosse 
crônica (especialmente noturna) 
 Exames de imagem 
o Padrão-ouro 
 Esofagomanometria 
 Não relaxamento do EEI em resposta à deglutição 
 Graus variados de hipertonia do EEI 
 aperistalse 
 Esofagografia bariada 
 Pode revelar: 
o Dilatação do corpo do esôfago (megaesôfago) 
o Sinal do bico de pássaro (estreitamento na topografia do 
EEI) 
o Atraso no esvaziamento esofagiano 
o Presença de contrações esofagianas não peristálticas 
 Radiografia de tórax 
 Pode revelar: 
o Ausência de bolha gástrica 
o Massa mediastínica tubular ao lado da aorta 
o Nível hidroaéreo no mediastino na posição ereta, 
representando material estagnado no esôfago 
 Diagnósticos diferenciais 
o Carcinoma estenosante distal (pseudoacalasia) 
o Estenose péptica 
 
Tratamento 
 Objetivo principal = relaxamento do EEI 
Obs: não há método terapêutico que normalize a contratilidade do corpo esofagiano e, por isso, o 
tto da acalasia é considerado paliativo 
 Medicamentos para pacientes com sintomas leves a moderados 
o Nitratos sublinguais antes das refeições 
o Antagonistas de cálcio (Nifedipina 10mg VO 6/6h) 
 Redução da pressão do EEI 
 Toxina botulínica 
o Usada quando resultados imediatos são desejáveis (eficácia de 90% em 1 mês) 
o Duração de efeito de apenas 3 – 6 meses 
o Abordagem reservada para os casos de alto risco cirúrgico 
o Toxina atua inibindo neurônios excitatórios parassimpáticos (colinérgicos) 
 Métodos intervencionistas – pcts com sintomatologia importante/ refratária à terapia 
o Dilatação endoscópica pneumática (balão) do esfíncter 
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 Alivio dos sintomas em 60 – 85% dos casos 
 Problemas desse método 
 Perfuração esofágica 
 Recidiva dos sintomas 
 DRGE (2%) 
o Miotomia de Heller 
 Secção das camadas longitudinal e circular da m.lisa do esôfago distal 
 Problemas 
 Risco de DRGE por hipotonia do EEI no pós-operatório 
 Muitos cirurgiões fazem o processo + fundoplicatura 
 Melhor sucesso terapêutico e menores taxas de recidiva

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