Atuação do Assistente Social no SENAI

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CURSO BACHARELADO EM SERVIÇO SOCIAL 
CÁSSIA DELINA FARIAS DA SILVA 
GILCILENE OLIVEIRA DA SILVA
 JERONIMA CORTES MENDES
JOSELMA DOS REMÉDIOS DE SOUSA 
LAUCILENE MORAES DOS SANTOS
MARIA GILCIEDE NUNES LUDOGERIO
NUBIA CRISTINA FERNANDES MONTEIRO ROSANA DE JESUS TAVARES 
 
 
 
 
Serviço Social de aprendizagem Industrial
 
 
 
 
 
MACAPÁ-AP 
2023
CÁSSIA DELINA FARIAS DA SILVA 
GILCILENE OLIVEIRA DA SILVA 
JERONIMA CORTES MENDES
JOSELMA DOS REMÉDIOS DE SOUSA 
LAUCILENE MORAES DOS SANTOS 
MARIA GILCIEDE NUNES LUDOGERIO
NUBIA CRISTINA FERNANDES MONTEIRO 
ROSANA DE JESUS TAVARES
 
 
 
 
 Serviço Social de aprendizagem Industrial
Trabalho apresentado ao curso de Serviço 
 Social, da Universidade Paulista- Macapá, como avaliação para obtenção de nota para a disciplina de Surgimento e Institucionalização do Serviço Social, acadêmicos da turma 202. 
 	 
Orientadora: Prof.ª Maria Luciana de Souza. 
 
MACAPÁ-AP 
2023
1. INTRODUÇÃO 
Esta pesquisa tem o objetivo de analisar a atuação do assistente social em conjunto com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial, bem como o surgimento e a relevância desse segmento para o Serviço Social. Instituições assistenciais como o SENAI, tiveram no momento de emergência do Serviço Social no Brasil, uma importância muito grande para a expansão da profissão, a criação de escolas especializadas e a abertura de campos de trabalho antes inexistentes no país.
A classe trabalhadora, ficou conhecida como revolucionária em vários momentos marcantes do desenvolvimento do Brasil. Com a industrialização não seria diferente, tendo em vista a exploração da classe trabalhadora surgiram cada vez mais questionamentos por direitos e garantias básicas. O Estado então incorpora algumas aspirações dos trabalhadores e essa postura faz surgir constantemente novas instituições, como de Seguro Social, Justiça do Trabalho, Salário Mínimo, etc. Que aparecem como resposta a potencialização das contradições geradas pelo aprofundamento do modo de produção, essa atitude tomada na época, abriu as portas para a ampliação das políticas assistenciais e a possibilidade de sua real aplicação.
Nessa perspectiva de evolução é que o Serviço Social é inserido; incorporado ao SENAI, os Assistentes Sociais para além de sua atuação assistencialista. Essa união foi necessária para que o Serviço social pudesse também auxiliar em questões vitais, haja vista, na época retratada muitos adolescentes estavam realizando trabalhos insalubres em situações extremas, demonstrando a urgência do apoio do serviço social. 
Além do contexto histórico para o surgimento do SENAI, também iremos abordar os objetivos de fato da instituição e sua ligação com as questões sociais inerentes a sociedade em que vivemos, essas mesmas questões que são a raiz do trabalho a ser desenvolvido pelo assistente social, estão relacionadas as vulnerabilidades e desigualdades da sociedade, que afetam diferentes camadas do nosso coletivo e refletem as necessidades básicas da população, como moradia, insegurança alimentar, saneamento básico, lazer, saúde, entre muitos outros pontos necessários para a melhor qualidade de vida.
2. CONTEXTO HISTÓRICO SOCIAL
A partir de 1930 até 1956 aconteceu a Revolução Industrial no Brasil, essa industrialização no Brasil é considerada um processo tardio, já que teve início um século depois do surgimento das primeiras indústrias na Europa. As primeiras manufaturas foram abertas no território nacional durante o século XIX, mas foi somente a partir da década de 1930 que o processo ganhou força.
Nos anos 40, com apoio do Presidente Getúlio Vargas a Industria no Brasil passa a receber ainda mais incentivo e investimento. O primeiro governo de Getúlio Vargas foi decisivo para a industrialização brasileira (1930-1945). Através desse governo, o Estado passa a investir e abrir empresas públicas. Privilegiando a indústria pesada. Assim como aconteceu na Europa, junto com o incentivo industrialização vem o êxodo rural, com a população se deslocando para os grandes centros em busca de trabalho e melhores condições de vida. Como consequência as cidades passam a ficar cada vez mais lotadas, e as jornadas de trabalho insalubres, a classe trabalhadora começa a lutar por seus direitos se unindo contra a exploração sofrida até então.
O serviço social surgiu no Brasil nesse período de intensa industrialização na década de 30, onde houve um significativo avanço no desenvolvimento cultural, econômico, social e político, foi uma época em que a economia passava por uma fase de transição. A luta da classe operaria passa a ser umas das questões visadas pelo serviço social, a extrema desigualdade e a condição de vulnerabilidade em que essas pessoas e seus familiares se encontravam se torna uma luta em conjunto. 
Em plena época da segunda guerra mundial havia pouca mão de obra especializada e as escolas existentes não atendiam as necessidades da indústria. O Senai foi criado então, para atender a esse ponto fraco da economia nacional. A ideia do empresariado em parceria com o estado era unicamente adequar a força do trabalho para suprir as necessidades da indústria sem provocar grandes mudanças no sistema. Porém, essa nova força de trabalho gerou a parcela superior do proletariado com personalidade básica capitalista, que se caracterizava não só pelo domínio das práticas mecânicas e tecnológicos, mais também pela formação humana que abrangia conceitos morais e cívicos da juventude operária em formação. 
3. O SISTEMA S
Inicialmente foi criando um conjunto de instituições patronais voltadas, prioritariamente, à qualificação profissional, capacitação e assistência social aos seus associados, que foi denominado de Sistema S. Ou seja, esse conjunto tinha como objetivo maior a qualificação e capacitação profissional, como forma de melhor adequação ao cenário vivenciado na época, e também fornecimento de assistência social, já visando atender as questões e vulnerabilidades dos associados aos serviços, em uma época em que os direitos básicos ainda estão sendo definidos.
O Sistema S era composto por: o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), fundado em 1942, e Serviço Social da Indústria (SESI), surgido em 1946, vinculados à Confederação Nacional da Indústria; Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC) e Serviço Social do Comércio (SESC), criados em 1946 e vinculados à Confederação Nacional do Comércio; Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequena Empresas (SEBRAE), nascido em 1972; Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR), criado em 1991 e vinculado à Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil; Serviço Social do Transporte (SEST) e Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (SENAT), instituídos em 1993 e vinculados à Confederação Nacional do Transporte; e o Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (SESCOOP), fundado em 1999 e integrante do Sistema Cooperativista Nacional (LEAL, 2018).
3.1 Criação do SENAI
O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) foi criado em 1942, e em 1946 o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC) em meio ao contexto histórico e político supracitado. Ambos os projetos buscavam oferecer formação técnica ao trabalhador, já que essa era uma necessidade condizente com o desenvolvimento industrial da metade do século XX. Nesse cenário, a criação do SENAI representa a decisão das indústrias em participarem do treinamento da mão-de-obra. Os cursos oferecidos pelo SENAI, sob a administração da Confederação Nacional das Indústrias, multiplicaram-se pelo país em meados do século XX e sobreviveram às reformas políticas educacionais posteriores. Também representa a qualificação e novas oportunidades para pessoas da classe operária e pessoas que enfrentavam problemas econômicos na época, daí sua extrema importância.
3.2 Objetivos do SENAI
O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial é uma instituição privada brasileira de interesse público, e sem fins lucrativos, com personalidade jurídica de direito privado, estandofora da administração pública. Foi apontado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2014 como uma das principais instituições educacionais do Hemisfério sul. O principal objetivo do SENAI é apoiar 281 áreas industriais através da formação de recursos humanos e da prestação de serviços técnicos e tecnológicos. Os programas de capacitação profissional são viabilizados por meio das modalidades de aprendizagem, habilitação, qualificação, aperfeiçoamento, técnico, superior e pós-graduação. Também presta serviço tecnológico – assessoria, consultoria, pesquisa aplicada, design, serviço laboratorial, informação tecnológica. Muitos cursos são ministrados de forma presencial ou a distância.
A implantação do Senai foi um elemento essencial para atender as mudanças geradas pelo aprofundamento do capitalismo no Brasil. Ele é um dos cincos maiores complexos de educação profissional do mundo e o maior da América Latina e reconhecido como modelo de educação profissional, pela qualidade dos serviços que promove e pela aposta em formatos educacionais diferenciados e inovadores.
3.3 Formas de atuação
O SENAI está entre as maiores instituições a teorizar o Serviço Social em seu esquema de atuação. Essa atuação pode ocorrer de várias formas, a mais conhecida é através da qualificação e capacitação profissional, é possível que empresas certifiquem seus colaboradores de acordo com algum nível de conhecimento específico, além disso também são ofertados cursos presenciais e a distância, que podem variar nas seguintes áreas: Eletroeletrônica, Mecânica Automotiva, Tecnologia da Informação, Alimentos e Bebidas, Confecção do Vestuário, Refrigeração e Climatização, Metalmecânica, Gestão, Segurança do Trabalho e Logística.
Também são realizadas ações inclusivas. No ano de 1999 o SENAI criou a Unidade de Educação Profissional, estabelecendo um amplo atendimento a deficientes físicos, mentais, auditivos, visuais e múltiplos, bem como, superdotados (altas habilidades) em suas unidades operacionais. Atualmente é chamado de Programa SENAI de Ações Inclusivas (PSAI) que além de atender ao contingente de pessoas com necessidades especiais, promove o acesso aos cursos do SENAI para mulheres, negros e índios e a requalificação profissional de pessoas idosas. O grande foco é oportunizar a educação profissional para todos os cidadãos que por algum motivo sociocultural, econômico ou por preconceito, são tolhidos de exercer esse Direito constitucional.
Ações moveis são realizadas para atender a centenas de comunidades desassistidas, nos mais distantes pontos do Brasil, o programa transforma exclusão social e desemprego em cidadania e empreendedorismo. Por meio de cursos rápidos, o programa capacita profissionais nas mais diferentes áreas de ensino. Mesmo coma distancia esse programa busca preparar pessoas para exercerem atividades produtivas de forma autônoma. Geralmente usando um kit de ensino é realizado uma capacitação dentro de comunidades no interior do país. Este kit pode ser simplesmente enviado para localidade ou instalado em um caminhão, barco ou ônibus.
Além disso, o SENAI também oferece a oportunidade para que as empresas certifiquem seus colaboradores de acordo com algum nível de conhecimento específico.  Neste caso, uma pessoa com um grau de conhecimento específico pode receber um certificado de conhecimento através de avaliações nestas unidades certificadoras de forma mais acessível e democrática.
Esses são apenas alguns projetos realizados e ofertados dentro do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Desde sua criação, em 1942, já formou mais de 73 milhões de trabalhadores em 28 áreas da indústria e está presente em mais de 2 mil municípios brasileiros e oferece cursos em todos os níveis da educação profissional e tecnológica.
4. CONCLUSÃO 
As péssimas condições de trabalho associadas ao crescimento urbano acelerado resultaram em uma condição de extrema pobreza das classes trabalhadoras brasileiras, na década de 1940. Essa situação leva a uma agitação político-social. Com medo de uma ruptura social, a burguesia nacional se organizou com o objetivo de oferecer melhorias nas condições de vida da população. É dentro desse contexto que surge o SENAI com o claro intuito de apaziguamento da “questão social”.
Concluímos que O SENAI encenou uma nova postura do Estado e da burguesia frente a classe trabalhadora, postura essa na qual a educação surge como meio, para a conservação e reprodução da força de trabalho da classe operária. Foi o início de um processo em que incorporou o assistente social nas empresas privadas, mais especificamente, nas indústrias, processo que foi adensado posteriormente com a instituição do SESI. Nesse sentido de adequação é que o Serviço Social é introduzido; incorporado ao SENAI, os Assistentes Sociais para além de sua atuação assistencialista aliadas a atividades de cunho higienistas de controle da ordem a favor da moral burguesa.
Pode-se observar que além de garantir a boa disposição e melhor capacitação para o trabalhador, com objetivo de alcançar um serviço mais eficiente, podemos notar a promoção do bem-estar desse individuo, e a oportunidade de qualificação profissional de forma mais acessível e democrática para toda uma parcela da população, que se encontra desfavorecida em vários âmbitos. O acesso a educação e certificação pode gerar alguma forma de renda para a maioria da sociedade que se encontram em situação de desigualdade, dessa forma amenizando um dos ramos das questões sociais que afetam as famílias do nosso país, insegurança alimentar, moradia, segurança, saneamento básico, essas e muitas outras questões que são enfrentadas diretamente todos os dias pelo profissional do Serviço Social.