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estudo de caso l saúde mental

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A história da loucura, segundo Michel Foucault é definida a partir da maneira como a sociedade lida como fenômeno, destacando a exclusão como maneira hegemônica em diversos contextos. Para Foucault (2006) a loucura é concebida pela sociedade em consonância com os interesses políticos, econômicos e culturais. A idade média compreende o período histórico entre os séculos V e XV, durante esse momento, os registros históricos expressam que a sociedade considerava os loucos com aqueles que, de forma extravagante, falavam a verdade. Nesse período havia práticas médicas, magias e religiosos ( exorcismo, queima, como bruxos, acorrentar) para a loucura, e muitos que não eram protegidos por suas famílias vagaram pelos campos e cidades. Ao final do século XVlll inicia o que Foucault (2006) chamou de grande internação, que se constituiu numa forma universal e predominante de tratar os loucos consistindo no isolamento social, torturas físicas e psicológicas. Um grande aumento de asilos e instituições psiquiátricos nos quais os desmoralizados pessoas com doenças venéreas, lascivos, blasfemadores e suicidas eram internados e a loucura se misturou a outras experiências que tinham desrazão como ponto comum. Com a finalidade de curar a loucura, as instituições de internação se especializaram e assim nasceram o manicômio e a especialidade médica psiquiátrica. Com os loucos agrupados, iniciou-se o trabalho clínico de observação, descrição de sintomas e categorização de doenças.
Nise da Silveira foi uma psiquiatra brasileira reconhecida por transformar o tratamento de saúde mental no Brasil em meados do século XX. Nise desenvolveu um importante trabalho no Centro Psiquiátrico Nacional Pedro II, Engenho de Dentro no Rio de Janeiro. Em 1944 ingressou na instituição uma verdadeira luta contra os métodos violentos de tratamento que eram comuns na época. Nise valorizava o tratamento humanizado e inseriu a pintura e modelagem em argila como técnicas de atendimento, possibilitava que as pessoas se expressassem através da arte, transmitindo em cores, formas e símbolos suas angústias mais profundas, no que mais tarde foi chamado de arterapia. Nise foi pioneira na terapia ocupacional, através das pinturas e esculturas os esquizofrênico demonstravam muita criatividade e imaginação.
A Reforma psiquiátrica ( lei 10.216, de 2001), teve marca registrada o fechamento gradual de manicômios e hospícios. A lei Antimanicomial, que promoveu a reforma tem como diretriz principal a internação do paciente somente se o tratamento fora do hospital se mostrar ineficaz. Em substituição aos hospitais psiquiátricos, o ministério da saúde determinou, em 2002 a criação dos centros de atenção psicossocial (CAPs) em todo o país. Os CAPs são espaços para o acolhimento de pacientes com transtorno mentais, em tratamento não hospitalar.
A reforma psiquiátrica brasileira objetiva não somente a desinstitucionalizacão da loucura, por meio da extinção dos manicômios, mas também defende os direitos das pessoas em sofrimento psiquiátrico e orienta mudanças na assistência em saúde dessa população .

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