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Pedologia e Formação de Solos Pedologia e Formação de Solos A Pedologia consiste no estudo do Solo (Pedo = solo) e é considerada uma ciência, não sendo portanto um ramo da Geologia. A pedogênese ou formação do solo é estudada pela Pedologia, cujas noções básicas e conceitos fundamentais foram definidos em 1877, pelo cientista russo Dokuchaev. Até esta época: visão geológica considerava o solo como sendo um manto de fragmentos de rocha e produtos de alteração, que reflete unicamente a composição da rocha que lhe deu origem. Pedologia e Formação de Solos Os fatores de formação dos solos são: Material de Origem, Organismos, Clima, Relevo e Tempo. Ou seja: Solo = f (Material de Origem, Organismos, Clima, Relevo, Tempo) O Material de Origem do solo, é, principalmente, a rocha. Pedologia e Formação de Solos O Material de Origem do solo, é, principalmente, a rocha. Geologia (do grego Geo = Terra; logos = ciência) é a ciência da Terra. A Petrologia e a Mineralogia são ramos da Geologia que estudam respectivamente as rochas e minerais. Os minerais constituem as rochas. No solo há minerais provenientes das rochas (minerais primários) e minerais formados a partir da alteração dos minerais primários (minerais secundários). Pedologia e Formação de Solos Existência de solos diferentes desenvolvidos a partir de uma mesma rocha de origem - concepção sobre o que é o solo passou a ter uma conotação mais genética, onde o solo é identificado como um material que evolui no tempo. 1898 - Dokuchaev consolida a concepção de que as propriedades do solo são resultado dos fatores de formação do solo que nele atuaram e ainda atuam, a saber: material de origem, clima, organismos, topografia(relevo) e tempo. Pedologia e Formação de Solos Material de Origem O material de origem de um solo pode ser uma rocha ou um sedimento inconsolidado, aluvial (depósito de rio), ou coluvial (depósito de material no sopé das elevações). Pedologia e Formação de Solos Tempo A rigor, o início da formação de um solo ocorre quando uma rocha sã começa a ser alterada, ou um evento de sedimentação se encerra, e a partir daí começam a ocorrer os processos de formação do solo. Mas como existe a erosão atuando em sentido contrário à pedogênese, é difícil precisar o início exato da formação do solo. O uso do termo tempo/idade em pedologia normalmente está relacionado à maturidade, ao grau de desenvolvimento de um solo. Pedologia e Formação de Solos Clima (precipitação e temperatura) O clima é o fator que, isoladamente, mais contribui para o intemperismo. Determina o tipo e a velocidade do intemperismo em uma dada região. Os dois parâmetros climáticos mais importantes são a precipitação e a temperatura, regulando a natureza e a velocidade das reações químicas, sendo necessário que exista água no sistema. Água está envolvida diretamente no processo, seja como solvente, seja indiretamente, favorecendo a instalação de seres vivos que irão acelerar o intemperismo (erosão) e produtos solúveis (lixiviação) Pedologia e Formação de Solos Organismos Compreende os vegetais, animais, bactérias, fungos, liquens, os quais têm influencias dinâmicas nos processos de formação do solo. Exercem ações físicas e químicas sobre o material de origem e continuam a atuar no perfil do solo. Estas ações podem ser conservadoras e transformadoras. Pedologia e Formação de Solos Organismos Conservadoras: a interceptação da chuva pela parte aérea dos vegetais, o sombreamento da superfície (diminuindo a amplitude térmica), assim como a retenção de solo pelas raízes das plantas, etc. Transformadoras: ação dos organismos no intemperismo físico e químico das rochas, a mobilização de sólidos por animais, e a reciclagem de nutrientes e incorporação de matéria orgânica pelos vegetais. Pedologia e Formação de Solos Topografia (relevo) A topografia regula a velocidade do escoamento superficial das águas pluviais (o que também depende da cobertura vegetal) e, portanto, controla a quantidade de água que se infiltra nos perfis, de cuja eficiência depende o fluxo vertical de solutos e colóides, assim como o fluxo lateral de partículas sólidas pela erosão. Pedologia e Formação de Solos Topografia (relevo) O intemperismo se acentua quanto mais a água se infiltrar pelo perfil do solo, levando os produtos mais solúveis do intemperismo. Por outro lado, se as partículas sólidas da superfície do solo forem arrastadas pelo escorrimento lateral (erosão), o equilíbrio pedogênese/erosão se deslocará no sentido de manter o solo com menor espessura, ou seja, mais próximo do material de origem. Pedologia e Formação de Solos PROCESSOS GERAIS DE FORMAÇÃO DO SOLO São processos que produzem as modificações que ocorrem no solo devido à atuação dos fatores de formação do solo. Consistem de adição, remoção ou perda, transformação e translocação. A ação mais ou menos pronunciada de um ou mais desses processos gerais conduz aos chamados processos específicos de formação do solo. Pedologia e Formação de Solos PROCESSOS GERAIS DE FORMAÇÃO DO SOLO São processos que produzem as modificações que ocorrem no solo devido à atuação dos fatores de formação do solo. Consistem de adição, remoção ou perda, transformação e translocação. A ação mais ou menos pronunciada de um ou mais desses processos gerais conduz aos chamados processos específicos de formação do solo. Pedologia e Formação de Solos PROCESSOS GERAIS DE FORMAÇÃO DO SOLO Adição Compreende qualquer contribuição externa ao perfil do solo. Entre estas, consideram-se a adição de matéria orgânica (restos orgânicos de animais e vegetais), poeiras e cinzas trazidas pelo vento, materiais depositados tanto por enchentes como por movimentos de massa nas encostas, gases que entram por difusão nos poros do solo (CO2, O2, N2), adubos, corretivos, agrotóxicos, adição de solutos pela chuva, etc. Pedologia e Formação de Solos PROCESSOS GERAIS DE FORMAÇÃO DO SOLO Remoção ou perda Compreende as perdas de gases, líquidos ou sólidos sofridas por uma determinada porção de solo, podendo ser em superfície ou em profundidade. As primeiras compreendem a exportação de nutrientes pelas colheitas, perdas de compostos voláteis por queimadas, perdas por erosão hídrica ou eólica, etc. As perdas em profundidade compreendem lixiviação de solutos pelo lençol freático, perdas laterais de soluções com íons reduzidos (Fe, Mn), etc. Pedologia e Formação de Solos PROCESSOS GERAIS DE FORMAÇÃO DO SOLO Translocação É caracterizada pelo movimento de materiais de um ponto para o outro dentro do perfil do solo. São processos de translocação, entre outros, o movimento de argilas e/ou solutos de um horizonte para o outro no perfil, o preenchimento de espaços deixados por raízes decompostas, cupins, minhocas, formigas, etc., o movimento de materiais promovido pela atividade agrícola, e o preenchimento de vazios provocados pela contração de solos ricos em argilas expansivas, como a montmorilonita). Pedologia e Formação de Solos PROCESSOS GERAIS DE FORMAÇÃO DO SOLO Transformação São processos que consistem na transformação física, química ou biológica dos constituintes do solo, envolvendo síntese e decomposição. Tranformações físicas incluem quebras de minerais e rochas, umedecimento e secagem do solo com quebra de agregados, compressão provocada pelo crescimento de raízes, etc. Transformações químicas consistem dos processos de intemperismo químico já conhecidos, assim como a neoformação de minerais da fração argila do solo. Pedologia e Formação de Solos Horizontes de Solo Pedologia e Formação de Solos • Horizonte O (Orgânico) Oi – plantas e animais ligeiramentedecompostos Oe – medianamente decompostos Oa – alto grau de decomposição Horizonte A – nível mineral mais elevado. Contem forte mistura de material orgânico. Pedologia e Formação de Solos • Horizonte E Apresentam o máximo de lixiviação ou eluviação de argila, ferro, óxidos. Horizonte B – iluviação de materiais se realizou. Máximo de acúmulo de óxidos de ferro, alumínio e argilas. Horizonte C – material não consolidado. Pedologia e Formação de Solos • Eluviação – perda de material argiloso (ex.: constituintes solúveis) • Iluviação – ganho de material oriundo da camada superior. Pedologia e Formação de Solos Horizontes de Solo Horizonte pedogenético: corresponde a cada uma das seções do solo resultante dos processos pedogenéticos, as quais guardam relações pedogenéticas entre si. Cada uma das seções está separada da outra por variações em aspectos morfológicos (cor, textura, estrutura, porosidade, consistência etc) ou em sua constituição. Pedologia e Formação de Solos Horizontes de Solo Horizonte diagnóstico: corresponde a uma seção do solo que apresenta determinados atributos selecionados. Devido ao fato de as manifestações antrópicas serem menos acentuadas em profundidade, os pedólogos utilizam na diagnose das classes de solos os horizontes de subsuperfície, com algumas exceções. Pedologia e Formação de Solos Horizontes de Solo Constitui-se um parâmetro diferencial na classificação dos solos caracterizado pelo maior ou menor teor de material orgânico versus material mineral existente nos horizontes A e B, respectivamente. Os horizontes diagnósticos são utilizados para classificação dos solos, possuindo valores determinados através de análises químicas e físicas, de maneira a agrupar solos semelhantes em classes semelhantes. Pedologia e Formação de Solos Horizontes de Solo Horizontes A • São organo-minerais, e constituem o primeiro horizonte do solo, frequentemente alterados pelo homem; são ricos em matéria orgânica em comparação aos horizontes subjacentes, a depender do clima, da cobertura vegetal, do tipo de rocha, da topografia, etc; apresentam cores mais escuras do que aquelas dos horizontes inferiores devido à presença da matéria orgânica. Pedologia e Formação de Solos Horizontes de Solo Horizontes A Pedologia e Formação de Solos Horizontes de Solo Horizontes diagnósticos superficiais Horizonte A antrópico • É um horizonte formado ou modificado pelo uso contínuo do solo pelo homem, como local de residência ou cultivo, por períodos prolongados, com adição de material orgânico em mistura ou não com material mineral, ocorrendo, às vezes, fragmentos de cerâmica e restos de ossos e conchas. • Exemplo: a camada escura dos sambaquis catarinenses representa A antrópico. Pedologia e Formação de Solos Horizontes de Solo Horizonte A fraco • Horizonte mineral, fracamente desenvolvido, seja pelo reduzido teor de colóides minerais ou orgânicos ou por condições externas de clima e vegetação, como as que ocorrem na zona semi-árida, com vegetação de caatinga. • Apresentam estrutura em grãos simples, maciça ou com grau fraco de desenvolvimento; teor de carbono orgânico inferior a 0,6%; espessura menor que 5cm. • É um horizonte pobre em matéria-orgânica, sendo em geral de textura arenosa, apresenta baixa capacidade de retenção de cátions. São solos bastante permeáveis. Pedologia e Formação de Solos Horizontes de Solo Pedologia e Formação de Solos Horizontes de Solo Horizonte A chernozêmico • Horizonte superficial com estrutura granular moderada a fortemente desenvolvida, consistência seca, no máximo dura, de cor escura, teor de carbono orgânico superior a 0,6%, alta saturação por bases (V% ≥ 65) e espessura igual ou superior a 10cm se o horizonte A é seguido de rocha, ou igual ou superior a 18cm se o solo tiver menos de 75cm de espessura, ou espessura igual ou superior a 25 cm se o solo for mais espesso. • É um horizonte com excelentes propriedades físicas e químicas, típica de solos bastante férteis. • Geralmente apresentam horizontes subsuperficiais também ricos em nutrientes. Pedologia e Formação de Solos Horizontes de Solo Pedologia e Formação de Solos Horizontes de Solo Horizonte A húmico • Horizonte superficial de cor escura e saturação por bases inferior a 65%. • A gênese deste horizonte ainda não é totalmente conhecida, mas parece constituir uma relíquia de condições climáticas pretéritas favoráveis à formação dessas espessas camadas adicionadas de argilahúmus. • Apresentam, em geral, estrutura pequena média granular, consistência macia a ligeiramente dura quando seco e friável quando úmido, além de boa permeabilidade. • É vendido como “terra preta” para jardins, apesar de a maioria ser de baixa fertilidade. Pedologia e Formação de Solos Horizontes de Solo Pedologia e Formação de Solos Horizontes de Solo Horizonte A proeminente • Apresenta todos os requisitos do A chernozêmico, exceto a saturação por bases (V%), que é inferior a 65%. Difere do horizonte A húmico por não satisfazer a conjugação de espessura e teor de carbono requerida para este horizonte. • São horizontes mais pobres em matéria orgânica e menos espessos que os horizontes A húmicos. Pedologia e Formação de Solos Horizontes de Solo Horizonte hístico • É um horizonte superficial, anteriormente denominado horizonte turfoso, é resultante da deposição e decomposição de vegetais. • Quando apresenta 40cm ou mais de profundidade é considerado diagnóstico para identificar um Organossolo. Pedologia e Formação de Solos Horizontes de Solo • É de constituição orgânica, escuro, espessura > 20cm quando sobre material mineral, compreende materiais depositados sob condições de excesso d'água por longos períodos ou todo o ano, devendo atender um dos itens a seguir: • 12% ou mais de Carbono orgânico se tiver 60% ou mais de argila; • 8% ou mais de Carbono orgânico se não contém argila; • porcentagem intermediária de Carbono orgânico proporcional a variações dos teores de argila entre 0 e 60%. Pedologia e Formação de Solos Horizontes de Solo Pedologia e Formação de Solos Horizontes de Solo Horizonte A moderado • Estão incluídos nesta categoria horizontes superficiais que não se enquadram no conjunto das definições dos demais horizontes A. • É o horizonte superficial mais comum entre os solos brasileiros, ocorrendo desde solos situados em planícies aluviais, mal drenados, até solos excessivamente drenados, arenosos, das partes altas. • Em geral, sua espessura varia de 20 a 35cm. Pedologia e Formação de Solos Horizontes de Solo • São horizontes que não se enquadram em nenhuma das categorias acima descritas. Em geral o horizonte A moderado difere dos horizontes A chernozêmico, proeminente e húmico pela espessura e/ou cor e do A fraco pelo teor de carbono orgânico e estrutura, não apresentando ainda os requisitos para caracterizar o horizonte hístico ou o A antrópico. Pedologia e Formação de Solos Horizontes de Solo Pedologia e Formação de Solos Horizontes de Solo Horizontes subsuperficiais • Um solo é dito maduro quando, depois de sujeito por longo período a diferentes condições climáticas, adquire características peculiares. A seção de um solo maduro mostra um perfil constituído por três horizontes principais, designados A, B e C, que diferem em cor, textura, estrutura e composição e variam em espessura. De forma grosseira diz-se que: • *Horizonte A é fofo, rico em matéria orgânica • *Horizonte B, rico em argilas ou em minerais de ferro e pobre em húmus, • *Horizonte C corresponde principalmenteà rocha decomposta Pedologia e Formação de Solos Horizontes de Solo Pedologia e Formação de Solos Horizontes de Solo Horizonte B textural • Apresenta textura franco-arenosa ou mais fina (mais de 15% de argila), onde houve incremento de argila, resultante da acumulação decorrente de processos de iluviação e/ou formação in situ, sendo o conteúdo de argila neste horizonte maior do que no horizonte A. Mudança textural abrupta com grande aumento de argila total do horizonte A para B. • O desenvolvimento da estrutura e da cerosidade são critérios determinantes na identificação de B textural. • É diagnóstico das ordens: Argissolo, Chernossolo, entre outros. Pedologia e Formação de Solos Horizontes de Solo Pedologia e Formação de Solos Horizontes de Solo Horizonte B incipiente • Deve ter, no mínimo, 10cm de espessura e não mais que 50cm. Predominância de cores brunadas, amareladas e avermelhadas, podendo conter também cores acinzentadas com mosqueados. 4% ou mais de minerais primários alteráveis. • Reflete estágio de intemperismo pouco acentuado. • Predominam as texturas média e argilosa. • É um horizonte diagnóstico da classe dos Cambissolos. Pedologia e Formação de Solos Horizontes de Solo Pedologia e Formação de Solos Horizontes de Solo Horizonte vértico • É um horizonte subsuperficial que, devido a expansão e contração das argilas, apresenta feições pedológicas típicas, que são as superfícies de fricção (slickensides). • Sua textura mais freqüente varia de argilosa a muito argilosa, com presença de argilas expansivas (esmectitas), com teores de argila superiores a 30%. • Apresenta espessura mínima de 20cm. • Horizonte da ordem dos Vertissolos. • São solos muito suscetíveis a erosão Pedologia e Formação de Solos Horizontes de Solo Pedologia e Formação de Solos PROCESSOS ESPECÍFICOS DE FORMAÇÃO DO SOLO São caracterizados como processos específicos de formação de solos, aqueles em que ocorre atuação destacada de um ou mais dos processos gerais de adição, remoção, translocação ou transformação, de formação do solo. Os principais processos específicos de formação do solo são: latossolização, podzolização, hidromorfismo, salinização. Pedologia e Formação de Solos PROCESSOS ESPECÍFICOS DE FORMAÇÃO DO SOLO Latossolização É o processo específico de formação dos latossolos, no qual sobressaem os processos gerais de remoção e transformação. Nesse processo, os fatores ativos de formação do solo (clima e organismos) apresentam uma ação intensa por um longo tempo, em uma condição de relevo que propicia a remoção de sais solúveis e a transformação acentuada de minerais, em busca de uma condição de equilíbrio, resultando no acúmulo de minerais mais estáveis como argilominerais 1:1 (caulinita) e óxidos de Fe e Al. Pedologia e Formação de Solos PROCESSOS ESPECÍFICOS DE FORMAÇÃO DO SOLO Latossolização O solo vai se tornando mais ácido, aproximando o seu pH ao pH onde ocorre a neutralidade de carga das argilas. Esta aproximação da neutralidade de cargas no solo diminui o movimento das argilas, provocado pela repulsão entre cargas de igual sinal, leva à floculação, e em seguida à formação de agregados pequenos e deforma granular, que passam a ser fortemente cimentados por óxidos de Fe e Al. Esta estrutura permite que os latossolos apresentem uma alta permeabilidade e arejamento, semelhante a solos arenosos, mesmo que contenham elevados teores de argila. Pedologia e Formação de Solos PROCESSOS ESPECÍFICOS DE FORMAÇÃO DO SOLO Latossolização Os latossolos ocupam extensos chapadões planos onde a água em abundância se infiltrou profundamente, causando intensa lixiviação e acentuado intemperismo. Estas condições podem não mais existir atualmente, fazendo com que se encontrem latossolos associados a relevo acidentado em condições climáticas que favorecem menos a latossolização. Sendo estes solos muito intemperizados, as evidências do material de origem são mais difusas do que em solos jovens. O material intemperizado foi intensamente revolvido pelos organismos vivos (formigas, cupins, raízes mortas etc) e transportados grandes distancias na paisagem por ação dos agentes erosivos (vento, chuvas, cursos d´água etc.). Esses agentes promovem mistura de substratos de diferentes origens. Pedologia e Formação de Solos PROCESSOS ESPECÍFICOS DE FORMAÇÃO DO SOLO Podzolização Este processo específico é caracterizado pela translocação de argila e de compostos organo- minerais dentro do perfil. Mesmo que a translocação seja um processo de destaque, os processos de adição, perda e transformação também ocorrem. Dois grandes grupos de solos apresentam a podzolização: os Argissolos (antigos podzólicos)1, Espodossolos (antigos Podzóis). Além destes temos os Luvissolos (antigos Bruno não cálcicos) e Planossolos. Pedologia e Formação de Solos PROCESSOS ESPECÍFICOS DE FORMAÇÃO DO SOLO Nos Espodossolos é notável a translocação de complexos de matéria orgânica e óxidos de ferro e/ou alumínio de um horizonte eluvial (E) para umhorizonte espódico (Bhs) onde estes complexos se precipitam. Estes solos são formados a partir de material arenoso e sob condições que facilitam o acúmulo superficial de matéria orgânica e a acidólise (baixas temperaturas ou hidromorfismo acentuado). Pedologia e Formação de Solos PROCESSOS ESPECÍFICOS DE FORMAÇÃO DO SOLO Os solos Argissolos apresentam translocação de argila dos horizontes mais superficiais para um horizonte mais profundo (horizonte de acumulação de argila translocada, Horizonte B Textural – Bt). São bem mais argilosos do que os podzóis e são formados em condições de alternância de ciclos de umedecimento e de secagem (clima com estações seca e úmida definidas, ou posição na paisagem que permita tal alternância, tal como sopé de encostas). O movimento descendente da argila no perfil, leva ao entupimento de macroporos no horizonte B, facilitando a erosão no horizonte superficial. Pedologia e Formação de Solos PROCESSOS ESPECÍFICOS DE FORMAÇÃO DO SOLO Salinização (ou halomorfismo) É o processo específico de formação de solos que apresentam acumulação de sais no perfil. É comum nesses solos o processo de adição de sais pelo lençol freático ou pela erosão das elevações circundantes. Esses solos estão associados a planícies ou depressões onde a drenagem é deficiente e a precipitação pluviométrica é menor do que a evapotranspiração. Pedologia e Formação de Solos PROCESSOS ESPECÍFICOS DE FORMAÇÃO DO SOLO Salinização (ou halomorfismo) Os solos formados por esse processo tem suas características diferenciadas conforme a assembléia de cátions (principalmente Ca+2, Mg+2, Na+, H+) que satura as cargas de suas argilas e são reconhecidos pelos atributos: - caráter sódico: saturação das cargas por Na > 15%. - caráter solódico: saturação das cargas por Na > 6% e < 15%. - caráter salino: condutividade elétrica > 4 ds/m2 e < 7 ds/m2. - caráter sálico: condutividade elétrica > 7 ds/m2. Exemplo de classes de solos: Gleissolos Sálicos (antigos Solonchaks) e Planossolos Nátricos (antigos Solonetz solodizado). São solos encontrados no Nordeste brasileiro e no Pantanal Mato-grossense. Pedologia e Formação de Solos PROCESSOS ESPECÍFICOS DE FORMAÇÃO DO SOLO Hidromorfismo Neste processo específico de formação de solos, alguns horizontes do solo estão sujeitos à submersão contínua ou durante a maior parte do tempo. Os processos gerais de formação do solo que mais se destacam são a transformação de minerais passíveis de redução, e a adição de matéria orgânica, que se acumula devido à menor taxa de decomposição. Pedologia e Formação de Solos PROCESSOS ESPECÍFICOS DE FORMAÇÃO DO SOLO Hidromorfismo A menor quantidade de oxigênio dosolo, causada pelo excesso de água, permite a proliferação de organismos anaeróbicos que, neste ambiente de baixo potencial de oxi-redução, reduzem o Fe3+ dissolvido na solução do solo, usando-o como receptor de elétrons no processo de oxidação dos compostos de carbono. Essa forma solúvel do Fe está em equilíbrio químico com os óxidos de ferro (Fe(OH)3 ↔ Fe3+ + 3OH-) e, uma vez consumida na solução, desloca a reação para dissolução das formas minerais cristalizadas (hematita e goethita). Assim, as argilas oxídicas ferruginosas vão sendo consumidas e o solo vai perdendo as cores vivas (vermelha e amarela) . Pedologia e Formação de Solos Classificação dos solos (EMBRAPA) A última versão do Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (SiBCS)1 é dividida em 13 ordens de solo. São elas: Argissolo, Cambissolo, Chernossolo, Espodosso, Gleissolo, Latossolo,Luvissolo, Neossolo, Nitossolo, Organossolo, Planossolo, Plintossolo e Vertissolo. Essas classes são divididas em seis níveis categóricos, sendo os primeiros quatro deles (ordem, subordem, grande grupo e subgrupo) os mais desenvolvidos. O quinto e sexto níveis categóricos (família e série) ainda se encontram em desenvolvimento. http://pt.wikipedia.org/wiki/Sistema_Brasileiro_de_Classifica%C3%A7%C3%A3o_de_Solos#cite_note-1 Pedologia e Formação de Solos Classificação dos solos (EMBRAPA) Sistema Brasileiro de Classificação de Solos 1º nível categórico (ordens) 2º nível categórico (subordens) 3º Nível Categórico (grandes grupos) 4º Nível Categórico (subgrupos) 5º Nível Categórico (famílias, em discussão) 6º Nível Categórico (séries, não definidas no país) Pedologia e Formação de Solos Pedologia e Formação de Solos Classificação Brasileira de Solos – Anterior a 1999 Pedologia e Formação de Solos Classificação Brasileira de Solos – Posterior a 1999 Pedologia e Formação de Solos • Solo – recurso finito e não renovável Uma vez destruído, na escala de algumas gerações, desaparece para sempre. Solos de florestas – sistemas frágeis, destruídos por desmatamentos. Brasil – 75% de depósitos lateríticos (exceto NE e subtropical Sul) Pedologia e Formação de Solos • Preservação de mineral primário de interesse. Ex. Fe • Destruição do mineral primário e formação de minerais secundários mais ricos. Ex.: Níquel e Manganês