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Anterioridade da Lei
Art. 1° - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal. (Redação dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) (1).
Vide nota abaixo:
(1) O princípio da irretroatividade dogma fundamental do Direito penal é envolvido com princípio da legalidade (nullum crimen nulla poema sine legge) expresso na Constituição Federal em seu art. 5°, inciso XXXIX que preceitua "não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal".
Nenhum comportamento pode ser considerado crime sem uma lei anterior que defina sua prática. A exceção à regra quando for a benefício do réu sendo matéria constitucional entronizado em nossa Carta Magna, ao dispor que a "a lei penal não retroagira, salvo para beneficiar o réu" (art. 5°, XL).
Esse princípio da legalidade é base do estado de Direito é a submissão de todo o poder a Lei e garantia inarredável garantia da liberdade individual, expressão máxima do estado liberal o marco civilizatório que surgiu com Revolução Francesa quando foram derrubados os muros do totalitarismo dentro do princípio da "legalita". Como define o jurista francês Júlio de La
Miranère: é "uma das mais preciosas garantias da liberdade individual contra o arbítrio da repressão"
Embarca o princípio da anterioridade da Lei o período de vacacio legis prazo legal para população adaptar as novas normas o período da publicação da lei até sua vigência.
Notas:
Súmula 722 do Supremo Tribunal Federal :
"São da competência legislativa da União a definição dos crimes de responsabilidade e o estabelecimento das respectivas normas de processo e julgamento."
Pacto de Pacto de São José da Costa Rica(Decreto n. 678m de 6-11-1992.
Artigo nono: Princípio da Legalidade e da Retroatividade Ninguém pode ser condenado por ações ou omissões que, no momento em que forem cometidas, não sejam delituosas, de acordo com o direito aplicável. Tampouco se pode impor pena mais grave que a aplicável no momento da perpetração do delito. Se depois da perpetração do delito a lei dispuser a imposição de pena mais leve, o delinqùente será por isso beneficiado.
Lei penal no tempo
Art. 2° - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória. (1)
Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado. (Incluído pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984). (2)
Vide nota abaixo:
(1) O jus puniende estatal somente é cabível se o agente pratique uma transgressão é a conduta seja expressamente prevista em Lei. "Sob pena do princípio da reserva legal
externado pelo brocardo nullum crimen, nulla poena sine lege praevia".
O caput do artigo em comento abrange o princípio abolitio criminis e a Lei posterior mais benéfica ao transgressor. É a retroatividade da Lei em favorecimento do agente infrator garantia constitucional l no art. 5°, inciso XL.
A Lei benéfica (Lex mitior) no diapasão da súmula 611 do Supremo Tribunal Federal pode ser aplicada até mesmo em execução de sentença: "Transitada em julgado à sentença condenatória, compete ao juízo das execuções à aplicação de lei mais benigna".
(2) A Lei penal mais benéfica deverá ser aplicada pelo juiz de Ofício independente de aprovação ou provocação do imputado. Não ocorrendo através de simples petição ao juiz de conhecimento ou da execução pela defesa aplicação do benefício da disposição legislativa mais benéfica. O habeas corpus ou até mesmo revisão criminal são medidas ensejadoras para garantia extinção da punibilidade ou a readequação da dosimetria.
Notas:
Súmula do Supremo Tribunal Federal 711:
A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência.
Artigo 5°, XL CF
XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;
Lei excepcional ou temporária
Art. 3° - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência. (1)
(1) A lei excepcional é aquela que vigem durante situações de emergência de absoluta anomalia que refoge de situações normais da vida social, como guerra, catástrofes e questão sanitárias são transitórias perdurando durante um determinado tempo ou cessadas as circunstâncias que determinaram a excecionalidade da medida.
Exemplo recente e a pandemia ocasionada pelo convi-19, a Lei número 13.979 de 6 fevereiro
2020: "Dispõe sobre as medidas para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus", que dispõe medidas drásticas e transitórias para enfrentamento do vírus objetivando a proteção da coletividade.
Além da Lei foi editada a Portaria Interministerial n° 05, de 17 de março de 2020, imputando aos insurgentes os crimes de "Infração de medida sanitária preventiva" (Art. 268 do
Código Penal) e de "Desobediência" (Art. 330 do Código Penal).
Pela insegurança jurídica sujeito o arbitrariedade estatal e situações raríssimas o legislador deve editar leis de caráter excepcionais por poder afrontar o estado de direito e garantias
individuais por conter no bojo medidas compulsórias.
Tempo do crime
Art. 4° - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado. (1)
(1) O momento do crime é cometido (tempus déficit), é de relevância para o Direito Penal. Dentre as teorias da aplicação do momento do crime definidas pela doutrina o legislador pátrio optou pelo a do resultado, ou seja, no momento da ação ou omissão como sendo o momento do crime.
O momento da ação é o marco temporal para todos os reflexos da Lei Penal na orbita da perquirição acerca da imputabilidade do agente, prazo prescricional e outros fatores como enfoque em elementos normativos para eventual anistia.
Pouco importa o lapso temporal do resultado. Por exemplo, a vítima e baleada e levada para hospital onde permanece por muito tempo na Unidade Intensiva, sendo o resultado a morte ocorrer dois meses depois do crime, mas o fator determinante para todos os reflexos e o dia que vítima foi baleada.
No crime continuado enquanto se tiver consumando considera-se o tempo do delito e aplica-se nos termos da sumula 711 do STF: "A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência"
Territorialidade
Art. 5° - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional. (1)
§ 1° - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar. (2).
§ 2° - É também aplicável à lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em voo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil. (3).
Vide nota abaixo:
(1) Os princípios que norteiam a Lei Penal são regidos por dois princípios territorialidade e extraterritorialidade. A incidência da lei penal brasileiro aplica-se ao crime cometido em toda extensão do território nacional como princípio da expressão da soberania nacional.
Não se considera a nacionalidade do autor é da vítima, aplica-se dentro dos parâmetros do artigo em comento a Lei Penal brasileira.
(2) O território nacional constitui-se o espaço físico do território dentro dos liames das nossas fronteiras solo e subsolo, espaço aera e espaço marítimo a faixa de doze milhas náuticas medidas a partir da linha de baixo-mar do litoralcontinental, tudo conforme os tratados internacionais.
(3) As aeronaves e embarcações estrangeiras privadas, também são aplicáveis a legislação brasileira que se encontre no espaço nacional ou em pouso no território brasileiro.
A Lei brasileira não incide apenas no território onde estão localizadas as missões diplomatas estrangeiras. Possui de imunidade diplomática, o embaixador ou embaixatriz, respectiva família e pessoal administrativo, exceto empregados particulares não incidindo essa imunidade. Essa regra como sempre sob condição de reciprocidade, tudo em nome da boa relação internacional.
Notas:
Artigo quinto LII da Constituição Federal: Não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião" 
Artigo quinto LII "§ 4° da Constituição Federal: ": O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão"
Lugar do Crime
Art. 6° - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. (1)
(1) Na orbita do Direito Penal três teorias regem o local do crime, vejamos:
(a)- Teoria da atividade: É considerado o lugar do crime é aquele em que foi praticada a
conduta delituosa quer por ação ou omissão.
(b)-Teoria do resultado: Não importa para essa teoria o local da pratica delitiva, mas o local do resultado do evento criminoso, quanto o local do resultado.
(c)-Teoria Ubiquidade (ou mista). É a fusão das duas anteriores. Considera-se o lugar do crime como também lugar do resultado.
Dentro de várias teorias, mas a adotada pelo Código Penal brasileiro e teoria mista ou
Ubiquidade, considerando tanto o local da conduta como o local que produziu o resultado.
A título de exemplo cite-se um homicídio ocorrido na fronteira do Brasil com a Bolívia, o agente desfere vários tiros na vítima que claudicante atravessa a fronteira para o país vizinho vem falecer. A Lei brasileira nesta hipótese será aplicada.
Extraterritorialidade
Art. 7° - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: (1)
1 - Os crimes:
a contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; 
(2)
contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público; (3) 
b contra a administração pública, por quem está o seu serviço; (4)
c de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil. (5)
II - Os crimes:
a que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir; (6)
b praticados por brasileiro; (7)
c praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados. (8)
§ 1° - Nos casos do inciso l, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro. (9)
§ 2° - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das seguintes condições: (10)
a entrar o agente no território nacional; (11)
b ser o fato punível também no país em que foi praticado; (12)
estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição; (13)
d não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena; (14)
e não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável. (Incluído pela Lei n° 7.209, de 1984) (15)
§ 3° - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do
Brasil, se, reunidas as condições previstas no parágrafo anterior:
d não foi pedida ou foi negada a extradição;
e houve requisição do Ministro da Justiça. (Incluído pela Lei n° 7.209, de 1984) (16)
(1) O legislador elegeu situações especiais de grande reprovabilidade, extrapolando a regra geral a possibilidade de o Estado Brasileiro aplicar a nossa lei penal de um crime cometido fora do território nacional.
A menes leges do princípio da extraterritorialidade esboçado pelo artigo 7°. CP da defesa ou proteção da nacionalidade brasileira bem jurídico lesado no exterior. O princípio da justiça universal que visa punir os crimes de alcance internacional.
f No inciso I, letra "a" e proteção da vida ou a liberdade do Presidente da Republica: maior autoridade dos pais, chefe do Estado e Governo e chefe das forças armadas. A norma é valida mesmo no estrangeiro, pois quando o Presidente é atingindo a soberania nacional é violada pelo bem maior integralidade do Presidente.
g Inciso I, "b" O legislador adotou o princípio de defesa do patrimônio nacional, aplicando a legislação brasileira que incidirá sobre os crimes praticados contra ativos públicos brasileiros da União, Distrito Federal, Estado, Munícipios e empresas estatais.
h No item "c" contempla a tutela da lei penal brasileira os crimes cometidos contra
Administração pública por agente a serviço da mesma no exterior.
(5) Genocídio item "d' é aplicável à lei penal brasileira quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil praticar o crime de genocídio no exterior com aplicação do principio da justiça universal conta caráter supranacional reconhecida por convenções internacionais.
O crime de genocídio é tipificado na Lei 2889/56 que no seu artigo primeiro o define: "Quem, com a intenção de destruir, no todo ou em parte, grupo nacional, étnico, racial ou religioso, como tal".
Genocídio vide nota abaixo
i O inciso II "a" novamente o legislador para evitar a impunidade declinou aplicação da Lei brasileira que por tratado ou convenção se obrigou reprimir dentro do princípio da justiça universal o sujeito ativo será punido em qualquer território em face de gravidade do crime
j que afronta os direitos humanos básicos, por exemplo, o crime de tortura.
k O inciso II, "b" é contemplado o princípio da extraterrorialidade aplica-se a nacionalidade do agente não considerando o local do crime evitando que um brasileiro cometa um crime no exterior e buscando proteger a impunidade adentra em território brasileiro.
l Inciso II, "c Aplica-se aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcações brasileiras o princípio da representação ou de bandeira, sendo a competência da Justiça Federal processar e julgar o crime nos termos do artigo 109, inciso IX da Constituição Federal.
m Dentro do principio do non bis in idem o agente que responde por dois processos um no exterior e outro no Brasil a pena cumprida no exterior atenua imposta no Brasil nos termos do artigo 8°. Do Código Penal.
n As ocorrências do inciso II são extraterritorialidade condicionada depende das condições
enumeradas nos alíneas deste parágrafo:
(11) Entrar o agente no território nacional: De forma legal ou ilegal o agente no território nacional afim de gerar interesse punitivo.
(12) Ser o fato punível também no país em que foi praticado: A dupla tipicidade o crime cometido necessita ser infração penal nos dois países no Brasil e no estado onde foi
cometido o delito.
(13) Estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição: Conceito de extradição: "trata-se de um instrumento de cooperação internacional na repressão à criminalidade por meio do qual um Estado entrega a outra pessoa acusada ou condenada, para que seja julgada ou submetida à execução da pena
(Código Penal Comentado, Guilherme de Souza Nucci, Editora Rt, pág.95 7ª. Edição).
A constituição federal veda a extradição de brasileiro nato em nenhuma situação (art. 5°, LI).
Nesse mesmo inciso é vedada a extradição do brasileiro naturalizado. Há exceção para duas hipóteses: Quando o crime for praticado antes da naturalização ou comprovada a participação do tráfico ilícito de entorpecentes dos e drogas afins, na forma da lei.
(14) Não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena: Esse inciso consagra o principio bis in idem do Direito Penal que ninguém deverá serpunidos
duas vezes pelo mesmo fato.
(15) Não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável: É inaplicável a Lei brasileira do agente tenha recebido o perdão no país que cometeu o crime ou extinta a punibilidade seguindo o princípio nessa alínea da lei mais favorável.
(16) Para aplicação da Lei brasileira é necessário o conjunto de condições enumeradas nos incisos a e b do § 3° em comento não tenha sido pedida ou negada à extradição. E ausência de requisição pelo Ministro da Justiça.
Notas:
Genocídio
Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional(Decreto n.4.388. de 25-09-2002)
Art, 6°.:Para os efeitos do presente Estatuto, entende-se por "genocídio", qualquer um dos atos que a seguir se enumeram, praticado com intenção de destruir, no todo ou em parte, um grupo nacional, étnico, racial ou religioso, enquanto tal:
o Homicídio de membros do grupo;
p Ofensas graves à integridade física ou mental de membros do grupo;
q Sujeição intencional do grupo a condições de vida com vista a provocar a sua
destruição física, total ou parcial;
f Imposição de medidas destinadas a impedir nascimentos no seio do grupo;
g Transferência, à força, de crianças do grupo para outro grupo.
Artigo 88 do Código de Processo Penal:
"No processo por crimes praticados fora do território brasileiro, será competente o juízo da Capital do Estado onde houver por último residido o acusado. Se este nunca tiver residido no Brasil, será competente o juízo da Capital da República".
Pena cumprida no estrangeiro
Art. 8° - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas. (Redação dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984). (1)
Vide nota abaixo:
(1) É outra norma que consagra o princípio do "bis in idem, ou seja, dupla punição pelo cometimento do mesmo crime".
"Duas hipóteses são previstas: a diversidade qualitativa e da diversidade quantitativas das penas aplicadas. Se a divergência for de natureza qualitativa, a atenuação se faz imperiosa, ficando o quantum da pena a critério do magistrado. Se a divergência for meramente quantitativa o magistrado deverá deduzir, da pena a ser aplicada, aquela já cumprida. Ou idêntica ou inferior à pena que iria ser aplicada, nenhuma pena restará ser cumprida "(Curso
Completo de Direito Penal, Paulo José Costa, pagina 22)".
Notas:
O Decreto numero 5.919 de 3 de outubro de 2006: Promulga a Convenção Interamericana sobre o Cumprimento de Sentenças Penais no Exterior, concluída em Manágua, em 9 de junho de 1993, com reserva à primeira parte do parágrafo 2° do Artigo VII, relativa à redução dos períodos de prisão ou de cumprimento alternativo da pena.
Eficácia de sentença estrangeira
Art. 9° - A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei brasileira produz na espécie as mesmas consequências, pode ser homologada no Brasil para: (Redação dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) (1)
Vide nota abaixo Sumula 420 do STF
I - obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e a outros efeitos civis;
(Incluído pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) (2)
II - sujeitá-lo a medida de segurança. (Incluído pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) (3)
Parágrafo único - A homologação depende:
a) para os efeitos previstos no inciso I, de pedido da parte interessada; (Incluído pela
Lei n° 7.209, de 11.7.1984) (4)
b) para os outros efeitos, da existência de tratado de extradição com o país de cuja autoridade judiciária emanou a sentença, ou, na falta de tratado, de requisição do
Ministro da Justiça. (Incluído pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) (5)
(1) Esse artigo estabelece regras para homologação da sentença estrangeira, objeto de homologação no Brasil para que não tenham aplicação, apenas no país onde foi prolatada e propicie ao condenado a fuga para outro país para livrar-se da pena imposta pela conduta delituosa.
É requisito a homologação da sentença pelo Judiciário brasileiro para surtir o regular efeito e "Não se homologa sentença proferida no estrangeiro sem prova do trânsito em julgado, conforme Sumula 420 do Superior Tribunal de Justiça".
A competência do Superior Tribunal de Justiça para homologar sentença estrangeira que constitui ato de soberania de estado é preceituada numero 105, L, i da Constituição Federal com os requisitos emanados pelos artigos 787 a 790 do Código de Processo Penal.
(2) Reparação de Danos: O inciso I estabelece a reparação de danos ocasionados pelo delito e determinado na sentença condenatória para reparar a vítima do dano sofrido.
A sentença estrangeira homologada transmuda para um título executivo para eficácia do dever de indenizar. Se não houver valores indenizatórios na sentença a discussão é na orbita do quantum deabetur representativo da reparação.
(3) Medida de Segurança: Preceituado no inciso II. As medidas de segurança são aquelas que são fixadas na sentença pelo Estado prolator e considerado apenado considerado inimputável portador, desde que seja de acordo com legislação penal brasileira.
Essa medida de segurança somente poderá ser aplicada o réu ser inimputável ou semi-imputável. Não previsão legal no Brasil para medidas restritivas para os imputáveis.
r Provocação da parte interessada: Parágrafo Único letra "a": De acordo com Resolução 09/2005 do STJ em seu artigo 30 em concordância com o artigo em comento: "Art." 3° A homologação de sentença estrangeira será requerida pela parte interessada, devendo a petição inicial conter as indicações constantes da lei processual, e ser instruída com a certidão ou cópia autêntica do texto integral da sentença estrangeira e com outros documentos indispensáveis, devidamente traduzidos e autenticados.
s Existência de Tratado Parágrafo Único letra "b: Homologabilidade de sentença estrangeira depende que haja tratado extradição com Estado prolator da
sentença ou na falta de tratado requisição ao Ministro da Justiça.
Na falta de tratado conforme normaliza PORTARIA N° 217, DE 27 DE FEVEREIRO DE 2018 do Ministério da Justiça PARA AS PRISÕES CAUTELARES REZA DO PRINCÍPIO DA RECIPROCIDADE: Art. 30 O pedido de extradição e de prisão cautelar para fins de extradição passiva e ativa será efetuado com base em tratado internacional do qual o
Brasil é signatário ou em reciprocidade, manifestada por via diplomática.
Parágrafo único. Na ausência de tratado, o Ministério da Justiça provocará o Ministério das Relações Exteriores para obtenção, junto ao Estado requerente, da promessa de reciprocidade necessária à instrução do pedido.
Notas
Súmula 420 do Superior Tribunal de Justiça:
Não se homologa sentença proferida no estrangeiro sem prova do trânsito em julgado.
Contagem do prazo.
Art. 10 - O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário comum. (Redação dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984)
(1) A grande diferença dos prazos processuais penais para os processuais civis está no começo do prazo. A diferença é que o penal inicia na data da intimação corroborado pela sumula 710 do STF: "No processo penal, contam-se os prazos da data da intimação, e não da juntada aos autos do mandado ou da carta precatória ou de ordem".
O p. 1°. Do artigo 798 do Código Penal preceitua: Todos os prazos correrão em cartório e serão contínuos e peremptórios, não se interrompendo por férias, domingo ou dia feriado.
§ 1° Não se computará no prazo o dia do começo, incluindo-se, porém, o do vencimento.
De acordo com Lei 419/2006 "Aplica-se o disposto nesta Lei, indistintamente, aos processos civil, penal e trabalhista, bem como aos juizados especiais, em qualquer grau de jurisdição" (artigo 1°. p.1°.). Em se parágrafo 4°. P. 4°. § 4° Os prazos processuais terão início no primeiro dia útil que seguir ao considerado como data da publicação.
Assim sendo, após a disponibilização da intimação no dia seguinte começa a fluir o prazo. Se o início ou final do prazo for a dia não útil (final de semana ou feriado) será considerado o início ou final do primeiro dia útil.Se houver a intimação do réu e da defesa técnica, por exemplo, da sentença. A contagem será a partir da última intimação.
Frações não computáveis da pena
Art. 11 - Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e nas restritivas de direitos, as frações de dia, e, na pena de multa, as frações de cruzeiro. (Redação dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984)
(1). As horas, os minutos e os segundos (frações) são irrelevantes não o considerado para efeito de contagem da pena. Pouco importa o momento do dia que começou início a pena ou terminou. Consideram-se, apenas os dias para contagem da pena. Aplica-se o princípio idêntico no caso da pena de multa as frações de Reais não são consideradas.
Legislação Especial
Art. 12 - A regra geral deste Código aplica-se aos fatos incriminados por lei especial, se esta não dispuser de modo diverso. (Redação dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984)
Vide nota abaixo:
(1) O princípio desse artigo é da especialidade que norma especial afasta a geral. A norma especial quando acrescentar pormenores acrescenta elemento próprio à descrição típica.
O Código Penal é de 1940, na época somente foram incluídas figuras típicas que ocasionavam repulsa social. Mas no decorrer do tempo surgiram novas condutas, como por exemplo, crimes ao meio ambiente, forte aparecimento de drogas nocivas à sociedade. Daí o legislador editou diversas normas especiais para adaptar o Código aos novos tempos e costumes diversos. São as leis especiais que acrescentam os antigos pormenores ou derrogam.
A parte Geral do CP de 1984 e da Constituição Federal de 1988 trouxeram mudanças que
sempre prevalecem em confronto com regra geral.
Súmula 171 do Superior Tribunal de Justiça:
"Cominadas cumulativamente, em lei especial, penas privativa de liberdade e pecuniária, é defeso a substituição da prisão por multa".

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