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6 Tempo, lugar do crime lei penal no espaço

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Professor MÁRIO GUARNIERI – DIREITO PENAL 
 
Página | 1 
 
1. TEMPO DO CRIME 
É a identificação do momento em que se 
considera praticado o crime, para que se opere 
a aplicação da lei penal ao seu responsável. As 
teorias que buscam explicar esse momento se 
subdividem em três: 
A) TEORIA DA ATIVIDADE: considera 
praticado o crime no momento da 
conduta (ação ou omissão), pouco 
importando o momento do 
resultado. 
 
B) TEORIA DO RESULTADO: também 
conhecida como teoria do evento, 
reputa praticado o crime no 
momento do resultado 
 
C) TEORIA DA UBIQUIDADE: também 
conhecida como teoria mista, busca 
conciliar as teorias anteriores. 
Segundo essa teoria, o momento do 
crime é tanto o da conduta como 
também do resultado. 
 
O Código Penal adotou expressamente a 
teoria da atividade, na qual se considera 
praticado o crime no momento da ação ou da 
omissão, ainda que outro seja o momento do 
resultado. 
 
2. LEI PENAL NO ESPAÇO 
O Código Penal brasileiro limita a 
validade da li penal com a observância de dois 
vetores, a territorialidade (art. 5º do CP) e 
extraterritorialidade (art. 7º do CP). Através 
desses princípios é que se busca solucionar os 
conflitos de leis penais no espaço. 
 
A regra é a territorialidade. 
Excepcionalmente admitem-se outros princípios 
para o caso de extraterritorialidade, que são os 
da personalidade, do domicílio, da defesa, da 
justiça universal e da representação. 
 
2.1 – Princípio da territorialidade 
 
Segundo o art. 5º do CP será aplicada a 
lei brasileira, sem prejuízo de convenções, 
tratados e regras de direito internacional, ao 
crime cometido no território nacional. Essa é a 
regra. Mas a lei brasileira pode também ser 
aplicada aos crimes cometidos fora do Brasil. 
 
É considerado como território nacional o 
solo e o espaço aéreo correspondente e a faixa 
de mar territorial até 12 milhas náuticas. 
 
Importante lembrar do conceito de 
extensão território nacional previsto no art. 5º, 
§1º: “Para os efeitos penais, consideram-se 
como extensão do território nacional as 
embarcações e aeronaves brasileiras, de 
natureza pública ou a serviço do governo 
brasileiro onde quer que se encontrem, bem 
como as aeronaves e as embarcações 
brasileiras, mercantes ou de propriedade 
privada, que se achem, respectivamente, no 
espaço aéreo correspondente ou em alto-mar”. 
 
2.2 – Princípio da personalidade ou da 
nacionalidade 
 
Autoriza a submissão à lei brasileira dos 
crimes praticados no estrangeiro por autor 
brasileiro (ativa) ou contra vítima brasileira 
(passiva). Conforme a personalidade ativa, o 
agente é punido de acordo com a lei brasileira, 
independentemente da nacionalidade do 
sujeito passivo e do bem jurídico ofendido. Já 
com relação a personalidade passiva, caso a 
vítima seja brasileira, se o autor adentrar ao 
território nacional, embora estrangeiro, deverá 
ser julgado de acordo com a lei penal do Brasil. 
 
Professor MÁRIO GUARNIERI – DIREITO PENAL 
 
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2.3 – Princípio do domicílio 
Conforme esse princípio, o autor do 
crime deve ser julgado em consonância com a lei 
do país em que for domiciliado, pouco 
importando sua nacionalidade. Está previsto no 
art. 7º, I, “d” do Código Penal no tocante ao 
crime de genocídio no qual o agente não é 
brasileiro, mas apenas domiciliado no Brasil. 
 
2.3 – Princípio da defesa, real ou da proteção 
Permite submeter a lei brasileira aos 
crimes praticados no estrangeiro que ofendam 
bens jurídicos pertencentes ao Brasil, qualquer 
que seja a nacionalidade do agente e o local do 
delito. Esse princípio (art. 7º, I, “a”, “b” e “c”) 
compreende crimes contra: 
a) A vida ou liberdade do Presidente da 
República; 
b) O patrimônio ou a fé pública da 
União, Distrito Federal, de Estado, e 
Território, de Município, empresa 
pública, sociedade de economia 
mista, autarquia ou fundação 
instituída pelo Poder público; 
c) A administração pública, por quem 
está a seu serviço. 
 
2.4 – Princípio da justiça universal 
Também conhecido como princípio da 
justiça cosmopolita, da competência universal 
ou da jurisdição universal, é característico da 
cooperação penal internacional, porque todos 
os Estados da comunidade internacional podem 
punir os autores de determinados crimes que se 
encontrem em seu território, de acordo com as 
convenções ou tratados internacionais, pouco 
importando a nacionalidade do agente, o local 
do crime ou bem jurídico atingido (art. 7º, II, “a” 
do Código Penal). 
 
2.4 – Princípio da representação 
Também intitulado de princípio do 
pavilhão, da bandeira, subsidiário ou da 
substituição. Segundo ele deve ser aplicada a lei 
brasileira a crimes praticados em aeronaves e 
embarcações brasileiras, mercantes ou de 
propriedade privada, quando estiverem em 
território estrangeiro e lá não sejam julgados 
(art. 7º, II, “c” do Código Penal). Caso a aeronave 
ou embarcação brasileira seja pública ou esteja 
a serviço do governo brasileiro, incidirá o 
princípio da territorialidade, aplicando-se a lei 
brasileira. 
 
2.4 – Princípio da passagem inocente 
Este princípio que foi assinada pelo 
Brasil, prevê que uma embarcação de 
propriedade privada, de qualquer 
nacionalidade, possui o direito de atravessar o 
território de uma nação, desde que não ameace 
a paz, a segurança e a boa ordem do Estado. 
Aplicando tal princípio ao Direito Penal, a 
Doutrina entende que se um crime for praticado 
a bordo de uma embarcação que se encontre 
em “passagem inocente”, não será aplicável a lei 
brasileira a este crime, desde que o crime em 
questão não afete nenhum bem jurídico 
nacional. Ex.: Um francês mata um holandês 
dentro de um navio argentino em situação de 
passagem inocente. 
A Doutrina estende a aplicação do 
princípio também às aeronaves privadas em 
situação semelhante. 
 
3. LUGAR DO CRIME 
A aplicação do princípio da 
territorialidade da lei penal no espaço depende 
da identificação do lugar do crime. Nesse 
cenário, destacam-se três teorias: 
 
A) TEORIA DA ATIVIDADE: considera 
lugar do crime o local da conduta 
(ação ou omissão), pouco 
importando o local do resultado. 
 
Professor MÁRIO GUARNIERI – DIREITO PENAL 
 
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B) TEORIA DO RESULTADO: reputa 
como lugar do crime o local em que 
se produziu ou deveria produzir o 
resultado, pouco importando o local 
da prática da conduta 
 
C) TEORIA DA UBIQUIDADE: Lugar do 
crime é tanto o local onde se deu a 
conduta (ação ou omissão) como o 
local onde se deu o resultado. Essa foi 
a teoria adotada expressamente pelo 
Código Penal, em seu art. 6º. A 
discussão sobre o local do crime só 
tem espaço quanto aos crimes a 
distância, aqueles na qual a conduta 
é pratica em um país e o resultado 
vem a ser produzido em outro. Não 
se trata de comarcas distintas, mas 
sim países diferentes. Em relação a 
tentativa, o lugar do crime abrange 
aquele em que se desenvolveram os 
atos executórios, bem como aquele 
que deveria produzir-se o resultado. 
 
3.1 – Não se aplica a teoria da ubiquidade: 
 
a. CRIMES CONEXOS: São aqueles que 
de algum modo estão relacionados 
entre si. Não se aplica a teoria da 
ubiquidade, uma vez que não há 
unidade jurídica. 
 
b. CRIMES PLURILOCAIS: São aqueles 
em que a conduta e o resultado 
ocorrem em comarcas diversas, mas 
no mesmo país. Nesse caso aplica-se 
a regra do art. 70 do Código de 
Processo Penal, na qual prevê a 
competência do local onde se 
consumar a infração e, no caso de 
tentativa, pelo local em que for 
praticado o último ato de execução. 
 
c. INFRAÇÕES DE MENOR POTENCIAL 
OFENSIVO: O art. 63 da lei 9.099/95 
adotou a teoria da atividade para os 
crimes de menor potencial ofensivo. 
 
d. CRIMES FALIMENTARES: Será 
competente o foro do local em que 
foi decretada a falência, concedida a 
recuperação judicial ou homologado 
o plano de recuperaçãoextrajudicial. 
 
e. ATOS INFRACIONAIS: Para os crimes 
ou contravenções penais praticados 
por crianças e adolescentes, será 
competente a autoridade do lugar da 
ação ou da omissão. (art. 147, §1º, lei 
8069/90 – ECA). 
 
4. EXTRATERRITORIALIDADE 
É a aplicação da lei brasileira aos crimes 
praticados no exterior. Justifica-se pelo fato do 
Brasil ter adotado, relativamente a lei penal no 
espaço, o princípio da territorialidade 
temperada ou mitigada (art. 5º, CP) 
autorizando, excepcionalmente, a incidência da 
lei penal brasileira a crimes praticados fora do 
território nacional. A extraterritorialidade pode 
ser condicionada ou incondicionada. 
 
4.1 – Extraterritorialidade incondicionada: 
Não está sujeita a nenhuma condição 
para que seja aplicada da lei brasileira, bastando 
que seja praticado o crime. As hipóteses de 
extraterritorialidade incondicionada são as 
seguintes: 
a) A vida ou liberdade do Presidente da 
República; 
b) O patrimônio ou a fé pública da 
União, Distrito Federal, de Estado, e 
Território, de Município, empresa 
pública, sociedade de economia 
Professor MÁRIO GUARNIERI – DIREITO PENAL 
 
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mista, autarquia ou fundação 
instituída pelo Poder público; 
c) A administração pública, por quem 
está a seu serviço. 
d) Crime de genocídio, quando o agente 
for brasileiro ou domiciliado no 
Brasil. 
 
Em fase da detração penal (art. 8º, CP), 
no caso de extraterritorialidade incondicionada, 
a pena cumprida no estrangeiro atenua a pena 
imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando 
diversas, ou nela é computada, quando 
idênticas. Ex: Se foi cometido crime contra o 
Presidente de República na Colômbia, e lá foi 
condenado a dez anos, dos quais cumpre 8 e 
foge para o Brasil, vindo a ser condenado a 12 
anos. Nesse caso ocorrerá a detração e precisará 
cumprir só mais 4 anos. 
 
4.2 – Extraterritorialidade condicionada: 
Nestes casos, o Brasil só aplicará 
a lei nacional se as condições 
(cumulativas) ocorrerem. Caso contrário, 
o Brasil não poderá apenar o agente. As 
hipóteses de e extraterritorialidade 
condicionada são: 
a) Crimes que, por tratado ou 
convenção, o Brasil se 
obrigou a reprimir; 
b) Crimes praticados por 
brasileiro; 
c) Crimes praticados em 
aeronaves ou embarcações 
brasileiras, mercantes ou de 
propriedade privada, quando 
em território estrangeiro e aí 
não sejam julgados; 
 
Já com relação as condições 
(cumulativas) são as seguintes: 
a) Entra o agente no território nacional; 
b) Ser o fato punível também no país 
em que foi praticado (dupla 
tipicidade); 
c) Esta o crime incluído naqueles pelos 
quais a lei brasileira autoriza a 
extradição; 
d) Não ter sido o agente absolvido no 
estrangeiro ou não ter ai cumprido 
penal (se foi condenado e ainda não 
cumpriu a pena, total ou 
parcialmente, aplica-se a regra do 
art. 8º do CP). 
e) Não ter sido o agente perdoado no 
estrangeiro ou, por outro motivo, 
não estar extinta a punibilidade, 
segundo a lei mais favorável. 
 
4.3 – Extraterritorialidade hipercondicionada: 
 
É aquela prevista no art. 7º, §3º do 
código Penal: 
§ 3º - A lei brasileira aplica-se também ao 
crime cometido por estrangeiro contra 
brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as 
condições previstas no parágrafo anterior: 
a) não foi pedida ou foi negada a 
extradição; 
b) houve requisição do Ministro da 
Justiça. 
 
5. LEI PENAL EM RELAÇÃO AS PESSOAS 
O princípio da territorialidade não é 
absoluto, podendo ser afastado em alguns 
casos. A territorialidade é temperada ou 
mitigada, segundo o art. 5º do Código Penal. 
 
5.1 – Imunidades diplomáticas 
As imunidades diplomáticas estão 
previstas na Convenção de Viena, incorporada 
ao nosso ordenamento jurídico através do 
Decreto 56.435/65, que prevê imunidade total 
(em relação a qualquer crime) aos Diplomatas, 
que estão sujeitos à Jurisdição de seu país 
Professor MÁRIO GUARNIERI – DIREITO PENAL 
 
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apenas. Esta imunidade se estende aos 
funcionários dos órgãos internacionais (quando 
em serviço!) e aos seus familiares, bem como 
aos Chefes de Governo e Ministros das Relações 
Exteriores de outros países. Essa imunidade é 
IRRENUNCIÁVEL, exatamente por não pertencer 
à pessoa, mas ao cargo que ocupa! A essas 
pessoas é assegurada a inviolabilidade pessoal, 
já que não podem ser presas nem submetidas a 
qualquer procedimento sem autorização de seu 
país. 
A imunidade não se aplica aos 
empregados particulares dos diplomatas, ainda 
que oriundos do Estado representado. 
Os cônsules, por seu turno, são 
funcionários públicos de carreira ou honorários 
e indicados para a realização de determinadas 
funções em outros países, com imunidades e 
privilégios inferiores aos diplomatas. A 
imunidade penal é limitada aos atos de ofício, 
podendo ser processados e condenados por 
outros crimes. 
As sedes das embaixadas não são 
extensão do território estrangeiro no Brasil. 
Logo, se lá ocorrer a prática de crime por pessoa 
que não tem imunidade, ela poderá ser 
processada e julgada. 
 
5.1 – Imunidades parlamentares 
As imunidades parlamentares são 
prerrogativas ou garantias inerentes ao 
exercício do mandato parlamentar, 
preservando-se a instituição de ingerências 
externas. As imunidades podem ser absoluta, 
material e real ou processual, formal, adjetiva. 
A imunidade material protege o 
parlamentar sem suas opiniões, votos e palavras 
desde que relacionadas às suas funções, não 
abrangendo manifestações desarrazoadas e 
desprovidas de conexão com seus deveres 
constitucionais. 
Por sua vez, a imunidade formal envolve 
a prisão e instauração de processo contra 
Deputados Federais e Senadores. 
Sobre a imunidade formal acerca da 
prisão, a regra geral é de que os parlamentares 
não podem ser presos, prisão cautelar e penal 
em qualquer de suas modalidades e também a 
prisão civil. A única exceção admitida pela 
Constituição Federal é a hipótese de prisão em 
flagrante pela prática de crime inafiançável. Na 
hipótese de prisão por crime inafiançável, os 
autores deverão ser remetidos a respectiva 
casa no prazo de 24 horas para que, pelo voto 
da maioria absoluta, resolva sobre a prisão. 
Já com relação a imunidade formal para 
o processo, deve ser observada a disposição do 
art. 53, §3º da CF8: “§3º Recebida a denúncia 
contra o Senador ou Deputado, por crime 
ocorrido após a diplomação, o Supremo Tribunal 
Federal dará ciência à Casa respectiva, que, por 
iniciativa de partido político nela representado e 
pelo voto da maioria de seus membros, poderá, 
até a decisão final, sustar o andamento da 
ação”. 
Essas regras (referentes a ambas as 
espécies de imunidades) são aplicáveis aos 
parlamentares estaduais (Deputados estaduais), 
por força do art. 27, § 1° da Constituição. 
Entretanto, aos parlamentares municipais 
(vereadores) só se aplicam as imunidades 
materiais 
 
6. EFICÁCIA DE SENTENÇA ESTRANGEIRA 
Art. 9º - A sentença estrangeira, quando 
a aplicação da lei brasileira produz na espécie as 
mesmas consequências, pode ser homologada 
no Brasil para: 
I - obrigar o condenado à reparação do 
dano, a restituições e a outros efeitos civis; 
II - sujeitá-lo a medida de segurança. 
Parágrafo único - A homologação depende: 
a) para os efeitos previstos no inciso I, de 
Professor MÁRIO GUARNIERI – DIREITO PENAL 
 
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pedido da parte interessada; b) para os 
outros efeitos, da existência de tratado de 
extradição com o país de cuja autoridade 
judiciária emanou a sentença, ou, na falta 
de tratado, de requisição do Ministro da 
Justiça. 
 
EXERCÍCIOS 
01. (INSTITUTO AOCP - 2021 - PC-PA - 
Investigador de Polícia Civil) Analise a seguinte 
situação hipotética: Vicente, brasileiro, durante 
suas férias em Moscou (Rússia), cometeu o 
crime de roubo contra uma loja de conveniência 
local e, lá, foi processado e condenadoà pena de 
quatro anos de reclusão, os quais já foram 
integralmente cumpridos. Ocorre que, pelo 
mesmo crime, também foi processado e 
condenado, no Brasil, à pena de sete anos de 
reclusão. De acordo com o Código Penal, 
Vicente: 
a) não deverá cumprir pena alguma no 
Brasil, tendo em vista que já cumpriu 
integralmente sua pena na Rússia. 
b) não deverá cumprir pena alguma no 
Brasil, haja vista que o caso narrado 
representa hipótese de 
extraterritorialidade incondicionada. 
c) deverá cumprir, em razão da soberania 
brasileira, mais sete anos de reclusão no 
Brasil. 
d) deverá cumprir, em virtude do princípio 
da independência das instâncias, mais 
sete anos de reclusão no Brasil. 
e) deverá cumprir, ainda, três anos de 
reclusão no Brasil. 
 
 
 
02. (INSTITUTO AOCP - 2021 - PC-PA - 
Investigador de Polícia Civil) Em consonância ao 
Código Penal, foram adotadas, via de regra, 
quanto ao tempo e ao lugar do crime, bem como 
quanto ao concurso de pessoas, 
respectivamente, as teorias: 
a) do resultado, da atividade e monística. 
b) da atividade, do resultado e pluralística. 
c) da atividade, mista e unitária. 
d) do resultado, da ubiquidade e unitária. 
e) da ubiquidade, da atividade e monística. 
 
03. (INSTITUTO AOCP - 2021 - PC-PA - Delegado 
de Polícia Civil) De acordo com o Direito Penal, 
assinale a alternativa INCORRETA. 
a) Aplica-se a lei brasileira ao crime de 
homicídio cometido na Argentina contra 
o Presidente da República do Brasil. 
Trata-se de hipótese de 
extraterritorialidade incondicionada, 
dada a incidência do princípio da 
representação. 
b) A sentença concessiva do perdão judicial 
é declaratória da extinção da 
punibilidade, não subsistindo qualquer 
efeito condenatório. 
c) Consuma-se o crime de roubo com a 
inversão da posse do bem mediante 
emprego de violência ou grave ameaça, 
ainda que por breve tempo e em seguida 
à perseguição imediata ao agente e 
recuperação da coisa roubada, sendo 
prescindível a posse mansa e pacífica ou 
desvigiada. 
d) Para a configuração do delito de violação 
de direito autoral e a comprovação de 
sua materialidade, é suficiente a perícia 
realizada por amostragem do produto 
apreendido, nos aspectos externos do 
material, e é desnecessária a 
identificação dos titulares dos direitos 
autorais violados ou daqueles que os 
representem. 
e) O crime de estupro de vulnerável se 
configura com a conjunção carnal ou 
prática de ato libidinoso com menor de 
catorze anos, sendo irrelevante eventual 
Professor MÁRIO GUARNIERI – DIREITO PENAL 
 
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consentimento da vítima para a prática 
do ato, sua experiência sexual anterior 
ou existência de relacionamento 
amoroso com o agente. 
 
04. (INSTITUTO AOCP - 2019 - PC-ES – 
Investigador) Segundo dispõe o artigo 7º, inciso 
I, do Código Penal, fica sujeito à lei brasileira, 
embora cometido no estrangeiro, o crime 
a) de genocídio, ainda que o agente seja 
estrangeiro e não resida no Brasil. 
b) contra o patrimônio do Presidente da 
República. 
c) contra a liberdade de Ministro das 
Relações Exteriores. 
d) contra o patrimônio de fundação 
instituída pelo Poder Público. 
e) contra a vida de empregado de 
Sociedade de Economia Mista. 
 
05. (CESPE - 2018 - PC-MA - Delegado de Polícia 
Civil) Com relação a lugar do crime e 
territorialidade e extraterritorialidade da lei 
penal, conforme previstos no CP, assinale a 
opção correta. 
a) Nos crimes tentados, o lugar do crime 
será onde o agente pretendia que tivesse 
ocorrido a consumação do delito. 
b) Nos crimes conexos, não se aplica a 
teoria da ubiquidade, devendo cada 
crime ser julgado pela legislação penal 
do país em que for cometido. 
c) No concurso de pessoas, o lugar do crime 
será somente aquele em que ocorrerem 
os atos de participação ou coautoria, 
independentemente do local do 
resultado. 
d) No crime continuado, somente será 
aplicada a lei nacional quando todos os 
fatos constitutivos tiverem sido 
praticados em território brasileiro, por se 
tratar de delito unitário. 
e) Nos crimes complexos, não se aplica a 
teoria da ubiquidade, mesmo que o 
delito-meio tenha sido cometido em 
território brasileiro. 
 
06. (FGV - 2021 - TJ-PR - Juiz Substituto) Russel, 
Secretário Estadual de Lazer e Diversão, ajuizou 
queixacrime contra o Deputado Federal Jack 
pela prática, em tese, dos crimes previstos nos 
artigos 138, 139 e 140, combinado com o artigo 
141, inciso III, todos do Código Penal. Narrou, 
para tanto, que o Deputado Federal, a partir de 
publicação veiculada na internet por meio da 
rede social AllTogether e posteriormente 
também divulgada via aplicativo de mensagens 
TalkAbout, proferiu ataques dirigidos ao 
querelante que ofenderam sua honra subjetiva, 
objetiva, além de imputar-lhe a prática do 
“crime de improbidade administrativa”. O 
querelante atribuiu as seguintes declarações ao 
Deputado Federal, que classifica como crimes de 
difamação, injúria e calúnia: “O maior deboche 
com dinheiro público que eu já vi na minha vida! 
Missão governamental do Estado X, Secretário 
Estadual de Lazer e Diversão Russel, com dois 
assessores, foram para Orlando, dos dias 18 a 25 
de janeiro, para a Feira de Armas Shoot me to 
Death, com diária de US$350,00, para cada um, 
totalizando US$2.275,00, mais passagem de 
US$14.000,00. O Secretário, todos os anos, há 
muitos anos, vai a essa feira com o dinheiro da 
família, porém, agora pegou o dinheiro do 
Estado X para ir. O que tem o Secretário Estadual 
de Lazer e Diversão a ver com uma Feira de 
Armas em Orlando? Onde ele está, inclusive, 
usando vídeos para sua promoção pessoal. Ele é 
Secretário de Segurança por acaso? Ele foi fazer 
turismo, uma vergonha isso, o que vem para o 
Estado X com essa viagem, senhor Governador? 
Isso é nítido ato de improbidade e como 
Deputado Federal não admito, quero o melhor 
para o Estado X”. No que pertine à prática de 
Professor MÁRIO GUARNIERI – DIREITO PENAL 
 
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crime pelo referido Deputado Federal, é correto 
afirmar que: 
a) estando a fala do Deputado Federal 
ligada ao exercício do mandato e ao 
debate político, há incidência da 
imunidade material, o que, 
consequentemente, afasta a tipicidade 
da conduta; 
b) as prerrogativas de Deputado Federal 
limitam-se a instituições vinculadas 
diretamente à União, não se estendendo 
seus poderes e imunidades a atos 
praticados fora de sua esfera de atuação; 
c) estando a fala do Deputado Federal 
ligada ao exercício do mandato e ao 
debate político, há incidência da 
imunidade material, o que, 
consequentemente, afasta a ilicitude da 
conduta; 
d) as prerrogativas de Deputado Federal 
limitam-se a manifestações realizadas 
dentro da respectiva Casa Legislativa, 
mesmo que não guardem conexão com 
o exercício do mandato; 
e) estando a fala do Deputado Federal 
ligada ao exercício do mandato e ao 
debate político, há incidência da 
imunidade formal, o que, 
consequentemente, demanda 
manifestação da respectiva Casa 
Legislativa sobre a sustação do processo. 
 
07. (CESPE / CEBRASPE - 2021 - PC-DF - Agente 
de Polícia da Carreira de Polícia Civil do Distrito 
Federal) No que diz respeito à aplicação do 
Direito Penal, julgue o próximo item. A 
competência para julgar crimes ocorridos 
dentro de embaixadas estrangeiras situadas em 
Brasília é, em princípio, da justiça brasileira. 
( ) Certo 
( ) Errado 
 
08. (CESPE - 2013 - DEPEN - Agente 
Penitenciário). Acerca dos institutos da 
territorialidade e extraterritorialidade da lei 
penal, da pena cumprida no estrangeiro e da 
eficácia da sentença estrangeira, julgue os itens 
seguintes. A homologação de sentença 
estrangeira no Brasil, nos casos em que a 
aplicação da lei brasileira produza na espécie as 
mesmas consequências, independe de pedido 
da parte interessada, a fim de obrigar o 
condenado a reparar o dano. 
( )Certo 
( ) Errado 
 
09. (FGV - 2021 - TJ-RO - Técnico Judiciário) 
Sobre a aplicação da lei penal no espaço, é 
correto afirmar que: 
a) pelo princípio da extraterritorialidade, 
aplica-se a lei penal brasileira aos fatos 
puníveis praticados no território nacional, 
quando o agente for estrangeiro; 
b) a lei brasileira adota o princípio da 
territorialidade como regra, ainda que de 
forma atenuada, uma vez que ressalva a 
validade de convenções e tratados 
internacionais; 
c) o princípio da nacionalidade ou da 
personalidade permite a extensão da 
jurisdição penal do Estado titular do bem 
lesado para além dos seus limites 
territoriais; 
d) o princípio real, de defesa ou de proteção 
permite a aplicação da lei penal da 
nacionalidade do agente, pouco 
importando o local em que o crime foi 
praticado; 
e) o princípio da universalidade ou 
cosmopolita aplica-se à lei penal da 
nacionalidade do agente, pouco 
importando o local em que o crime foi 
praticado. 
 
 
Professor MÁRIO GUARNIERI – DIREITO PENAL 
 
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10. (FGV - 2021 - SEFAZ-ES - Auditor Fiscal da 
Receita Estadual – Tarde) Relativamente ao 
tema da aplicação da lei penal no tempo, analise 
as afirmativas a seguir. 
 
I. A lei penal mais grave aplica-se ao crime 
continuado ou ao crime permanente, se a sua 
vigência é anterior à cessação da continuidade 
ou da permanência. 
 
II. Ninguém pode ser punido por fato que lei 
posterior deixa de considerar crime, cessando 
em virtude dela os efeitos penais da sentença 
condenatória, incidindo o princípio da abolitio 
criminis aos crimes decorrentes de leis penais 
excepcionais e temporárias. 
 
III. A lei posterior, que de qualquer modo 
favorecer o agente, aplica-se aos fatos 
anteriores, ainda que decididos por sentença 
condenatória transitada em julgado e já iniciada 
a execução da pena. Está correto o que se afirma 
em: 
a) II, apenas. 
b) I e II, apenas. 
c) I e III, apenas. 
d) II e III, apenas. 
e) I, II e III. 
 
 
QUESTÃO GABARITO 
01 A 
02 C 
03 A 
04 D 
05 B 
06 A 
07 Certo 
08 Errado 
09 B 
10 C

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