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DESCRIÇÃO O referencial teórico existencial com os seus principais precursores: Søren A. Kierkegaard, Martin Heidegger, além de Jean-Paul Sartre, considerados influenciadores e difusores do pensamento filosófico humanista existencial. PROPÓSITO Compreender e conhecer a corrente filosófica existencial, seu contexto histórico, identificando os precursores do existencialismo até o surgimento e a estrutura do existencialismo contemporâneo, é essencial ao trabalho do psicólogo para poder reconhecer a abordagem existencial-humanista em diferentes contextos e aplicações. OBJETIVOS MÓDULO 1 Identificar os conceitos básicos do existencialismo MÓDULO 2 Analisar as contribuições de Kierkegaard e Heidegger no que concerne à filosofia existencial MÓDULO 3 Reconhecer as características do existencialismo e da filosofia contemporânea a partir de Sartre INTRODUÇÃO A partir do conteúdo apresentado, compreenderemos a problemática existencial do homem, que buscou mobilizar diversas reflexões, abarcando a existência em diferentes contextos. Kierkegaard (1813-1855) – filósofo dinamarquês considerado o principal precursor da filosofia existencial – compreende a existência pautada em expectativas irrealizáveis. Em suas teorias, abordou os temas da morte e da angústia. Kierkegaard considera que as experiências vivenciadas de forma negativa se tornam situações necessárias ao transcorrer existencial, possibilitando que o indivíduo se torne autêntico. Martin Heidegger (1889-1976), filósofo alemão, também se destaca como influenciador da corrente existencial do século XX. Verificaremos a influência desses dois grandes pensadores e suas contribuições para o curso do pensamento filosófico. A partir da temática existencial, Jean-Paul Sartre (1905-1980) terá como direcionamento a postura crítica, proporcionando novos fundamentos para a Psicologia. Dessa forma, constrói-se material teórico e biográfico para a compreensão integral do homem, no contexto que se apresentava em sua época. Por fim, a Psicologia, identificada a partir do viés existencial, encontra relação na Antropologia, atrelando o encontro da filosofia marxista com o existencialismo a partir de Sartre. MÓDULO 1 Identificar os conceitos básicos do existencialismo O QUE É O EXISTENCIALISMO O existencialismo nasceu no século XIX, e teve continuidade e expansão no século XX. A doutrina filosófica pode ser traduzida pelo questionamento existencial, tendo o homem como ator principal em sua trajetória. A complexidade humana proporcionou à filosofia existencial ampliação das produções literárias, tendo como interesse a aproximação da existência humana e a problematização construída a cada vivência, identificando a literatura como facilitadora para acadêmicos, intelectuais e pessoas comuns. Um dos conceitos que orienta o existencialismo está pautado na tomada de consciência adquirida pelo homem sobre a responsabilidade pela própria trajetória de vida. A filosofia existencial possui como base conceitual que a existência pessoal possa ser vivida para além das aparências impostas, permitindo ao homem a compreensão de si mesmo, distanciando-se da escravidão que o meio social e as demandas socioculturais impõem silenciosamente. Com isso, o existencialismo considera que o homem deve preservar sua consciência em direção a si próprio, como também em benefício à construção do meio. Diante do exposto, a preservação da consciência individual e coletiva foi difundida veementemente no século XX a partir das grandes guerras mundiais, calcadas por discursos de extermínio. Haja vista a contradição entre o que se deseja viver de modo individual e o que é vivido pela coletividade, tendo entre suas consequências o surgimento da angústia, acompanhada pelo sentimento de inauticidade e estranhamento pessoal. PSICOTERAPIA EXISTENCIAL Por meio da filosofia fenomenológica e existencial, práticas terapêuticas foram desenvolvidas e nomeadas como psicoterapia existencial. Seu método é a relação interpessoal, com o objetivo de proporcionar autoconhecimento e autonomia por meio da expressão legítima da existência por parte do cliente. Desse modo, a finalidade principal das técnicas em psicoterapia existencial se relaciona com a proposta de auxiliar ao indivíduo a caminhar em direção ao crescimento pessoal, assim como aproximar o indivíduo de sua autenticidade, projetando-se e assumindo-se livremente no mundo. Nessa perspectiva, o indivíduo torna-se o centro, tomando consciência das dificuldades que perpassam suas escolhas, direcionando-se à realização de decisões mais significativas e autênticas, privilegiando a autocompreensão, a autoconsciência e a autodeterminação. PROPOSTA EXISTENCIAL EM PSICOTERAPIA A psicoterapia existencial humanista pode ser aplicada em diversos contextos, por exemplo, no ambiente clínico, hospitalar, em atendimento individual e grupal. A psicoterapia, nesse referencial, permite ao indivíduo o encontro consigo a partir da ampliação de consciência, legitimando sua autenticidade. A partir da interação entre a fenomenologia, o existencialismo, a psicologia e a psicopatologia, teve início um extenso e significativo movimento de reflexão, intervenção, ideias e investigação. Trata-se de um conjunto de teorias e técnicas com base fenomenológico-existencial, que podem ser diferenciados em: psicoterapia humanista, com proposta experiencial, e psicoterapia existencial. No entanto, as diferenças existentes entre psicoterapia humanista e psicoterapia existencial encontram-se na condição do indivíduo para o autocrescimento, bem como a partir dos conceitos norteadores e da finalidade interventiva. (VILLEGAS, 1989) Portanto, a finalidade da intervenção é definida pela: PSICOTERAPIA HUMANISTA A partir de compreender-se e conhecer-se. PSICOTERAPIA EXISTENCIAL É definida pelo direcionamento de uma existência significativa e mais autêntica, enfatizando projetos e responsabilidade de modo individual. COM PROPOSTA EXPERIENCIAL Considera-se o sujeito que vive a experiência e a experiência de fato. E ainda, há de se considerar a experiência do sujeito vivida no processo, na relação terapêutica, em que também é relevante o encontro entre terapeuta e paciente. No entanto, alguns autores identificam a finalidade da psicoterapia existencial de maneiras distintas: Encontro de si próprio (MAY, 1958); Superação dos dilemas, paradoxos e desafios (VAN DEURZEN-SMITH, 2002); Procura pelo sentido da existência (FRANKL, 1984); Busca pela autenticidade consigo próprio e na relação com os outros; Promoção do encontrar-se, assumindo a própria existência, podendo projetá-la com mais autonomia, ampliando a autopercepção (VILLEGAS, 1989); Reconhecimento acerca da liberdade e as possibilidades de potência no existir (ERTHAL, 1999). EXISTÊNCIA A partir de Beaufret (1976), ao verificar a origem da palavra existência, identifica-se a contraposição expressa na palavra essência. De acordo com o autor, essentia refere-se à transposição direta do verbo ser. A palavra existência, no entanto, designa ao termo existere, que significa saída (de um esconderijo, de uma casa), representando movimento por extensão. Ainda de acordo com Beaufret, o sentido do termo ek-stase, evidenciado por Aristóteles, tende à representação para algo externo, podendo ser considerado um movimento para a transformação. RESUMINDO O sentido do termo existência dirige-se ao sentido próprio da filosofia, considerando a existência como algo constituinte em torno do homem envolvido em si mesmo, configurando o próprio homem como problema em sua existência (ABBAGNANO 1962). Esse é o lugar no qual o homem e toda sua problemática existencial se inserem, mobilizando diversos pensadores que refletiram em teorias e construções acerca da existência em diferentes contextos. ANGÚSTIA No entanto, o que mais caracteriza e integra o existencialismo está relacionado à inquietação para a ação, seguida da problemática envolvendo a escolha que perpassaa existência humana. Para o existencialismo, a angústia é parte da constituição do homem, sendo resultado da necessidade de escolher, exigindo ação. Desse modo, a angústia é acompanhada pelo desamparo, denotando que o ato de escolher se faz de modo solitário. Com isso, o próprio indivíduo é autor de suas escolhas, assumindo posteriormente a consequência pelo que elegeu e por tudo aquilo que não pode escolher, deixando para trás as possibilidades. Entretanto, tendo a angústia em sua forma aguda, esta pode se transformar em desespero e melancolia, assim como a limitação da consciência e das possibilidades diante da vida, levando o sujeito ao tédio diante das possibilidades não realizáveis. A angústia surge a partir da limitação da consciência, bem como pelo outro, pelo mundo e pela morte. Ainda que existam muitas possibilidades de escolha, o homem é confrontado pelas limitações colocadas pelos costumes, pela sociedade, pelo controle, pela convivência e seus padrões, entre outros. Desse modo, é sabido que a morte nos lembra que existe um tempo para as escolhas, não restando tempo para resgatar as escolhas não feitas e, com isso, os arrependimentos por não conseguir reparar as escolhas, não podendo refazer o caminho outrora feito. AUTENTICIDADE E RESPONSABILIDADE A proposta existencial em psicoterapia tem como direcionamento auxiliar o paciente em sua caminhada existencial de modo autêntico e responsável. Esse processo implica escolher a si próprio, colaborando para o crescimento e a autoconsciência. Com isso, o paciente poderá se projetar livremente e assumir uma postura existencial ativa a partir das possibilidades que lhe são apresentadas. O EXISTENCIALISMO E A CONSTITUIÇÃO DE HOMEM O existencialismo é compreendido como uma posição filosófica por meio da qual é possível direcionar sentido à vida humana, declarando que toda ação implica a subjetividade humana. Nesse sentido, para entender a existência, é necessário partir da subjetividade e de suas implicações. Para o existencialismo, segundo Sartre, o homem existe e se descobre, está inserido no mundo, para somente depois se definir. Nossas escolhas e ações são implicações que nos definem, sendo uma resposta estruturalista. Identificamo-nos, portanto, como correspondentes a algo por meio do questionamento, no qual não importa o que as estruturas são capazes de provocar em nós, mas o que fazemos a partir dos fragmentos deixados. Dessa forma, o primeiro esforço do existencialismo está em analisar o homem na situação em que ele se encontra, atribuindo-lhe total responsabilidade por aquilo que deseja se tornar, de maneira individual como também coletiva. Por meio da estrutura filosófica segundo a qual a essência é posterior à existência, e na construção da imagem individual, esta ressoará nos demais indivíduos. Nesse sentido, escolhendo-me, escolho a humanidade. No existencialismo, a caminhada humana é compreendida como complexa e fluida, ainda que consumida pelo cotidiano e sua passividade. A rotina e os costumes impossibilitam que o homem considere a vida e, com ela, toda sua dinâmica. Desse modo, deixa-se esvair, permitindo que a vida seja consumida, deixando de tornar possíveis momentos e oportunidades. Verifica-se, ainda, que é pela imutabilidade da vida que se instala o tédio existencial, reconhecendo a angústia como consequência de uma existência vazia. Um dos questionamentos levantados pelo existencialismo baseia-se na impossibilidade de encontrar uma verdade absoluta como definidora do homem. O homem, em sua existência, irá escrever paulatinamente sua história, em uma construção constante. O existencialismo, em sua aplicabilidade psicoterapêutica, pode ser ilustrado a partir dos seguintes conceitos: SER-NO-MUNDO O indivíduo percebe-se imerso no mundo, sendo do mundo e para ele. TEMPORALIDADE O homem existe no tempo, constituindo o sentido do existir. ESPACIALIZAÇÃO Ocupamos um espaço, somos reais. ESCOLHER Existir é permitir que as possibilidades da vida se apresentem, colocando-nos diante de nossos limites. Para exemplificar, existem pessoas que gastam grande parte da vida adiando escolhas importantes, preferindo a ilusão da manutenção da plenitude de sua liberdade; outras são consumidas pela sensação de incapacidade de decisão, verificando a possibilidade de renúncia de algo imprescindível, ou, ainda, pela insegurança de analisar que as projeções não passavam de ideias infundadas. APLICAÇÃO DO EXISTENCIALISMO NA PSICOTERAPIA A especialista Martina de Paula Eduardo Ravaioli fala sobre a aplicação dos conceitos “ser-no- mundo”, “temporalidade”, espacialização” e “escolher” na psicoterapia. VEM QUE EU TE EXPLICO! Conhecendo o existencialismo – a consciência individual e coletiva no existencialismo A proposta existencial em psicoterapia – a problemática existencial e a angústia. VERIFICANDO O APRENDIZADO MÓDULO 2 Analisar as contribuições de Kierkegaard e Heidegger no que concerne à filosofia existencial NASCIMENTO DO EXISTENCIALISMO E SUAS RAMIFICAÇÕES Søren Kierkegaard e Martin Heidegger se destacam como pensadores que destinaram sua obra a partir do tema angústia e seus desdobramentos. Kierkegaard nasceu em Copenhague (1813-1855), foi filósofo, poeta, teólogo e também crítico em ordem social. Além disso, foi considerado o primeiro filósofo existencialista, reconhecido como o pai do existencialismo. Martin Heidegger (1889-1976) nasceu na pequena cidade de Messkirch, na Alemanha. Foi filósofo e professor, e trabalhou como assistente de Edmund Husserl na Universidade de Marburg. Posteriormente, lecionou a disciplina de Filosofia na Universidade de Friburgo, onde estudou Teologia e Filosofia. As reflexões de Heidegger contribuíram para a construção do existencialismo, transformando a perspectiva filosófica. Martin Heidegger (1889-1976). Pelo enquadramento filosófico, verifica-se que Kierkegaard e Heidegger são contemporâneos do existencialismo. Kierkegaard foi existencialista a partir do viés cristão, e Heidegger, por sua parte, foi o filósofo que deu continuidade ao existencialismo, sob a influência da fenomenologia, aproximando seu pensamento em uma ramificação existencial fenomenológica. A fenomenologia, como ramificação do existencialismo, compreende a questão da existência humana, bem como destina compreensão da conceituação fenomenológica envolvendo algumas temáticas existenciais pertinentes. No entanto, verifica-se o compartilhamento filosófico do existencialismo, tendo influência kierkegaardiana atrelada ao trabalho do filósofo Heidegger, a qual é considerada de semelhança frágil, pois Kierkegaard apresentava-se como cristão, e Heidegger não possuía, de modo evidente, apreço pelo cristianismo em seus trabalhos. A partir dessas influências filosóficas, torna-se necessário identificar pontos de aproximação entre o pensamento de Kierkegaard e Heidegger, na tentativa de estreitar a influência dos filósofos, compreendendo características já desenvolvidas e pensadas por Heidegger, como também anteriormente e de modo significativo pelo filósofo Kierkegaard. Contudo, o conceito vinculado ao existencialismo está calcado na dinâmica central, na qual o homem se insere e toda sua problemática existencial, mobilizando existencialistas a reflexões que abarcam a existência em diferentes contextos. SAIBA MAIS Podemos afirmar que pensadores como Jean-Paul Sartre, Martin Heidegger, Karl Jarpers, Emmanuel Lévinas, Enzo Paci, Miguel García-Baró, Jean Hyppolite, Jacques Derrida, Gabriel Marcel, entre outros, difundiram o pensamento filosófico kierkegaardiano a partir de palestras no período do século XX. Entretanto, o que mais caracteriza e integra o existencialismo está relacionado à inquietação para a ação seguida da problemática que envolve o direcionamento para a escolha, correspondente à existência humana. ANGÚSTIA COMO CARACTERÍSTICA PRINCIPAL DA EXISTÊNCIA Kierkegaard e Heidegger tinha pensamentos diferentes sobrea angústia, veja a seguir o que cada um deles pensava sobre. Kierkegaard Difundiu o pensamento existencial a partir do conceito de angústia como relação entre os pilares do pecado, da liberdade e da fé. Para esse autor, a angústia gera sentimentos ambíguos e tem uma importância tanto filosófica como teológica. Heidegger A angústia está atrelada ao sentido ontológico, caracterizado como a liberdade por meio da escolha própria ou dos condicionantes dessa possibilidade, atribuindo ao ser a possibilidade de assumir o próprio modo de existir. Em outras palavras, ser livre para escolher a si mesmo e, dessa forma, assumir o modo próprio de ser. ONTOLÓGICO Relativo ao ser em si mesmo, relativo às coisas existentes. A temática apresentada a partir dos filósofos em questão, por meio de suas obras, surge de modo distinto, mas verificam-se as semelhanças destacadas a partir do fenômeno da angústia. Desse modo, existem alguns pontos que aproximam e diferenciam o pensamento evidenciado por Kierkegaard em relação à angústia, tratado na obra O conceito de angústia, e a forma pela qual Heidegger destaca tal conceito a partir da analítica existencial em Ser e tempo. O conceito de angústia para Kierkegaard foi publicado em 1844, já Ser e tempo foi publicada por Heidegger apenas em 1927. No conceito de angústia cunhada por Kierkegaard e Heidegger, fica caracterizada a experiência da angústia como apenas do homem. Nessa semelhança de ideias, compreende- se que apenas o homem vivencia tal sentimento. Com isso, o sentido do que significa ser humano para cada autor surge como ponto de diferenciação. Na obra O conceito de angústia, Kierkegaard (2010a) considera que o homem nada mais é do que espírito, compreendido como a relação entre o psíquico e o corpóreo. Ainda nessa obra, javascript:void(0) Kierkegaard, ao relacionar o homem como espírito, questiona como se dá a relação dele com a sua condição. Em resposta, o autor afirma que o relacionamento se dá a partir da angústia (KIERKEGAARD, 2010a). Dessa maneira, ao compreender que somente o homem é espírito, é ele quem realiza a experiência da angústia na relação consigo mesmo. Portanto, a angústia é um sentimento humano por excelência. Em outras palavras, Kierkegaard evidencia uma relação pertencente ao homem: a experiência relacional do espírito com a angústia, identificando que a angústia vivenciada é um sentimento demasiadamente humano (KIERKEGAARD, 2010a). A partir da filosofia kierkegaardiana, a angústia é produzida pelo homem, sendo pertencente a cada sujeito como indivíduo (KIERKEGAARD, 2010a). De forma semelhante, para Heidegger, a angústia é compreendida como um sentimento unicamente humano. Entretanto, na obra Ser e tempo, esse autor não considera a angústia como um fenômeno psicológico, mas ontológico. Na filosofia Heideggeriana, há uma preocupação em definir o ser do Dasein como cuidado, possuindo uma estrutura composta pelos seguintes existenciais: compreensão, decaída e sentimento de situação, sendo o sentimento de situação relevante. Tudo isso denota ligação pelo estado afetivo, pois ele se apresenta como o mundo se mostra, sendo evidenciado para o Dasein ou ser-no-mundo. javascript:void(0) DASEIN Conceito heideggeriano que define a constituição essencial do homem e que pode ser traduzido como ser-no-mundo. Esse conceito implica a imposição de se manter aberto às possibilidades de ser, que são constituintes do próprio ser. Desse modo, Heidegger não relaciona a angústia como estado psicológico, mas como forma a partir de como o mundo é apresentado. A partir da análise apresentada por Kierkegaard e Heidegger, ambos os autores compreendem que a angústia não deve ser interpretada como algo estranho ao homem. Tanto para Kierkegaard como para Heidegger, a angústia acaba sendo compreendida como algo produzido e vivenciado pelo homem. A partir do exposto pelo filósofo Kierkegaard, o sentimento de situação é definido como constituinte do próprio ser. No pensamento de Heidegger, o sentimento de situação é definido como quando o mundo lhe surge. Verifica-se, a partir do exposto, que a distinção feita quanto ao aspecto psicológico e também ontológico considera a experiência da angústia pertencente unicamente ao homem. ANGÚSTIA COMO FENÔMENO INTERNO E EXTERNO Portanto, no que consiste à distinção apresentada quanto ao aspecto psicológico e ontológico, configura-se a angústia como característica unicamente do homem. Desse modo, a angústia está relacionada ao ataque, podendo prejudicar o estar-aí humano, visto como Dasein. Logo, a angústia humana faz-se presente pelo risco que é viver, colocando em perigo a extinção da não possibilidade do próprio se angustiar. Nesse sentido, para Kierkegaard, a angústia é estabelecida pela essência não definida do homem. Este, a partir do direcionamento de suas escolhas, é colocado diante das incertezas e possibilidades daquilo que ainda não é, de algo que não configura realidade, cabendo ao homem pela angústia das decisões. Para Heidegger, existe distinção entre angústia e medo. Veja a seguir. Medo Advém de um ente especificamente intramundano, podendo estar relacionado a um animal, gesto, sendo verificado como ameaça. Heidegger considera que, em lugar de nós mesmos, atribuímos significado ao medo que podemos sentir, deixamos que outros ou as circunstâncias lhe atribuam sentido e, assim, nós nos alienamos. Angústia Coloca-nos frente à compreensão do medo, sendo ela não definida como condição preexistente, visto que o seu estabelecimento se dá perante o mundo enquanto este se apresenta. A partir da filosofia Heideggeriana, compreende-se, portanto, que o medo se vincula a um objeto presente na esfera ôntica, relacionado ao ente existente, concreto e múltiplo, tendo a angústia inclinação na esfera ontológica, relativa ao ser em si mesmo. ESFERA ÔNTICA Para Heidegger, o termo ôntico refere-se aos entes múltiplos e concretos da realidade. Para Kierkegaard, a história do indivíduo somente se inicia após seu nascimento. Kierkegaard se contrapõe ao idealismo alemão do século XX, o qual buscava compreender o homem pelo alcance do saber absoluto. Para o filósofo, no entanto, a definição do homem dava-se em consonância com os fatores culturais, históricos, biológicos, políticos, entre outros. Contudo, apesar de Kierkegaard e Heidegger discorrerem acerca do tema da angústia de modo distinto, percebe-se que eles se aproximam em alguns momentos. Verifica-se que, ao longo do texto, a temática da angústia possui relações com o medo e o nada, haja vista que as temáticas apontadas não são as únicas levantadas pelos filósofos. Com isso, outros pontos ligados à angústia podem ser verificados por Kierkegaard, sendo esta ligada diretamente à javascript:void(0) liberdade. No entanto, o que o texto apresenta inicialmente dirige-se aos conceitos de angústia definidos pelos dois autores. Vejamos um exemplo sobre o conceito de angústia presente nas obras de Kierkegaard e Heidegger. EXEMPLO Pensemos na angústia vivida por uma criança ou bebê que chega aos cuidados de um abrigo familiar e que vivencia a experiência da perda ao ser abandonado pela mãe. A maioria dos profissionais em torno dessa criança pode entender esse momento como uma grande ameaça à vida, entendendo que a segurança materna não está assegurada. Na realidade, o abrigo representa justamente essa perda. Logo, estará presente, na criança, a rejeição e a insegurança no lugar do acolhimento, proporcionando prejuízos nas esferas psíquica e afetiva, já vivenciado pelo medo por uma vida que está se iniciando. O CONCEITO DE ANGÚSTIA SEGUNDO KIERKEGAARD E HEIDEGGER A especialista Martina de Paula Eduardo Ravaioli fala sobre o conceito de angústia segundo Kierkegaard e Heidegger. VEM QUE EU TE EXPLICO! O nascimento do existencialismo e suas ramificações – os filósofos Kierkegaard e Heidegger A angústia como característica principal da existência – a experiência de angústia segundo Kierkegaarde segundo Heidegger VERIFICANDO O APRENDIZADO LIBERDADE DO HOMEM E SUAS ESCOLHAS SEGUNDO SARTRE Jean-Paul Sartre (1905-1980) nasceu em Paris, onde passou a maior parte de sua vida. Em sua carreira, Sartre buscou respostas acerca da existência humana e seus impasses. A pluralidade do filósofo lhe permitiu ser autor de peças de teatro, ativista político, crítico e romancista, contribuindo significativamente para as mudanças e possibilidades de seu século (LÉVY, 2001). Como grande escritor e filósofo, Sartre leu os principais fenomenologistas – Husserl, Heidegger e Scheler – quando foi sucessor de Raymond Aron no Instituto Francês de Berlim (1933-1934). Sartre encontrava em Husserl a libertação do pensamento herdado por Descartes, que tinha como constructo a ideia de interior/exterior, certeza e imediatismo. Desse modo, inicialmente para Sartre, o princípio de intencionalidade é de grande importância para compreender o conceito Dasein (ser-no-mundo) de Heidegger. Segundo esse filósofo francês, toda consciência MÓDULO 3 Reconhecer as características do existencialismo e da filosofia contemporânea a partir de Sartre visa ou direciona intenção a algo/outro. Tal ideia acaba fornecendo material à filosofia inicial de Sartre, sendo mantida e lapidada pelo filósofo de modo pragmático. Jean-Paul Sartre (1905-1980). Sartre discorre sobre a condenação do homem à liberdade. A partir de Sartre, não há como o homem se eximir de sua liberdade quando confrontado com suas escolhas. Para o existencialismo, o homem é o verdadeiro responsável pelas escolhas, devendo ele mesmo construir-se, sendo livre para realizar ações frente às possibilidades viáveis no decorrer de sua existência. Desse modo, escolher e assumir as consequências é algo desafiador para o homem, uma vez que, embora anseie e necessite ser livre, está presente a angústia entre a importância e a urgência da escolha, que descarta a realização daquelas não escolhidas outrora. Diante disso, pelo receio em relação à escolha e à privação da liberdade, alguns terceirizam o poder da escolha. No entanto, recusar a liberdade também é compreendido como a recusa do que é advindo a partir disso. Não podemos esquecer que outros filósofos, como Kierkegaard, consideram a religião como o caminho para o autoconhecimento e também para o encontro ao transcendente. Dessa maneira, o pensamento filosófico existencialista aproxima ideias quando, independentemente da existência de um Deus, caberá ao homem, e somente a ele, fazer escolhas, decidindo seu destino e sendo responsável por sua própria história. No início do século XX, instaura-se a crise epistemológica da Psicologia, verificada a partir da cisão entre as vertentes subjetivistas e objetivistas, necessitando do meio científico como base teórica para sustentação. Dessa maneira, Sartre encontra na fenomenologia elementos metodológicos e filosóficos que irão fornecer crítica ao psicologismo, na possibilidade de vislumbrar novas perspectivas para a Psicologia. QUESTÕES DA INTEGRALIDADE DO HOMEM – SUPERAÇÃO ENTRE OBJETIVISMO E SUBJETIVISMO O existencialismo de Sartre surge no início do século XX como forma de tornar a Psicologia menos objetivista, ganhando contornos subjetivistas, buscando a observação do homem tal como ele se apresentava, como também vinculado as relações estabelecidas com o meio. Sartre , influenciado pela fenomenologia e pelo marxismo, proporcionou à psicologia existencialista a concepção de uma estrutura dialética e histórica, superando a metodologia de uma psicologia que ultrapassasse a dicotomia entre objetivismo e subjetivismo, a partir de pressupostos teórico-metodológicos como implementação. Sartre provocava os mais variados sentimentos e emoções, atraindo admiradores e despertando ódio e desprezo de alguns. Veja alguns exemplos: EXEMPLO 1 EXEMPLO 2 EXEMPLO 1 Como exemplo de desprezo, podemos citar o caso do diretor do jornal Le Fígaro, que deixa claro seu desafeto pelo filósofo escrevendo que já era o momento “de exorcizá-lo, colocando enxofre e ainda atear-lhe fogo em frente à catedral de Notre-Dame, sendo o meio possível que lhe salvaria a alma” (LÉVY, 2001, p. 42-43). EXEMPLO 2 Do mesmo modo, provocou ainda a ira do Vaticano e do diretor do jornal France-Soir na referida época, declarando sua desaprovação e proclamando que tirar a roupa do existencialismo seria insuficiente, sendo mais eficiente “arrancar-lhe a pele” (LÉVY, 2001, p. 42- 43). Entretanto, em meio à convulsão de sentimentos causados pelo pensamento sartriano, durante o século XX, é sabido que esse intelectual era contrário às formas de injustiça e todo enquadre que pudesse suprimir e aterrar a existência humana, compreendendo que essa mesma existência era prenhe de possibilidades e mudanças. Na obra O Existencialismo é um Humanismo, Sartre pretendeu aproximar-se do texto original de O Ser e o Nada como forma de minimizar críticas feitas ao seu pensamento, em uma construção acentuada dirigida ao pessimismo em torno da vida, escandalizando com naturalismo o que era “inapropriado” na vida humana, o que também era evidenciado pelos novelistas da época. O pensamento de Sartre ressalta a tensão e a preocupação colocada como existencial, identificando o homem em sua relação em uma dimensão macro, dividida em nichos que envolviam a sociedade, a família, a política, a educação, os comportamentos aprendidos, denotando um pertencimento de múltiplas possibilidades. Com isso, Sartre torna-se incisivo quando se refere a que a escolha que envolve o ser humano está atrelada à responsabilidade, por mais indesejável que possa ser. ATENÇÃO Compreende-se que Sartre identifica o conceito de existencialismo como uma postura filosófica, culminando em um sentido à vida humana. Contudo, o filósofo mostra-se contumaz quando declara que toda ação e toda verdade caracterizam a interferência humana e sua subjetividade. Dessa maneira, em uma afirmativa existencial, Sartre expõe que a “existência precede a essência” (SARTRE, 1946, p. 80). A partir da colocação supracitada, verifica-se que, para Sartre, o homem primeiramente existe, descobre-se indivíduo em relação ao mundo, para somente definir-se a posteriori. Nesse sentido, o homem não é considerado apenas como ele se apresenta em sua concepção, mas, após a existência, como ele quer que seja. Após essa premissa e em retorno aos estruturalistas, é colocado que não importa o que as estruturas fazem de nós, mas, sim, o que fazemos com o que elas fizeram (SARTRE, 1946, p. 82). Ademais, o esforço do existencialismo baseia-se em analisar o homem, atribuindo-lhe responsabilidade a partir daquilo que ele se torna, tanto de maneira individual quanto coletiva. Dessa maneira, compreendendo que a existência precede a essência, passamos a existir a partir da forma como construímos nossa imagem, sendo essa imagem atribuída a todos, portanto, escolhendo-me, escolho a humanidade. Com isso, verifica-se que a arqui- reponsabilidade apresentada conduz ao sentimento de angústia, de forma que não podemo- nos isentar dessa responsabilidade total. QUESTÕES DA INTERFERÊNCIA HUMANA E SUBJETIVIDADE – A EXISTÊNCIA PRECEDE A ESSÊNCIA Para Sartre, a angústia é estabelecida a partir da percepção do homem sobre si mesmo, tomando consciência de sua liberdade atrelada à responsabilidade, estando diante de possibilidades viáveis que lhe permitam escolhas em torno de sua construção existencial. No entanto, a liberdade deve ser criada, permitindo ao ser agir, deslocando-se do passado em direção ao futuro. Com isso, Sartre demonstra a possibilidade de uma liberdade vivencial, tornando-se estrutura da própria ação humana. Tal liberdade é, portanto, condição para desenvolver atividades, mantendo relações favoráveis, permitindo-lhe sair do isolamento abstrato. SAIBA MAIS Na obra O Ser e o Nada, Sartre, com a prerrogativa de eliminar esse isolamento, desenvolve a noção de situação, pela qual transforma a abstração do ser-para-siem uma transposição concreta para o homem-em-situação (SARTRE ,1943). A partir da análise da liberdade em decorrência do agir humano, na obra O Ser e o Nada, Sartre demonstra que o homem é um ser integralmente responsável por suas ações, sendo ontologicamente livre. Desse modo, a liberdade é a prerrogativa na qual o homem decide diretamente os próprios atos, sendo este o primeiro ato que dará sentido ao agir, à ação, levando a consideração da escolha (SARTRE, 1943). RESUMINDO Vejamos , de forma simplificada, o que tudo isso quer dizer. Se tivermos de pensar em um argumento que derrube a afirmação de que “todo homem é livre”, a primeira ideia seria que, na realidade, o ser humano acaba sendo impotente frente à maioria das suas condições. Por exemplo, não temos como modificar as limitações que nos são impostas pela natureza, pelo tempo, pela nossa origem, entre outros fatores. Podemos citar casos de quem nasce com um problema genético, ou vive em uma zona de alto risco, ou que se encontra sofrendo as consequências de uma epidemia ou furacão etc. Esses exemplos nos colocam frente à nossa impotência de transformação. Sendo assim, de que liberdade estamos falando? A final de contas, será que somos livres para escolher e mudar nosso destino? Pelos exemplos mencionados, parece mais lógico pensar ser feito do que fazer-se. No entanto, se não podemos dominar a nossa sorte, o que Sartre afirma é que, por exemplo, nosso posicionamento frente a um fim ou uma condição é o que determina as adversidades que enfrentaremos. Nesse sentido, uma montanha pode se tornar um obstáculo insuperável, caso eu queira removê-la, ou uma oportunidade, caso eu queira escalá-la para admirar a paisagem desde seu cume. Na realidade, a montanha não é, em si, boa ou ruim, ela é neutra. É o fim que outorgamos para qualquer coisa que a qualifica de uma forma ou de outra. Portanto, é a nossa liberdade que delimita os limites que encontraremos. Sartre evidencia e tenta distinguir o livre arbítrio da liberdade humana, identificando que a premissa de o homem ser livre não lhe confere o poder de agir a partir de seus caprichos nem tanto ao acaso. Portanto, a liberdade dada ao homem lhe permite decidir o seu próprio comportamento, na escolha dos próprios projetos e valores, dando-lhe a possibilidade de agir quanto ao seu passado, presente e futuro. Dessa forma, a angústia que se apresenta faz parte do próprio agir. Para Sartre, a tomada de consciência dirigida à liberdade se vincula diretamente à angústia (SARTRE, 1943). Verifica-se, portanto, que a angústia se torna a forma de ser da liberdade quando alcançada a consciência do próprio ser. Essa liberdade, verificada como angústia direcionada ao homem, e somente ao próprio homem, é identificada pelo nada e, então, apoia-se no niilismo. Como o javascript:void(0) nada não pode existir fora do ser, e como o nada não pode nadificar porque ele, o nada, não é um ser, é apenas a partir do próprio ser que o nada vem às coisas, surgindo no mundo como um ser em seu ser, pois apenas o ser pode nadificar o nada em seu próprio ser (SARTRE, 1943). NIILISMO Visão que considera que não há qualquer sentido ou utilidade na existência. SAIBA MAIS Na narrativa sobre a liberdade, Sartre reitera que o homem está condenado a ser livre, indicando que, a partir do modo como foi lançado ao mundo, não está definido. Com isso, o homem é responsável por suas escolhas, cabendo a ele se inventar em um futuro incerto. Sendo a liberdade um projeto relacionado ao mundo, Sartre confere ao engajamento da ação direcionada ao externo como consciência essencial à liberdade do homem, portando, de fato, a contingência irremediável do ser-aí, da existência a ser conquistada. A partir disso, a consciência Sartriana lança-se para o fazer-se, criar-se, em um movimento e uma invenção que se tornam constantes. Sendo, portanto, um projeto de se libertar, a liberdade é evidenciada no próprio ato de agir, ou seja, ser é agir (SARTRE, 1943). Dessa maneira, reflexões e contribuições vindas de outros pensadores tornaram o existencialismo e a Fenomenologia mais próxima e substancial, tendo como proposta a união dessas duas grandes áreas. Tal proposta, vale ressaltar, surgiu da discussão entre pensadores e pesquisadores. RESUMINDO Em resumo, a sociedade contemporânea vivência a angústia de modo exponencial, sendo confrontada, cada vez mais, diante da realidade e do imediatismo presentes no cotidiano, envolvido em uma infinidade de escolhas e desejando a garantia de uma existência plena. O indivíduo, na tentativa de minimizar todo o sofrimento, tem buscado terceirizar responsabilidades pela inabilidade de transpor dificuldades, na tentativa de alcançar recursos que lhe ofereçam alternativas, podendo encontrar outras formas de existência e, posteriormente, de sentido. O LIVRE ARBÍTRIO DA LIBERDADE HUMANA A especialista Martina de Paula Eduardo Ravaioli fala a visão sartriana de que todo o homem é livre: o que significa fazer-se, diferenciando livre arbítrio e liberdade humana segundo Sartre: VEM QUE EU TE EXPLICO! A liberdade do homem e suas escolhas segundo Sartre - Escolher e assumir segundo Sartre. Questões da integralidade do homem - superação entre objetivismo e subjetivismo - A existência precede a essência. VERIFICANDO O APRENDIZADO CONCLUSÃO CONSIDERAÇÕES FINAIS A partir do que foi apresentado, a psicoterapia existencial é compreendida pelo direcionamento do cliente na busca de sentido a partir de suas escolhas e decisões em torno dos questionamentos existenciais. Partindo do existencialismo como base, a psicoterapia entende que cabe ao cliente a ampliação de percepção e autorresponsabilidade, podendo assumir livremente seu lugar no mundo. Dessa forma, ela proporciona ao indivíduo a possibilidade de ele se encontrar consigo mesmo. O existencialismo – corrente filosófica que embasa a psicoterapia existencial – está relacionado à inquietação para a ação seguida da problemática que envolve a escolha que perpassa a existência humana. O legado filosófico deixado por pensadores existenciais, por meio de suas explicações baseadas no homem e em sua complexidade a partir de aspectos vivenciais concretos, considera temáticas calcadas na angústia, liberdade e responsabilidade. Dessa maneira, a existência é compreendida como um acontecimento que não pode ser classificado ou mensurado, sendo ela mesma um desdobramento possível a partir do próprio homem. PODCAST Agora, a especialista Martina de Paula Eduardo Ravaioli encerra falando sobre os conceitos básicos do existencialismo, assim como as contribuições principais de Kierkegaard e Heidegger, reconhecendo as contribuições de Sartre e seus desdobramentos na psicoterapia. AVALIAÇÃO DO TEMA: REFERÊNCIAS ABBAGNANO, N. Introdução ao existencialismo. Lisboa, Portugal: Minotauro, 1962. BEAUFRET, J. Introdução às filosofias da existência. São Paulo, SP: Duas Cidades, 1976. ERTHAL, T. Terapia vivencial – uma abordagem existencial em psicoterapia. Petrópolis, RJ: Vozes, 1999. FRANKL, V. Man’s Search for Meaning. New York: Washington Square Press, 1984. HEIDEGGER, M. Sein und Zeit. 19. ed. Tübingen: Max Niemeyer Verlag, 2006. KIERKEGAARD, S. A. O conceito de angústia: uma simples reflexão psicológica demonstrativa direcionada ao problema dogmático do pecado hereditário. Trad. Álvaro Luiz Montenegro Valls. 2. ed. Petrópolis, RJ: Vozes; São Paulo, SP: Editora Universitária São Francisco, 2010a. LÉVY, B.-H. O século de Sartre. Rio de Janeiro, RJ: Nova Fronteira, 2001. MAY, R. Contribution of existential psychotherapy. In: MAY, R.; ANGEL, E.; & Ellenberger, H. F. (Eds.). Existence. A new dimension in psychiatry and Psychology. 1958. SARTRE, J. P. El universal singular. In: Kierkegaard Vivo. Una reconsideración [Colóquio UNESCO, 1963]. Madrid, Espanha: Encuentro, 2005. p. 11-38. SARTRE, J. P. L’ Être et le Néant – Essai d’Ontologie Phénoménologique. Paris: Gallimard, 1943. SARTRE, J.P. L’Éxistentialisme est un Humanisme. Paris: Nagel, 1946. SARTRE, J. P. La Nausée. Paris: Gallimard, 1938. SARTRE, J. P. L'être et le néant. Paris: Gallimard, 1943. VAN DEURZEN-SMITH, E. Existential Counselling and Psychotherapy in Practice. London: Sage Publications, 2002. VILLEGAS, M. Psicoterapias existenciais. Comunicação nas primeiras Jornadas de Psicologia e Psicopatologia Fenomenológicas e Existenciais. Lisboa, 1989. EXPLORE+ Pesquise o artigo Introdução à psicoterapia existencial, na internet, e verifique como José A. Carvalho Teixeira aborda a temática das técnicas em ambiente clínico. Assista ao vídeo intitulado Kierkegaard: angústia e esperança, no YouTube, em que o professor Oswaldo Giacoia Jr. aborda a influência do filósofo na contemporaneidade e as reflexões da angústia. Pesquise o livro No café existencialista - O retrato da época em que a filosofia, a sensualidade e a rebeldia andavam juntas, de Sarah Bakewell, que conta de forma descontraída a história do existencialismo a partir do encontro entre três amigos: Jean- Paul Sartre, Simone de Beauvoir e Raymond Aron. Assista ao vídeo intitulado Sartre e o existencialismo, no YouTube, apresentado pelo professor da USP Franklin Leopoldo e Silva, no qual faz uma descrição detalhada da filosofia existencialista de Sartre. CONTEUDISTA Martina de Paula Eduardo Ravaioli
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