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Autoria diferentes lugares e o efeito de um sujeito

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estudos! 
O que estudaremos nesta webaula?
Abordaremos a função-autor, efeito-autor, legitimação e composição autoral. 
Autoria
Para Foucault (2006), o século XVIII é um marco para que a noção moderna de autoria pudesse advir. Segundo ele, a
autoria deve ser considerada como uma função do sujeito, pois esta é apenas uma entre as várias funções que o sujeito
pode ocupar. Com esse gesto, Foucault desnaturaliza a autoria e a localiza historicamente, ao mesmo tempo mostrando
que também faz parte da divisão social, pois nem todo sujeito poderia preencher essa função. Ele mostra, portanto, as
condições de emergência e os domínios que essa função exerce, ligada principalmente ao regulamento da circulação do
dizer em uma sociedade em que não é possível dizer “não importa quem fala”, mas o contrário, porque importa muito.
Função-autor
Destacamos dois funcionamentos característicos da função-autor, de acordo com Foucault (2006), sendo que os dois
estão ligados aos processos de jurisdição do sujeito (direito e dever de se responsabilizar por seu dizer): por um lado, a
função-autor traz o controle da circulação do dizer, ao tornar o sujeito que ocupa essa função visível, identificável e,
portanto, controlável; por outro, a função-autor apresenta um caráter restritivo, porque os sujeitos que ocupariam essa
função teriam uma legitimação específica, com valor especial e um estatuto superior e institucional(izado).
Atente-se!
A função-autor está mais dimensionada pelo nível enunciativo, na relação que o sujeito tem com sua formulação, com a
tentativa de controle da articulação textual, enfim, com o imaginário sentido de unidade, não contradição e autenticidade
do texto (e do sujeito). Já o efeito-autor é definido para descrever o processo de legitimação de um discurso a partir de
uma instituição e um discurso já legitimado, com rituais específicos, como é o caso de um escritor de livros. 
Análise do Discurso 
Autoria: diferentes lugares e o efeito de um sujeito
Unidade 3 - Seção 2
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Vamos ao conceito de legitimação?
No entendimento discursivo de Gallo (2008, p. 59), a legitimação é o processo que “dá conta do movimento de fixação do
sujeito entre paráfrases de uma mesma formação discursiva” no batimento entre a produção do (efeito-)texto e a
produção do (efeito-)autor em um acontecimento discursivo específico, quando a legitimação se dá na própria
textualização. 
Para um escritor ser considerado um autor, ele precisa passar ou ser aprovado por outros lugares institucionais e outros
discursos já legitimados, por exemplo, por meio do processo editorial com revisores, curadores, editores. Ele é coroado
como legítimo por um discurso investido desse poder específico de designar quem é ou não um autor.
Contradição discursiva
A partir da proposta de Adorno (2015, p. 96), podemos definir a contradição discursiva como: “os efeitos de sentido que
apontam para distintos, porém concomitantes, processos históricos, isto é, a composição de tendências históricas
diferentes, irredutíveis umas às outras, em uma unidade material do sentido. Uma unidade que não cessa de se dividir em
dois”.
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O conceito de contradição discursiva é uma recusa radical de uma contradição simples que poderia ser sintetizada ou
resumida. Apagar qualquer elemento é mudar a configuração discursiva do sentido. Pensar a contradição como uma
composição, e não uma somatória, é uma tentativa de olhar para a especificidade de cada um dos elementos e o seu
funcionamento na produção dos sentidos, sabendo que alguns podem ter força predominante em relação a outros.
Composição autoral
A composição autoral referida ao gesto de textualização é o entremeio contraditório da relação autoral estabelecida entre
os diferentes lugares sociais, apesar do efeito de responsabilização de um único sujeito. Portanto, podemos dizer que as
pequenas interferências no texto podem (ou não) interferir na produção dos sentidos. Apesar de existirem assinaturas
quase sempre bem definidas do texto, não podemos dizer que, ao menos discursivamente, há uma assinatura definida e
delimitada do sentido.
Assim, não só os trabalhos das áreas de cinema e jornalismo podem ser considerados composições autorais, como, a
partir do que foi exposto, as produções vistas como individuais também são composições. No entanto, é preciso tomar o
cuidado de não justapor o sujeito empírico ao trabalho das composições.
Um lugar social pode ocupar mais de uma posição-sujeito e uma posição-sujeito pode ser ocupada por vários lugares
sociais, dependendo das condições de produção e do encontro das discursividades. 
Tome nota!
Foram estudados nesta webaula os conceitos de função-autor, efeito-autor, legitimação e composição autoral, que
são fundamentais para seu enriquecimento profissional e pessoal.
Não se esqueça de recorrer ao livro didático para aprofundar os seus conhecimentos e lembre-se: o
conhecimento é a chave do sucesso!
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