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APOSTILA Prática de Ensino Estratégias e Tecnologias

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PRÁTICA DE ENSINO: 
ESTRATÉGIAS E TECNOLOGIAS 
#CURRÍCULO LATTES# 
 
 
Professor Jhonatan Phelipe Peixoto 
 
 
● Especialista em Atendimento Educacional Especializado: Educação Especial e 
Inclusiva – Universidade Cesumar (UniCesumar). 
● Especialista em Docência no Ensino Superior: Tecnologias Educacionais e 
Inovação – Universidade Cesumar (UniCesumar). 
● Especialista em Docência na Educação Superior – Centro Universitário 
Metropolitano de Maringá (Unifamma). 
● Graduação em Pedagogia – Centro Universitário Metropolitano de Maringá 
(Unifamma). 
● Formação Complementar em Neurodidática – Universidade Cesumar 
(UniCesumar). 
● Formação Complementar em Introdução de Libras - Universidade Cesumar 
(UniCesumar). 
● Formação Complementar em As competências do Pedagogo - Universidade 
Cesumar (UniCesumar). 
● Formação Complementar em Afetividade no Ambiente Escolar e Familiar - 
Universidade Cesumar (Unicesumar). 
● Formação Complementar em Adolescência e suas Características Psicossociais. 
● Professor Mediador no Ensino Superior na modalidade EAD. 
 
 
 
Acesse o meu currículo lattes: http://lattes.cnpq.br/9252033019618489
http://lattes.cnpq.br/9252033019618489
 
EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA 
Professor Jhonatan Phelipe Peixoto 
 
 
Plano de Estudo: 
• Afinal, o que é tecnologia? 
• As tecnologias e Educação 
• O ensino na sociedade da informação 
• A ação docente e o uso das tecnologias 
 
 
Objetivos de Aprendizagem: 
• Compreender o que é a tecnologia 
• Analisar como acontece a interligação entre tecnologia e Educação 
• Identificar como ocorre o ensino na sociedade da informação 
• Compreender como ocorre a ação docente por meio do uso das novas tecnologias 
INTRODUÇÃO 
 
Caro(a) acadêmico(a), seja bem-vindo(a) à disciplina de Prática de Ensino: 
Estratégias e Tecnologias. 
No primeiro momento iremos entender o que é a Tecnologia, de forma que você 
compreenda sobre as mais diferentes contextualizações sobre tal assunto desde o início 
dos tempos até os dias atuais. Além disso, será possível analisar como a evolução do 
conhecimento aconteceu por meio das revoluções tecnológicas e com o aporte da 
ciência, de forma que seja possível compreender a diferença entre esses dois campos: 
tecnologia e ciência. 
No segundo momento será possível analisar como se dá a interligação entre 
tecnologia e Educação, a fim de que você possa identificar como ocorreu/ocorre o 
desenvolvimento da ciência associado ao desenvolvimento da tecnologia, vez que os 
aspectos tecnológicos podem ser entendidos como uma forma de aplicar o conhecimento 
científico. Será possível, também, compreender a diferença entre TIC, TIDIC e NTIC e 
como passam a ser incorporadas e utilizadas no contexto educacional. 
Já no terceiro momento será possível identificar como se dá o ensino na 
sociedade da informação, verificando como o processo de aprendizagem e tecnologia 
pode ser analisado no contexto de tal sociedade, levando em consideração o papel dos 
docentes como a peça-chave para a relação entre teoria e prática. 
Por fim, no quarto e último momento, você poderá compreender como ocorre a 
ação docente por meio do uso das novas tecnologias, ou seja, como se dá a prática do 
professor frente aos novos recursos tecnológicos e como deve acontecer a formação 
inicial e continuada. 
1 AFINAL, O QUE É A TECNOLOGIA? 
 
Caro(a) acadêmico(a), para dar início a nossa discussão sobre Prática de Ensino: 
Estratégias e Tecnologia, é necessário que você tenha em mente qual é a definição sobre 
tal assunto. Portanto, o que é tecnologia? 
Na concepção de Kenski (2015), a discussão acerca das tecnologias é algo tão 
antigo quanto a origem da espécie humana, pois não está relacionada somente a objetos 
e técnicas digitais recentes; e, por conta da engenhosidade humana, foram surgindo as 
mais variadas técnicas e recursos de tecnologia. Isso se dá, pois, o uso do raciocínio 
lógico pelo ser humano garante um processo de muitas inovações, dando origem aos 
mais variados instrumentos, ferramentas, recursos e produtos que envolvem a tecnologia 
e criação desses recursos. 
 
Desde o início dos tempos, o domínio de certas informações, distinguem 
os seres humanos. Tecnologia é poder. Na Idade da Pedra, os homens – 
que eram frágeis fisicamente diante dos outros animais e das 
manifestações da natureza – conseguiram garantir a sobrevivência da 
espécie e sua supremacia, pela engenhosidade e astúcia com que 
dominavam o uso de elementos da natureza. A água, o fogo, um pedaço 
de pau ou osso de um animal eram utilizados para matar, dominar, ou 
afugentar os animais e outros homens que não tinham os mesmos 
conhecimentos e habilidades (KENSKI, 2015, p. 15). 
 
Logo, podemos observar que as tecnologias são discutidas há muito tempo e 
estão relacionadas a tudo que é pensado e desenvolvido para melhoria da condição e 
necessidade dos homens, e não está relacionada somente ao uso de internet, 
smartphones, computadores e outros recursos tecnológicos atuais. 
Com a evolução do conhecimento, novas tecnologias passaram a ser criadas, não 
somente para a defesa, mas para o ataque e dominação. “[...] um momento 
revolucionário deve ter ocorrido quando alguns grupos primitivos deixaram de lado os 
machados de madeira e pedra e passaram a utilizar lanças e setas de metal para 
guerrear” (KENSKI, 2015, p. 16). Assim, com o uso de inovações tecnológicas cada vez 
mais atualizadas, os homens procuravam ampliar os domínios e seus bens materiais. 
De acordo com Wunsch e Fernandes Junior (2018, p. 18), “Para analisar o que é 
tecnologia, precisamos pensar nas ações que realizamos hoje, as quais não eram 
possíveis há 50 ou 100 anos, como falar com uma pessoa do outro lado do mundo em 
tempo real, por exemplo”. Os autores enfatizam que a principal conceituação de 
tecnologia está relacionada a um produto da ciência que se relaciona a diversos métodos, 
recursos e técnicas, tendo como principal ideia a resolução de problemas relacionados 
às mais diversas áreas da informação. 
 
O termo vem do grego tekhne, que significa “técnica”, “arte” ou “ofício”. O 
filósofo italiano Umberto Galimberti (2006, p. 76), ao traçar um paralelo 
da concepção de alma do filósofo Nietzsche, ressalta que, em razão de 
sua incompletude, o homem se vê obrigado a construir “um conjunto de 
artifícios (ou técnicas) capazes de suprir a insuficiência de códigos 
naturais”, fazendo o pensamento técnico surgir como compensação. [...] 
conclui que a “técnica é, pois, a condição da existência humana” 
(WUNSCH; FERNANDES JUNIOR, 2018, p. 19 - 20). 
 
Com isso, é possível compreender que o conceito de tecnologia está associado 
aquilo que é pertinente a condição humana, sendo essa uma ciência da técnica que 
investiga a materialização da realidade do indivíduo no que se relaciona aos 
instrumentos e máquinas (WUNSCH; FERNANDES JUNIOR, 2018). 
Para compreender a tecnologia, temos duas vertentes a seguir em relação ao 
significado, sendo essas a de possibilidade e a de recurso. A de possibilidade está 
relacionada à tecnologia como um instrumento para resolver problemas, ou seja, um 
recurso que visa o apoio capaz de solucionar problemas, mesmo com as inúmeras 
dificuldades de análise dessas consequências (WUNSCH; FERNANDES JUNIOR, 
2018). Para tanto, é necessário compreender a diferença entre tecnologia e ciência, pois 
muitas pessoas levam a uma certa confusão. 
 
Figura 1 - Diferença entre Ciência e Tecnologia 
Fonte: Wunsch e Fernandes Junior (2018, p. 21). 
 
 
Partindo agora para uma discussão mais recente sobre a definição de tecnologia, 
Veraszto et al. (2009, p. 22) enfatizam que não é possível apresentarmos uma definição 
exata, pois ao longo da história da sociedade, o conceito deste termo é interpretado de 
inúmeras maneiras, de acordo com cada contexto social. Os autores afirmam que “[...] 
em diferentes momentos da história da tecnologia vem registrada junto com a históriadas técnicas, com a história do trabalho e da produção do ser humano”. 
 
Hoje em dia a produção tecnológica é inerente e própria ao homem. Este 
converteu-se em uma criatura pensante em virtude de sua capacidade de 
construir e, por sua vez, o produto fez do homem um ser pensante. Em 
efeito, no último milhão de ano, o gênero humano introduziu significativas 
modificações nos instrumentos, produtos da evolução da mão e do 
aperfeiçoamento do cérebro. O indivíduo converteu-se em uma criatura 
biológica e culturalmente mais refinada, e devido a isso, os produtos de 
seu talento foram tornando-se cada vez mais funcionais e ganhando em 
qualidade, do qual temos evidências contundentes que permitem 
reafirmar a capacidade tecnológica dos homens e mulheres pré- 
históricos (VERASZTO et al., 2009, p. 25-26). 
 
De acordo com a concepção intelectualista, a tecnologia pode ser compreendida 
como um conhecimento prático do desenvolvimento de um conhecimento teórico e 
científico por meio de recursos derivados da ciência e do conhecimento teórico, tendo o 
entendimento de tecnologia como algo hierárquico. É entendida como uma subordinada 
das ciências e dos conhecimentos científicos (VERASZTO et al., 2009). 
Já na concepção utilitarista, a tecnologia é considerada como um sinônimo da 
técnica, “ou seja, o processo envolvido em sua elaboração em nada se relaciona com a 
tecnologia, apenas a sua finalidade e utilização são pontos levados em consideração” 
(VERASZTO et al., 2009, p. 28). 
Na concepção da tecnologia como sinônimo de ciência, ela é compreendida como 
ciência natural e matemática, enquanto, na concepção instrumentalista, é uma ideia mais 
relacionada ao nosso cotidiano atual, pois entende que a máquina é a peça chave e mais 
importante como forma de opinião da sociedade, entendendo a tecnologia como apenas 
recursos elaborados para diversas utilidades (VERASZTO et al., 2009). 
 
Nesse sentido, a tecnologia se distingue da ciência também nos seus 
modos de avaliação. O valor da pesquisa e da atividade tecnológica é o 
da utilidade e eficácia dos inventos e da eficiência no processo de 
produção. Portanto, não é também uma simples invenção. Enquanto um 
inventor trabalha no mundo de suas ideias como um artista, o profissional 
da tecnologia trabalha geralmente em equipe com objetivos determinados 
(VERASZTO et al., 2009, p. 36). 
 
A tecnologia abrange todo um contexto relacionado ao seu aspecto cultural, pois 
aborda metas, valores e códigos éticos, sendo assim, um fator de organização nos mais 
diferentes setores da sociedade. A tecnologia não deve ser entendida como algo 
manipulável e de fácil compra ou venda, mas sim como algo que se adquire pela 
educação e pela pesquisa tecnológica (VERASZTO et al., 2009). 
 
 
 
SAIBA MAIS 
 
Como alunos e faculdades se adaptaram ao ensino a distância: estudantes 
e universidades relatam suas experiências depois de um ano assistindo as aulas 
a distância devido à pandemia 
 
Em março de 2021, completamos um ano em casa, o que impôs novos desafios 
à sociedade como um todo. É, também, o caso das instituições de ensino superior que 
encararam o mesmo dilema do ano passado para cá: como manter as atividades 
acadêmicas durante a pandemia? A solução, é claro, estava nas aulas remotas, com 
auxílio da internet. Mesmo assim, este não foi um trabalho simples de ser realizado. 
 
Da sala de aula física à sala de aula virtual 
 
Para muitos universitários, a transição da “sala de aula física” para a “sala de aula 
virtual” teve início ainda no primeiro mês de pandemia, em março de 2020. Caroline Belo, 
que concluiu a graduação em jornalismo na Universidade Veiga de Almeida no fim do 
ano passado, conta que, inicialmente, a instituição deu quinze dias para os alunos 
ficarem em casa. Mas, após perceberem que o retorno demoraria mais, as aulas online 
começaram. 
Nesta universidade do Rio de Janeiro, as aulas foram realizadas com auxílio de 
uma plataforma para EaD (educação a distância) que já fazia parte da realidade da 
instituição. A jornalista conta que os professores também utilizaram outros recursos, 
como a ferramenta de videoconferência do Microsoft Teams e o Google Drive. 
Ainda assim, nem todos começaram no mesmo momento. Inês Lopa, que estuda 
direito na Unirio (Universidade Federal do Rio de Janeiro), conta que suas aulas só 
tiveram início em outubro de 2020. Nesta instituição, as atividades foram realizadas 
através das plataformas Google Classroom e Google Meet. 
Também é importante lembrar que esta não é uma realidade de todos. Conforme 
aponta um relatório da UNICEF apresentado em agosto, 463 milhões de crianças em todo 
mundo não conseguiram acessar o ensino a distância durante o fechamento das escolas. 
Além disso, segundo a TIC Domicílios 2019, 28% dos lares brasileiros não possuem 
acesso à internet, especialmente nas zonas rurais. 
https://tecnoblog.net/352898/o-que-e-ead/
https://tecnoblog.net/304794/como-funciona-o-microsoft-teams-rival-do-slack-totalmente-gratis/
https://tecnoblog.net/sobre/google/
https://tecnoblog.net/303090/drive-ou-driver-para-nao-confundir-mais/
https://www.unicef.org/brazil/comunicados-de-imprensa/covid-19-pelo-menos-um-terco-das-criancas-em-idade-escolar-nao-consegue-acessar-ensino-a-distancia
[...] 
 
 
Oriento que você faça a leitura completa do texto em: 
DE BLASI, Bruno Gall. Como alunos e faculdades se adaptaram ao ensino a distância. Tenoblog, 2021. 
Disponível em: https://tecnoblog.net/430313/como-alunos-e-faculdades-se-adaptaram-ao-ensino-a- 
distancia/. Acesso em: 14 abr. 2021. 
 
 
#SAIBA MAIS# 
 
1.1 As Tecnologias e a Educação 
 
Caro(a) aluno(a), agora que você já sabe o que é tecnologia, como ela se 
desenvolveu e como é compreendida desde o passado até os dias atuais, é importante 
que seja analisado como acontece a relação entre Tecnologia e Educação. Tal 
importância se dá, pois, afinal, você está cursando uma licenciatura e sua principal 
atuação será a docência, ou seja, o campo da Educação. 
Brito e Purificação (2015) enfatizam que o desenvolvimento da ciência está 
associado ao desenvolvimento da tecnologia, vez que os aspectos tecnológicos podem 
ser entendidos como uma forma de aplicar o conhecimento científico, como foi visto no 
tópico anterior. Com isso, podemos compreender que o homem, por meio de suas 
invenções, criou a ciência, a tecnologia e apresentou mudanças assertivas em relação à 
sociedade e a natureza. 
Porém, é válido ressaltar que, os diferentes contextos e grupos sociais que são 
evoluídos de acordo com o passar dos anos vão criando novas formas de transmitir os 
“[...] conhecimentos, valores, regras, normas e procedimentos, com o intuito de garantir 
o convívio entre homens e difundir a cultura de cada sociedade, o que ocorre por meio 
da educação” (BRITO; PURIFICAÇÃO, 2015, p. 22). 
 
Quando nos referimos à educação, queremos expressar nosso 
entendimento de que ninguém escapa a ela, uma vez que está 
entrelaçada à vida cotidiana – na rua, na igreja ou na escola -, no ato de 
aprender, de ensinar, de aprender e ensinar, de saber, de fazer ou 
conviver. Todos os dias misturamos a vida e a educação (BRITO; 
PURIFICAÇÃO, 2015, p. 22). 
 
A educação, em conjunto com a tecnologia, é entendida como uma maneira de 
proporcionar aos indivíduos uma construção de seu conhecimento de forma atualizada, 
para que, assim, as pessoas estejam preparadas para criar recursos tecnológicos, saber 
utilizá-los e desenvolvê-los a fim de sempre compreender a importância de sua ligação 
e constantes mudanças. 
Para darmos continuidade no entendimento da relação entre tecnologias e 
educação, é necessário que você, caro(a) aluno(a), compreenda a descrição de algumas 
siglas relacionadas às práticas educacionais com tecnologias. 
 
Figura 2 - Definição de TIC 
Fonte: Wunsch e Fernandes Junior (2018, p. 60). 
 
 
Figura 3 - Definição de TDIC 
Fonte: Wunsch e Fernandes Junior (2018, p. 60). 
 
Figura4 - Definição de NTIC 
Fonte: Wunsch e Fernandes Junior (2018, p. 60). 
 
 
É válido ressaltar que o uso desses três termos é correto, pois depende de sua 
aplicação no discurso, uma vez que uma enfatiza a descrição do uso dos recursos 
eletrônicos como fonte de comunicação e busca de informação. Outra é empregada para 
descrever todos os recursos digitais utilizados, enquanto a última está relacionada aos 
recursos eletrônicos, digitais ou não. 
 
As novas tecnologias de comunicação (TIC’s), sobretudo a televisão e o 
computador, movimentaram a educação e provocaram novas mediações 
entre a abordagem do professor, a compreensão do aluno e o conteúdo 
veiculado. A imagem, o som e o movimento oferecem informações mais 
realistas em relação ao que está sendo ensinado. Quando bem utilizadas, 
provocam a alteração dos comportamentos de professores e alunos, 
levando-os ao melhor conhecimento e maior aprofundamento do 
conteúdo estudado. [...] Encaradas como recursos didáticos, elas ainda 
estão muito longe de serem usadas em todas as suas possibilidades para 
uma melhor educação (KENSKI, 2015, p. 45). 
 
 
 
Logo, por meio dessa colocação, podemos perceber que a escola utiliza a 
tecnologia, mas apenas como um recurso de ajuda para determinados momentos, 
deixando de lado a busca de sua verdadeira maneira de auxílio em sala de aula, pois por 
mais que as instituições escolares utilizem computadores e internet, ainda são muito 
restritos e ligados apenas a determinadas disciplinas ou currículos escolares. 
A utilização de mídias digitais como uma estratégia didática no cenário 
educacional está cada vez maior, pois é notório que, nas últimas décadas, as escolas 
estão recebendo cada vez mais alunos envolvidos com os mais diversos contextos 
tecnológicos, trazendo, assim, o uso dessa estratégia como uma forma de oportunizar 
uma resposta para as diferenças individuais e as mais variadas maneiras de 
aprendizagem. 
Com isso, é notório perceber que o ambiente que menos utiliza as tecnologias de 
forma mais assertiva e objetiva seriam as escolas, principalmente pelos professores e 
demais envolvidos no processo de ensino e aprendizagem, visto que ainda existem 
muitas questões a serem debatidas, como, por exemplo, a maneira correta como as 
tecnologias devem ser utilizadas em sala de aula e quais os recursos tecnológicos 
viáveis a serem utilizados (BITTENCOURT; ALBINO, 2017). 
Sabendo que a educação é o pilar fundamental para o processo de 
desenvolvimento dos discentes, é necessário levar em consideração o que já vem sendo 
debatido por envolvidos na educação ao longo dos anos, percebendo, assim, que 
 
neste contexto a educação enfrenta desafios, seja de reflexão no ensino- 
aprendizagem e na capacitação dos educadores, que são pessoas que 
se esforçam para se adaptar ao uso das novas tecnologias [...], e estão 
acostumados com outra didática e outras formas de ensino- 
aprendizagem (BITTENCOURT; ALBINO, 2017, p. 210). 
 
Além de que 
 
Não há dúvida de que as novas tecnologias de comunicação e 
informação trouxeram mudanças consideráveis e positivas para a 
educação. [...] Para que as TIC’s possam trazer alterações no processo 
educativo, no entanto, elas precisam ser compreendidas e incorporadas 
pedagogicamente. Isso significa que é preciso respeitar as 
especificidades do ensino e da própria tecnologia para poder garantir que 
o seu uso, realmente, faça a diferença. Não basta usar a televisão ou o 
computador, é preciso saber usar de forma pedagogicamente correta a 
tecnologia escolhida (KENSKI, 2015, p. 46). 
Quando se fala em tecnologias educacionais, precisamos levar em consideração 
que todos os recursos tecnológicos são viáveis, desde que ocorra uma ligação com o 
contexto educacional e social em que a escola está inserida, que seja levado em 
consideração cada etapa do processo de ensino e aprendizagem dos alunos que fazem 
acesso a tais recursos e que o professor os utilize em sua ação pedagógica. 
Em suma, com base no exposto, você, caro(a) aluno(a), poderá compreender que 
as tecnologias e inovação estão presentes cada vez mais na Educação. Porém, é 
necessário repensar o seu uso no contexto educacional, vez que não é simplesmente 
inserir um computador ou uma rede de internet na instituição escolar que o uso 
tecnológico já acontecerá de forma assertiva. 
É preciso analisar e avaliar, também, se o meio em que a escola está inserida 
possui acesso à rede de internet e computadores em suas casas. Por exemplo, se a 
equipe pedagógica e docente está preparada metodologicamente para a inserção de 
recursos tecnológicos, ou seja, deve acontecer uma análise pedagógica para 
identificação de possíveis metodologias a serem utilizadas em sala de aula. 
 
SAIBA MAIS 
 
Tecnologia na Educação: integração inevitável? 
 
 
A tecnologia tem evoluído de forma tão acelerada e exponencial que, atualmente, 
vivemos numa sociedade baseada no conceito IoT – Internet of Things, com grande 
influência na indústria, levando, até, ao que muitos defendem como a nova revolução 
industrial. Nesta nova sociedade onde tudo está ligado, onde a informação e os dados 
podem ser facilmente partilhados, agora é possível adicionar novas potencialidades e 
funcionalidades, desde o mais simples aparelho do nosso quotidiano até às grandes 
linhas de produção industrial. 
[…] 
A escola não pode ignorar esta evolução e a integração da tecnologia na 
educação é indispensável para que os nossos alunos, que se encontram em processo 
de educação e formação, conheçam e dominem as diferentes abordagens e 
potencialidades que a tecnologia vem proporcionando à vida económica, social e cultural, 
constituindo-se, além disso, numa mais-valia para a aquisição de conhecimentos e 
competências importantes — que os qualificam e lhes permitirão enfrentar com 
vantagem, ao longo da vida, os desafios de uma sociedade que acelera na era digital 
como nunca. 
[…] 
A tecnologia tem de ser integrada na educação como um meio, para que as 
escolas disponham de mais ferramentas para explorar novas metodologias inovadoras. 
Com acesso a novos conteúdos e plataformas, as escolas podem aprofundar a 
diferenciação pedagógica e proporcionar ao aluno um percurso de aprendizagem ao seu 
ritmo e com maior autonomia. Através do acesso a recursos educativos digitais que 
facilitam o acesso à informação e ao conhecimento de uma forma universal, podem 
assegurar a inclusão de cada aluno, respondendo, de forma mais eficaz, ao contexto ou 
necessidades especiais de cada um. A integração da tecnologia terá também de valorizar 
a formação, o trabalho cooperativo e a partilha de práticas pedagógicas no 
desenvolvimento profissional dos professores e de outros técnicos. 
[...] 
Caro (a) aluno (a), oriento que você faça a leitura da reportagem na íntegra, acessando: 
GASPAR, Luis. Tecnologia na Educação: integração inevitável? Observador, Lisboa, 
2021. Disponível em: https://observador.pt/opiniao/tecnologia-na-educacao-integracao- 
inevitavel/. 
 
#SAIBA MAIS# 
 
1.2 O Ensino na Sociedade da Informação 
 
Caro(a) aluno(a), agora que você já compreende como se dá o processo entre as 
tecnologias e a Educação, e como tal recurso pode ser visto e entendido nos mais 
variados contextos sociais e educacionais, é importante que façamos uma explanação 
sobre o ensino na sociedade da informação. Vamos lá? 
Moran, Masetto e Behrens (2015) nos afirmam que o processo de aprendizagem 
e tecnologia pode ser analisado por meio de quatro pontos, são eles: o conceito de 
aprender, o papel do aluno, o papel do professor e o uso da tecnologia, em que 
 
O conceito de aprender está ligado diretamente a um sujeito (que é 
aprendiz) que, por suas ações, envolvendo ele próprio, outros colegas e 
o professor, busca e adquire informações, dá significado ao 
conhecimento, produz reflexões e conhecimentos próprios, pesquisa, 
dialoga, debate, desenvolve competências pessoais e profissionais,atitudes éticas, políticas, muda comportamentos, transfere 
aprendizagens, [...] desenvolve sua criticidade, a capacidade de 
considerar e olhar para os fatos e fenômenos de diversos ângulos, 
compara posições e teorias, resolve problemas. Numa palavra, o 
aprendiz cresce e desenvolve-se (MORAN; MASETTO; BEHRENS, 
2015, p. 142). 
 
Já em relação aos docentes, os autores enfatizam que passam a ter a 
oportunidade de abordar o seu verdadeiro ofício que é o de mediador do conhecimento 
no processo de ensino e aprendizagem de seus alunos, sendo ele um facilitador e 
incentivador desse processo pelo qual seus discentes passam. Vemos aí, então, que o 
professor nada mais é do que a peça-chave para a interligação entre a teoria, ou seja, 
os conteúdos apresentados, com o momento de apreensão pelos alunos durante o 
processo de aprendizagem. 
O professor assume, com isso, novas atitudes em relação ao aprendizado de seus 
alunos, mesmo que, por muitas vezes, ele ainda seja visto como aquele profissional que 
desempenha “o papel de especialista que possui conhecimentos e/ou experiências a 
comunicar, o mais das vezes ele vai atuar como orientador das atividades do aluno, [...] 
facilitador, [...] trabalhando em equipe com o aluno buscando os mesmos objetivos [...]”, 
ou seja, ele vai desenvolver um papel de mediador pedagógico (MORAN; MASETTO; 
BEHRENS, 2015, p. 142). 
Já em relação às tecnologias, trabalhar com elas no contexto escolar, criando 
aulas mais atrativas e motivadoras, não significa inserir a tecnologia em sala e privilegiar 
apenas ela. “[...] não significa simplesmente substituir o quadro negro e o giz por algumas 
transparências, por vezes tecnicamente mal elaboradas [...]”, é necessário repensar todo 
o processo pedagógico, desde o projeto político pedagógico da escola para verificar 
como os recursos tecnológicos podem ser abordados nas instituições de ensino 
(MORAN; MASETTO; BEHRENS, 2015, p. 143). 
Mas, pensando agora na proposta deste tópico, que é abordar sobre o ensino da 
sociedade da informação, afinal, o que é uma Sociedade da Informação? Coutinho e 
Lisbôa (2011, p. 6) enfatizam que 
 
A ideia subjacente ao conceito de SI é o de uma sociedade inserida num 
processo de mudança constante, fruto dos avanços na ciência e na 
tecnologia. Tal como a imprensa revolucionou a forma de aprendermos, 
através da disseminação da leitura e da escrita nos materiais impressos, 
o despertar das tecnologias da informação e da comunicação tornou 
possíveis novas formas de acesso e distribuição do conhecimento. [...] 
Uma nova realidade que exige dos indivíduos competências e habilidades 
para lidar com a informatização do saber [...]. 
 
Logo, podemos compreender, caro(a) aluno(a), que a Sociedade da Informação 
nada mais é do que a inserção da sociedade num processo de modernização por conta 
das atualizações na área da ciência e da tecnologia, vez que o acesso, cada vez mais 
facilitado, evidencia um novo olhar sobre as tecnologias da informação e comunicação 
como uma maneira de transmitir o conhecimento de forma mais rápida e assertiva. 
Na Sociedade da Informação, a comunicação e a informação possuem um papel 
de mediar as atividades e as tomadas de decisão nos mais variados contextos da 
sociedade, como, por exemplo, a política, a cultura, a ciência e tecnologia e a educação, 
logo, por conta disso, a sociedade passa a operar em redes. Em suma, se desenvolve 
por meio da operacionalização de informações e conteúdos sob a demanda da 
conectividade tecnológica (MIRANDA, 2000). 
Já em relação ao ensino, é necessário compreender que, por conta da sociedade 
da informação, surgiram novos desafios em relação ao processo de ensino e 
aprendizagem, vez que a maneira em que a construção do conhecimento é vista se 
alterou, e, com isso, o próprio saber passou a ser entendido como algo instável e 
necessitado de atualizações (CRUZ, 2008). 
A forma tradicional de conhecimento presente nas escolas centrava-se 
na figura do professor, sendo este tratado como “dono do saber”. Hoje, 
percebemos mudanças nesse cenário. Na era da informação, o espaço 
de saber docente foi dando lugar ao de mediador e problematizador do 
aprender: ele passou a ser visto como aquele que desafia os alunos, 
mostrando-lhes, entre várias possibilidades de aprendizagem, caminhos 
que poderão ser percorridos (CRUZ, 2008, p. 1). 
 
Logo, por meio disso, podemos compreender que o papel da escola e do professor 
não é simplesmente apresentar coisas e informações, mas sim apresentar uma forma de 
evidenciar e mediar o conhecimento. Com isso, a escola que apenas transmite e propaga 
o uso da memorização, passa a dar lugar para uma instituição escolar que aborda o 
conhecimento e a descoberta das coisas utilizando das mais diversas formas de 
informações já apresentadas na sociedade, dando, assim, maior foco da educação 
escolar. 
A evolução das tecnologias da informação apresentou uma nova maneira de 
transformação da educação escolar, em que a utilização da tecnologia passou a ser 
muito evidente em boa parte das escolas públicas que utilizam o ensino tradicional. 
“Numa sociedade em que produtores e consumidores do media interagem, onde os 
jovens frequentemente dão mais importância aos meios de divulgação [...] será 
indispensável que a escola aprenda interiorizar uma ‘cultura de convergência’ [...]” 
(RUIVO; MESQUITA, 2013, p. 11). 
 
Então, professor e aluno terão de aprender a lidar com as novas 
tecnologias e também com os métodos tradicionais para adquirir as 
informações necessárias para a sua formação profissional e pessoal. 
Como se percebe, o desafio não é simples, requer que professores e 
alunos se preparem para trabalhar com um universo tecnológico no qual 
eles ainda estão iniciando (CRUZ, 2008, p. 1). 
 
Isso se dá, pois, se analisarmos na íntegra, estamos inseridos em uma sociedade 
em que a educação tradicional passou a ter como aliada a internet e, com isso, ambas 
passaram a ser aliadas no processo educativo. Por isso é importante ressaltar que o 
ensino na sociedade da informação pode ser entendido como uma complementação do 
ensino que já conhecemos com as novas tecnologias que surgem cada vez mais, de 
forma que toda a sociedade, inclusive no âmbito educacional, precisa estar sempre 
atualizada perante essas atualizações. 
Dessa forma, ensinar ou aprender na era da informação se torna uma mudança 
de padrões de ensino já existentes, de forma que as tecnologias sejam utilizadas de 
forma consciente e que auxilie o processo educacional, buscando sempre a 
transformação das novas informações recebidas em conhecimentos, pois a interligação 
desses contextos permite “[...] aperfeiçoar o pensamento reflexivo como instrumento de 
emancipação humana” (CRUZ, 2008, p. 1). 
 
Podemos dizer que, na sociedade da informação, aprende quem 
descobre mais e mais profundos padrões. A aprendizagem está, 
principalmente, na habilidade de estabelecer conexões, revê-las e refazê- 
las. Com isso, a aprendizagem deixa de ser algo passivo para tornar-se 
uma obra de reconstrução permanente, dinâmica entre sujeitos que se 
influenciam mutuamente. É fundamental saber ler a realidade com 
acuidade, para nela saber intervir com autonomia. Em síntese, 
compreende-se que a aprendizagem na era das novas tecnologias da 
informação exige uma política de produção de si e do mundo (CRUZ, 
2008, p. 1). 
 
Além disso, é importante frisar que a educação e o uso das novas tecnologias da 
informação e comunicação no contexto escolar deve ser compreendido como uma união 
de recursos e metodologias em busca de habilidades e competências para o êxito 
profissional e social do aluno e não somente como um meio fácil de utilizar em todos os 
processos de aprendizagem (RUIVO; MESQUITA, 2013). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFLITA 
 
Caro(a) aluno(a), vimos que a tecnologia está cada vez mais presente na 
Educação e nos mais variados contextos sociais, porémé necessário repensar na 
realidade que cada estado, cada cidade e cada escola estão inseridas, para, somente 
assim, identificar quais são os benefícios da inserção das novas tecnologias no contexto 
escolar. 
Portanto, ao se pensar em utilizar esses recursos, aliados às metodologias de 
ensino, a principal ação e mais importante é analisar o Projeto Político Pedagógico das 
escolas e verificar quais são suas necessidades e potencialidades, de forma que sejam 
identificadas as melhores maneiras de utilizar essas ferramentas. 
 
Fonte: o autor (2021). 
 
 
#REFLITA# 
 
 
1.3 A Ação Docente e o Uso das Tecnologias 
Caro(a) aluno(a), chegamos ao último tópico de discussão em nossa Unidade I. 
Agora que você já conhece o que é tecnologia, qual é sua relação com a educação 
e como acontece o ensino na sociedade da informação, é necessário que compreenda 
como acontece a ação docente e o uso dos recursos tecnológicos. 
Wunsch e Fernandes Junior (2018) relatam que ao se pensar sobre a prática 
docente, aliada às novas tecnologias, é válido enfatizar que em muitas vezes está 
relacionada a competências docentes em duas vertentes: a primeira de uma visão 
técnica, que visa apenas uma educação tradicional, e a segunda visando o processo de 
ensino e aprendizagem como coletivo, ou seja, envolvendo todos que fazem parte do 
contexto educacional. 
Masetto (2015, p. 779) reforça que "desde as últimas décadas do século passado, 
nossa sociedade vem sofrendo profundas transformações provocadas principalmente 
pela revolução das tecnologias da informação e da comunicação (TICs)”. Por conta disso, 
a educação foi afetada em uma construção, socialização e valorização do conhecimento 
e do processo de aprendizagem e a formação docente, vez que precisam estar 
preparados para tal ação. Além disso, o autor enfatiza que o acesso às informações se 
encontra cada vez mais fácil e à disposição das pessoas, apenas com um clique, porém 
nenhum docente pode querer dominar os mais variados conhecimentos de forma geral de 
sua área do saber e transmitir aos seus alunos de forma organizada, resumida e 
sistematizada. Mas, afinal, qual é então a competência de um professor? Veja a seguir 
algumas definições. 
 
Figura 5 - Definições das competências docentes 
Fonte: Wunsch e Fernandes Junior (2018, p. 129). 
 
 
No período desde o final do século passado, o termo competência 
docente ganhou visibilidade. Além de fazer referência a uma concepção 
larga do currículo na globalidade formativa desse profissional, ficou 
comprovado que, além das habilidades tecnicistas de conteúdo, a 
atividade docente pode ser definida como algo complexo, multifacetado 
e carregado de valor, necessitando de uma aprendizagem ao longa da 
vida. Somente assim é possível perceber o seu papel como protagonista 
em relação às tendências de mudança da atual ordem social (WUNSCH; 
FERNANDES JUNIOR, 2018, p. 129). 
 
Logo, compreender que o uso das tecnologias no contexto escolar se torna um 
desafio, podendo, assim, perceber que o professor da atualidade não pode ser 
caracterizado apenas como um profissional que apenas aplica conhecimentos já 
produzidos, mas que seja um profissional que assuma sua prática pedagógica a partir 
de sua atuação docente. Além disso, é necessário que seja capaz de estruturar e orientar 
sua prática, selecionando conteúdos e aprimorando suas competências, para, assim, 
criar oportunidades de expansão do conhecimento, e isso não se diferencia em relação 
ao uso dos recursos tecnológicos, vez que o docente precisará repensar sua prática e 
analisar como e quais métodos utilizar (CUNHA, 2009). 
 
A natureza múltipla do conhecimento e dos seus processos, exigem do 
professor que saiba, sobretudo, dominar e compreender as novas 
linguagens e experiências, bem como saber articulá-las com uma outra 
competência, baseada no processo de mediação e diálogo com os alunos. 
Processo em que o professor deve ter um papel essencial, para que a 
partir de sua intermediação todos possam informar, comunicar, discutir, 
participar, criar, estimular o acesso a novas linguagens, como forma de 
ampliar o grau de compreensão e as vivências dos sujeitos (CUNHA, 
2009, p. 1053). 
 
Compreendemos que o professor deve ser capaz de desenvolver novas 
habilidades profissionais para compreender a realidade social em que está inserido, e ter 
como prática profissional a formação de cidadãos que sejam capazes de serem autores 
de seus próprios caminhos. Com isso, o professor não pode ficar apenas no 
conhecimento inicial e teórico construído por meio de sua experiência profissional, mas 
buscar um conhecimento que o capacite para mediar as informações e saber adequá- 
las ao contexto educacional que está inserido (CUNHA, 2009). 
Diante disso, percebemos que fazendo uso das novas tecnologias, sendo estas 
algo novo para os docentes e discentes, o professor deve atuar como mediador do 
processo de ensino e do conhecimento, levando seus alunos a compreenderem a 
realidade dos conteúdos ensinados, aliados ao uso das tecnologias em sala de aula, 
uma vez que têm cada vez mais facilidade para o acesso à tecnologia, levando o 
professor a não ficar somente apoiado aos conhecimentos exclusivamente acadêmicos 
e teóricos. 
 
A utilização das tecnologias no contexto educacional, oferecem condições 
efetivas para aplicação metodológica construtiva para os envolvidos no 
processo de ensino-aprendizagem. Pois, ao lidar com equipamentos 
tecnológicos, programas ou aplicativos, tanto os profissionais quanto os 
estudantes estarão envoltos em processos de inovação na maneira de 
ensinar e de aprender. As práticas educativas 
com uso da TIC, agregam novas possibilidades de adentrar em um 
campo do conhecimento estimulante que se utiliza de interatividade, 
multimidialidade, entre outras características, reconhecimento às 
habilidades dos discentes, pois atualmente, as novas tecnologias são os 
principais passatempos deles [...] (RODRIGUES; CASTRO, 2020, p. 3). 
 
Por conta disso, caro(a) aluno(a), é possível compreendermos que as tecnologias 
aliadas à educação permitem uma reestruturação, modificação e adaptação dos mais 
variados contextos relacionados ao processo de ensino e aprendizagem. A utilização das 
TIC como recursos metodológicos pode ser feita de diversas formas, levando o docente 
a apresentar de maneiras diferentes e inovadoras as informações pertinentes às suas 
aulas e disciplinas ministradas. 
Porém, como mencionado anteriormente, é necessário repensar todo o contexto 
social em que a escola está inserida para verificar as possibilidades de utilização dos 
recursos tecnológicos em seu currículo programático. Com isso, os desafios da 
educação referente a esse assunto estão no fato de precisar compreender e suprir as 
necessidades das instituições escolares, tanto em questão de equipamentos, como de 
formação adequada dos profissionais para que saibam utilizar de forma correta e 
assertiva esses recursos, de forma que contribuam para suas aulas e aperfeiçoamento 
de suas práticas pedagógicas (RODRIGUES; CASTRO, 2020). 
Pensando em um viés social, a educação, assim como as demais esferas da 
sociedade, está sendo pressionada pela mudança, pela atualização e pela inovação, vez 
que o contexto histórico em que estamos inseridos nos emerge em uma contínua 
utilização de novas tecnologias, pois cada vez mais surgem novos recursos tecnológicos 
aplicáveis nos diversos setores da sociedade, dentre eles a Educação. 
Outro fator muito importante a ser levado em consideração sobre a ação docente 
e o uso das tecnologias é sobre a formação dos professores para atuarem como 
mediadores do conhecimento neste contexto e, por conta disso, inserir as novas 
tecnologias no processo educacional se torna um grande desafio para muitos 
professores, vez que tal assunto deve ser objeto de pesquisa nos cursos de formação 
docente e demais profissionais das instituições escolares.Atualmente, diante das tecnologias apresentadas aos alunos, o professor 
tem a função de mediador dessa maneira de ensino, dando suporte 
indispensável ao uso apropriado e responsável dos insumos 
tecnológicos. Para que isto aconteça, o professor precisa buscar 
formação e atualização além de sua especialidade, percebendo nas 
tecnologias o aporte para atuar em suas práticas pedagógicas no 
cotidiano escolar (RODRIGUES; CASTRO, 2020, p. 6). 
 
É notável que as novas tecnologias no ensino oferecem novas perspectivas 
decisivas em relação à educação, mas além disso, é necessário levar em consideração 
que temos diversos problemas ainda sobre a inserção deste recurso nas escolas, como, 
por exemplo, a falta de estrutura ou acesso à internet. Destarte a isso, é um desafio ao 
professor modificar sua maneira de lecionar por meio de uma nova metodologia de 
ensino, e é por conta desse desafio que o docente deve manter sua formação acadêmica 
de forma continuada, sempre buscando aprimoramentos e especializações voltadas às 
inovações tecnológicas que são apresentadas no contexto social e educacional. 
Pode-se dizer que utilizar as tecnologias no contexto escolar passa a ser 
entendido como uma forma de interagir e contextualizar os conteúdos programáticos das 
instituições escolares, de forma que reconheça as relações e conexões existentes entre 
um conteúdo e outro, criando, assim, a produção do conhecimento por meio dos recursos 
tecnológicos. 
 
Essas possibilidades nos remetem a questões relacionadas à formação 
de professores para o uso das tecnologias digitais, de modo a contribuir 
nos processos de produção do conhecimento e no desenvolvimento 
intelectual e cultural dos alunos. Entendemos que o movimento da 
formação inicial voltado para o uso das tecnologias digitais deve ter 
prosseguimento com a formação continuada, uma vez que as tecnologias 
estão em constante avanço. Deste modo, investir na formação inicial e 
continuada do professor, representa fortalecimento para a educação, 
permitindo ao professor maior autonomia no uso das tecnologias digitais, 
implementando, dessa forma, suas práticas pedagógicas (FRIZON et al., 
2015, p. 10193). 
 
É notório que o avanço tecnológico tem causado inúmeras mudanças na 
sociedade e, por isso, a escola também precisa ser repensada para atender todas as 
demandas relacionadas às inovações para que o processo de aprendizagem seja efetivo. 
Esse repensar sobre a escola parte inicialmente pela reavaliação do professor e sua 
formação inicial, em que os cursos de licenciaturas precisam rever suas matrizes a fim 
de preparar os futuros docentes para o uso assertivo nos novos recursos tecnológicos, 
para que possa contribuir com o desenvolvimento das habilidades e competências de 
todos os discentes (FRIZON et al., 2015). 
“Diante das exigências decorrentes da presença das tecnologias digitais no 
contexto educacional faz-se necessário repensar o fazer pedagógico [...]” de forma que 
possa se atentar para todas as necessidades e demandas educacionais apresentadas 
por seus alunos (FRIZON et al., 2015, p. 10194). Por isso essa ação é entendida como 
política de formação inicial e continuada, promovendo o avanço no conhecimento do 
professor e do aluno. 
 
A capacidade de utilizar pedagogicamente as tecnologias digitais 
pressupõe que a formação de professores sinalize perspectivas para as 
novas formas de se relacionar com o conhecimento, com os outros 
indivíduos e com o mundo. A formação continuada de professores, deste 
modo, deve ser vista como a possibilidade de ir além dos cursos de cunho 
técnico e operacional, mas que assegure que o professor reflita acerca 
do uso das tecnologias digitais na e para a democratização da educação 
(FRIZON et al., 2015, p. 10196). 
 
Dessa forma, podemos dizer que a formação de docentes na perspectiva do uso 
de novas tecnologias e novos recursos tecnológicos se torna muito discutida e tende a 
modificar o modelo tradicional de ensino que, por muitas vezes, é discutido pelas 
políticas públicas de formação de professores. Por conta disso, formar professores 
inseridos no contexto de tecnologias educacionais exige que haja condições para que 
busque a construção de seus conhecimentos sobre os novos recursos, entende o porquê 
e como utilizar tais recursos em sua prática pedagógica, bem como ser capaz de romper 
as metodologias antigas impostas pela sociedade. 
 
REFLITA 
 
Caro(a) aluno(a), baseado no que foi explanado neste tópico de discussão e nas 
leituras complementares, na sua opinião, todos os professores estão preparados para 
utilizar as novas tecnologias em suas práticas pedagógicas? 
 
Fonte: o autor (2021). 
 
#REFLITA# 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Caro(a) aluno(a), chegamos ao final de nossa primeira unidade de discussão 
sobre a disciplina de Prática de ensino: Estratégias e Tecnologias. 
Em nosso primeiro momento de discussão, foi possível que você compreendesse 
sobre o que é, afinal, a tecnologia e como ela vem sendo modificada desde os primórdios 
das sociedades. Identificamos que a discussão sobre as tecnologias é algo muito antigo 
e que não estão relacionadas somente a objetos e recursos tecnológicos recentes, mas 
sim desde a aceleração da engenhosidade humana, que deu origem aos mais variados 
e diferentes instrumentos e ferramentas. Com isso, é possível compreender que o 
conceito de tecnologia está associado àquilo que é pertinente à condição humana, sendo 
essa uma ciência da técnica que investiga a materialização da realidade do indivíduo no 
que se relaciona aos instrumentos e máquinas. 
Já no segundo tópico discutido, você pôde verificar sobre como ocorre o processo 
de ensino e aprendizagem relacionado à associação entre Educação e tecnologia, sendo 
possível identificar que o uso dos recursos tecnológicos, como metodologias e 
estratégias de ensino, pode ser entendido como uma forma de apresentar aos alunos 
uma construção do seu conhecimento de modo atualizado, de forma que os indivíduos 
sejam preparados para criar e saber utilizar tais recursos de forma clara e assertiva. 
Neste mesmo tópico foi possível identificar as diferenças entre TIC, TIDIC e NTIC, 
compreendendo que o uso dessas três classificações está correto, pois depende de sua 
aplicação no discurso, vez que uma enfatiza a descrição do uso de dos recursos 
eletrônicos como fonte de comunicação e busca de informação, a outra é empregada 
para descrever todos os recursos digitais utilizados, enquanto a última está relacionada 
aos recursos eletrônicos, digitais ou não. 
No terceiro tópico de discussão, caro(a) aluno(a), foi o momento de 
compreendermos como ocorre o ensino na Sociedade da Informação, sociedade 
entendida como aquela onde ocorre a inserção da sociedade num processo de 
modernização por conta das atualizações na área da ciência e da tecnologia, vez que 
cada vez mais temos o acesso facilitado a todos os novos recursos digitais. Nessa 
discussão você pode verificar que trabalhar com a tecnologia na Educação não significa 
apenas apresentar recursos tecnológicos para se ter aulas mais atrativas, mas sim 
repensar todo o processo que envolve as instituições escolares, desde o Projeto Político 
Pedagógico, a fim de verificar como esses recursos podem contribuir e serem utilizados 
nas escolas. Diante disso, é importante compreender que devido a sociedade da 
informação foram surgindo novos desafios relacionados ao processo de ensino e 
aprendizagem, pois o saber passou a ser visto como algo instável que está sendo 
atualizado, levando à escola e ao professor uma tarefa que não se resume somente em 
apresentar informações aleatórias de forma tradicional e apenas expositiva, mas sim se 
utilizarem de novas maneiras de mediar o conhecimento. 
Por fim, no último tópico de nossa primeira unidade, verificamos como ocorre a 
atuação docente mediante as novas tecnologias e como o uso delas interfere no contexto 
escolar. Como isso, foipossível analisar que o uso de recursos tecnológicos se torna um 
desafio, pois o professor da atualidade não pode ser entendido como um profissional que 
somente impõe conhecimentos já prontos, mas um profissional que revê sua prática 
pedagógica e assume uma postura inovadora, atualizando, assim, sua prática docente e 
criando oportunidades assertivas de mediação do conhecimento. 
Outro fator muito importante que foi discutido em nosso último tópico foi sobre a 
formação dos professores para atuarem como mediadores do conhecimento mediante 
aos novos recursos tecnológicos, em que o docente precisa buscar uma formação que 
não seja somente inicial, mas sim continuada, sempre buscando especializações que lhe 
auxiliem a ter uma melhor prática pedagógica. 
Para ampliar mais o seu conhecimento acerca da Educação e Tecnologias não 
deixe de consultar as referências, bem como a indicação de leitura complementar, livro 
e filme. 
LEITURA COMPLEMENTAR 
 
NOVAS TECNOLOGIAS E EDUCAÇÃO: A EVOLUÇÃO DO PROCESSO DE ENSINO 
E APRENDIZAGEM NA SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA 
 
Renildo Franco da Silva. Mestre em Ciências da Educação – professor dos cursos de 
Letras e Pedagogia da FVJ – Faculdade do Vale do Jaguaribe. E-mail: 
francobellarte@hotmail.com 
Emilce Sena Correa. Doutora em pela Universidad Carlos III de Madrid, Espanha. 
(2004). Professora de pós-graduação Stricto Sensu na Universidade Americana 
(Paraguai). 
 
RESUMO: Este trabalho de investigação objetiva discutir a relação entre a educação e 
as novas tecnologias no processo evolutivo do ensino e da aprendizagem nessa 
sociedade contemporânea, abordando algumas questões desafiadoras apresentadas 
para uma busca de reflexões em torno das constantes evoluções dessa sociedade, 
especialmente no que diz respeito à agregação das ferramentas tecnológicas em sala 
de aula. A partir disso, buscou-se incorporar diálogos voltados para a ação do educador 
e dos gestores educacionais visando encontrar caminhos para a aplicabilidade das 
diversas mídias dentro da escola. A tendência da educação contemporânea é firmar a 
necessidade de que o educando deve vivenciar a aprendizagem de sala de aula de forma 
mais dinâmica e significativa, por esse motivo, propõe-se nessa pesquisa analisar os 
benefícios e malefícios da modernidade tecnológica apontando caminhos para uma 
prática pedagógica que se pretende desconstruir-se para se reconstruir numa nova 
perspectiva de ensino e aprendizagem. 
 
[...] 
 
1 INTRODUÇÃO 
Mediante ao grande desenvolvimento tecnológico que vem sendo apresentado na 
sociedade contemporânea, faz-se necessário discutir sobre os benefícios do uso das 
ferramentas tecnológicas na construção do conhecimento. Para nortear essa 
investigação partimos do seguinte questionamento geral: Como acontece a relação entre 
a educação e as novas tecnologias no processo evolutivo do ensino e da aprendizagem 
na sociedade contemporânea? Para respondê-lo, objetivamos compreender a relação 
entre a educação e as novas tecnologias no processo evolutivo do ensino e da 
aprendizagem nessa sociedade tão multifacetada. A partir do objetivo geral da pesquisa 
construímos algumas questões geradoras dos objetivos específicos. Foram elas: Qual a 
relação existente entre a educação e as novas tecnologias no ambiente escolar 
mailto:francobellarte@hotmail.com
contemporâneo? Qual a importância das novas tecnologias no processo de ensino e 
aprendizagem? Qual o papel do professor antes do desenvolvimento tecnológico e o seu 
papel após esse desenvolvimento? Quais são os desafios impostos pela sociedade 
contemporânea diante da diversidade de conhecimentos no mundo globalizado? Os 
objetivos específicos gerados pelas questões foram: estabelecer relação entre a 
educação e as novas tecnologias no ambiente escolar contemporâneo; analisar a 
importância das novas tecnologias no processo de ensino e aprendizagem na sociedade 
contemporânea; comparar o papel exercido pelo professor antes do desenvolvimento 
tecnológico e o papel do professor contemporâneo e apresentar os desafios impostos 
pela sociedade contemporânea diante da diversidade de conhecimentos no mundo 
globalizado. Após os questionamentos e objetivos delineados buscou-se uma imersão 
nos trabalhos de alguns autores que também discutem temas voltados para as 
tecnologias, motivação, educação contemporânea, o papel do professor etc. O 
dinamismo das novas tecnologias nos impulsiona a entender a educação de forma 
diferente. Leva-nos à reflexão de nossa prática e nos impulsiona a novos paradigmas 
que reflitam essa necessidade humana de se completar, de desvendar, descobrir e se 
refazer. 
[....] 
 
 
Oriento que você, caro(a) aluno(a), leia o texto na íntegra por meio da referência 
apresentada: 
SILVA, Renildo Franca da.; CORREA, Elenice Sena. Novas tecnologias e educação: a 
evolução do processo de ensino e aprendizagem na sociedade contemporânea. 
Educação e linguagem, São Paulo, n. 1, p. 23-35, jun. 2014. 
LIVRO 
 
• Título: Tempos digitais: ensinando e aprendendo com tecnologia. 
• Autor: Hélio Lemes Costa Jr. 
• Editora: Editora da Universidade Federal de Rondônia. 
• Sinopse: Em um mundo em ebulição, nada permanece estável 
por muito tempo. O livro traz à tona essa implacável realidade. Ele 
retrata um professor que vê o mundo se transformando diante de 
seus olhos. Toda a sólida maneira de se fazer as coisas e todo o controle sobre elas, 
escorrendo por entre os dedos. 
 
 
FILME/VÍDEO 
 
 
• Título: Juventude Conectada 
• Ano: 2016 
• Sinopse: A Educação é um dos pilares da segunda 
educação da Pesquisa Juventude Conectada. Descubra como a tecnologia dentro e fora 
das salas de aula, promete inovas nas formas de aprendizagem e ajudar professores a 
avaliarem seus alunos, conectando quem ensina a quem aprende 
• Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=CFX3qA7-3aY 
http://www.youtube.com/watch?v=CFX3qA7-3aY
 
REFERÊNCIAS 
 
BITTENCOURT, P. A. S.; ALBINO, J. P. O uso das tecnologias digitais na educação do 
século XXI. Revista Ibero-Americana de estudos em Educação, Araraquara, v. 12, 
n. 1, p. 205-214, jan./mar. 2017. 
 
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2. ed. Curitiba: InterSaberes, 2015. 
 
COUTINHO, C.; LISBÔA, E. Sociedade da informação, do conhecimento e da 
aprendizagem: desafios para a educação no século XXI. Revista de Educação, Braga, 
v. 18, n. 1, p. 5-22, 2011. 
 
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DE BLASI, B. G. Como alunos e faculdades se adaptaíam ao ensino a distância. 2021. 
Disponível em: https://tecnoblog.net/430313/como-alunos-e-faculdades-se-adaptaíam- ao-
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FRIZON, V. et al. A formação de professores e as tecnologias digitais. In: EDUCERE – 
XII Congresso Nacional de Educação, 12., 2015, Curitiba. Anais [...]. Curitiba: PUCRS, 
2015. p. 10192-10205. 
 
GASPAR, L. Tecnologia na Educação: integração inevitável? Observador, Lisboa, 
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KENSKI, V. M. Educação e tecnologias: O novo ritmo da informação. Campinas: 
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MORAN, J. M.; MASETTO, M. T.; BEHRENS, M. A. Novas tecnologias e mediação 
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Prima.com, Porto, n. 8, 2009. 
 
WUNSCH, L. P.; FERNANDES JUNIOR, A. M. Tecnologias na educação: conceitos e 
práticas. Curitiba: InterSaberes, 2018. 
UNIDADE II 
CONCEITUAÇÕES: EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA, ENSINO HÍBRIDO, ENSINO A 
DISTÂNCIA, ENSINO REMOTO 
Professor Jhonatan Phelipe Peixoto 
 
 
Plano de Estudo: 
• Educação a Distância e Ensino a Distância 
• Educação Híbrida e Ensino Híbrido 
• Ensino Remoto Emergencial 
• A Educação no século XXI 
 
 
Objetivos de Aprendizagem: 
• Conceituar e definir o que é Educação a Distância e Ensino a Distância 
• Conceituar e definir o que Educação Híbrida e Ensino Híbrido 
• Compreensão sobre o Ensino Remoto Emergencial 
• Analisar a Educação do século XXI 
INTRODUÇÃO 
 
Caro(a) acadêmico(a), seja bem-vindo(a) à Unidade II, intitulada “Conceituações: 
Educação a Distância, Ensino Híbrido, Ensino a Distância, Ensino Remoto”, da disciplina 
de Prática de Ensino: Estratégias e Tecnologias. 
 Nesta etapa, você irá compreender um pouco mais sobre algumas conceituações 
e definições importantes que irão nortear seus estudos. 
No primeiro momento iremos compreender a conceituação de Educação a 
Distância e Ensino a Distância, a fim de que você possa compreender como essa 
modalidade de ensino se integra à Educação e um pouco sobre sua história e a 
legislação que a rege em relação ao processo de ensino e aprendizagem. 
No segundo momento será possível analisar as informações acerca do Ensino 
Híbrido e da Educação Híbrida, de forma a compreendermos como essa metodologia de 
ensino está sendo aplicada nos dias atuais no que se relaciona ao uso das novas 
tecnologias da informação e da comunicação na Educação. 
Já no terceiro momento você terá acesso a informações acerca do Ensino Remoto 
Emergencial, uma modalidade de ensino que veio à tona, principalmente, a partir no ano 
de 2020, devido a pandemia da COVID-19, como uma alternativa de dar continuidade 
aos estudos por conta das exigências de distanciamento e isolamento social. 
Por fim, no quarto e último tópico de nossa unidade será abordada a Educação 
no século XXI. Você poderá compreender um pouco mais como acontece a Educação 
no século atual, mas conhecido como a era digital, e como as novas tecnologias da 
informação e comunicação impactam o ensino. 
1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E ENSINO A DISTÂNCIA 
 
Caro(a) acadêmico(a), para dar início em nossa unidade sobre as conceituações 
de Educação e Ensino, iremos discutir neste tópico, primeiramente, sobre a Educação a 
Distância e posteriormente sobre o Ensino a Distância. Mas, afinal, como surgiu a 
Educação a distância (EAD)? Para se pensar nisso, é válido ressaltar que ela pode ser 
explicada em três momentos: primeira, segunda e terceira geração. 
A primeira geração está relacionada ao primeiro conceito de educação a distância 
que foram os cursos por correspondência, ofertados por anúncios e jornais desde a 
década de 1720. Porém a EAD surge especificamente em meados do século XIX, devido 
ao desenvolvimento dos meios de transporte e comunicação pelo ensino por 
correspondência, vez que os materiais desses cursos eram impressos e enviados para 
as casas das pessoas pelo correio. Por meio dessas iniciativas foram surgindo diversas 
sociedades e institutos escolares, dando origem aos cursos técnicos de extensão 
universitária (MATTAR; MIRANDA, 2007). 
A segunda geração está relacionada às novas mídias e universidades abertas. 
Nessa geração houve o acréscimo de novas mídias, como a televisão, o rádio e o 
telefone, por exemplo. Por conta disso, deu-se origem às universidades abertas de 
ensino a distância influenciadas pelo modelo de educação britânico, que se utilizava de 
rádio e TV em centros de estudos para realização de experiências pedagógicas. 
Por fim, a terceira geração está relacionada com a EAD on-line. Por meio desta 
se introduziu o videotexto, o microcomputador e a tecnologia em geral, caracterizando- 
se, assim, em educação a distância on-line. Por meio dessa geração passamos a ter 
mais acesso a uma vasta integração dos recursos tecnológicos. 
 
A terceira geração da evolução da EaD seria marcada pelo 
desenvolvimento das tecnologias da informação e da comunicação. Por 
volta de 1995, com o desenvolvimento explosivo da Internet, ocorre um 
ponto de ruptura na história da educação a distância. Surge então um 
novo território para a educação, o espaço virtual da aprendizagem, digital 
e baseado na rede (MATTAR; MIRANDA, 2007, p. 22). 
 
 
Destarte a isso, sobre a Educação a distância (EAD), é importante ressaltar que 
ela passou por diversas denominações em muitos países do mundo, sendo entendida 
“[...] como estudo ou educação por correspondência (Reino Unido); estudo em casa e 
estudo independente (Estados Unidos); estudos externos (Austrália); telensino ou ensino 
a distância (Espanha); teleducação (Portugal)” (MATTAR; MIRANDA, 2007, p. 6). 
Na concepção dos autores supracitados, a EAD é entendida como uma 
modalidade de ensino em que os docentes e alunos estão em lugares separados, ou 
seja, fora da sala de aula tradicional, a qual é pensada das mais variadas formas pelas 
instituições escolares e que, para tal processo, se faz uso de diversas tecnologias da 
informação e recursos tecnológicos envolvidos no processo de ensino e aprendizagem. 
 
Em geral, a sigla EaD é aplicada a atividades de ensino e aprendizagem 
que o aluno e o professor estão separados fisicamente, o que as 
distinguem, por exemplo, do ensino presencial. Em EaD ocorre uma 
separação geográfica e espacial entre o aluno e o professor, e mesmo 
entre os próprios alunos, ou seja, eles não estão presentes no mesmo 
lugar, como no caso do ensino tradicional. A EaD prescinde, portanto, da 
presença física em um local para que ocorra a educação (MATTAR; 
MIRANDA, 2007, p. 6). 
 
Com isso, podemos compreender que a metodologia que fundamenta essa 
proposta de ensino está pautada em defender que o aprendizado não deve ocorrer 
apenas na sala de aula, de forma presencial, o que se torna muito evidente pensando na 
sociedade da informação em que estamos inseridos. Logo, em alguns casos, a EAD é 
mesclada com alguns encontros presenciais ou semipresenciais. 
Percebemos aqui, caro(a) aluno(a), que a educação a distância passa a 
possibilitar, a todos os envolvidos nos contextos educacionais, uma possibilidade de 
manipulação do espaço e do tempo em favor da Educação, pelo fato de que o aluno 
estuda onde quiser e puder. Com isso, ele se programa para estudar de acordo com o 
seu tempo e disponibilidade, mas deixando claro que isso não minimiza a 
responsabilidade que o acadêmico precisa ter com os seus estudos, vez que a sua 
programação de estudos deve favorecer um momento de aprendizagem assertivo e 
efetivo (MATTAR; MIRANDA, 2007). 
Cortelazzo (2013, p. 93, grifo do autor) apresenta que, pelo Decreto nº 2.494/98, 
a definição de Educação a Distância está relacionadaà uma “forma de ensino que 
possibilita a autoaprendizagem, com a mediação de recursos didáticos [...] 
apresentados em diferentes suportes de informação [...] e veiculados pelos diversos 
meios de comunicação”. 
Pensando em um viés legal e legislativo, a Educação a distância é discutida no 
Decreto n° 9.057, de 25 de maio de 2017, que regulamenta o artigo 80 da Lei de 
Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN): 
 
[...] considera-se educação a distância a modalidade educacional na qual 
a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e 
aprendizagem ocorram com a utilização de meios e tecnologias da 
informação e comunicação, com pessoal qualificado, com políticas de 
acesso, com acompanhamento e avaliação compatíveis, entre outros, e 
desenvolva atividades educativas por estudantes e profissionais da 
educação que estejam em lugares e tempos diversos (BRASIL, 2017, p. 
1). 
 
Neste mesmo decreto é enfatizado sobre algumas questões para oferta da EAD, 
como: possibilidade da educação básica e superior ser ofertada nesta modalidade, 
criação, organização e oferta de cursos a distância, desde que pensadas e vistas as 
formas corretas sobre o desenvolvimento dessas ofertas, para que o processo de ensino 
e aprendizagem, aliado com a tecnologias, seja assertivo. 
Pensando agora na questão do ensino a distância, Fernandes, Henn e Kist (2020, 
p. 4) relatam que “são necessárias apenas três letras – EAD – para abarcar vários 
significados. Educação a distância, ensino a distância, educação aberta a distância, entre 
outros [...]”. Logo, podemos verificar que o ensino a distância e a educação a distância 
abarcam basicamente a mesma proposta de relacionar a educação em lugares 
diferentes, de forma física, por meio dos recursos tecnológicos e de comunicação. 
 
O ensino à distância acontece quando o educador e o educando estão 
separados por uma distância física, e é usada tecnologia para fazer a 
“ponte” entre os dois. [...] Este tipo de ensino permite, que os adultos 
tenham, numa sociedade cada vez mais exigente em termos de 
formação, novas oportunidades que lhes permitem frequentar um curso 
especializado, de chegar a quem sente a sua formação prejudicada por 
falta de tempo, pela distância, ou incapacidade física, ou ainda permitir 
reciclar a formação de trabalhadores dentro do seu próprio emprego 
(VIDAL, 2002, p. 19). 
 
A autora supracitada complementa que o ensino à distância pode ser entendido 
como “uma arte, metodologia ou processo que permite ensinar mediante diferentes 
métodos, técnicas, estratégias e meios e em que entre o formador e o formando existe 
uma separação física, temporal ou local” (VIDAL, 2002, p. 21). 
Logo, com base nas informações apresentadas anteriormente, podemos entender 
que a Educação a distância se refere à uma modalidade de ensino em que o processo 
de aprendizagem ocorre diferente dos modelos tradicionais, tendo a mediação 
pedagógica acontecendo em lugares diferentes ao mesmo tempo, professor em um local 
e o aluno em outro, tudo isso aliado ao uso das tecnologias e recursos tecnológicos. 
 
REFLITA 
 
Ao longo deste tópico, caro(a) aluno(a), foi possível identificar que a Educação 
pode ser promovida por meio da tecnologia e pela modalidade EAD. Com isso, como 
você vê a importância do ensino a distância no Brasil? 
 
Fonte: o autor. 
 
 
#REFLITA# 
2 EDUCAÇÃO HÍBRIDA E ENSINO HÍBRIDO 
 
Caro(a) acadêmico(a), agora que você já conhece um pouco mais sobre a 
educação a distância, suas definições e principais informações, é necessário que você 
compreenda um pouco mais sobre uma forma de ensino que passou a ser muito mais 
discutida a partir do ano de 2020: o Ensino Híbrido. 
De acordo com Kraviski (2020), o ensino híbrido, também conhecido como blended 
learning, é entendido como um modelo de ensino que se associa ao uso das Tecnologias 
Digitais de Informação e Comunicação (TIDIC), com as atividades realizadas pelos 
professores durante o processo de ensino e aprendizagem. Com isso, entende-se que o 
ensino híbrido é uma metodologia de ensino que combina atividades presenciais com 
atividades on-line, realizadas por meio de recursos tecnológicos. 
 
Híbrido significa misturado, mesclado, blended. A Educação sempre foi 
misturada, híbrida, sempre combinou vários espaços, tempos, atividades, 
metodologias, públicos. Esse processo, agora, com a mobilidade e a 
conectividade, é muito mais perceptível, amplo e profundo: é um 
ecossistema mais aberto e criativo. Podemos ensinar e aprender de 
inúmeras formas, em todos os momentos, em múltiplos espaços. Híbrido 
é um conceito rico, apropriado e complicado. Tudo pode ser misturado, 
combinado, e podemos, com os mesmos ingredientes, preparar diversos 
“pratos”, com sabores muito diferentes (MORAN, 2015 apud KRAVISKI, 
2020, p. 6 - 7). 
 
Complementando isso, a autora supracitada ainda menciona que o ensino híbrido 
deve ser compreendido muito mais do que apenas um ensino semipresencial, como é 
mais conhecido nas instituições de ensino, ele deve ser entendido como uma 
combinação das atividades com suas diferentes perspectivas, baseando-se em inserir o 
acadêmico/aluno no centro do processo de ensino e aprendizagem, sendo o professor 
um mediador do conhecimento, e não simplesmente um transmissor do conhecimento 
como prevê a educação pautada nos métodos tradicionais. 
 
Figura 1 - O ensino híbrido 
Fonte: Bacich, Tanzi Neto e Trevisani (2015, p. 37). 
 
 
Destarte a isso, Moran (2015) nos apresenta que a educação pode ser vista como 
híbrida, pois acontece no contexto de uma sociedade imperfeita e contraditória em suas 
políticas públicas e modelos de ensino, tendo muitas vezes as competências e 
habilidades, valores e comportamentos não coerentes por parte de alguns gestores, 
docentes e todos os envolvidos nos processos de escolarização. 
 
O ensino é híbrido, também, porque não se reduz ao que planejamos 
institucional e intencionalmente. Aprendemos por meio de processos 
organizados, junto com processos abertos, informais. Aprendemos 
quando estamos com um professor e aprendemos sozinho, com colegas, 
com desconhecidos. Aprendemos de modo intencional e de modo 
espontâneo, quando estudamos e também quando nos divertimos. 
Aprendemos com o sucesso e com o fracasso [...] (MORAN, 2015, p. 42). 
 
Logo, podemos entender que o ensino é híbrido, pois todos nós somos aprendizes 
e professores produtores de informação e de conhecimento, onde passamos de apenas 
consumidores para produtores de informação por meio dos mais variados recursos 
tecnológicos, e todos podem aprender uns com os outros das mais diversas maneiras. 
Bacich e Moran (2015) apresentam que discutir sobre educação híbrida deve partir 
do pressuposto de que não temos uma única e correta maneira de aprender e ensinar, 
visto que existem inúmeras metodologias de ensino e, em relação ao ensino híbrido, o 
trabalho colaborativo está aliado ao uso de recursos tecnológicos e das tecnologias 
digitais para propiciar momentos de aprendizagem que se expandam apenas na 
realização nas salas de aulas tradicionais, pois aprender com os pares envolvidos no 
processo educativo se torna ainda mais significativo quando existe um objetivo em 
comum a ser buscado. 
 
A educação híbrida precisa ser pensada no âmbito de modelos 
curriculares que propõem mudanças, privilegiando a aprendizagem ativa 
dos alunos – individualmente e em grupo, escolhendo-se 
fundamentalmente dois caminhos: um mais suave, de mudanças 
progressivas, e outro mais amplo, de mudanças profundas. No caminho 
mais suave, elas mantêm o modelo curricular predominante (disciplinar), 
mas priorizam o envolvimento maior do aluno, com metodologias ativas, 
como o ensino híbrido, para a realização de projetos, jogos de cunho mais 
interdisciplinar e, em especial, a aula invertida para iniciar com a primeira 
aproximação a um tema ou atividade no ambiente virtual e realizar o 
aprofundamento com a mediação doprofessor no ambiente presencial 
(BACICH; MORAN, 2015, p. 47). 
Falando um pouco mais sobre a conceituação de ensino híbrido, Bacich, Tanzi 
Neto e Trevisani (2015) abordam em seus escritos que é possível encontrarmos diversas 
definições para tal assunto, porém todas elas apresentam, de forma geral, a associação 
do modelo de ensino presencial que ocorre dentro das salas de aulas comuns e o modelo 
de ensino de forma on-line, o qual se utiliza de diversas tecnologias digitais para mediar 
o ensino. Com isso, é possível afirmarmos que esses dois ambientes de ensino e 
aprendizagem se tornam complementares na medida em que os alunos interagem com 
os grupos utilizando as variadas tecnologias digitais, se intensifica a troca de 
experiências e conhecimentos. 
 
Figura 2 - Definição de ensino híbrido de acordo com o modelo de Clayton Christensen 
Institute 
 
Fonte: Bacich; Tanzi Neto; Trevisani (2015, p. 75). 
 
Complementar à isso Kraviski (2020) nos informa que, na perspectiva do ensino 
híbrido, os alunos realizam seus estudos em diferentes ambientes de ensino, executando 
tarefas e estratégias mais ativas e atividades práticas, em que participa de forma ativa 
na resolução de projetos e discussões acerca dos conteúdos estudados, de forma que 
possa realizar pesquisas para fundamentar suas ações, juntamente com a mediação dos 
docentes, que irá conduzir os discentes para um aprendizado ativo e autônomo aliado 
ao uso dos mais variados recursos tecnológicos. 
 
A aplicação do ensino híbrido teve início nas escolas de educação básica, 
principalmente nos Estados Unidos, Canadá e Europa. Essa abordagem 
pode ser aplicada a todos os níveis de educação, podendo ser adaptada 
a partir de diferentes modelos. No Brasil, o ensino superior foi o nível de 
ensino que mais teve cursos adaptados a esse novo modelo, mas as 
escolas de educação básica, morosamente, estão se integrando à 
abordagem de ensino híbrido, adequando seu professorado, pais, alunos 
e gestores, de acordo com a diligência e disseminação na educação do 
país (KRAVISKI, 2020, p. 8). 
 
A autora complementa que, no Brasil, a portaria nº 1428/18, regulamenta a oferta 
de até 40% da carga horária total das matrizes curriculares dos cursos de Ensino 
Superior presencial com a oferta do ensino a distância, e, por conta desta portaria as 
possibilidades de aulas online e semipresencial se expandem nos currículos dos cursos 
de graduação, o que conclui que o ensino híbrido está cada vez mais implementado nos 
cursos superiores. 
 
SAIBA MAIS 
 
O Ensino Híbrido: emergência ou tendência? 
 
No ano mais extraordinário de nossas vidas, começamos nas escolas na sala de 
aula presencial, depois fomos empurrados para o ensino remoto possível e estamos no 
processo de retorno testando diversos formatos de modelos híbridos. Constatamos que 
muitas das atividades que imaginávamos que fossem viáveis só no presencial (como a 
aprendizagem por projetos, em times, maker) puderam ser realizadas com bastante 
qualidade, nos ambientes digitais síncronos e assíncronos, embora não por todos. A 
separação entre espaços físicos presenciais e digitais diminuiu, se reconfigurou - como 
em outras áreas da nossa vida - e há um crescente consenso de que construiremos, a 
partir de agora, muitas propostas diferentes de ensinar e de aprender híbridas, mais 
flexíveis, personalizadas e participativas, de acordo com a situação, necessidades e 
possibilidades de cada aprendiz. 
No Brasil, o híbrido começou nos anos 90 como semipresencial. No Ensino 
Superior os cursos presenciais podiam incluir até vinte por cento de atividades a 
distância. Em países de língua inglesa predominou o termo b-learning ou blended 
learning, (aprendizagem bi modal ou misturada). No Brasil esse termo foi traduzido nos 
últimos anos como Ensino Híbrido, dando ênfase ao papel do docente no desenho de 
percursos personalizados com apoio das plataformas e aplicativos digitais. Legalmente 
não existe no Brasil a modalidade híbrida, porque o MEC só reconhece, até o momento, 
o ensino presencial e a educação a distância. O Ensino Híbrido se expande, na prática, 
no Ensino Superior, a partir da permissão de 40% de atividades a distância em cursos 
presenciais e de 20%, na Educação Básica. 
O ensino híbrido, na sua concepção básica, combina e integra atividades didáticas 
em sala de aula com atividades em espaços digitais visando oferecer as melhores 
experiências de aprendizagem a cada estudante. No Ensino Híbrido o foco está mais na 
ação pedagógica dos docentes (no planejamento, desenvolvimento e avaliação do 
processo). O conceito de educação híbrida é mais abrangente ao envolver toda a 
comunidade escolar no redesenho das melhores combinações possíveis na integração 
de espaços, tempos, metodologias, tutoria para oferecer as melhores experiências de 
aprendizagem a cada estudante de acordo com suas necessidades e possibilidades. 
E quais são as perspectivas a partir de agora? Na Educação Básica predominará 
a aprendizagem ativa em ambientes presenciais com integração - sempre que 
necessário/possível - de plataformas, aplicativos e atividades digitais. Continuarão os 
modelos mais conhecidos, como a aula invertida, rotação por estações e rotação 
individual. Mas no Ensino Médio e nos anos finais do Fundamental testaremos modelos 
mais personalizados e online, como os modelos flex (roteiros personalizados online com 
o professor por perto), a la carte (fazer um, ou mais módulos online) ou virtual enriquecido 
(parte presencial, parte online). A hibridização será progressiva, de acordo com a idade 
e o avanço do estudante no currículo e as condições de acesso das escolas, docentes e 
estudantes. Os modelos híbridos predominarão no Ensino Superior e na educação 
continuada nos próximos anos. 
[...] 
Os modelos ativos híbridos fazem mais sentido quando são organizados com 
políticas públicas sólidas, coerentes e com visão de longo prazo, (o que não vemos 
atualmente). Eles fazem mais sentido quando estão planejados institucionalmente e de 
forma sistêmica, como componentes importantes de reorganização do currículo por 
competências e projetos, de forma flexível, com diversas combinações de acordo com 
as necessidades do estudante (personalização), intenso trabalho ativo em equipes, 
tutoria/mentoria (projeto de vida) com suporte de multiplataformas digitais integradas. 
Apesar dos avanços, são muitos os desafios a enfrentar para termos uma educação 
híbrida de qualidade para todos. 
Fonte: Moran (2021). 
 
#SAIBA MAIS# 
3 ENSINO REMOTO EMERGENCIAL 
 
Em 2020, devido a pandemia da COVID-19, que atingiu o mundo todo, tivemos 
que nos resguardar em nossas casas e praticar o isolamento e distanciamento social. 
Por conta disso, uma área que foi muito afetada devido a tal momento foi a Educação, e 
o que se discutiu muito foi o ensino remoto emergencial, afinal, a Educação não pode 
parar, concorda, aluno(a)? 
No Brasil, essa discussão se deu precisamente a partir do mês de março de 2020, 
quando escolas de Educação Básica e Ensino Superior tiveram que fechar suas portas 
devido às influências da COVID-19. Com isso, foi necessário repensar o ensino e como 
não deixar a Educação estacionada e sem continuidade para não afetar o andamento 
dos estudos, bem como o processo de ensino e aprendizagem dos alunos em todos os 
níveis de educação. 
Pensando nisso, se deu como andamento a prática de atividades de ensino 
remota como caráter de exceção, como no caso de pandemias, quando o acesso às 
instituições de ensino não é possível. Devido a permanência da quarentena em todo o 
país, o Ministério da Educação publicou a Portaria nº 544, no dia 16 de junho de 2020, a 
qual dispõe sobre a substituição das aulas presenciais por aulas em meios digitais, 
enquanto durar a situação de pandemia do novo Coronavírus (COVID-19). Em seu artigo 
1º é estabelecido que autoriza, 
 
[...] em caráter excepcional, a substituição

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