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Copyright © 2022 por ON Valor Relações com Investidores e Gerenciamento de Projetos Ltda. Private Equity e Venture Capital no Brasil — Governança, criação de valor e alternativas em investimentos ilíquidos Arlete de Araújo Silva Nese e Fabio Giambiagi (Organizadores) 1a Edição 1a tiragem – abril 2022 Edição Editora Lux Revisão: Patrícia Campos Diagramação: Carvalho Diagramações Capa: Ingo Bertelli Conversão para eBook SCALT Soluções Editoriais ISBN – 978-65-5913-313-0 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação – CIP O58p Private Equity e Venture Capital no Brasil : governança, criação de valor e alternativas em investimentos ilíquidos / [organizado por] Arlete de Araújo Silva Nese, Fabio Giambiagi. – São Paulo, SP: Ed. Lux, 2022. Inclui glossário de termos técnicos. ISBN 978-65-5913-313-0 CDU: 330.322 CDD: 332.6 Bibliotecária responsável – Simone da Rocha Bittencourt – 10/1171 1. Economia. 2. Investimentos. 3. Private Equity. 4. Venture Capital. 5. Brasil. I. Nese, Arlete de Araújo Silva. II. Giambiagi, Fabio. Editora Lux Endereço: R. Boa Esperança, 229 – Sala 17 São Paulo – SP CEP: 03408-000 Tel.: 11 4213-0401 | WhatsApp.: 11 95916-6965 E-mail: contato@editoralux.com.br As manifestações dos organizadores do presente livro são de sua única e exclusiva iniciativa e não representam, necessariamente, as opiniões e o posicionamento das instituições às quais eles se encontram vinculados. “One of the great arts in living is to learn the art of accurately appraising values. Everything that we think that we earn, that we have given to us, that in any way touches our consciousness, has its own value. These values are apt to change with the mood, with time, or because of circumstances. We cannot safely tie to any material value. The values of all material possessions change continually, sometimes overnight. Nothing of this nature has any permanent set value.” (George Matthew Adams, escritor e colunista norte-americano) OS ORGANIZADORES ARLETE DE ARAÚJO SILVA NESE. Doutora pela FEA USP e Mestre pelo Insper em Administração. Sócia da consultoria ON Valor Relações com Investidores. Pesquisadora e professora em governança e investimentos na UniAbrapp, ICDS, entre outras instituições e de Private Equity e Venture Capital no Insper. Atuou na gestão de investimentos de fundo de pensão do antigo Banespa, coordenou o projeto de IPO da JSL e exerceu funções no Santander. Membro da Comissão de Finanças do IBGC. Autorizada CVM para consultoria de investimentos. FABIO GIAMBIAGI. Economista, com graduação e mestrado na UFRJ. Ex-professor da UFRJ e da PUC/RJ. Funcionário concursado do BNDES desde 1984. Ex-membro do staff do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) em Washington. Ex-assessor do Ministério de Planejamento. Coordenador do Grupo de Acompanhamento Conjuntural do IPEA entre 2004 e 2007. Autor ou organizador de mais de 35 livros. Desde 2021, é pesquisador associado da FGV/IBRE. Assina uma coluna regular nos jornais Estado de São Paulo e O Globo. OS AUTORES ADALTO BARBACEIA. Professor Associado no Insper, lecionando as disciplinas de Finanças e Economia na graduação, pós- graduação e mestrado, tendo publicações em revistas acadêmicas internacionais. Possui título de Doutor em administração de empresas na linha Finanças pela FGV e Visiting Scholar na University of Illinois — Urbana-Champaign. Obteve o título de Master of Business Administration em finanças e modelos econométricos pela Anderson School of Management pela UCLA e de Engenheiro Civil pela Escola Politécnica da USP. Atuou na tesouraria do Banco Itaú, desenvolvendo modelos de suporte à decisão. Fundou e dirigiu a Axioma Informática, que por mais de 20 anos foi líder em desenvolvimento de software financeiro para gestão e controle de investimento por grandes bancos, asset managers, fundos de pensão e seguradoras. ÁLVARO L. GONÇALVES. Sócio fundador do Grupo Stratus. É um dos pioneiros na indústria de private equity brasileira, com atuação marcante também no cenário internacional — tanto em fundos como no conselho das principais entidades internacionais dessa indústria e também da ABVCAP, no Brasil. Além da liderança na gestão da carteira de investimentos do Grupo junto a investidores institucionais internacionais e brasileiros, tem atuado no desenvolvimento do setor junto ao mercado de capitais e participa da Câmara Consultiva de Empresas e Estruturadores de Ofertas da B3, sendo seu presidente por dois mandatos. Antes da carreira na área de investimentos, exerceu posições de liderança de empresas de destaque nos segmentos industriais e de consumo. É formado em Engenharia Industrial pela FEI-SP, com extensão em Administração de Empresas pela EAESP, FGV e MBA pelo IMD-International (Lausanne, Suíça). ANDREA MARIA ACCIOLY FONSECA MINARDI. Professora Senior Research Fellow do Insper, Conselheira do Climate Smart Institute, Conselheira da Insper Angel Association e Diretora da Sociedade Financeira Brasileira. Foi diretora acadêmica do Insper e membro do Comitê Executivo da BALAS (Associação Empresarial de Estudos Latino-Americanos). Leciona e pesquisa na área de Investimento e Finanças Corporativas e, desde 2015, tem focado suas atividades acadêmicas em ativos alternativos e finanças empreendedoras. É autora do livro “Teoria das Opções Aplicadas a Projetos de Investimento” e de diversos artigos publicados e de capítulos de livros. Possui graduação em Engenharia de Produção pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP) e doutorado em Administração de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) de São Paulo. Foi aluna visitante do doutorado em Business na Universidade do Texas, em Austin. BRUNA RIOTTO. Managing Director e responsável pelas atividades na América Latina da StepStone Group, empresa global de investimentos em mercados privados com mais de US$330 bilhões em alocação de capital no mundo. É responsável pelo processo de diligência e análise de oportunidades de investimentos primários, secundários e coinvestimentos no mercado de Private Equity na região. Antes da StepStone, Bruna trabalhou na Paul Capital, empresa pioneira em investimentos de Private Equity secundário e, anteriormente, no Grupo Stratus. Bruna se formou em Administração de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas e possui o certificado CFA. DANIEL IBRI. Managing Partner e cofundador da Mindset Ventures, fundo de Venture Capital internacional focado em startups dos Estados Unidos e Israel. Tem mais de 10 anos de experiência investindo em startups e gerindo fundos de Venture Capital. É também membro do Conselho de Administração da Artemisia e de diversas startups no Brasil e no exterior, mentor da Endeavor, da ACE, do Quintessa, da Alchemist Accelerator e do Lisbon-Challenge, além de professor de empreendedorismo e finanças nos cursos executivos do INSPER, em São Paulo. DAVI CARVALHO MOTA. Diretor de Investimento da Actis, gestora de recursos britânica focada em mercados emergentes. Profissional com 20 anos de experiência, sendo os últimos 12 anos focados em investimentos de private equity em infraestrutura na América Latina, tendo liderado investimentos em diversos setores, tais como saneamento, energia e logística. Anteriormente teve passagem pelas consultorias de estratégia Bain & Company e AT Kearney. É formado em Engenharia de Infraestrutura Aeronáutica pelo ITA e possui MBA pela Kellogg School of Management. EDSON RIGONATTI. Sócio da Astella Investimentos, servindo nos Conselhos das empresas Omie, Resultados Digitais, DeliRec e Clicksign, entre outras. Entusiasta de pessoas talentosas e ideias extraordinárias, foi sócio da Cicerone Capital e vice- presidente da Lucent Technologies, além de ter trabalhado durante muitos anos na empresa de varejo da família. Formou-se na Columbia Business School. FABIANA FAGUNDES. Assessora clientes nacionais e internacionais em questões envolvendo Venture Capital, Startups e M&A. Participa de projetos em todas as fases de desenvolvimento de uma empresa, além de fundos de investimento, familyoffices e corporate ventures. É uma das precursoras do apoio ao empreendedorismo e empreendedorismo de impacto no ecossistema brasileiro. Auxiliou a estruturação da Endeavor Brasil ® em 2000 e, desde então, vem mentorando uma série de scale-ups e startups em suas diversas fases de desenvolvimento. Figura, ainda, como trusted advisor de uma gama de clientes, pessoas físicas e jurídicas, nos mais diversos segmentos da economia. FABIO LUIZ BIAGINI. Profissional com mais de 25 anos de experiência, sendo que os últimos 10 anos foram relacionados à gestão de Fundos de Venture Capital e Private Equity. Mestre em Finanças pela PUC Rio, com MBA em Engenharia Econômica pela UFRJ. Formou-se em Administração de Empresas pela UERJ. É autor de diversas publicações, cabendo destacar o artigo premiado “Capital de Risco e o Desenvolvimento de Empresas de Base Tecnológica no Brasil — A Experiência dos Fundos Criatec e Perspectivas”. Atualmente, trabalha como Gerente do Departamento de Gestão de Fundos de Investimentos do BNDES. FERNANDO CESCHIN RIECHE. Economista, com mestrado em Economia pela UFRJ, MBA Executivo pela COPPEAD e a certificação CFA — Chartered Financial Analyst. Funcionário concursado do BNDES desde 2001. Ex-coordenador-geral da Área de Investimentos da SPC, atual PREVIC. Ex-gerente da primeira edição do projeto BNDES Garagem. Ex-gestor da primeira edição do projeto estratégico sandbox regulatório (SUSEP). Está cedido ao Ministério da Economia, onde exerceu o cargo de coordenador-geral de Seguros e Previdência Complementar da Secretaria de Política Econômica (SPE) e, atualmente, exerce o cargo de coordenador-geral de Reformas Microeconômicas na mesma Secretaria. FLAVIO MARTINS RODRIGUES. É sócio sênior da Bocater, Camargo, Costa e Silva, Rodrigues — Advogados Associados e membro da International Pension & Employee Benefits Lawyers Association (IPEBLA). Possui mestrado em Direito Tributário e Pós-Graduação (MBA) em Fundos de Pensão (UFRJ/COPPE). Foi diretor-presidente do Fundo Único de Previdência Social do Estado do Rio de Janeiro — RIOPREVIDÊNCIA e presidente do Instituto de Certificação da Seguridade Social — ICSS. FRANCISCO IGNACIO RABELLO JARDIM. Cofundador e sócio- diretor da SP Ventures (SPV), uma das principais gestoras de venture capital do mundo na cadeia do agronegócio. Liderou mais de 34 investimentos e participou de mais de 20 Conselhos de Administração dessa classe de ativo. Atualmente, faz parte do conselho de algumas das principais empresas que estão liderando a transformação digital, a revolução biológica e o novo salto de produtividade no agronegócio do continente. Participou da estruturação e atua como membro do Comitê de Crédito de primeiro fundo de venture debt do Brasil: Brasil Venture Debt I (BVD I). Antes de fundar a SPV, trabalhou no segmento de hedge funds e bancos de atacado. É Bacharel em Business & Finance pela Saint Louis University. GUILHERME LIMA. Membro da equipe de investimento e responsável por conteúdo na Astella Investimento, gestora de Venture Capital Early-Stage. Guilherme atua há mais 5 anos no mercado no ecossistema de Venture Capital, com passagens pela ACE Startups e Elsys Corporate Venture. Antes disso, atuou nas áreas de Relações com Investidores e M&A em empresas de capital aberto no Brasil, como Linx, Grupo Notredame Intermédica e Gol Linhas Aéreas. Formado em Administração pela Fundação Armando Alvares Penteado, e MBA pela Esade Business School, Espanha. Guilherme é também editor-chefe da DealflowBR, newsletter brasileira sobre o mercado de Venture Capital. LUCIANA ANTONINI RIBEIRO. Cofundadora da EB Capital, gestora de investimentos alternativos que tem como tese principal apoiar empresas que resolvam lacunas estruturais brasileiras, combinando a visão de lucro com a de propósito. Com atuação específica em Private Equity, liderou investimentos relevantes nos setores de telecomunicações, educação, gestão ambiental e logística, dentre outros. Luciana é colunista da Exame e da Um Só Planeta e, por três anos consecutivos, foi indicada como uma das Top Women Investing in Latin American Tech, pela Lavca. Fundou e coordena o Comitê Brasil 2030, da Abvcap, dedicado a fomentar um novo protagonismo do capital privado na transformação do Brasil. É Mestre em Direito Comercial pela Universidade de São Paulo (USP), com MBA pela Columbia Business School. LUIZ AUGUSTO DE OLIVEIRA CANDIOTA. Sócio-fundador, chairman e membro do Comitê de Investimentos da Lacan Investimentos. Também é membro do Conselho de Ética da ANBIMA. Foi diretor de Política Monetária do Banco Central do Brasil. Economista pela PUC-RJ, com especialização em Gestão Financeira pela Harvard Business School. MATHEUS CORREDATO ROSSI. Sócio da Bocater, Camargo, Costa e Silva, Rodrigues — Advogados Associados. Possui mestrado em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Foi consultor jurídico adjunto da PREVI/BB (2003/2007) e diretor executivo do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa-IBGC (2010/2019). METON MORAIS. Chefe de investimentos de uma das principais gestoras de private equity e special situations no Brasil. Tem experiência em investimentos de private equity e situações especiais, tendo executado e gerido mais de R$ 10 bilhões em investimentos no Brasil, EUA, Europa e Ásia, em diversas classes de ativos, incluindo ações e dívida. Na Starboard, faz parte do Comitê de Investimentos e liderou os principais investimentos do fundo, gerindo aproximadamente R$ 4 bilhões. Antes da formação da Starboard, foi CEO da subsidiária da GP na Europa, levantou a primeira SPAC Brasileira e foi responsável pela gestão dos investimentos proprietários da GP. Antes disso, liderou investimentos em diversas indústrias na Matlin Patterson, em Nova York. Começou sua carreira no Pátria. Tem um MBA de Wharton e graduação em Engenharia Eletrônica no ITA. PAULO CAPUTO. Sócio-fundador da Oria, exerce a função de principal gestor dos fundos de participações e é membro do comitê interno de investimentos dos fundos. Construiu sua carreira no Grupo RBS, onde foi diretor regional para a cidade de Joinville-SC, e na Datasul, atuando como acionista, membro do conselho de administração e COO, além de ter passado por diversos outros cargos relacionados a gestão, marketing, vendas, expansão e finanças. Foi também o principal responsável, na Datasul, pela execução do plano de investimento após o IPO, que resultou na aquisição de 10 empresas em um período de 18 meses, com investimentos de mais de R$ 106 milhões; e um dos responsáveis pela fusão da Datasul com a TOTVS, onde foi VP de Estratégia. Parceiro experiente, com histórico comprovado de trabalho nas indústrias de capital de risco e private equity. Hábil em fusões e aquisições, Private equity, estratégia de negócios, startups e Enterprise Resource Planning (ERP). Forte profissional em empreendedorismo, com bacharelado com ênfase em Impostos e Fusões e Aquisições pela São Francisco, Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. PIERO MINARDI. Sócio-diretor da Warburg Pincus desde 2014. Anteriormente, atuou como sócio do Grupo de Private Equity da Gavea Investimentos, de 2006 a 2014, e, antes disso, como sócio de Private Equity na Darby Overseas Investimentos, diretor de Private Equity do Baring Private Equity Partners e AIG Capital Partners e diretor de M&A da Bunge International. Trabalhou também no Banco Pactual, na McKinsey & Company e na Accenture. Foi ou é diretor no Conselho Administrativo de 15 companhias, entre públicas e privadas. Foi membro do Conselho Administrativo da EMPEA (Emerging Markets Private Equity Association). Atualmente, é presidente da ABVCAP (Associação Brasileira de Venture Capital e Private Equity). É formado em Engenharia de Minas pela Escola Politécnica da USP e possui MBA pela INSEAD em Fontainebleau (França). PIERO ROSATELLI. Sócio-gerente da Oria Capital. Ingressou na empresa em 2011, antes do lançamento do seu primeiro fundo, e lidera os investimentos e fundos de empresa até o momento. Começou suacarreira em investimentos em tecnologia há doze anos e conduziu mais de 20 negócios em tecnologia. Anteriormente, tinha experiência atuando em bancos de investimento e no varejo. Como parte de suas responsabilidades na gestão da Oria Capital, supervisiona a estratégia, originação de negócios, operações do portfólio da empresa e relações com investidores e pessoas. Fez mestrado em Administração de Empresas pelo INSPER, concluído com uma dissertação sobre saídas e permanências de private equity no Brasil e onde se formou anteriormente, também em Administração de Empresas. REBECCA MOLINA FERRETO. Advogada na área do Direito Societário. Possui L.L.M. em Direito e Finanças pela Goethe Universitat e MBA pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) de São Paulo. RICARDO KANITZ. Sócio da Spectra Investments, uma gestora de investimentos alternativos na América Latina. A Spectra é pioneira na indústria e uma das maiores investidoras na região em Private Equity, Venture Capital, Secundários, Search Funds, Distress e Legal Claims, entre outros. Atualmente, a Spectra administra mais de R$ 3,5 bilhões de grandes famílias brasileiras, endowments de universidades norteamericanas e fundos de pensão locais. Antes da Spectra, Ricardo trabalhou no Global Infrastructure Partners, em Londres, e na GP Investimentos no Brasil. É formado em Administração de Empresas na USP, tendo completado sua graduação em Harvard, e possui MBA pelo INSEAD. RODRIGO MENEZES. Sócio-fundador da FM/Derraik e professor de venture capital e empreendedorismo na FGV, Insper e LSB. Possui vasta experiência em venture capital & startups, private equity e M&A, sendo formado em Direito, com mestrado em Direito Empresarial pelo IE (Espanha) e especializado em venture capital pela UC Berkeley. ROSSANO NONINO. Sócio e diretor executivo da Ourinvest Real Estate, responsável pela gestão de fundos de investimento em ativos imobiliários. De 2012 a 2017, foi diretor do JP Morgan — Global Real Assets, responsável pelo desenvolvimento da área de fundos imobiliários no Brasil. Anteriormente, de 2002 a 2012, foi diretor-geral da Brazilian Capital, responsável por mais de US$ 3 bilhões em fundos de investimento em ativos imobiliários para investidores internacionais e domésticos. De 1999 a 2002, foi diretor e sócio da Rio Bravo Investimentos, responsável pela estruturação e gestão de fundos de investimentos imobiliários e CRIs do grupo. Antes, tinha sido diretor do Santander em São Paulo (SP), responsável pelas operações de private equity no Brasil entre 1994 e 1997, associado ao Banco Pactual (focado em operações de M&A) e auditor internacional na Cia. Saint Gobain, em Paris, em 1994. É bacharel em Administração de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) de São Paulo e MBA pelo INSEAD (França), além de professor no curso de Investimentos Imobiliários no INSPER. PREFÁCIO Nesta coletânea muito rica, Arlete Nese e Fabio Giambiagi reúnem artigos com um conteúdo que reflete o profundo conhecimento e vivência de autores que são stakeholders que desempenham as funções de avaliação, assessoramento e gestão de fundos nos mercados de Venture Capital — VC e Private Equity — PE no Brasil. Aqui, riscos e oportunidades são amplamente analisados, tanto sob a ótica de investidores como das empresas investidas e dos gestores, com relevantes contribuições para que cada um desses atores possa compreender e exercer seu papel de forma mais efetiva. Trata-se de uma leitura fundamental não apenas para o entendimento do nosso mercado de capitais, mas também para o próprio aperfeiçoamento da dinâmica dessa indústria. Ao receber o convite para escrever este prefácio, não previa o quanto esse processo me levaria a uma viagem no tempo, relembrando os primórdios do crescimento dessa indústria e me permitindo ordenar intelectualmente, de forma muito particular, a evolução e o amadurecimento da indústria de PE e VC e seus instrumentos daquela época até hoje, mais de duas décadas depois. Às vezes nos esquecemos que essa indústria no Brasil tem apenas 30 anos, período avaliado de forma profunda neste livro. No final dos anos 90, convivi de forma intensa com os principais gestores de PE do Brasil, àquela época, como diretora de investimentos da Petros, um dos maiores investidores institucionais do mercado brasileiro. A leitura deste livro teria poupado muitas dores de crescimento e aprendizado, e, por que não dizer, tantas dores de cabeça aos gestores dos principais fundos de pensão brasileiros no esteio do Programa Nacional de Desestatização (PND) no final dos anos 90. Apenas para ilustrar de quão longe viemos e a evolução e consolidação dos mercados de PE e VC no Brasil, basta lembrar que, no contexto do PND, a cláusula da Lei das SA que garantia o direito de tag along foi retirada, no intuito de maximizar o preço de venda para os cofres públicos. Ato contínuo, os fundos de pensão se tornaram relevantes atores minoritários e partes de Acordos de Acionistas, sem direitos básicos nessas empresas, de vez que os investimentos se deram em grande medida via FIPs, importante instrumento utilizado pela indústria de PE. Hoje, mais de 30 anos após o início do programa de desestatização, inúmeras lições foram aprendidas e, após diversos aprimoramentos, vivemos uma outra fase, de muito mais maturidade. A relação de proximidade entre esses importantes investidores institucionais e o desenvolvimento da indústria de PE e VC no Brasil é tratada por diversos autores nesta coletânea. No contexto de juros declinantes da segunda metade da década de 2010 no Brasil, o desafio de atingir metas atuariais faz com que naturalmente esses investidores tenham apetite crescente por investimentos alternativos, cujo sucesso depende do efetivo engajamento com os administradores das empresas investidas. Além do benefício de diversificação de portfólio, a atratividade desses investimentos depende de fato da estrutura de governança do fundo, por meio da qual os gestores são incentivados — e cobrados — por terem uma gestão ativa em relação às empresas investidas. Conforme expõem vários capítulos desta obra, a qualidade dos gestores e o alinhamento de interesses destes com os investidores — o qual deve ser expresso em termos, condições e incentivos — serão chave para identificar e gerenciar oportunidades que efetivamente maximizem o potencial de retorno. O bom gestor é aquele que se pauta pelo comportamento de cautela e diligência. As deficiências do arcabouço jurídico brasileiro, associadas ao fato de que a vontade de empreender nem sempre caminha de mãos dadas com a maturidade na análise e na gestão, demanda muito cuidado nas decisões de investimento nesse segmento. Aqui o leitor encontrará a necessária reflexão crítica sobre o quão vital é ter uma estrutura normativa sólida, apontando, ainda, a importância da regulação voluntária, totalmente alinhada com os princípios básicos das melhores práticas de Governança Corporativa, tema que apenas se tornou mais relevante para o grande público após os escândalos corporativos que acabaram por impulsionar a criação do Novo Mercado da Bovespa — atual B3. Em outra vertente indispensável do processo de investimento, o livro também detalha os diversos veículos de captação e as estruturas de exercício de controle de PE e VC. Para estruturar um ciclo completo de investimento com sucesso, é fundamental: i) ter discernimento para selecionar os ativos corretos; ii) monitorar e apoiar os administradores das empresas investidas; e iii) viabilizar a liquidez, ou seja, o caminho para o desinvestimento. A boa estratégia de criação e realização de valor de investimentos de ativos alternativos requer que esses três pilares sejam observados como um mantra. Os textos aqui contidos ressaltam, em particular, a relevância das etapas de execução e criação de valor, esta última dependendo intrinsecamente do desenvolvimento contínuo de condições para desinvestimento, o que deve ser buscado durante o período de participação no capital das empresas. Um aspecto importante do monitoramento é acapacidade do gestor, para além de selecionar bons investimentos, administrar as investidas, sempre com objetivo de impulsionar valorização até o momento da saída. De fato, com base em minha própria experiência profissional e acadêmica, a falta de observância das boas práticas de governança pode, por exemplo, desviar grande parte do retorno para contratos com partes relacionadas. Essas três décadas estão, infelizmente, recheadas de exemplos — alguns deles dramáticos — envolvendo conflitos de interesses. É papel do gestor estabelecer controles para blindar as empresas investidas de tentativas de expropriação de valor. Bons gestores devem exercitar sua responsabilidade fiduciária lutando para garantir que o valor dos efetivos donos do capital seja preservado. Há 30 anos, os regramentos eram raridade e os conflitos, portanto, inevitáveis. Como consequência, os investidores institucionais passaram a assumir viés mais fiscalizador do que estratégico, postura que os levou, por exemplo, a assumir responsabilidades intrínsecas à função dos General Partners no âmbito dos comitês de investimento dos FIPs. Ao longo do tempo, foi possível identificar outro conjunto de problemas, notadamente associados à burocracia e consequente morosidade das decisões das fundações. Sem falar que estar dentro do processo decisório sem ter o poder de decidir, acabava por nos tornar testemunhas do “descarrilamento do trem”, sem poder impedi-lo. É preciso reconhecer que, no início dos anos 90, esse arcabouço — ou até mesmo os princípios básicos de governança de investimentos dos Fundos de Pensão em Private Equity — era virtualmente inexistente, em grande medida em função do total desconhecimento no Brasil a respeito das regras básicas de funcionamento desta indústria. Apetite, oportunidade e desconhecimento, como sabemos todos, são a combinação perfeita para acidentes de percurso em matéria de investimentos. As questões e dilemas dos investidores nesse período foram, sem dúvida, em grande medida, corolário da política econômica adotada no início dos anos 90, que visava estruturar o processo de privatizações com base no tripé de financiamento de investidores estratégicos nacionais, investidores estratégicos estrangeiros e, last but not least, no vasto volume de poupança gerido pelos investidores institucionais, notadamente fundos de pensão ligados a empresas estatais. Este processo criou grandes progressos tanto na qualidade de serviços e produtos, quanto na rentabilidade e valor de mercado das empresas, mas demandou competências e maturidade que foram construídas “no tranco”. Juntos, esses investidores, que desconheciam a importância das boas práticas de governança corporativa e de cláusulas que assegurassem direitos básicos a investidores considerados passivos, passaram por um longo calvário de contenciosos com gestores de PE. Vivi na pele esse processo e carrego dele tanto as cicatrizes como os aprendizados. Foram brigas que fizeram a fama e a fortuna de importantes escritórios de advocacia. Os fundos de pensão buscavam receber o valor justo e recuperar na venda dos ativos parte dos vultosos ágios pagos no âmbito do PND por empresas que passaram a compor seus portfólios. Sem direitos políticos e com baixa capacidade de enforcement por parte da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o “xerife” do mercado de capitais, restava aos fundos buscar cumprir com seu dever fiduciário vis a vis seus participantes, na Justiça. Bons gestores e boas regras de governança e compliance dos fundos de PE e VC resolvem de forma muito mais eficaz o desafio do investidor institucional — e mesmo do individual — de se assegurar que seu dinheiro está sendo bem administrado e empregado. Outro aspecto relevante abordado nesta coletânea é a natureza ilíquida dessa classe de investimentos, que aumenta a dificuldade de avaliação dos ativos e, por decorrência, demanda especialização e cautela na análise. De fato, só na liquidação o investidor terá a visão concreta do valor real dos ativos e, portanto, saberá o desempenho dos fundos. Quando falamos de valuation, é premissa base nas metodologias de cálculo a continuidade e perpetuação do negócio. Por isso, as métricas de performance analisadas nesta obra têm tanta importância. Os investimentos devem ser acompanhados ao longo de toda sua trajetória. Bons e maus gestores de fundos poderão ser avaliados pelo monitoramento rigoroso de métricas objetivas. Como se diz no mundo dos negócios: o que não pode ser medido não pode ser controlado e tampouco melhorado. Este misto de cautela e diligência é essencial, pois o gestor tem responsabilidade fiduciária perante os donos do capital e deve zelar, como disse acima, mas não custa repetir, para que se alcance e se preserve o valor esperado até o fim, ou seja, até se construir liquidez para o ativo. Sou defensora de que se atrelem mecanismos de remuneração para que este objetivo seja alcançado, vinculando incentivos especificamente a essa geração efetiva de valor no evento de liquidez. O capital de PE é um capital paciente e deve ser remunerado de forma condizente, com um retorno compatível, com o grau de risco resultante da iliquidez que o caracteriza. É fundamental, ainda, o destaque à relevância dos aspectos Ambiental, Social e de Governança — ASG nos investimentos em PE. A parte de governança hoje já está mais desenvolvida, especialmente na última década e após o advento do novo mercado. Mesmo que empresas de menor porte ainda não sejam obrigadas a seguir os requisitos de governança das empresas listadas, a adoção voluntária de boas práticas de governança permite maior acesso a capital. Boas práticas geram boas práticas, que começam a definir o acesso ao capital de investimento e a liquidez. Assim se constroem os círculos virtuosos. Neste contexto, o posicionamento da gestora BlackRock em 2016, citando aspectos ASG em sua carta anual ao mercado, foi um divisor de águas, pois anunciou que questões ambientais e sociais também passariam a ser parte da análise e avaliação de investimentos. Atenção a temas desta ordem também pode afetar os demais stakeholders, como clientes, talentos e fontes de financiamento que estarão sempre — e cada vez mais — preocupados com a forma das empresas lidarem com a comunidade em seu entorno, com seus funcionários, com sua cadeia de fornecedores etc. Não atentar para estes temas pode levar a perdas expressivas de valor ao longo da trajetória empresarial. O livro aborda, também, importantes considerações sobre o papel do setor público como indutor de empreendedorismo e inovação via programas de incentivo às Micro, Pequenas e Médias Empresas (MPMEs), notadamente via aportes de fundos de seed/VC e PE, programas de aceleração e simplificação do arcabouço legal e regulatório. Ou seja, acompanha desde a nascente o essencial papel dos investidores em promover as empresas e, por meio delas, as inovações e seu ecossistema. Em contexto de restrição orçamentária do setor público, o investimento privado ganha maior relevância para complementar as iniciativas que visam impulsionar inovação e desenvolvimento no País. Este livro contribui de forma brilhante para sistematizar conhecimento para o leitor interessado não apenas em investimentos alternativos, mas na própria evolução do mercado de capitais brasileiro. Para não repetirmos os erros passados e nos tornarmos melhores como gestores e investidores. E também como mercado e como país. Eliane Lustosa Rio de Janeiro, dezembro de 2021. APRESENTAÇÃO A epígrafe que abre este livro condensa, de certa forma, a mistura de prazer e mistério envolvida na atividade de atribuir valor a instrumentos financeiros. O mundo do private equity, assim como o do venture capital, nutre-se disso e combina elementos associados à precisão matemática dos números com a adrenalina do dia a dia do mercado. O que nos levou a escrever este livro foi o desejo de ser um pequeno elo dessa cadeia de relacionamentos que engloba os empreendedores, as empresas, os agentes financeiros e o investidor, institucionalou individual, que está na ponta do processo, viabilizando a realização de um evento financeiro. Nosso interesse, aqui, é apresentar os temas escritos por autores especializados em private equity e venture capital (PE e VC) e alternativas em ativos reais e em empresas em situações especiais, onde o risco pela iliquidez e a assimetria informacional, combinados com as oportunidades de criação de valor e a governança, são elementos essenciais para o maior retorno esperado pelas diferentes partes do investimento. A capacidade de gerar retorno superior ao de ativos listados em bolsa e em meio à alta dispersão de resultados, é um desafio para os investidores, cujo enfrentamento depende da capacidade de seleção e monitoramento muito superior à de investimentos tradicionais. Por sua vez, as oportunidades de investimentos no Brasil são enormes. Elas surgem da necessidade de capital para empreendimento desde novas ideias e startups, no contexto da expansão de empresas inseridas num mercado de consumo de mais de 200 milhões de pessoas. Porém essas oportunidades não são as únicas que existem no País. Além de projetos e empresas em diferentes momentos de ciclo de vida, há necessidades gigantescas na área de infraestrutura, no setor imobiliário e em companhias em fase de reestruturação de suas dívidas. Nas questões Ambientais, Sociais e Governança (ASG), as estruturações de PE e VC não somente promovem a maior transparência e mecanismos de alinhamento de interesses entre executivos e acionistas através da governança. Estes investimentos impactam diretamente na geração de empregos e no desenvolvimento acelerado de matrizes limpas de energia e de processos eficientes no agronegócio, onde o Brasil já é um dos maiores produtores do planeta. Nesse contexto, pretendemos, com este livro, inovar no campo da governança, das finanças e dos investimentos. Reunimos, numa única obra, temas que se destacam pela relevância do capital empreendedor e de inovação para o país, assim como pelo papel do investidor ativo nas empresas, visando o maior retorno pelo capital empregado. Com o fim único de oferecermos contribuição ao estudo da prática de investimentos em PE e VC no Brasil e em alternativas ilíquidas no País, este livro tem a intenção de representar um material didático útil — tanto para o aluno quanto para o professor — para disciplinas de graduação, MBA e cursos das áreas de ensino ligados à administração e finanças. O livro está dividido em cinco partes, que estão distribuídas em 15 capítulos e conta ainda com um glossário de termos técnicos utilizados na indústria de investimentos de PE e VC e em alternativas ilíquidas. A primeira parte comporta três capítulos e introduz os ativos de PE e VC do ponto de vista do investidor. O primeiro capítulo aborda o que são os ativos de PE e VC, como estão segmentados os investimentos ao longo do ciclo de vida das empresas e quais são mecanismos utilizados nas estruturações para alinhamento de interesses entre investidor e gestor de fundos de PE e VC. O segundo capítulo apresenta os ativos como parte da carteira de investidores institucionais, explica as motivações do investidor ao alocar parte de sua carteira nestes ativos e como deve funcionar um processo adequado de seleção e monitoramento. O terceiro lança luz acerca dos desafios para proteção legal do investidor e do dinamismo da alocação de recursos em projetos inovadores, no contexto do sistema legal brasileiro. Já a segunda parte expõe a importância do investimento em capital no ecossistema de inovação e empreendedorismo. Essa parte inclui quatro capítulos. No quarto, discutem-se os fatores críticos de sucesso da “nova economia”, apresentando os ciclos tecnológicos dos últimos 250 anos, o fundamento para construção de produtos inovadores e negócios escaláveis e destacando o momento atual positivo das startups brasileiras e a maturação do ecossistema de Venture Capital no País. O quinto capítulo explora as principais razões para o setor público fomentar o empreendedorismo no País e aborda questões das iniciativas públicas em curso para apoiar o empreendedorismo nacional. O sexto trata da construção de um portfólio de startups e apresenta a rationale pré- prospecção das gestoras, contempla a originação e análise dos investimentos, aprofunda a avaliação para a decisão final e exemplifica através de estudo de caso ligado ao agronegócio. O sétimo capítulo aborda as questões legais do processo de investimento nas empresas alvo, com o detalhamento de due diligence e da negociação da participação no capital, bem como dos cuidados com aspectos legais da saída do investimento, incluindo questões de indenização. A terceira parte do livro aborda as estratégias de investimentos em empresas na fase de crescimento e maturação, bem como em ativos reais e empresas em situação especial, através do mesmo veículo de private equity no País. Essa parte é composta por outros quatro capítulos. O oitavo expõe os fatores e conceitos associados ao valor de uma empresa e explica os pilares para a definição de uma estratégia de investimentos para um fundo de private equity. O nono capítulo elucida os diferentes modelos e classes de investimento em PE; o VC como oposto ao PE; o Growth Capital e o Buyout; detalha o funcionamento das estruturações LBO (Leveraged Buyout) e MBO (Management Buyout), apresenta a classe de secundários, fundo de fundos e o SPAC (Special Purpose Acquisition Company), ainda não operacionalizado no Brasil, e destaca que, independentemente do modelo, os indivíduos são o elemento fundamental para a atividade de PE. O décimo capítulo aprofunda o conhecimento de classes de ativos ilíquidos que utilizam o veículo de PE, dentre eles de infraestrutura; “real estate”; florestas; e empresas em situações especiais de endividamento. O décimo primeiro capítulo apresenta a evolução do conceito ASG para além dos investimentos como externalidades e novas responsabilidades, trata do impacto da adoção dessas práticas na rentabilidade dos investimentos e riscos e discute perspectivas de longo prazo do Private Equity como forma de gerar retornos a partir de soluções para o ser humano e para o planeta ao mesmo tempo. A quarta parte do livro explica como funciona a avaliação de investimentos em ativos ilíquidos e as métricas de retorno para acompanhamento, até a definição das diferentes estratégias de saída. Esta parte é apresentada em três capítulos. O décimo segundo capítulo discute a avaliação dos investimentos em diferentes momentos ao longo do ciclo de vida de um fundo, desde o estágio de empresas nascentes a outras maduras e apresenta como funciona a precificação de valor destes ativos, através do sistema de múltiplos ou comparáveis e de um fluxo de caixa descontado. O décimo terceiro capítulo demostra as principais medidas de desempenho dos fundos de PE e VC; mostra como calculá-las e compará-las com demais fundos no mercado; e explica como calcular os retornos para os investidores e gestores dos fundos, considerando o impacto de diversas variáveis e taxas determinadas pelo gestor na concepção do fundo. O décimo quarto capítulo apresenta as diferentes estratégias de saída ou modalidades para desinvestimentos de ativos de fundos PE observa as saídas consideradas como menos bem- sucedidas do ponto de vista do LP, porém destacando a relevância dessas formas e das estratégias que normalmente acontecem em ciclos normais de investimentos dos Fundos, analisando as que têm obtido êxito no Brasil. A quinta e última parte do livro mostra os resultados da indústria de Private Equity e Venture Capital no Brasil. Nesse sentido, o décimo quinto capítulo discute a evolução e desempenho da indústria no País; o histórico da captação e desempenho dos fundos; o círculo virtuoso de VC; o desempenho dos investimentos que tiveram saída em PE e VC; e outras classes de investimentos alternativos que estão surgindo no Brasil. O nosso objetivo é consolidar numa única obra um conjunto de aspectos normalmente abordados pelos professores da área pormeio de referências a livros sobre temas específicos, artigos avulsos e casos, muitos destes produzidos fora do ambiente brasileiro e da realidade de economia emergente. Esperamos que o livro possa ser útil aos professores da área, com o objetivo de permitir maior aprofundamento pelos profissionais e interessados em atuar, monitorar ou investir no setor. Não poderíamos encerrar esta apresentação sem fazer uma justa menção aos colegas e profissionais autores aqui reunidos, que tornaram realidade a organização do livro. Fica registrado nosso profundo e sincero reconhecimento. Os leitores, sejam investidores, empreendedores, gestores de empresas, reguladores, provedores de serviços e demais profissionais interessados na indústria de PE e VC do País, possuem em mãos agora uma tentativa que se propõe a elucidar os principais aspectos relacionados ao estudo e prática de investimentos em PE e VC no País e em ativos ilíquidos que utilizam o mesmo veículo de investimento no Brasil. Esperemos que gostem do que encontrarão nas próximas páginas. Os organizadores, São Paulo, dezembro de 2021. SUMÁRIO Os organizadores Os autores Prefácio Apresentação Parte I Introdução aos investimentos em Private Equity e Venture Capital Introdução aos Investimentos de Private Equity e Venture Capital Arlete de Araújo Silva Nese; Andrea Maria Accioly Fonseca Minardi Private Equity como parte da carteira de investidores institucionais Bruna Riotto Liberdade contratual para os agentes econômicos no investimento em Private Equity e Venture Capital Flavio M. Rodrigues; Matheus C. Rossi; Rebecca M. Ferreto Parte II O Venture Capital no ecossistema de inovação e empreendedorismo O ecossistema do capital empreendedor e da inovação Edson Rigonatti; Guilherme Lima Iniciativas do setor público de fomento ao empreendedorismo Fernando C. Rieche; Fabio Luiz Biagini Seleção, monitoramento e criação de valor de investimentos em Venture Capital Francisco Ignacio Rabello Jardim Questões jurídicas dos investimentos feitos pela indústria de Private Equity e Venture Capital Fabiana Fagundes; Rodrigo Menezes Parte III As estratégias de investimentos em Private Equity Criação de valor em Private Equity Álvaro L. Gonçalves Diferentes classes de investimento em fundos de Private Equity Paulo Caputo; Piero Rosatelli Investimentos alternativos em special situations e ativos reais Meton Morais; Davi Carvalho Mota; Rossano Nonino; Luiz Candiota Private Equity 5.0: as transformações decorrentes da temática ASG Luciana Antonini Ribeiro Parte IV Da avaliação de entrada a estratégia de saída de investimentos ilíquidos Avaliação de investimentos ilíquidos Andrea Maria Accioly Fonseca Minardi; Adalto Barbaceia Gonçalves Medidas de desempenho em Private Equity e Venture Capital Daniel Unger Ibri Diferentes estratégias de saída Piero Minardi Parte V Resultados da indústria de Private Equity e Venture Capital no Brasil Evolução e desempenho da indústria de Private Equity e Venture Capital no Brasil Andrea Maria Accioly Fonseca Minardi; Ricardo Kanitz Anexo — Glossário de termos técnicos LISTA DE FIGURAS Figura 1.1 Estrutura tradicional de fundo de investimento em Private Equity Figura 4.1 Os estágios e montantes médios de investimentos em Venture Capital Figura 6.1 Fluxograma de ciclo de investimento e aceleração Figura 6.2 Funil de investimentos em Venture Capital Figura 7.1 Estrutura de investimento em Sociedade em Conta de Participação (SCP) Figura 7.2 Fundo de Investimento em Participações (FIP) Figura 8.1 Geração de valor por fatores internos da empresa Figura 8.2 Estratégia de investimentos dos fundos de middle- market private equity Figura 10.1 Processo de investimentos em ativos em situações especiais Figura 10.2 Dinâmica de um projeto de infraestrutura Figura 10.3 Dinâmica de uma incorporação residencial Figura 10.4 Dinâmica de uma incorporação comercial Figura 10.5 Estrutura típica de investimento em projetos de desenvolvimento imobiliário Figura 12.1 Avaliação pre money e pos money de transação all equity e primária Figura 13.1 Estrutura de retornos e distribuições no fundo LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 2.1 Alocação de investidores institucionais em mercados privados no mundo, de 1999 a 2017 Gráfico 2.2 Participação total em PE por tipo de investidor no mundo, em 2021 Gráfico 2.3 Alocação média em PE em relação ao respectivo patrimônio total, em 2021 Gráfico 2.4 Retornos globais de mercados públicos e privados de 2011-21 e 2001-21 Gráfico 4.1 Fundadores de “primeira viagem” versus fundadores em “série de viagens” Gráfico 4.2 Volume de investimento Venture Capital no Brasil Gráfico 7.1 Eventos de liquidez (saídas) em empresas investidas por Fundos de VC dos Estados Unidos, 2010-2020 Gráfico 9.1 Volume global de transações de buyout, em US$ bilhões Gráfico 9.2 Proporção do mercado de LBO por nível de alavancagem Gráfico 9.3 Captação global de fundos secundários por ano, em US$ bilhões Gráfico 9.4 Volume bruto global levantado em SPACs, em US$ bilhões Gráfico 10.1 Investimentos alternativos em special situations e ativos reais Gráfico 10.2 Fatores de geração de valor do ativo florestal Gráfico 10.3 Distribuição dos retornos de longo prazo Gráfico 13.1 Taxa Interna de Retorno (TIR) trimestral para fundos de Private Equity Gráfico 13.2 Taxa Interna de Retorno (TIR) trimestral para fundos de Venture Capital Gráfico 15.1 Fundraising de fundos dedicados a investimentos no Brasil Gráfico 15.2 Capital levantado por fundos brasileiros em relação ao total captado pela indústria global de PE e VC Gráfico 15.3 Evolução do desempenho dos fundos de PE e VC no Brasil Gráfico 15.4 Transações de PE e VC por ano de investimento Gráfico 15.5 Distribuição dos MOICs dos investimentos de PE e VC e contribuição dos outliers para a média dos grupos tech e não tech (transações realizadas e desinvestidas entre 1983 e maio de 2021) LISTA DE QUADROS Quadro 1.1 Principais termos, condições e incentivos em investimento em FIP Quadro 2.1 Investimento em capital aberto versus capital fechado Quadro 2.2 Fatores de atenção para diligência Quadro 4.1 As cinco revoluções tecnológicas Quadro 6.1 Principais aspectos de prospecção Quadro 6.2 Potencial de alavancagem Quadro 6.3 Aspectos financeiros / operacionais Quadro 6.4 Risco de desenvolvimento Quadro 6.5 Principais aspectos de aceleração Quadro 12.1 Exemplo de avaliação pelo método de Venture Capital Quadro 12.2 Exemplo de avaliação pelo método de múltiplos Quadro 12.3 Exemplo de avaliação pelo método de fluxo de caixa descontado — projeção Quadro 12.4 Exemplo de avaliação pelo método de fluxo de caixa descontado — WACC Quadro 12.5 Exemplo de avaliação pelo método de fluxo de caixa descontado — valor ação LISTA DE TABELAS Tabela 1.1 Diversificação de ativos por investidor institucional no País, em % de dez. 2020 Tabela 2.1 Retornos anualizados entre 2010-2020, em % Tabela 8.1 As cinco empresas de maior valor no mundo ao longo de duas décadas Tabela 13.1 Simulação de retorno do fundo — Premissas Tabela 13.2 Simulação de retorno do fundo — Fluxo financeiro do fundo Tabela 15.1 Desempenho de fundos de PE e VC de acordo com quartis Tabela 15.2 Desempenho médio dos investimentos que tiveram saída Parte I Introdução aos investimentos em Private Equity e Venture Capital INTRODUÇÃO AOS INVESTIMENTOS DE PRIVATE EQUITY E VENTURE CAPITAL Arlete de Araújo Silva Nese; Andrea Maria Accioly Fonseca Minardi Introdução A economia brasileira é dominada por pequenas e médias empresas que conseguiram sobreviver e se desenvolver num ambiente turbulento, mas enfrentam restrição a financiamentos de longo prazo para investir em novas tecnologias e aproveitar oportunidade de crescimento, além de serem carentes de processos e governança que permitam manter a qualidade para crescer de maneira sustentável. Além disso, a transformação digital coloca em xeque modelos de negócios tradicionais. Esses desafios demandam soluções e, por isso, abrem oportunidade para empreendimentoscom potencial de alta rentabilidade, mas que precisam de capital paciente, de longo prazo e que seja adequado para correr risco. Fundos de private equity e de venture capital (PE e VC, respectivamente) se enquadram nessa categoria e têm uma importância grande para a inovação, produtividade e competitividade da economia brasileira. O restante do capítulo apresenta a definição do que é um investimento típico de private equity, aborda a forma tradicional de estruturação do fundo destaca a questão dos riscos de assimetria de informação e iliquidez do investimento, os diferentes tipos de investidores para a classe de ativo, e por fim uma conclusão. Private equity e venture capital como investimentos em ativos ilíquidos Investimentos em PE e VC são investimentos ilíquidos, pois implicam alocar recursos principalmente em empresas fechadas, que não têm ações negociadas no mercado. São considerados ativos alternativos, pois ao alocar capital nessa classe o investidor corre o risco de liquidez e há menor transparência no investimento do que alternativas líquidas, uma vez que se observa o retorno gerado pelo fundo apenas na venda de seus investimentos e o gestor do fundo sabe muito mais sobre a carteira do que o cotista. Há muito mais ineficiência em mercados privados do que abertos e bons gestores são capazes de explorá-las, gerando retornos altos, que compensam o risco de liquidez. O private equity aumenta o escopo de ativos em que um investidor pode alocar capital e a diversificação no patrimônio. São investimentos de longo prazo, que não estão sujeitos a oscilações de mercado de curto prazo, como ações negociadas em bolsa e, por isso, têm uma correlação mais baixa com investimentos mais tradicionais. Com o nível de taxa de juros baixos dos últimos anos, o PE tem sido uma alternativa de investimento interessante para aumentar o retorno da carteira como um todo. A taxa histórica de longo prazo dos investimentos globais de Private Equity está ao redor de 16% ao ano em dólares correntes e o volume captado por ano por fundos de PE no mundo tem girado ao redor de US$ 1 trilhão desde 2017.1 No Brasil, a indústria de PE é razoavelmente jovem — a atividade teve início de maneira significativa em 1994 —, mas já existe uma massa crítica de expertise nas gestoras brasileiras. A Associação Brasileira de Venture Capital (ABVCAP) e a KPMG mapearam 208 gestoras ativas entre 2011 e 2019, e num outro estudo, Insper, Spectra e 2Get investigaram a trajetória de 1376 profissionais de PE e observaram que a média de anos na atividade foi de 10,5 anos.2 O retorno médio dos fundos de PE calculados com fluxos de caixa em reais (9,8% a.a), mesmo se for ignorada a desvalorização cambial, tem sido inferior à média de longo prazo global (16% ao ano em dólares correntes). Porém os fundos de primeiro quartil (25% maiores retornos) e de boa parte do segundo quartil tem tido desempenho excelente. Estudo da Spectra, Insper e ABVCAP de 20203 analisou 268 fundos levantados entre 1994 e 2018, que captaram juntos R$ 84 bilhões, e observou uma TIR média em R$ de 40.6% ao ano para o primeiro quartil e 16.8% ao ano para o segundo. É interessante ressaltar que esse alto retorno é obtido praticamente com aumento de margem do lucro operacional e do giro do ativo resultantes de ganhos de eficiência e crescimento. Com a alta volatilidade da economia brasileira, é praticamente proibitivo estruturar aquisições com um volume muito grande de dívida e, com isso, é difícil ampliar o retorno dos investimentos de private equity com alavancagem financeira, como é usual no modelo de Leverage Buyout (LBO)4 que domina a indústria nos Estados Unidos e é bastante comum em outros países europeus. A classe de VC no Brasil é pujante. Até março de 2021, o Brasil havia gerado 16 unicórnios, classificando o País entre os 10 países com maior número de startups com valor superior a US$ 1 bilhão.5 Um fundo de private equity típico compra participação acionária de empresas fechadas, com alto potencial de crescimento e mantém a posição por um período em torno de quatro a cinco anos. Os fundos de PE são investidores ativos através de seus gestores, que desenvolvem teses de criação de valor antes de realizar a aquisição e, através da participação no conselho de administração, têm capacidade de interferir na gestão da empresa, auxiliando na implementação da tese de criação de valor. Durante o período em que permanecem como acionistas das empresas, os fundos implementam bons modelos de governança corporativa, processos gerenciais, planos de incentivos, trazem bons profissionais tanto para a gestão como para o conselho, aumentam a eficiência operacional e fazem com que a empresa cresça de maneira sustentável. Quando o fundo vende a posição, captura o aumento de valor da empresa criado pelas melhorias implementadas e gera alto retorno para seus cotistas. Através de fundos de private equity, investidores conseguem alocar recursos para empresas fechadas com governança. Se investidores fizessem isso diretamente, precisariam alocar mais recursos financeiros a empresas individuais para ter alguma representatividade como acionistas e isso diminuiria a possibilidade de diversificação. Além disso, precisariam dispender tempo na seleção das empresas que poderiam investir, fazer due diligence, redigir e negociar acordo de acionistas e de investimentos, com cláusulas que permitissem que eles tivessem assento no conselho de administração, acesso a informações sobre a empresa com determinada periodicidade e interferir na gestão mesmo se tiverem participação minoritária. Precisariam dispender tempo e esforço na compreensão do negócio para conseguir fazer um bom monitoramento através da participação no conselho de administração; e, por fim, dedicar tempo para buscar e negociar boas alternativas de venda de suas posições acionárias. Essas são as tarefas que se espera que sejam feitas por um bom gestor de private equity. A classe de ativos private equity engloba uma diversidade grande de estratégias de investimento, cada uma delas exigindo expertise diferente dos gestores. As principais estratégias são: • Venture Capital: adquirem participação acionária minoritária de empresas em estágio inicial, em que o modelo de negócio não está consolidado, onde é grande risco de falência, porém há uma grande oportunidade para escalar as vendas de forma agressiva. Para fundos de VC é importante a diversificação. Tradicionalmente, em dez investimentos que fazem, cerca de quatro resultarão em perda total e outros quatro alguma perda ou retorno medíocre, mas dois terão grande sucesso, compensando as perdas e gerando um retorno alto para a carteira toda; • Private Equity: adquirem participação acionária de empresas com negócios consolidados, mas com oportunidades de crescimento orgânico ou via consolidação. O risco é muito menor do que em VC, mas a capacidade de escalar também é bem menor. Por isso esses gestores buscam acertar em todos os investimentos. Fundos de PE podem tanto operar no modelo growth capital, em que adquirem participação minoritária e mantém o time de gestão pré-aquisição, auxiliando-o no crescimento da empresa ou no modelo buyout, em que adquirem o controle acionário, trocam o time de gestão e impõem se modelo de negócio; • Private Investment em Public Equity (PIPE): o fundo adquire uma participação significativa numa empresa aberta, mas o suficiente para participar do conselho, monitorar e interferir na gestão, se necessário, para implementar o plano de criação de valor; • Turnaround e special situations: focados em adquirir empresas que estão em situação de dificuldade financeira. Esses fundos implementam o turnaround da gestão, negociam dívida com os credores e transformam a empresa em saudável; • Dívida: captam dinheiro para investir dívida ao invés de equity nas empresas investidas, muitas vezes na modalidade de capital dito “mezanino”, que é uma dívida júnior em relação à dívida tradicional, mas sênior em relação ao equity e que, na maior parte das vezes, é acompanhadade equity kicker, como por exemplo warrants6, múltiplos de EBIT (earn before interest and taxes ou lucro antes de juros e impostos), ou taxas de juros que aumentam de acordo com o atingimento de metas pela empresa investida. Isso permite que esses fundos tenham algum benefício com o crescimento do valor da empresa e uma remuneração superior a títulos de dívidas tradicionais. Uma modalidade que está crescendo no Brasil é o venture debt — fundos especializados a emprestar dinheiro para startups. Venture debt complementa investimentos de venture capital e mezzanino de private equity; • Ativos reais como real estate, infraestrutura e florestas: investem equity em empreendimentos em desenvolvimento (greenfield) de real estate, infraestrutura ou floresta ou em projetos performados (brownfield). Os investimentos greenfield tem mais risco, porém maior potencial de retorno, pois o empreendimento ganha muito valor à medida que os riscos de desenvolvimento vão sendo solucionados. Vários dos projetos brownfield têm receitas recorrentes, se assemelhando a retornos de renda fixa, embora corram risco de equity; • Secundários: ao invés de comprar cotas de fundos que estão sendo lançados, compram cotas de investidores que precisam vender suas posições no mercado secundário, na maior parte das vezes por problemas de liquidez ou de enquadramento regulatório. Assumem o comprometimento de capital do cotista que vendeu a posição, se for o caso e passam a receber o fluxo de caixa oriundo da amortização de cotas. Essa modalidade tem menos risco que o investimento primário, envolve menos tempo em que o capital fica ilíquido, porém em geral tem retorno mais baixo. Se o mercado secundário não estiver bem desenvolvido, podem surgir oportunidades interessantes de aquisições de cotas subavaliadas; • Fundo de fundos: fundos que adquirem cotas de outros fundos de private equity. É uma opção interessante para investidores que não sabem selecionar bem os gestores de private equity, ou não tem um montante de capital que permita que diversifique o investimento em diferentes gestores, teses e safras. O grande número de teses de investimento permite uma diversificação grande para investidores da classe de private equity. Os retornos dos fundos de venture capital, por exemplo, estão dissociados dos ciclos econômicos. Num momento de transformação digital como estamos vivendo, várias startups terão sucesso na substituição de modelos de negócios tradicionais. Entretanto esses fundos correm o risco da tecnologia e da aceitação do produto pelo mercado. Fundos de private equity, por sua vez, não correm tanto o risco tecnológico, pois investem em modelos de negócios que já estão consolidados, porém seu desempenho é muito mais influenciado pelos ciclos econômicos. Formato tradicional de estruturação do fundo de private equity Existem diversas estruturas possíveis de fundos de private equity: capital próprio, corporativo, fundos sempre verdes, fundos negociados em bolsa, SPAC, mas estrutura mais comum encontradas são parcerias limitadas, conforme ilustra a Figura 1.1. Os gestores do fundo são chamados na indústria de General Partners (GP). Desenvolvem uma tese de investimento, estruturam um veículo e levantam recursos junto a grandes investidores institucionais que acreditam nessa tese e comprometem capital, ou seja, assumem o compromisso de adquirir um determinado número de cotas do fundo. Os fundos são veículos de investimento fechados, com uma vida estabelecida no regulamento: média de 10 anos, dos quais os 4 a 5 primeiros anos consistem no período de investimento. Os General Partners (GP) têm responsabilidade fiduciária pelos investimentos realizados pelo fundo. São responsáveis por fazer a gestão da carteira: investigar várias oportunidades de investimento, selecionar algumas e fazer due diligence, elaborar contratos de acionista e de investimento que estabeleçam as regras do relacionamento com as empresas durante o período de investimento e, depois da aquisição, estruturar a governança e processos para implementação da tese de criação de valor, participar do conselho, acompanhar o desempenho e interferir na gestão se necessário e, por fim, vender as posições e liquidar o fundo. Os investidores têm responsabilidade limitada ao montante de recursos integralizado. Por isso, são chamados de Limited Partners (LP). Diferentemente de fundos de ações, o capital comprometido não é chamado todo de uma única vez. À medida em que o fundo decide investir numa empresa, são feitas chamadas de capital e o cotista tem cerca de duas semanas a um mês para honrar essas chamadas, a depender do regulamento do fundo. Mediante o desembolso, as cotas são integralizadas. Caso os cotistas fiquem inadimplentes na integralização do capital chamado, sofrem sanções de acordo com o regulamento, como por exemplo multas. Todo o capital precisa ser chamado durante o período de investimento. Caso o gestor não encontre oportunidades para investir durante esse período, o cotista fica desobrigado a contribuir com novas chamadas e o montante total integralizado pelo fundo fica menor do que o comprometimento originalmente planejado. Figura 1.1 Estrutura tradicional de fundo de investimento em Private Equity Fonte: Elaboração das autoras. Os gestores precisam realizar os investimentos durante o período de investimento e realizar todas as vendas ou liquidações das posições durante a vida do fundo. Quando há vendas de posições, o capital é distribuído ao cotista líquido de taxa de performance, amortizando as cotas. Há a possibilidade de estender a vida do fundo por mais alguns anos mediante aprovação da Assembleia de Cotistas, caso o gestor não tenha conseguido amortizar todas as cotas até o final da vida. Isso pode ser interessante para dar mais flexibilidade ao gestor para evitar vender posições em mercados desaquecidos por preços baixos. Os investidores delegam aos General Partners a gestão do fundo. Comprometem-se com o investimento, recebem as notificações de chamadas explicando onde o recurso será utilizado, e prestações de contas periódicas sobre o desempenho da carteira. Embora tenham o direito de destituir o gestor do fundo por má gestão mediante votação em assembleia de cotistas, isso ocorre apenas em situações extremas, onde será difícil recuperar perdas. Por isso é muito importante selecionar bem o gestor do fundo e verificar se os interesses estão bem alinhados. O desenho da remuneração do gestor é um importante mecanismo de alinhamento. Além disso, é muito comum que se exija um comprometimento de capital dos gestores — entre 2% e 5% do capital comprometido total do fundo. A remuneração do gestor é composta, na maior parte das vezes, entre uma taxa de administração, que gira em torno de 2% ao ano com base no capital comprometido (integralizado e não integralizado), paga mensal ou trimestralmente; e uma parte variável — a taxa de desempenho, chamada na indústria de carry. Para um bom alinhamento, é recomendável que a taxa de administração sirva para pagar as despesas do fundo e dar um padrão de vida decente para os gestores, mas o grande ganho dos gestores deve vir da taxa de performance, que só é recebida se o desempenho do fundo for alto. A maior parte dos regulamentos estabelece que a gestora só é elegível a receber o carry se tiver um desempenho superior a um retorno prioritário, que em contratos internacionais se situa em torno de 8% ao ano, e em regulamentos registrados na CVM em torno de IPCA acrescido de um spread entre 6% e 8% ao ano. Nos regulamentos brasileiros registrados na CVM, a maior parte estabelece que se o fundo tiver um desempenho superior ao retorno prioritário, a gestora recebe ao redor de 20% do lucro do fundo que exceder o retorno prioritário. Nos fundos internacionais, é comum que o carry seja apurado como 20% do lucro que exceder o capital comprometido, sem correção. No Brasil, o veículo para investimento na classe de ativos de private equity e venture capital, incluindo ativos reais como infraestrutura, florestas eimóveis, é o Fundo de Investimento em Participação (FIP)7. Em muitos aspectos, o FIP tem semelhança com os regulamentos offshore. Riscos do investimento em private equity e venture capital O risco, diante de um desempenho incerto, deve ser parte relevante do processo de decisão de todo investidor. Em teoria de finanças, os projetos com os maiores retornos estão associados aos maiores riscos. Para uma decisão ótima, é preciso, antes, que o investidor identifique e analise os diferentes fatores de risco de cada ativo, que podem alterar o resultado esperado. Análises de cenários e simulações permitem ao investidor avaliar a probabilidade da ocorrência de perdas, aprimorando a decisão de prosseguir ou não com o investimento. Decidido pelo investimento, os efeitos destes fatores devem ser mensurados ao longo do tempo e comparados contra um benchmark de mercado.8 Apesar de não serem observados os dados de ações ou investimentos fechados, caso dos fundos de private equity e venture capital, isso não quer dizer que não têm correlação com os ativos negociados em bolsa e não possam ser comparados a um benchmark. Empresas de mesma natureza, fechadas ou abertas, estão sujeitas a fatores de risco semelhantes. Os fundos são carteiras de empresas fechadas, cujo valores podem ser estimados por comparáveis negociados em bolsa. Os investimentos fechados, porém, têm maior risco devido à assimetria de informação e falta de liquidez. O que se espera é que os gestores desse tipo de ativo sejam capazes de explorar ineficiências e gerar um retorno superior a benchmarks líquidos, compensando o investidor pelo maior risco corrido. Na mitigação de riscos específicos dos ativos, os investidores diversificam sua carteira, de forma que cada classe tenha uma participação significativa, porém não em excesso. Para definir os limites de alocação de cada segmento, os investidores precisam de informações quantitativas e qualitativas destes ativos. Assim, com base em métodos estatísticos e de otimização, os investidores identificam seu portfólio numa fronteira eficiente. Ou seja, observam a combinação de ativos que, para dado nível de risco, obtenham o maior retorno possível e, para dado nível de retorno, consigam o menor risco possível.9 Entretanto as limitações na análise de dados quantitativos como média- variância dos retornos, explicam a inclusão das informações qualitativas em suas análises. Por exemplo, a preferência de um investidor não ultrapassar determinado percentual numa classe, de forma a garantir que nenhuma classe domine seu portfólio. Por outro lado, limitações em excesso no processo de otimização podem ser resultado de vieses do próprio investidor. Especialmente, na definição de limites para oportunidades em ativos ilíquidos — caso dos investimentos em private equity e venture capital. Na medida em que os gestores de fundos de PE e VC ajudam a companhia a expandir seus negócios e a elevar suas receitas, aumentar sua margem, cria-se valor, mas isso não é observado diretamente, pois as ações das empresas não são negociadas em bolsa. Há muita dispersão na habilidade dos gestores criarem valor. No Brasil, apenas gestores do primeiro quartil e alguns do segundo foram capazes de produzir retornos suficientes para compensar o alto risco pela iliquidez.10 Um retorno superior ao benchmark negociado em bolsa, requer expertise e habilidade do gestor, que não é commodity. Por isso é necessário investigar os track records pessoais da equipe, para analisar se serão capazes de entregar a tese que ofertaram. Uma due diligence sobre quem são os gestores do fundo de PE e VC, portanto é chave para avaliar os méritos desse tipo de investimento na composição da carteira. Motivação, inteligência, ética e sociedade coesa podem ser traduzidas em expectativa de muito bons investimentos, mas esse é apenas o ponto de partida. Dada a característica de longo prazo das estruturas de private equity, os investidores precisam avaliar se os gestores do fundo possuem os aspectos necessários para que se confie neles a gestão do fundo.Assim, mesmo sendo importante um arranjo contratual, ainda permanece a confiança na boa-fé do gestor em buscar o melhor interesse para o investidor. Costuma se dizer que “pessoas boas podem superar maus contratos, mas contratos bons não podem superar pessoas más”.11 Investidores de fundos de private equity e venture capital Os investimentos em fundos de private equity, incluindo o venture capital e os demais ativos alternativos, não são para todos os tipos de investidores. Por ser uma classe de ativos ilíquida e mais arriscada, há grande necessidade de diversificação e, portanto, um montante elevado para investir. Para tanto, os investidores precisam avaliar a participação de cada ativo alternativo em seu portfólio, de forma que não seja tão reduzido que acabe gerando retornos marginais, nem em excesso que domine sua carteira. Devem possuir estrutura adequada, com processos definidos e equipe qualificada para monitorar e controlar eventos não desejados; bem como a capacidade para selecionar os melhores gestores de fundos com os retornos realmente superiores na indústria de PE e VC. Do contrário, devem se manter longe do ativo ou investir via um fundo de fundos, delegando essa tarefa. No Brasil, para investir em ativos alternativos é pré-requisito ser categorizado como investidor qualificado e ter devidamente identificado seu perfil de risco para o investimento.12 Os investidores qualificados a investimentos de alto risco são as pessoas físicas com patrimônio financeiro igual ou superior a R$ 1 milhão e os investidores profissionais. Compõem a categoria de investidores profissionais os bancos, as seguradoras, os fundos de pensão, as pessoas físicas ou jurídicas com investimento igual ou acima de R$ 10 milhões, os fundos de investimentos e, ainda, os clubes de investimentos, os agentes autônomos, administradores de carteiras e consultores em relação a seus recursos e desde que autorizados a funcionar pela CVM e investidores não residentes. Este grupo de investidores profissionais, também denominados de investidores institucionais, inclui ainda os “endowments”, denominados de “fundos patrimoniais”, e os fundos soberanos. A preferência desses investidores institucionais por investimentos alternativos em parte de seu portfólio decorre do propósito dessas organizações para obtenção de alfa (retorno excedente a comparáveis de risco semelhante) e do horizonte de longo prazo para investir em oportunidades de ativos ilíquidos. A Tabela 1.1 apresenta a diversificação de ativos na carteira de diferentes tipos de investidores institucionais brasileiros. Embora predomine a concentração em Renda Fixa, explicada pelo histórico de taxa de juros altos, observa-se que a maioria dos investidores já possui alguma parte alocação em PE e VC, especialmente, os Family Offices com 5,5% que inclui PE e VC no exterior, não permitido para os demais investidores institucionais do gráfico. Tabela 1.1 Diversificação de ativos por investidor institucional no País, em % de dez. 2020 Classe de ativos Family Offices EFPC RPPS EAPC Seguradoras Renda Fixa 32,9% 72,6% 82,5% 83,1% 90,8% Ações 29,7% 20,4% 13,8% 3,7% 1,0% Multimercados 11,5% 0,0% 2,8% 13,0% 7,8% PE e VC 5,5% 0,9% 0,7% 0,0% 0,1% FII e imóveis 12,2% 3,3% 0,2% 0,0% Outros 8,2% 2,7% 0,2% 0,3% Total 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% PL em R$ Bilhões 1.600 (E) 1120 204 881 124 Fonte: Elaboração das autoras a partir de dados de dez. 2020 de Relatórios da ABRAPP para EFPC, ANBIMA para EAPC/Seguradoras e do Family Office Report 2020 da INEO. Notas: (1) “Renda Fixa” inclui os FIDCs; em “outros” das EFPC fazem parte o segmento cambial, operações com participantes (que representam a maior parte com 75% da classe), dívida externa, ações de companhias abertas no exterior; em EAPC e Seguradoras: off-shore, cambial e fundos balanceados e; em Family Offices, 90% de outros corresponde a caixa e outros não informados; (2) Dos Familiy Offices da pesquisa, todos possuem alguma parcela off-shoreque, no agregado, representam 43,3%. (3) Das siglas: EAPC — Entidades Abertas de Previdência Complementar; EFPC — Entidades Fechadas de Previdência Complementar; RPPS — Regimes Próprios de Previdência Social; FII — Fundo de Investimento Imobiliário; (E) — trata-se de estimativa a partir do segmento “Private” de relatório da ANBIMA. Uma vez cumprido este critério legal de patrimônio e de adequação ao risco para o retorno esperado, o próximo requisito é saber como investir com a maior probabilidade de gerar altos retornos. Os investimentos em PE e VC podem ocorrer na forma direta ou indireta na participação no capital de empresas, a depender do tipo de investidor e de suas preferências. São na forma direta quando aportam recursos diretamente no capital de empresas não listadas, caso de endowment e demais investidores institucionais que não possuem restrição legal para este tipo de investimento.13 São na forma indireta quando optam pela intermediação de um GP para selecionar os investimentos através de um FIP, ou através da constituição de um fundo para adquirir cotas de outros FIP. O tamanho do patrimônio e estrutura do investidor institucional são a chave para escolha do formato que possa oferecer a alocação ótima.14 No Brasil, em dezembro de 2019, havia 944 FIPs, com PL total de R$ 310 bilhões sob a gestão de 185 gestores. Em plena pandemia do Covid-19, esses números avançaram, em dezembro de 2020, para 1145 FIPs, com o total investido de R$ 375 bilhões junto a 211 GP. Contudo os dados de desempenho dos fundos alternativos não são públicos. Eles estão disponíveis em documentos privados, que são entregues aos próprios investidores que alocam os recursos nos FIPs ou para potenciais investidores quando a gestora está em processo de levantamento de capital para um novo fundo. Há provedores de dados, como Pebay, Preqin, Cambridge Associates, que coletam esses dados junto a cotistas e gestoras e cobram por essa informação. Ou seja, não é uma tarefa simples identificar quais GPs estão no primeiro quartil e selecionar os melhores. Ao contrário de outras classes de ativos, são poucos os gestores de PE e VC que obtêm êxito. Porém, quando conseguem, apresentam retornos muito altos e com relativa persistência, inclusive no Brasil. Em outras palavras, os que possuem track record com desempenho superior tendem a manter sucessivos fundos, com resultados superiores aos demais ao longo do tempo, desde que evitem a deterioração de sua estratégia competitiva. A constatação de alta performance e de forma consistente simplesmente faria com que os investidores migrassem para estes fundos. Ocorre que estes GP “top quartile” é que acabam por escolher os novos investidores que garantirão a consistência de sua estratégia e capacidade de geração de valor. Investidores que confiaram inicialmente nestes gestores são os que têm o privilégio de serem convidados para os próximos fundos a serem captados por eles. Em todas essas circunstâncias, investir em PE e VC consome tempo do investidor, é custoso economicamente e firma uma relação de longo prazo com o GP de forma diferente de um gestor de outra classe de ativo pela iliquidez. Por fim, investir em PE e VC requer novos ciclos de investimento, ou safras, portanto os investidores acabam de fato se comprometendo com múltiplas gerações de fundos.15 Na relação de longo prazo entre investidor e gestor pela iliquidez de fundos de private equity e venture capital, o regulamento do fundo é o principal documento que deve cobrir um número possível de conflitos de interesses. Ele funciona como um contrato ou “partnership agreement” entre as partes, para alinhamento do interesse do gestor com o do investidor no desenvolvimento da tese de investimento em PE e VC. O problema é que os contratos não são completos e não há como prever ex-ante futuras contingências.16 Assim, diante da possibilidade de os incentivos não estarem perfeitamente alinhados entre as partes, os investidores para se protegerem, negociam os termos antes de investir, através de um documento privado — o PPM (sigla em inglês para Private Placement Memorandum). Seria semelhante ao prospecto de uma oferta de ações, mas feito para uma colocação privada pelo gestor junto aos investidores alvo, enquanto o prospecto é para oferta pública. O Quadro 1.1 apresenta os termos negociados e mais recorrentes nas estruturações de PE e VC, antes do compromisso do investidor com o fundo e que estão num PPM:17 Quadro 1.1 Principais termos, condições e incentivos em investimento em FIP Descrição do fundo Integralizações e Amortizações - Investidores-alvo - Chamadas de capital - Classe de cotas - Amortizações - Patrimônio mínimo e máximo do fundo - Prorrogação - Comprometimento mínimo e máximo - Liquidação do fundo - Equipe chave Restrições Substituição do administrador e/ou gestor - Limite máximo de percentual por empresas - Em caso de fraude (conforme a legislação em vigor) - Prazo de investimento e desinvestimento - Sem justa causa (baixa performance, quórum mínimo) - Suficiência da segregação entre gestor e administrador - Mudança na equipe chave - Limite mínimo para participação do gestor no fundo Remuneração e incentivos Outros termos importantes - Taxa de administração - Relatórios e informações periódicas - Taxa de performance - Direito de co-investimento - Catch Up – Pagamento Prioritário - Novos investidores após o closing - Rentabilidade preferencial - Penalidade em caso de inadimplência de cotistas Fonte: Elaboração das autoras a partir de Leleux, Swaay, and Megally (2015) p. 221 e ABVCAP, Insper e Spectra (2021). Conclusão Fundos de private equity e venture capital são investidores ativos, que investem principalmente em empresas fechadas, onde há muito mais ineficiências para serem exploradas do que em empresas abertas. É uma classe de ativos que tem oportunidade de retornos altos, porém é um investimento ilíquido, onde há assimetria de informação. A dispersão de retorno entre fundos é grande. Somente gestores habilidosos conseguem explorar as ineficiências e gerar retornos altos. Compreender por que os fundos de private equity e venture capital são considerados investimentos alternativos aos tradicionais e oportunidade a investidores institucionais capazes de selecionar os melhores GP, representa apenas o primeiro passo no processo de aprendizado da indústria de private equity e venture capital no País. Ao se lançar luz à importância da seleção dos melhores gestores e dos termos para alinhamento de interesses entre GP e LP durante o investimento, os investidores devem decidir pelo investimento a partir de uma prévia e profunda avaliação de sua capacidade para maior alocação em risco e processos capazes de selecionar os melhores gestores, acompanhar o desempenho dos fundos investidos e de realizar novas alocações. Referências ABVCAP; INSPER; SPECTRA. (2020). Performance of Brazilian Private Equity and Venture Capital Funds from 1994 until 2018. Retrieved from https://www.insper.edu.br/wp- content/uploads/2021/02/Performance_of_Brazilian_PE_and_VC_Industry_Dec_2020.pdf. ______. (2021). Termos e condições dos regulamentos de fundos de Private Equity e venture capital brasileiros. Retrieved from https://www.abvcap.com.br/Download/Estudos/4995.pdf ABVCAP; KPMG. (2020). Consolidação de Dados 2020 da Indústria de Private Equity e Venture Capital no Brasil. Retrieved from https://www.abvcap.com.br/Download/Estudos/4494.pdf. BAIN & COMPANY. (2021). Global Private Equity Report 2021. Bain & Company. Retrieved from http://resultsbrief.bain.com/pdfs/Bain_and_Company_Global_Private_Equity_Report_2014.pdf. COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS. Instrução CVM nº 554, de 17 de dezembro de 2014. Dispõe sobre os investidores qualificados e os profissionais, dentre outras. (2014). Rio de Janeiro: Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Disponível em: http://conteudo.cvm.gov.br/legislacao/instrucoes/inst554.html. ______. Instrução CVM nº 578, de 30 de agosto de 2016. Dispõe sobre a constituição, o funcionamento e a administração
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