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CONTABILIDADE E GESTAO DE MICRO E PEQUENAS EMPRESAS aula 5

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CONTABILIDADE E GESTÃO DE 
MICRO E PEQUENAS 
EMPRESAS 
AULA 5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profª Daiane Lolatto
 
 
CONVERSA INICIAL 
Nesta etapa, trataremos das principais fontes de captação de recursos 
das micro e pequenas empresas, os métodos de avaliação de investimentos e o 
desenvolvimento e planejamento estratégico dessas empresas; para tanto, 
estudaremos os seguintes tópicos: 
• Fontes potenciais de captação de recursos; 
• Métodos de avaliação de investimentos; 
• Desenvolvendo o planejamento estratégico em PMEs; 
• A implementação e os órgãos de governança nas PMEs; 
• O processo sucessório. 
Aproveite a leitura e exercite os conhecimentos adquiridos resolvendo as 
atividades. Lembre-se, a melhor forma de aprender é exercitando. 
Bons estudos! 
CONTEXTUALIZANDO 
As micro e pequenas empresas podem obter recursos para desenvolver 
suas atividades por meio de diversas fontes, como empréstimos bancários, 
financiamentos governamentais, investidores privados, entre outras opções de 
captação de recursos. 
Para isso, é importante que as micro e pequenas empresas tenham um 
planejamento estratégico bem-definido, para orientar suas atividades e decisões. 
Isso inclui a definição de objetivos claros, análise dos ambientes interno e 
externo e identificação dos recursos necessários que possam influenciar no 
sucesso da empresa. 
Diante disso, vamos conhecer como as Micro e Pequenas empresas 
obtêm recursos para desenvolverem suas atividades, os métodos de avaliação 
de investimentos e o desenvolvimento e planejamento estratégico dessas 
empresas. 
Este conteúdo é fundamental para entender o próximo conteúdo. Por isso, 
é imprescindível se atentar a todos os tópicos e detalhes descritos. Iniciaremos 
falando sobre a contabilidade para pequenas e médias empresas. 
 
 
 
3 
TEMA 1 – FONTES POTENCIAIS DE CAPTAÇÃO DE RECURSOS 
Começar um negócio utilizando apenas recursos próprios costuma ser a 
melhor opção, uma vez que não há a necessidade de pagar juros. Contudo, isso 
não é tarefa fácil, pois exige um planejamento cuidadoso para acumular os 
recursos necessários e uma disciplina financeira rigorosa. 
Muitas vezes, as empresas precisam recorrer a outras fontes de recursos, 
como recursos pessoais, de amigos e familiares, investidores anjos, capital 
semente, venture capital e private equity, financiamento coletivo (crowdfunding), 
agências de fomento, incubadoras, hotéis tecnológicos e bancos (Lemes, 2019). 
Na sequência, vamos entender os cuidados que devem ser tomados pelos 
empreendedores na hora de captar recursos, com o objetivo de alertá-los sobre 
erros comuns que podem ocorrer nessa decisão. 
1.1 Recursos pessoais, de amigos e familiares 
A melhor forma de as empresas obterem recursos, normalmente, é por 
meio de amigos e familiares, pois, em geral, não exigem garantias e cobram 
juros baixos ou nenhum juro. Eles também são mais flexíveis em relação a 
prazos de pagamento (Lemes, 2019). 
No entanto, a possibilidade de contar com recursos de amigos e familiares 
depende de vários fatores que nem sempre estão sob controle do 
empreendedor, como a disponibilidade financeira dessas pessoas, sua 
disposição em investir na ideia do empreendedor, e até mesmo a estabilidade 
dos relacionamentos pessoais. Quando possível, é importante tomar cuidado 
para não prejudicar os relacionamentos (Lemes, 2019). 
Caso os recursos pessoais, de amigos e familiares, não sejam viáveis, ou 
insuficientes, os empreendedores devem buscar outras formas de 
financiamento. 
1.2 Investidores anjos 
Investidores anjos são uma ótima alternativa de financiamento para micro 
e pequenas empresas, especialmente para startups. Eles são pessoas físicas 
que investem seu próprio capital em projetos na fase inicial, auxiliando no 
desenvolvimento do negócio (Losada, 2020). Geralmente, são empresários, 
executivos e profissionais liberais experientes, com boas redes de 
 
 
4 
relacionamento e habilidades de avaliação de oportunidades. Os investimentos 
anjos são realizados geralmente por um grupo de 2 a 10 investidores, e o 
investimento típico varia entre R$ 50.000,00 e R$ 600.000,00 (Lemes, 2019). 
Empresas como Kroton, Bossa Nova Investimentos, TOTVS, IGC 
Partners são exemplos de investidores que procuram investir em startups. Além 
de obterem retorno financeiro, investidores e empreendedores contribuem para 
a economia como um todo, impulsionando empresas inovadoras e de alto 
potencial, criando empregos qualificados e contribuindo para o crescimento do 
país (Lemes, 2019). 
O momento de saída é importante para esses investidores. Eles podem 
optar por uma saída estratégica, investir em fundos de venture capital, vender 
para outros investidores anjos ou recomprar sua participação (Lemes, 2019). 
Por outro lado, segundo Lemes (2019), o empreendedor, ao vender sua 
participação, deve refletir sobre: 
• projeções de crescimento: é importante que tanto o investidor quanto o 
empreendedor sejam realistas na hora de vender um negócio. As 
previsões devem ser otimistas, mas não exageradas, para evitar 
questionamentos do comprador; 
• investimento necessário e uso dos recursos: para crescer ainda mais, é 
preciso saber quanto e onde investir os recursos. Além disso, é importante 
pensar na perenidade da empresa e na saída do investidor; 
• EBITDA e margem EBITDA: o empreendedor deve entender a 
importância dessas métricas na avaliação do negócio; 
• retorno sobre capital investido: é importante que o comprador entenda 
qual será o retorno sobre o investimento feito na empresa; 
• endividamento: o nível de endividamento da empresa deve ser condizente 
com seu tamanho e uma dívida inteligente não é um problema, mas uma 
dívida excessiva pode ser. 
1.3 Capital semente 
Capital semente é um tipo de financiamento de longo prazo fornecido por 
fundos de investimento a startups em seu estágio inicial de desenvolvimento ou 
que ainda estão em fase de concepção. Esse tipo de financiamento é muito 
procurado por empreendedores, pois pode gerar estabilidade financeira para a 
 
 
5 
empresa até que ela se torne sustentável. Os fundos de capital semente buscam 
altos retornos e estão dispostos a assumir riscos significativos, investindo em 
empresas inovadoras e de base tecnológica, podendo aplicar quantias 
substanciais em comparação aos investidores anjos (Lemes, 2019). 
Muitas vezes, as empresas apoiadas pelos fundos de capital semente são 
apenas ideias ou projetos no papel, e os recursos ajudam o empresário a cobrir 
gastos iniciais, com desenvolvimento do produto ou serviço, pesquisas de 
mercado, formação da equipe e aprimoramento do plano de negócios. O primeiro 
passo dos gestores de fundos de capital semente é selecionar os projetos que 
receberão os investimentos, avaliando as oportunidades do mercado, os 
produtos e serviços propostos, a equipe envolvida, a estratégia de atuação e o 
modelo de negócios (Lemes, 2019). 
O financiamento de capital semente também pode ser destinado a 
negócios que já possuem uma base sólida de produtos ou serviços e uma 
pequena clientela. Nesses casos, os recursos são utilizados para expandir a 
estrutura, aumentar a produção e as vendas, consolidar a marca e, acima de 
tudo, atrair a atenção de fundos de investimento com maior capacidade 
financeira (Lemes, 2019). 
Os investidores de capital semente geralmente formam fundos que 
arrecadam recursos de outros investidores e investem em várias empresas 
iniciantes para reduzir os riscos. Após avaliar cerca de mil projetos, 
aproximadamente dez são escolhidos para a próxima fase, que envolve 
apresentar a empresa ao comitê de investimento do fundo. O grupo então realiza 
uma análise e decide se aprova ou não o investimento. Depois disso, durante 
dois a três meses, os empreendedores e os membros do fundo se encontram 
para discutir e negociar a participação dos novos sócios (Lemes, 2019). 
Para conseguiresse tipo de investimento, é preciso mais do que ideias 
promissoras e boa argumentação. É recomendado documentar parte do plano 
de negócios e projetar o modelo de negócios, evidenciando maiores 
probabilidades de retorno para os investidores interessados. A participação em 
eventos voltados para as startups e a convivência em ambientes de inovação e 
empreendedorismo podem proporcionar aos empreendedores maiores chances 
de estabelecer uma rede de contatos com investidores de fundos, possibilitando 
a viabilização de seu negócio (Lemes, 2019). 
 
 
6 
No Brasil, as principais instituições governamentais que atuam no âmbito 
do capital semente são a Finep, responsável pelo financiamento de estudos e 
projetos, e o Fundo Criatec, mantido pelo BNDES e Banco do Nordeste do Brasil 
(BNB). Para aqueles que desejam ter acesso a fundos privados de capital 
semente, é possível consultar organizações que fomentam e representam as 
startups brasileiras, como a Associação Brasileira de Startups (ABStartups) 
(Lemes, 2019). 
1.4 Venture capital e private equity 
Em uma fase mais avançada do novo empreendimento, há a possibilidade 
de receber investimentos de todos os tipos de investidores de risco. Esses 
fundos normalmente investem em empresas de médio porte, que tenham 
alcançado um faturamento significativo e que precisam dar um grande salto. Os 
investimentos compreendem venture capital e private equity (Lemes, 2019). 
O venture capital é uma forma de financiamento para empresas que 
envolvem a troca de participação societária, resultando em responsabilidades 
conjuntas para investidores e empreendedores. Ele é destinado a startups que 
testaram seus produtos e estão prontas para crescer, trazendo investidores 
como sócios para o empreendimento (Lemes, 2019; Losada, 2020). 
O venture capital investe em empresas estabelecidas, mas de pequeno e 
médio portes, com potencial de crescimento, fornecendo recursos financeiros 
para as primeiras expansões e levando o negócio a novos patamares no 
mercado. Assim como no capital semente, o foco está em empresas inovadoras, 
em setores como biotecnologia e tecnologia. A seleção dos projetos também 
passa por avaliação, apresentação ao comitê de investidores e negociação 
(Lemes, 2019). 
O private equity é uma atividade de investimentos em participações 
privadas. O objetivo desses recursos consiste em fornecer um impulso financeiro 
à empresa para que ela se prepare para abrir capital na bolsa de valores, por 
exemplo (Lemes, 2019; Losada, 2020). 
As empresas de capital aberto também podem receber recursos do 
private equity. Nesse caso, o capital é destinado a mudanças financeiras, 
operacionais ou estratégicas, visando a um novo posicionamento no mercado 
aberto (Lemes, 2019). 
 
 
7 
1.5 Financiamento coletivo (crowdfunding) 
O financiamento coletivo (crowdfunding) é uma forma de financiamento 
empresarial em que várias pessoas podem contribuir com pequenas quantias 
para viabilizar uma ideia, negócio ou projeto, podendo ou não receber uma 
contrapartida em troca. É uma maneira rápida e relativamente simples de 
arrecadar fundos para a realização de uma ideia ou projeto popular, com uma 
baixa contrapartida (Coelho, 2018; Lemes, 2019; Losada, 2020). 
O financiamento coletivo é uma forma de financiar ideias, testar 
produtos/serviços e construir uma comunidade. O empreendedor define metas 
financeiras e um prazo de 90 a 180 dias, por exemplo, para arrecadação. Cada 
pessoa contribui com o que puder e, em troca, recebe recompensas. Se a meta 
mínima for alcançada, o projeto se torna realidade e todos os contribuintes 
recebem suas recompensas. Se a meta não for alcançada, todos recebem seu 
dinheiro de volta (Lemes, 2019). 
No Brasil, a Resolução n. 88, de 27 de abril de 2022, da Comissão de 
Valores Mobiliários (CVM) trata dessa modalidade de captação. 
1.6 Agências de fomentos 
Agência de fomento é uma instituição financeira não bancária regulada 
pelo Banco Central do Brasil, cujo principal objetivo é financiar investimentos de 
capital fixo e de giro para projetos empreendedores incluídos em programas de 
desenvolvimento na unidade da Federação onde a agência está sediada. Essas 
agências buscam substituir os bancos de desenvolvimento e reduzir a 
participação do estado no sistema financeiro (Lemes, 2019). 
As agências de fomento oferecem linhas de crédito mais baratas e 
vantajosas para micro, pequenas e médias empresas que desejam investir em 
setores estratégicos para o desenvolvimento regional, como infraestrutura, 
indústria, comércio, agronegócio, turismo e informática. Esses recursos são 
provenientes de fontes estaduais ou do BNDES (Lemes, 2019). 
Os empreendedores podem acessar essas linhas de crédito para investir 
em capital de giro, máquinas e equipamentos, inovação e franquias. Há também 
opções de crédito para profissionais autônomos, microempreendedores 
individuais e, em alguns casos, até mesmo para grandes empresas, dependendo 
do estado (Lemes, 2019). 
 
 
8 
As agências de fomento também realizam outras atividades, como 
prestação de garantias em operações compatíveis com seu objeto social, 
serviços de consultoria financeira, aplicação de disponibilidades de caixa em 
títulos públicos federais, cessão de créditos, aquisição de créditos oriundos de 
operações compatíveis com seu objeto social e financiamento para 
empreendimentos de pequeno porte (Lemes, 2019). 
Embora as agências de fomento não sejam fáceis de acessar, suas linhas 
de financiamento podem ser a melhor opção para obter capital para sua 
empresa. É importante conhecer as diferentes agências, linhas e programas 
existentes e acompanhar os editais para aproveitar essas oportunidades. As 
principais agências de fomento do Brasil são o Conselho Nacional de 
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Fundação de Amparo à 
Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), Financiadora de Estudos e Projetos 
(Finep), Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e as 
Fundações de Amparo à Pesquisa dos Estados (FAPs) (Lemes, 2019). 
1.7 Incubadoras 
Incubadora de empresas é uma instituição que tem como objetivo fornecer 
suporte aos empreendedores para que possam desenvolver ideias inovadoras e 
transformá-las em empreendimentos de sucesso, oferecendo suporte técnico, 
gerencial e formação complementar. Existem diferentes tipos de incubadoras, 
como as de base tecnológica, tradicionais, mistas e sociais (Lemes, 2019). 
As incubadoras oferecem infraestrutura, capacitação aos 
empreendedores e redes de relacionamento que favorecem o crescimento do 
negócio e o acesso ao mercado. As empresas incubadas são aquelas que estão 
passando pelo processo de incubação, recebendo suporte de uma incubadora 
para o seu desenvolvimento. O tempo médio de incubação é de três anos e, ao 
se graduar, a empresa está preparada para o mercado (Lemes, 2019). 
Por outro lado, um parque tecnológico é um complexo industrial e de 
serviços de base científico-tecnológica que agrega empresas cuja produção se 
baseia em pesquisa tecnológica, visando promover a cultura da inovação e da 
competitividade. Os parques tecnológicos beneficiam os empreendimentos neles 
localizados, a região e a economia como um todo, facilitando o fluxo de 
conhecimento e tecnologia, gerando empregos qualificados e impulsionando a 
atividade empreendedora (Lemes, 2019). 
 
 
9 
1.8 Hotéis tecnológicos 
O Hotel Tecnológico é uma iniciativa que funciona como uma pré-
incubadora de projetos de base tecnológica, com o objetivo de apoiar alunos, ex-
alunos e servidores universitários no desenvolvimento de seus projetos. Ainda, 
busca estimular e incentivar a criação de empresas, permitindo que as ideias se 
tornem negócios caracterizados pela aplicação tecnológica (Lemes, 2019). 
Conhecido também como Programa Hotel de Projetos no Instituto Federal 
de São Paulo, esse programa tem como objetivoprincipal apoiar o 
desenvolvimento de projetos empreendedores, levando em conta a viabilidade 
mercadológica de produtos, processos e serviços e a capacidade física de 
hospedagem no IFSP dos projetos (Lemes, 2019). 
Assim como uma incubadora, o Hotel Tecnológico busca promover os 
projetos hospedados, oferecendo formação empresarial, estimulando a postura 
empreendedora e incentivando a criação de empresas com produtos/serviços 
inovadores de base tecnológica, fortalecendo a relação entre o meio acadêmico 
e o mercado (Lemes, 2019). 
1.9 Bancos 
Quando um empreendedor enfrenta dificuldades financeiras, geralmente 
considera solicitar um empréstimo ou financiamento. No entanto, o 
empreendedor deve entender a diferença entre esses conceitos. No caso do 
financiamento, o dinheiro é destinado a uma finalidade específica, como a 
compra de um equipamento ou veículo. No empréstimo, o tomador tem a 
liberdade de usar o dinheiro como quiser. Antes de recorrer a bancos, é 
recomendável explorar outras opções, visto que os empréstimos e 
financiamentos são bastante onerosos no Brasil (Lemes, 2019). 
Para negociar com as instituições financeiras, é aconselhável elaborar um 
plano de negócios que especifique como os recursos serão usados, quanto é 
necessário e como será feito o pagamento. Existem vários tipos de bancos, mas 
para empreendedores iniciantes, os mais acessíveis são os bancos de 
desenvolvimento e comerciais (Lemes, 2019). 
O BNDES é um banco público federal que apoia investimentos de longo 
prazo em diversos setores econômicos, incluindo agricultura, indústria, 
infraestrutura, comércio e serviços, além de investimentos sociais em áreas 
 
 
10 
como educação, saúde e agricultura familiar. O banco oferece várias opções de 
crédito para pequenas empresas, incluindo linhas de investimento para 
implantação, ampliação e modernização, aquisição de máquinas e 
equipamentos nacionais, além de capital de giro, microcrédito e financiamento 
para produtores rurais e exportadores (Lemes, 2019). 
TEMA 2 – MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DE INVESTIMENTOS 
O objetivo de um investimento é obter um retorno que supere o valor 
investido, a fim de compensar o risco de trocar um valor presente garantido por 
um valor futuro que pode não ser recuperado. Essa diferença entre o retorno 
obtido e o valor investido é conhecida como rentabilidade do investimento, e 
representa uma espécie de prêmio por investir. É esse prêmio que fundamenta 
a existência dos juros, que são pagos como uma compensação pelo serviço 
prestado ao investidor pelo ato de emprestar dinheiro a terceiros (Padoveze; 
Benedicto, 2010). 
De acordo com Lemes (2019), os principais métodos utilizados para 
avaliação de investimentos são o Payback, o Valor Presente Líquido (VPL) e a 
Taxa Interna de Retorno (TIR). Na sequência, vamos entender como apurar o 
resultado utilizando esses métodos. 
2.1 Payback – Períodos de Retorno do Investimento 
O Payback fornece uma estimativa de quantos períodos (normalmente em 
anos) serão necessários para que o investimento inicial seja recuperado 
(Padoveze; Benedicto, 2010). Vamos supor que uma empresa esteja avaliando 
a possibilidade de investir em um novo projeto que exigirá um investimento inicial 
de R$ 100.000,00 e que tenha uma projeção de fluxo de caixa anual de R$ 
30.000,00. 
Para calcular o Payback, é necessário identificar em quantos anos o fluxo 
de caixa anual será capaz de recuperar o investimento inicial de R$ 100.000,00. 
Dividindo o investimento inicial pelo fluxo de caixa anual, temos: 
𝑃𝑎𝑦𝑏𝑎𝑐𝑘 = Investimento Inicial / Fluxo de Caixa Anual 
𝑃𝑎𝑦𝑏𝑎𝑐𝑘 = R$ 100.000,00 / R$ 30.000,00 
𝑃𝑎𝑦𝑏𝑎𝑐𝑘 = 3,33 anos 
 
 
11 
Portanto, nesse caso, o Payback é de 3,33 anos, o que significa que o 
investimento inicial será recuperado em um período de aproximadamente 3 anos 
e 4 meses. 
Conforme Lemes (2019), se o Payback for menor ou igual ao padrão 
definido pela empresa, ela deve aceitar o projeto e se o Payback for maior que 
o padrão definido pela empresa, ela deve rejeitar o projeto. 
Esse método apresenta vantagens como facilidade de compreensão, 
orientação para a liquidez e facilitação da análise de risco. Por outro lado, suas 
desvantagens incluem a falta de consideração ao valor do dinheiro no tempo, a 
subjetividade na definição do período de retorno do investimento, a não 
consideração das consequências após o período de retorno do investimento e a 
penalização de projetos de longo prazo, que podem ser estrategicamente 
importantes (Lemes, 2019). 
2.2 Valor Presente Líquido (VPL) 
O método do Valor Presente Líquido (VPL) consiste em calcular a 
diferença entre o valor presente das entradas de caixa e o valor presente das 
saídas de caixa, ambos descontados ao custo de capital. Esse cálculo permite 
visualizar quanto cada projeto pode contribuir em termos financeiros para 
maximizar a riqueza dos acionistas (Lemes, 2019; Padoveze; Benedicto, 2010). 
A fórmula para calcular o VPL é a seguinte: 
𝑉𝑃𝐿 = (𝐹𝐶0) +
(𝐹𝐶1)
(1 + 𝑘)
+
(𝐹𝐶2)
(1 + 𝑘)2
+
(𝐹𝐶3)
(1 + 𝑘)3
+
(𝐹𝐶4)
(1 + 𝑘)4
+ ⋯ +
(𝐹𝐶𝑛)
(1 + 𝑘)𝑛
 
Em que: 
𝑉𝑃𝐿 = Valor Presente Líquido; 
𝐹𝐶0 = Valor do Investimento Líquido; 
𝐹𝐶1…𝑛 = Fluxo de Caixa Livre de cada ano; 
𝑘 = Custo de Capital. 
Vamos supor que uma empresa esteja avaliando a possibilidade de 
investir R$ 50.000,00 em um novo projeto que promete gerar fluxos de caixa de 
R$ 10.000,00 por ano durante 5 anos. A empresa estima que o custo de capital 
é de 10% ao ano, ou 0,1 ao ano. 
 
 
12 
Para calcular o VPL, precisamos descontar cada fluxo de caixa futuro para 
o valor presente usando a taxa de desconto (custo de capital) de 10%. Fazendo 
isso, teremos: 
𝑉𝑃𝐿 = (𝑅$ 50.000,00) +
(𝑅$ 10.000,00)
(1 + 0,1)
+
(𝑅$ 10.000,00)
(1 + 0,1)2
+
(𝑅$ 10.000,00)
(1 + 0,1)3
+
(𝑅$ 10.000,00)
(1 + 0,1)4
+
(𝑅$ 10.000,00)
(1 + 0,1)5
 
𝑉𝑃𝐿 = (𝑅$ 50.000,00) + 𝑅$ 9.090,91 + 𝑅$ 8.264,46 + 𝑅$ 7.513,15 + 𝑅$ 6.830,13 
+ 𝑅$ 6.209,21 
𝑉𝑃𝐿 = (𝑅$ 12.092,13) 
O resultado negativo indica que o projeto não é viável, uma vez que o 
valor presente dos fluxos de caixa não cobre o investimento inicial de R$ 
50.000,00. 
Assim, se o VPL for maior ou igual a 0, o projeto é viável e deve ser aceito 
e se o VPL for menor que 0, o projeto não é viável e não deve ser aceito (Lemes, 
2019; Padoveze; Benedicto, 2010). 
O método do VPL apresenta vantagens, como a possibilidade de somar 
VPLs positivos de diversos projetos, a utilização exclusiva dos fluxos de caixa e 
do custo de capital, além da consideração do valor do dinheiro no tempo. Em 
contrapartida, suas desvantagens incluem a dificuldade em definir o custo de 
capital, interpretação mais difícil por ser dado em valor absoluto e dificuldade em 
ajustar o risco dos projetos (Lemes, 2019). 
2.3 Taxa Interna de Retorno (TIR) 
A Taxa Interna de Retorno (TIR) é uma variação do método do VPL. A TIR 
iguala os valores presentes das entradas e saídas de um projeto. Quanto maior 
a TIR, mais vantajoso é o projeto. A TIR permite calcular uma única taxa de 
retorno que resume o mérito do projeto. Ela é denominada “interna” porque sua 
obtenção não depende de qualquer outra informação além do fluxo de caixa livre 
do projeto (Lemes, 2019; Padoveze; Benedicto, 2010). 
A fórmula para calcular a TIR é a seguinte: 
(𝐹𝐶0) +
(𝐹𝐶1)
(1 + 𝑇𝐼𝑅)
+
(𝐹𝐶2)
(1 + 𝑇𝐼𝑅)2
+
(𝐹𝐶3)
(1 + 𝑇𝐼𝑅)3
+
(𝐹𝐶4)
(1 + 𝑇𝐼𝑅)4
+ ⋯ +
(𝐹𝐶𝑛)
(1 + 𝑇𝐼𝑅)𝑛
= 0 
 
 
13 
Em que: 
𝑇𝐼𝑅 = Taxa Interna de Retorno; 
𝐹𝐶0 = Valor do Investimento Líquido; 
𝐹𝐶1…𝑛 = Fluxo de Caixa Livre de cada ano. 
O objetivo é encontrar a taxa TIR que faz com que a soma dos fluxos de 
caixa presentes seja igual a zero. Para encontrar essa taxa, a fórmula deve ser 
resolvida por meio de tentativa e erro, variando o valor da TIR até que a soma 
dos fluxos de caixa presentes seja igual a zero. Existemsoftwares e calculadoras 
financeiras que podem calcular a TIR automaticamente a partir dos fluxos de 
caixa fornecidos. 
Suponha que você está considerando investir em um projeto que requer 
um investimento inicial de R$ 10.000,00 e que gera fluxos de caixa anuais de R$ 
2.500,00 nos próximos 5 anos. Aplicando a fórmula da TIR, temos: 
(𝑅$ 10.000,00) +
(𝑅$ 2.500,00)
(1 + 𝑇𝐼𝑅)
+
(𝑅$ 2.500,00)
(1 + 𝑇𝐼𝑅)2
+
(𝑅$ 2.500,00)
(1 + 𝑇𝐼𝑅)3
+
(𝑅$ 2.500,00)
(1 + 𝑇𝐼𝑅)4
+
(𝑅$ 2.500,00)
(1 + 𝑇𝐼𝑅)5
= 0 
A apuração por meio de uma planilha eletrônica (como o Excel) pode ser 
realizada conforme Figura 1. 
Figura 1 – Apuração TIR pelo Excel 
 
Fonte: Lolatto, 2023. 
Isso significa que, com base nas informações fornecidas, a taxa de retorno 
anual do projeto seria de 8%. Ou seja, se a rentabilidade esperada é maior do 
que o custo de oportunidade do investimento, o projeto seria uma boa opção 
para investir. 
Assim, se a TIR for maior ou igual ao custo de capital, o projeto é viável e 
deve ser aceito e se o VPL for menor que o custo de capital, o projeto não é 
viável e não deve ser aceito (Lemes, 2019; Padoveze; Benedicto, 2010). 
 
 
14 
O método da Taxa Interna de Retorno (TIR) apresenta diversas 
vantagens, como a consideração do valor do dinheiro ao longo do tempo, sua 
base exclusiva nos fluxos de caixa e no custo de capital, a possibilidade de 
comparar a taxa de retorno do projeto com as taxas de mercado e a facilidade 
de compreensão e comunicação. Entretanto, é importante ressaltar que o 
método TIR também apresenta algumas desvantagens, como a sua 
dependência na determinação do custo de capital, a possibilidade de múltiplas 
respostas caso os fluxos de caixa sejam não convencionais e a potencial 
propensão a decisões equivocadas em investimentos mutuamente exclusivos 
(Lemes, 2019). 
TEMA 3 – DESENVOLVENDO O PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO EM PMES 
Tanto na teoria quanto na prática dos negócios existem diversas técnicas 
e ferramentas disponíveis para a realização de diagnósticos do ambiente 
empresarial. Vamos abordar duas delas, a análise SWOT e a análise das cinco 
forças de Porter. 
3.1 Análise SWOT 
A análise SWOT é uma das principais ferramentas utilizada no 
planejamento estratégico. Para criá-la, é necessário identificar e avaliar 
informações do ambiente interno e externo da empresa, com o objetivo de definir 
as estratégias de negócios mais apropriadas (Lemes, 2019). 
Essa ferramenta foi desenvolvida por Albert Humphrey, pesquisador 
norte-americano que trabalhou em um projeto na Universidade de Stanford entre 
as décadas de 1960 e 1970. Para criar a análise SWOT, Humphrey utilizou 
dados da Revista Fortune 500, que publica o ranking das maiores empresas 
americanas. A sigla SWOT é formada pelas primeiras letras dos termos em 
inglês Strengths (Forças), Weaknesses (Fraquezas), Opportunities 
(Oportunidades) e Threats (Ameaças) (Chiavenato; Sapiro, 2020; Lemes, 2019). 
Na análise interna de uma empresa, são identificadas suas forças e 
fraquezas, enquanto na análise externa são identificadas oportunidades e 
ameaças (Kuazaqui, 2016; Lemes, 2019). 
• Forças: são fatores internos da empresa, como seus recursos e 
características dos produtos, que proporcionam vantagens estratégicas; 
 
 
15 
• Fraquezas: são fatores internos da empresa, como seus recursos e 
características dos produtos, que resultam em desvantagens estratégicas; 
• Oportunidades: são elementos do macroambiente que não podem ser 
controlados, mas que favorecem a empresa; 
• Ameaças: são elementos do macroambiente que não podem ser 
controlados, mas que prejudicam a empresa em determinado período. 
Segundo Lemes (2019), para realizar uma análise SWOT completa, é 
importante considerar cinco fatores principais de autoanálise, como os recursos 
disponíveis, as necessidades ou carências de capacidades e competências, as 
características internas da empresa, incluindo suas forças e fraquezas, as 
causas e motivos subjacentes às forças e fraquezas identificadas, assim como 
a comparação do desempenho da empresa com o desempenho de seus 
concorrentes. 
A seguir, podemos verificar algumas perguntas que a empresa pode 
responder para fins de elaboração da matriz SWOT, segundo Lemes (2019). 
Exemplos de perguntas para identificar pontos fortes: 
• Quais são as habilidades e competências da empresa? 
• Como podemos aumentar ainda mais a visibilidade da empresa? 
• O que os concorrentes, clientes, fornecedores e funcionários dizem que a 
empresa faz bem? 
• Como podemos aplicar e aproveitar os recursos disponíveis? 
• Qual é o nível de inovação da empresa em relação aos concorrentes? Em 
que aspectos a empresa se destaca? 
Exemplos de perguntas para identificar pontos fracos: 
• Em que aspectos os produtos, processos ou gestão da empresa ficam 
atrás dos concorrentes? 
• O que precisa ser melhorado na empresa? 
• Onde podemos buscar novos recursos para atender às necessidades 
internas? 
• O que os concorrentes, clientes, fornecedores e funcionários dizem que a 
empresa faz mal? 
• Qual é o nível de inovação da empresa em relação aos concorrentes? Em 
que aspectos a empresa precisa melhorar? 
 
 
16 
Exemplos de perguntas para identificar ameaças: 
• Quais leis, regulamentações, concorrentes ou inovações podem ter um 
impacto negativo na empresa? 
• Quais são os pontos fortes dos concorrentes que podem prejudicar o 
nosso negócio? 
• Existe a possibilidade de surgirem barreiras externas que afetem os 
produtos da empresa? 
• Estamos passando por um período de recessão econômica? 
Exemplos de perguntas para identificar oportunidades: 
• Quais são as oportunidades externas que a empresa pode identificar? 
• Quais são as novas demandas dos clientes que podem se tornar boas 
oportunidades de negócio? 
• Que tendências globais a empresa é capaz de aproveitar? 
• Estamos passando por um período de crescimento econômico? 
Diante disso, acompanhe no Figura 2 um exemplo prático de análise 
SWOT de uma empresa do ramo de vestuário. 
Figura 2 – Análise SWOT de uma empresa do ramo de vestuário 
 
Fonte: Lolatto, 2023. 
• Crescimento do 
mercado de vestuário 
masculino
• Expansão para o 
mercado de vestuário 
feminino
• Possibilidade de vendas 
on-line
• Concorrência acirrada
• Mudanças nas 
tendências da moda
• Aumento dos custos de 
produção
• Dependência de um 
único fornecedor
• Falta de diversificação 
dos produtos
• Problemas de 
comunicação interna
• Marca reconhecida no 
mercado
• Boa qualidade dos 
produtos
• Equipe de vendas 
experiente
Forças Fraquezas
OportunidadesAmeaças
 
 
17 
Após analisar os pontos fortes e fracos que afetam os fatores internos e 
externos da empresa, é hora de criar a matriz SWOT, como é mostrada no 
Quadro 1. 
Quadro 1 – Diagnóstico da empresa de vestuário com base na análise SWOT 
 Oportunidades 
• Crescimento do mercado 
de vestuário masculino. 
• Expansão para o 
mercado de vestuário 
feminino. 
• Possibilidade de vendas 
on-line. 
Ameaças 
• Concorrência acirrada. 
• Mudanças nas tendências 
da moda. 
• Aumento dos custos de 
produção. 
Pontos fortes 
• Marca reconhecida no 
mercado. 
• Boa qualidade dos 
produtos. 
• Equipe de vendas 
experiente. 
Potencializar 
• Aumentar a visibilidade 
da marca, investindo em 
campanhas publicitárias mais 
amplas ou em patrocínios de 
eventos importantes na área 
de vestuário. 
• Explorar novas 
oportunidades de mercado, 
lançando linhas de roupas 
esportivas ou moda praia. 
Minimizar 
• Buscar novos 
fornecedores e estabelecer 
parcerias com empresas que 
oferecem matéria-prima de 
qualidade a preços 
competitivos. 
• Investir em tecnologia e 
automação para reduzir a 
falta de diversificação dos 
produtos e melhorar a 
produção. 
Pontos fracos 
• Dependência de um único 
fornecedor. 
• Falta de diversificação 
dos produtos. 
• Problemas de 
comunicação interna. 
Transformar 
• Criar linhasde roupas 
para crianças ou tamanhos 
especiais, por exemplo. 
• Adotar práticas mais 
eficazes de comunicação 
entre os departamentos da 
empresa. 
Defender 
• Proteger sua marca 
reconhecida no mercado, a 
empresa pode adotar 
medidas legais contra a 
concorrência desleal ou 
investir em estratégias de 
marketing que fortaleçam a 
fidelidade dos clientes. 
• Acompanhar de perto as 
tendências e inovar em suas 
coleções. 
• Reduzir o desperdício de 
material e de energia, assim 
como renegociar os contratos 
com fornecedores e 
transportadoras. 
Fonte: Lolatto, 2023. 
3.2 Análise de Porter 
A análise de Porter é uma ferramenta de análise estratégica desenvolvida 
por Michael Porter, que ajuda as empresas a entenderem a dinâmica competitiva 
de seu setor de atuação e a identificar suas forças e fraquezas em relação aos 
concorrentes (Lemes, 2019). Essa análise é baseada em cinco forças que 
moldam a competição em um mercado específico: 
 
 
18 
1. A ameaça de novos entrantes: o quão fácil é para novas empresas 
entrarem no mercado e competirem com as empresas já estabelecidas; 
2. O poder de negociação dos fornecedores: o quão forte é a posição dos 
fornecedores em relação às empresas, o que pode afetar o preço e a 
qualidade dos insumos utilizados; 
3. O poder de negociação dos compradores: o quão forte é a posição dos 
compradores em relação às empresas, o que pode afetar o preço e a 
qualidade dos produtos oferecidos; 
4. A ameaça de produtos substitutos: o quão fácil é para os consumidores 
substituírem os produtos oferecidos pelas empresas por outros produtos 
similares; 
5. A intensidade da rivalidade entre os concorrentes: o quão forte é a 
concorrência entre as empresas já estabelecidas no mercado. 
Ao analisar essas cinco forças, as empresas podem identificar as 
oportunidades e os desafios do seu mercado, além de elaborar estratégias para 
enfrentar a concorrência. Por exemplo, se a ameaça de novos entrantes é alta, 
uma empresa pode investir em barreiras de entrada para impedir a entrada de 
novos concorrentes. Se o poder de negociação dos fornecedores é alto, uma 
empresa pode buscar novos fornecedores ou até mesmo verticalizar a sua 
produção para ter maior controle sobre os insumos utilizados (Lemes, 2019). 
No entanto, é importante ressaltar que a análise de Porter não é uma 
solução única para todas as empresas, e as estratégias elaboradas devem ser 
adaptadas às características e necessidades específicas de cada negócio. 
Ainda, essa análise não leva em consideração fatores externos ao mercado, 
como mudanças tecnológicas ou regulatórias, que podem afetar 
significativamente a dinâmica competitiva. 
TEMA 4 – A IMPLEMENTAÇÃO E OS ÓRGÃOS DE GOVERNANÇA NAS PMES 
A ideia de Governança Corporativa (GC) está ligada a um conjunto de 
regulamentos sobre como as empresas devem ser gerenciadas e 
supervisionadas. É o resultado de normas, tradições e padrões comportamentais 
que cada empresa desenvolve, não sendo apenas um modelo genérico que 
possa ser copiado ou exportado. A concepção de GC surgiu a partir da 
separação entre a propriedade e a gestão da empresa. Seu enfoque está na 
 
 
19 
definição de uma estrutura de governança que otimize a relação entre o retorno 
dos acionistas e os benefícios obtidos pelos seus executivos. Desse modo, a GC 
envolve geralmente a estratégia do negócio, as operações, a criação de valor e 
a distribuição dos resultados (Chiavenato; Sapiro, 2020). 
De acordo com o Rossetti e Andrade (2022), a governança corporativa 
está fundamentada em quatro valores: 
• Fairness (Equidade): a adoção de um senso de justiça e tratamento justo 
dos acionistas, com respeito aos direitos dos minoritários e sua 
participação equitativa nos resultados corporativos, bem como em 
assembleias gerais; 
• Disclosure (Transparência): a divulgação transparente das informações 
relevantes que afetam os negócios, incluindo resultados, oportunidades e 
riscos; 
• Accountability (Responsabilidade): prestação de contas responsável, 
baseada nas melhores práticas contábeis e de auditoria; 
• Compliance (Conformidade regulatória): adesão às normas regulatórias 
expressas nos estatutos sociais, regulamentos internos e leis do país. 
Os valores fundamentais da governança corporativa são essenciais para 
garantir a efetividade do sistema. Ainda, a GC busca promover a transparência 
e a confiança dos investidores e do mercado em geral. Para tanto, as empresas 
devem adotar práticas de GC que possibilitem o alinhamento dos interesses dos 
acionistas, dos executivos e dos demais stakeholders, assim como a criação de 
valor de forma sustentável (Chiavenato; Sapiro, 2020). 
Para que a GC seja efetiva, deve haver o comprometimento da alta 
administração e do conselho de administração em sua implementação e 
manutenção. É preciso que a empresa estabeleça uma estrutura de governança 
que contemple a definição de papéis e responsabilidades, a elaboração de 
políticas e diretrizes, a avaliação de desempenho e o monitoramento dos 
processos (Kuazaqui, 2016). 
Além disso, a empresa deve promover a capacitação e o desenvolvimento 
dos seus colaboradores e a criação de canais de comunicação transparentes e 
efetivos com os stakeholders. Dessa forma, a empresa poderá identificar riscos 
e oportunidades de forma mais rápida e precisa, permitindo uma tomada de 
decisão mais assertiva (Kuazaqui, 2016). 
 
 
20 
Em resumo, a governança corporativa é um tema de extrema relevância 
para as empresas, especialmente em um contexto em que a transparência e a 
responsabilidade são cada vez mais valorizadas pelos investidores e pela 
sociedade em geral. A adoção de práticas de GC pode contribuir 
significativamente para a criação de valor de forma sustentável e para a 
construção de relações de confiança com os stakeholders. 
TEMA 5 – O PROCESSO SUCESSÓRIO 
No que se refere à transferência de propriedade, o ponto principal é o 
momento da sucessão, quando ocorre a transferência da gestão do negócio para 
os herdeiros. Nessa ocasião, há o risco de cada um administrar sua parte de 
forma independente, o que pode levar a conflitos que, por sua vez, podem levar 
ao fechamento ou venda do negócio. Os herdeiros devem discutir claramente 
questões como quem, quando e como ocorrerá a sucessão, para que a gestão 
futura conte com o apoio da família no momento da transição (Lemes, 2019). 
Os romanos diziam que a morte põe fim a tudo, expresso pela frase "mors 
omnia solvit". Essa ideia foi incorporada pelo Direito Brasileiro, conforme descrito 
no art. 1.784 do Código Civil, que estabelece que no momento em que alguém 
falece, todos os seus bens passam automaticamente para seus herdeiros, sejam 
eles legítimos ou nomeados por testamento (Mamede; Mamede, 2015). 
No que diz respeito ao processo de sucessão, é importante que ele seja 
iniciado muito antes de o empreendedor deixar o comando da empresa. O 
proprietário deve iniciar o processo e indicar o sucessor no momento adequado. 
Ao agir com antecedência para preparar bem o sucessor, o fundador (ou seus 
sucessores) contribui de forma eficaz para garantir a continuidade da empresa 
na família (Lemes, 2019). 
Não é sempre que o empreendedor/empresário tem a disponibilidade e a 
paciência necessárias para formar o sucessor. O importante é que ele saiba 
conduzir esse processo da melhor maneira possível (Lemes, 2019). 
Para garantir uma sucessão bem-sucedida, é importante que o fundador 
da empresa desenvolva um plano estratégico abrangente, identificando os 
potenciais sucessores e seus respectivos papéis e responsabilidades. A 
comunicação clara e aberta entre o fundador, o sucessor e outros membros da 
família também é importante para evitar conflitos e garantir uma transição suave 
e bem-sucedida. Por fim, é importante lembrar que o processo de sucessão seja 
 
 
21 
visto como um processo contínuo de desenvolvimento e adaptação da empresafamiliar às mudanças e desafios do mercado e da sociedade. 
TROCANDO IDEIAS 
Começar um negócio pode ser um desafio, especialmente quando se trata 
de reunir os recursos financeiros necessários para iniciar as operações. Algumas 
pessoas optam por usar apenas seus próprios recursos para iniciar um negócio 
e outras recorrem a recursos de terceiros. Nesse sentido, você concorda que 
começar um negócio utilizando apenas recursos próprios é a melhor opção? 
Quais cuidados você acredita que um empreendedor deve tomar ao buscar 
outras fontes de recursos para o seu negócio? 
Resposta: iniciar um empreendimento com seus próprios recursos é 
geralmente a escolha mais vantajosa, pois evita-se o pagamento de juros. No 
entanto, essa abordagem não é simples e requer um planejamento minucioso 
para juntar os recursos necessários, bem como uma disciplina financeira rígida. 
Ao buscar outras fontes de recursos para seu negócio, um empreendedor 
deve tomar alguns cuidados para garantir que está fazendo a melhor escolha 
possível. Alguns desses cuidados incluem avaliar a real necessidade do negócio, 
pesquisar as opções disponíveis, analisar os custos e benefícios de cada opção, 
ter um plano de negócios sólido, estabelecer acordos claros com as fontes de 
recursos escolhidas, ter um bom planejamento financeiro e, em alguns casos, 
consultar profissionais especializados. É fundamental que o empreendedor tome 
esses cuidados para garantir a segurança e o sucesso do seu negócio. 
NA PRÁTICA 
Agora que conhecemos um pouco sobre algumas questões relacionadas 
ao planejamento estratégico, que tal exercitarmos os conhecimentos adquiridos? 
Questão 1: Sobre capital semente 
Muitas vezes, as organizações necessitam de fontes de financiamento. Algumas 
das fontes de financiamento compreendem recursos próprios, ajuda de 
conhecidos e familiares, investidores anjos, capital semente, venture capital e 
private equity, financiamento coletivo (crowdfunding), agências de fomento, 
incubadoras, hotéis tecnológicos e bancos. 
 
 
22 
Nesse sentido, qual é a principal característica do financiamento de capital 
semente? 
a) Os fundos de capital semente buscam retornos moderados. 
b) É um investimento de baixo risco para os fundos de investimento. 
c) É um financiamento de curto prazo para startups que são sustentáveis. 
d) É fornecido por bancos em estágios iniciais de desenvolvimento de 
startups. 
e) Os fundos de capital semente buscam altos retornos assumindo altos 
riscos. 
Questão 2: Sobre venture capital e private equity 
Em um estágio posterior do novo empreendimento, pode-se ter a chance de 
atrair investimentos de diversos tipos de investidores de risco. Geralmente, 
esses fundos investem em empresas de tamanho médio que já tenham 
alcançado um faturamento expressivo e que necessitem dar um salto 
significativo. Os investimentos podem incluir venture capital e private equity. 
Nesse contexto, qual a diferença entre venture capital e private equity? 
a) O venture capital é voltado para startups em estágio inicial, enquanto o 
private equity investe em empresas mais maduras. 
b) O venture capital implica troca de participação societária, enquanto o 
private equity não. 
c) O private equity é exclusivo para empresas que desejam abrir capital na 
bolsa de valores, enquanto o venture capital não. 
d) O venture capital é mais arriscado que o private equity, pois investe em 
empresas menos estabelecidas. 
e) O private equity é uma forma de financiamento de empresas com fins 
lucrativos, enquanto o venture capital é voltado para negócios sociais. 
Questão 3: Sobre Payback 
O propósito de um investimento consiste em buscar uma rentabilidade que 
ultrapasse o montante investido, com o intuito de compensar o risco de trocar 
um valor presente seguro por um valor futuro que pode não ser recuperado. Para 
avaliar investimentos, são utilizados principalmente os métodos de Payback, 
Valor Presente Líquido (VPL) e Taxa Interna de Retorno (TIR). 
Sendo assim, qual é a definição de Payback em um projeto de investimento? 
a) O período necessário para que o fluxo de caixa acumulado do projeto se 
iguale ao investimento inicial. 
 
 
23 
b) O período em que o projeto deve ser concluído para garantir seu sucesso. 
c) A quantidade de dinheiro que o projeto irá gerar após sua conclusão. 
d) A taxa de desconto utilizada para calcular o retorno do projeto. 
e) O lucro líquido gerado pelo projeto em cada período. 
Questão 4: Sobre VPL 
O Valor Presente Líquido (VPL) é uma das ferramentas mais importantes da 
análise de investimentos. Essa medida financeira é utilizada para avaliar a 
viabilidade econômica de um projeto, considerando o valor do dinheiro no tempo. 
Sendo assim, qual é a definição correta de Valor Presente Líquido (VPL)? 
a) É o valor que se obtém a partir da soma de todos os fluxos de caixa futuros 
de um investimento, descontados a uma taxa de juros apropriada. 
b) É o valor que se obtém subtraindo o investimento inicial do fluxo de caixa 
acumulado em um determinado período. 
c) É o valor que se obtém multiplicando o investimento inicial pela taxa interna 
de retorno do investimento. 
d) É o valor que se obtém dividindo o fluxo de caixa acumulado em um 
determinado período pelo investimento inicial. 
e) É o valor que se obtém somando o investimento inicial ao fluxo de caixa 
líquido gerado pelo investimento. 
FINALIZANDO 
Nesta etapa, estudamos as principais fontes de captação de recursos das 
Micro e Pequenas empresas, os métodos de avaliação de investimentos e o 
desenvolvimento e planejamento estratégico dessas empresas. 
Os tópicos tratados foram: 
• Fontes potenciais de captação de recursos; 
• Métodos de avaliação de investimentos; 
• Desenvolvendo o planejamento estratégico em PMEs; 
• A implementação e os órgãos de governança nas PMEs; 
• O processo sucessório. 
Na próxima etapa estudaremos sobre inovação, sustentabilidade e 
crescimento dos negócios. Bons estudos e até a próxima! 
 
 
 
24 
REFERÊNCIAS 
CHIAVENATO, Idalberto; SAPIRO, Arão. Planejamento estratégico: da 
intenção aos resultados. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2020. 
COELHO, Caio Sasaki Godeguez. Crowdfunding: natureza e regime jurídico. 
São Paulo: Almedina, 2018. 
CVM. Resolução nº 88, de 27 de abril de 2022. Disponível em: 
<https://conteudo.cvm.gov.br/legislacao/resolucoes/resol088.html>. Acesso em: 
29 mar. 2023. 
KUAZAQUI, Edmir. Planejamento estratégico. São Paulo: Cengage, 2016. 
LEMES JR, Antônio Barbosa; PISA, Beatriz Jackiu. Administrando Micro e 
Pequenas Empresas – Empreendedorismo e Gestão. 2. ed. São Paulo: Atlas, 
2019. 
LOSADA, Bruna. Finanças para startups: o essencial para empreender, liderar 
e investir em startups. 1. ed. São Paulo: Saint Paul Editora, 2020. 
MAMEDE, Gladston; MAMEDE, Eduarda Cotta. Planejamento sucessório: 
introdução à arquitetura estratégica – patrimonial e empresarial – com vista à 
sucessão causa mortis. São Paulo: Atlas, 2015. 
PADOVEZE, Clóvis Luís; BENEDICTO, Gideon Carvalho de. Análise das 
demonstrações financeiras. 3. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2010. 
ROSSETTI, J. P.; ANDRADE, A. Governança Corporativa. São Paulo: Atlas, 
2022. 
 
 
25 
GABARITO DOS EXERCÍCIOS DA SEÇÃO NA PRÁTICA 
Questão 1: Sobre capital semente 
Correta: e) Os fundos de capital semente buscam altos retornos assumindo altos 
riscos. 
O capital semente é um tipo de investimento de longo prazo que é oferecido por 
fundos de investimento para startups em seus estágios iniciais de 
desenvolvimento ou ainda em fase de concepção. Esse tipo de financiamento é 
bastante procurado por empreendedores, uma vez que pode proporcionar 
estabilidade financeira para a empresa até que ela se torne sustentável. Os 
fundos de capital semente buscam obter altos retornos e estão dispostos a 
assumir riscos elevados, investindo em empresas inovadoras e de base 
tecnológica, podendo aplicar valores significativamentemaiores do que os 
investidores anjo. 
Questão 2: Sobre capital semente 
Correta: a) O venture capital é voltado para startups em estágio inicial, enquanto 
o private equity investe em empresas mais maduras. 
O venture capital é direcionado para empresas em fase inicial, com grande 
potencial de crescimento, enquanto o private equity investe em empresas mais 
maduras e consolidadas no mercado. Além disso, a troca de participação 
societária é uma característica comum no venture capital, o que não acontece 
necessariamente no private equity. As demais alternativas apresentam 
informações incorretas sobre as duas formas de investimento. 
Questão 3: Sobre Payback 
Correta: a) O período necessário para que o fluxo de caixa acumulado do projeto 
se iguale ao investimento inicial. 
Payback é o tempo necessário para que o fluxo de caixa acumulado de um 
projeto de investimento se iguale ao investimento inicial. É uma medida de 
análise de investimentos que se concentra no prazo de recuperação do 
investimento inicial e, portanto, ajuda a avaliar a rapidez com que o investimento 
inicial será recuperado. 
Questão 4: Sobre VPL 
Correta: a) É o valor que se obtém a partir da soma de todos os fluxos de caixa 
futuros de um investimento, descontados a uma taxa de juros apropriada. 
 
 
26 
O Valor Presente Líquido (VPL) corresponde ao valor que se obtém a partir da 
soma de todos os fluxos de caixa futuros de um investimento, descontados a 
uma taxa de juros apropriada. O VPL é uma medida financeira utilizada para 
avaliar a viabilidade de um investimento, levando em consideração o valor do 
dinheiro no tempo. Ao descontar os fluxos de caixa futuros, o VPL considera a 
taxa de juros que seria necessária para trazer esses fluxos de volta ao valor 
presente.

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