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Biomecânica e Cinesiologia

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Camilo Muniz

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FACULDADE ÚNICA 
DE IPATINGA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Marcelo Guimarães Silva 
 
(2019 - atual) Pós-Doutorado em Engenharia Mecânica/Ciências – UNESP). (2012 - 2016) 
Doutorado em Engenharia Mecânica/Ciências – UNESP). (2010 - 2012) Mestrado em 
Engenharia Mecânica/Ciências – UNESP). Professor Universitário (Graduação e Pós-
Graduação). Revisor e Parecerista ad-hoc de Periódicos nas áreas da Saúde e 
Engenharias. Atuação na Produção e Revisão de Conteúdos em EaD na área da 
Educação Física – Esportes, Educação e Saúde. 
BIOMECÂNICA E CINESIOLOGIA 
1ª edição 
Ipatinga – MG 
2022 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
FACULDADE ÚNICA EDITORIAL 
 
Diretor Geral: Valdir Henrique Valério 
Diretor Executivo: William José Ferreira 
Ger. do Núcleo de Educação a Distância: Cristiane Lelis dos Santos 
Coord. Pedag. da Equipe Multidisciplinar: Gilvânia Barcelos Dias Teixeira 
Revisão Gramatical e Ortográfica: Izabel Cristina da Costa 
Revisão/Diagramação/Estruturação: Bárbara Carla Amorim O. Silva 
 Bruna Luiza Mendes Leite 
 Carla Jordânia G. de Souza 
 Guilherme Prado Salles 
 Rubens Henrique L. de Oliveira 
Design: Brayan Lazarino Santos 
 Élen Cristina Teixeira Oliveira 
 Maria Eliza Perboyre Campos 
 Taisser Gustavo de Soares Duarte 
 
 
 
 
 
© 2021, Faculdade Única. 
 
Este livro ou parte dele não podem ser reproduzidos por qualquer meio sem Autorização 
escrita do Editor. 
 
 
 
Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária Melina Lacerda Vaz CRB – 6/2920. 
 
 
 
 
 
NEaD – Núcleo de Educação a Distância FACULDADE ÚNICA 
Rua Salermo, 299 
Anexo 03 – Bairro Bethânia – CEP: 35164-779 – Ipatinga/MG 
Tel (31) 2109 -2300 – 0800 724 2300 
www.faculdadeunica.com.br
http://www.faculdadeunica.com.br/
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
Menu de Ícones 
Com o intuito de facilitar o seu estudo e uma melhor compreensão do conteúdo 
aplicado ao longo do livro didático, você irá encontrar ícones ao lado dos textos. Eles 
são para chamar a sua atenção para determinado trecho do conteúdo, cada um 
com uma função específica, mostradas a seguir: 
 
 
 
São sugestões de links para vídeos, documentos científicos 
(artigos, monografias, dissertações e teses), sites ou links das 
Bibliotecas Virtuais (Minha Biblioteca e Biblioteca Pearson) 
relacionados com o conteúdo abordado. 
 
Trata-se dos conceitos, definições ou afirmações 
importantes nas quais você deve ter um maior grau de 
atenção! 
 
São exercícios de fixação do conteúdo abordado em cada 
unidade do livro. 
 
São para o esclarecimento do significado de determinados 
termos/palavras mostradas ao longo do livro. 
 
Este espaço é destinado para a reflexão sobre questões 
citadas em cada unidade, associando-o a suas ações, seja 
no ambiente profissional ou em seu cotidiano. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO À BIOMECÂNICA E CINESIOLOGIA ............................. 8 
1.1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................... 8 
1.2 CONCEITOS BÁSICOS DA BIOMECÂNICA E CINESIOLOGIA ............................. 9 
1.3 PLANOS E EIXOS ANATÔMICOS ......................................................................... 12 
1.4 CLASSIFICAÇÃO DOS TIPOS DOS MOVIMENTOS .............................................. 17 
FIXANDO CONTEÚDO .......................................................................................... 24 
CINEMÁTICA LINEAR ..................................................................................... 28 
2.1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 28 
2.2 SISTEMA DE REFERÊNCIA E FATORES TEMPORAIS DO MOVIMENTO ................... 29 
2.3 POSIÇÃO, DESLOCAMENTO, VELOCIDADE E ACELERAÇÃO DE UM CORPO NO 
ESPAÇO ....................................................................................................................... 30 
2.4 CINEMÁTICA NOS ESPORTES .................................................................................... 33 
2.4.1 Movimentos da corrida ................................................................................................35 
2.4.2 Movimento do salto ......................................................................................................37 
2.4.3 Movimento dos arremessos ........................................................................................38 
FIXANDO CONTEÚDO ............................................................................................... 41 
 
CINEMÁTICA ANGULAR ............................................................................... 45 
3.1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 45 
3.2 MEDIDAS E TIPOS DE ÂNGULOS ............................................................................... 46 
3.3 REPRESENTAÇÃO VETORIAL DO MOVIMENTO ANGULAR .................................... 50 
3.4 RELAÇÃO ENTRE MOVIMENTO LINEAR E ANGULAR .............................................. 54 
FIXANDO CONTEÚDO ............................................................................................... 59 
 
CINÉTICA LINEAR ............................................................................................. 63 
4.1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 63 
4.2 COMPOSIÇÃO E RESOLUÇÃO DE FORÇAS ........................................................... 64 
4.3 CARACTERÍSTICAS E TIPOS DE FORÇA ................................................................... 72 
4.4 LEIS DE MOVIMENTO DE NEWTON ........................................................................... 77 
FIXANDO CONTEÚDO ............................................................................................... 81 
CINÉTICA ANGULAR ...................................................................................... 86 
5.1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 86 
5.2 TORQUE, CENTRO DE MASSA E DE GRAVIDADE .................................................... 87 
5.2.1 Torque ................................................................................................................................87 
5.2.2 Centro de massa e de gravidade .............................................................................93 
5.3 SISTEMA DE ALAVANCAS DO CORPO HUMANO .................................................. 96 
5.4 MOMENTO ANGULAR E DE INÉRCIA ..................................................................... 101 
FIXANDO CONTEÚDO ............................................................................................. 106 
UNIDADE 
01 
UNIDADE 
02 
UNIDADE 
03 
UNIDADE 
04 
UNIDADE 
05 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
 
INSTRUMENTAÇÃO EM BIOMECÂNICA................................................ 111 
6.1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 111 
6.2 CINEMETRIA, DINAMOMETRIA, ANTROPOMETRIA E ELETROMIOGRAFIA ......... 112 
6.2.1 Cinemetria ......................................................................................................................112 
6.2.2 Dinamometria ...............................................................................................................113 
6.2.3 Antropometria...............................................................................................................114 
6.2.4 Eletromiografia ..............................................................................................................1156.3 ANÁLISE DOS MOVIMENTOS DA MARCHA HUMANA, CORRIDA, SALTOS E 
ARREMESSOS ............................................................................................................ 115 
6.3.1 Movimentos da marcha ............................................................................................115 
6.3.2 Ciclo da marcha ..........................................................................................................116 
6.3.3 Movimentos da corrida ..............................................................................................118 
6.3.4 Movimento dos saltos .................................................................................................119 
6.3.5 Movimento dos arremessos ......................................................................................120 
6.4 ESTUDO DA APLICAÇÃO PRÁTICA DA INSTRUMENTAÇÃO EM BIOMECÂNICA 
E CINESIOLOGIA ...................................................................................................... 121 
FIXANDO CONTEÚDO ............................................................................................. 125 
RESPOSTAS DO FIXANDO O CONTEÚDO ............................................. 129 
REFERÊNCIAS ................................................................................................... 130 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UNIDADE 
06 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
 
CONFIRA NO LIVRO 
 
A Unidade I apresenta a introdução à Biomecânica e Cinesiologia, 
a fundamentação teórica de ambas as áreas e o contexto histórico. 
Além do mais, esta Unidade tem como objetivo analisar os Planos e 
Eixos do Corpo Humano e as classificações/tipos de movimentos. 
A Unidade II destaca a importância da Cinemática Linear, por meio 
da verificação dos seus elementos: sistemas de referência, fatores 
temporais do movimento, posição, deslocamento, velocidade e 
aceleração de um corpo no espaço. 
 
 
Na Unidade III o foco será direcionado à Cinemática Angular, em 
que diferentes elementos serão analisados, a destacar: medidas e 
tipos de ângulos, representação vetorial do movimento angular e a 
relação entre movimento linear e angular. 
A Unidade IV traz um panorama global acerca da Cinética Linear, 
em que os diferentes componentes de uma força serão 
investigados. Neste caso, a composição e resolução de forças, 
além das características e tipos de força, associadas às Leis de 
movimento de Newton. 
 
 
 
 
 
 
A Unidade V tem como finalidade apresentar os conceitos e a 
aplicabilidade prática da física. Torque, Centro de Massa e de 
Gravidade; Sistema de Alavancas do Corpo Humano; e Momento 
Angular e de Inércia aplicados à análise do movimento humano. 
 
Na Unidade VI o objetivo será mostrar as diferentes áreas de 
investigação e instrumentação em Biomecânica, bem como, 
identificar como podem contribuir à análise de movimentos do 
cotidiano, atividades laborais, lazer e esportes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
 
INTRODUÇÃO À BIOMECÂNICA E 
CINESIOLOGIA 
 
 
 
1.1 INTRODUÇÃO 
A biomecânica e a cinesiologia por vezes se confundem, uma vez que a 
fundamentação teórica e os conceitos se assemelham em determinados aspectos, 
embora na prática, essa aplicabilidade apresente algumas diferenças, como pode 
ser visto, por exemplo, na análise de um movimento. A biomecânica está associada 
às leis da física, e se apoia nos princípios da mecânica clássica para analisar o 
movimento humano, em geral. Por outro lado, temos a cinesiologia, cujo foco de 
investigação está centrado no movimento humano, a partir de conceitos e da 
fundamentação dos princípios estabelecidos em duas áreas de investigação: a 
anatomia e a fisiologia humana que se complementam e são fundamentais nesse 
processo, podendo ser aplicados para a análise do movimento, em diferentes 
ambientes e condições. 
De fato, ao tratarmos dessas áreas, é importante entendermos suas 
participações ao longo da história, as quais permitiram contribuir para o 
aperfeiçoamento de ambas as áreas, fundamentando-as, como ciências 
responsáveis pela análise do movimento humano em sua integralidade. Tendo em 
vista os princípios adotados pela biomecânica e cinesiologia, diversos parâmetros e 
variáveis, que estão ligados ao movimento em si, puderam ser investigados de forma 
mais eficaz, como por exemplo, a cinemática e a cinética, que serão abordadas ao 
longo do livro. 
É importante observar que tanto a biomecânica, quanto a cinesiologia 
possuem como interesse o mesmo objeto de estudo, neste caso, o corpo humano. 
Neste sentido, o profissional de Educação Física que apresenta conhecimentos 
básicos nessas áreas será, sem dúvidas, um diferencial no mercado de trabalho, haja 
vista a escassez de informações que, muitas vezes, o cliente, /aluno, e paciente têm 
acesso, no que tange à compreensão do corpo, mais especificamente, no 
movimento de forma global. 
Neste capítulo você verá um pouco mais acerca da biomecânica e 
UNIDADE 
01 
 
olima
Realce
olima
Realce
olima
Realce
olima
Realce
olima
Realce
olima
Realce
olima
Realce
olima
Realce
olima
Realce
olima
Realce
olima
Realce
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
 
cinesiologia, desde a fundamentação, conceitos, até suas aplicabilidades práticas, 
como áreas importantes a serem investigadas no que tange à análise do movimento 
humano, aplicados em diferentes condições e ambientes. 
 
1.2 CONCEITOS BÁSICOS DA BIOMECÂNICA E CINESIOLOGIA 
De acordo com Dobler (2003), em definições gerais, o termo Cinesiologia tem 
origem do grego (kinein = movimento; logos = estudo) e significa “estudo do 
movimento”, ou seja, trata-se da área da ciência que estuda os movimentos a partir 
dos princípios básicos da fisiologia, da física e da geometria em relação aos 
movimentos do corpo humano, baseando-se em princípios da mecânica, do 
aparelho locomotor e da fisiologia neuromuscular. De acordo com Amadio e Serrão 
(2011), a biomecânica tem como contribuição permitir que o movimento seja 
investigado por meio de princípios e leis da física (mecânica clássica - Leis de 
Newton), que trabalham de forma integrada ao estudo dos organismos vivos, do 
aparelho locomotor. Portanto, é uma área considerada por esses autores como 
multidisciplinar, devido às suas características de análise que envolvem diferentes 
aspectos de áreas que interagem entre si. E complementando, Nigg e Herzog (1994) 
destacam a biomecânica como a ciência responsável por examinar os efeitos da 
ação das diferentes forças que atuam sobre um determinado organismo. 
 
 
 
Devido à curiosidade de muitos pensadores em relação ao comportamento e 
locomoção animal, ao funcionamento de gestos tão complexos e funcionais, as 
dúvidas sobre o andar, o marchar, o nadar o voar, do homem e de outros animais, 
Enoka (2000) e Hamill et al. (2016) destacam que deu-se início aos estudos 
relacionados à cinesiologia e sua intrínseca relação com a antropologia. 
olima
Realce
olima
Realce
olima
Nota
olima
Realce
olima
Realce
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
 
O Quadro 1 mostra os principais pensadores de cada período e sua 
contribuição acerca do estudo da biomecânica e cinesiologia. 
 
Quadro 1: Principais autores/pensadores/filósofos e suas respectivas contribuições acerca do 
estudo da biomecânica e cinesiologia. 
Autor 
(Período) 
Principal(is) contribuição(ões) 
 
Aristóteles 
(384-322 a.C.) 
Responsável por estudar o corpo humano a partir dos princípios da 
anatomia (Grécia Antiga). Iniciou seus estudos investigando o movimento 
associado aos animais em geral, onde analisou diversos aspectos 
associados à física, e também às leis mecânicas, conforme preconizado 
pela biomecânica/cinesiologia. 
Arquimedes 
(287-212 a.C.) 
Na Grécia Antiga merece destaque, assim como Aristóteles, o filósofo 
chamado Arquimedes (287-212 a.C.) investigou os princípios 
hidrostáticos, mais especificamentereferentes à flutuação dos corpos. É 
considerado um dos primeiros investigadores responsáveis em associar 
estudos envolvendo as leis da alavanca e também o centro de 
gravidade, para analisar o movimento humano. 
Cláudio 
Galeno (131-
202 d.C.) 
Responsável por iniciar o estudo dos movimentos dos seres humanos. Seus 
estudos tornaram-se notórios pelo fato de investigar os princípios, mesmo 
que ainda rudimentares, das ações e contrações musculares, e 
permitiram identificar os diferentes tipos de articulações encontradas no 
corpo humano, a saber: diartrose, anfiartrose e sinartrose. 
Leonardo da 
Vinci 
 (1452-1519) 
Demonstrou enorme interesse pelo corpo humano no que tange à 
estrutura. E desta maneira, estendeu seus conhecimentos para melhor 
compreender o processo de seu funcionamento no que diz respeito ao 
desempenho e à relação entre os seguintes parâmetros: Centro de 
gravidade, Equilíbrio e Centro de resistência. Pesquisas prévias apontam 
Da Vinci como o primeiro a descrever cientificamente a marcha 
humana. Vale destacar, ainda, que ele teve enorme contribuição nos 
estudos da biomecânica e da cinesiologia, por meio da inserção de 
conceitos físicos, dentre os quais: componentes vetoriais de força e 
coeficientes de fricção e aceleração, os quais permitiram investigar o 
movimento sob diferentes perspectivas. 
Galileu Galilei 
(1464-1563) 
Galileu estabeleceu sua investigação a partir de cálculos matemáticos 
deduzidos através do movimento humano, utilizando dentre as variáveis: 
o tempo (expresso em segundo, minuto, hora etc.); o espaço (expresso 
em centímetro, metro, quilômetro etc.); e ainda, a velocidade (expressa 
em m/s, km/h etc.). Foi considerado um dos principais responsáveis pela 
mecânica clássica, mais precisamente dos princípios da cinemática 
linear e angular. 
Alfonso Borelli 
(1608- 1679) 
Um dos discípulos de Galileu, foi mais um a utilizar o modelo físico-
matemático de Galileu à Medicina. Destaca-se o fato histórico de que 
Borelli foi o primeiro a escrever um livro que tratou de forma direta do 
estudo/efeito das diferentes alavancas sobre o sistema 
musculoesquelético, conhecido como “bioalavancas”. Além do mais, 
esse autor trabalhou de forma direta a biomecânica da respiração, 
definindo a partir de princípios cientificamente comprovados, a 
inspiração, classificada como um processo ativo (dependente de ação 
muscular) e a expiração como um processo passivo (dependente da 
elasticidade do tecido), o que corroborou para uma melhor 
compreensão acerca da fisiopatologia respiratória, até então, ainda não 
investigada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
 
Isaac Newton 
(1643-1727) 
Considerado o grande nome da história na cinesiologia e biomecânica, 
marcou seu legado, a partir dos princípios ou leis do movimento: 
1ª Lei da Inércia – Trata de situações em que um corpo tende a manter-
se em repouso ou em movimento constante, dependendo da ação das 
forças externas sobre o mesmo, capazes ou não de movê-lo; 2ª Lei do 
Movimento – Conhecida como “Princípio Fundamental da Dinâmica”, 
estabelece a relação entre a proporção da força aplicada e a direção 
da ação; 3ª Lei da Ação-Reação – Diz que para cada ação existe uma 
reação, com mesma intensidade e direção, porém, em sentido 
contrário. 
De fato, as leis de Newton permitiram estabelecer-se de forma evidente 
a relação entre a cinesiologia/biomecânica e a mecânica, e ainda, 
causou uma “revolução” em áreas, dentre as quais: ciências exatas e 
biológicas (ENOKA, 2000; NIGG e HERZOG, 1994). 
James Keill 
(1674-1719) 
Também teve um importante papel na área da cinesiologia, e também 
da biomecânica. Considerado o pioneiro no que tange a sua 
preocupação em direcionar seus estudos e investigações direcionados 
ao processo de contração muscular. Keill estabeleceu a relação entre a 
quantidade de fibras musculares e a contração muscular, as unidades 
motoras e o recrutamento de fibras musculares-esqueléticas, 
responsáveis pela contração muscular, e produção do movimento. 
Hunter 
(1728-1793) 
Anatomista e cirurgião britânico, contribuiu para evolução do 
conhecimento do movimento humano. Hunter voltou suas atenções a fim 
de investigar aspectos importantes na relação estrutura e potência 
muscular (HAMILL et al., 2012; RASCH e BURKE, 2003). 
Duchenne 
(1806-1875) 
Suas contribuições voltaram-se à compreensão acerca dos efeitos da 
eletricidade no corpo humano. A partir dos princípios que estabeleceu, 
é considerado “pai da eletrofisiologia”, um dos grandes responsáveis 
pela biomecânica moderna (HAMILL et al., 2016; RASCH e BURKE, 2003). 
Eduard Weber 
 (1795-1881) e 
Wilhelm Weber 
(1804-1891) 
Eduard Weber, físico alemão (1795-1881) e Wilhelm Weber, 
anatomopatologista (1804-1891), utilizaram a cronofotografia para 
investigação da marcha, tendo como base os princípios estabelecidos 
pela mecânica clássica, mais especificamente, das leis de Newton 
(RASCH e BURKE, 2003). 
Étienne-Jules 
Marey 
(1830-1904) 
Inventor e cronofotógrafo, deu sequência aos estudos iniciados pelos 
irmãos Weber. Marey utilizou a cinematografia como base de sua 
investigação, e por meio dos seus inventos na cronofotografia, pôde 
analisar a velocidade da marcha, bem como alguns mecanismos 
básicos para análise da força, a partir da fragmentação das imagens, 
através de quadros, mais conhecidos atualmente como “frames” 
(ENOKA, 2000; RASCH e BURKE, 2003). 
Eadweard 
Muybridge 
(1830-1904) 
Considerado o responsável em inserir a análise do movimento de animais 
e humanos, por meio de técnicas da cinemetria através de múltiplas 
câmeras. De fato, assim como seus antecessores, apoiou-se na análise 
das imagens, do movimento, porém nos princípios da cinemetria, o que 
lhe permitiu identificar aspectos mais variados do movimento, se 
comparado a Marey, por exemplo. 
Wilhekm 
Braune 
(1831-1892) 
e 
Otto Fischer 
(1889-1906) 
Christian Wilhekm Braune (1831-1892), anatomista alemão, e Otto Fischer 
(1889-1906), fisiologista e matemático alemão, utilizaram os conceitos da 
mecânica clássica newtoniana que permitiu-lhes levantar dados 
relacionados à cálculos das forças em algumas articulações, embora 
uma estimativa destes, tornou-se um dos métodos mais confiáveis na 
época, e pode ser aplicado até os dias atuais. Implementaram a 
reconstrução tridimensional das imagens a partir de registros 
bidimensionais combinados, tendo como base o que foi apresentado por 
Marey e Muybridge, anos antes (ENOKA, 2000; HAMILL et al., 2016). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
 
Nikolai 
Bernstein 
(1940) 
Neurofisiologista soviético, é considerado um dos pioneiros no que tange 
aos estudos acerca da biomecânica desenvolvida, de fato, como 
ciência estabelecida. Buscou nessa relação, compreender melhor a 
coordenação e regulação entre o movimento humano e o 
funcionamento do sistema nervoso. De fato, seus estudos permitiram 
entender o movimento como algo integrado, e dependente da 
interação de muitos sistemas que atuam em cooperação. Estabeleceu 
ainda, o que conhecemos até hoje como “sistema hierárquico” do 
movimento, o qual mostra o sistema nervoso tendo o controle principal 
do movimento, e neste caso, os níveis mais elevados ativam os níveis mais 
baixos, que ativam as sinergias e, consequentemente, geram o 
movimento (ENOKA, 2000; SHUMWAY-COOK e WOOLLACOTT;1995). 
Fonte: Adaptado pelo Autor (2021) 
 
Atualmente, muitos estudos estão sendo feitos envolvendo a cinesiologia com 
a psicologia, associados a fatores socioambientais, culturais, motivacionais, entre 
outros, com fins terapêuticos. Compreender a biomecânica moderna como área 
fundamental para análise do movimento humano deve ser preconizado, tendo em 
vista os mais diversos recursos provenientes do avanço tecnológico, em que o uso de 
computadores, softwares especializados, plataformas de força, células de carga 
sensíveis,entre outros, tornam-se elementos cada vez mais frequentes. De acordo 
com as expectativas nessa área, em um futuro próximo, novos avanços surgirão 
completando assim, novos conhecimentos dentro da cinesiologia e biomecânica. 
 
1.3 PLANOS E EIXOS ANATÔMICOS 
De fato, os movimentos são complexos, em sua grande maioria, e podem ser 
realizados em diversas direções, tornando-se fundamental para a sua correta 
compreensão, portanto, estabelecer pontos de referência. Houglum e Bertoti (2014) 
destacam a importância que deve ser dada à compreensão do movimento 
humano, a partir da análise dos mesmos sob uma perspectiva associada aos planos 
e eixos anatômicos. Logo, cabe aos profissionais de Educação Física estarem atentos 
a este aspecto, que pode ser adotado como referência nas análises, independente 
do ambiente e/ou situação, por exemplo. Portanto, é por meio da localização dos 
segmentos corporais, o que inclui os graus de liberdade articulares e estabelecimento 
de limites ao movimento (planos e eixos) em que podem atuar, e torna-se cada vez 
mais necessária a inclusão desses aspectos biomecânicos na estruturação de 
programas de atividades e exercícios físicos de acordo com a (s) necessidade (s) do 
indivíduo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
 
No intuito de facilitar a compreensão conceitual dos planos e eixos 
anatômicos faz-se necessário compreender, primeiramente, a posição anatômica e, 
consequentemente, os termos direcionais anatômicos. Neste sentido, é essencial 
para que a interpretação dos movimentos em seus respectivos planos e eixos seja 
feita corretamente, conforme apresentados na Figura 1 e, de fato, vale destacar que 
as direções anatômicas sinalizam a posição de uma parte específica do corpo em 
relação a outra. 
 
Figura 1: Posição e Direções anatômicas 
 
Fonte: Floyd (2016, p. 2) 
 
A seguir, serão apresentadas algumas definições importantes acerca do 
movimento humano, em geral, de acordo com Tortora e Derrickson (2019): 
Posição Anatômica - A posição anatômica é universalmente descrita como 
uma posição ereta vertical, em que os pés permaneçam levemente separados. Os 
braços permanecem pendentes, ao lado do corpo, de forma relaxada. As palmas 
das mãos devem estar, todavia, voltadas para frente. 
Posição Fundamental – Pode ser considerada similar à posição anatômica, 
entretanto, neste caso, os braços permanecem relaxados ao longo do corpo, com 
as palmas voltadas para o tronco e não para frente. 
Centro de Gravidade (CG) – É classificado como o ponto (estimativa) sobre o 
qual a massa corporal está uniformemente distribuída, aspecto que tende a gerar 
um estado de equilíbrio entre os segmentos corporais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
 
Tendo em vista que o corpo humano é capaz de mover-se em três planos, 
conhecidos como planos cardinais, conforme mostra a Figura 2, temos os três eixos 
em torno dos quais esses planos fazem rotação são chamados de eixos: x, y e z. A 
Figura 2 mostra, de forma clara, esses eixos x, y, z e os respectivos planos anatômicos. 
De acordo com Floyd (2006) esses planos são representados por linhas fixas de 
referência ao longo das quais o corpo se divide, em que cada um dos planos está 
associado a um ângulo reto ou perpendicular com dois planos (90º). Neste sentido, 
tempos o eixo x, ou medial-lateral, é aquele que corre de uma lateral à outra e se 
localiza no plano sagital; o eixo y, ou anterior-posterior, que corre da frente para trás 
e está no plano coronal; e ainda, o eixo z, ou vertical, que corre de cima para baixo 
e está no plano transverso (FLOYD, 2006; MCGINNIS, 2015). 
A localização do CG varia não somente pelas diferenças encontradas na 
estrutura anatômica do indivíduo, mas também de gênero, em que há uma 
tendência que as mulheres possuam seu centro de gravidade mais baixo, se 
comparadas aos homens, muito devido à distribuição corporal, tendo em vista que 
o centro de gravidade, em teoria, localiza-se a mais ou menos 4 centímetros à frente 
da primeira vértebra sacra. 
 
Figura 2: Planos e eixos de rotação dos movimentos 
 
Fonte: Floyd (2016, p. 6) 
 
 (A) plano sagital - eixo frontal; 
(B) plano frontal - eixo sagital; 
(C) plano transverso - eixo vertical. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
 
É importante destacar que as ações do ser humano, que vão desde aquelas 
do cotidiano até as esportivas, ocorrem a partir de uma combinação de planos, 
portanto, não se limitam à movimentos articulares somente nos planos sagital, frontal 
ou transverso, conforme descreve Tortora e Derrickson (2019). É importante evidenciar 
que existe o plano diagonal ou oblíquo, muito comum em movimentos esportivos, 
pois trata-se da combinação de dois ou mais planos num mesmo gesto ou ação 
motora. 
Floyd (2016) e McGinnis (2015) trazem além da descrição, alguns exemplos de 
aplicação prática dos movimentos e/ou ações motoras, que podem ser executados 
a partir dos planos e eixos anatômicos descritos nesta seção, conforme você verá a 
seguir: 
Plano sagital, secciona o corpo no sentido anteroposterior (AP), dividindo-o em 
partes laterais simétricas, direita e esquerda. E em relação ao eixo, movimentos nesse 
plano possuem ponto de rotação em um eixo perpendicular a esse plano que 
atravessa do lado medial do corpo para o lado lateral do corpo. Destacam-se alguns 
exemplos importantes que são realizados neste plano, tais como: flexão e extensão. 
Plano frontal, secciona o corpo humano, em sentido lateral, dividindo-o em 
partes anterior e posterior. Os movimentos que ocorrem no plano frontal são aqueles 
associados ao afastamento ou aproximação do segmento da linha medial corporal: 
abdução e adução; desvio ulnar e radial; flexão lateral ou inclinação. 
Plano transverso, secciona o corpo humano em partes superior (ou cefálica) e 
inferior (ou caudal). Esse eixo fica perpendicular ao plano transverso em uma direção 
cefalocaudal, sendo referido em física como eixo y e, em cinesiologia, como eixo 
superior-inferior, vertical ou longitudinal. Nesse plano/eixo temos os seguintes 
movimentos: rotação medial e lateral; pronação e supinação; eversão e inversão. 
Plano diagonal (oblíquo), combina mais de um plano de movimento. Embora 
esteja mais presente em movimentos associados às práticas esportivas, podem ser 
vistos em ações do cotidiano, ou mesmo laborais. São executados em algum ponto 
paralelo e/ou perpendicular aos planos sagital, frontal ou transverso, ocorrendo no 
plano diagonal ou oblíquo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
 
 
 
 
A relação entre os planos de movimento e seus respectivos eixos de rotação 
podem ser vistos no quadro a seguir. 
 
Quadro 2: Planos de movimentos e seus respectivos eixos de rotações 
Plano 
 
Descrição do 
Plano 
 
Eixo de rotação Descrição do Eixo Movimentos 
comuns 
Sagital (AP) Divide o corpo 
em direita e 
esquerda 
Frontal (coronal, 
lateral ou 
mediolateral) 
Movimenta no 
sentido medial/ 
lateral 
Flexão, 
extensão 
Frontal 
(coronal ou 
lateral) 
Divide o corpo 
anterior e 
posterior 
Sagital (AP) Movimenta no 
sentido anterior/ 
posterior 
Abdução, 
adução 
Transverso 
(axial ou 
horizontal) 
Divide o corpo 
em superior e 
inferior 
Vertical 
(Longitudinal 
ou longo) 
Movimenta no 
sentido superior/ 
inferior 
Rotação 
medial, rotação 
lateral 
Fonte: Adaptado de Floyd (2016) e Lippert (2018) 
 
Floyd (2016) descreve a ação do movimento tendo em vista o plano em que 
está sendo executado tal movimento. Neste sentido, é importante destacar que para 
que o movimento ocorra em um determinado plano, a articulação deve mover-se 
ou girar em torno de um eixo, bem como estabelecer uma relação perpendicular ou 
de 90° com este mesmo plano. Você verá a seguir uma breve descrição acerca dos 
eixos e seus respectivos movimentos. 
Eixo frontal está relacionado aos movimentos que acontecem lateralmente. 
Nestecaso, trata-se de um eixo identificado, por exemplo, na flexão e extensão do 
cotovelo, bem como na flexão do cotovelo quando o antebraço faz um movimento 
giratório em torno de um eixo frontal, que se movimenta de uma extremidade lateral 
à outra, ambos sendo realizados no plano sagital (FLOYD, 2016). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
17 
 
 
Eixo sagital ocorre no plano frontal, coronal ou lateral, em que o segmento gira 
em torno do eixo sagital que, por sua vez, acompanha a mesma direção do plano 
de ação sagital. Trata-se de um deslocamento da parte anterior ou ventral em 
sentido posterior ou dorsal, formando um ângulo de 90°, ou perpendicular, com o 
plano frontal de movimento (FLOYD, 2016). Um exemplo que ocorre na prática é 
quando o segmento corporal se afasta ou se aproxima da linha média do corpo, no 
caso, a abdução e/ou adução de ombros. 
Eixo vertical é projetado do cume da cabeça, formando um ângulo de 90°, 
ou perpendicular, com o plano de ação transverso. Floyd (2016) menciona um 
movimento clássico que representa esse eixo, o movimento do “não”, quando a 
cabeça “roda” da esquerda para a direita, tanto o crânio quanto as vértebras 
cervicais giram em torno de um eixo descendente e verticalizado pela coluna 
vertebral. 
E por fim, o eixo diagonal ou oblíquo se move em um ângulo de 90°, ou 
perpendicular, com o plano diagonal. Quando a articulação glenoumeral faz 
abdução diagonal para adução diagonal, como acontece nos arremessos 
superiores ao nível da cabeça, seu eixo corre perpendicular em relação ao plano, 
através da cabeça do úmero (FLOYD, 2016). 
 
 
 
1.4 CLASSIFICAÇÃO DOS TIPOS DOS MOVIMENTOS 
Os avanços sobre o conhecimento do movimento do corpo humano, assim 
como o estudo da estrutura e da função do sistema musculoesquelético, 
combinados com um conjunto de conceitos sobra anatomia, fisiologia, física, 
antropologia, matemática e mecânica, evoluem para uma aplicação mais ampla 
no campo da biomecânica, bem como da cinesiologia. Winter (1990) destaca a 
biomecânica como a área que investiga aspectos ligados à mecânica no corpo 
humano, em que as causas e efeitos do movimento são o principal objeto de estudo. 
Destaca-se ainda o fato de que essas investigações se apoiam em modelos físico-
matemáticos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
18 
 
 
Na prática, os estudos em biomecânica podem ser realizados sob duas 
vertentes, a destacar: a biomecânica qualitativa (quando as análises envolvem 
observação e descrição da mecânica do movimento); e ainda, a biomecânica 
quantitativa (realizando alguma medida objetiva mecânica do gesto motor). Os 
conceitos da mecânica são muito importantes quando estudamos o movimento 
humano. Mecânica é o ramo da física que estuda as ações de forças sobre partículas 
e sistemas mecânicos, e pode ser dividida em mecânica estática e mecânica 
dinâmica. Podemos destacar aqui a mecânica estática, que aborda os sistemas que 
estão em um estado constante, ou em equilíbrio; e a mecânica dinâmica, que trata 
de sistemas que estão submetidos às mudanças de estados (velocidade, 
aceleração, etc.), que geram modificação do corpo no espaço (HOUGLUM e 
BERTOTI, 2014). 
A mecânica pode ser dividida em outras áreas que ajudam em seu 
entendimento: a cinética, que examina forças que agem sobre um sistema, como o 
corpo humano ou qualquer objeto, e define as forças que provocam um movimento 
ou resistem a ele; e a cinemática, uma importante área da biomecânica, responsável 
por descrever o movimento sem preocupar-se com as causas que levaram o mesmo 
a ocorrer, neste caso, desprezando-se a influência das forças ou torques envolvidos, 
pois privilegia a análise do movimento a partir de perspectivas espacial e temporal, 
atentando-se à velocidade, deslocamento e aceleração do corpo no espaço. Vale 
destacar que a cinemática leva em consideração diversos descritores como tipo, 
direção e quantidade de movimento. A quantidade de movimento pode ser 
analisada em relação à quantidade de distância linear que um corpo ou segmento 
se desloca. 
Cinematicamente o movimento humano é caracterizado pela posição e o 
movimento do segmento corporal, incluindo articulações, sua relação umas com as 
outras e com o ambiente externo, destacando o movimento de um único ponto no 
corpo, a posição de diversos segmentos em um membro, bem como a posição ou 
os movimentos de uma única articulação e de suas superfícies articulares adjacentes. 
A cinemática utiliza o sistema bidimensional e tridimensional, o mesmo usado na 
matemática e na física, com a finalidade de relatar a orientação do corpo e seus 
segmentos no espaço, identificando e prevendo o movimento do corpo e seus 
segmentos. A cinemática pode ser subdividida em dois importantes tópicos de 
acordo com o foco específico do movimento: a osteocinemática, que analisa o 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
19 
 
 
comportamento dos ossos durante os movimentos nos três planos de movimento e a 
artrocinemática, que estabelece o comportamento mecânico das superfícies 
articulares durante os movimentos (HAMILL et al., 2016). 
A análise mecânica do movimento pode ser dividida em movimento linear ou 
movimento angular. De forma geral, o movimento linear é aquele que ocorre a partir 
de um movimento de translação, podendo este ser executado ao longo de uma via 
curva ou reta, realizado quando todas as partes do corpo percorrem exatamente a 
mesma direção e velocidade. No ambiente de trabalho, por exemplo, o movimento 
realizado pelo trabalhador para levantar uma carga pode ser analisado sob uma 
perspectiva da linearidade, cujo foco é direcionado em verificar a direção, a 
trajetória e a velocidade do movimento do corpo no espaço. É importante identificar 
as sobrecargas mecânicas que atuam em um movimento, ou ainda das posturas 
adotadas durante um movimento qualquer, tendo em vista que essa má postura 
poderá interferir negativamente na estrutura como um todo. O movimento angular é 
o que ocorre ao redor de algum ponto em diferentes regiões, realizado quando um 
corpo se move ao redor de uma linha central imaginária (eixo de rotação), 
perpendicular ao plano de movimento. De acordo com Lippert (2018) esses 
movimentos podem ocorrer, sobretudo, na coluna, em que movimentos de rotação 
são frequentes. Como exemplos, destacamos: no ambiente laboral, quando o 
trabalhador precisa levantar diferentes cargas, o que pode gerar ao longo de um 
período, maior estresse do membro superior, levando-o muitas vezes a adotar uma 
postura incorreta para realizar o movimento, a fim de gerar uma “falsa 
supercompensação”. 
Em geral, a maior parte dos movimentos que acontecem no corpo humano é 
angular, enquanto os movimentos em sentido externo ao corpo tendem a ser 
lineares. É bastante comum observar as duas formas de movimento, angular e linear, 
acontecendo simultaneamente, ou seja, quando um objeto considerado “no todo” 
se move de forma linear e as suas partes se movem de forma angular. E ainda, de 
acordo com Lippert (2018), temos os movimentos combinados, como ocorre, por 
exemplo, na marcha humana, em que considera-se o corpo inteiro executando 
movimentos lineares, exceto os quadris, joelhos e tornozelos, que realizam 
movimentos angulares, o que é caracterizado como a combinação de movimentos 
para a execução de uma ação e/ou gesto motor. 
Outro exemplo de movimentos lineares e angulares está no arremesso de uma 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
20 
 
 
bola de beisebol, em que o indivíduo que arremessa a bola faz movimentos angulares 
no membro superior, e a bola faz um percurso curvilíneo. Entretanto, é importante 
destacar que a escápula faz elevação/abaixamento e protrusão/retração como 
forma linear de movimento. Já a clavícula, articulada com a escápula, faz 
movimento angular a partir da articulação esternoclavicular (LIPPERT, 2018; 
MCGINNIS, 2015). 
Os movimentos podem ser analisados pelo seu deslocamento e pelo 
movimentolinear. Quando isto acontece, podemos utilizar duas formas de 
mensuração, que são os ângulos relativos e os ângulos absolutos: 
Ângulos relativos: São os ângulos mensurados na articulação. Não descrevem 
a posição de um segmento no espaço e são mais utilizados em avaliações clinicas. 
Ângulos Absolutos: Definem o ângulo de inclinação de um segmento do 
corpo. Eles descrevem a orientação no espaço, pois possuem uma referência fixa. 
São utilizados em avaliações biomecânicas. 
 
 
 
As articulações possuem diversas possibilidades de movimentos. Floyd (2016) e 
Lippert (2018) descrevem a importância de analisar as ações que acontecem em 
torno dos eixos articulares, e, portanto, atravessam seus planos. 
Neste sentido, Lippert (2018) destaca que as articulações podem ser divididas 
em três tipos básicos, conforme você verá a seguir: 
1. Fibrosas, são aquelas que possuem uma pequena separação com tecido 
conjuntivo fibroso e não apresentam cavidade articular. Destaca-se o fato de que a 
mobilidade dessa articulação é bastante reduzida ou inexistente, apresentando, 
todavia, certa elasticidade. Essa articulação pode ser ainda classificada em dois 
tipos: suturas (articulações encontradas nos ossos do crânio) e sindesmoses 
(encontrada entre a tíbia e a fíbula). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
21 
 
 
2. Cartilaginosas, conhecidas como anfiartroses, pois são levemente móveis, 
possuem uma separação cartilaginosa e não apresentam cavidade articular, tendo 
em vista sua mobilidade, de certa forma, reduzida. As articulações cartilaginosas são 
encontradas nos ossos do quadril e entre as vértebras. 
3. Sinoviais, também chamadas de móveis, devido a sua característica que 
apresenta uma cavidade articular ou sinovial, a qual apresenta uma cápsula repleta 
de líquido sinovial, cuja função é atuar como lubrificante articular, o que garante 
maior liberdade de movimento articular. É importante ressaltar que essa articulação 
é considerada a mais encontrada no corpo humano, em destaque para as 
articulações do ombro e joelho. De fato, essas articulações podem ser classificadas 
de acordo com o movimento em uniaxial (um eixo de rotação), biaxial (dois eixos de 
rotação) e poliaxial (três ou mais eixos de rotação). Lippert (2018) descreve alguns 
movimentos básicos que podem ser executados por essa articulação em relação aos 
eixos: a uniaxial, temos a articulação encontrada entre o úmero e a ulna; a biaxial, 
temos a articulação do punho; e a poliaxial, a articulação do ombro. 
Em cinesiologia alguns termos tornam-se essenciais para descrever os 
diferentes movimentos que ocorrem, sobretudo, nas articulações sinoviais, a 
destacar: Flexão (movimento de aproximação de um osso em relação a outro, 
ocorrendo no plano sagital em torno de um eixo medial-lateral); Extensão (é o contra 
movimento da flexão na direção oposta ao longo do mesmo plano, provocando um 
aumento do ângulo articular); Hiperextensão (compreendida como a continuação 
da extensão além da posição anatômica. E um exemplo pode ser a articulação 
“umeroulnar”, segmento cotovelo, quando a superfície anterior do antebraço se 
afasta da superfície anterior do braço, a articulação se move em extensão); Flexão 
palmar e Flexão plantar (corresponde à flexão no punho e do tornozelo, 
respectivamente); Dorsiflexão (definida como as extensões nas articulações do 
punho e do tornozelo, respectivamente); Abdução/Adução (a abdução é 
compreendida como o movimento ou posição de afastamento do plano sagital 
mediano do corpo. Já a adução é o movimento ou posição em direção à linha 
medial. Ambos os movimentos ocorrem no plano frontal em torno do eixo anterior-
posterior); Desvio radial e ulnar (são termos usados quando referentes a abdução e 
adução e do punho, respectivamente); Flexão lateral (termo utilizado quando o 
tronco se curva lateralmente para o lado direito ou esquerdo, inclinando-se); 
Circundução (classificado como um tipo de movimento circular, que determina a 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
22 
 
 
formação de um cone imaginário no espaço: flexão, abdução, extensão e adução); 
Rotação (trata-se de um movimento de um segmento ósseo em torno de um eixo 
longitudinal ou vertical no plano transverso, podendo ser: medial, caso o segmento 
articular gire para dentro em direção ao plano sagital mediano, chamamos esse 
movimento de rotação medial. E ainda, lateral, caso a superfície anterior gire para 
fora, afastando se do plano sagital mediano); Supinação e Pronação (tendo como 
referência a posição anatômica, a supinação é um termo utilizado para descrever a 
palma das mãos quando voltada para cima, enquanto a pronação descreve a 
palma das mãos para baixo); Inversão e Eversão (descrevem dois tipos específicos 
de movimentos rotacionais nos pés); Protrusão e Retração (classificados como 
movimentos lineares no mesmo plano, mas com direções opostas. A protusão pode 
ser feita pela articulação do ombro e da mandíbula, e a retração pela articulação 
do ombro). 
Neste sentido, as análises e avaliações dos movimentos corporais são 
realizadas, em sua grande maioria, com base em coordenadas tridimensionais, que 
são alinhadas anatomicamente de acordo com os eixos mediolateral (plano sagital), 
anterioposterior (plano frontal) e superioinferior ou longitudinal (plano transverso). 
Ocasionalmente, é feita a opção pela análise bidimensional ou planar, considerando 
somente dois dos três eixos citados, tendo em vista a complexidade de recursos para 
as observações tridimensionais (OATIS, 2014). E embora seja possível realizá-la em 
duas dimensões, a probabilidade de erro quanto à interpretação dos dados se torna 
elevada, pois importantes dados podem ser “perdidos” ao limitar-se essas análises. 
Enfim, o corpo humano é composto por diferentes segmentos, ligados por 
articulações. Cada um desses segmentos pode, dentro de suas possibilidades, se 
movimentar, separadamente. Os principais segmentos do corpo humano se 
movimentam de forma angular ao redor das articulações. Esse movimento pode 
ocorrer isoladamente, como enquanto você move o braço e a mão para fazer 
anotações, ou concomitantemente ao movimento linear. 
Dessa forma, uma análise do movimento do corpo humano inclui dois tipos de 
variáveis: as variáveis lineares do centro de massa e as variáveis angulares dos 
segmentos, como será descrito a seguir, nas cinemáticas linear e angular, em que o 
deslocamento do centro de massa é descrito em relação às referências 
estabelecidas no espaço, como ocorre nos movimentos realizados pelo corpo 
humano. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 
 
 
 
 
1. A Biomecânica pode ser definida como aplicação da mecânica aos organismos 
vivos, tecidos biológicos, aos corpos humanos e animais. Mais do que 
simplesmente aplicar as leis da física, a biomecânica leva ainda em consideração 
as características do aparelho locomotor. Considerando as principais áreas de 
investigação em biomecânica, avalie as afirmações a seguir. 
 
I. Investiga a função de equipamentos para prática esportiva. 
II. Investiga a função de músculos, tendões, ligamentos, cartilagens e ossos. 
III. Investiga a carga e sobrecarga em sistemas vivos. 
 
É correto o que se afirma somente em: 
 
a) I, apenas. 
b) I, II e III. 
c) II, apenas. 
d) II e III, apenas. 
e) I e II, apenas. 
 
2. O movimento humano pode ser analisado de diferentes maneiras e utilizando 
mecanismos os mais específicos possíveis para fazê-lo com acurácia. Neste 
sentido, entende-se as análises possíveis de serem feitas de forma qualitativa e/ou 
quantitativa, entretanto, considerar a posição anatômica, a fundamental e o 
centro de gravidade tornam-se aspectos fundamentais no processo. 
 
Analise as afirmações a seguir e julgue V para verdadeiro e F para falso: 
 
( ) A posição anatômica é universalmente descrita como, uma posição ereta 
vertical com os pés separados ligeiramente e os braços pendendo relaxadosao 
lado do corpo, com as palmas das mãos voltadas para frente. 
( ) A posição fundamental é igual à posição anatômica, exceto pelos braços que 
ficam mais relaxados ao longo do corpo com as palmas voltadas para o tronco. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
24 
 
 
( ) O centro de gravidade é o ponto sobre o qual a massa do corpo está 
uniformemente distribuída gerando, assim, um equilíbrio dos membros superiores. 
( ) A posição anatômica e o centro de gravidade em conjunto são consideradas 
referenciais para localização e descrição de estruturas anatômicas. 
 
A sequência correta, de cima para baixo, é: 
 
a) V – F – V – F. 
b) F – F – V – V. 
c) F – V – V – V. 
d) V – V – V – V. 
e) V – V – F – F. 
 
3. Os movimentos articulares do corpo humano devem ser analisados e 
caracterizados conforme os seus respectivos planos de ação, e a partir da 
compreensão dos planos e eixos pode-se estabelecer treinamentos mais 
assertivos, de acordo com a(s) necessidade(s) do indivíduo. Observe a figura a 
seguir: 
 
 
Fonte: Houglum e Bertoti (2014, p. 6) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
25 
 
 
De acordo com os planos de secção sagital, frontal e transverso, marque a 
alternativa correta. 
 
a) O eixo do plano frontal acompanha o plano transverso. 
b) O plano sagital permite as rotações. 
c) O eixo do plano transverso acompanha o plano horizontal. 
d) O plano frontal divide o corpo em partes laterais. 
e) O plano transverso tem o eixo anteroposterior. 
 
4. (IBFC 2016) Assinale a alternativa correta. Existem 3 eixos anatômicos, cada um 
associado a um plano de movimentação e perpendicular àquele plano, sendo 
que o eixo: 
 
a) Transverso (latero-lateral) atravessa o corpo de lado a lado, sendo perpendicular 
ao plano sagital. 
b) Ântero-posterior atravessa o corpo da frente para trás e está associado com a 
movimentação no plano sagital. 
c) Longitudinal atravessa o corpo de cima para baixo, sendo horizontal ao plano 
frontal. 
d) Transverso (longitudinal) atravessa o corpo de trás para frente e está associado ao 
plano transverso. 
e) Longitudinal atravessa o corpo de lado a lado, sendo perpendicular ao plano 
sagital. 
 
5. (ADAPTADA - CRESCER-CONSULTORIAS 2019). Os conhecimentos da cinesiologia 
são essenciais para o entendimento do movimento e a aplicação dos exercícios 
físicos evitando assim lesões físicas para os seus praticantes. 
 
Marque a 2ª coluna em relação a 1ª, e assinale a alternativa correspondente. 
 
I. Plano sagital. 
II. Plano frontal. 
III. Plano transversal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
26 
 
 
( ) Considerado também como plano mediano, está localizado verticalmente, de 
frente para trás, paralelo à sutura sagital do crânio; e divide o corpo humano em 
direita/esquerda ou medial/lateral. 
( ) Também conhecido como plano horizontal, está localizado horizontalmente, 
paralelo ao horizonte; e divide o corpo humano em superior e inferior. 
( ) Também conhecido como plano coronal, está localizado verticalmente da 
esquerda para a direita, paralelo à sutura coronal; e divide o corpo humano em 
frente (anterior) e trás (posterior). 
 
a) I – III – II. 
b) I – II – III. 
c) II – III – I. 
d) III – I – II. 
e) II – I – III. 
 
6. (ADAPTADA IBFC 2019) De acordo com Campos (2000), a dorsiflexão e a flexão 
plantar (movimentos da articulação do tornozelo) acontecem em determinado 
plano. 
 
Neste sentido, assinale a alternativa correta. 
 
a) Sagital. 
b) Transverso. 
c) Frontal. 
d) Coronal. 
e) Pronado. 
 
7. As articulações possuem diversas possibilidades de movimentos. Portanto, analisar 
as ações que acontecem em torno dos eixos articulares e, que atravessam seus 
planos é fator primordial para compreender as possibilidades de movimentos 
cabíveis a uma determinada articulação de um segmento. 
 
Neste sentido, os movimentos de abdução e adução de uma articulação são 
caracterizados como: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
27 
 
 
a) O movimento ou posição de afastamento do plano sagital mediano do corpo e 
o movimento ou posição em direção à linha medial. 
b) O movimento circular, no qual determina a formação de um cone imaginário no 
espaço. 
c) O movimento das extensões nas articulações do punho e do tornozelo. 
d) O movimento do tronco quando se curva lateralmente para o lado direito ou 
esquerdo. 
e) A flexão no punho e do tornozelo respectivamente. 
 
8. O conhecimento dos temas de estudo da cinesiologia, da biomecânica e de suas 
abordagens é de extrema importância para a prática do profissional de 
Educação Física. A considerar a identificação dos planos e seus respectivos eixos 
específicos que passam perpendicularmente pelo corpo. De fato, esses planos 
são úteis para descrever os movimentos referentes às partes do corpo. 
 
Nesse sentido, os movimentos articulares de pronação e extensão estão 
relacionados a que plano, respectivamente? 
 
a) Sagital e Transversal. 
b) Sagital e Frontal. 
c) Frontal e Sagital. 
d) Frontal e Transversal. 
e) Transverso e Sagital. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 
 
 
CINEMÁTICA LINEAR 
 
 
 
 
 
2.1 INTRODUÇÃO 
A cinemática é a área da biomecânica que descreve o movimento do objeto 
em relação ao seu ambiente, em termos de posição e de mudança de posição. O 
movimento de um objeto pode ser linear ou angular, e cada uma das grandezas 
descritas pode se referir a ambos os tipos de movimento. Por exemplo, as fórmulas 
utilizadas para calcular velocidade e aceleração são semelhantes, porém as 
variáveis de movimentos lineares ou angulares são específicas. 
No sistema linear, a posição é expressa em relação a uma origem, conhecida 
como sistema global (externo ao objeto), com o uso de variáveis, como metros ou 
quilômetros. Neste sentido, as variáveis cinemáticas permitem perceber detalhes na 
execução de um gesto motor e identificar possíveis melhoras no desempenho ou 
fatores que devem alterados para diminuir o risco de lesão, em diferentes objetivos e 
finalidades, que vão da análise de movimentos do cotidiano, como a marcha 
humana, passando pelo laboral (ergonomia) até aquele associado ao esportivo. 
Há três principais grandezas relacionadas com o movimento: posição, 
velocidade e aceleração, sendo que cada uma delas pode ser analisada 
individualmente, entretanto, uma análise mais completa do movimento fornecerá 
dados, de certa maneira, mais fidedignos quanto às informações possíveis de serem 
obtidas. 
Um exemplo prático da aplicação da cinemática está associado à análise da 
corrida, em que para um corredor completar um percurso de 10 km (1 km = 1000 m), 
o comprimento do trajeto é conhecido como a distância linear (também chamada 
simplesmente de distância) percorrida pelo corredor. 
Você verá neste capítulo alguns dos principais parâmetros/aspectos 
investigados na análise cinemática linear do movimento humano, e além de suas 
respectivas descrições, compreenderá como aplicá-las de forma prática. 
 
 
 
UNIDADE 
02 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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2.2 SISTEMA DE REFERÊNCIA E FATORES TEMPORAIS DO MOVIMENTO 
Referencial é um conjunto de três eixos ortogonais, cuja importância está 
centrada, principalmente, em buscar um “ponto” que estabeleça todo o sistema, a 
partir da percepção de movimento de um determinado corpo/objeto no espaço. 
Hamill et al. (2016) descrevem que é a partir da escolha do referencial que se pode 
determinar o que ocorre com o corpo, neste caso, os movimentos descritos no 
espaço. 
A referência será determinada de acordo com a complexidade do 
movimento que se está descrevendo, e vale destacar que a forma mais simples de 
se determinar um sistema de referências é por meio de um ponto fixo de referência, 
que servirá como a origem de cada uma das distâncias que devem ser indicadas 
utilizando unidades de comprimento, como metros. Esse sistema é conhecido como 
sistema cartesiano de coordenadas. 
Naanálise dos esportes, alguns exemplos práticos podem ser observados nas 
seguintes situações: 
a) A linha de partida ou de chegada, indicando a distância que o corredor se 
encontra a cada instante em relação a essa posição, no atletismo, cujo objetivo é 
demonstrar o progresso de um corredor em uma prova de 100 metros rasos. 
b) No futebol de campo a referência é utilizada para indicar a posição de um 
jogador em um campo de futebol, sendo necessárias duas referências: uma das 
linhas de fundo e uma das linhas laterais, por exemplo. Assim, indica-se a posição do 
jogador no campo pela sua distância em relação a cada uma das linhas indicadas. 
c) Em adição, podemos indicar a referência do objeto de jogo, a bola, no 
caso do voleibol. Neste caso, são necessárias três referências, pois além de indicar a 
posição da bola em relação à linha de fundo e à linha lateral da quadra, é necessário 
indicar a sua posição vertical, lembrando que poderia ser aplicado também a outras 
modalidades que utilizam materiais para a sua execução, como por exemplo, o 
basquetebol e/ou handebol, entre outros. 
McGinnis (2015) destaca, acerca do referencial que, quando o movimento do 
objeto é angular, a descrição da posição será diferente. Neste caso, o ângulo é 
determinado pela interseção entre duas retas, dois planos ou uma reta e um plano. 
Portanto, não é necessário determinar uma referência no espaço, pois o ângulo 
sempre será determinado em relação às retas ou aos planos em questão (ex: ângulo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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de 90º graus no canto de um campo de futebol determinado pelas linhas lateral e 
de fundo do campo). 
Em relação à análise cinemática, é a responsável em analisar as 
características do movimento, examinando-o a partir de perspectivas espacial e 
temporal, no entanto, sem preocupar-se com as forças que causam o movimento. 
Hall (2016) estabelece a importância da análise cinemática para os movimentos, 
uma vez que é por meio dela que é possível determinar a velocidade de 
deslocamento, por exemplo, de um objeto ou corpo que se move durante uma 
determinada trajetória, a distância, ou ainda, o tempo de duração do deslocamento 
de um corpo de um ponto a outro, ou ainda, a altura atingida durante um 
determinado lançamento. 
Amadio e Serão (2011) descrevem que é por meio dessas análises que é 
possível avaliar as características que compõem o movimento em geral, incluindo 
seu grau de dificuldade e as forças atuantes para a execução do movimento tendo 
como base o tempo, em que adota-se como referência (“s”), seguindo 
recomendações do Sistema Internacional de Medidas. 
 
 
 
2.3 POSIÇÃO, DESLOCAMENTO, VELOCIDADE E ACELERAÇÃO DE UM CORPO 
NO ESPAÇO 
A posição é definida como a localização de um objeto no espaço (MCGINNIS, 
2015), sendo considerada a primeira característica que se pode descrever sobre um 
objeto. Uma posição de um objeto é sempre descrita em relação a uma referência, 
entretanto, é importante destacar que um sistema de referências não existe no 
espaço, de modo que precisa ser determinado como o ponto em relação ao qual a 
posição será descrita. 
Posição dá a ideia de lugar e, por consequência, é possível entender o 
deslocamento como algo associado à mudança de posição, independentemente, 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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da trajetória entre as posições inicial e final considerada, como pode ocorrer em um 
movimento de um determinado automóvel, que passa de uma posição (A) para uma 
posição (B). Neste caso, o deslocamento pode ser definido por uma reta 
determinada, considerada linear (vetorial), e a trajetória pode ser a mais variada 
possível (HAMILL et al., 2016; MCGINNIS, 2015). 
O movimento ocorre quando existe uma mudança de posição de um objeto, 
progressivamente, ao longo do tempo (HAMILL et al., 2016). É importante ressaltar a 
alteração de posição em relação à posição do objeto antes e depois do movimento 
ou às diferentes posições do objeto ao longo do seu movimento. Portanto, a 
diferença entre as posições inicial e final refere-se ao deslocamento. Apenas com a 
posição do objeto em relação à origem no início e no final do movimento é possível 
saber o deslocamento do objeto por meio da subtração da posição final pela 
posição inicial. O deslocamento indica apenas a diferença em uma linha reta entre 
as posições inicial e final. 
McGinnis (2015) apresenta em sua obra um importante aspecto, em que 
sempre que um corpo tem a sua posição alterada, este move-se, e a partir deste 
princípio, o do movimento, há uma velocidade (V) associada a este movimento. 
Caso esta velocidade seja igual a zero temos uma ausência de movimento, portanto, 
o corpo tende a estar em repouso. 
De acordo com Watkins (2014) a velocidade de um objeto indica quão 
rapidamente o objeto se move em uma dada distância. A velocidade é definida 
como a distância percorrida por unidade de tempo ou taxa de mudança de 
distância: 
𝑉𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑚é𝑑𝑖𝑎 = 𝑑𝑖𝑠𝑡â𝑛𝑐𝑖𝑎/𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 (1) 
Assim, 
𝑉𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑚é𝑑𝑖𝑎 (𝑣) = 
𝑑𝑒𝑠𝑙𝑜𝑐𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 (𝑑)
𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 (𝑡) 
 
(2) 
 
Velocidade escalar é considerada a distância percorrida por um objeto 
dividido pelo tempo gasto para percorrer tal distância. A velocidade escalar pode 
ser vista em automóveis, registrada continuamente pelo velocímetro, conforme o 
motorista se desloca de um local para outro e medida em quilômetros por hora. A 
velocidade vetorial descreve magnitude e direção, enquanto a velocidade escalar 
descreve apenas magnitude. Velocidade vetorial é uma quantidade definida como 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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a mudança de posição pelo tempo consumido. Em biomecânica, a velocidade 
vetorial é mais importante que a velocidade escalar. A velocidade vetorial é 
designada pela letra v minúscula, e o tempo, pela letra t minúscula. A unidade de 
velocidade mais comumente utilizada nos estudos biomecânicos é metro por 
segundo (m/s ou m·s-1); e para transformar um valor numérico apresentado em km/h 
para m/s basta dividir esse valor por 3,6. O contrário é feito, no caso, multiplicando-
se por 3,6, quando o valor está em m/s e busca-se apresentá-lo em km/h. 
As unidades para velocidade vetorial podem ser determinadas pela 
aplicação da fórmula para velocidade vetorial e divisão das unidades de 
comprimento por unidades de tempo (HALL, 2016; HAMILL et al., 2016). 
No caso específico da aceleração, Hamill et al. (2016) definem esta variável a 
partir do momento em que ocorrem variações na velocidade. Neste sentido, a 
aceleração se torna evidente quando o corpo se move de forma diferente ou 
partindo do repouso. 
Independentemente da finalidade de um estudo do movimento humano, 
muitas vezes existem aspectos científicos envolvidos. Geralmente, esses estudos 
abrangem questões de anatomia, neurofisiologia e mecânica, sendo que o último 
terminou o que move o estudo em direção a esfera da biomecânica (MCGINNIS, 
2015). O estudo biomecânico pode se concentrar em analisar as variáveis que 
causam e modificam o movimento; análise cinética ou, simplesmente, se engajar em 
observação e descrição das características biomecânica da destreza, análise 
cinemática (MCGINNIS, 2015). 
De fato, uma análise cinemática inclui o tipo de movimento, a direção do 
movimento e a quantidade de movimento o que acontece (MCGINNIS, 2015). A 
cinemática refere-se a uma descrição geométrica do movimento em termos de 
deslocamento, velocidade e aceleração contra o tempo, sem lidar com as fontes 
de movimento, isto é, forças que produzem movimento. 
 
 
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2.4 CINEMÁTICA NOS ESPORTES 
Em análises biomecânicas, McGinnis (2015) destaca que podem ser: 
qualitativas ou subjetivas, que descrevem as características do desempenho dos 
atletas por meio da observação da qualidade do movimento humano, bem como, 
quantitativas ou objetivas, e que ambassão extremamente importantes para uma 
análise mais eficaz do movimento, e destaca ainda que uma análise pode 
complementar a outra, dependendo do contexto em que está sendo desenvolvida 
essa análise. 
Ackland, Elliott e Bloomfield (2011) citados por Mansour et al. (2018) destacam 
que, em análises qualitativas, quatro tarefas devem ser consideradas, a saber: 
 Preparação – Considerada a primeira tarefa da análise biomecânica 
qualitativa, em que o treinador reúne importantes informações sobre o atleta, 
o esporte e as suas técnicas, conforme descreve McGinnis (2015). 
 Observação – A base é estabelecida na análise visual, sendo considerada 
muitas vezes “subjetiva” e, portanto, mais suscetível a erros por parte do 
treinador. McGinnis (2015) defende a importância do papel do avaliador, que 
deve dominar as técnicas esportivas e seus movimentos, bem como usar 
imagens de vídeo e a possibilidade de replay, quando necessário (Figura 3). 
 
Figura 3: Replay de imagens divididas na tela por meio do programa Siliconcoach Sport 
 
Fonte: Ackland, Elliot e Bloomfield (2011, p. 301) citados por Mansour et al. (2018, p. 131) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 Avaliação ou diagnóstico – Composta por dois objetivos, sendo o primeiro, a 
avaliação dos pontos positivos e negativos do desempenho do atleta; e o 
segundo, conhecido como avaliação diagnóstica do desempenho, que 
permite verificar se o movimento está sendo executado de maneira incorreta 
e, portanto, selecionar a intervenção mais adequada (MANSOUR et al., 2018). 
 
É importante destacar que na avaliação, o treinador deve considerar 
alguns aspectos, por exemplo, em esportes muito arriscados, os erros 
durante a execução dos movimentos devem ser minimizados 
utilizando equipamentos de segurança (como capacete, cintos de 
segurança, etc.) para evitar lesões. Já o diagnóstico identifica as 
causas do desempenho deficiente por meio da observação dos 
pontos fracos e fortes, sendo usado para estabelecer metas em uma 
intervenção (MANSOUR et al., 2018, p. 132). 
 
 Intervenção – Mansour et al. (2018) descrevem essa como a responsável em 
auxiliar o atleta a melhorar seu desempenho. E aqui, o feedback do treinador 
ganha destaque, uma vez que envolve funções como a orientação, o reforço, 
a motivação e o incentivo para realizar os movimentos corretos das técnicas 
esportivas, o que acarretaria em melhoria da performance e, ainda, a 
redução de riscos de lesões, por exemplo. 
 
Durante o processo de correção, o treinador deve fazer a progressão 
completa no ensino da habilidade, que pode ser realizada da 
seguinte forma: (1) Fragmentar a habilidade em partes; (2) Traçar 
exercícios que dupliquem os movimentos e as forças existentes em 
cada habilidade; (3) Pedir ao atleta que inicie os movimentos de 
correção de forma lenta e, depois, acelerar até a velocidade do 
desempenho real; (4) Pedir ao atleta que realize a habilidade 
completa quando sumirem os erros. (MANSOUR et al., 2018, p. 132). 
 
De fato, a análise quantitativa da técnica esportiva trata da medição de 
variáveis biomecânicas associadas à precisão do desempenho, em que se 
empregam elementos da cinemática (tempo, posição, deslocamento, velocidade e 
aceleração) e ainda, da cinética, tais como: força, energia, trabalho e potência. Um 
fato interessante acerca deste tipo de análise é que possui um custo elevado, se 
comparada à qualitativa, porém apresenta um nível de precisão/acurácia bem 
maior, sendo a preferida pelos treinadores para investigar/analisar atletas de elite, 
por exemplo (KNUDSON; MORRISON, 2001 citados por MANSOUR et al., 2018). 
Realizada através de mensurações e padrões comparativos, análises 
quantitativas estão associadas à obtenção de dados mais fidedignos, motivo pelo 
qual é mais utilizada em pesquisas/estudos. E para que a investigação por meio de 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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análise quantitativa ocorra, é necessário que seja feita a coleta de dados, que pode 
ser realizada em laboratórios, ou mesmo no ambiente de prática “real”. O fato que, 
independentemente, do ambiente selecionado para essa investigação, o ambiente 
deve configurar o mais próximo possível o local onde o atleta fará as técnicas, para 
não influenciar no seu desempenho. Neste sentido, é importante destacar que 
existem quatro métodos utilizados em biomecânica para abordar o movimento 
humano durante a realização da técnica esportiva: cinemetria, dinamometria, 
eletromiografia (EMG) e antropometria, conforme descrevem Mansour et al. (2018), 
e que serão discutidos no capítulo 6 deste livro, que trata da Instrumentação em 
Biomecânica. 
 
 
 
A seguir, serão detalhados alguns movimentos utilizados nos esportes e como 
podem ser melhor compreendidos a partir da análise cinemática, que considera o 
movimento por si mesmo, sem preocupar-se, a priori, com as causas, neste caso, as 
diferentes forças que influenciam ou são as responsáveis por gerarem esses 
movimentos. 
 
2.4.1 Movimentos da corrida 
A corrida s é uma variação da marcha, trata-se de um movimento cíclico, 
cujas fases de contato e oscilação ocorrem de formas contínua e sucessivas, com 
suas fases de apoio e balanço bem definidas. A velocidade significativamente 
maior no correr deve ser considerada quando comparada à marcha e, ainda, a 
fase de duplo apoio, que só ocorre durante o andar, diferentemente da corrida 
(GERRITSEN et. al., 1995). Em relação à velocidade da corrida, depende de dois 
fatores, o primeiro diz respeito à amplitude da passada e o segundo, a frequência 
da passada. Em adição, a amplitude da passada corresponde à soma de três 
distâncias: impulsão, voo e chegada ao solo. A frequência da passada corresponde 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
36 
 
 
ao número de passadas executadas em um determinado tempo. Essa frequência 
está diretamente relacionada ao tempo gasto para completar uma passada 
completa, o qual corresponde à soma do tempo em que o atleta está no solo com 
o tempo de voo. 
Vaughan (1984) descreve o ciclo da passada sendo composto por duas fases 
principais: a de contato e a de balanço. Na primeira fase ou contato, o indivíduo 
mantém ambos os pés em contato com o solo, enquanto a fase de balanço é 
aquela que representa a fase aérea (voo). Ainda de acordo com o autor, é durante 
esta fase que ocorre uma importante ação do ciclo-alongamento-encurtamento, a 
contribuição mecânica para a propulsão e minimização de energia. E 
complementando, a fase de contato pode ser dividida em três aspectos: o contato, 
o apoio e o “despregue”, conforme descreve Vaughan (1984), e conforme pode ser 
analisado abaixo: 
 
O contato é a aterrissagem do calcanhar no solo, gerando uma força 
contrária ao deslocamento a frente e é quando existe uma demanda 
muscular excêntrica para amortecer as tendências de flexão de 
joelho e quadril. A fase de apoio é quando todo o pé está em contato 
com o solo, esta é uma fase de transição e absorção de energia 
mecânica. Já a fase de despregue é a fase que a musculatura 
propulsora em membros inferiores é mais exigida em sua ação 
concêntrica e é quando existe a transferência de energia elástica 
somando-se ao esforço cardiorrespiratório para manter o sistema 
muscular ativo (VAUGHAN, 1984, p. 36). 
 
A velocidade da corrida, outra variável que é mensurada em biomecânica, 
pode ser calculada em função de ambas as fases mencionadas (contato e 
balanço). Neste caso, o cálculo é feito em função do produto da amplitude do 
passo, que equivale ao comprimento do passo, e da frequência do passo, relativa 
ao número de apoios por segundo. Esses dados fornecem importante indicativos da 
velocidade empregada. A cadência de corrida, considerada uma forma de 
quantificar a frequência do passo, utiliza o número de passos contabilizados em um 
minuto, por exemplo. E neste caso, a relação amplitude e frequência desempenha 
um papel muitoimportante na técnica de corrida e deve ser considerada. 
Visando a técnica da corrida, uma das maneiras de otimizar a corrida seria a 
modificação de um dos parâmetros mencionados (velocidade, amplitude e 
frequência) podendo ser considerada o caminho mais viável para o melhor 
consumo energético e, consequentemente, a performance sendo priorizada. A 
capacidade em gerar a melhor cadência através do ótimo comprimento da 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
37 
 
 
passada é uma preocupação da corrida e poderá ser conseguida através da 
introdução de ações motoras específicas a realizar nos treinos técnicos de corrida e 
que vão melhorar a forma de apoio e a recuperação após a fase de voo. Fuziki 
(2012) e Vaughan (1984) destacam a importância da realização de exercícios que 
privilegiem a técnica do movimento da corrida como um todo. Neste sentido, 
merece destaque o objetivo desses exercícios técnicos, que é buscar a minimização 
do custo energético observada a partir de alguns aspectos, dentre os quais: a ação 
de propulsão, a minimização dos deslocamentos verticais, o tipo de apoio, as 
acelerações produzidas no instante do contato, o equilíbrio ótimo entre a frequência 
do passo e a amplitude do passo e os movimentos realizados pelos membros 
superiores, os quais devem ser levados em consideração para uma prática eficaz. 
A maioria dos estudos biomecânicos sobre corrida é realizada em situações 
experimentais controladas, em vez de durante competição, tornando difícil a 
obtenção da associação direta dos parâmetros biomecânicos com o desempenho. 
Em geral, só é possível obter informação cinemática em situações de competição, 
limitando-se a informação disponível, e os padrões de movimento em competição 
são frequentemente influenciados por estratégias ou a presença de outros 
corredores, tornando difícil isolar a importância de fatores biomecânicos para o 
desempenho. Como resultado, a maior parte das informações relacionadas à 
biomecânica para o desempenho vem de estudos de fatores que são relacionados 
ao desempenho, tais como consumo submáximo de oxigênio em corrida de 
distância, exames de características de níveis diferentes de corredores no 
laboratório, identificação de diferenças significativas em medidas biomecânicas 
entre grupos, ou encontrando fortes correlações entre os tempos de desempenho e 
índices biomecânicos (MCGINNIS, 2015; VAUGHAN, 1984; ZATSIORSKY, 1998). 
 
2.4.2 Movimento do salto 
Nas modalidades atléticas que envolvem o salto, de acordo com Hay (1986) 
e Matthiesen (2017) o objetivo principal dos atletas, sobretudo, no atletismo, é obter 
o máximo de deslocamento do seu centro de massa em uma determinada direção, 
que pode ser: horizontal no salto em distância e triplo; e ainda, vertical, que ocorre 
no salto em altura e salto com vara. E, independentemente, do tipo do salto, o 
objetivo principal é extrair o máximo de vantagens que este deslocamento pode 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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oferecer. 
Hay (1986) descreve duas valências, a força e a velocidade, como 
importantes para a otimização das modalidades que envolvem saltos. E essas 
valências físicas são necessárias, haja vista, a distância ou altura total atingida será 
a razão da velocidade do atleta, no instante da entrada do salto, e da altura com 
relação ao solo, que elevou seu centro de massa. Em adição, o comportamento do 
CG do atleta durante a fase do salto propriamente dito pode ser descrito como um 
lançamento oblíquo, em que o movimento do corpo quando lançado ao ar pode 
formar ângulos que variam entre 0º e 90º com a horizontal. Matthiesen (2017) e 
Zatsiorsky (1998) descrevem um importante aspecto durante a fase de voo do atleta, 
em que o CG do atleta move-se com velocidade constante, devido à “ausência” 
de força atuando na direção horizontal. 
 
2.4.3 Movimento dos arremessos 
Nos esportes o arremesso é um movimento balístico dos membros superiores, 
por meio do qual seu centro de massa é propelido para fora do centro de massa do 
corpo. É importante destacar que o gesto do arremesso em si envolve um complexo 
mecanismo de coordenação neuromuscular de todo o corpo. Em termos 
biomecânicos, temos as forças (internas e externas), além do torque necessários 
para esta execução, conforme descreve (HAY, 1986). Neste sentido, um arremesso 
eficiente está intrinsecamente associado aos seguintes eixos de rotação do corpo: 
pés, quadril, coluna vertebral e ombros. 
Camacho Rojas (2017) destaca que o gesto esportivo do arremesso pode ser 
dividido em cinco fases, conforme será descrito a seguir: (1) posicionamento, (2) 
preparação, (3) armação precoce/tardia, (4) aceleração, (5) desaceleração. O 
desfecho do movimento envolve a ação do ombro, cotovelo, punho e mão, 
enquanto a preparação acontece com a participação dos pés, joelhos e quadris, 
transmitindo energia através do tronco. 
Existem diferentes tipos de arremesso, dentre os quais destacam-se: 
arremesso inferior, ocorre abaixo do nível do ombro, o arremesso superior, acima do 
nível do ombro e o arremesso lateral que ocorre perpendicular ao ombro. É 
necessário, para o responsável técnico ou profissional da saúde, o conhecimento 
adequado da biomecânica e influência do movimento de arremesso no 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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desempenho dos atletas (HAY, 1986; ZATSIORSKY, 1998). 
Enfim, compreender como a ciência é aplicada, no caso da análise dos 
movimentos, através de exercícios, melhora a condição humana, a considerar a 
performance, bem como a prevenção de lesões, oferece ferramentas úteis ao 
treinador, no que tange aos aspectos tanto qualitativos, quanto quantitativos e que 
serão úteis para a elaboração de programas de treinamentos mais assertivos, 
dependendo da necessidade individual de cada atleta, por exemplo. 
 
 
 
 
 
https://bit.ly/35hHcYq
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1. As grandezas do movimento linear são descritas no sistema internacional de 
unidades em metros para a posição, metros por segundo para velocidade e 
metros por segundo ao quadrado para aceleração. As grandezas do movimento 
angular são descritas no sistema internacional de unidades em radianos para a 
posição, radianos por segundo para a velocidade e radianos por segundo ao 
quadrado para a aceleração. 
 
Baseado nessa afirmativa, o movimento linear tem como característica: 
 
a) O deslocamento do objeto feito em linha reta e de forma curvilínea, para que se 
adapte às necessidades de cada movimento e seus eixos. 
b) As referências sendo determinadas em planos e o movimento se deslocando 
livremente em relação aos eixos de referência. 
c) A análise do objeto que pode se movimentar somente ao redor de um ponto 
central, e em translações contínuas. 
d) A observação do objeto sempre em relações trigonométricas com a posição 
inicial, em que o vetor atua girando ao redor de um plano. 
e) Um sistema referencial estabelecido com três eixos para determinar a posição do 
objeto, considerando-se que o sistema é bidimensional. 
 
2. (U. F. JUIZ DE FORA-MG) O motorista de um caminhão pretende fazer uma viagem 
de Juiz de Fora a Belo Horizonte, passando por Barbacena (cidade situada a 100 
Km de Juiz de Fora e a 180 Km de Belo Horizonte). A velocidade máxima no trecho 
que vai de Juiz de Fora a Barbacena é de 80 km/h e de Barbacena a Belo 
Horizonte é de 90 km/h. 
 
Determine qual o tempo mínimo, em horas, de viagem de Juiz de Fora a Belo 
Horizonte, respeitando-se os limites de velocidades: 
 
a) 4,25h. 
b) 3,25h. 
c) 2,25h. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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d) 3,50h. 
e) 4,50h. 
 
3. A velocidade representa a taxa de variação da posição em função do tempo e 
é expressa, no sistema internacional de unidades, em metros por segundo. Um 
corredor completou uma corrida de 3.000m com o tempo de 7min30s. 
 
Neste sentido, analise as assertivas a seguir e assinale a que apresenta a 
velocidade médiadeste atleta durante a prova: 
 
a) 6,7 m/s. 
b) 3,2 m/s. 
c) 40 m/s. 
d) 0,4 m/s. 
e) 16 m/s. 
 
4. A velocidade vetorial, a velocidade escalar e a aceleração podem ser expressas 
de duas formas: média e instantânea. Em estudos cujo objeto de 
estudo/investigação seja a cinemática, faz-se necessário implementar métodos 
para levantaros dados da velocidade, no intuito de analisar e interpretar um 
determinado movimento. 
 
A partir dessa afirmação, analise as assertivas a seguir e assinale a que apresenta 
aspectos associados às diferenças entre as representações média e instantânea. 
 
a) A representação média é feita pela divisão da mudança na 
distância/velocidade por todo o tempo necessário para esta mudança ocorrer. 
A representação instantânea é feita pela divisão da mudança na 
distância/velocidade por um pequeno intervalo de tempo necessário para esta 
mudança ocorrer. 
b) A representação média é feita pela divisão da mudança na 
distância/velocidade por um pequeno intervalo de tempo necessário para esta 
mudança ocorrer. A representação instantânea é feita pela divisão da mudança 
na distância/velocidade por todo o tempo necessário para esta mudança 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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ocorrer. 
c) A representação média é feita pela subtração da mudança na 
distância/velocidade por todo o tempo necessário para esta mudança ocorrer. 
A representação instantânea é feita pela subtração da mudança na 
distância/velocidade por um pequeno intervalo de tempo necessário para esta 
mudança ocorrer. 
d) A representação média é feita pela divisão da mudança na 
distância/velocidade inicial pela mudança na distância/velocidade final. A 
representação instantânea é feita pela divisão da mudança na 
distância/velocidade por um pequeno intervalo de tempo necessário para esta 
mudança ocorrer. 
e) A representação média é feita pela divisão da mudança na 
distância/velocidade por todo o tempo necessário para esta mudança ocorrer. 
A representação instantânea é feita pela divisão da mudança na 
distância/velocidade inicial pela mudança na distância/velocidade final. 
 
5. Em uma partida de futebol, um jogador chuta a bola rasteira em linha reta do 
centro do campo em direção à linha de fundo. Depois de desviar de um jogador 
adversário, ele ainda conseguiu chegar na bola, novamente, e evitar que ela 
saísse do campo pela linha de fundo. 
 
O que se pode afirmar sobre o deslocamento e a distância percorrida pela bola 
e pelo jogador? 
 
I. A bola e o jogador percorreram a mesma distância, mas o jogador realizou um 
percurso maior. 
II. A bola e o jogador percorreram a mesma distância, mas a bola realizou um 
percurso maior. 
III. A bola e o jogador realizaram o mesmo deslocamento e percorreram a mesma 
distância. 
IV. A bola e o jogador realizaram o mesmo deslocamento, mas a bola percorreu uma 
distância maior. 
V. A bola e o jogador realizaram o mesmo deslocamento, mas o jogador percorreu 
uma distância maior. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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6. O movimento é um conceito relativo, já que um segmento pode estar em repouso 
em relação a um primeiro referencial, mas em movimento em relação a um 
segundo referencial. A análise cinemática do movimento pode ser qualitativa ou 
quantitativa. 
 
A partir do excerto acima, retirado do livro-texto, e considerando seus 
conhecimentos sobre o tema, avalie as asserções a seguir e a relação proposta 
entre elas. 
 
I. A análise qualitativa é uma descrição não numérica de um movimento 
baseando-se em uma observação direta, mas a análise quantitativa permite isso. 
O movimento é analisado numericamente, com base em medições provenientes 
de dados coletados durante a realização dos movimentos. 
II. Para a biomecânica, a análise principal condiz com dados não numéricos. De 
acordo com esse tipo de análise, os dados não são precisos e o melhor a se fazer 
é a observação dos movimentos. 
 
A respeito dessas asserções, assinale a opção correta: 
 
a) As asserções I e II são proposições verdadeiras e a II é a justificativa correta da I. 
b) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa 
correta da I. 
c) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa. 
d) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira. 
e) As asserções I e II são proposições falsas. 
 
7. A grandeza vetorial da aceleração pode ser definida como a taxa de variação 
da velocidade. A aceleração explica as mudanças na velocidade em função do 
tempo. A unidade da aceleração no sistema internacional é metros por segundo 
ao quadrado. 
 
Considere a movimentação de uma bola de futebol nas situações a seguir e 
responda em quais delas acontece aceleração: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
44 
 
 
I. A bola começa ou para de se mover. 
II. A bola está parada antes de uma falta. 
III. A bola se movimenta com velocidade constante. 
IV. A bola muda de direção. 
V. Velocidade do movimento da bola diminui. 
 
a) II e III, apenas. 
b) I, II e III, apenas. 
c) I, IV e V, apenas. 
d) I e IV, apenas. 
e) III e IV, apenas. 
 
8. (U.F. SÃO CARLOS – SP) Um trem carregado de combustível, de 120m de 
comprimento, faz o percurso de Campinas até Marília, com velocidade constante 
de 50 Km/h. Esse trem gasta 15s para atravessar completamente a ponte sobre o 
rio Tietê. 
 
O comprimento da ponte é: 
 
a) 100m. 
b) 88,5m. 
c) 80m. 
d) 75,5m. 
e) 70m. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
45 
 
 
CINEMÁTICA ANGULAR 
 
 
 
 
 
3.1 INTRODUÇÃO 
A cinemática angular descreve o movimento angular sem considerar suas 
causas, e neste caso, conforme destaca Hamill et al. (2016) é a área responsável por 
descrever o movimento angular, que ocorre ao redor de um eixo, sendo que as 
diferentes regiões do corpo acabam não percorrendo a mesma distância. 
Na prática, o movimento angular ocorre quando todas as partes de um corpo 
se movimentam no mesmo ângulo, mas não necessariamente são submetidas ao 
mesmo deslocamento linear. De fato, o movimento angular ocorre em torno de um 
eixo de rotação, representado por uma linha perpendicular ao plano no qual ocorre 
a rotação. Um exemplo clássico em mecânica seria o movimento da roda, 
classificado como um típico movimento angular, em que a roda da bicicleta gira 
em torno de seu eixo, que é o eixo de rotação, portanto, o eixo da roda é 
perpendicular ao plano de rotação descrito pelo pneu da roda. 
De fato, todos os movimentos humanos envolvem rotação de segmentos do 
corpo, uma vez que, as articulações conectam os segmentos corporais, e estes se 
movimentam a partir de suas ações em seus respectivos eixos, chamados de eixos 
de rotação, que produzem os diferentes movimentos, nos mais variados planos e 
eixos, com graus de liberdade definidos a partir da característica da articulação 
envolvida no referido movimento. 
Os segmentos giram em torno dos centros das articulações que formam seus 
eixos de rotação. Quando um indivíduo se move, os segmentos, geralmente, 
realizam tanto rotação como translação. Quando ocorre a combinação de rotação 
e translação, essa combinação é descrita como movimento geral, conforme 
descreve Hamill et al. (2016), em um exemplo prático aplicado ao movimento 
humano temos o caso de uma ginasta que executa uma translação ao se 
movimentar no solo, sendo que ao mesmo tempo, ela realiza uma rotação em torno 
do seu eixo (quadril). Portanto, a combinação de rotação e translação é comum na 
maioria dos movimentos humanos, sendo considerados movimentos combinados. 
Você verá neste capítulo alguns dos principais parâmetros/aspectos 
UNIDADE 
03 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
46 
 
 
investigados na análise cinemática angular do movimento humano, e além de suas 
respectivas descrições, compreenderá como aplicá-las de forma prática. 
 
3.2 MEDIDAS E TIPOS DE ÂNGULOS 
Ângulo pode ser definidocomo a reunião de duas semirretas que possuem 
uma origem em comum, conhecida como vértice do ângulo. Numa análise 
biomecânica, as linhas que se cruzam, geralmente, são segmentos do corpo. Por 
exemplo: se o eixo longitudinal do segmento da perna é um dos lados de um ângulo 
e o eixo longitudinal do segmento da coxa é o outro lado, o vértice é o centro da 
articulação do joelho. No movimento angular, utilizamos três unidades para medir 
ângulos (Figura 4). 
 
Figura 4: Tipos de medidas angulares 
 
Fonte: Hamill et al. (2016) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
47 
 
 
De forma prática, a primeira e mais comumente unidade utilizada é o grau. A 
segunda unidade de medida descreve o número de rotações ou revoluções em 
torno de um círculo. Uma revolução é uma rotação de 360°. 
Em um exemplo prático temos o salto triplo na patinação, movimento que 
exige que o patinador faça 3,5 revoluções no ar, o que equivale a uma rotação 
completa de 1.260°. Na patinação artística, na ginástica artística e nos saltos 
ornamentais, a análise qualitativa, por meio da mensuração de ângulos, torna-se 
uma escolha mais assertiva para descrever o movimento em si. Em biomecânica, a 
medida de ângulo pode ser feita através do radiano, uma medida definida como a 
medida de um ângulo no centro de um círculo descrito por um arco igual ao 
comprimento do raio do círculo. Em adição, graus possuem uma dimensão, devendo 
ser incluídos na unidade do produto de qualquer cálculo. Portanto, há necessidade 
de usar o radiano como unidade de medida angular, em vez do grau, em qualquer 
cálculo que envolva movimento linear, porque o radiano é adimensional (HALL, 2016; 
HAMILL et al., 2016; OATIS, 2014). 
 
Compreender o movimento angular é particularmente importante 
para quem estuda o movimento humano porque a maior parte do 
movimento humano voluntário envolve a rotação de um ou mais 
segmentos ao redor das articulações em que eles se movem. O 
deslocamento do corpo como um todo durante a marcha ocorre por 
meio de movimentos rotacionais realizados no quadril, no joelho e no 
tornozelo ao redor de eixos mediolaterais imaginários de rotação. 
Durante a realização de um polichinelo, por exemplo, os membros 
superiores e inferiores giram ao redor de um eixo anteroposterior 
imaginário que passa através das articulações do ombro e do quadril. 
O movimento angular de equipamentos esportivos, como tacos de 
golfe, de beisebol e de hóquei, bem como de utensílios domésticos e 
de jardinagem, também é frequentemente de interesse (HALL, 2016, 
p. 272). 
 
Hall (2016) descreve que a medida de ângulos articulares está 
convencionada, ou seja, na posição anatômica de referência, todos os ângulos 
articulares são 0°. De fato, o movimento articular é medido direcionalmente. Por 
exemplo, quando o braço estendido é elevado a 30° à frente do corpo no plano 
sagital, o braço está a 30° de flexão no ombro. Quando a perna está abduzida no 
quadril, a amplitude do movimento (ADM) na abdução é medida do mesmo modo 
a partir de 0° na posição anatômica, conforme descreve Hall (2016, p. 272). 
Para a medição dos ângulos articulares dos segmentos corporais, é necessário 
instrumentos específicos para a realização da medição dos ângulos corporais. Neste 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
48 
 
 
sentido, Hall (2016) e Hamill et al. (2016) destacam os goniômetros, instrumentos 
utilizados comumente pelos clínicos para realizar a medição direta dos ângulos 
articulares relativos em um ser humano vivo. 
Hall (2016) destaca que o goniômetro é essencialmente um transferidor fixado 
a dois braços longos, sendo que um braço é fixo, de maneira que se estende do 
transferidor a um ângulo de 0°, e o outro braço se estende do centro do transferidor 
e é livre para girar. Neste sentido, o centro do transferidor é posicionado sobre o 
centro articular e os dois braços são posicionados sobre os eixos longitudinais dos 
segmentos corporais que se articulam. O ângulo articular é lido, então, na interseção 
entre o braço que gira livremente e a escala do transferidor. 
De fato, a exatidão da leitura depende da exatidão do posicionamento do 
goniômetro. Conhecer a anatomia da articulação analisada é essencial para 
localizar, adequadamente, o centro de rotação da articulação. Algumas vezes, a 
colocação de marcas na pele ajuda a identificar a localização do centro de rotação 
da articulação e os eixos longitudinais dos segmentos corporais antes de posicionar 
o goniômetro, particularmente, se estiverem sendo realizadas medidas repetidas na 
mesma articulação. 
 
Figura 5: Os ângulos de orientação dos segmentos corporais individuais medidos em relação 
a uma linha de referência absoluta (fixa) 
 
Fonte: Hall (2016, p. 274) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
49 
 
 
Figura 6: Goniômetro, considerado o aparelho específico utilizado para medir os ângulos 
articulares 
 
Fonte: Hall (2016, p. 274) 
 
 
 
Do mesmo modo que o deslocamento linear, o deslocamento angular é 
definido tanto pela magnitude, quanto pela direção. Uma vez que, a rotação 
observada a partir de uma vista lateral ocorre tanto em direção horária, quanto anti-
horária, a direção do deslocamento angular pode ser indicada utilizando-se esses 
termos. A direção anti-horária é designada por convenção como positiva (+) e a 
direção horária, como negativa (–), conforme será visto no subcapítulo a seguir (3.3). 
Hall (2016) descreve o deslocamento angular que deve ser considerado em 
análises de movimentos do corpo humano, utilizando-se a terminologia relacionada 
com a articulação, como flexão ou abdução. 
 
(...) não existe relação estabelecida entre a direção positiva (anti-
horária) e a flexão ou extensão ou qualquer outro movimento em uma 
articulação. Isso porque, quando vista de um lado, a flexão em uma 
articulação, como o quadril, é positiva, mas, quando vista do lado 
oposto, é negativa. Quando os biomecânicos realizam estudos de 
captura de movimento com câmeras conectadas a um computador, 
o software quantifica os movimentos da articulação registrando-os na 
direção positiva ou negativa (HALL, 2016, p. 276). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
50 
 
 
No estudo da biomecânica, os tipos de ângulos utilizados são os ângulos 
absoluto e o relativo. O ângulo absoluto é o ângulo de inclinação de um segmento 
do corpo em relação a alguma referência fixa no ambiente. Ele descreve a 
orientação de um segmento no espaço. Para calculá-lo é necessária a aplicação 
de um sistema de coordenadas na extremidade proximal do segmento. Em seguida, 
o ângulo é medido na direção anti-horária a partir da horizontal direita. Um outro jeito 
de calculá-lo é através de um sistema de coordenadas na extremidade distal do 
segmento. Desta forma, o ângulo também é medido na direção anti-horária a partir 
da horizontal direita. Ângulos absolutos são calculados utilizando-se a relação 
trigonométrica da tangente. O ângulo relativo é o ângulo entre eixos longitudinais de 
dois segmentos, o qual também é denominado ângulo intersegmentar ou ângulo 
articular. Um ângulo relativo pode descrever a quantidade de flexão ou extensão na 
articulação, mas não descrevem a posição dos segmentos ou os lados do ângulo no 
espaço. Ângulos relativos podem ser calculados utilizando-se a lei dos cossenos 
(HALL, 2016; HAMILL, 2016; OATIS, 2014). 
 
3.3 REPRESENTAÇÃO VETORIAL DO MOVIMENTO ANGULAR 
Representar grandezas angulares vetores retos convencionais, ao invés de 
utilizar símbolos como setas curvas torna-se a medida mais assertiva nestes casos, 
conforme descreve Hall (2016). Neste sentido, de acordo com a “regra da mão 
direita” (Figura 7), quando os dedos da mão direita são flexionados na direção do 
movimento angular, o vetor utilizado para representar o movimento é orientado, 
perpendicularmente, ao plano de rotação na direção apontada pelo polegar 
estendido, sendo que a magnitude da grandeza pode ser indicada por meioda 
proporcionalidade do comprimento do vetor. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
51 
 
 
Figura 7: Regra da mão direita 
 
Fonte: Hall (2016, p. 283) 
 
Um vetor de movimento angular é orientado, perpendicularmente, 
 ao deslocamento linear (d) de um ponto sobre um corpo em rotação. 
 
 
 
Adição, rapidez, velocidade e aceleração angulares podem ser calculadas 
como valores instantâneos ou médios, dependendo da duração do intervalo de 
tempo selecionado. A velocidade angular instantânea de um bastão de beisebol no 
instante de contato com a bola é tipicamente de maior interesse do que a 
velocidade angular média do balanço porque a primeira afeta diretamente a 
velocidade resultante da bola, conforme descreve Hall (2016). 
De fato, todo corpo em movimento apresenta uma propriedade conhecida 
como quantidade de movimento “Q”. Por outro lado, caso o corpo esteja 
executando um movimento de rotação, ele apresentará momento angular “L”. Em 
rotação, todo corpo apresenta uma quantidade de movimento relacionada ao 
movimento rotacional, conhecida como momento angular (WATKINS, 2014). 
Ao tratar da análise de movimentos angulares, deve-se considerar o momento 
angular, considerado uma das propriedades básicas da mecânica rotacional e está 
https://bit.ly/3vdIq1D
 
 
 
 
 
 
 
 
 
52 
 
 
intimamente relacionada com a tendência do corpo em continuar seu estado de 
movimento circular. Por meio da equação descrita a seguir, podemos calcular o 
módulo do momento angular: 
 
𝐿 = 𝑟 . 𝑄 (3) 
 
De fato, para obter-se o momento angular é necessário que a velocidade 
escalar do corpo seja perpendicular ao eixo de rotação, em que o ângulo formado 
esteja estabelecido em 90º. 
Portanto, o momento angular é uma quantidade vetorial, e como toda 
representação vetorial, apresenta módulo, direção e sentido. Vale destacar que esse 
momento angular é perpendicular em relação ao plano formado pelos vetores r e Q 
(distância ao eixo de rotação e quantidade de movimento, respectivamente). Desta 
maneira, o resultado do momento angular é representado por kg.m²/s, pois envolve 
o produto de uma distância r (dada em metros, m) por uma massa (em quilogramas, 
kg) e pela velocidade do corpo v (em metros por segundo, m/s). 
E por fim, temos a grandeza quantidade de movimento, a qual é obtida a 
partir do produto entre o raio de rotação (r) e a velocidade instantânea do corpo. E 
a massa, bem como a velocidade do corpo em rotação podem ser também obtidos, 
conforme pode ser visto a seguir: 
 
𝐿 = 𝑟 . 𝑚 . 𝑣 (4) 
 
Floyd (2016) denomina o ângulo em movimentos do corpo humano como 
aquele entre a linha de tração do músculo e o osso no qual está inserido, e que é 
passível de sofrer alterações, as quais atuam de maneira direta no grau do 
movimento articular. Um aspecto importante a ser considerado é a amplitude do 
movimento, que depende do tipo de articulação e da estrutura óssea, e que pode 
ser representado por meio de vetores, onde a quantidade e o momento angulares 
expressam como este movimento ocorreu, a partir do âmbito do deslocamento dos 
segmentos corporais envolvidos no espaço, sendo matematicamente representado. 
A maioria dos músculos atua por meio de um pequeno ângulo de tração que, 
geralmente, ocorre a menos de 50º. Assim, os movimentos articulares e os ângulos de 
inserção muscular envolvem pequenos ângulos de tração (FLOYD, 2016). Como o 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
53 
 
 
ângulo de tração interfere diretamente na quantidade de força muscular necessária 
para gerar o movimento articular, a relação entre os dois surge a partir do 
envolvimento de seus três componentes. O rotatório ou vertical atua no sentido 
perpendicular ao eixo longo do osso e da alavanca. Assim, quando a linha de força 
muscular está a 90° em relação ao osso ao qual está ligada, ela é constituída pela 
força rotativa, podendo-se afirmar que 100% dela contribui para esse movimento de 
girar a alavanca ao redor do próprio eixo - quanto mais próximo de 90º o ângulo de 
tração estiver, maior será esse componente, conforme descreve Reda et al. (2018). 
E de acordo com Floyd (2016) é importante entender que em análises do 
movimento humano, além dos graus do ângulo de tração, temos o rotatório, bem 
como outros dois componentes de força. Desta maneira, o autor destaca que o não 
rotatório ou horizontal se apresenta como o componente estabilizador ou 
deslocador, dependendo de o ângulo estar acima ou abaixo de 90°. E se ele estiver 
abaixo de 90°, a força é estabilizadora, pois sua tração direciona o osso para o eixo 
articular, aumentando as forças compressivas no interior da articulação para criar 
sua estabilidade. Porém, caso o ângulo esteja acima de 90°, ela se torna 
deslocadora, porque sua tração promove o afastamento do osso em relação ao eixo 
articular, o que aumenta as forças articulares distrativas e diminui as compressivas, 
elevando a tensão sobre os elementos articulares, como a cápsula e os ligamentos 
(FLOYD, 2016), como pode ser observado na Figura 8, em um movimento comumente 
praticado por ginastas, de giro na barra transversa, o qual exige bastante das 
articulações do cíngulo escapular, sobretudo. 
 
Figura 8: Ginasta executando um círculo na barra transversa 
 
Fonte: WATKINS (2014, p. 25) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
54 
 
 
3.4 RELAÇÃO ENTRE MOVIMENTO LINEAR E ANGULAR 
Ao tratar da relação entre movimento linear e angular é importante entender 
os deslocamentos, neste caso, os angulares e os lineares, conforme descreve Hall 
(2016) e McGinnis (2015). Logo, quanto maior o raio entre um ponto de um corpo em 
rotação e o eixo de rotação, maior será a distância linear percorrida por esse ponto 
durante um movimento angular (Figura 9). Essa observação é expressa na forma de 
uma equação simples, conforme mostra Hall (2016): 
 
𝑠 = 𝑟𝑓 (5) 
 
 
Figura 9: A distância curvilínea percorrida pelo ponto de interesse s é o produto de r, o raio 
de rotação do ponto, e ϕ, é a distância angular pela qual o corpo em rotação se move, 
que é quantificada em radianos. 
 
Fonte: Hall (2016, p. 284) 
 
É fundamental considerar nesta relação, o raio de rotação, considerado a 
distância do eixo de rotação até um ponto de interesse em um corpo em rotação. 
Neste sentido, para que essa relação seja válida, duas condições precisam ser 
atendidas: (a) a distância linear e o raio de rotação precisam ser quantificados na 
mesma unidade de comprimento e (b) a distância angular precisa ser expressa em 
radianos (Hall, 2016). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
55 
 
 
Quando o raio de rotação (expresso em metros) é multiplicado pela 
distância angular em radianos, o resultado é a distância linear em 
metros. Nesse caso, os radianos desaparecem do lado direito da 
equação porque, como pode ser observado da definição de radiano, 
ele serve como um fator de conversão entre medidas lineares e 
angulares (HALL, p. 285). 
 
Ainda de acordo com o autor, a mesma relação serve para a conversão entre 
deslocamento linear e angular. Lembrando, porém, que diferentemente da 
distância, medida ao longo da trajetória, o deslocamento linear é medido em uma 
linha reta entre o ponto inicial e o ponto final. Quando o valor de φ é muito baixo, 
próximo de zero, o deslocamento linear tangencial é muito pequeno e se aproxima 
de uma linha reta. Usando a letra grega delta (Δ) para representar “mudança em”, 
a fórmula que relaciona deslocamento linear e angular é a seguinte: 
 
𝛥𝑠 = 𝑟 𝛥𝜑 (6) 
 
Essa fórmula pode ser resolvida com cálculo. A relação também pode ser 
aproximada usando-se a mesma fórmula para conversão de distância linear e 
angular, conforme destaca Hall (2016, p. 285). 
E em relação à velocidade, Hall (2016) e McGinnis (2015) destacam que existe 
um mesmo tipo de relação entre a velocidade angular de um corpo em rotação e 
a velocidade linear de um ponto desse corpo em determinadoinstante no tempo, 
cuja fórmula é a seguinte: 
𝑣 = 𝑟𝜔 (7) 
 
A velocidade linear (tangencial) do ponto de interesse é v, o raio de 
rotação para esse ponto é r e a velocidade angular do corpo em 
rotação é ω. Para que a equação seja válida, a velocidade angular 
precisa ser expressa em unidades de radianos (tipicamente rad/s) e a 
velocidade precisa ser expressa em unidades do raio de rotação 
dividido pelas unidades de tempo adequadas. Os radianos são 
novamente utilizados como um fator de conversão linear-angular e 
não estão equilibrados nos lados opostos do sinal de igual : m/s = (m) 
(rad/s) (HALL, 2016, p. 287) 
 
Já em relação à aceleração de um corpo em movimento angular, pode ser 
dividida em dois componentes lineares perpendiculares de aceleração. E são 
posicionados ao longo da componente da aceleração do corpo, estando 
perpendiculares à trajetória do movimento angular a qualquer ponto no tempo, 
conforme descreve Hall (2016). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
56 
 
 
Em adição temos o componente direcionado ao longo da trajetória do 
movimento angular, recebe seu nome a partir do termo tangente. Uma tangente é 
uma linha que toca, mas não atravessa, uma curva em um único ponto. O 
componente tangencial, conhecido como aceleração tangencial, representa a 
variação na rapidez linear para um corpo que percorre uma trajetória curva. A 
fórmula da aceleração tangencial é a seguinte: 
 
 
(8) 
 
Logo, o componente da aceleração de um corpo em movimento angular 
posicionado ao longo de uma tangente à trajetória do movimento representa 
variação na rapidez linear (MCGINNIS, 2015). E complementando, a aceleração 
tangencial é at, a velocidade linear tangencial do corpo em movimento em 
qualquer tempo inicial é v1, a velocidade linear tangencial do corpo em movimento 
no segundo tempo é v2 e o intervalo de tempo durante o qual as velocidades foram 
medidas é t. 
 
Embora a rapidez linear de um objeto que percorre uma trajetória 
curvilínea possa não se alterar, sua direção de movimento muda 
constantemente. O segundo componente da aceleração angular 
representa a taxa de mudança na direção de um corpo em 
movimento angular. Esse componente, chamado de aceleração 
radial, é sempre direcionado para o centro da curvatura. A 
aceleração radial pode ser quantificada por meio da seguinte 
fórmula (HALL, 2016, p. 288) 
 
Neste sentido, o componente da aceleração de um corpo em movimento 
angular direcionado para o centro da curvatura representa a mudança na direção. 
Portanto, a aceleração radial é ar, a velocidade linear tangencial do corpo em 
movimento é v e o raio da rotação é r. O aumento na velocidade linear ou a 
diminuição no raio de curvatura aumenta a aceleração radial. Assim, quanto menor 
for o raio de curvatura (mais estreita for a curva), mais difícil será para um ciclista lidar 
com a curva em alta velocidade (HALL, 2016; MCGINNIS, 2015; OATIS, 2014). 
Enfim, entender como as grandezas da cinemática angular podem ser 
quantificadas a partir dos ângulos relativos formados pelos eixos longitudinais dos 
segmentos corporais que se articulam, ou a partir da orientação angular de um único 
segmento angular em relação a uma linha fixa de referência, tornam-se fator 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
57 
 
 
diferencial para uma análise mais eficaz do movimento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
58 
 
 
 
 
1. Os movimentos podem ser classificados como lineares e/ou angulares. Embora a 
quando executados pelo corpo humano, a grande maioria é considerada 
“angular”, ou ainda combinado, uma junção de ambos, linear e angular. 
 
Neste sentido, assinale a alternativa que apresente a definição do movimento 
angular: 
 
a) Quando os pontos paralelos de um objeto movem-se em círculo em torno do 
mesmo eixo fixo. 
b) Deslocamento de um segmento em relação ao ponto nas coordenadas X e Y. 
c) Todos os pontos de um objeto movem-se em trajetos circulares em torno do 
mesmo eixo fixo. 
d) Quando todos os pontos de um objeto movem-se em trajeto linear em torno do 
mesmo eixo fixo. 
e) Todos os pontos de um eixo de rotação em movimento retilíneo uniforme, que gira 
em sentido linear e anti-horário. 
 
2. Em análises biomecânicas, a compreensão dos ângulos formados durante um 
determinado movimento torna-se essencial para uma correta avaliação do 
movimento. De fato, a análise dos ângulos articulares é um importante indicador 
da limitação de amplitude do movimento articular e, que estão muitas vezes 
associadas à mecanismos de prevenção de lesões por sobrecarga articular. 
 
Analise as alternativas a seguir e assinale a que apresente a(s) unidade(s) 
referente(s) à medida da velocidade angular: 
 
a) Velocidade angular: radianos por segundo, graus por segundo ou ainda outra 
unidade de velocidade angular pelo tempo. 
b) Velocidade angular: radianos por segundo, graus por segundo e rotações por 
minuto. 
c) Velocidade angular: radianos por segundo, graus por segundo, rotações por 
minuto, metros por segundo, quilômetros por hora e milhas por hora. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
59 
 
 
d) Velocidade angular: metros por segundo, quilômetros por hora e milhas por hora. 
e) Velocidade angular: metros por segundo, quilômetros por hora e milhas por hora. 
 
3. (MACK-SP) Devido ao movimento de rotação da Terra, uma pessoa sentada 
sobre a linha do Equador tem velocidade escalar, em relação ao centro da Terra, 
igual a: 
 
Adote: Raio equatorial da Terra = 6 300 km e π = 22/7 
 
a) 2250 Km/h. 
b) 1650 Km/h. 
c) 1300 Km/h. 
d) 980 Km/h. 
e) 460 Km/h. 
 
4. Um dos exercícios mais praticados em treinamento de força é a flexão de 
cotovelos, cuja ação é concentrada nos músculos braquiais, considerados os 
agonistas. Por tratar-se de um movimento cujo eixo de rotação é o cotovelo, uma 
análise do movimento permitiu identificar que essa flexão de cotovelo partiu de 
uma posição angular de 0° e indo para uma posição angular final de 120°. 
 
Analise o deslocamento ocorrido durante a execução do exercício e assinale a 
alternativa que apresente a resultante desse deslocamento angular: 
 
a) -180º 
b) 0º 
c) -120° 
d) +120° 
e) +180º 
 
5. Em cinemática, a velocidade e a aceleração, além do deslocamento, fornecem 
dados substanciais acerca do movimento de um objeto qualquer no espaço. No 
caso da biomecânica temos diversos movimentos realizados em planos e eixos 
anatômicos que demandam a verificação desses parâmetros médios e 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
60 
 
 
instantâneos. 
 
Neste sentido, considera-se como principal diferença entre os conceitos de 
velocidade/aceleração média e velocidade/aceleração instantânea, o 
seguinte aspecto: 
 
a) A representação média é feita pela divisão da mudança na aceleração angular 
de maneira escalar por todo o tempo necessário para essa mudança ocorrer. A 
representação instantânea é feita pela divisão da mudança na aceleração 
angular por um pequeno intervalo de tempo necessário para essa mudança 
ocorrer. 
b) A representação média é feita pela divisão da mudança no deslocamento/ 
velocidade angular por todo o tempo necessário para essa mudança ocorrer. A 
representação instantânea é feita pela divisão da mudança no 
deslocamento/velocidade angular por um pequeno intervalo de tempo 
necessário para essa mudança ocorrer. 
c) A representação média é feita pela divisão da mudança no deslocamento/ 
velocidade angular por um pequeno intervalo de tempo necessário para essa 
mudança ocorrer. A representação instantânea é feita pela divisão da mudança 
no deslocamento/velocidade angular por todo o tempo necessário para essa 
mudança ocorrer. 
d) A representação média é feita pela divisão da mudança no deslocamento/ 
velocidade angular por todo o tempo necessário para essa mudança ocorrer. A 
representação instantânea é feita pela divisão da mudança no 
deslocamento/velocidade angular inicial pela mudança no 
deslocamento/velocidadeangular final. 
e) A representação média é feita pela divisão da mudança no deslocamento/ 
velocidade angular final, multiplicado pela mudança no 
deslocamento/velocidade angular médio. A representação instantânea é feita 
pela divisão da mudança no deslocamento/velocidade angular por um pequeno 
intervalo de tempo necessário para essa mudança ocorrer. 
 
6. De um modo geral, define-se a aceleração angular de um corpo como sendo o 
quociente entre a variação da velocidade angular (Dw) e o intervalo de tempo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
61 
 
 
em que ocorre essa variação de velocidade (Dt). 
 
Em relação à aceleração angular, analise as assertivas a seguir, assinalando V 
para as verdadeiras e F para as falsas: 
 
( ) É definida como a taxa de variação do deslocamento angular. 
( ) É definida como a taxa de variação da velocidade angular. 
( ) Chamada de aceleração rotacional, devido as suas características. 
( ) Descreve a taxa de variação da velocidade vetorial. 
 
Agora, assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA: 
 
a) F – V – V – F. 
b) V – F – F – V. 
c) V – V – F – F. 
d) F – V – V – V. 
e) F – V – F – F. 
 
7. (UFPR) Um ponto em movimento circular uniforme descreve 15 voltas por segundo 
em uma circunferência de 8,0 cm de raio. A sua velocidade angular, o seu 
período e a sua velocidade linear são, respectivamente: 
 
a) 20 rad/s; (1/15) s; 280 π cm/s. 
b) 30 rad/s; (1/10) s; 160 π cm/s. 
c) 30 π rad/s; (1/15) s; 240 π cm/s. 
d) 60 π rad/s; 15 s; 240 π cm/s. 
e) 40 π rad/s; 15 s; 200 π cm/s. 
 
8. Medir o ângulo de movimento permite analisar de forma eficaz não só a 
amplitude em que este movimento é executado, como também a sua correta 
execução, fornecendo ao avaliador um parâmetro interessante que pode ser 
incorporado à rotina de análise do paciente ou atleta, por exemplo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
62 
 
 
Analise as assertivas a seguir, marque verdadeiro (V) ou falso (F) para as sentenças 
e depois encontre a alternativa com a sequência correta. 
 
( ) A amplitude dos movimentos ativo e passivo pode ser medida com o auxílio de 
um goniômetro, que possui nível satisfatório de confiabilidade intraobservadores. 
( ) A American Medical Association (AMA) recomenda que o registro da amplitude 
de movimento seja feito com base na posição neutra de uma articulação. 
( ) O goniômetro é um instrumento largamente usado no diagnóstico fisioterapêutico 
para medir a amplitude de movimento articular. 
( ) O goniômetro é um instrumento de medição ou de verificação de medidas 
lineares e/ou curvilíneas, dependendo da articulação. 
 
a) V – V – V – F. 
b) F – F – V – V. 
c) V – F – V – F. 
d) F – V – V – F. 
e) F – F – F – V. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
63 
 
 
CINÉTICA LINEAR 
 
 
 
 
 
4.1 INTRODUÇÃO 
A cinética linear é o ramo da Biomecânica responsável em investigar as 
causas das mudanças na velocidade linear e, diferentemente da cinemática, o 
objetivo da cinética é investigar como essas forças externas ou internas podem 
influenciar o movimento, em geral. Dentre os principais conteúdos que devemos 
entender e que podem justificar essas mudanças, estão as Leis de Newton, conforme 
descreve Watkins (2014). 
As leis de Newton são melhores observadas, tendo em vista que, o corpo 
humano pode gerar forças, neste caso, as internas; bem como resistir às ações das 
forças externas durante a realização dos movimentos, deixando clara a importância 
de considerar-se as Leis de Newton para a investigação desses aspectos. A cinética, 
conforme apresentado em capítulos anteriores, permite compreender como as 
forças musculares e articulares, conhecidas como forças internas atuam no sistema, 
para que o movimento ocorra e ainda, as forças externas envolvidas de forma direta 
para a realização do movimento ou mesmo manter um corpo na posição estática. 
Em análises biomecânicas, compreender as ações conhecidas como estáticas e 
dinâmicas é essencial para a análise do movimento em si. Neste sentido, as Leis de 
Newton aparecem novamente como base fundamental para que o movimento seja 
analisado de forma assertiva, mediante conceitos considerados cientificamente 
validados. Neste sentido, as causas e os efeitos devem ser considerados, pois o 
movimento deve ser compreendido de forma integral, o que provém ferramentas 
suficientes para que o treinamento seja otimizado. E neste caso, é importante que o 
profissional de Educação Física/treinador foque o programa de treinamento não 
apenas na performance, mas também na prevenção de lesões, cujo conhecimento 
acerca dos aspectos que cerceiam o movimento humano, em geral, permanecem 
escassos. Enfim, Hamill et al. (2016) descrevem a importância de considerarmos as 
diferentes forças empregadas para a produção de um movimento, bem como 
parar, acelerar ou mesmo mudar a direção do objeto e/ou do corpo no espaço. É 
importante considerar-se os diferentes elementos que tendem a influenciar e atuar 
UNIDADE 
04 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
64 
 
 
diretamente sobre o movimento humano, dos quais destacam-se: o peso corporal, 
o atrito e ainda as resistências, do ar e/ou da água. 
 
4.2 COMPOSIÇÃO E RESOLUÇÃO DE FORÇAS 
Em termos conceituais, entende-se as forças concorrentes como forças que 
são aplicadas no mesmo ponto e, desta maneira, estarem perpendiculares, na 
mesma direção e sentido, ou ainda, na mesma direção e em sentidos diferentes. O 
somatório de todas as forças que atuam sobre um determinado corpo é conhecido 
como “força resultante”, as quais podem ser iguais ou diferentes de zero, conforme 
descreve Hall (2016). Em análises vetoriais (das forças atuando sobre um determinado 
corpo), é considerado vetor nulo o que se apresenta similar a um ponto qualquer no 
sistema cartesiano; por outro lado, é considerado diferente de zero, quando o vetor 
passa a ser considerado resultante, devido as suas características básicas: uma 
direção, um sentido e uma magnitude. 
Pode ser encontrada graficamente por meio da construção de um 
paralelogramo (HALL, 2016). A força resultante é considerada a diagonal do 
paralelogramo, ou seja, o resultado das duas forças, que gera uma força resultante. 
A força resultante é caracterizada por ser a formada a partir da combinação das 
forças originais com sua origem no mesmo local. As linhas que cruzam paralelamente 
as forças originais criam um paralelogramo. Quando os vetores de força aumentam, 
a linha que cruza o centro do paralelogramo a partir do ponto de partida dos vetores 
é conhecida como a magnitude e a direção da força do vetor resultante (Figura 10). 
Figura 10: Sistemas de forças concorrentes. (a) As forças concorrentes de 
mesmo hemisfério e (b) Forças concorrentes de hemisférios opostos. Vale destacar 
que os pontos a e b são os pontos considerados de aplicação das forças e o ponto 
c representa o vetor da força resultante R. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
65 
 
 
Figura 10: Sistemas de forças concorrentes 
 
Fonte: Disponível em: https://bit.ly/3siggAE. Acesso em: 17 nov. 2021 
 
Dentre as possibilidades de obter a força resultante, destaca-se o uso da 
“regra do paralelogramo”. A partir dessa lei, entende-se os ângulos iguais ou 
diferentes de 90°. De acordo com a Lei da Inércia (1ª de Newton) entende-se a ação 
de um corpo sobre outro de forças conhecidas como concorrentes; este mesmo 
corpo estará em equilíbrio quando a resultante de sua soma vetorial for nula. Um 
estilingue ou arco e flecha, é um exemplo claro desse conceito. À medida que o 
ângulo entre as duas forças aumenta, a força resultante diminui, chegando ao 
mínimo quando as forças estão alinhadas e atuam em direções diretamente opostas, 
isto é, quando o ângulo entre elas se torna 180°; esse é um sistema essencialmente 
paralelo, com uma força positiva e a outra negativa (HOUGLUM e BERTOTI, 2014; 
LIPPERT,2018). Por outro lado, quando o ângulo entre as forças se torna menor, a 
força resultante aumenta. Quando o ângulo se torna zero, as forças estão alinhadas 
(ou paralelas) e na mesma direção, portanto, a força resultante é a soma das duas. 
Como os vetores componentes produzem o vetor resultante e o centro de movimento 
para os segmentos do corpo é uma articulação, sabemos que os dois vetores 
existentes que produzem o vetor resultante atuam para girar ou mover o segmento 
para perto da articulação ou em direção a ela (HOUGLUM e BERTOTI, 2014; LIPPERT, 
2018). 
https://bit.ly/3siggAE
 
 
 
 
 
 
 
 
 
66 
 
 
 
 
Figura 11: Resultantes de forças que atuam no músculo deltoide (porção clavicular) 
 
Fonte: Adaptado LIPPERT(2018) 
 
No caso específico do músculo deltoide, a tração das forças atuando de 
maneira diferente, gera uma força resultante capaz de provocar um movimento que 
se aproximaria mais da direção da parte clavicular (Figura 12), fazendo o ombro 
flexionar e abduzir diagonalmente na direção anterior e lateral (LIPPERT, 2018). 
 
https://bit.ly/3M05gA0
 
 
 
 
 
 
 
 
 
67 
 
 
Figura 12: Resultante de forças diferentes dirige-se para a de maior força (magnitude) 
 
Fonte: Adaptado LIPPERT (2018) 
 
As forças paralelas ocorrem no mesmo plano e podem ter o mesmo sentido 
ou sentidos contrários. É um sistema levemente mais complicado, no qual todas as 
forças possuem a mesma orientação, mas não a mesma linha de ação, o que faz 
com que esses vetores de força sejam considerados paralelos uns aos outros, devido 
à ação da linha de força que atua sobre um ponto específico. Nessa situação, ainda 
existem apenas forças ao longo de um eixo, mas também existem momentos a se 
considerar, conforme descreve (HOUGLUM e BERTOTI, 2014; LIPPERT, 2018). 
Tratando-se da articulação musculoesquelética, como por exemplo do 
deltoide, uma das forças é produzida pelo músculo, e a outra força é gerada pelo 
contato e o ponto de rotação, considerado o centro de rotação da articulação. 
Hewitt (2012) destaca que as duas forças, as concorrentes e as paralelas, podem 
ocorrer de duas maneiras, a destacar: do mesmo lado ou ainda, em lados diferentes 
do centro de rotação. Um exemplo simples desse sistema de forças pode ser 
representado por duas crianças sentadas em uma gangorra. As forças são as duas 
crianças e a força contrária é a barra de apoio no meio, que permite um movimento 
de rotação quando uma força é maior do que a outra. 
McGinnis (2015) destaca a ação das forças atuando sobre o corpo humano, 
mais especificamente, o autor destaca as mudanças de direções e sentidos dessas 
forças, que ocorrem para que muitas vezes um corpo realize algum movimento, em 
diferentes planos e eixos anatômicos. 
É importante considerarmos as ações das forças, não apenas em situações 
consideradas “dinâmicas”, uma vez que quando estamos parados, as forças podem 
atuar, porém de uma maneira um pouco diferente, neste caso, o objetivo do corpo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
68 
 
 
é buscar manter-se em equilíbrio estático. McGinnis (2015) descreve que um 
importante fator que incidirá sobre a manutenção ou não deste equilíbrio depende 
basicamente das forças externas (manipulação). É importante lembrar que as ações 
das forças externas são fundamentais para a manutenção do equilíbrio, tendo em 
vista que o corpo precisa vencer a todo momento o estado constante de 
“desequilíbrio”, como por exemplo, no controle postural ou em movimentos que 
demandam precisão em sua execução. 
A análise biomecânica do movimento humano depende das diferentes forças 
que atuam sobre um determinado corpo e, para tal, a compreensão das forças 
resultantes, de seus componentes de força, bem como da decomposição destas 
permitirá ao avaliador compreender de forma mais completa como o corpo/objeto 
consegue manter-se em equilíbrio. E ainda, de acordo com o autor, a maioria das 
forças que ocorre dentro do corpo ou sobre ele é aplicada em ângulos em relação 
ao segmento em vez de em um sistema paralelo (MCGINNIS, 2015). 
Neste sentido, surge a resolução de forças, sistema que pode auxiliar a 
entender melhor esses tipos de aplicações, dividindo-a em suas duas forças 
componentes. Podemos usar essa resolução para visualizar o efeito dessas forças 
angulares sobre o corpo, determinar o torque produzido por elas e, ainda, calcular a 
magnitude das forças musculares e articulares desconhecidas. Todo esse processo 
pode ser explicado através do princípio matemático de qualquer número, o qual 
pode ser representado por dois ou mais números diferentes (7 pode ser representado 
por 6 + 1 ou 5 + 2, por exemplo). Como um vetor de força é um número, podemos 
estender esse princípio para dizer que qualquer vetor pode ser representado por dois 
ou mais vetores. A resolução de um vetor de força, portanto, é a divisão de um vetor 
em dois ou mais vetores componentes, os quais são as forças cujas magnitudes e 
direções combinadas produzem um único vetor conhecido como vetor resultante 
(HOUGLUM e BERTOTI, 2014). 
Para entender os componentes de força, vamos classificar os diferentes tipos 
de força e, em seguida, a composição e a decomposição de forças. 
No que tange aos movimentos corporais, o indivíduo está exposto a mais de 
uma força, conforme mostrado nesta Unidade. Portanto, em análises biomecânicas, 
considerar a decomposição das forças (somatório das forças) que atuam sobre um 
corpo seria a maneira mais confiável de quantificar quais e como essas forças, 
internas e/ou externas atuam sobre o corpo. Em adição, Houglum e Bertoti (2014) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
69 
 
 
trazem o conceito de força líquida, que para alguns autores pode ser entendida 
como “força resultante”, e para esses autores trata-se de uma força conhecida 
como “líquida”, obtida a partir da soma de todas as forças externas que atuam sobre 
o objeto, sendo que esta soma não é algébrica e, sim, vetorial. 
Lippert (2018) e McGinnis (2015) destacam a importância da adição dos 
vetores para o cálculo das forças atuantes sobre o corpo, em particular a resultante, 
e evidencia a adição de vetores como forças deve ser feita considerando-se não 
apenas a soma dos números que representam seus tamanhos, bem como as direções 
que essas forças atuam. 
 
Figura 13: Um ginasta pendurado em uma barra na horizontal, que representa o diagrama 
de corpo livre e mostra as forças externas que atuam sobre esse ginasta. 
 
Fonte: Adaptado MCGINNIS (2015) 
 
Ao contrário de combinar duas ou mais forças em uma única resultante, 
geralmente, o que se encontra é a decomposição de uma força em dois 
componentes dispostos formando ângulos retos um em relação ao outro. Neste caso, 
a decomposição dessas forças tem como objetivo determinar a quantidade de força 
que está sendo liberada, na direção perpendicular e, ainda, paralelamente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
70 
 
 
Inicialmente, as forças aplicadas podem ser associadas a uma única resultante e, 
depois, esta resultante pode ser decomposta nos componentes horizontal e vertical. 
A decomposição das forças pode ser feita também a partir de uma outra 
perspectiva, em que os componentes horizontal e vertical passam a ser 
considerados, de maneira separada, e determinam os vetores resultantes nas 
direções horizontal e vertical, elementos estes que devem ser considerados. 
 
Em todo caso, se uma força tem um componente vertical intrusivo e 
uma segunda força tem um componente vertical extrusivo, uma 
direção deve ser selecionada como negativa e a outra como positiva; 
assim a adição resultará em um valor final correto (MCGINNIS, 2015, p. 
12). 
 
Na prática, se pensarmos em um atleta de arremesso de peso que exerce uma 
força de 100 N sobre o implemento em um ângulo de 60° com relação à horizontal. 
Tendo em vista que a massa do implemento (peso) é igual a 4 kg. Para obtermos, por 
exemplo, o valor da forçalíquida atuando no arremesso, é necessário em primeiro 
lugar, determinar o peso do implemento, conforme será descrito logo abaixo, em 
etapas: 
1º Considerando o valor de g igual a 10 m/s2, temos valor do peso total do 
implemento, obtido por meio da fórmula: P = mg = (4 kg) (10) = 40 N, conforme mostra 
a Figura 14. 
2º A identificação da força externa líquida pode ser feita, adicionando-se 
graficamente os 40 N do peso à força de 100 N exercida pelo atleta. 
3º A partir dos dados levantados até aqui, é possível construir/representar 
graficamente a solução, que se assemelha à representação gráfica mostrada na 
figura 15. 
4º Medindo-se a força resultante, obtém-se o valor estimado de 68 N, sendo 
que esta força tende a atuar para cima e para a direita, formando um ângulo com 
a perpendicular, um pouco menor que 45°. E em relação à força de 100 N, pode ser 
representada de forma gráfica, atuando para frente e para cima em um ângulo de 
60° como um par de forças. 
5º É possível, com a representação gráfica estabelecida, a partir do diagrama 
de corpos livres, entender que ambas as forças são chamadas de componentes 
horizontal e vertical da força de 100 N. Componentes são as partes que formam um 
sistema. No caso, são as partes que formam ou têm o mesmo efeito que a força de 
100 N. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
71 
 
 
Figura 14: As forças que atuam sobre um arremessador de peso 
 
Fonte: MCGINNIS (2015) 
 
Figura 15: Determinação gráfica da força resultante agindo no arremesso 
 
Fonte: MCGINNIS (2015) 
 
A partir do exemplo acima é possível decompormos a força em suas 
respectivas componentes, tendo em vista ser possível somarmos essas duas 
componentes de força que atuam sobre o corpo, a horizontal e a vertical. Por meio 
do teorema de Pitágoras pode-se realizar a equação matemática, o cálculo do 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
72 
 
 
triângulo retângulo. 
McGinnis (2015) descreve a decomposição de forças como algo que torna 
mais fácil a compreensão das forças que atuam sobre um corpo, incluindo suas 
diferentes variáveis, que interferem de forma evidente nessa ação. De fato, os 
componentes permitem que as forças horizontais sejam algebricamente somadas, o 
que permite determinar a resultante horizontal e, ainda, as verticais, as quais 
permitem determinar a resultante vertical, adotando-se o mesmo princípio da adição 
vetorial. 
 
4.3 CARACTERÍSTICAS E TIPOS DE FORÇA 
Hall (2016) define força como o resultado da interação entre dois corpos 
físicos, que atuam em contato direto uns com os outros, a qual deve ser sempre 
proporcional à aceleração empregada. Ainda de acordo com a autora, a força é 
um elemento essencial, sendo esta considerada uma derivada do impulso em 
relação ao tempo. 
O conceito de força pode ser definido em física como a compreensão 
prática de que, todo agente que é capaz de alterar o estado de movimento ou 
repouso de um corpo, e de acordo com Neumann (2018) consegue imprimir uma 
aceleração que seja a favor ou contrária ao movimento. Destaca-se ainda, que 
essas forças são expressas a partir de uma combinação da magnitude e da taxa de 
mudança da direção. 
A partir das ideias estabelecidas por Newton, em sua 2ª Lei - Princípio 
Fundamental da Dinâmica, podemos entender de forma clara a força que atua 
sobre um determinado corpo ou objeto no espaço, fazendo com este atinja uma 
aceleração determinada, tendo em vista sua massa e a força empregada durante 
o movimento. O cálculo matemático que representa essa Lei é dado a partir dos 
seguintes componentes: a força, a massa e a aceleração. Neste caso, a quantidade 
de uma força (F) pode ser medida pelo produto da massa (m) que recebe impulso 
ou tração, multiplicado pela aceleração (a) da massa, representada pela seguinte 
fórmula matemática: 
[𝐹 = 𝑚. 𝑎]. 9 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
73 
 
 
Dada uma massa constante, uma força é diretamente proporcional à 
aceleração dessa massa: a medida da força produz a aceleração do corpo e vice-
versa. Ainda de acordo com o autor, a força total é zero quando a aceleração da 
massa é zero. 
Nota-se que o padrão internacional de unidade de força é o Newton (N): 
 
1 𝑁 = 1 𝑘𝑔 𝑥 1 𝑚/𝑠𝑒𝑐2. 10 
 
Hall (2016) e McGinnis (2015) descrevem a importância de considerar-se em 
biomecânica os componentes que precisam ser considerados para que o 
movimento ocorra, dentre os quais: 
a) Ponto de Aplicação: Associado ao ponto em que é aplicada de forma 
direta uma determinada força. 
b) Sentido: Compreendida como um elemento que indica e/ou orienta a 
direção da atuação de uma determinada (para direita ou para esquerda, para 
cima, para baixo, para o centro). 
c) Direção: Considerada a linha de ação da força, que neste caso, pode ser 
horizontal, vertical ou diagonal, e permite que o corpo possa se locomover de um 
ponto a outro. 
d) Intensidade: É a relevância da força aplicada. Pode ser definida como a 
resultante dos vetores de força, e pode ser descrita, principalmente, de duas formas: 
em Newton (N) ou em Quilograma Força (Kgf). 
 
Uma força compõe aquilo que é conhecido como quantidade 
vetorial. Um vetor é uma representação matemática de qualquer 
coisa que é definida por seu tamanho ou magnitude (um número) e 
sua direção (sua orientação). Para descrever totalmente uma força, 
você deve descrever sua intensidade e direção (MCGINNIS, 2015, p. 
20). 
 
E em relação aos tipos de forças, McGinnis (2015) descreve que podem ser 
categorizadas em internas e externas, conforme você verá a seguir: 
As forças internas atuam dentro do objeto ou sistema. As forças internas 
podem ser compreendidas, por exemplo, como a ação e a reação, as quais atuam 
em partes diferentes do sistema (ou corpo) conforme descreve Hall (2016). E, ainda, 
um aspecto importante em relação às forças internas, destacado por McGinnis 
(2015), é que essas forças têm a capacidade de alterar o segmento corporal em que 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
74 
 
 
atuam de maneira direta, por outro lado, essas forças por atuarem em oposição, não 
são capazes de interferir no movimento do corpo como um todo. 
 
Na biomecânica do esporte, os objetos cujos movimentos nos 
interessam são o corpo do atleta e o implemento manipulado por ele. 
O corpo humano é um sistema de estruturas – órgãos, ossos, músculos, 
tendões, ligamentos, cartilagens e outros tecidos. Essas estruturas 
exercem força umas sobre as outras. Os músculos puxam tendões, que 
puxam ossos. Nas articulações, ossos empurram cartilagens, que 
empurram outras cartilagens e ossos. Se as forças puxam a 
extremidade de uma estrutura interna, elas são chamadas de forças 
de tração, e dizemos que a estrutura está́ sendo tracionada. Se elas 
empurram, são chamadas de forças de compressão, e diz que a 
estrutura está sendo comprimida. As forças internas mantêm as coisas 
juntas quando a estrutura está sendo tracionada ou comprimida. Às 
vezes, as forças de tração e compressão são maiores que as forças 
internas suportadas pela estrutura. Quando isso acontece, a estrutura 
falha e quebra. A falha estrutural no corpo ocorre quando músculos 
distendem, tendões e ligamentos rompem, e ossos quebram 
(MCGINNIS, 2015, p. 21). 
 
As forças internas que atuam sobre um determinado corpo podem ser vistas 
na Figura 16. Neste caso, podemos observar o atleta executando o arremesso, e as 
forças que atuam, previamente, ao lançamento do peso. 
 
Figura 16: Forças que atuam sobre o arremessador durante o lançamento de peso 
 
Fonte: McGinnis (2015, p. 21) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
75 
 
 
Enfim, as forças internas podem ser importantes no estudo da biomecânica do 
esporte e exercício, sobretudo, quando o foco da análise é direcionado a investigar 
a natureza e/ou a causa das mais diversas lesões. Por outro lado, entender as forças 
externas, como responsáveis em produzir qualquer mudança no movimento do 
centrode massa do corpo torna-se fundamental, e complementa o entendimento 
das forças que atuam sobre o corpo, conforme descreve McGinnis (2015). 
As forças externas atuam em um objeto como resultado de sua interação com 
o ambiente. De acordo com McGinnis (2015) tratam-se de forças, as quais podem ser 
classificadas em dois tipos: de contato e não contato. Grande parte das forças é 
considerada de contato e ocorre, principalmente, quando há de fato um “contato” 
entre um objeto e outro corpo, como por exemplo as FRS (forças de reação do solo), 
que representam o contato dos pés no solo. Por outro lado, forças de não contato, 
como o próprio nome já diz, ocorrem sem a necessidade de contato entre o objeto 
e o corpo, como ocorre por exemplo, na atração gravitacional da Terra. Em adição, 
McGinnis (2015) e Hall (2016) destacam que no esporte e no exercício, a única força 
de não contato com que se deve preocupar é a da gravidade que, quando atua 
sobre um objeto, é definida como o peso do objeto. 
Merecem destaque as forças de contato: 
 
Aquelas que ocorrem entre objetos em contato um com o outro, os 
quais podem ser sólidos ou fluidos. A resistência do ar e a da água são 
exemplos de forças de contato fluidas. As forças de contato mais 
importantes em esportes ocorrem entre objetos sólidos, como o atleta 
e algum outro objeto (MCGINNIS, 2015, p. 22). 
 
Nos esportes, a corrida pode ser considerada uma das principais modalidades 
que utiliza as forças de contato. E de acordo com McGinnis (2015) a combinação 
dos movimentos da corrida (ciclos e/ou fases) mostra uma alteração da aceleração 
do corpo, a qual deve ser constante, e o corpo assume uma posição do CM para 
frente e para cima durante uma passada de corrida, por exemplo. O autor destaca 
que esta maneira seria considerada a ideal, em termos de eficiência energética, 
propulsão e técnica, precisa que o corpo esteja em contato (pé) com o solo, 
empurrando-o para trás e para baixo. 
Uma outra componente da força de contato que deve ser considerada é a 
força de atrito (Figura 17). Trata-se de uma força determinada a partir de uma linha 
de ação que ocorre paralela às duas superfícies em contato (ex: na corrida, o pé e 
o solo) e se opõe ao movimento ou deslizamento que ocorre entre as superfícies. E 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
76 
 
 
no caso específico da corrida, a força de atrito é a componente da força que atua 
para frente no corredor e para trás no solo. 
 
Figura 17: Representação da força de atrito e da força de contato normal, na iminência de 
um passo durante a marcha humana 
 
Fonte: McGinnis (2015, p. 23) 
 
O atrito pode ser classificado em: estático ou dinâmico. McGinnis (2015) 
destaca que o atrito estático é representado por forças desprezíveis, que atuam sem 
apresentar movimento relativo entre o corpo e outro objeto. Vale ressaltar que alguns 
autores reconhecem, ainda, o atrito limite, uma condição decorrente da descrição 
da máxima quantidade de atrito desenvolvida no momento anterior às duas 
superfícies começarem a deslizar. E o atrito dinâmico, conhecido como atrito de 
deslizamento ou cinemático, de acordo com McGinnis (2015) é uma situação 
decorrente do contato que ocorre entre duas superfícies que apresentam em 
movimento relativo entre si, sendo considerada a mais comum em gestos e/ou 
movimentos esportivos. 
 
 
 
https://bit.ly/350VbSO
 
 
 
 
 
 
 
 
 
77 
 
 
4.4 LEIS DE MOVIMENTO DE NEWTON 
Os movimentos humanos são bastante complexos, haja vista, a enorme gama 
de possibilidades que envolvem cada um destes. De fato, para que os movimentos 
sejam analisados de forma precisa, a perspectiva aplicada por meio da 
biomecânica torna-se uma das ferramentas mais seguras e eficazes de fazê-lo, em 
que os resultados encontrados destas análises podem ser utilizados da forma mais 
assertiva quanto possível. Neste sentido, entender o movimento humano sob a 
perspectiva da biomecânica, significa atrelar o entendimento do movimento em 
termos qualitativos e/ou quantitativos, conforme visto na Unidade 2. 
De acordo com Hall (2016) e McGinnis (2015) cabe à mecânica investigar as 
ações físicas das forças, sendo dividida em duas subáreas: estática e dinâmica. A 
estática envolve o estudo de sistemas que se encontram em um estado constante 
de movimento, seja em repouso sem nenhum movimento ou movimentando--se em 
velocidade constante sem aceleração. Na estática todas as forças que atuam 
sobre o corpo estão balanceadas, ou seja, o corpo em equilíbrio. Já a dinâmica, 
envolve o estudo de sistemas em movimento com aceleração, lembrando que um 
sistema em aceleração está desequilibrado em virtude das forças desiguais em 
ação sobre o corpo. 
Em relação às forças, quando está atuando sobre um corpo, podemos ter 
respostas diferentes. De acordo com Hall (2016) algumas respostas irão depender 
da direção de cada força e da magnitude delas, portanto, essa resposta é 
chamada, dentro da terminologia da biomecânica, de resultante. 
Quando existem forças de direção e sentidos iguais, neste caso, a intensidade 
da força resultante é equivalente à adição das intensidades das forças que 
compõem em um mesmo sentido e na mesma direção. Por outro lado, caso essas 
forças atuem na mesma direção, porém em sentidos opostos, a resultante dessa 
força é igual à diferença entre as magnitudes das forças que compõem o vetor, o 
que gera um resultado final em que a força seja representada graficamente por 
uma direção e sentido iguais àquela encontrada na maior força componente (HALL, 
2016; MCGINNIS, 2015). 
A seguir, você verá de forma detalhada cada uma das Leis de Newton, as 
quais devem ser consideradas na análise de qualquer tipo de movimento e, 
especificamente, no movimento humano são relevantes devido a sua importância 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
78 
 
 
nestas análises. As Leis de Newton são conhecidas como: inércia, aceleração e 
ação-reação. 
A primeira lei, ou lei da inércia, descreve o estado de movimento ou repouso 
de um corpo no espaço. Um corpo em repouso, tende a continuar em repouso, bem 
como, um corpo em movimento, tende a continuar em movimento (MCGINNIS, 
2015) dependendo da força que sobre eles é aplicada. Sendo que neste caso, é 
preciso que haja uma força extra para superar a inércia de um corpo e fazer com 
que ele se mova, pare ou mude de direção. 
Na prática, um exemplo interessante: “um patinador deslizando sobre o gelo 
continuará deslizando com a mesma rapidez e na mesma direção, a menos que 
uma força externa atue sobre ele” (HALL, 2016, p. 296). No caso do exemplo 
apresentado, deve-se considerar o atrito e a resistência do ar como sendo as 
principais forças presentes, e que atuam na desaceleração necessária dos 
patinadores, para que o movimento seja executado de forma controlada. 
E complementando, a segunda lei, conhecida como lei da aceleração, é 
aquela que trata da relação aceleração-força, em que a magnitude da aceleração 
empregada em um corpo/objeto depende da intensidade da força aplicada. 
McGinnis (2015) descreve que a aceleração pode ser definida como qualquer 
variação na velocidade de um corpo, e causa a mudança de direção do 
corpo/objeto no espaço. A força empregada é essencial para que essa aceleração 
seja suficiente a causar tal mudança do corpo/objeto, conforme descreve Hall 
(2016). 
Atrelada à segunda lei, temos um outro importante elemento, a massa de um 
corpo, considerada a quantidade total da matéria de um corpo. E neste caso, é 
importante compreender a aceleração sendo inversamente proporcional à massa 
de um corpo. Se a mesma força for aplicada a dois corpos de diferentes massas a 
aceleração do corpo de maior massa será menor do que o corpo de menor massa. 
 
A expressão algébrica da lei é a fórmula bem conhecida que expressa 
as relações quantitativas entre uma força aplicada, a massa de um 
corpo e a aceleração resultante de umcorpo: [F = ma] (HALL, 2016, p. 
296). 
 
De fato, a segunda lei de Newton também se aplica a um corpo em 
movimento, conforme complementa Hall (2016): como por exemplo, nos esportes, 
quando um jogador de defesa do futebol americano que corre pelo campo é 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
79 
 
 
bloqueado por um jogador adversário, constata-se que a velocidade do jogador 
de defesa após o contato é uma função da direção original do jogador, da rapidez, 
da direção e da magnitude da força exercida pelo jogador adversário, e esses 
fatores devem ser considerados ao calcular-se a força exercida no momento da 
ação analisada. 
E finalmente, temos a terceira lei de Newton, conhecida como lei da ação e 
reação e que, de acordo com McGinnis (2015), está associada à força de ação 
quando aplicada sofrerá uma reação contrária a esta força, de mesmo módulo e 
direção, porém em sentido contrário. A intensidade da reação é sempre igual à 
intensidade da ação exercida por um corpo sobre o outro, e ocorre sempre no 
sentido oposto ao primeiro corpo. E Hall (2016) traz um exemplo prático acerca desta 
lei, em que uma pessoa ao se apoiar contra uma parede, a parede “empurra” a 
mão de volta com uma força que é igual e oposta à força exercida pela mão sobre 
a parede. Neste sentido, a autora destaca que quanto mais forte a mão empurra a 
parede, maior é a pressão sentida sobre a superfície da mão que faz contato com 
a parede. 
Em biomecânica, a força de reação do solo pode ser considerada a 
representação clássica da terceira lei de Newton, e a análise do ciclo da marcha 
humana, o exemplo mais bem empregado para descrever tal lei. 
 
Os pesquisadores e profissionais da saúde quantificam e estudam 
essas forças de reação do solo (FRSs) ao analisarem diferentes padrões 
de marcha entre diferentes faixas etárias e entre indivíduos com 
condições incapacitantes. Os pesquisadores estudaram as FRSs que 
são produzidas a cada pisada durante a corrida para investigar os 
fatores relacionados com o desempenho e as lesões relacionadas 
com a corrida. A magnitude do componente vertical das FRSs durante 
a corrida sobre uma superfície plana geralmente corresponde a duas 
ou três vezes o peso corporal do corredor, com o padrão de força 
produzido durante o contato com o chão variando de acordo com o 
estilo de corrida (...) (HALL, 2016, p. 296). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
80 
 
 
Hall (2016) destaca ainda a lei da gravidade, como uma das contribuições 
mais significativas à revolução científica, sendo considerada por muitos o marco do 
início da ciência moderna. De acordo com Hall (2016, p. 298) “Todos os corpos são 
atraídos uns pelos outros com uma força proporcional ao produto de suas massas e 
inversamente proporcional ao quadrado da distância entre eles”. Neste sentido, 
temos a representação algébrica desta lei estabelecida da seguinte maneira: 
 
𝐹𝑔 = 𝐺 [𝑚1𝑚2] / 𝑑2 11 
 
 A força de atração gravitacional é Fg, G é uma constante numérica, onde: 
[m1; m2, são as massas dos corpos]; [d, representa a distância entre os centros de 
massa dos corpos]. Em adição, Hall (2016) menciona que, para aplicações 
biomecânicas, a única atração gravitacional de consequência é aquela produzida 
pela Terra devido à dimensão total de sua massa. E, complementando, a taxa de 
aceleração gravitacional na qual os corpos são atraídos na direção da superfície 
da Terra (9,81 m/s2) é baseada na massa da Terra e na distância até o centro de 
gravidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
81 
 
 
FIXANDO CONTEÚDO 
1. (CPCON 2019) As forças estudadas incluem tanto forças internas, produzidas pelos 
músculos, quanto forças externas, que atuam sobre o corpo. Para os treinadores, 
as avaliações biomecânicas são de extrema importância para a interpretação 
do “problema” e direcionamento treinamento. As análises do movimento 
humano podem ser enquadradas dentro de dois grandes blocos de avaliação. 
 
Após a leitura do texto motivador acima, é CORRETO afirmar que a análise do 
movimento humano pode ser: 
 
a) Qualitativa, pois implica que números não estão envolvidos; e quantitativa, pois 
diz respeito à descrição da quantidade, sem uso de números. 
b) Qualitativa, pois implica que números estejam envolvidos; e quantitativa, pois diz 
respeito à descrição da qualidade, com o uso de números. 
c) Qualitativa, pois implica que números não estejam envolvidos; e quantitativa, pois 
diz respeito à descrição exclusiva da qualidade. 
d) Quantitativa, pois implica que números estejam envolvidos; e qualitativa, pois diz 
respeito à descrição da qualidade, sem o uso de números. 
e) Somente qualitativa, porque não implica que números estejam envolvidos. 
 
2. As Leis de Newton são os princípios fundamentais usados para analisar o 
movimento. Leia as afirmativas a seguir com relação às três Leis de Newton 
relacionadas ao movimento humano: 
 
I. A versão angular da primeira lei diz que um corpo em rotação manterá um estado 
de movimento rotacional constante a menos que sofra a ação de um torque 
externo. Ao contrário de sua contraparte linear (a massa), o momento de inércia 
de um corpo não depende apenas da massa do objeto, mas também da 
distribuição da massa com relação ao eixo de rotação. 
II. A segunda lei na sua versão angular diz que um torque externo produzirá a 
aceleração angular de um corpo que seja proporcional ao torque e esteja na 
direção dele, e que seja inversamente proporcional ao momento de inércia do 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
82 
 
 
corpo. Desse modo, quanto maior o momento de inércia em relação ao eixo de 
rotação, menor é a aceleração angular resultante. 
III. A terceira lei expressa na forma angular mostra que para cada torque exercido 
por um corpo sobre outro, há um torque parecido e oposto exercido pelo 
segundo corpo sobre o primeiro. Os torques não são iguais porque dependerão 
da magnitude do torque do segundo corpo sobre o primeiro, além do grau de 
dureza dos materiais em contato um com o outro. 
 
Assinale a alternativa que contém as assertivas corretas: 
 
a) I, apenas. 
b) II, apenas. 
c) I e II, apenas. 
d) II e III, apenas. 
e) I, II e III. 
 
3. (CESGRANRIO 2014) Um engradado com massa de 40 kg deve ser empurrado 
deslizando sobre uma superfície horizontal cujo coeficiente de atrito dinâmico 
vale 0,6. Considerando g = 10 m/s², o engradado apresentará um movimento com 
aceleração constante de 1,2 m/s² se a força, em N, nele atuante no sentido do 
movimento, for igual a: 
 
a) 144. 
b) 192. 
c) 240. 
d) 288. 
e) 380. 
 
4. Segundo a cinética linear e os conceitos de massa, inércia e momento linear, está 
correto afirmar que: 
 
I. Massa é a quantidade de matéria que forma um corpo. 
II. Inércia é a relutância de um objeto estacionário em se mover, sendo a 
aceleração do objeto a medida de sua inércia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
83 
 
 
III. Momento linear é o produto da massa de um objeto pela sua velocidade linear. 
 
a) Somente a afirmação I está correta. 
b) Somente a afirmação II está correta. 
c) Somente a afirmação III está correta. 
d) Somente as afirmações I e II estão corretas. 
e) Somente as afirmações I e III estão corretas. 
 
5. (ADAPTADA - ITAME 2019) Quando uma pessoa empurra um caixa com uma 
força F, podemos dizer que esta é uma força de ação, mas conforme a ______ lei 
de ___________, sempre que isso ocorre há uma outra força com módulo e direção 
iguais, e sentido oposto à força de ação, esta é chamada força de reação. 
 
A opção que completa a descrição corretamente seria respectivamente: 
 
a) 3ª - lei de Newton. 
b) 1ª - lei de Ohm. 
c) 2ª - lei de Newton. 
d) 2ª - lei de Ohm. 
e) 1ª - lei de Newton. 
 
6. Sobre as forças de contato e as forças de atração, é correto afirmar que: 
 
a) Forças de contato resultam do contato físico entre dois corpos, como por 
exemplo, uma bola de beisebol sendo rebatida pelotaco. Forças de atração 
tendem a fazer com que os objetos se movam um na direção do outro, estando 
os objetos em contato ou não, como por exemplo, o magnetismo do ferro. 
b) Forças de contato resultam do contato físico entre dois corpos, como por 
exemplo, o magnetismo do ferro. Forças de atração tendem a fazer com que os 
objetos se movam um na direção do outro, estando os objetos em contato ou 
não, como por exemplo, uma bola de beisebol sendo rebatida pelo taco. 
c) Forças de contato resultam de um eventual contato físico entre dois objetos, 
como por exemplo, uma bola sendo chutada por um pé. Forças de atração 
tendem a fazer com que os objetos se movam um na direção do outro, 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
84 
 
 
obrigatoriamente, sem contato físico, como por exemplo, o magnetismo do ferro. 
d) Forças de contato resultam da tendência de movimento que um objeto possa 
exercer sobe outro, como por exemplo, uma bola sendo chutada por um pé. 
Forças de atração são resultado do contato físico entre dois corpos, como por 
exemplo, a gravidade da Terra. 
e) Forças de contato resultam do contato físico entre dois ou mais corpos, como por 
exemplo, uma bola sendo chutada por um pé e, em seguida, pelo outro. Forças 
de atração tendem a fazer com que os objetos se movam um na direção do 
outro, obrigatoriamente, sem contato físico, como por exemplo, o magnetismo do 
ferro. 
 
7. (ENEM 2013) Uma pessoa necessita da força de atrito em seus pés para se 
deslocar sobre uma superfície. Logo, uma pessoa que sobe uma rampa em linha 
reta será auxiliada pela força de atrito exercida pelo chão em seus pés. 
 
Em relação ao movimento dessa pessoa, quais são a direção e o sentido da força 
de atrito mencionada no texto? 
 
a) Perpendicular ao plano e no mesmo sentido do movimento. 
b) Paralelo ao plano e no sentido contrário ao movimento. 
c) Paralelo ao plano e no mesmo sentido do movimento. 
d) Horizontal e no mesmo sentido do movimento. 
e) Vertical e sentido para cima. 
 
8. A força é um dos componentes mais importantes a ser considerado no estudo do 
movimento humano, neste caso, na área de investigação associada à 
biomecânica. De fato, a força é estabelecida como o máximo de esforço 
produzido por um músculo na sua inserção, sendo esse conceito aplicado em 
biomecânica. 
 
Analise as alternativas a seguir e assinale a que apresenta os elementos que 
constituem a “Força” quando analisada sob a perspectiva da biomecânica. 
 
a) Ponto de Aplicação; Sentido e Ponto “Gatilho”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
85 
 
 
b) Ponto de Aplicação; Direção e Intensidade. 
c) Sentido; Padrão e Intensidade. 
d) Ponto de Aplicação; Ponto “Gatilho” e Sentido. 
e) Ponto Fixo; Ponto Fulcro e Ponto de Aplicação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
86 
 
 
CINÉTICA ANGULAR 
 
 
 
 
 
5.1 INTRODUÇÃO 
Trata-se de uma área de investigação que se ocupa de analisar a quantidade 
de movimento angular de um corpo. A cinética angular, representada pelo 
momento angular do corpo, depende do momento de inércia e da velocidade 
angular aplicados sobre esse corpo. 
McGinnis (2015) menciona que o estudo da cinética angular permite 
entender aspectos que tratam da rotação, do giro em torno de um eixo ou 
dependendo do movimento executado ao redor de diferentes eixos de rotação, 
como por exemplo, uma patinadora, em que a quantidade de movimento angular 
do corpo depende do momento de inércia e da velocidade angular, com 
movimentos de giro/rotação em torno do próprio eixo. 
Ainda de acordo com McGinnis (2015) quando a força peso atua no centro 
de gravidade da pessoa, tende a não produzir torque e, portanto, seu momento 
angular não é alterado. Os torques são originados pelas forças de impulso, as 
mesmas que vão introduzir ou alterar o momento angular do corpo. Caso não seja 
aplicada a força de impulso, o corpo mantém seu estado de rotação, ou seja, 
conserva seu momento angular, conforme descreve Hall (2016). 
O momento angular depende em grande parte da distribuição da massa ao 
redor do eixo de rotação e, ainda, da velocidade angular adquirida. De fato, ele se 
conserva e não varia à medida que o torque total no corpo devido às ações 
externas seja igual a zero. Houglum e Bertoti (2014) destacam que, não havendo 
torques externos que atuem nesse corpo que não está girando/rodando, de fato, 
não haverá momento angular significativo (manter-se-á igual a zero) e sem 
girar/rotacionar ao redor do eixo. 
 
 
 
 
 
UNIDADE 
05 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
87 
 
 
5.2 TORQUE, CENTRO DE MASSA E DE GRAVIDADE 
5.2.1 TORQUE 
Lippert (2018) define torque, ou momento de uma força, como a tendência 
que uma força excêntrica tem de rotacionar um corpo sobre o qual ela é aplicada. 
Na prática, podemos dizer que essa força excêntrica é a mesma força que é 
aplicada fora do centro ou em uma direção não alinhada ao centro de rotação 
onde se encontra um objeto com eixo fixo. Vale ressaltar que, em objetos sem eixo 
fixo, ou variável, é uma força aplicada de forma não alinhada ao CG do objeto, e a 
força excêntrica assume papel de protagonista, neste caso, pois é quem responde 
em grande parte pela manutenção do movimento ao redor do eixo, como no caso 
do salto rotatório de uma ginasta. 
Em termos práticos, a resultante da força aplicada num ponto de aplicação 
multiplicado pela distância entre esse ponto e o centro do corpo gera o torque, 
expresso pela seguinte equação matemática: [T = F x d], sendo essa medida expressa 
em Newtons/metro (N/m). Hamill et al. (2016) descrevem importantes exemplos de 
como o torque está presente nas nossas vidas, como no movimento de apertar e/ou 
afrouxar a porca do parafuso da roda do carro utilizando-se uma chave de boca 
para afrouxar a porca do parafuso. Temos ainda um outro exemplo do cotidiano, 
conforme descrevem Hall (2016) e Lippert (2018), relacionado ao ato de abrir uma 
porta, como um importante exemplo da aplicação prática do torque, sobretudo, 
quanto maior for a massa (peso) e o tamanho da porta. Se a porta for empurrada no 
centro, é necessário muito mais força para abri-la do que se a empurrasse em um 
ponto mais distante das dobradiças (eixo). Menos força é necessária para abrir a 
porta quando se aplica força mais distante das dobradiças porque seu braço do 
momento é mais longo. 
No corpo humano identificamos o torque por meio do movimento rotatório 
produzido em torno das articulações e seus respectivos eixos do movimento. Em 
adição, os músculos e as forças que atuam sobre o corpo produzem torque, 
enquanto os braços de alavanca dessas forças e os músculos são braços de 
momentos. Neste caso, entende-se a distância “d” expressa na fórmula do torque 
equivalente ao comprimento do braço do momento, do ponto em que a força é 
aplicada sobre o segmento do corpo até́ a articulação desse segmento. 
Quando a soma dos torques de todas as forças aplicadas em um corpo é igual 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
88 
 
 
a zero, podemos considerar esse corpo em um estado de equilíbrio rotacional. Neste 
sentido, o torque também pode corresponder à magnitude da força necessária para 
que uma contração muscular promova o movimento de rotação articular, conforme 
descrevem Hamill et al. (2016). 
Vale ressaltar que o corpo humano “se move por uma série de rotações de 
seus segmentos, neste sentido, a quantidade de torque que um músculo desenvolve 
é uma medida muito proveitosa de seu efeito” (SÁ, PEDRÍLIO e BUSNARDO, 2013, p.7). 
De acordo com McGinnis (2015), o torque é fundamental no estudo dos 
movimentos de rotação, pois fornece o segundo critério do equilíbrio (o primeiro 
critério está baseado na 1° lei de Newton) no equilíbrio, o torque resultante é nulo. “A 
magnitude de um torque está claramente relacionada à magnitude da força que o 
está gerando, mas um fator adicional é a direção da força em relação à posição do 
ponto central” (SÁ, PEDRÍLIOe BUSNARDO, 2013, p.7). 
Esses autores destacam importantes aspectos que devem ser considerados na 
análise do torque, dentre os quais: os fisiológicos, definidos pela quantidade de fibras 
musculares e unidades motoras envolvidas na ação, além do tipo de fibra muscular. 
E ainda, os biomecânicos, os quais estão atrelados, sobretudo, ao ângulo das fibras 
musculares envolvidas, bem como o braço de alavanca, o braço de momento e o 
de resistência. 
De fato, o torque é uma grandeza vetorial e por termos condicionais 
abordaremos os vetores, mas utilizando uma convenção de sinais que possibilitará 
realizar somas algébricas quando vários torques em um dado corpo forem 
considerados. Em relação ao momento de força, Hewitt (2002) considera positivo (+) 
quando esse momento de força leva à rotação do corpo no sentido anti-horário e 
negativo (–) quando leva à rotação no sentido horário. Ainda de acordo com o 
autor, o módulo do torque é escalar (Figura 18). Portanto, o efeito de rotação 
depende da intensidade da força F e da distância d⊥ (perpendicular) ao eixo de 
rotação. O torque é calculado efetuando o produto da intensidade da força F pela 
distância (d⊥) desde a linha de ação da forca até o eixo de rotação (HEWITT, 2002). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
89 
 
 
Figura 18: O torque é representado pelo vetor τ ⃗, e este encontra-se perpendicular ao plano 
definido pelos outros dois vetores r ⃗ e F ⃗. 
 
Fonte: LIPPERT (2018) 
 
Para tal, a regra da mão direita surge como excelente mecanismo para 
identificar a direção do torque aplicado, o sentido da força e, consequentemente, 
o torque. Caso o torque seja no sentido positivo do eixo 0z, o giro será no sentido anti-
horário (olhando contra o eixo z positivo) caso contrário, o giro será no sentido horário. 
A linha de ação, ou reta suporte, é a linha imaginária que determina a direção 
do vetor força. À distância d⊥ dá-se o nome de braço da força (Figura 19). O 
segmento de reta que define o braço da força é perpendicular à linha de ação da 
força aplicada e passa pelo eixo de rotação. O módulo do torque é dado por: MF = 
Fd⊥. A unidade de medida no Sistema Internacional (SI) é N.m. 
 
Figura 19: Representação do Braço de Força (em seres humanos) 
 
Fonte: HALL (2016) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
90 
 
 
 
 
Uma outra forma de caracterizar o torque é pelo sentido de “giro” que ele 
produz em relação ao eixo de rotação (que, neste caso, é o eixo 0z). Lippert (2018) 
sugere o uso da regra da mão direita, conforme apresentado na Figura 18. 
Podemos exemplificar a utilidade do torque quando se usa uma alavanca 
para levantar um corpo pesado do chão, no qual seria improvável carregar, mesmo 
que se utilizasse toda a força braçal. É também dela que se vale uma criança, numa 
gangorra, para levantar um adulto, sentado na outra ponta. Distanciar o ponto de 
aplicação da força nos leva a usar uma força menor. Nenhum torque é produzido, 
se a força está direcionada exatamente no eixo de rotação. Embora isso não seja 
possível, quando se trata de músculos, isso chega muito perto de acontecer (LIPPERT, 
2018). 
Um exemplo interessante é a contração do bíceps branquial em extensão total 
ou parcial do cotovelo, que produz um torque muito pequeno. Em adição, à medida 
que o ângulo articular passa de 90° e se aproxima de 180°, o braço do momento 
diminui e a força de deslocamento aumenta. Ainda de acordo com Lippert (2018), 
esse momento ocorre devido à distância perpendicular entre o eixo da articulação 
e a linha de tração é muito pequena, e a força gerada pelo musculo é uma força 
estabilizadora, em que quase toda a força gerada é direcionada de volta para a 
articulação, aproximando os dois ossos. Porém, quando o ângulo de tração é 90°, a 
distância perpendicular entre o eixo da articulação e a linha de tração é bem maior, 
sendo que a força gerada pelo músculo é uma força angular, em que a maior parte 
da força gerada é rotatória e não estabilizadora da articulação, conforme mostra a 
Figura a seguir. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
91 
 
 
Figura 20: Efeito do braço de momento sobre o torque 
O braço de momento e a força angular são máximos a 90° 
 
Fonte: LIPPERT (2018) 
 
Houglum e Bertoti (2014) e Lippert (2018) descrevem que em casos de 
resistência externa, a força que atua sobre o corpo é considerada a própria 
resistência e, consequentemente, o braço de momento desta resistência é 
considerado a menor distância perpendicular entre o ponto de aplicação da força 
e o eixo de rotação da articulação. Vale ressaltar que 
De acordo com Houglum e Bertoti (2014), braço de momento significa a 
distância entre o eixo de uma articulação e o ponto de aplicação de força muscular, 
e para tal, basta mensurar o comprimento de uma linha traçada, 
perpendicularmente, ao vetor de força, que intersecta o eixo da articulação. Ainda 
de acordo com Houglum e Bertoti (2014), as linhas de ações dos músculos dificilmente 
atingem um ângulo de 90°, o que mostra que a inserção do músculo se encontra 
perpendicular ao osso. Neste sentido, quanto maior for o braço de momento para 
um determinado músculo maior será o torque produzido pelo músculo para a mesma 
magnitude de força. 
Para determinar quanta tendência para rotação existe em uma articulação 
(Valor do Torque), a formula é igual à Força (F) multiplicada pelo braço de Momento 
(BM) ou [T = F x BM], conforme pode ser visualizado na Figura 21, suas componentes. 
Pelo fato de o torque envolver força (F) e braço de momento (BM), a quantidade de 
força muscular necessária para produzi-lo depende do braço de momento do 
músculo (distância entre a linha de ação da força muscular e o centro de rotação 
ou eixo) e o braço de momento da resistência (CAMPOS, 2000). É importante ressaltar 
ainda que, a distância entre o eixo e a resistência é chamada de braço de resistência 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
92 
 
 
(BR), que é a distância entre a articulação e a aplicação da resistência, conforme 
descreve esse mesmo autor. 
Na prática, temos um exemplo voltado ao treinamento de resistência (com 
pesos), no exercício rosca bíceps (flexão de cotovelos), o braço de resistência seria 
a distância entre o cotovelo e as mãos, exatamente no meio do centro de gravidade 
dos halteres, o que deve ser pensando sempre quando um membro corporal estiver 
paralelo ao solo, o BR será maior e, consequentemente, maior a produção do torque 
para que o segmento consiga “vencer” essa resistência. Campos (2000) destaca a 
gravidade como um importante elemento que age sempre verticalmente, para 
baixo, posição perpendicular ao braço da alavanca, e influencia a resistência a ser 
superada pelo indivíduo, juntamente com a carga imposta. No caso desse exemplo, 
o ponto de maior dificuldade do movimento é quando o cotovelo atinge 90º de 
flexão, logo, a distância entre o eixo (articulação) e o ponto de aplicação da força 
(inserção muscular), conhecido como braço de força (BF), atua de maneira a traçar 
uma linha imaginária, perpendicular ao vetor força, a qual intersecta o eixo da 
articulação (CAMPOS, 2000). 
 
Figura 21: O movimento de flexão de cotovelo, num ângulo de 90º, mostra a rotação 
articular em torno do eixo, e o braço de momento de força 
 
Fonte: CAMPOS (2000) 
 
Existem dois tipos de torque, no corpo humano o interno e externo. A 
ação dos músculos em suas integrações nos segmentos ósseos, 
produzem torques internos. Já, as forças que atuam fora do corpo 
produzem um torque externo. Por exemplo, os torques externos 
produzidos por uma barra com anilhas durante o movimento de flexão 
do cotovelo (rosca direta). A barra exerce um torque no sentido da 
ação da gravidade e os flexores do cotovelo exercem um torque na 
direção oposta. Podemos citar ainda o exercício de rosca bíceps. Os 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
93 
 
 
halteres exercem um torque externo no sentido da ação da gravidadee o músculo bíceps exerce o torque interno na direção oposta. Os 
fatores que fazem o braço girar em sentido a extensão são o peso dos 
halteres (na mão) e a sua distância do eixo, o braço de resistência 
(CAMPOS, 2000, p. 27). 
 
O torque é um importante elemento, que é modificado conforme o braço de 
resistência sofre alteração (em relação à distância ao eixo perpendicular). Neste 
sentido, a força externa permanecerá constante, desde que a força aplicada pelo 
músculo atinja um ângulo tal que atue de forma direta sobre o comprimento do 
braço de resistência. Campos (2000) apresenta um método para calcular esses 
valores, o qual consiste em multiplicar a força peso pelo comprimento do braço de 
resistência [T = P x BR]. 
É importante destacar ainda que, a magnitude da força e o braço de 
momento são os principais fatores que atuam diretamente na mudança do torque 
(sentido e magnitude). Na prática, ao analisarmos um determinado músculo é 
possível perceber que o início da contração tem grande influência na quantidade 
de força a ser produzida. “O efeito da combinação destas mudanças, incluindo o 
comprimento do músculo e braço de momento em cada ângulo do movimento, 
produz diferentes torques em diferentes posições articulares” (CAMPOS, 2000, p. 29). 
No corpo humano, a maior parte dos movimentos envolvem a elaboração 
simultânea de tensão nos grupos musculares agonistas e antagonistas, conforme 
destaca Lippert (2018). Daí surge o torque efetivo, da diferença de tensão gerada 
nos músculos, e passa a ser concêntrico (torque), caso esse torque efetivo e o 
movimento articular estejam na mesma direção, e quando o torque atua em uma 
direção oposta ao movimento articular, é considerado excêntrico (HOUGLUM e 
BERTOTI, 2014). O momento resultante de um sistema de forças em relação a um 
“determinado eixo pode ser determinado a partir do torque resultante em relação a 
um determinado eixo, ou seja, a soma dos torques de cada uma das forças que 
compõem o sistema em relação ao mesmo eixo, conforme descrevem” (CAMPOS, 
2000, p. 29). 
 
5.2.2 CENTRO DE MASSA E DE GRAVIDADE 
O centro de massa (CM) pode ser definido como uma posição qualquer 
relativa a um objeto ou sistema de objetos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
94 
 
 
É a posição média de todas as partes do sistema, ponderada de 
acordo com a massa de cada objeto. Em geral o CM pode ser 
encontrado por adição vetorial dos vetores de posição ponderada 
que apontem para o centro de massa de cada objeto em um sistema. 
No corpo humano o centro de gravidade (CG) coincide com o de 
massa. O CM é o lugar geométrico de massas e, portanto, 
independentemente de qualquer campo gravitacional, enquanto 
que, o centro gravitacional é o ponto de aplicação de vetor que 
representa o peso do corpo (MOCHIZUKI; AMADIO, 2003, p. 8). 
 
O CG de um objeto é o ponto em que se pode considerar que todo o peso 
do corpo está concentrado e ele depende do formato do corpo e da distribuição 
de massa. No corpo humano, o CG está localizado aproximadamente no nível da 
segunda vértebra sacral, conforme descreve Oatis (2014), estando o indivíduo em 
posição anatômica. É importante destacar ainda que esse local muda à medida que 
o formato do corpo se altera. Logo, quando uma pessoa se inclina para a frente, o 
seu centro de gravidade muda para os planos anterior e inferior. O local do CG 
também é influenciado pelas alterações na distribuição da massa corporal. 
O local do CG de uma pessoa é importante nos esportes e outros movimentos 
rápidos porque simplifica a utilização da segunda lei de Newton. Mais importante, de 
um ponto de vista clínico é o efeito do CG no equilíbrio. 
Para movimentos nos quais a aceleração é desprezível, pode ser mostrado 
com a primeira lei de Newton, que o centro de gravidade deve estar contido na base 
de suporte de uma pessoa para manter o equilíbrio. Considere a situação de uma 
pessoa preocupada em cair para a frente. Suponha que nesse momento exista uma 
força de reação ao solo nos seus dedos dos pés e calcanhares. Quando ele estiver 
na posição ereta, seu centro de gravidade estará atrás de seus dedos, portanto, 
existe um momento anti-horário nos seus dedos (Figura 22 A). Essa é uma posição 
estável, já que o momento pode ser equilibrado pela força de reação ao solo em 
seu calcanhar. Se ele se inclinar para a frente, curvando os quadris para tocar o solo, 
e avançar demais, seu centro de gravidade se moverá para a frente de seus dedos 
e o peso da parte superior do corpo produzirá um momento no sentido horário em 
seus dedos (Figura 22 B). Já que não existe suporte à frente, esse momento é 
desequilibrado e o homem cairá para a frente. Entretanto, se além da flexão do 
quadril, ele realizar uma flexão plantar dos tornozelos enquanto mantém os joelhos 
retos, ficará em uma posição estável com seu centro de gravidade posterior aos seus 
dedos (Figura 22 C) (OATIS, 2014). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
95 
 
 
Figura 22: O CG representado na figura em três condições diferentes de equilíbrio, em que o 
CG é modificado em relação a sua condição inicial 
 
 
Fonte: OATIS (2014) 
 
Nas condições (A), representa a posição ereta normal e não haverá 
problemas para manter o equilíbrio; (B), quando o homem se inclina flexionando o 
abdome seu CG tende a deslocar-se anteriormente, o que altera a base de suporte 
e gera um desequilíbrio; (C), o homem precisa realizar uma flexão plantar dos 
tornozelos, uma estratégia para manter seu equilíbrio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
96 
 
 
5.3 SISTEMA DE ALAVANCAS DO CORPO HUMANO 
Pode-se dizer que o movimento humano é gerado a partir das forças 
musculares, sendo o músculo esquelético, inserido em ossos, o principal mecanismo 
muscular, e que depende de um conjunto de articulações para que se mova, o que 
pode ser compreendido em biomecânica como: alavancas anatômicas ou 
bioalavancas. Conhecendo bem o sistema é possível utilizá-las de forma mais 
eficiente para maximizar os esforços musculares do corpo. Lippert (2018) descreve as 
alavancas como barras rígidas que giram em torno de um eixo de rotação ou fulcro. 
Esse eixo é o ponto de rotação em torno do qual a alavanca irá se mover. A alavanca 
gira em torno do eixo como resultado da força que é aplicada a ela para provocar 
o seu movimento contra uma resistência. No corpo humano, os ossos representam as 
barras, as articulações representam os eixos, e os músculos se contraem para aplicar 
a força, chamada aqui de força motriz. Quanto ao nível de resistência, podemos 
dizer que ele pode variar do máximo ao mínimo, pois os ossos ou os pesos do 
segmento do corpo podem representar a única resistência aplicada. Uma alavanca 
cria uma vantagem de força ou distância no movimento. A classificação das 
alavancas como primeira, segunda ou terceira classe depende apenas das posições 
do eixo, do peso e da força uma em comparação às outras. Se o eixo é central, a 
classe da alavanca é I; se a resistência é central, a classe da alavanca é II; e se a 
força é central, a classe da alavanca é III (HOUGLUM e BERTOTI, 2014). 
Lippert (2018) descreve as alavancas similares às máquinas simples, cujo 
principal objetivo é facilitar ou otimizar a execução de um trabalho qualquer, 
incluindo as chamadas bioalavancas, aquelas encontradas no corpo humano, 
formadas pelos ossos e articulações. De fato, o autor destaca que todas as 
alavancas, independente de sua aplicação, possuem em sua estrutura ao menos 
um ponto de resistência, um ponto de apoio (ou fulcro) e um outro ponto onde é 
feita toda a força motora. Portanto, um corpo se encontra em equilíbrio estático 
quando a força resultante o momento resultante de todas as forças que atuam sobre 
ele for igual a zero. Ele pode estar parado ou se movendo a uma velocidade 
constante. Por outro lado, nem sempre essa condição poderá ser suficiente, e apesar 
de podermos verificar a primeiracondição, não haverá equilíbrio estático e, então, 
o corpo tenderá a girar em torno de um determinado ponto, conforme descreve Hall 
(2016) e Houglum e Bertoti (2014). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
97 
 
 
Em uma alavanca, para haver equilíbrio entre a potência e a 
resistência, é necessário que o produto da intensidade da potência 
pelo braço de potência seja igual ao produto da intensidade da 
resistência pelo braço da resistência. Para que uma alavanca se 
encontre em equilíbrio estático, três condições devem ser atendidas: 
1ª) que a soma de todas as forças verticais (ou componentes de força) 
que atuam sobre o corpo sejam iguais a zero; 2ª) que a soma de todas 
as forças horizontais (ou componentes de força) que atuam sobre o 
corpo também sejam iguais a zero; 3ª) que a soma de todos os 
torques, idem às condições anteriores, também sejam iguais a zero 
(Adaptado de LIPPERT, p. 36, 2018). 
 
Floyd (2016) descreve um aspecto, que pode ser considerado um dos mais 
importantes, no que tange à ação prática do sistema de alavancas, que são as suas 
funções e, de acordo com o autor, essas podem ser divididas em três classes: 
a) Alavanca Interfixa ou alavancas de primeira classe: O Ponto de Apoio (Fulcro) está 
localizado entre a Força Potente e a Força Resistente. 
b) Alavanca Inter-resistentes ou alavancas de segunda classe: A Força Resistente 
está localizada entre o Ponto de Apoio (Fulcro) e a Força Potente. 
c) Alavanca Interpotente ou alavancas de terceira classe: A Força Potente está 
localizada entre o Ponto de Apoio (Fulcro) e a Força Resistente. 
Nas bioalavancas, todos os movimentos são produzidos a partir do torque, que 
envolve as articulações, os ossos e o sistema muscular, neste caso, o esquelético. 
Neste caso, o músculo ligado a um osso exerce sobre ele uma força, convertendo 
energia química numa tensão ou numa contração. Quando se contrai, um músculo 
encurta e puxa o osso, mas não pode empurrá-lo. Assim, no corpo humano, cada 
alavanca, além de seus componentes, é constituída pelas forças que atuam sobre 
ele: forças musculares, forças de contato nas juntas e forças decorrentes da atração 
gravitacional (FLOYD, 2016). 
Um exemplo prático da identificação do tipo de alavanca seria relacionado 
aos exercícios executados com peso livre, no caso do exercício “rosca bíceps”, para 
fazer a barra girar é necessário que a força exercida pelo músculo vença a resistência 
do peso, conforme descreve Floyd (2016). 
Neste contexto, temos as chamadas “bioalavancas” similares às alavancas, 
porém utilizadas com o intuito de movimentar-se os segmentos corporais (ex: a haste 
rígida encontrada nas alavancas é representada pelos ossos nas bioalavancas). Em 
todo caso, é importante em análises de bioalavancas, determinar os segmentos 
corporais envolvidos no movimento, além do próprio movimento (planos e eixos) que 
podem ser realizados. Esses aspectos são fundamentais para que o movimento, neste 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
98 
 
 
caso, as bioalavancas sejam identificadas e trabalhadas de forma correta pelo 
profissional de educação física, em programas de treinamento, por exemplo. 
As figuras a seguir trazem um exemplo de cada um dos três tipos de alavanca 
no corpo humano. A Figura 23 traz a alavanca de 1ª classe, conhecida como 
interfixa, pois o ponto fixo está localizado entre o braço de potência e o de 
resistência, conforme pode ser observado nos movimentos a seguir: 
 
Figura 23: Exemplos de alavancas de 1ª classe 
 
Fonte: FLOYD (2016) 
 
A figura 24 traz a alavanca de 2ª classe. No caso da articulação do tornozelo, 
o objetivo é ter grande vantagem mecânica, ou seja, utilizar menos força na 
musculatura da panturrilha para vencer a resistência oferecida pelo peso do corpo. 
Neste caso, o intuito é utilizar menos força para gerar torque e, sem dúvidas, a 
alavanca de 2ª classe é a indicada. 
 
Figura 24: Exemplos de alavancas de 2ª classe 
 
Fonte: FLOYD (2016) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
99 
 
 
Na figura 25 é possível analisar a situação das alavancas produzidas de 
terceira classe, conhecida como interpotentes. Nessa situação, apesar da força ter 
que ser maior que a resistência, devemos lembrar que além da resistência não ser 
muito grande, o que importa neste caso é a agilidade. 
 
Figura 25: Exemplos de alavancas de 3ª classe 
 
Fonte: FLOYD (2016) 
 
Floyd (2016) apresenta um exemplo prático que é a marcha, ou mesmo a fase 
em que a perna está em balanço, ou seja, preparando-se para tocar o solo, em um 
ciclo contínuo que leva o indivíduo a deslocar-se de um ponto a outro. Neste caso, 
de acordo com o autor, quando levantamos uma das pernas, temos que nos 
importar com o peso desse membro, partindo-se do princípio de que é esse o torque 
produzido pelo peso desta perna para realizar o movimento, graças em sua grande 
parte pela ativação das unidades motoras necessárias que geram a contração e 
produzem força dos músculos do quadril para que este movimento seja, de fato, 
realizado. Há de se considerar que, no corpo humano, grande parte das alavancas 
são interpotentes ou de 3°classe, e representam uma desvantagem que pode ser 
mais propensas a gerar situações de lesões nos membros ou segmentos corporais 
diretamente envolvidos. Todavia, Floyd (2016) destaca que esse tipo de arranjo, 
promove uma maior amplitude de movimento no fim da alavanca e uma potencial 
vantagem em termos de velocidade do segmento distal (FLOYD, 2016). 
Ainda tratando-se das alavancas e quando aplicadas ao corpo humano, as 
bioalavancas, um aspecto que deve ser considerado, a chamada “vantagem 
mecânica”. De acordo com Lippert (2018), a vantagem mecânica é uma situação 
na qual conseguimos vencer uma resistência aplicando na alavanca uma força 
potente menor que a força resistente, em outras palavras, podemos definir como o 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
100 
 
 
resultado da relação entre o Braço de Potência e o Braço de Resistência (VM = Braço 
de Potência/ Braço de Resistência), ou seja, permitindo superar uma determinada 
resistência com mais facilidade e menor taxa de esforço envolvida. 
Em biomecânica, os princípios da alavanca são utilizados para visualizar o 
sistema mais complexo de forças que produzem movimento no corpo (HALL, 2016). 
Neste sentido, devemos sempre observar os três elementos centrais de uma 
alavanca, que são: 
 Eixo ou apoio (E): ponto de articulação, ou seja, onde ocorre o movimento dos 
segmentos estudados. 
 Peso ou resistência (P): é a resistência externa imposta à contração muscular, 
que pode ser simplesmente a ação da força da gravidade ou alguma outra 
força externa. 
 Força que move ou mantém (F): representa a força de contração realizada 
pelo músculo, e aqui, a quantidade de unidades motoras recrutadas torna-se 
fator relevante, além da quantidade de fibras musculares envolvidas. 
Hall (2016, p. 513) descreve o comprimento do braço de força em que este é 
diretamente “proporcional à vantagem mecânica, enquanto o braço de peso é 
inversamente proporcional à vantagem mecânica”. E, complementando a autora, 
quando o braço de resistência é igual ao “braço do esforço, em comprimento, será 
necessário um esforço de magnitude igual à da resistência para deslocá-la. Neste 
caso, nenhuma vantagem é ganha, mas esse tipo de máquina é útil para medir ou 
comparar pesos, como por exemplo, na balança comum” (HALL, 2016, p. 513-514). 
No momento que uma alavanca gira sobre seu eixo, todos os pontos da 
mesma percorrem um arco de circunferência e a distância cursada por cada ponto 
é proporcional a sua distância do eixo (FLOYD, 2016; HALL, 2016). E de acordo com o 
uso das alavancas temos: 
 Vantagem mecânica = 1 [em que a força necessária para movimentar uma 
resistência é exatamente igual à resistência]. 
 Vantagem mecânica > 1 [em que a força necessária para movimentar uma 
resistência é menor do que a resistência]. Vantagem mecânica < 1 [em que a força necessária para movimentar uma 
resistência é maior do que a resistência]. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
101 
 
 
5.4 MOMENTO ANGULAR E DE INÉRCIA 
O momento angular pode ser definido como o momento da quantidade de 
movimento em relação ao ponto O. Esse momento é definido quando uma partícula 
se move ao redor de um ponto fixo O, exercendo uma determinada força, a uma 
distância r desse ponto (LIPPERT, 2018). 
Em termos matemáticos, o momento angular, representado por H, é 
representado pelo produto entre momento de inércia e a velocidade angular: 
 
 
12 
 
Em adição, temos três fatores que podem afetar diretamente a magnitude do 
momento angular de um corpo: 
 A sua massa (m); 
 A distribuição dessa massa em relação ao eixo de rotação (k); 
 A velocidade angular do corpo (ω). 
Neste sentido, se um corpo não apresenta velocidade angular, ele não 
apresenta momento angular. E, ainda, conforme a massa ou a velocidade angular 
aumentam, o momento angular aumenta, proporcionalmente. É importante ressaltar 
que o fator que influencia mais drasticamente o momento angular é a distribuição 
de massa em relação ao eixo de rotação porque o momento angular é proporcional 
ao quadrado do raio de giro. E para tal, as unidades de momento angular resultam 
da multiplicação de unidades de massa por unidades de comprimento ao quadrado 
e unidades de velocidade angular, dando origem a kg × m2/s. 
Hall (2016) e Lippert (2018) descrevem que, para um objeto multissegmentado 
como o corpo humano, o momento angular sobre um eixo de rotação é definido 
pela soma dos momentos angulares dos segmentos corporais isolados. 
 
Durante uma cambalhota no ar, o momento angular de um único 
segmento, como a perna, em relação ao principal eixo de rotação 
que cruza o CG corporal total é constituído por dois componentes: o 
termo local e o termo remoto. O termo local fundamenta-se no 
momento angular do segmento sobre seu próprio CG, e o termo 
remoto representa o momento angular do segmento sobre o CG 
corporal total. O momento angular para esse segmento sobre um eixo 
principal é a soma dos termos local e remoto (HALL, p. 356, 2016). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
102 
 
 
A figura 26 mostra um sujeito que se prepara para executar o chute. Neste 
caso, considerando-se a gravidade como a única força externa atuante, diz-se que 
o momento angular será conservado e, consequentemente, a força gravitacional 
que atua sobre o CG do corpo não produz torque porque d⊥ é igual a zero e, desse 
modo, ela não estabelece alterações no momento angular. 
 
Figura 26: O momento angular da perna suspensa é a soma de seu termo local, Isωs, com 
seu termo remoto, mr2ωg 
 
Fonte: HALL (2016, p. 357) 
 
Eventos que envolvem saltos, onde o corpo humano é submetido a rotações 
controladas com o corpo no ar, tendem a manter-se desta maneira devido ao 
princípio de conservação de momento angular, sendo este princípio considerado 
base para essas análises (movimentos rotatórios). 
No mergulho de um salto frontal com um mortal e meio, o atleta deixa o 
trampolim com uma quantidade fixa de momento angular (HALL, 2016; MCGINNIS, 
2015). E, se buscarmos esse exemplo, veremos que a quantidade de momento 
angular presente no instante da decolagem permanece constante ao longo do 
salto, representa de forma clara, o princípio de conservação do momento angular. E 
complementando, conforme o saltador passa da posição de saída estendida para 
uma posição grupada, o raio de giro diminui, reduzindo assim o momento principal 
de inércia do corpo sobre o eixo transversal. Como o momento angular permanece 
constante, um aumento compensatório na velocidade angular precisa acompanhar 
essa diminuição do momento de inércia (HALL, 2016). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
103 
 
 
A inércia é a tendência de um corpo de resistir à aceleração, sendo que a 
inércia de um corpo é diretamente proporcional à sua massa (HALL, 2016). A segunda 
lei de Newton (Princípio Fundamental da Dinâmica) estabelece que quanto maior a 
massa de um corpo, maior é a sua resistência à aceleração linear. 
A resistência à aceleração angular também é uma função da massa de um 
corpo. Quanto maior a massa, maior é a resistência à aceleração angular. 
Entretanto, a facilidade ou a dificuldade relativa de iniciar ou de interromper um 
movimento angular depende de um fator adicional: a distribuição da massa em 
relação ao eixo de rotação, conforme descreve McGinnis (2015). 
Na prática, é possível perceber a ação do momento de inércia quando, por 
exemplo, em um taco de beisebol ou algum objeto semelhante evidencia-se que 
quanto mais próxima a massa concentrada estiver do eixo de rotação, mais fácil será 
girar um objeto. Alternativamente, quanto mais longe a massa estiver do eixo de 
rotação, mais difícil será começar (ou parar) o movimento angular. A resistência à 
aceleração angular depende, portanto, não só da quantidade de massa que um 
objeto apresenta, mas também da distribuição dessa massa em relação ao eixo de 
rotação. Neste sentido, a propriedade inercial para o movimento angular precisa, 
portanto, incorporar ambos os fatores (HALL, 2016). 
 
O momento de inércia do corpo humano como um todo também é 
diferente em relação aos diferentes eixos. Quando o corpo humano 
inteiro gira livre de apoio, ele se move ao redor de um dos eixos 
principais: o eixo transversal (ou frontal), o anteroposterior (ou sagital) 
ou o longitudinal (ou vertical), cada um deles passando através do CG 
corporal total. O momento de inércia em relação a um desses eixos é 
conhecido como momento principal de inércia. A Figura 14.6 
apresenta estimativas quantitativas dos momentos principais de 
inércia para o corpo humano em várias posições. Quando um corpo 
adota uma posição flexionada durante uma cambalhota, seu 
momento principal de inércia (e a resistência ao movimento angular) 
sobre o eixo transversal é claramente menor do que quando o corpo 
está na posição anatômica (HALL, p. 354, 2016). 
 
De acordo com Hall (2016) o momento de inércia trata-se da propriedade 
inercial dos corpos em rotação que representa a resistência à aceleração angular; 
baseia-se tanto na massa, quanto na distância em que a massa está distribuída do 
eixo de rotação. O momento de inércia de todo um corpo é a soma dos momentos 
de inércia de todas as partículas de massa desse objeto: 
 
𝐼 = ∑𝑚𝑟2 13 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
104 
 
 
Nessa fórmula, m é a massa da partícula e r é o raio de rotação da partícula. 
 
a distribuição da massa em relação ao eixo de rotação é mais 
importante do que a quantidade total de massa corporal para 
determinar a resistência à aceleração angular, porque r está elevado 
ao quadrado. Uma vez que r é a distância entre uma partícula e seu 
eixo de rotação, os valores de r variam conforme o eixo de rotação 
varia (HALL, p, 352, 2016). 
 
 
 
Enfim, é importante destacar que o momento de inércia diz muito a respeito 
do estado rotacional de um objeto, e quanto maior esse estado, mais difícil será 
alterar o seu estado rotacional. Se analisarmos o movimento da “pirueta” na ginástica 
acrobática, por exemplo, veremos que em alguns momentos, o atleta muda o 
momento de inércia durante a rotação, buscando modificar algo relacionado ao 
giro dessa pirueta. No caso específico de uma pirueta executada na posição 
esticada ou em pé, o atleta deve iniciar o movimento com os braços abertos e, 
depois, trazê-los o mais próximos possível de seu corpo (recolha). De fato, ao adotar 
tal estratégia, o atleta busca reduzir seu momento de inércia, bem como facilitar o 
aumento da velocidade angular, o que permite que possa ser empregada maior 
rotação em torno do eixo e, consequentemente, esse atleta possa manter-se o maior 
tempo possível nessa posição específica. 
 
 
https://bit.ly/3vchhwc105 
 
 
 
 
1. Das opções abaixo, qual delas influencia significativamente no comportamento 
do centro de gravidade no corpo humano? 
 
a) Características antropométricas e biomecânicas; Hábitos de vida e Família. 
b) Sexo; Composição Corporal e Nível Social. 
c) Patologias; Sexo e Características Psicológicas. 
d) Características antropométricas e biomecânicas; Patologias e Sexo. 
e) Patologias; Composição Corporal e Aspectos Educacionais. 
 
2. Movimentos angulares ocorrem em torno de uma linha imaginária chamada eixo 
de rotação; desse modo, um atleta, ao realizar um giro em pé no eixo longitudinal 
(ou crânio caudal) ou um mortal para trás, no eixo transversal e na posição 
grupada, pratica movimentos que ocorrem em torno de um eixo que atravessa o 
centro de massa, mas com diferenças, principalmente, em relação ao grau de 
dificuldade. 
 
Assinale as alternativas corretas: 
 
I. O grau de dificuldade do giro em torno de eixo longitudinal será maior, pois o 
momento de inércia em torno do eixo é maior em relação ao giro no eixo 
transversal. Desse modo, a aceleração angular também será menor, devido o 
maior momento de inércia em relação ao eixo. 
II. A distribuição da massa em torno do eixo transversal é maior em relação ao eixo 
longitudinal, desse modo, a aceleração angular será maior no giro realizado no 
eixo longitudinal, já que há uma menor resistência à rotação em torno desse eixo. 
III. A massa do atleta está distribuída ao longo do eixo transversal com relativa 
proximidade a ele. Já com relação ao eixo longitudinal, a mesma massa estará a 
uma distância muito maior em relação ao eixo de rotação. Desse modo, o 
momento de inércia é maior no segundo caso. 
IV. A realização do giro em torno do eixo longitudinal terá um menor grau de 
dificuldade, pois o fator que influencia mais dramaticamente o momento angular 
é a distribuição de massa em relação ao eixo de rotação, porque o momento 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
106 
 
 
angular é proporcional ao quadrado do raio de giro. 
 
Estão relacionados, com um menor ou maior grau de dificuldade, aos giros: 
 
a) Apenas I e II. 
b) Apenas I e III. 
c) Apenas II e IV. 
d) Apenas I, II e IV. 
e) Apenas I, III e IV. 
 
3. Modalidades de luta como o judô necessitam de um grande equilíbrio corporal, 
pois se o oponente aplicar o “ippon”, por exemplo, que é o golpe que acontece 
na projeção com queda, o atleta cai com as costas por completo no tatame e 
perde a luta. Lembrando que o equilíbrio corporal está relacionado com a altura 
do centro de gravidade acima da base de sustentação, do tamanho da base de 
sustentação, da localização da linha da gravidade na base de sustentação e 
com a massa corporal. 
 
Assinale a alternativa correta acerca das características relacionadas ao 
equilíbrio corporal. 
 
a) Quando a linha do centro de gravidade do atleta se move para fora da base de 
sustentação, a estabilidade é perturbada e o centro de gravidade poderá cair 
em direção ao solo caso o equilíbrio não seja retomado rapidamente, por isso, ter 
um alto centro de gravidade aprimora o equilíbrio. 
b) O atleta terá um maior equilíbrio se antecipar uma força do oponente vindo em 
sua direção anteroposterior posicionando os pés nessa direção, com um pé na 
sua frente e o outro atrás, ajudando assim a manter o seu centro de massa dentro 
da base de sustentação. 
c) Quanto mais próxima à localização do CG do limite da base de sustentação, 
menor será o equilíbrio. Por isso, lutadores que lutam com as pernas estendidas 
têm um maior equilíbrio, além de uma maior velocidade para mover o seu centro 
de gravidade para fora da base de sustentação. 
d) Se o oponente aplicar uma força direcionada lateralmente, ele deverá abaixar o 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
107 
 
 
seu centro de gravidade, flexionando os joelhos e o quadril, e deixar os pés 
próximos um do outro, assim ele manterá a linha da gravidade dentro de uma 
base de sustentação mais ampla. 
e) Quanto mais alto é o centro de gravidade e mais pesado é o atleta, mais estável 
ele ficará. Ao manter o seu centro de gravidade alto, ele conseguirá se mover 
mais rapidamente para fora da sua base de sustentação e, desse modo, aplicar 
o golpe rapidamente, além de ter um maior equilíbrio. 
 
4. O stiff (imagem) é um exercício de força que tem como principais músculos 
recrutados os isquiotibiais, glúteos e eretores da espinha. O movimento desse 
exercício se inicia em pé, segurando uma barra com os braços estendidos e, em 
seguida, flexiona-se o quadril mantendo as pernas estendidas ou com uma 
pequena flexão dos joelhos. Ademais, a coluna deve ficar ereta durante todo o 
movimento. 
 
 
Fonte: https://bit.ly/33QJUns. Acesso em 25 nov. 2021. 
 
Assinale as afirmativas a seguir, relacionadas ao movimento realizado durante a 
execução do stiff, e classifique-as em verdadeiras (V) ou falsas (F). 
 
( ) Após a posição ereta, conforme ocorre a flexão do quadril, a maior alavanca 
resistiva será quando o tronco formar um ângulo de 90° em relação à coxa e, 
consequentemente, nesse ângulo, também haverá o maior torque muscular para 
vencer a resistência. 
( ) Durante a flexão do quadril, a barra deverá seguir uma trajetória onde 
permaneça sobre os pés, ou seja, sobre a base de apoio. Desse modo, haverá um 
https://bit.ly/33QJUns
 
 
 
 
 
 
 
 
 
108 
 
 
maior equilíbrio para executar o movimento. Caso a barra ultrapasse a linha dos 
pés, haverá uma perda do equilíbrio para frente. 
( ) O maior torque muscular será na posição ereta, pois nessa posição a barra 
estará mais próxima do quadril. Ao flexionar o quadril, haverá um aumento do 
braço de alavanca da resistência e, consequentemente, uma diminuição do 
torque muscular. 
( ) Uma maneira de aumentar o torque muscular é realizar uma pequena flexão 
do quadril. Como o torque resistivo e o torque muscular seguem uma relação 
inversa, ao ter uma pequena alavanca resistiva, haverá um pequeno torque 
motor ou muscular. 
 
Assinale a alternativa que apresenta a ordem correta: 
 
a) V - V - F - F. 
b) V - F - F - F. 
c) V - F - V - F. 
d) F - F - V - V. 
e) V - F - V - V. 
 
5. (ADAPTADA – SEAP 2004) Uma máquina que opera sob o princípio de uma barra 
rígida que sofre ação de forças que tendem a rodar a barra em torno de seu 
ponto de apoio é chamada de alavanca. Em biomecânica, os princípios da 
alavanca são usados para visualizar o sistema mais complexo de forças que 
utilizam o movimento rotatório do corpo. Através dos princípios que norteiam o 
sistema de alavancas, pode-se facilitar o movimento de um segmento ou 
dificultá-lo. 
 
Sobre os sistemas de alavancas, considere as seguintes afirmativas: 
 
I. As três forças da alavanca mecânica são o Eixo (ou apoio), o Peso (ou resistência) 
e a Força (que o move ou mantém). 
II. Em movimentos angulares ou em postura do corpo, o osso (ou segmento) é a 
alavanca, cujo eixo está na articulação. A contração muscular é a força que 
move ou mantém, e a resistência é o peso do segmento do corpo ou resistências 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
109 
 
 
aplicadas. 
III. A vantagem mecânica da alavanca designa a razão entre o comprimento do 
braço de força e o comprimento do braço de peso. 
IV. Um aumento do comprimento do braço de força ou uma diminuição no 
comprimento do braço do peso (ou braço de resistência) resulta em maior 
vantagem mecânica. 
 
Assinale a alternativa correta. 
 
a) Somente a afirmativa II é verdadeira. 
b) Somente as afirmativas I e II são verdadeiras. 
c) Somente as afirmativas II e IV são verdadeiras. 
d) Somente as afirmativas I, II e IV são verdadeiras. 
e) As afirmativas I, II, III e IV são verdadeiras. 
 
6. (IBADE 2019) No corpo humano, as alavancas são utilizadas para descrever 
segmentos ósseos e sua relação com o movimento. Existem três tipos de 
alavancas: de primeira classe, segunda classe e terceira classe.Assinale a alternativa que apresenta a descrição correta do tipo de alavanca 
indicado: 
 
a) Primeira classe – o ponto de apoio está entre a força muscular e a força de 
resistência, e essas forças atuam na mesma direção. 
b) Primeira classe – tanto o braço de força quanto o da resistência estão no mesmo 
lado do ponto de apoio. 
c) Segunda classe – a resistência está localizada mais perto do ponto de apoio e as 
forças musculares atuam na mesma direção, utilizando um braço de força menor. 
d) Terceira classe – o braço de força do músculo é mais longo do que o de 
resistência. 
e) Terceira classe – a resistência e a força muscular atuam em direções opostas, 
porém o braço de força é mais curto do que o braço de resistência. 
 
7. O sistema ósseo provê as alavancas e os eixos de rotação em que o sistema 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
110 
 
 
muscular promove os movimentos corporais. Sendo assim, considere que a 
alavanca é um mecanismo que amplia a força e/ou a velocidade dos 
movimentos corporais. 
 
Nesse sentido, a realização dos movimentos de plantiflexão e de extensão do 
cotovelo correspondem a que tipo de alavancas, respectivamente? 
 
a) Terceira e segunda classes. 
b) Terceira e primeira classes. 
c) Segunda e primeira classes. 
d) Segunda e terceira classes. 
e) Primeira e terceira classes. 
 
8. Para realizar a alavancagem, as alavancas apresentam três pontos em sua 
constituição: o eixo (E), a força (F) e a resistência (R). Sendo assim, a disposição 
ou a localização dos três pontos em relação um ao outro determinam o tipo de 
alavanca e aplicação para a qual ela é mais adequada. 
 
Sabendo disso, como estão as disposições dos três pontos nas alavancas interfixa 
e na interpotente, respectivamente? 
 
a) F - E - R e E - F - R. 
b) E - F - R e E - F - R. 
c) E - R - F e F - E - R 
d) E - F - R e F - E - R. 
e) F - E - R e E - R - F. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
111 
 
 
INSTRUMENTAÇÃO EM 
BIOMECÂNICA 
 
 
 
 
6.1 INTRODUÇÃO 
De fato, ao analisar um movimento qualquer devemos ter em mente que 
diferentes áreas do conhecimento atuam de forma integrada no sentido de 
fornecer um resultado, na teoria, mais eficaz. Neste sentido, integrar áreas de 
conhecimento com o objetivo de contribuir com o progresso, o desenvolvimento ou 
o aprimoramento das práticas corporais, incluídos os movimentos humanos, 
favorece também a relação das pessoas com a sua visão de mundo e de 
pertencimento a ele. Essa correlação interdisciplinar e multiprofissional consegue 
superar uma perspectiva restrita do mundo, promovendo o entendimento da 
realidade apesar da sua complexidade. 
Amadio e Duarte (1996) já afirmavam que cada componente curricular ou 
disciplina que tem como base de investigação o movimento humano — como a 
antropometria, a anatomia funcional, a neurofisiologia, a fisiologia geral, a 
bioquímica, a psicologia esportiva, a medicina desportiva, o ensino do movimento 
aplicado ao esporte, a sociologia, a física, a matemática e os processamentos de 
sinais eletrônicos, bem como a biomecânica — devem ser considerados em um 
contexto multidisciplinar e/ou multiprofissional, a fim de que seja possível 
compreender o movimento de forma mais ampla. 
A biomecânica analisa o movimento humano considerando as leis da física e 
as características específicas do aparelho locomotor. Tais análises são feitas com 
base na cinemetria, na dinamometria, na eletromiografia e na antropometria, 
conforme descreve Amadio e Serrão (2011), e estas análises podem ser aplicadas 
para qualquer tipo de movimento, finalidade e/ou objetivo. Dependerá do 
avaliador (professor e/ou treinador) definir os parâmetros que busca investigar, o que 
pretende com tal análise, enfim, é importante que em cada uma dessas análises, os 
resultados sejam de fato efetivados, visando a melhoria e/ou aperfeiçoamento de 
uma determinada condição. 
 
UNIDADE 
06 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
112 
 
 
6.2 CINEMETRIA, DINAMOMETRIA, ANTROPOMETRIA E ELETROMIOGRAFIA 
6.2.1 Cinemetria 
O objetivo central da cinemetria é entender o movimento sem preocupar-se 
com suas causas e, neste sentido, é dever da cinemetria preocupar-se com a 
posição, o deslocamento, a velocidade e a aceleração de um corpo no espaço. A 
avaliação cinemática, considerada clássica em biomecânica, é feita a partir de 
câmeras de vídeo capazes de gerar um modelo anatômico e permitir a 
reconstrução tridimensional de segmentos do corpo em movimento, realizando uma 
sequência de imagens, na qual seus registros devem acompanhar o movimento 
espontâneo da técnica esportiva. Nesse caso, existem softwares específicos e 
sistemas de aquisição de sinais que permitem não apenas a captação das imagens, 
bem como dos sinais, o seu condicionamento e a interpretação dos mesmos. 
Uma das técnicas mais utilizadas é a cinemetria por meio de filmagem, que 
pode ser bidimensional (2D) ou ainda a tridimensional (3D), esta embora mais 
complexa, considerada a mais ideal para análises do movimento humano, 
sobretudo, os esportivos. Neste sentido, são fixados no corpo do avaliado, pequenos 
marcadores reflexivos (esféricos), os quais possibilitam ao computador e à câmera 
identificar a localização dos eixos articulares, conforme mostra a figura 18. Esse 
procedimento é indicado para avaliação da técnica para competição; 
desenvolvimento de técnicas de treinamento; monitoramento de atletas, entre 
outros (KNUDSON e MORRISON, 2001). 
 
Figura 27: Marcadores Reflexivos 
 
Fonte: McGinnis (2015, p. 384) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
113 
 
 
Figura 27: Marcadores reflexivos permitem a localização dos pontos 
anatômicos de interesse, feitos pela câmera e computador. A imagem à esquerda 
mostra os marcadores no sujeito sob condições normais de luz; e a da direita com o 
ajuste da iluminação e posicionamento da(s) câmera(s) o foco está nos marcadores. 
Enfim, a cinemetria é uma das técnicas que vem crescendo na área da 
biomecânica e, atualmente, a quantidade de opções, que vão desde câmeras e/ou 
softwares para análises, considerados de baixo custo, até os equipamentos que são 
encontrados em grande parte dos laboratórios de análises, neste caso, comerciais, 
cujo custo é mais elevado. 
Portanto, cabe ao treinador e/ou profissional de educação física com sua 
equipe, definir o método mais adequado a ser adotado visando levantar o máximo 
de dados relevantes possíveis acerca de uma determinado gesto motor, que pode 
ser uma simples marcha, ou ainda algo complexo, como um movimento combinado, 
ou mesmo esportivo. 
 
6.2.2 Dinamometria 
A dinamometria trata da medição direta de variáveis cinéticas (força, torque, 
etc.) e tem como objetivo análise da técnica de movimento e da condição física; 
monitoramento de atletas; e controle de sobrecarga. Seu estudo é realizado por 
meio de duas técnicas: a utilização das plataformas de força e de pressão. Para 
aplicá-las, utiliza-se os dinamômetros eletromecânicos que permitem a 
quantificação de parâmetros como capacidade de produção de torque e de 
geração de trabalho para diversas musculaturas, potência muscular e fadiga. 
O equipamento mais utilizado em análises do movimento, especificamente 
da cinética, é a plataforma de força, equipamento este que permite captar as 
forças de reação do solo, em diferentes direções e sentidos, conforme descreve 
Amadio e Serrão (1996). 
Essas plataformas que possuem um formato retangular, com tamanho 
aproximado de 40 por 60 cm, consistem de duas superfícies rígidas e são interligadas 
por sensores de força, conhecidos como extensômetros. Esses equipamentos 
considerados de alto custo são usados em laboratórios clínicos de marcha, por 
exemplo, bem como em laboratórios esportivos (MANSOUR et al., 2018; MCGINNIS, 
2015). Na Figura 28, você pode conferir a plataforma de força para medir a FRS. É 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
114 
 
 
importantedestacar que além das plataformas de forças, temos os sensores de 
pressão, normalmente representados por “palmilhas”, cuja função é mensurar a 
pressão exercida pelos pés em torno de uma determinada área, neste caso, a 
análise da pressão e/ou distribuição do peso corporal em diferentes porções do pé 
(retropé, mediopé e antepé). A mensuração pode ser feita também por meio de um 
tapete fino. 
 
Figura 28: Plataforma de força para medir a Força de Reação do Solo (FRS) 
 
Fonte: McGinnis (2015, p. 387) 
 
Portanto, a dinamometria mostra-se um excelente mecanismo para obter-se 
dados relevantes acerca da força empregada em um determinado movimento, e 
as plataformas de forças surgem como os mais relevantes equipamentos para obter-
se dados da força de contato do indivíduo com o solo, por exemplo, conhecido 
como força de reação do solo, muito investigada, sobretudo, nas áreas clínica e 
esportiva. 
 
6.2.3 Antropometria 
A antropometria consiste na medida de algumas características físicas do 
modelo corporal, como altura, massa, peso, volume, densidade, centro de 
gravidade e momento de inércia da massa. Seu conhecimento é fundamental para 
realizar uma análise cinemática ou cinética dos movimentos normais e patológicos 
do corpo humano. Nela existe a pesagem hidrostática, uma técnica utilizada para 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
115 
 
 
fracionar a massa corporal total, cujo resultado mostra a densidade corporal do 
indivíduo e que objetiva mensurar o porcentual das massas magra e gorda em 
atletas (MANSOUR et al., 2018). 
 
6.2.4 Eletromiografia 
Conhecida como eletromiografia de superfície, ou ainda EMG, é a 
responsável por medir as forças produzidas durante o movimento (AMADIO e 
SERRÂO, 2007). Para a medição da atividade elétrica da musculatura contrátil, 
coloca-se eletrodos na pele do membro avaliado e os dados obtidos por meio da 
EMG indicam se o músculo está contraindo ou não. Seus objetivos incluem: 
 Avaliação da coordenação e da técnica do movimento; 
 Monitoramento dos atletas; 
 Seleção de grupos musculares a serem recrutados numa determinada 
 Habilidade; 
 Reabilitação e reeducação muscular. 
 
 
 
6.3 ANÁLISE DOS MOVIMENTOS DA MARCHA HUMANA, CORRIDA, SALTOS E 
ARREMESSOS 
6.3.1 Movimentos da marcha 
A marcha humana é considerada um dos movimentos humanos mais 
investigados em pesquisas científicas da área de biomecânica e cinesiologia. 
A marcha é um elemento de desenvolvimento do corpo humano e através 
dela são decorrentes vários outros aspectos condição cardiorrespiratória, além de 
auxiliar na perda ou manutenção do peso corporal e, ainda, fortalecer vários grupos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
116 
 
 
musculares, dentre os quais: quadríceps, flexores do quadril, abdome, glúteos, 
panturrilhas (PERRY, 2005; MCGINNIS, 2015; ROSE e GAMBLE,1993). 
A marcha pode ser definida como uma sequência repetitiva de movimentos 
dos membros inferiores que, em sincronia, se movem a fim de projetar o corpo para 
frente, neste caso o CM dos segmentos e, consequentemente, o corpo todo, 
enquanto simultaneamente deve manter a estabilidade no apoio em um ciclo 
contínuo. Percebe-se que na marcha, assim como na corrida, enquanto um dos 
membros atua como uma espécie de suporte móvel, em contato com o solo, o 
membro contralateral “avança no ar”, equivalente à fase de balanço, o que 
evidencia que em uma marcha humana normal, os membros invertem os seus 
respectivos papéis a cada passo, atuando ora como apoio, ora como balanço 
(PERRY, 2005; MCGINNIS, 2015; ROSE e GAMBLE, 1993; ZATSIORSKY, 1998). 
 
6.3.2 Ciclo da marcha 
De acordo com Rose e Gamble (1993) o ciclo da marcha humana é definido 
como a sequência simples do apoio e avanço de um único membro (figura 18). 
Portanto, é fundamental compreender que o ciclo da marcha humana é 
compreendido a partir do primeiro contato do pé com o solo e que vai até o próximo 
contato deste mesmo pé com o solo. Alguns autores dentre os quais, Floyd (2016) e 
Hall (2016) tratam o ciclo da marcha humana dividido em duas fases: a primeira, 
considerada a de apoio e a segunda, caracterizada como sendo a de balanço ou 
oscilação. A seguir, você verá cada uma dessas fases de maneira detalhada, a 
partir dos estudos feitos por (ROSE e GAMBLE, 1993; ZATSIORSKY, 1998): 
1 Fase de apoio: período de tempo que o membro permanece em contato 
com o solo e sustenta o peso, e que corresponde a 60% do ciclo da marcha. Essa 
fase apresenta ainda uma subdivisão que também deve ser considerada: 
1.1 Fase de toque do calcanhar, também conhecida como “contato inicial” 
em que o calcâneo se apoia no solo, empregando a primeira carga, neste caso. 
1.2 Fase de contato ou de resposta à carga. Na prática ocorre quando a 
região plantar ou medial do pé entra em maior contato com a superfície do solo. 
Neste instante, o indivíduo apresenta uma oscilação do CG à frente, porém sem 
aumentar a carga de apoio sobre o pé ainda. 
1.3 Fase de apoio médio, também conhecida como de deslocamento 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
117 
 
 
anterior da tíbia, ponto no qual o peso corporal se move centralmente sobre o pé. 
1.4 Fase de saída do calcanhar ou de apoio terminal, em que o corpo 
continua em seu “momentum” para frente. E aqui, observa-se de forma clara o 
calcanhar sendo elevado do solo, visando à preparação para o próximo passo, 
sendo que o calcâneo em apoio passa de uma posição mediopé para antepé. 
1.5 Fase de propulsão (pré-balanço), é o componente final da fase de apoio, 
sendo que nesse período de tempo o membro permanece no ar. Vale ressaltar que 
essa subfase corresponde a 40% do ciclo total da marcha. 
 A outra fase que deve ser considerada no estudo do ciclo da marcha, é a 
Fase de Balanço, que pode ser dividida em três subfases: 
1Fase de balanço inicial (aceleração), em que o pé deixa o chão e se move, 
anteriormente, de uma posição ligeiramente posterior ao corpo para uma posição 
abaixo do corpo. Para que ocorra a aceleração do corpo à frente é necessário que 
o joelho se flexione com uma leve dorsiflexão do tornozelo. 
 2 Fase de balanço médio definida quando o membro está sob o corpo. 
 3 Fase de balanço final (desaceleração), que ocorre à medida que um dos 
membros inferiores continua a se mover na direção anterior, reduzindo sua 
velocidade (ex: quadril) ao preparar-se para outro toque do calcanhar, o que gera 
a desaceleração do membro, que visa um maior controle postural/corporal para a 
repetição do processo (ciclo). 
 
Figura 29: Ciclo da marcha humana normal 
 
Fonte: FLOYD (2016) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
118 
 
 
 
 
 
6.3.3 Movimentos da corrida 
De acordo com Floyd (2016), a corrida pode ser considerada a variação 
“natural” da marcha humana, uma vez que apresenta suas fases muito similares, 
embora aspectos biomecânicos, por exemplo, sejam distintos, dentre os quais: a 
força de reação do solo empregada, visando uma maior projeção do CG à frente, 
o que está associado à maior aceleração do corpo que deve ocorrer em uma 
corrida, sobretudo, quando eficiente. 
McGinnis (2015) descreve a corrida como um movimento cíclico, em que as 
fases de contato e oscilação se sucedem, e destaca que se trata de um gesto motor 
cuja atividade considerada complexa, envolve ações do sistema nervoso e grande 
parte dos músculos do corpo em uma conexão síncrona. 
Um importante aspecto a ser considerado é acerca da diferenciação entre 
caminhada e corrida, sendo que esta ocorre quando períodos de duplo apoio, 
ambos os pés em contato com o solo, dão lugar a um período de flutuação que é 
a chamado fase de voo e é identificado pela falta de contato com o solo de ambos 
os pés (FLOYD, 2016; HAY, 1981; NOVACHECK, 1990). A corrida é, então, 
caracterizada pela identificação de duas fases distintas: fase de apoio e fase de 
voo (MCGINNIS, 2015). 
A distância percorrida por cada passo completo durante a corrida échamada amplitude da passada ou comprimento da passada e, de acordo com 
Novacheck (1990), é considerado o número de passos dados em um determinado 
período, o que se conhece como a frequência da passada. E, por fim, o mesmo 
autor destaca a velocidade, variável essa que é determinada pelo produto da 
frequência pela amplitude da passada. E conforme destacado por McGinnis (2015), 
o elemento chave para se atingir a eficiência técnica e a otimização da 
https://bit.ly/3BMm6NS
 
 
 
 
 
 
 
 
 
119 
 
 
performance é a manutenção, durante o maior tempo possível da frequência e do 
comprimento ótimos de passada ao longo da corrida. 
 
6.3.4 Movimento dos saltos 
Nos esportes existem muitas modalidades que envolvem movimentos de 
saltos, e estes variam entre si, sobretudo, pelo objetivo que buscam alcançar 
mediante este importante movimento, o que incide, sobremaneira, na biomecânica 
do gesto. 
No caso específico do salto no atletismo, Hay (1981) destaca que o objetivo 
principal dos atletas, neste caso, é obter o máximo de deslocamento do seu CM em 
uma determinada direção, que pode ser horizontal, quando executado no salto em 
distância e/ou triplo; e ainda, o vertical, definido no salto em altura e, ainda, com 
vara. 
É importante destacar a corrida de abordagem, cujo principal foco do atleta 
deve ser o de obter a máxima velocidade horizontal no início e meio da corrida, e 
controlá-la nos instantes finais para conseguir a posição mais eficaz na entrada do 
salto. Hay (1981) afirma que a velocidade é um elemento que deve ser controlado 
em todo o processo (do salto), uma vez que o atleta não controlando sua 
velocidade final do salto, haverá um comprometimento do ângulo de saída. 
Em particular, Kennedy (1974) e Matthiesen (2017) descrevem a fase de 
impulsão específica do salto em distância (horizontal), a qual pode ser subdividida 
em quatro etapas, conforme você verá a seguir: 
1ª) há o contato inicial do calcanhar com o solo e, neste momento, ocorre 
um movimento de bloqueio do pé de impulsão; 
2ª) uma ligeira inclinação lateral do peso do corpo com relação ao pé de 
impulsão; 3ª) uma leve elevação do tórax, da cabeça e dos olhos; 
4ª) a perna contrária aquela de impulsão é elevada. 
Kennedy (1974) e Matthiesen (2017) descrevem a importância da fase aérea, 
a qual é determinada pela velocidade inicial do vetor do CM pela aceleração 
gravitacional no instante da impulsão, e que uma vez iniciada, o atleta já não 
consegue alterar o deslocamento do seu CM, portanto, é evidente o ajuste da 
técnica do movimento e a influência da biomecânica no sentido de direcionar o 
movimento, o mais assertivo quanto possível. Trata-se de uma fase (aérea), cujo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
120 
 
 
objetivo é manter-se em equilíbrio corporal, bem como contribuir para conseguir 
uma boa posição na fase da aterrissagem. Uma condição destacada pelo autor 
para que isso aconteça é evitar-se as possíveis rotações do corpo em torno do 
próprio eixo. 
E, por fim, a aterrissagem, que de acordo com os autores é considerada a 
última fase do salto e representa o momento em que o atleta toca o solo. E na 
prática, caso o movimento não tenha sido bem executado na fase anterior, 
comprometendo a técnica de queda, na caixa de areia, o resultado final 
alcançado pelo saltador poderá, sem dúvidas, ser comprometido. 
 
6.3.5 Movimento dos arremessos 
Este subcapítulo tem como foco os arremessos, mais especificamente 
realizados no atletismo. Embora ao tratar-se de arremessos, nos esportes, temos em 
várias modalidades, como por exemplo, no basquetebol e no handebol, a análise e 
descrição apresentada está limitada à modalidade atletismo, haja vista, a variação 
já apresentada dos arremessos na referida modalidade. 
De fato, os arremessos (de peso) para que sejam executados de forma eficaz 
precisam da ação balística dos membros superiores, o que faz com que o centro de 
massa dos segmentos do arremessador seja “projetado” para fora do centro de 
gravidade, em que o equilíbrio e o controle motor devem ser trabalhados de forma 
simultânea com a força explosiva de membros superiores. 
É importante destacar que as forças e o torque necessários para o arremesso 
devem ser tão eficientes para que o gesto consiga empregar a força e distância 
necessárias à massa, ou seja, ao objeto lançado, conforme indica Hay (1981; 1986). 
Neste sentido, deve-se observar a ação efetiva de outros segmentos, que 
rotacionam em torno do eixo: pés, quadril, coluna vertebral e ombros. 
Hay (1981) descreve diferentes técnicas associadas ao arremesso de peso, 
dentre as quais: “a parada, a ortodoxa (deslocamento lateral), a de deslocamento, 
a linear, a de costas (Parry O'Brien) e a mais moderna e começando a ser bastante 
utilizada a técnica de deslocamento em rotação (Barischinikov)”. Um fato 
importante a ser destacado é que essas diferentes técnicas do arremesso de peso 
demandam um trabalho em sinergia das articulações envolvidas e, neste caso, o 
ombro, o cotovelo, o punho e a mão assumem o fator principal para a execução 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
121 
 
 
do referido gesto técnico/motor, lembrando ainda que, a preparação para a 
execução desse gesto técnico ocorre a partir da participação ativa dos membros 
inferiores (pés, joelhos e quadris), os quais são os responsáveis em transmitir a energia 
suficiente, por meio do segmento tronco. 
Enfim, para que ocorra um giro de um implemento ou segmento corporal é 
preciso que haja uma aplicação de força afastada do centro de gravidade do 
objeto ou do segmento, assim, o torque (ou momento de força) indica o produto da 
força pela distância perpendicular da linha de ação da força até o eixo de rotação 
(ACKLAND et al., 2011). 
 
6.4 ESTUDO DA APLICAÇÃO PRÁTICA DA INSTRUMENTAÇÃO EM 
BIOMECÂNICA E CINESIOLOGIA 
O movimento humano é compreendido por meio da observação ou da 
mensuração, ou seja, considerando o deslocamento corporal, ou de seus segmentos, 
com padrões espaciais e temporais específicos, ou como resultado de um processo 
interno, integrado ao sistema nervoso central. 
No esporte o corpo se deslocar no espaço é um fato determinado pelo 
dinamismo, pelo vigor, pela beleza e pela velocidade, tendo em vista a maioria dos 
movimentos realizados e o aspecto observável capaz de atrair maior atenção dos 
profissionais. Assim, em muitas situações, os mecanismos internos responsáveis pela 
produção e pelo controle dos movimentos podem ser negligenciados, dando ênfase 
ao produto final, em detrimento à consideração mais aprofundada do processo que 
gera esse produto. Naturalmente, ao dar ênfase ao aspecto observável, o aparelho 
locomotor se destaca como foco de cuidado nas práticas esportivas. 
Conforme apresentado no subcapítulo 6.2, temos diferentes maneiras de 
analisar o movimento humano, neste caso, áreas de investigação, conforme 
descreve Amadio e Duarte (1996). 
Amadio e Duarte (1996, p. 11) reforçam que: 
 
o progresso das técnicas de medição, armazenamento e 
processamento de dados, contribuíram enormemente para uma 
análise mais assertiva do movimento humano, fornecendo 
ferramentas mais precisas e complexas para as análises tanto 
quantitativas quanto qualitativas de diferentes gestos, técnicas e 
movimentos, aplicados ou não aos esportes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
122 
 
 
Graziano (2008, online) descreve que “o panorama atual da Biomecânica 
passa cada vez mais pelo recurso aos métodos formais avançados das disciplinas 
básicas, nomeadamente, Matemática, Física, Programação e pela sua 
combinação com as ciências biológicas, Anatomia, Fisiologia, Neurofisiologia, etc.”. 
De acordo com ao autor, isso é necessário para o desenvolvimento desta área, já 
que após o ganho descritivo sobre o movimento, a fase seguinte será retirar 
consequências. 
Conforme mostrado neste livro, no caso específico do esporte, o 
entendimentocorreto da modalidade dará ao professor/treinador maiores 
condições de compreenderem o desempenho, analisarem de forma correta tal 
gesto e ainda, poderem interpretar de forma mais assertiva um determinado gesto 
motor/técnico, evitando-se comprometer todo o processo. Ackland et al. (2011) 
evidenciam a importância do professor/treinador inserir em seu contexto multifatorial 
de análise do gesto técnico, as variáveis qualitativas e quantitativas de análise. 
Em geral, a análise quantitativa passa a ter uma predominância maior nas 
análises esportivas, sendo que essa análise envolve quatro categorias: imagens, 
dinamometria, eletromiografia e modelagem preditiva (simulação). De fato, tratam-
se de técnicas cuja mensuração fornecem importantes dados acerca das análises 
cinemáticas e cinéticas do movimento. 
De acordo com Ackland et al. (2011), a cinemetria se caracteriza pelo uso de 
câmeras de vídeo ou opto reflexivas (óticas sem imagem visual que geram um 
modelo anatômico que, por sua vez, utiliza marcadores reflexivos) para registro do 
movimento. A dinamometria permite a medição direta de variáveis cinéticas (força 
ou torque) utilizando diversas tecnologias. O dinamômetro mais comum na 
biomecânica esportiva é a plataforma de força, capaz de medir as forças de 
reação do solo e seus componentes perpendiculares. A eletromiografia detecta os 
potenciais elétricos nas fibras musculares. O sinal da eletromiografia, depois do 
processamento apropriado, proporciona uma indicação do momento de 
ocorrência e do nível de ativação de um músculo ou grupo muscular. E, finalmente, 
a modelagem preditiva (antropometria) utiliza um modelo Matemático do corpo e 
um software de computação para primeiro fazer uma simulação (modelo de 
computação validado) e, depois, uma otimização (simulação no computador para 
otimizar uma faceta do desempenho). 
Enfim, a biomecânica e a cinesiologia contribuem para outras áreas, a 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
123 
 
 
destacar a reabilitação e, ainda, a prevenção de lesões. No caso específico da 
reabilitação, ambas as áreas podem fornecer dados quantitativos, sobretudo, 
importantes para o tratamento mais assertivo a ser adotado pela equipe médica, 
por exemplo. Um exemplo clássico é na marcha humana, quando existem 
patologias e uso de técnicas corretas a serem empregadas pode contribuir muito 
para a melhoria da marcha, por meio da utilização de órteses, por exemplo, ou 
simplesmente pela correção do gesto, da maneira de executar o movimento da 
marcha, identificando-se (pela cinemática, na maioria dos casos) o padrão desse 
gesto, e as fases ou “pontos específicos” que devem ser direcionados ao tratamento 
mais eficaz. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
124 
 
 
 
 
1. O movimento pode ser definido como um deslocamento tanto de posição 
quanto de postura, que acontece ao longo do tempo e relacionado a algum 
local específico do ambiente. 
 
Considerando uma análise que prioriza a descrição de posições, bem como níveis 
de velocidade e aceleração dos corpos em movimento, identifica-se a: 
 
a) Estática. 
b) Antropometria. 
c) Eletromiografia. 
d) Estática. 
e) Cinemática. 
 
2. (INESP – ENADE 2016) A biomecânica utiliza como métodos de medição de seus 
parâmetros quantitativos a cinemetria, a eletromiografia, a dinamometria e a 
antropometria. A cinemetria é um método de medição cinemática que busca, a 
partir da aquisição de imagens da execução do movimento, observar o 
comportamento de variáveis dependentes, tais como: velocidade, 
deslocamento, posição e orientação do corpo e de suas partes. 
 
SANTOS, S.S.; GUIMARÃES, F.J.S.P. Avaliação biomecânica de atletas 
paraolímpicos brasileiros. Rev. Bras. Med. Esporte, v.8, n.3, 2002 
(adaptado). 
 
Considerando a definição acima, avalie as asserções a seguir e a relação 
proposta entre elas. 
 
I. A cinemetria é um componente relevante da biomecânica para o estudo dos 
movimentos corporais em atletas paralímpicos, por oferecer informações precisas 
sobre quais músculos são recrutados em cada movimento, sobre a atividade 
muscular durante o movimento, a intensidade e a duração do recrutamento 
muscular. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
125 
 
 
PORQUE 
 
II. O esporte paralímpico caracteriza-se pela alta performance física e técnica de 
seus praticantes e pela busca do máximo desempenho possível em cada uma 
das modalidades. 
 
A respeito dessas asserções, assinale a opção correta. 
 
a) As asserções I e II são proposições verdadeiras e a II é a justificativa correta da I. 
b) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa 
correta da I. 
c) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa. 
d) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira. 
e) As asserções I e II são proposições falsas. 
 
3. A instalação de laboratórios de análise biomecânica é necessária nos clubes de 
futebol para a avaliação de habilidades dos atletas. Métodos como mensuração 
da força de contato, ângulos e velocidades das articulações durante os 
movimentos de salto, corrida e chute são importantes para melhorar o 
desempenho do atleta. 
 
Com base nessa informação, assinale a alternativa correta. 
 
a) A eletromiografia verifica a atividade muscular e detecta o nível de fadiga 
muscular que ocorre no atleta durante o treinamento. 
b) A cinemetria é um método aplicado na análise qualitativa, pois permite a 
identificação da atividade muscular em ambiente 2 D. 
c) A análise biomecânica do chute no futebol é realizada em segundo plano, pois 
os atletas já têm predomínio na realização dessa técnica. 
d) A plataforma de força é uma das ferramentas mais utilizadas para identificar 
aspectos da flexibilidade dos jogadores e suas técnicas do futebol. 
e) A antropometria é responsável pela análise da força de reação do solo, das 
forças de contato e de apoio, muito utilizadas no futebol. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
126 
 
 
4. Uma boa análise técnica deve, na verdade, lançar mão de habilidades de 
raciocínio de ordem mais elevada do que a palavra 'analisar' implica (quebrar 
algo em partes). A análise técnica, altamente eficaz, deve avaliar o movimento 
para que sejam identificadas as virtudes e os defeitos e, em seguida, seja 
diagnosticado o desempenho para se prescrever a devida intervenção. É por isso 
que alguns estudiosos propuseram que a análise qualitativa da técnica seja 
denominada diagnóstico clínico. 
 
Sobre as tarefas consideradas importantes nas análises qualitativas, é correto o 
que se afirma em qual alternativa? 
 
a) O treinador faz uma análise do desempenho ruim na fase de intervenção. 
b) O treinador propõe adequações nas ações na fase de intervenção. 
c) O treinador avalia o desempenho do atleta na fase de observação. 
d) O treinador faz um diagnóstico das ações do atleta na fase de preparação. 
e) O treinador reúne informações específicas sobre o atleta na fase de avaliação. 
 
5. O desempenho no esporte é considerado um verdadeiro fenômeno e indica o 
nível de execução dos movimentos. Trata-se de um componente analisado em 
cada um dos seus níveis, sendo analisado sob o ponto de vista sistêmico, tanto de 
processo quanto do seu produto. 
 
Considerando a “análise do desempenho esportivo”, o treinador deve: 
 
a) Dominar a prática de forma isolada para conseguir fazer demonstrações corretas. 
b) Considerar o seu conhecimento prévio em relação às bases de dados científicas. 
c) Priorizar os comandos mais lentos para não induzir o jogador ao erro. 
d) Utilizar a tecnologia mais acessível e apropriada para as suas análises. 
e) Preconizar a performance em primeiro lugar e, depois, as condições de saúde. 
 
6. (FEPESE - 2014) A utilização da eletromiografia possibilita, além da avaliação do 
envolvimento de cada grupo muscular, a coleta de informações sobre: 
 
a) A atividade do músculo,a participação dos respectivos músculos na atividade e 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
127 
 
 
o grau da contração dos respectivos músculos em cada movimento. 
b) A Atividade de todos os músculos, a participação direta dos respectivos músculos 
na atividade e o grau e a duração da contração dos respectivos músculos no 
movimento. 
c) A atividade de cada músculo ou parte dele, a ordem cronológica da 
participação dos respectivos músculos na atividade e o grau e a duração da 
contração dos respectivos músculos em cada movimento. 
d) O movimento de cada músculo ou parte dele, a ordem cronológica dos 
respectivos músculos na atividade e a duração da contração dos respectivos 
músculos em cada movimento. 
e) O movimento do músculo, da participação dos respectivos músculos na atividade 
e o grau da contração dos respectivos músculos em cada movimento. 
 
7. “O estudo da cinemática inclui a descrição da marcha em termos de suas 
características espaciais e temporais (como e quando o pé encosta no solo), e 
como todo o corpo e seus segmentos se movem através do espaço” 
 
Fonte: HOUGLUM, P.A e BERTOTI, D.B. Cinesiologia clínica de Brunnstrom 
 [traduzido por Jerri Ribeiro]. Barueri, SP: Manole, 2014). 
 
Tendo em vista o movimento dos membros inferiores durante a marcha, é correto 
o que se afirma em: 
 
a) Os músculos adutores do quadril têm maior atividade durante a fase de apoio. 
b) Os músculos isquiotibiais aceleram a extensão do quadril. 
c) Os músculos flexores do quadril impulsionam o corpo anteriormente. 
d) Os músculos abdutores do quadril estabilizam o membro inferior em apoio 
bilateral. 
e) Os músculos extensores do quadril influenciam na aceleração da abdução do 
quadril. 
 
8. A biomecânica representa um recurso essencial tanto na fase de planejamento, 
quanto na de implementação de programas de atividades físicas, com o objetivo 
de promover a saúde. Associada a outras disciplinas na área de Educação Física 
e da saúde, a biomecânica oferece estratégias para que o professor/treinador 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
128 
 
 
consiga fazer a seleção de movimentos mais adequados, bem como seguros ao 
desenvolvimento de habilidades e capacidades físicas específicas. 
 
Com base nas análises e nas intervenções biomecânicas, avalie as afirmações a 
seguir e a relação proposta entre elas: 
 
I. Quando se pensa na participação esportiva, a otimização do gesto e a 
segurança assumem igual relevância. 
 
PORQUE 
 
II. Diante das diversas alternativas e áreas de atuação relacionadas com a 
biomecânica, é preciso desconsiderar as expressivas limitações na aplicação dos 
conhecimentos práticos. 
 
Assinale a opção correta: 
 
a) As afirmações I e II são proposições verdadeiras e a II é uma justificativa correta 
da I. 
b) As afirmações I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa 
correta da I. 
c) A afirmação I é uma proposição verdadeira, mas a II é uma proposição falsa. 
d) A afirmação I é uma proposição falsa, mas a II é verdadeira. 
e) As afirmativas I e II são proposições falsas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
129 
 
 
RESPOSTAS DO FIXANDO O CONTEÚDO 
 
UNIDADE 01 
 
 
 
UNIDADE 02 
 
QUESTÃO 1 D QUESTÃO 1 B 
QUESTÃO 2 E QUESTÃO 2 B 
QUESTÃO 3 A QUESTÃO 3 A 
QUESTÃO 4 C QUESTÃO 4 A 
QUESTÃO 5 A QUESTÃO 5 E 
QUESTÃO 6 A QUESTÃO 6 C 
QUESTÃO 7 A QUESTÃO 7 C 
QUESTÃO 8 E QUESTÃO 8 B 
 
 
UNIDADE 03 
 
 
 
 
UNIDADE 04 
 
QUESTÃO 1 C QUESTÃO 1 D 
QUESTÃO 2 B QUESTÃO 2 C 
QUESTÃO 3 B QUESTÃO 3 D 
QUESTÃO 4 D QUESTÃO 4 E 
QUESTÃO 5 B QUESTÃO 5 A 
QUESTÃO 6 A QUESTÃO 6 A 
QUESTÃO 7 C QUESTÃO 7 C 
QUESTÃO 8 A QUESTÃO 8 B 
 
 
UNIDADE 05 
 
 
 
UNIDADE 06 
 
QUESTÃO 1 D QUESTÃO 1 E 
QUESTÃO 2 C QUESTÃO 2 D 
QUESTÃO 3 B QUESTÃO 3 A 
QUESTÃO 4 A QUESTÃO 4 B 
QUESTÃO 5 E QUESTÃO 5 D 
QUESTÃO 6 D QUESTÃO 6 A 
QUESTÃO 7 C QUESTÃO 7 C 
QUESTÃO 8 A QUESTÃO 8 C 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
130 
 
 
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