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VD • Planejamento - identificar as famílias que serão visitadas. - estabelecer os objetivos. - preparar o material a ser utilizado. - revisar prontuários. • Realização - observar o entorno da casa visitada e a mesma (calçamento, saneamento básico, coleta de lixo...). - observar o grau de segurança (cercas elétricas, câmeras, grades...) - apresentação das pessoas que estão realizando a visita e apresentação do motivo. - perguntar se é um momento adequado. - pedir permissões e não invadir privacidades. - observar a presença ou não de obstáculos que possam colocar o grupo familiar em risco. • Registro - caneta azul ou preta. - letra legível, data e horário da VD e assinatura. - local de realização (domicílio, casa de repouso...). - condutas que foram pactuadas. • Avaliação - se o objetivo foi alcançado. - as novas demandas. - se o tempo foi adequado. - se haverá a necessidade de outra abordagem. Se sim, quem deverá realizar (necessidade de intervenção de outros profissionais) e quando. - se há a necessidade de envolvimento de outros equipamentos sociais (escola, CRAS...). VD DO RN • Realizada pelo médico e / ou enfermeira. • A equipe de saúde atua como um ponto de apoio nesse momento de transição chave do ciclo de vida da família. • O estabelecimento do vínculo é essencial para que a equipe de saúde consiga fazer o acompanhamento adequado da família. OBJETIVOS • Observar as relações familiares. • Facilitar o acesso ao serviço de saúde. • Possibilitar ou fortalecer o vínculo das famílias com as equipes de saúde. • Escutar e oferecer suporte emocional nessa etapa de crise vital da família (nascimento de um filho). • Estimular o desenvolvimento da parentalidade. • Orientar a família sobre os cuidados com o bebê. • Identificar sinais de depressão puerperal. • Promover o aleitamento materno exclusivo até o 6º mês. • Prevenir lesões não intencionais. • Identificar sinais de perigo à saúde da criança. SINAIS DE PERIGO (indicam a necessidade de encaminhamento da criança para o serviço de urgência) VD, PRIMEIRA CONSULTA E EXAME FÍSICO DO RN • Recusa alimentar (a criança não consegue beber ou mamar). • Vômitos importantes (vomita tudo o que ingere). • Convulsões ou apneia (a criança fica em torno de 20 segundos sem respirar). • Frequência cardíaca abaixo de 100bpm. • Letargia ou inconsciência. • Respiração rápida (acima de 60mrm). • Atividade reduzida (a criança movimenta-se menos do que o habitual). • Febre (37,5ºC ou mais). • Hipotermia (menos do que 35,5ºC). • Tiragem subcostal. • Batimentos de asas do nariz. • Cianose generalizada ou palidez importante. • Icterícia visível abaixo do umbigo ou nas primeiras 24 horas de vida. • Gemidos. • Fontanela abaulada. • Secreção purulenta do ouvido. • Umbigo hiperemiado, ou seja, com muito sangue circulante (hiperemia estendida à pele da parede abdominal) e / ou com secreção purulenta (indicando onfalite – inflamação ao nível do umbigo). • Pústulas na pele (muitas e extensas). • Irritabilidade ou dor à manipulação. A PRIMEIRA CONSULTA DO RN NA ESF • Na primeira semana de vida. É o momento propício para estimular e auxiliar a família nas dificuldades do aleitamento materno exclusivo, para orientar e realizar imunizações, para verificar a realização da TN e para estabelecer ou reforçar a rede de apoio à família. Além disso, também é importante para a verificação da Caderneta de Saúde da Criança, da identificação de riscos e vulnerabilidades ao nascer e da avaliação da saúde da puérpera. Também deve haver a coleta de informações sobre esses primeiros dias de vida: como estão as amamentações, os períodos de sono, a urina, a evacuação, e se o RN apresentou algum episódio de febre ou intercorrência. • Pelo fato de que a primeira consulta da criança pode ser programada pela equipe, é possível adaptar a agenda para o referido momento, adequando o tempo da consulta às necessidades que forem surgindo. • A partir da anamnese, procura-se avaliar principalmente as condições do nascimento da criança (tipo de parto, local do parto, peso ao nascer, idade gestacional, índice de Apgar, intercorrências clínicas na gestação, no parto, no período neonatal e nos tratamentos realizados) e os antecedentes familiares (as condições de saúde dos pais e dos irmãos, o número de gestações anteriores, o número de irmãos). ÍNDICE DE APGAR • Em 1 minuto - 8 – 10: normal. - 5 – 7: alguma depressão do SN. - 0 – 4: exigência de manobras de reanimação imediatas. • Em 5 minutos - 8 – 10: normal. - 0 – 7: riscos de disfunções dos sistemas do corpo. OBS: a irritabilidade reflexa refere-se à presença ou não de reação quando ocorrer aspiração das narinas com seringa de bulbo. EXAME FÍSICO DICAS • Fechar as janelas para evitar correntes de ar sobre o RN. • Manter o ambiente tranquilo e silencioso, além de diminuir a quantidade de iluminação para estimular a abertura dos olhos do RN. • Fazer o exame na presença dos pais. • Manter o RN enrolado em uma manta, retirando as peças de roupa à medida em que o exame se desenvolve. • Demonstrar, para os pais, manobras para acalmar o RN. Ex: como enrolar na manta. MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS - PESO • Deve ser avaliado em relação ao peso ideal ao nascer. • É considerado normal uma perda de peso de até 10% do peso de nascimento e a recuperação dessa perda até o 15º dia de vida. • Sua avaliação deve ser feita em uma balança específica para a faixa etária, devendo o RN estar apenas com a fralda ou sem roupas pesadas. - COMPRIMENTO • É determinado colocando a criança em decúbito dorsal em um quadro ou bandeja de medida. • Sua mensuração com fita métrica é inexata, a menos que haja algum auxílio para que a criança seja mantida parada com o seu quadril e joelhos em extensão. - PERÍMETRO CEFÁLICO • Uma medida acima ou abaixo de dois desvios- padrão (x < -2 ou x > +2) pode estar relacionado com doenças neurológicas. - PERÍMETRO ABDOMINAL - REGISTRO DESENVOLVIMENTO SOCIAL E PSICOAFETIVO • Avaliar o relacionamento do responsável com o bebê: como eles respondem às suas manifestações, como interagem com o RN e se lhe proporcionam situações variadas de estímulo. • Alguns RN são previsíveis, adaptáveis e respondem de maneira positiva a estímulos novos. Outros são amigáveis e respondem de modo intenso e negativo. • O ambiente no qual o RN está inserido afeta o seu desenvolvimento social e psicoafetivo. ESTADO GERAL • Postura normal do RN: extremidades fletidas, mãos fechadas e o rosto, na maioria dos casos, dirigido para um dos lados. • Padrão respiratório: presença de anormalidades (batimentos de asas do nariz, tiragem, retração muscular, intercostal ou diafragmática) e os sons emitidos. • Estado de vigília: alerta, sono leve ou profundo e o choro. • Sinais de desidratação e / ou hipoglicemia: pouca diurese (produção de urina), má ingestão (não consegue mamar ou vomita o que mama), hipoatividade e letargia. • Temperatura axilar normal entre 36,4ºC e 37,5ºC A temperatura não precisa ser medida cotidianamente em assintomáticos, apenas na existência de algum fator de risco • FC FACE • Normal. • Assimetria. • Malformação. • Deformidade. • Aparência sindrômica. FÁCIES - HIDROCEFÁLICA • Crânio volumoso, face pequena e olhar de “sol poente”. - MONGOLÓIDE / SÍNDROME DE DOWN • Cabeça pequena e braquicefálica (achatadana frente e atrás), fenda palpebral curta e oblíqua para cima e para fora, nariz curto e boca pequena. - MICROCEFÁLICA - DE MARASMO - ADENOIDIANA - DO HIPERTIREOIDISMO - DESIDRATADA • Palidez, rosco encovado, olhar vago, ansiedade e inquietude. - MIASTÊNICA • Mímica ausente, o rosto é rígido, fisionomia inexpressiva. - CUSHINGÓIDE • Face redonda, pele corada. É comum a presença de acne. - OLIGOFRÊNICA • Expressão vaga, boca aberta com saliva escorrendo pelo canto. PELE - INSPEÇÃO • A textura deve ser lisa e macia. • Coloração rósea. • Vérnix caseoso e lanugem ao nascimento. • Edema (localizado ou generalizado). • Palidez (sangramento, anemia, vasoconstrição periférica ou sinal de arlequim – palidez de um lado e eritema do outro oposto). • Descamação (é comum no pós-termo – IG > 40 semanas). • Cianose (central, periférica ou generalizada). • Equimoses (hematoma). - ICTERÍCIA • Examinar e palpar a pele com cuidado para avaliar o nível de icterícia. • Sua detecção é feita comprimindo a pele para destacar a cor rósea ou acastanhada normal. A presença de amarelado indica icterícia. Também pode ser identificada comprimindo uma lâmina de vidro contra a pele para esvaziar o leito capilar. • Ter atenção em caso de início nas primeiras 24h ou depois de uma semana de vida, em caso de duração maior do que uma semana no RN a termo (idade gestacional de 37 – 42 semanas), duração maior do que 2 semanas no prematuro e se a tonalidade for amarela com matiz intenso ou se está espalhada por todo o corpo. • A “fisiológica” é normal e aparece no segundo ou terceiro dia de vida, atingindo máxima intensidade no quinto dia, desaparecendo com uma semana. - MARCAS VASCULARES (placa de salmão) • Placas róseas claras, irregulares e chatas. • Região posterior do pescoço, pálpebras superiores, testa ou no lábio superior. • Resultam de distensão capilar. - MILIÁRIA RUBRA • Vesículas sobre uma base eritematosa. • Rosto e tronco. • Resulta de obstrução dos ductos das glândulas sudoríparas. • Desaparece espontaneamente. - MILIUM SEBÁCEO • Áreas elevadas, brancas lisas, sem eritema. • Nariz, queixo e testa. • Resulta da retenção de sebo nas aberturas das glândulas sebáceas. • Desaparece espontaneamente. - HEMANGIOMAS • Resulta da persistência de vasos sanguíneos ou linfáticos transitórios. - MANCHA MONGÓLICA • Comum em RN de pele escura. • Registrar a ocorrência para que não haja confusão com equimoses. - MELANOSE PUSTULAR • É uma erupção que se manifesta ao nascimento como vesículas ou pústulas com base macular acastanhada. • Comum naqueles que possuem pele escura. - PETÉQUIAS - ACROSIANOSE • Tonalidade azulada nas palmas das mãos ou na planta dos pés. - ERITEMA TÓXICO • Máculas eritematosas com vesículas centrais, puntiformes e dispersas. Tem aspecto semelhante ao de picada de mosquito. - MANCHAS CAFÉ COM LEITE • Lesões pigmentadas castanho-claras. Apresentam bordas definidas na maioria dos casos. • Considerar o diagnóstico de neurofibromatose nos casos de mais de cinco. - IMPETIGO - PLACA PALPEBRAL - ASSADURAS - BOLHAS PALMO – PLANTARES (sífilis) - PLAPAÇÃO • Hidratação e consistência. Criar uma prega de pele frouxamente aderida da parede abdominal e rolá-la entre o polegar e o indicador, determinando, assim, a sua consistência. Nos RN, a pele retorna ao normal imediatamente ao ser liberada. No caso de desidratação significativa, há um retardo no retorno da pele. CRÂNIO - INSPEÇÃO • Implantação do cabelo. • Fontanelas (refletem a pressão intracraniana. Devem ser macias e planas) Ao nascimento, a anterior tem de 4 – 6 cm e se fecha com cerca de 4 – 26 meses. A posterior tem de 1 – 2 cm ao nascimento e costuma se fechar até os 2 meses. Devem ser apalpadas quando o RN ou lactente estiver sentado ou sendo segurado em posição reta. As pulsações da fontanela refletem o pulso periférico. Não devem estar túrgidas, abauladas ou deprimidas. • Simetria e circunferência craniana Procurar tumefações assimétricas na cabeça do RN, o seu couro cabeludo pode estar tumefeito na região occipitoparietal, que é o fenômeno bossa serossanguinolenta, que resulta de uma distensão capilar e extravasamento de sangue e líquido em decorrência do efeito de vácuo da ruptura do saco amniótico. Também pode existir cefalematomas, os quais são mais delimitados do que a bossa. Ambos desaparecem de modo espontâneo. Dolicocefalia: a cabeça do prematuro ao nascimento é longa no diâmetro occipitofrontal e estreita no diâmetro bitemporal. Normaliza-se e pode ser prevenida pela frequente mudança de posição da cabeça, sendo adotada a posição e decúbito ventral apenas quando a criança estiver acordada. Plagiocefalia posicional: assimetria da calota craniana em decorrência de o RN ficar deitado apenas de um lado, resultando em achatamento da região parieto-occipital do lado de baixo e proeminência da região frontal no lado oposto. Desaparece quando a criança se torna mais ativa, ou seja, quando deixa de depender de apenas uma posição. Braquicefalia: face aparenta ser pequena em relação à cabeça, que é larga. A porção posterior da cabeça se achata. Microcefalia: circunferência craniana pequena. Macrocefalia: circunferência craniana grande. - PALPAÇÃO • Deve ser feita com cuidado, dado a consistência amolecida / elástica dos ossos do crânio, a qual se torna mais forte e firme com o passar dos anos. - SIMETRIA FACIAL • A face deve ser examinada à procura de assimetrias. • O posicionamento in útero pode provocar assimetrias faciais transitórias. Se a cabeça estava flexionada sobre o esterno, pode ocorrer encurtamento do queixo / micrognatia. A compressão do ombro sobre a mandíbula pode provocar deslocamento lateral temporário desta. - SINAL DE CHVOSTEK • Percutir, com a extremidade do dedo indicador, a parte de cima da bochecha do RN, logo abaixo do zigomático à frente da orelha. • Esse sinal consiste em caretas caudas por contrações repetidas dos músculos faciais. • É encontrado em alguns transtornos metabólicos. OLHOS - INSPENSÃO • Usar luz tênue, pois as brilhantes fazem os RN piscarem, o que resulta em olhos fechados na maior parte do tempo. • Acordar o RN delicadamente, diminuir a intensidade da luz e segurá-lo em posição sentada resulta, em muitos casos, na abertura espontânea dos olhos. • Mucosa conjuntival (coloração, umidade e se há lesões). • Esclerótica. • Pupilas. • A presença de secreções. • Estrabismo. • Nistagmo. • Conjuntivite (as pálpebras podem estar edemaciadas e a regressão ocorre espontaneamente de 24h - 48h. A presença de secreção purulenta evidencia uma conjuntivite. A conduta a ser seguida é de coletar uma amostra e solicitar exame e realizar tratamento com colírio) • Não é possível determinar a acuidade visual, mas pode ser realizado teste de constrição pupilar em resposta à luz, piscada em resposta à luz brilhante, teste fotomotor (projetar um feixe de luz em posição lateral a um olho. A pupila deve contrair rapidamente. O testedeve ser feito nos dois olhos, comparando o que ocorreu nos dois) e piscada em resposta a um objeto com rápida movimentação em direção aos olhos, além do reflexo vermelho. • Todos os prematuros com 32 semanas ou menos e / ou menos de 1500g devem ser avaliados com dilatação de pupila por oftalmologista na sexta semana de vida e acompanhados de acordo com o quadro clínico. - RETINOPATIA PREMATURA (identificada no teste do reflexo vermelho) Crescimento desorganizado dos vasos sanguíneos que suprem a retina do bebê, os quais podem sangrar, podendo resultar, até mesmo, em descolamento da retina e consequente perda da visão. - CATARATA CONGÊNITA (identificada no teste do reflexo vermelho) Malformação do cristalino do olho que se desenvolve durante a gestação – película esbranquiçada dentro do olho – uni ou bilateral. normalmente tem cura por cirurgia. - RETINOBLASTOMA (identificada no teste do reflexo vermelho) Tumor maligno que se desenvolve na retina. O sintoma é a leucocoria / reflexo branco quando um feixe de luz artificial ou de um flash incide através da pupila. ORELHAS E AUDIÇÃO - INSPEÇÃO • Orientar a família para a realização da triagem auditiva neonatal. • Observar a implantação, o tamanho, o formato, as características e a simetria das orelhas. • Avaliar a posição das orelhas em relação aos olhos. (a linha imaginária traçada dos cantos internos e externos dos olhos deve atravessar a orelha externa. Se a orelha estiver abaixo dessa linha, a implantação da orelha é baixa. - OTOSCOPIA O exame otoscópio do RN só consegue detectar se o meato acústico está desobstruído, pois o vérnix caseoso acumulado ofusca a membrana timpânica nos primeiros dias de vida. O meato acústico do lactente está direcionado para baixo a partir da parte externa. Desse modo, pode ser necessário tracionar a orelha, com cuidado, para baixo para obter melhor visão do tímpano. Visualizada a membrana timpânica, deve-se observar que o reflexo luminoso é difuso e só adquire o formato de cone após alguns meses de vida. - REFLEXO ACÚSTICO É a piscadela do RN e do lactente como resposta a um som agudo súbito, o qual pode ser provocado estalando os dedos ou usando algo que produza barulho. NARIZ • Avaliar a forma e a possível presença de secreção. • Observar a posição do septo (deve estar sobre a linha média). • Analisar a presença de batimentos de asa nasal. • Avaliar se há alguma dificuldade para respirar pelas narinas. • Observar se há obstrução intensa a ponto de promover esforço respiratório excessivo (respiração rápida > 60 irpm). • Deve ser realizado o teste de desobstrução das fossas nasais, o qual pode ser aplicado por meio de oclusão de cada uma das narinas, alternadamente, enquanto o RN fica de boca fechada. As narinas não devem ser ocluídas ao mesmo tempo. Alguns lactentes são respiradores nasais obrigatórios e têm dificuldade de respirar pela boca. BOCA - INSPEÇÃO • Deve ser realizada com o auxílio de um abaixador de língua e de uma lanterna. • Úvula. • Tamanho da língua (macroglossia / crescimento anormal da língua, de modo que ela fica maior do que o quanto a cavidade bucal suporta). • Palato. • Freio lingual (dependendo do tamanho e grossura, pode interferir na fala e na protrusão da língua). • Coloração dos lábios. • Avaliar a presença de fissuras. - PALPAÇÃO • Palpar para examinar a boca e a faringe. • Palpar o palato duro superior para verificar a sua integridade. - MONILÍASE ORAL E PERINEAL Candidíase oral / sapinho. PESCOÇO - INSPEÇÃO • Avaliar a simetria facial, a posição viciosa da cabeça (torcicolo congênito tem resolução espontânea, mas nos casos persistentes há a necessidade de correção cirúrgica) e o tamanho do pescoço (pescoço curto está, normalmente, associado a síndromes genéticas). - PALPAÇÃO (o ideal é fazê-la em decúbito dorsal) • Procurar tumorações, lesões, rigidez, hematomas, aumento da tireóide e cistos. • Pesquisar linfonodos: quantidade, tamanho, consistência, mobilidade e sinais inflamatórios. • Verificar a posição da cartilagem tireóide e da traqueia. • Palpar as clavículas. A fratura de clavícula, em galho verde, é um resultado de partos distócicos e é evidenciada por crepitação, edema e dor à palpação da clavícula. O diagnóstico é realizado na maternidade e a resolução se dá por meio da formação de um calo ósseo. O membro do lado afetado deve ficar em posição de repouso para o conforto do paciente. - PARALISIA BRAQUIAL É decorrente de lesão das fibras do plexo braquial de C5 a T1 em decorrência de partos distócitos e prolongados. O membro afetado apresenta movimentação diminuída e há assimetria no reflexo de Moro. O tratamento é realizado precocemente e conduzido por um fisioterapeuta e por um ortopedista. TÓRAX - INSPEÇÃO • Avaliar a assimetria (sugere malformações cardíacas, pulmonares, de coluna ou do arcabouço costal), expansibilidade e presença de lesões na pele. • Observar possíveis sinais de sofrimento respiratório: tiragens, retração xifoidiana, batimentos de asas do nariz, gemidos e estritor. • Pesquisar ruídos respiratórios: grunhidos, sibilos audíveis ou a ausência de ruídos respiratórios devido à obstrução. • Contar FR e FC (120bpm – 160bpm). • Observar uma possível presença de cianose, abaulamento pré-cordial, turgência jugular, ictus cordis (local da parede torácica em que é possível palpar o pulsar do coração) e sopros cardíacos. • Verificar os pulsos. • Observar as mamas. É comum que as mamas de RN sejam ingurgitadas ou com a presença de secreção leitosa, dado a passagem de hormônios maternos pelo leite. A família deve ser orientada sobre a involução espontânea. - ICTUS CORDIS - FC - PALPAÇÃO • Verificar o frêmito toracovocal (são grosseiros e vibrantes). Colocar a mão sobre o tórax quando o lactente chorar ou emitir ruídos. Depois, colocar a mão ou as pontas dos dedos de cada lado do tórax e pesquisar a simetria das vibrações transmitidas. Avaliar alterações de volume no interior do coração. • Todos os pulsos devem ser avaliados. Nos RN e lactentes o pulso da artéria braquial na fossa antecubital é mais fácil de palpar do que o pulso da artéria radial no punho. Ambas as artérias temporais devem ser palpadas à frente da orelha, bem como os pulsos femorais, pedioso dorsal e tibial posterior. Os pulsos normais devem evidenciar uma elevação brusca e ser firmes e bem localizados. - FC - AUSCULTA • Os ruídos respiratórios são mais intensos e grosseiros do que os dos adultos, pois o estetoscópio fica mais próximo à origem dos sons. • A dificuldade existente é a de diferenciar os ruídos transmitidos pelas vias respiratórias superiores dos ruídos originados no tórax. Os ruídos das vias superiores tendem a ser mais intensos, transmitidos de modo simétrico por todo o tórax e mais altos quando o estetoscópio é movimentado na direção do pescoço, sendo ruídos inspiratórios e grosseiros. • Deve ser avaliado o ritmo cardíaco, se ele é rítmico ou arrítmico. • Avaliar as bulhas cardíacas. ABDOME - INSPEÇÃO • Deve ser realizada com o paciente em decúbito dorsal e dormindo, de preferência. • Observar a respiração, que é basicamente abdominal (40 – 60 mrm). • Observar a forma do abdome. Se ele estiver dilatado, é possível que haja líquido, distensão gasosa, visceromegalias, obstrução ou perfuração abdominal. Caso ele esteja escavado, issopode indicar hérnia diafragmática. • Observar a presença de hérnias inguinal e umbilical. • Observar também a presença de diástase dos retos abdominais (separação dos dois músculos retos do abdome, provocando o surgimento de uma elevação linear na linha média) e agenesia da musculatura abdominal. • Avaliar o cordão umbilical (duas artérias umbilicais de paredes espessas e uma veia umbilical de parede fina e calibre maior) para detectar possíveis anormalidades. O umbigo do RN pode ter uma porção cutânea recoberta por pele ou uma porção amniótica coberta por uma substância gelatinosa e firme que resseca e cai. A porção cutânea retrai e fica retida na parede abdominal. Avaliar se há hiperemia e secreção local. A região em torno deve ser observada à procura de eritema ou tumefação. Se a região estiver vermelha, edemaciada e com secreção fétida, onfalite se faz presente e a criança deve ser encaminhada para emergência. Após a queda do toco umbilical, deve ser verificado a presença de granuloma umbilical. - SEPSE NEONATAL • Temperatura Sinal precoce: instabilidade térmica. Sinal tardio: hipertermia ou hipotermia. • Estado geral Sinal precoce: piora do estado geral, hipoatividade e pele mosqueada. Sinal tardio: hipoatividade intensa, hipotonia e letargia. • Cardiovascular Sinal precoce: taquicardia e hipotensão. Sinal tardio: choque e bradicardia. • Sistema nervoso Sinal precoce: irritabilidade, hipoatividade, tremores e dificuldade de mamar. Sinal tardio: letargia, convulsões, hiperreflexia, hipotonia e abaulamento de fontanela. • Hematológicos Sinal precoce: palidez cutânea. Sinal tardio: petéquias, icterícia, hemorragias. • Digestivos Sinal precoce: intolerância às dietas e vômito. Sinal tardio: diarreia e distensão abdominal. • Metabólicos Sinal precoce: hiperglicemia e acidose metabólica. Sinal tardio: acidose grave. • Respiração Sinal precoce: piora do padrão respiratório, aumento da FR ou pausas respiratórias até apneia, esforço respiratório leve a moderado. Sinal tardio: crises graves de apneia, esforço respiratório grave, respiração acidótica, palidez intensa ou cianose central. - CÓLICAS • Quadro clínico As cólicas são resultantes da imaturidade do funcionamento intestinal. Podem estar relacionadas com a deglutição excessiva de ar durante a mamada, devido à pega incorreta da mama, ou com a introdução de outros tipos de alimentos, como leite de vaca e chás. • Orientações Orientar quando ao caráter benigno do fato, que pode ocorrer nos 3 – 4 meses de vida. As medicações que diminuem o peristaltismo intestinal são contraindicadas. Na presença de dor e distensão abdominal, acompanhada de fezes com sangue, a criança deve ser encaminhada imediatamente para um serviço de referência. - REFLUXO GASTROESOFÁGICO • Pode ser fisiológico ou patológico. • Orientações Os pais devem ser orientados sobre a natureza benigna do refluxo fisiológico. Devem-se recomendar medidas posturais. Na presença de sinais e sintomas sugestivos de refluxo patológico, deve-se realizar a propedêutica específica e iniciar a medicação antirrefluxo. - AUSCULTA • O abdome silencioso, timpânico, distendido e doloroso sugere peritonite. • O fígado doloroso e aumentado pode ser devido a insuficiência cardíaca ou doença de armazenamento hepático. • Entre RN, as causas de hepatomegalia incluem hepatite, doenças de armazenamento, congestão vascular e obstrução biliar. - PERCUSSÃO • Deve ser realizada como se fosse em um adulto, podendo ocorrer ruídos timpânicos mais intensos. GENITÁLIA MASCULINA - INSPEÇÃO • Os órgãos genitais externos com o lactente em decúbito dorsal, observando o aspecto do pênis, dos testículos e do escroto. • O prepúcio recobre totalmente a glande do pênis. • Avaliar o corpo do pênis à procura de anormalidades na superfície ventral. O pênis deve ser reto. • A fimose é fisiológica ao nascimento, devendo ser observado a localização do meato urinário procurando malformações. - PALPAÇÃO • Palpar a bolsa escrotal para identificar a presença dos testículos. • Quando os testículos não forem palpáveis na bolsa escrotal na primeira consulta, orientar os pais que os testículos descem até o terceiro mês de vida, quando o caso deve ser reavaliado. • Se for palpado um testículo no canal inguinal, deve-se tentar levá-lo para o escroto - CRIPTORQUIDIA Quando não é possível a palpação de um ou dos dois testículos no escroto ou no canal inguinal. - HIDROCELE Acúmulo de líquido peritoneal ao redor do testículo. A regressão é lenta e ocorre até os dois anos. GENITÁLIA FEMININA • Os pequenos lábios e o clitóris são mais proeminentes devido a ação do estrogênio materno. • Pode haver secreção esbranquiçada, às vezes hemorrágica, devido à passagem de hormônios maternos, que se resolve espontaneamente. • Os lábios maiores e menores do pudendo apresentam coloração rósea fosca em crianças de pele clara e podem ser hiperpigmentados nas RN de pele escura. • A inspeção deve ser feita de modo sistemático as diferentes estruturas, inclusive o tamanho do clitóris, a coloração e as dimensões dos lábios maiores do pudendo e quaisquer erupções, equimoses ou lesões externas. ÂNUS E RETO • Verificar a permeabilidade anal. • Inspecionar prolapso, pregas, posição do orifício e a presença de fissuras e fístulas. MEMBROS SUPERIORES E INFERIORES - INSPEÇÃO • Avaliar a resistência à extensão e a flexão dos membros. • Analisar a possibilidade de flacidez excessiva e suposta presença de paralisia. • Observar se há lesões e edema. • Na musculatura deve ser avaliado o trofismo, o tônus e a força muscular. • Nos membros superiores, deve ser feita a inspeção da perfusão capilar, da presença da cicatriz da vacina BCG e a avaliação da implantação de pelos e unhas. • Nos membros inferiores deve ser pesquisado a presença de linfonodos inguinais e a presença de pé torto, que pode ser desde posicional até o pé torto congênito grave. - PALPAÇÃO • Palpar as axilas e verificar a presença de linfonodos axilares. • Também deve ser feita a avaliação das articulações dos membros superiores (temperatura, hiperemia, mobilidade, crepitação, aumento de tamanho e simetria). • Os quadris devem ser examinados à procura de luxação, por meio do teste de Ortolani (avalia a presença de luxação posterior do quadril) e pelo teste de Barlow (testa a capacidade de subluxação ou luxação de um quadril com instabilidade). No caso do teste de Ortolani, o RN deve ser posicionado em decúbito dorsal com as pernas apontando na direção do examinador. Posteriormente, as pernas devem ser flexionadas de modo a formar ângulos retos no quadril e nos joelhos, colocando o indicador sobre o trocânter maior nos dois fêmures e com o polegar posicionado nos trocânteres menores. Assim, é feita a abdução simultânea dos dois quadris até que as faces laterais de cada joelho toquem a mesa de exame. No teste de Barlow, as mãos devem ser colocadas na mesma posição que para o teste de Ortolani, mas dessa vez será feita compressão na direção oposta com os polegares, movimentando-os para baixo na direção da mesa e para fora. Deve ser observado se há algum movimento da cabeça do fêmur em direção lateral. COLUNA VERTEBRAL / DORSO • Deve ser feita a inspeção da forma, da simetria, da mobilidade, da expansibilidade e avaliar se há lesões de pele. • Deve ser feito o examede toa a coluna, em especial da área lombo-sacra, percorrendo a linha média. • Observar se há desvios, pigmentações anormais e tufos de cabelo da região lombar. AVALIAÇÃO NEUROLÓGICA • O SNC em desenvolvimento deve ser avaliado por meio de reflexos, os quais são denominados reflexos primitivos / arcaicos. - REFLEXO DE PREENSÃO PALMAR - REFLEXO DE PREENSÃO PLANTAR - REFLEXO DE BUSCA - REFLEXO DE MORO - REFLEXOS TÔNICOS ASSIMÉTRICOS DO PESCOÇO - REFLEXO DE APOIO POSITIVO - REFLEXO DE POSICIONAMENTO E MARCHA - REFLEXO DE GALANT DICAS PARA O EXAME DE LACTENTES • Aproximar de modo gradual e fazer o uso de brinquedos e objetos que possam promover distração. • Realizar a maior parte do exame com o lactente no colo do responsável. • Falar baixo com a criança e imitar os sons do bebê para atrair a sua atenção. • Se o bebê estiver um pouco diferente, solicitar que seja alimentado antes de dar continuidade. • Solicitar informação ao responsável sobre os pontos fortes do lactente para obter dados sobre o desenvolvimento e os cuidados do responsável. • Não esperar que o exame seja feito em uma sequência predeterminada. AVALIAÇÃO DO LACTENTE - DESENVOLVIMENTO FÍSICO • O crescimento físico durante o primeiro ano de vida é mais rápido do que em qualquer outra idade. • Até o primeiro ano de idade o peso de nascimento triplica e a altura aumenta 50%. • Mesmo RN têm capacidades surpreendentes, como fixar o olhar e acompanhar rostos humanos. • O desenvolvimento neurológico progride do centro para a periferia. • Os RN aprendem o controle da cabeça antes do controle do tronco, e o uso de braços e pernas antes do uso de mãos e dedos, por causa dessa ordem de desenvolvimento neurológico. ORIENTAÇÕES GERAIS SOBRE OS CUIDADOS COM O RN • Teste do pezinho Orientar quanto a importância do teste do terceiro ao quinto dia de vida. • Calendário de imunização É importante verificar se o RN recebeu as vacinas hepatite B e BCG. Devendo também orientar sobre os retornos na sala de vacina, seguindo as datas do calendário vacinal. • Combinar o calendário de consultas Orientar a família sobre o retorno do bebê no 30º dia de vida e combinar novas consultas conforme os critérios de risco e o calendário das consultas subsequentes. • Promover e apoiar o aleitamento materno exclusivo • Registrar as informações Preencher os mesmos dados da caderneta da criança no cartão espelho e / ou prontuário.
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