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[Fichamento] FERRERAS, Norberto. A sociedade de massas: os populismos.

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FERRERAS, N. A sociedade de massas: os populismos. In: AZEVEDO, Cecília; 
RAMINELLI, Ronald (Orgs.). História das Américas – novas perspectivas. Rio de 
Janeiro: FGV, 2011. 
Fichamento 
Conceito de populismo, uma primeira aproximação: “o fenômeno do populismo está 
ligado ao crescimento e à diversificação da sociedade da América Latina em meados do 
século XX. 
O populismo como questão historiográfica está relacionado com a denominada 
sociedade de massas, entendida como a sociedade que corresponde à sociedade 
industrial, onde a cultura, os consumos e a comunicação se dão pela mediação do 
mercado, criando relações impessoais entre os sujeitos. Por isso sua emergência é 
associada com o período de expansão das economias de nossa região. (FERRERAS, 
2011, p. 213). 
Questão: quais são as principais linhas teóricas e modelos explicativos para esse 
fenômeno social? 
• As interpretações produzidas pelos cientistas sociais e políticos pretendiam 
identificar as características comuns existentes aos fenômenos políticos assim 
denominados de populistas ou populismos. 
• Problema teórico fundamental: as características principais dos populismos 
variaram de caso para caso, dificultando a produção de um modelo teórico 
generalizante. 
• Casos particulares analisados no capítulo: cardenismo mexicano e o peronismo 
argentino. 
• Há algumas linhas de análise que comparam o populismo com alguma forma de 
autoritarismo (manipulação das massas?). Norberto responde argumentando que 
trabalhar com essa hipótese deve partir da premissa de que no período áureo do 
populismo (as décadas de 1930 a 1950) “primavam as democracias ou que 
aquelas existentes deviam ser consideradas arenas do debate de ideias ou 
sistemas racionais” e que poucos governos do período podem ser considerados 
democracias tal como atualmente compreendemos. 
• Norberto nos provoca a refletir sobre certas linhas de trabalho que, portanto, não 
contextualizam teoricamente o conceito de democracia e que é tratado então 
como um conceito ahistórico e universal/abstrato (análise minha, não está 
expresso em palavras pelo autor). 
• Segundo ele, em sua perspectiva, “esse período é o momento de irrupção dos 
setores oprimidos com força suficiente para mudar seu destino e o destino de 
suas nações” (FERRERAS, 2011, p.214). 
• Metodologia de trabalho: enfoque no Estado, embora reforce que o populismo 
enquanto fenômeno político é uma experiência mais rica que acaba “forçando os 
limites dos Estados existentes” (idem). 
Subtópico: “Populismo como conceito” 
• O populismo surge quando desde os anos 1930 surgiram “teses favoráveis à 
construção de um Estado com capacidade de panejar, organizar e dirigir o 
desenvolvimento econômico e social e de intervir nos conflitos sociais” (Idem, 
p. 215). 
• Globalmente os liberalismos vinham sendo questionados. 
• Contexto dos anos 30, mudanças estruturais no capitalismo ou sistema-mundo 
que conduziram a mudanças econômicas e políticas consubstanciais na América 
Latina: 
“A década de 1930 se iniciou sob o signo da crise de 1929, que teve 
como consequência imediata a mudança do signo dos governos da 
região. Na maioria dos casos, esses governos tentaram restaurar as 
sociedades aristocráticas de finais do século XIX, buscando retomar o 
liberalismo econômico e o conservadorismo político do século XIX. O 
liberalismo econômico permitiu que esses países se tornassem 
grandes produtores de matérias-primas e o conservadorismo 
político permitiu-lhes reter o poder em suas mãos. Porém, se 
defrontaram com o fato de que as circunstâncias tinham mudado 
substancialmente. Esses liberais tiveram de aprender a lidar com a 
questão social, fosse esta agrária ou urbana; tiveram de aceitar que 
as mudanças sociais eram irreversíveis, assim como os fenômenos 
do crescimento urbano e da migração do campo para as cidades; 
tiveram de compreender que a economia mudara, sem a certeza de 
quando se retomariam a quantidade e os tipos de fluxos de 
mercadorias prévios à crise de 1929; finalmente, tiveram de aprender 
a controlar e a administrar o Estado, que tinha crescido enormemente 
e podia ser de utilidade para manter a taxa de lucros dos exportadores 
por meio do controle das taxas alfandegárias e da manipulação nos 
tipos de câmbio” (Idem, grifo meu). 
Questão do texto: Norberto se propõe a analisar as relações do cardenismo e do 
peronismo (casos históricos concretos do fenômeno populista) com os setores populares 
em seus respectivos contextos nacionais para compreender como foram encaminhadas 
as soluções para a chamada “questão social”. 
• Para ele, um dos principais problemas teóricos do populismo: os analistas 
sociais e políticos partiram primeiro da teoria para ver se esta se adequava a 
realidade concreta e não para atualizar a teoria a partir da realidade concreta 
(Obs.: um problema fundamental que é o princípio da crítica metodológica 
marxista, inclusive daquela que Marx empreende aos Economistas Políticos 
clássicos, a necessidade de partir da realidade concreta). 
As linhas teóricas fundamentais: 
• Gino Germani, sociólogo italiano radicado na Argentina. Utiliza a teoria da 
modernização como referencial teórico de sua análise sobre o fenômeno do 
populismo. Em Política e sociedade numa época de transição (1962), ele 
explica o populismo como o resultado de um momento da transição de uma 
sociedade tradicional para uma moderna. 
• Nessa visão, o populismo era uma etapa necessária dessa transição nos países 
periféricos, já que a passagem de uma sociedade a outra havia sido muito rápida, 
sem dar tempo para que os conflitos econômicos e sociais pudessem ser 
processados como nos países centrais do capitalismo global. 
• Apesar de embasada na teoria da modernização, Ferreras aponta que essa linha 
interpretativa teve boa receptividade nos círculos marxistas, “sendo 
acompanhados pelos partidos comunistas latino-americanos que fincavam suas 
raízes analíticas numa teoria evolucionista do capitalismo” (Idem, p. 216). 
• A passagem da sociedade tradicional para a sociedade de massas implicava na 
substituição das ideologias tradicionais precedentes e o populismo se projetava 
como a expressão da consciência de classe e da política dessas sociedades 
marcadas pelo capitalismo tardio, demarcando as diferenças entre essas e a 
experiência política das sociedades europeias. 
• Interessante demarcar nessa análise o olhar exógeno, marcando a América Latina 
como desvio em relação ao modelo europeu. Linha da crítica apresentada por 
Florestan Fernandes e Fernando Henrique Cardoso na sociologia brasileira. 
Abordagem teórica e metodológica proposta por Norberto Ferreras para o caso latino-
americano: “podemos estabelecer uma periodização do fenômeno analisando o 
populismo do ponto de vista do momento histórico em que se produziu” 
(FERRERAS, 2011, p. 218, grifo meu) Debruçando-se na perspectiva de Paul Drake1 
(1982), ele propõe a seguinte periodização: 
• Precoce – Radicalismo ou reformismo das classes médias, nas primeiras três 
décadas do século XX. Ex: Yrigoyen, na Argentina, e Battle e Ordóñez, no 
Uruguai. 
• Clássico – Entre os anos 30 e 50, abarca os casos considerados “clássicos” pela 
historiografia. Cardenas, no México; Getúlio Vargas no Brasil e Perón na 
Argentina. Período marcado pela mobilização das massas urbanas, a 
conformação do Estado assistencial e o crescimento industrial. Ferreras 
menciona outros casos, não tão clássicos, já da década de 50 e 60, a saber: Paz 
Estenssoro na Bolívia e Velasco Ibarra no Equador. Nesses casos, o aspecto 
marcante das mobilizações populares é a presença camponesa e participação 
indígena na política. 
• Tardio - A característica principal residia em que seus protagonistas tentaram 
retornar às experiências anteriores em vez de estabelecer processos originais. 
tiveram lugar na década de 1970, e seus principais representantes foram 
novamentePerón na Argentina e Luís Echeverría no México (categoria proposta 
por Norberto). 
Casos contemporâneos: 
Questão (minha): o populismo é um fenômeno histórico na América Latina? Ou seja, 
marca as práticas políticas latino-americanas, apresentando alterações apenas 
conjunturais? Parece que por esse enquadramento teórico a determinação fundamental é 
a mobilização política, seja de setores ditos de esquerda, seja de direita. 
• Neopopulismo – Usado para caracterizar os processos políticos da década de 
1990. “Seus protagonistas teriam aproveitado as formas de mobilização e as 
instituições dos populismos clássicos para mobilizar no sentido contrário. Para 
Capelato2 (2001, p.129), esses governos se propuseram a criticar o populismo 
não por aquilo que tinham de errado, e sim por suas políticas sociais e 
 
1 Referência completa do texto: DRAKE, Paul. Conclusion: requiem for populism? in: CONNIF, Michael. 
Latin American populism in comparative perspective. Albuquerque: New Mexico University Press, 1982. 
2 Ref. Completa: CAPELATO, Maria Helena. Populismo latino-americano em questão. In: FERREIRA, J. 
(org.). O populismo e a sua história (debate e crítica). Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2001. 
trabalhistas”. Ex: Carlos Menem na Argentina e Alberto Fujimori no Peru, como 
também “Abdala Bucaram no Equador e Carlos Salinhas Gortari no México 
(Demmers, Fernandes Jilberto e Hogenboom, 2001)3”. 
• Populismo radical – Utilizado para caracterizar a fase mais recente da política 
latino-americana, demarcada pela emergência de governos identificados com o 
espectro político da esquerda. “os governos do novo milênio mantiveram o 
estilo de mobilização, base social e engajamento político dos períodos 
anteriores. o desgaste do período anterior, a deterioração das condições de vida e 
a falta de resultados para os setores populares permitiram a chegada de grupos 
políticos radicalizados ou com posições políticas reformistas. Esses movimentos 
políticos tiveram origens as mais diversas: no Uruguai, no Brasil, no Chile e na 
Argentina estiveram lastreados em experiências políticas anteriores e sua 
radicalização é menor; na Venezuela no Equador e na Bolívia, pelo contrário, 
são movimentos políticos de novo signo e com vínculos menores com os grupos 
políticos preexistentes; portanto, estiveram mais livres para radicalizar suas 
políticas (FERRERAS, 2011, p. 220)”. 
Apesar das tentativas de estabelecer uma linha interpretativa do fenômeno a partir de 
seus respectivos contextos e periodizações, Ferreras afirma que essa abordagem é 
limitada na medida em que não esclarece as formas de mobilização ou as medidas 
tomadas pelo governo, aspectos que se tornam secundários nessa forma de classificação. 
Outros analistas partiram de outros aspectos para conceituar o fenômeno. 
1. A relação com o processo de “modernização” (Principal expoente: Gino Germani) 
Nessa perspectiva, a modernização é um fenômeno próprio dos países em 
desenvolvimento, que teriam atravessado um rápido processo de transformações 
corporificado numa urbanização e industrialização simultâneas. Esse processo 
demarca a passagem de uma sociedade “tradicional” para outra “moderna”, que se 
produz de forma anômala e disfuncional. 
 
3 Ref. Completa: DEMMERS, Jolle; FERNANDEZ JILBERTO, Alex; HOGENBOOM, Barbara. The 
transformation of Latin American populism: regional and global dimensions. In: DEMMERS, J.; 
FERNANDEZ JIRBERTO, A.; HOGENBOOM, B. (Eds.). Miraculous metamorphoses: the 
neoliberalization of Latin American populism. London: Zed Books, 2001. 
• Essa falta de sincronia no processo de modernização produzia uma parte da 
sociedade modernizada e a outra atrasada, tanto do ponto de vista geográfico 
(relação campo/cidade), quanto do econômico e social. 
• “Numa haveria uma sociedade dividida por classes, na outra uma sociedade 
hierárquica, e assim por diante” (Idem). 
• “não implica uma exclusão mútua; ambas as sociedades estariam imbricadas 
e, portanto, as assimetrias se fariam insustentáveis a não ser pela via da 
dominação de uma sociedade sobre a outra” (Idem). 
• A dominação se dava pela forma populista, “que teria componentes da 
sociedade tradicional, como a liderança carismática e autoritária, a 
dominação das classes inferiores e componentes inovadores, como o 
confronto com os setores aristocráticos” (Idem). 
2. Corrente histórico-estrutural (Principais representantes: Fernando Henrique 
Cardoso, Octavio Ianni, Torcuato Di Tella) 
O populismo é entendido como uma fase do desenvolvimento do capitalismo na 
América Latina, demarcado pela crise do modelo agroexportador e dos governos 
oligárquicos. 
• Pronto em comum: Via prussiana. O Estado como o agente dinâmico da política 
e da economia. 
• Crise hegemônica ou crise de poder que se produz na aceleração do crescimento 
econômico e urbano: “industrialização é produto dos incentivos e da 
participação do Estado na produção, do incentivo à demanda dos produtos 
nacionais, da construção de canais de comercialização adequados aos consumos 
populares. Mas também é o setor que transforma a política, porque através de 
sua ação a política de massas se transforma em política de classes, ao criar polos 
antagônicos entre os que aprovam o tipo de crescimento e os que o rejeitam” 
(Idem). 
• A abordagem varia de marxistas a dependentistas. Segue a linha tanto de 
CEPAL, quanto do PCB, vide: a crítica do Florestan Fernandes. 
• “Existem os que pensam o populismo a partir da relação de classes existentes, ou 
segundo a estrutura produtiva e sua relação com o setor de exportação” (Idem, p. 
221). 
3. Conjunturalistas – (Principais expoentes: Ângela de Castro Gomes, John French e 
Daniel James) esses autores desenvolvem análises menos teóricas e mais vinculadas a 
casos específicos. 
• “o foco passou a estar no estudo de um caso que não necessariamente é uma 
nação e pode ser um clube de bairro, um sindicato ou um grupo de militantes. A 
mudança de perspectiva está diretamente relacionada com a “história vista de 
baixo” associada à microanálise” (Idem). 
• Não mais a estrutura, mas os sujeitos. Deixa de privilegiar, portanto, os 
dirigentes e o Estado. “A pesquisa centra-se nas práticas cotidianas, na cultura 
política e nas vivências e experiências de homens e mulheres que se depararam 
com a nova conjuntura.” 
• A ênfase é compreender como as pessoas viveram o populismo. Perceber os 
efeitos do populismo sobre as pessoas, compreender como as pessoas se tornam 
populistas. 
• “a política e suas práticas são centrais para a compreensão dos fenômenos que 
acabam sendo denominados populistas. A política é entendida como a relação 
entre o Estado — seus aparelhos, instituições — e os grupos subalternos — seus 
partidos e suas instituições. Quando esses dois setores entram em contato, e se 
compatibilizam as necessidades de uns com as expectativas dos outros, 
viabiliza-se a conformação de uma cultura política, ou de uma cultura histórica, 
na qual o populismo dessa nação deve ser visto mais como uma tradição que 
organiza debates e disputas do que uma forma de organizar a sociedade” 
(Idem, p.221-222, grifo meu). 
• Limites e possibilidades dessa abordagem: não avançam na elaboração de uma 
teoria geral, até por seus limites metodológicos. Mas possibilita uma 
compreensão maior da forma como a forma populista conforma o cotidiano e as 
práticas políticas dos sujeitos. Fornece uma compreensão maior do lado das 
mobilizações e práticas políticas. 
4. Análise dos discursos – (principais exemplos: Emilio Ippola e Ernesto Laclau). 
• Derivada das novas tendências analíticas das ciências sociais, como é a virada 
linguística. 
• Analisam a relação existente entre o discurso e a realidade. 
• “Tudo é representação”: “Alguns, mais radicalizados, entendem que é o discurso 
que constitui a realidade e, portanto, é o discurso populista o que cria 
determinada realidade,datada historicamente” (Idem). 
• Aspecto interessante dessa perspectiva de análise, partindo da ideia de que a 
linguagem permite interpretar a realidade (não determiná-la ou formá-la, em 
última instância), o discurso populista “passou a ser capaz de dar vazão às 
necessidades de democratizar a sociedade e de interpretá-la no sentido de 
incorporar os anseios dos excluídos”. 
• O discurso é o ponto de partida para as análises da realidade, e não uma forma 
de ludibriar ou de enganar os setores populares. 
Após identificar as principais tradições interpretativas do conceito, Norberto Ferreras 
propõe uma abordagem que permita identificar os elementos existentes e articule os 
traços políticos do fenômeno, sem resumir o populismo a um único aspecto ou 
característica geral. Para ele, uma conceituação aceitável deve considerar os seguintes 
elementos: “o estilo de mobilização política; a coalizão heterogênea à qual o fenômeno 
invoca e convoca; e o conjunto de políticas reformistas que integram o elenco de 
medidas tomadas pelos populistas” (idem). 
• Norberto Ferreras apela também para a necessidade de pensar os processos 
políticos em sua dinâmica e como atos racionais. Ele relembra que o grande 
problema das críticas ao populismo é justamente a negação da sua racionalidade 
e a sua redução à afetividade, lealdade e sentimentos políticos. É dessa 
perspectiva que deriva muitas das análises que apontam um suposto apelo à 
manipulação das massas.

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