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AULA 23/08 Afecções tendíneas e sinoviais Processos tendíneos Anatomia: o Em amarelo: tendão flexor digital superficial o Em azul claro: tendão flexor digital profundo o Bainha digital flexora: estrutura sinovial que engloba esses tendões o Roxo: Ligamento suspensório- tem dois ramos de inserção, um em cada sesamoide proximal e depois ele emite um ramo extensor o Embora a tendinite flexora possa afetar os membros posteriores, esse processo é mais comum nos membros anteriores o Podemos ver a bainha digital flexora- é uma bainha sinovial, está presente no terço distal da canela até o terço médio da quartela aproximadamente, por dentro da bainhas passam os tendões flexores Atividades atléticas: o Com menor e maior grau de impacto e de demanda elástica: corrida, hipismo, adestramento, etc o Esses exercícios vão acometer estruturas diferentes o Animais de corrida tem maior incidência de tendinite no tendão flexor superficial Tendinite: o É um processo traumático que ocorre quando a carga recebida excede o limite elástico do tendão solicitado o Em equinos atletas podemos classificar as tendinites: flexoras em tendinites extratecais e intratecais o Lesões extratecais: ocorrem na região onde não existe a bainha sinovial, ou seja, no terço médio da canela o Lesões intratecais: ocorrem dentro da bainha no terço distal da canela- como tem envolvimento de uma estrutura sinovial, recebe o nome de tendosinovite o Na tendinite flexora extratecal: o tendão afetado é o tendão flexor digital superficial e não há envolvimento de estruturas sinoviais- tendinite ( exercício em alta velocidade) o Na tendinite flexora intratecal: o tendão afetado é o tendão flexor digital profundo e a bainha digital flexora está envolvida, dai o nome tendosinovite flexora o Em qualquer um dos casos, o exercício de alto impacto (alta velocidade), a fadiga e a falta de condicionamento são fatores de risco importantes Tendinite flexora- Tendão flexor digital superficial- clínica e diagnóstico: processo extratecal o Principais manifestações clínicas: apoio com o membro semi- flexionado(aliviar a tensão), a claudicação em diversos graus e o aumento de volume na face palmar da canela (face posterior), geralmente em seu terço médio- geralmente ocorre após um episodio de exercício, corrida o As setas vermelhas apontam o aumento de volume característico da tendinite do tendão flexor digital superficial. Raramente vê em membros posteriores por questão de biomecânica o Clínica e diagnóstico: Além da inspeção com o animal parado e em movimento, que revela a presença do aumento de volume e da claudicação. O exame clínico inclui a palpação profunda dos tendões flexores em busca de resposta dolorosa e o teste de flexão do membro distal (boleto) , que deve exacerbar a claudicação Achados no caso da tendinite: dor a palpação do local afetado (no caso terço médio da canela), a resposta do animal pode ser difícil de interpretar, existem animais que reagem sempre que aplica pressão em qualquer lugar. O que pode ser feito é: fazemos a manobra no membro que não é suspeito, se suspeita que é na mão direita, primeiro examina a mão esquerda e depois faz o mesmo na mão direita, para conseguirmos ver o que é realmente dor e o que é reação de defesa da manipulação Flexionar o boleto e depois boleto e carpo o Diagnóstico complementar: Quando o exame clínico deixar duvida quanto à sede da dor, podemos realizar o bloqueio anestésico dos nervos palmar e metacarpiano palmar na região proximal da canela, idealmente devemos anestesiar primeiro o casco e o boleto, garantindo a localização da dor na região da canela (bloqueio 4 pontos altos) Ultrassonografia: o Passo final para o diagnóstico é o exame ultrassonográfico, a fim de confirmar a localização da lesão o Esse exame permite a identificação da estrutura lesada e a determinação do grau (% área) e da extensão da lesão (cm) o Imagens abaixo de seção transversal e longitudinal das estruturas palmares da canela o Nota-se a diferença de ecogenicidade do tendão flexor digital superficial, destacado em azul indicando ruptura de fibras o O segundo mais globoso é o profundo, ligamento acessório desse tendão que só está presente no terço superior da canela e o ligamento suspensório o Quanto menos denso for o tecido, mais escuro ele será o Tendão com perda de fibras- edema o Exemplo de achado ultrassonográfico clássico da tendinite flexora, que é a lesão circunscrita ou em ‘’core’’ semelhante a um vacúolo o Quando vê em corte transversal, por exemplo, conseguimos estimar a porcentagem de área que foi perdida e isso da uma ideia do tempo que vai demorar em preencher o Na longitudinal também vemos a perda de fibra, mas ela nos da outro dado que é: qual é a extensão da lesão, geralmente medimos em centímetros abaixo do acessório do carpo (ex: começa em 3cm e termina em 10cm) o Cicatrização no tendão é lenta, pois ele é mal irrigado o Os primeiros 30 dias de tratamento para o preenchimento da lesão, após os primeiros 30 dias se repete a primeira ultrassonografia, a lesão já estando preenchida começa-se o protocolo fisioterapêutico com o incremento gradativo o Aumento gradativo com 20 minutos, passa para 30, com 60 dias repete a ultrassonografia, se estiver melhorando repete com 90 dias e se o animal não apresentou recidiva neste período, vamos aos poucos reintroduzindo atividade atlética Tratamento: o Envolve o controle da inflamação para que ocorra a reconstituição no tecido lesado o E se divide em métodos: Químicos Físicos Biológicos o Que tem por objetivo ajudar ou contribuir para que o tecido que se forma, que vai preencher a lesão, ou seja, o tecido que vai de fato ser depositado ali seja um tecido com a mesma característica do tecido original o Temos a entreposição de tecido, mas é um colágeno de qualidade inferior, é um tecido cicatricial e isso vai comprometer a capacidade elástica do tendão. Então no tendão flexor digital supercial, que é um tendão que tem uma função elástica importante, o fibrosamento é uma sequela que em geral vai predispor o animal a recidiva ou não vai permitir que ele volte a trabalhar com o mesmo grau de desempenho o A recorrência da tendinite ela é comum, é grave, trás grandes perdas econômicas e até hoje não conseguiu um método perfeito para evitar que esse tendão perca elasticidade e os métodos biológicos são os mais promissores que temos a mão o Repouso também é fundamental o Métodos químicos- fase aguda ou nas recidivas, picos de reagudização: AINES- usadas em via sistêmica e tópica Seletivos- equinos: bloqueiam apenas as COX 1 Seletivos x não seletivos- sistêmicos: Fenilbutazona 2,2-4,4mg/kg Flunixin Meglumine 1,1 mg/kg Meloxicam 0,6 mg/kg Fenilbutazona e o Flunixin- tem bloqueio não seletivo, tem uma maior chance de irritação gástrica (gastrite, ulceração) Diclofecano 1% (Surpass)- tópico o Métodos físicos: Estratégias fisioterapêuticas: Crioterapia (varias vezes ao dia 20 minutos cada)- ajuda no controle da dor Cinesioterapia- movimentação sem carga: ajuda a dar um estimulo e também é um estimulo para que o tecido que se deposita ali fique alinhado, ou seja, no ultrassom vemos que as fibras do tendão são paralelas, na cicatriz fica desorganizado. Então o movimento sem carga ele ajuda a direcionar um pouco a de posição desse tecido ao longo das fibras e então favorece a recuperação do animal Com a cinesio vamos conseguir uma flexão mais intensa da articulação do que se o animal caminha ao passo, da um estimulo diferente, é feito manualmente. Eleva a mão do animal e flexiona, estende e flexiona repetidamente Outro- laser terapia nos processosagudos pode ajudar na replicação celular com preenchimento da lesão e também tem o efeito antálgico, ou seja, no controle da dor Após a remissão do quadro agudo, o protocolo fisioterapêutico passa a incluir exercício controlado Incremento gradativo (tempo) Incremento gradativo (intensidade) o Métodos biológicos (intralesional): Tem por objetivo estimular o preenchimento da lesão por tecido da mesma qualidade do tecido original, em vez de tecido cicatricial Isso é importante para que não haja perda de capacidade elástica Os métodos biológicos vão incluir o IRAP- antagonista do receptor da interleucina do tipo 1 (vai interromper cascata inflamatória), indicado na fase aguda da inflamação (estimulo da proliferação celular) O PRP- plasma rico em plaquetas (métodos de preparo) e o aspirado de medula óssea (centrifuga ou não) que abordam fatores de crescimento E as células tronco mesenquimais (CTMs)- coleta e cultura Esses produtos são aplicados diretamente na lesão e embora promissores, ainda são em grande parte considerados experimentais o Fase final: A atividade física deve ser gradativamente introduzida até o nível desejado de desempenho Nessa fase o animal deve ser cuidadosamente monitorado quanto a sinais de claudicação para evitar a recidiva do quadro O prognóstico da tendinite flexora é considerado reservado A claudicação ela reflete o grau de inflamação, mas ela não reflete o grau de lesão do ponto de vista ultrassonográfico, ou seja, a extensão e porcentagem de perda de fibras Quando a inflamação melhora a claudicação melhora, mas muitas vezes aquele tendão ainda não sofreu um preenchimento necessário para que possa voltar a aplicar carga no membro Sem a ultrassonografia, se tomar por base apenas a melhora da claudicação corre um risco grande de reintroduzir precocemente o trabalho e levar o animal para uma recidiva, por isso a ultrassonografia é muito importante Tendosinovite flexora- lesões intratecais no terço distal (tendão flexor digital profundo e a bainha digital flexora): o Neste caso também se observa claudicação em resposta positiva a flexão do membro, porém o aumento de volume afeta o terço distal da canela e nota-se a presença de líquido sinovial na bainha flexora o Diferenças biomecânicas: envolve o tendão flexor digital profundo, ele não tem uma participação tão grande na absorção de impacto o Diferenças- manifestações clínicas: o tendão profundo ele é mais distal, está mais contido dentro da bainha sinovial, não vemos a convexidade característica no terço médio da canela e vemos em contra partida, o derrame da bainha digital flexora, ou seja, aumento de volume do líquido sinovial que está dentro o Na foto: quando a pessoa pressiona forma uma bolha maior, o fluido se desloca para um ponto e fica maior Ultrassonografia: o O diagnóstico também é confirmado pelo ultrassom, que deve revelar rupturas marginais no tendão flexor digital profundo (indicadas pelas setas amarelas), além da presença de fluido no interior da bainha digital flexora (indicada pela seta vermelha). Essa é uma característica radiográfica de uma lesão intratecal o Imagem do terço distal da canela o Não tem lesão em ‘’core’’ como no superficial Tratamento: o Segue os mesmos moldes descritos para as lesões extratecais o Controle da inflamação o Reconstituição do tecido lesado: métodos químicos, físicos e biológicos o Da para entender com base na imagem ultrassonográfica, que o preenchimento da lesão não é exatamente crítico, pois não tem uma lesão do tipo ‘’core’’ nessa região dificilmente, muitas vezes temos um resposta um pouco melhor e como é um tendão que participa menos da absorção de impacto, ele é mais solicitado na segunda metade do passo quando o casco já está apoiado no chão, não temos em geral uma sequela tão grave quanto a sequela deixada pela tendinite no tendão flexor digital superficial Complicações: o Porém a tendosinovite flexora pode ser complicada pela compressão secundaria exercida pelo ligamento anular palmar (desmite do ligamento anular palmar) o Esse ligamento está localizado entre a pele e a bainha digital flexora na altura do boleto o Tem tendão que aumenta de volume, fluido que aumenta de volume e a estrutura não se distende, então secundariamente tem uma compressão do tendão, ele já é mal irrigado o Quando o anular está com constrição dessa forma prejudica ainda mais a irrigação, tem duas consequências: processo inflamatório se perpetua e ocorre a aderência também do anular, ele se espessa e se adere e acaba tendo muitas vezes devido a essa má irrigação um processo de necrose no tendão flexor digital profundo o Fazer ultrassom para tentar identificar se houve ou não espessamento do ligamento anular, geralmente ele não é visível na ultrassonografia do animal normal (tem 2mm) e quando ele está espessado já antecipamos que o caso vai se cronificar. Muitas vezes fazemos uma abordagem cirúrgica em que libera a compressão que está sendo exercida por esse ligamento o Lesões intratecais- TFDP Distensão bainha DF x contrição ligamento anular Tratamento cirúrgico: o Quando isso ocorre indica-se tratamento cirúrgico, que corresponde a secção do ligamento anular para aliviar a compressão e liberar eventuais aderências, permitindo não só a função mecânica, como boa irrigação do tendão o Mas como não é a lesão do tipo ‘’core’’, não é o preenchimento da lesão em si que interessa, a ausência de aderências que interessa e a regressão do processo inflamatório, para que não incorra exatamente nessa complicação secundaria que é a constrição gerada pelo ligamento anular o Essa técnica recebe o nome de: Desmotomia anular palmar e pode ser realizada pela abordagem aberta ou tenoscopia Segunda parte Afecções sinoviais (ênfase articulares): Anatomia: o As articulações são compostas por uma capsula articular fibrosa que é revestida internamente pela membrana sinovial o A membrana sinovial produz o líquido sinovial, responsável pela lubrificação e impede o atrito e a erosão da cartilagem articular o Externamente encontram-se os ligamentos periarticulares, algumas articulações possuem também ligamentos intra-articulares- dão sustentação da articulação o A cartilagem articular possui diversas camadas: superficial, transicional e radial o Em seguida vem a zona de cartilagem calcificada logo acima do osso subcondral o A cartilagem articular tem um papel muito importante no amortecimento do impacto Patofisiologia: o Trauma articular seja ele decorrente de eventos únicos ou repetidos pode gerar inflamação articular, um processo doloroso que recebe o nome de artrite e se caracteriza inicialmente pelo aumento de volume e pela perda de viscosidade do líquido sinovial, ou seja, tem perda da lubrificação o Com a persistência da inflamação ocorrerá atrito entre as extremidades ósseas recobertas pela cartilagem articular, levando a sua erosão e exposição do osso subcondral que caracteriza processo crônico (neoformação óssea intra-articular) Artrites- sinais clínicos da inflamação articular: o Claudicação persistente de grau variável (quem determina o grau de claudicação é o grau de inflamação), de acordo com a intensidade da inflamação, a distensão da cápsula articular em resposta ao aumento do líquido sinovial, a dor a flexão passiva da região afetada e a dor a flexão ativa, ou seja, flexão seguida de exercício ao trote (flexão passiva exige um pouco mais de flexão e essa resposta já vai ser e quando ele trota vai ter a piora da claudicação, ou seja, resposta positiva da flexão ativa) Diagnóstico: ajuda no diagnóstico diferencial o O estudo radiográfico nos permite a seguinte classificação: Sinovite/capsulite: são processos que não envolvem erosão da cartilagem ou neoformação óssea intra-articular Fraturas intra-articulares e osteoartrites que são os processos que envolvem erosão da cartilagem e/ou neoformação óssea intra-articular o Sinovite/capsulite: As manifestações clínicas são a distensão capsula articular e a claudicação de grau variável responsiva aos testes de flexão O exame radiográfico não deve relevar nada digno de nota Inflamação da cápsula e do recobrimento interno o Fraturas intra-articulares: Principalmente as osteocondrais se manifestam clinicamente como sinovites e capsulites O estudo radiográfico é a ferramenta diagnóstico de eleição Fratura osteocondral no osso terceiro metacarpiano indicado pela seta, a fratura não era evidente nas demais projeções radiográficas. Visando a importância do exame radiográfico completo em casos suspeitos, pois a retirada do fragmento fraturado é fundamental para evitar a progressão para osteoartrite Tem manifestações clinicas de um processo de artrite e achados radiográficos que nos indicam que a causa da artrite é uma fratura o Osteoartrite: O diagnóstico também depende do estudo radiográfico minucioso Não conseguimos ver na radiografia a erosão de cartilagem, mas vemos neoformação óssea Se houve neoformação óssea, com certeza houve lesão de cartilagem Os principais achados são: neoformação óssea intra-articular e a ossificação parcial do espaço articular A imagem do canto superior esquerdo: mostra extensa neoformação óssea na articulação radio cárpica Na imagem do canto inferior direito podemos ver o mesmo tipo de alteração afetando a articulação tarso metatarsiana o Em alguns casos os achados clínicos e radiográficos podem indicar apenas sinovite/capsulite, quando na realidade já há erosão da cartilagem articular. Esses casos em geral não evoluem bem, não respondem bem ao tratamento e requerem investigação diagnóstica mais detalhada, com técnicas como ressonância magnética e a artroscopia que permite a visualização do ambiente articular em tempo real Tratamento: o De modo geral as artrites caracterizadas apenas por sinovite e capsulite são tratadas pelo controle da inflamação o Como no caso das tendinites isso envolve o repouso e o uso de drogas anti-inflamatórias não esteroidais, além de métodos fisioterapêuticos o Sempre que possível devemos optar pelos anti-inflamatórios seletivos, a fim de proteger a mucosa gástrica o A articulação se beneficia bastante do movimento, mas quando tem uma articulação inflamada ela não se beneficia da aplicação de carga o Então uma forma de manter um ambiente intra-articular ‘’saudável’’, seria permitir que o animal use a articulação sem a carga excessiva o AINES: Seletivos x não seletivos- sistêmicos Fenilbutazona 2,2-4,4mg/kg Flunixin meglumine 1,1 mg/kg Meloxicam 0,6 mg/kg, Firocoxib Diclofecano 1% (Surpass)- tópico o Fisioterapia: Métodos físicos- gelo, hidromassagem Cinesioterapia- movimentação sem carga Esteira aquática Condroproteção: o As estratégias terapêuticas também se voltam a preservação da cartilagem articular ou condroproteção o Os próprios mediadores inflamatórios têm efeitos deletérios sobre a cartilagem articular, motivo pelo qual a supressão da inflamação articular é bem vinda o Os corticoesteroides podem ser considerados condoprotetores desde que usados com critério, administração intra-articular única de drogas de curta ação o Tem de ação longa e curta Metilprednisolona x triamcinolona/ betametasona Corticoesteroides de depósito: de ação longa Em um quadro intenso de artrite aguda, desde que não tenha fratura, se tiver fratura não é indicado tratar com corticoide, mas se não houver fratura os mediadores inflamatórios cuja liberação desencadeada o processo traumático de artrite, eles são muito nocivos para a cartilagem articular também. Então a perpetuação da inflamação, a duração prolongada da inflamação intra-articular, ela também é deletéria para cartilagem articular Condroprotetor: proteger a cartilagem o Então, se o próprio mediador inflamatório é um agente nocivo para cartilagem, se rapidamente conseguir diminuir o grau dessa inflamação não está protegendo a cartilagem? Com esse raciocínio em mente, o uso do corticoide pode ser indicado, porém é para o quadro agudo e não é administração repetida por longo período de tempo, pois o corticoide vai suprimir também varias outras coisas e em geral ele não vai favorecer se tiver uma pequena lesão, o preenchimento dessa lesão, com critério o Em um quadro agudo poderia usar administração intra-articular o corticoide de curta ação, simplesmente para diminuir o grau de inflamação e a partir dai usar outras modalidades terapêuticas (usado quando a inflamação é intensa e não há fratura) o O corticoide de depósito (ação longa) só está indicado em casos específicos em que desejamos a destruição de cartilagem (se reserva apenas para casos específicos) o Outros condoprotetores são: acido hialurônico e as glicosaminoglicanas polisulfatadas o Ácido hialurônico HÁ (alto peso molecular> 500.000 daltons)- é um componente do líquido sinovial, tem capacidade anti-inflamatória muito menos intensa do que o corticoide, mas muitas vezes usamos associado ácido hialuronico com corticoesteroide intra-articular IA- administrações repetidas- somente o acido hialuronico (3 administrações, com intervalo de 15 dias) Quanto maior o peso molecular da droga, melhor a qualidade IM/VO- profilático? Benéfico? o Glicosaminoglicanas PSGAG > grau de sulfatação Vai agi no sentido de favorecer a recuperação da cartilagem articular:intra-articular A administração ela propicia a infecção, favorece a infecção Muitas vezes acrescentamos micacina, gentamicina na injeção IA- administrações repetidas, infecção IM (pentosan> hialuronan)- com menos evidencias de eficácia o Injeções intra-articulares devem ser realizadas com técnica estéril para prevenir a infecção o As mesmas terapias biológicas indicadas para tendinite, também vem sendo amplamente estudadas para o tratamento dos processos articulares e são as mais promissoras, uma vez que poderiam permitir a reconstituição da cartilagem lesada com melhor prognóstico com retorno a função o Soro autólogo condicionado- IRAP/ACS Proteína antagonista do receptor IL-1 Supressão ação interleucina 1 Sinovite, AO incipiente IRAP: quando temos o inicio do processo de osteoartrite, ou seja, os casos de longa evolução tende a ter uma resposta menor, devido o tipo de mecanismo de ação dele, então geralmente nas fazes com maior atividade inflamatória o Plasma rico em plaquetas- PRP Contagem de plaquetas produto>sg 1 x 2 centrifugações; falta de padronização Dificuldade em ter certeza da qualidade do produto o Células tronco (CTMs, medula óssea) Resultados promissores Entidades clínicas- equinos atletas: Sinovite vilonodular: o Também chamada de sinovite proliferativa crônica o É um quadro de sinovite/capsulite caracterizado por trauma em resposta a corrida, atividade exercida pelo Puro Sangue Inglês o Essa artrite afeta a articulação metacarpo falangeana e decorre de trauma repetido imposto pela corrida em alta velocidade o Sinais clínicos característico: a claudicação com sede nos boletos dos membros anteriores e responsiva aos testes de flexão, além do aumento de volume da articulação afetada o É caracterizada pela formação de um sinovioma o ponto de inserção da capsula articular, com o tempo é comum surgir uma área de lise óssea nesse local, esse achado é sugestivo do problema O sinovioma gera compressão, ele perpetua a inflamação Radiografia simples: vê área de lise(onde está a seta) Radiografia contrastada: o contraste preenche a articulação, exceto o ponto onde está o sinovioma, isso nos diz qual é o tamanho dele o A suspeita deve ser confirmada por estudo radiográfico contrastado, que revela falha de preenchimento no local correspondente o Mesmo na ausência de sinais de lise óssea, o estudo contrastado deverá ser realizado quando os sinais clínicos forem compatíveis o Dicas: cavalo de corrida, articulação metacarpo falangeana afetada, repouso e trata e se volta a trabalhar piora, claudicação em geral o grau é considerável e recorrente, derrame, ou seja, aumento de volume do fluido com distensão de cápsula e flexão positiva nos picos de agudização ou na primeira manifestação aguda o No cavalo de corrida a indicação é: fazer a artroscopia da articulação e remover o sinovioma- sinovectomia parcial Tratamento cirúrgico: o Nos cavalos de corrida o tratamento da sinovite é cirúrgico o A técnica de eleição é a sinovectomia parcial, realizada por meio da artroscopia o Medicação intra-articular diminui inflamação o Em animais que realizam exercício de menor intensidade com nível de exigência mais baixo, os sinoviomas pequenos podem ser tratados de forma conservativa o O prognóstico é reservado Osteoartrite interfalangeana proximal: o Também chamado de ‘’ringbone’’ alto é outro quadro comum em equinos atletas- articulação acometida é a interfalangeana proximal o Essa articulação fica na região da quartela. A escassez de tecidos moles no local facilita a ocorrência de reações periostais com envolvimento articular, decorrentes de trauma direto o É um processo degenerativo que tem perda da cartilagem articular com neoformação óssea intra-articular na articulação interfalangeana proximal o Achados clínicos característicos: claudicação com sede no membro distal e responsivas aos testes de flexão do digito o A presença de volume firme e doloroso na região da quartela é outro achado que reforça essa suspeita o Nota-se a reação periostal de caráter ativo, que já envolveu a linha articular, indicada pelas setas amarelas o Na imagem a esquerda é possível ver ossificação do espaço intra-articular o Articulação inter-falangeana proximal ela é uma articulação que responde a um insulto traumático com neoformação, é difícil de evitar que ocorra o Muitas vezes o quadro mesmo com tempo curto de evolução, já é um quadro de osteoartrite, difícil conseguimos evitar que ela se instale, em contra partida como a articulação já tende a responder ao insulto traumático com neoformação óssea, conseguimos acelerar esse processo e promover a fusão da articulação, é uma articulação de baixa mobilidade, quando o animal perde mobilidade nessa região muitas vezes ele ainda tem uma boa condição de desempenho atlético, consegue resolver o processo inflamatório que é o que gera dor o É mais grave ter o ‘’ringbone’’ na articulação interfalangeana distal, pois a distal é de alto movimento, a perda da biomecânica para o animal é muito importante e já é uma articulação que não responde facilmente ao insulto traumático com neoformação óssea. Tentamos induzir a neoformação óssea, ela ocorre de forma parcial e isso faz com que não consiga eliminar o processo inflamatório que é a causa da dor Tratamento: o A articulação interfalangeana proximal é de baixa mobilidade e tende a responder a um insulto traumático com neoformação óssea o Por esse motivo, o tratamento de eleição para equinos atletas é a artrodese ou fusão cirúrgica da articulação, que nesse caso elimina o processo doloroso sem impedir o desempenho atlético o Tratamento conservativo- limites x recidivas o Conservativo é muito limitado: fato da articulação responder facilmente com neoformação óssea e não conseguimos interromper o processo e outro é a dificuldade de medicação intra-articular, principalmente quando já há neoformação óssea o Prognóstico reservado: a chance de recuperar é boa, depende do tipo de esporte que o animal realiza o prognóstico pode ser melhor ou pior Osteoartite társica: esparavão ósseo o É um processo degenerativo crônico (recidivante) extremamente comum em equinos atletas o Essa artrite tem caráter insidioso o Os principais achados no exame clínico: claudicação crônica de membro posterior responsiva a flexão do tarso e o grau de flexão reduzido dessa articulação o Claudicação em geral de grau mais moderado o Claudicação de inicio insidioso o Senilidade: pode aparecer com a idade o Achados radiográficos característicos: neoformação óssea intra- articular (osteofitos), principalmente nas margens dorsal e dorso medial das articulações inter-tarsiana distal e tarso-metatarsiana o Além da ossificação parcial dos espaços articulares correspondentes o As articulações distais do tarso não evoluem facilmente para anquilose e não se prestam tão bem a artrodese, embora também sejam de baixa mobilidade. Por esse motivo o tratamento de eleição é o uso de medicação intra-articular a base de ácido hialurônico associado ao corticoesteroide o Nesse caso o corticoesteroide de depósito (longa ação) está indicado, uma vez que a supressão da inflamação é desejável assim como a destruição progressiva da cartilagem articular o O uso de nutracêuticos e terapias regenerativas para tratamento dessa artrite segue sendo objeto de estudos e atualmente já existem protocolos de tratamento a base de Bifosfonatos, que interferem no mecanismo de remodelação óssea- uso sistêmico- Tiludronato o Bifosfonato: tem função de inibição de secreção de oxido nítrico e isso tem haver com processos dolorosos, consegue melhorar a resposta dolorosa (mais promissor nos casos de artrites). Outra função que ele tem é interferir no equilíbrio entre atividade osteoblastica e osteoclastica , então quando tem reabsorção óssea o que acontece, tem uma célula chamada osteoclasto, ela vai consumir o tecido ósseo e osteoblasto ela forma o tecido ósseo, existe um equilíbrio entre esses processos que é natural o Essa articulação ela não responde a neoformação óssea articular quando faz insulto cirúrgico, continua com a calcificação parcial o Agentes anquilosantes- uso intra-articular: álcool 70%, cloreto de amônio o Procedimentos cirúrgicos o O prognóstico, entretanto permanece reservado o A lesão radiográfica ela não reflete o grau de gravidade em termos de função o Usamos a avaliação radiográfica e clinica: para estimar o grau de acometimento e principalmente o prognóstico, pois são animais em geral atletas, longevos e principalmente os animais de adestramento e salto é diferente da corrida, pois o animal de corrida tem uma vida atlética mais curta, enquanto os de salto e adestramento existem com 10/12 anos ou mais Sinovite idiopática: o Importante diagnóstico diferencial o Afeta a bainha digital flexora e a articulação tíbio-tarsica o Idiopática: não se sabe a causa o Caracterizam-se pelo aumento de volume do líquido sinovial, porém sem claudicação, sem lesões radiográficas e sem lesões ultrassonográficas o Pode afetar os membros anteriores e posteriores e muitas vezes recebe o nome de ovas o O exame clínico revela apenas distensão da bainha, sem sinais de claudicação o Esse problema pode ser considerado estético e não requer tratamento o O mesmo tipo de problema pode ocorrer na articulação tíbio-tarsica e também não requer tratamento-Chamada de esparavão mole (apenas um aumento de volume, sem claudicação)