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Doenças Ocupacionais - BEATRIZ TIANEZE DE CASTRO 1
Doenças Ocupacionais 
- BEATRIZ TIANEZE DE CASTRO
CONCEITOS INICIAIS
DOENÇA PROFISSIONAL
Aquela produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada 
atividade e constante da respectiva relação elaborada pela Secretaria Especial de 
Previdência e Trabalho
DOENÇA DO TRABALHO
Aquela adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é 
realizado e com ele se relacione diretamente (também constante da relação supracitada)
CLASSIFICAÇÃO DE SCHILLING
DEFINIÇÃO
Classificação utilizada pelo Ministério da Saúde como referência para dimensionar a 
relação entre a doença e o trabalho
SCHILLING I
Nesse primeiro grupo estão as doenças nas quais o trabalho é uma causa necessária e 
direta, ou seja, é quando o ambiente de trabalho foi a principal causa para o 
aparecimento da doença
EXEMPLOS
1. Intoxicação por chumbo
2. Silicose
SCHILLING II
Nesse segundo grupo estão os casos de doenças nos quais o ambiente de trabalho contribuiu 
para o seu aparecimento, mas não foi necessariamente a causa principal, ou seja, a pessoa 
poderia adoecer mesmo se estivesse trabalhando em condições diferentes
EXEMPLOS
1. Câncer
2. Doenças coronárias
SCHILLING III
Nesse terceiro grupo estão as doenças que o ambiente de trabalho foi provocador de um 
distúrbio latente ou agravou de alguma forma uma doença já estabelecida
EXEMPLOS
1. Doenças mentais
2. Úlcera gástrica
3. Asma
4. Bronquite crônica
CLASSIFICAÇÃO DE RAMAZZINI
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GRUPO 1
Doenças diretamente causadas pela "nocividade da matéria manipulada", de natureza 
relativamente específica
GRUPO 2
Doenças produzidas pelas condições de trabalho: "posições forçadas e inadequadas", 
"operários que passam o dia de pé, sentados, inclinados, encurvados etc
CLASSIFICAÇÃO LEGAL BRASILEIRA
GRUPO 1
Doença profissional, "assim entendida a produzida ou desencadeada pelo exercício do 
trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada 
pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social"
GRUPO 2
Doença do trabalho, "assim entendida a adquirida ou desencadeada em função de condições 
especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente"
CLASSIFICAÇÃO MÉDICO-LEGAL BRASILEIRA
GRUPO 1
Doença profissional típica, clássica ou "tecnopatia"
GRUPO 2
Doença do trabalho, ou "doença adquirida pelas condições especiais em que o trabalho é 
realizado", ou "mesopatia” ou doença profissional atípica
PNEUMOCONIOSES
DEFINIÇÃO
Pneumopatias relacionadas etiologicamente à inalação de poeiras em ambientes de trabalho
CLASSIFICAÇÃO
A deposição de partículas sólidas no parênquima pulmonar pode levar à lesão de tipo 
macular com deposição intersticial peribronquiolar de partículas, fagocitadas ou não, com 
nenhum ou discreto grau de desarranjo estrutural, além de leve infiltrado inflamatório ao 
redor, com ausência ou discreta proliferação fibroblástica e de fibrose (não 
fibrinogênica) ou são patologias que podem levar à fibrose intersticial do parênquima 
pulmonar (fibrinogênica)
NÃO FIBRINOGÊNICA
Siderose
Baritose
Estanhose
FIBRINOGÊNICA
Silicose
Asbestose
Pneumoconiose dos trabalhadores de carvão
Pneumonite por hipersensibilidade
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SILICOSE
DEFINIÇÃO
Principal pneumoconiose no Brasil, causada por inalação de poeira de sílica livre 
cristalina (quartzo)
PROCESSO ANATOMOPATOLÓGICO
Caracteriza-se por um processo de fibrose, com formação de nódulos isolados nos estágios 
iniciais e nódulos conglomerados e disfunção respiratória nos estágios avançados
OCUPAÇÕES DE RISCO
Indústria extrativa (mineração subterrânea e de superfície)
Beneficiamento de minerais (corte de pedras, britagem, moagem, lapidação)
Fundições
Cerâmicas, em olarias
Jateamento de areia
Cavadores de poços
Polimentos e limpezas de pedras
FASE INICIAL
Dispneia de esforço, astenia, tosse e/ou expectoração constantes e dor torácica à 
inspiração profunda e aos esforços
FASE AVANÇADA
Insuficiência respiratória grave, dor torácica progressiva, dispneia aos mínimos esforços 
e até em repouso, comprometimento cardíaco, astenia grave e até cor pulmonale crônico
Caso os sintomas da fase inicial da silicose se apresentem antes de 10 anos de 
exposição à sílica cristalina, podem ser atribuídos ao tabagismo ou a outras doenças 
associadas, como a silicotuberculose
DIAGNÓSTICO
Histórica clínico-ocupacional + exame físico + Raio-X torácico + Tomografia torácica
Pode-se usar o “S” de Silicose para lembrar que as alterações radiológicas são em 
terço Superior
ACHADOS
Fibrose intersticial focal
Calcificações de linfonodos em "casca de ovo" em terço superior, ou seja, calcificação 
periférica
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SILICOSE CRÔNICA OU NODULAR SIMPLES
Silicose mais comum, ocorre após longo tempo de início da exposição (entre 10 e 20 anos) 
sob níveis baixos de sílica. Caracteriza-se prela presença de pequenos nódulos difusos 
(menores que 1 cm de diâmetro), predominantemente no terço superior do pulmão. Os 
pacientes muitas vezes são assintomáticos ou tem os sintomas (em especial a dispneia aos 
esforços) precedidos por alterações radiológicas
SILICOSE ACELERADA OU SUBAGUDA
Apresenta alterações radiológicas mais precoces (em torno de cinco a 10 anos do início da 
exposição). Os sintomas respiratórios normalmente são mais precoces e limitantes. Há um 
maior risco de evolução para formas complicadas (formação de conglomerados e fibrose 
maciça)
SILICOSE AGUDA
Doença extremamente rara, estando associada à exposição de altas concentrações de poeira 
de sílica. Em geral a dispneia é grave e pode evoluir para morte por insuficiência 
respiratória. Associadamente há tosse seca e mal-estar geral. Ao exame físico estão 
presentes crepitantes pulmonares difusos. O padrão radiológico é de infiltrado alveolar 
difuso, progressivo, ocasionalmente acompanhado por nodulações inespecíficas
ASBESTOSE
DEFINIÇÃO
Pneumoconiose que decorre da inalação de asbesto ou amianto
OCUPAÇÕES DE RISCO
Cimento-amianto
Materiais de fricção como pastilhas de freio
Materiais de vedação
Fabricação de tecidos e mantas a prova de fogo
Construção civil
Colocação e reforma de telhados e caixas d'água
Isolamento térmico de caldeiras e de tubulações
SINTOMAS
A doença, de caráter progressivo e irreversível, tem um período de latência superior a 
dez anos, podendo se manifestar alguns anos após cessada a exposição. Caracteriza-se por 
dispneia de esforço, estertores crepitantes nas bases pulmonares, baqueteamento digital, 
alterações funcionais e pequenas opacidades irregulares na radiografia de tórax
ACHADO
Fibrose intersticial difusa
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COMPLICAÇÕES
Por ser carcinogênico está muito associado ao mesotelioma de pleura, pericárdio e 
peritônio. Além disso, também está associado ao câncer de pulmão
DIAGNÓSTICO
História clínica e ocupacional
Exame físico 
Raio-x torácico
Exame de imagem considerado padrão-ouro 
Tomografia torácica
Melhor aceita na asbestose do que na silicose
Achados mais característicos
Placas e espessamentos pleurais difusos, mais bem visualizados em terços inferiores
Presença de pequenas opacidades irregulares
A letra “B” em asBestose pode servir para memorizar que as alterações radiológicas 
são na Base
PNEUMOCONIOSE DO TRABALHADOR DE CARVÃO (PTC)
DEFINIÇÃO
Pneumoconiose causada pela inalação de poeiras de carvão mineral, seu acúmulo nos pulmões 
e reação tecidual
PROCESSO ANATOMOPATOLÓGICO
Caracteriza-se por formação de máculas pigmentadas peribronquiolares e perivasculares com 
depósitos de reticulina, às vezes associada à reação colágena focal organizada sob a 
forma de nódulos estrelados, associada à presença de corpos birrefringentes à luz 
polarizada
OCUPAÇÕES DE RISCO
Extração, transporte e armazenamento de carvão mineral em locais confinados
SINTOMASNão costuma causar sintomas nas fases iniciais e intermediárias da doença. 
Ocasionalmente, os trabalhadores acometidos desenvolvem fibrose maciça progressiva
SÍNDROME DE CAPLAN
Associação dessa pneumoconiose com Artrite Reumatoide
DIAGNÓSTICO
História clínica e ocupacional, bem como alterações sugestivas nos exames de imagem
CONDUTA
1. Afastamento imediato e definitivo da exposição, mesmo nas formas iniciais
2. Notificação e investigação do caso
3. Solicitação de emissão de CAT pela empresa e preenchimento do Laudo de Exame Médico 
(LEM) pelo médico
BERILOSE
DEFINIÇÃO
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Doença pulmonar causada pela inalação de fumos, sais ou poeiras de berílio
OCUPAÇÕES DE RISCO
Trabalhadores em indústria aeroespacial
Indústria de energia nuclear
Fabricação e uso de rebolos especiais e ligas especiais em próteses dentárias
FORMAS CLÍNICAS
Apresenta 2 formas:
1. Quadro de irritação aguda da árvore traqueobrônquica, podendo levar à pneumonite 
química, com consequente hipóxia e fibrose secundária
2. Quadro crônico caracterizado por acometimento granulomatoso pulmonar e sistêmico, 
secundário a exposições crônicas a doses baixas, chamada de Doença Pulmonar pelo 
Berílio ou DPB
LATÊNCIA
Em média, de 10 a 15 anos, podendo ocorrer vários anos após o cessar da exposição
ALVEOLITE
A DPB está associada à alveolite caracterizada por acúmulo de linfócitos e macrófagos 
dentro de alvéolos e interstício adjacente, com formação de granulomas não caseosos, 
sarcoide símile, sugerindo mecanismo etiopatogênico imunológico envolvendo reação por 
hipersensibilidade do tipo tardio. 
SINTOMAS
Os principais sintomas são a dor torácica, tosse, fadiga, perda de peso e artralgias, 
podendo cursar com adenopatias, lesões de pele, hepatoesplenomegalia e baqueteamento 
digital
DIAGNÓSTICO
História clínica e ocupacional, do exame físico e das alterações radiológicas
PERDA AUDITIVA INDUZIDA POR RUÍDO (PAIR)
DEFINIÇÃO
Diminuição gradual da acuidade auditiva, decorrente da exposição continuada a níveis 
elevados de ruído
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS
1. É sempre neurossensorial, por causar dano às células do órgão de CORTI
2. É irreversível e quase sempre similar bilateralmente
3. É passível de não progressão, uma vez cessada a exposição ao ruído intenso
4. Mostra, inicialmente, um acometimento dos limiares auditivos em uma frequência na 
faixa de 3.000, 4.000 ou 6.000 Hz. As frequências mais altas e mais baixas podem levar 
mais tempo para serem afetadas
5. Pode ser agravada quando há associação com exposição a vibração e a substâncias 
químicas (fumos metálicos, solventes orgânicos — tolueno, xileno, aminoglicosídeos, 
diuréticos etc.)
RUÍDO
Agente físico universalmente distribuído, estando presente em praticamente todos os ramos 
de atividade
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SINAIS E SINTOMAS
AUDITIVOS
Perda auditiva
Zumbidos
Dificuldade no entendimento da fala
Outros sintomas auditivos menos frequentes
Algiacusia (sensação dolorosa a ruído de alta intensidade)
Sensação de audição “abafada” e dificuldade na localização da fonte sonora
Uma regra mnemônica para gravar os sintomas de PAIR é o “PAZA”: Perda auditiva, 
Algiacusia, Zumbidos e Abafada
NÃO AUDITIVOS
Transtornos da comunicação
Alterações do sono
Transtornos neurológicos
Transtornos vestibulares
Transtornos digestivos
Transtornos comportamentais
LERs/DORTs
EPIDEMIOLOGIA
Trata-se da segunda maior causa de afastamento de trabalho no Brasil, que acomete 
principalmente mulheres e indivíduos na faixa etária de 30 a 40 anos
FATORES DE RISCO
Repetitividade de movimentos
Manutenção de posturas inadequadas por tempo prolongado
Esforço físico
Invariabilidade de tarefas
Pressão mecânica sobre determinados segmentos do corpo, em particular membros 
superiores
Trabalho muscular estático
Choques e impactos, vibração, frio e fatores organizacionais
CLÍNICA
Caracteriza-se por um quadro de dor crônica, sensação de formigamento, dormência, fadiga 
muscular (por alterações dos tendões, musculatura e nervos periféricos). É um processo de 
adoecimento insidioso, carregado de simbologias negativas sociais, e intenso sofrimento 
psíquico: incertezas, medos, ansiedades e conflitos
CONDUTA
Caso haja suspeita da relação entre doença e trabalho, o trabalhador deverá ser avaliado, 
levando-se em conta sua história clínico-ocupacional. Uma vez confirmado o caso, o 
tratamento deverá ser iniciado com a administração de anti-inflamatórios não esteroides e 
realização de fisioterapia. O trabalhador deverá ser afastado de suas atividades 
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laborais. Deverá ser realizada a notificação nos instrumentos do SUS. Solicitar e 
acompanhar a emissão da CAT pela empresa e preencher o LEM. Realizar orientações 
previdenciárias e trabalhistas. Proceder à investigação do local de trabalho
INTOXICAÇÃO EXÓGENA
AGROTÓXICOS
CLASSIFICAÇÃO QUANTO AOS ORGANISMOS QUE CONTROLAM
1. Inseticidas
2. Acaricidas
3. Fungicidas
4. Herbicidas
5. Nematicidas
6. Moluscicidas
7. Raticidas
8. Avicidas
9. Columbicidas
10. Bactericidas 
11. Bacteriostáticos
CLASSIFICAÇÃO QUANTO À TOXICIDADE DA SUBSTÂNCIA
1. Extremamente tóxico
a. Fatal se ingerido, inalado ou posto em contato com a pele
b. Tarja vermelha
2. Altamente tóxico
a. Igual a extremamente tóxico, porém muda o risco conforme o grau da exposição ao 
produto
b. Tarja vermelha
3. Moderadamente tóxico
a. Causa intoxicação se ingerido, inalado ou em contato com a pele
b. Tarja amarela
4. Pouco tóxico
a. Nocivo se ingerido, inalado ou em contato com a pele
b. Tarja azul
5. Improvável de causar dano agudo
a. Pode ser perigoso se ingerido, inalado ou em contato com a pele
b. Tarja azul
6. Não classificado (por não ter toxidade)
a. Sem riscos ou recomendações
b. Tarja verde.
CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO GRUPO QUÍMICO
Organofosforados
Carbamatos
Organoclorados
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Piretroides
Dietilditiocarbamatos
Derivados do ácido fenoxiacético
SATURNISMO
DEFINIÇÃO
Intoxicação por chumpo
FONTES DE CONTAMINAÇÃO
As principais fontes de contaminação ocupacional e/ou ambiental são as atividades de 
mineração e industriais, especialmente de fundição e refino
SINAIS E SINTOMAS 
Cefaleia, astenia
Alterações do comportamento: irritabilidade, hostilidade, agressividade, redução da 
capacidade de controle racional
Alterações do estado mental: apatia, obtusidade, hipoexcitabilidade, redução da 
memória
Alteração da habilidade psicomotora, com redução da força muscular, dor e parestesia 
nos membros
Queixas de impotência sexual e diminuição da libido (comuns)
Hiporexia, epigastralgia, dispepsia, pirose, eructação
Dor abdominal aguda, que às vezes é confundida com abdome agudo, e pode ser sintoma de 
intoxicação crônica por chumbo
Modificação da frequência e do volume urinários, das características da urina, 
aparecimento de edema e hipertensão arterial
O exame oral pode revelar a existência da orla gengival de Burton
HIDRARGIRISMO
DEFINIÇÃO
Intoxicação por mercúrio
FONTES DE CONTAMINAÇÃO
Os trabalhadores expostos são aqueles ligados à extração e à fabricação do mineral, na 
fabricação de tintas, barômetros, manômetros, termômetros, lâmpadas, no garimpo, na 
recuperação do mercúrio por destilação de resíduos industriais
SINAIS E SINTOMAS 
Gengivite
Sialorreia
Irritabilidade
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Tremores
EXAMES LABORATORIAIS
Proteinúria e síndrome nefrótica
BENZENISMO
DEFINIÇÃO
Nome dado às manifestações clínicas ou alterações hematológicas compatíveis com a 
exposição ao benzeno
OCUPAÇÕES DE RISCO
Setor siderúrgico
Refinarias de petróleo
Indústrias de transformação que utilizam o benzeno como solvente
Nas atividades em que se utilizem tintas, verniz, selador, tíner, etc
SINTOMAS 
Os sintomas clínicos são pobres, mas pode haver queixas relacionadas às alterações 
hematológicas, como: fadiga, palidez cutânea ede mucosas, infecções frequentes, 
sangramentos gengivais e epistaxe
SINAIS
Podem ser encontrados sinais neuropsíquicos, como astenia, irritabilidade, cefaleia e 
alterações da memória
EXAMES LABORATORIAIS
Mono, bi ou pancitopenia, caracterizando, nesta última situação, quadros de anemia 
aplástica. Ou seja, poderá haver redução do número de hemácias e/ou leucócitos e/ou 
plaquetas
DIAGNÓSTICO
Fazer no mínimo 2 hemogramas com contagem de plaquetas e reticulócitos em intervalo de 15 
dias, dosar ferro sérico, capacidade de ligação e saturação do ferro e, ainda, 2 amostras 
de fenol urinário, 1 ao final da jornada e outra antes da jornada (no momento da 
consulta)
CONDUTA
1. Caso o trabalhador intoxicado tenha carteira de trabalho assinada, deverá ser 
solicitada a emissão da CAT pela empresa, sendo o médico responsável pelo 
preenchimento do LEM
2. O caso deverá ser notificado nos instrumentos do SUS
3. A investigação da situação que ocasionou a intoxicação deverá ser realizada e, a 
partir de então, deverão ser desencadeadas as medidas de controle
CROMO
DEFINIÇÃO
Forma perigosa e carcinogênica de intoxicação por cromo
OCUPAÇÕES DE RISCO
Névoas ácidas
Trabalho com galvanoplastia (cromagem)
Indústria do cimento
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Produção de ligas metálicas
Soldagem de aço inoxidável
Produção e utilização de pigmentos na indústria têxtil, de cerâmica, vidro e borracha
Indústria fotográfica e em curtumes
SINTOMAS 
Prurido nasal, rinorreia, epistaxe, que evoluem com ulceração e perfuração de septo 
nasal
Irritação de conjuntiva com lacrimejamento e irritação de garganta
Prurido cutâneo nas regiões de contato, erupções eritematosas ou vesiculares e 
ulcerações de aspecto circular com dupla borda, a rósea e a interna escura (necrose), 
o que lhe dá um aspecto característico de "olho de pombo"
Irritação das vias aéreas superiores também pode manifestar-se com dispneia, tosse, 
expectoração e dor no peito
O câncer pulmonar é, porém, o efeito mais importante sobre a saúde do trabalhador
CONDUTA
1. Havendo suspeita de intoxicação por cromo, os trabalhadores devem ser encaminhados ao 
serviço especializado em saúde do trabalhador para monitoramento biológico – pesquisa 
do cromo no sangue e tecidos – e tratamento especializado
2. Os trabalhadores com intoxicação devem ser acompanhados por longos períodos, uma vez 
que o câncer pulmonar desenvolve-se 20 a 30 anos após a exposição
3. Caso o trabalhador intoxicado tenha carteira de trabalho assinada, deverá ser 
solicitada a emissão da CAT pela empresa, sendo o médico responsável pelo 
preenchimento do LEM
4. O caso deverá ser notificado nos instrumentos do SUS
5. A investigação da situação que ocasionou a intoxicação deverá ser realizada e, a 
partir de então, deverão ser desencadeadas as medidas de controle
DERMATOSES OCUPACIONAIS
DEFINIÇÃO
Referem-se a toda alteração da pele, mucosas e anexos, direta ou indiretamente causada, 
condicionada, mantida ou agravada pela atividade de trabalho
ETIOLOGIA
São causadas por agentes biológicos, físicos e, principalmente, por agentes químicos
EPIDEMIOLOGIA
Aproximadamente 80% das dermatoses ocupacionais são provocadas por substâncias químicas 
presentes nos locais de trabalho, ocasionando quadros do tipo irritativo (a maioria) ou 
do tipo sensibilizante
DIAGNÓSTICO
O teste de contato deve ser realizado quando se suspeita de quadro do tipo 
sensibilizante, visando identificar o(s) agente(s) alergênico(s)
CONDUTA
1. Estabelecido o nexo pela avaliação clínico-ocupacional, os casos devem ser notificados 
ao SINAN e encaminhados para a rede de referência para 
atendimentos especializados, quando necessário
2. Os casos de menor complexidade deverão ser tratados no nível local
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3. Caso o trabalhador tenha carteira de trabalho assinada, deverá ser solicitada a 
emissão da CAT pela empresa, sendo o médico responsável pelo preenchimento do LEM
4. O caso deverá ser notificado nos instrumentos do SUS
5. A investigação da situação que ocasionou o quadro deverá ser realizada e, a partir de 
então, deverão ser desencadeadas as medidas de controle