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Raísla Aquino- Turma 1 MEDFAP Raísla Aquino- Turma 1 MEDFAP ATENÇÃO Á SAÚDE DO TRABALHADOR Trabalho é compreendido como atividade profissional, remunerada ou não, produtiva ou criativa, exercida para determinado fim. -É um dos determinantes de saúde e do bem- estar do(a) trabalhador(a) e de sua família. -Gerar renda, que viabiliza as condições materiais de vida, tem uma dimensão humanizadora e permite a inclusão social de quem trabalha, favorecendo a formação de redes sociais de apoio, importantes para a saúde. -No Brasil, as atividades produtivas estão organizadas de múltiplas formas, com distintos graus de incorporação tecnológica e formas de gestão, na lógica de cadeias produtivas, em todos os setores econômicos: Agroindústria; Mineração; Construção Civil; Indústria; Setor de Serviços e outros. Determinantes Sociais de Saúde -O trabalho, ou a ausência dele, é um importante determinante das condições de vida e da situação de saúde dos(as) trabalhadores(as) e de suas famílias. -Assim, ele pode ter um efeito protetor, ser promotor de saúde, mas também pode causar mal- estar, sofrimento, adoecimento e morte dos(a) trabalhadores, aprofundar iniquidades e a vulnerabilidade das pessoas e das comunidades e produzir a degradação do ambiente. Perigo X Risco →Risco: Probabilidade de ocorrência de um evento em determinado tempo e lugar. No campo da saúde, pode ser objetivado e delimitado em termos de possíveis causas, determinantes e necessidades de saúde. Na área da vigilância em saúde, o risco é atribuído a coletivos humanos a partir do qual são identificados desigualdades nas formas de adoecer e morrer quanto à exposição a fator que possa produzir doença ou agravo. Pode ser quantificado por meio de operações estatísticas, estabelecendo-se nexos, associações e correlações. →Perigo: Probabilidade que o risco aconteça. Ex.: Você está numa praia com RISCO de ataque de tubarão, mas você não estará em PERIGO enquanto não entrar na água. →Na vigilância em saúde do trabalhador, os riscos estão categorizados pelos seguintes tipos: Riscos Físicos: gerados por máquinas e condições físicas características do local de trabalho. Riscos Físicos Consequências Raísla Aquino- Turma 1 MEDFAP Ruído Cansaço, irritação, dor de cabeça, diminuição da audição, problemas circulatórios e digestivos. Vibração Cansaço, irritação, dor nos membros, dor na coluna, doença do movimento, problemas circulatórios, digestivos e articulares, lesão óssea, lesão de tecido mole. Calor Cansaço, irritação, choque térmico, fadiga térmica, problemas circulatórios e digestivos. Radiação Ionizante Alteração celular, câncer, fadiga, problema visual. Radiação Não Ionizante Queimadura, lesão nos olhos, na pele e nos outros órgãos. Umidade Doença do sistema respiratório, queda, doença de pele , problema circulatório. Frio Problemas vasculares periféricos, problemas respiratórios e queimaduras pelo frio. Pressão acima ou abaixo da pressão atmosférica normal: • Alta pressão (hiperbarismos)- tubulação de ar comprimido, máquinas de perfuração, caixões pneumáticos, mergulho em profundidade. • Baixa pressão (hipobarismo) • Alta pressão- rubtura de tímpano, liberação de nitrogênio nos tecidos nos tecidos e vasos sanguíneos, morte. • Baixa pressão- mal de montanha (dor de cabeça, tontura, náusea, vômito, fadiga). Riscos Químicos: exposição às substâncias químicas (líquida, sólida ou gasosa) quando absorvidas pelo organismo. o Principais vias de penetração: respiratória (inalação pelas vias aéreas), cutânea (absorção pela pele) e digestiva (ingestão). Riscos Químicos Consequências Poeiras Minerais: quartzo ou sílica, amianto ou asbesto e carvão. • Silicose: quartzo • Asbestose: amianto. • Pneumoconiose. Poeiras Vegetais: algodão, bagaço de cana de açúcar. • Bissinose- algodão • Bagaçose- cana-de- açúcar. Poeiras Alcalinas: cal, pó de mármore. Doença pulmonar obstrutiva crônica e enfisema pulmonar. Fumos metálicos: uso industrial de metais como fumo, manganês. Doença pulmonar obstrutiva crônica, febre de fumos metálicos e intoxicação específica de acordo com o metal. Produtos químicos em geral: • Irritantes (irritação das vias aéreas superiores)-ácido clorídrico, ácido sulfúrico, amônia e cloro; • Asfixiantes (dores de cabeça, náuseas, sonolência, convulsões, coma, morte)- hidrogênio, nitrogênio, metano acetileno, dióxido e monóxido de carbono. • Anestésicos (ação depressiva sobre o sistema nervoso, podendo causar danos em diversos órgãos e no sistema formador de sangue)- maioria dos solventes orgânicos, como butano, propano, benzeno, aldeídos, cetonas, tolueno, xileno, álcoolis. Riscos Biológicos: exposição a micro- organismos- bactérias, fungos, vírus e outros. Riscos Biológicos Consequências Vírus, bactérias e protozoários Doenças infectocontagiosas: hepatite crônica, amebíase, síndrome de imunodeficiência Adquirida (AIDS), tétano e dengue. Raísla Aquino- Turma 1 MEDFAP Fungos e Bacilos • Infecções externas: na pele (dermatites). • Infecções Internas: doenças pulmonares. Parasitas • Infecções cutâneas ou sistêmicas. • Risco de contágio. Fumos metálicos: uso industrial de metais como fumo, manganês. Doença pulmonar obstrutiva crônica, febre de fumos metálicos e intoxicação específica de acordo com o metal. Riscos Ergonômicos: a ergonomia impõe a adequação do ambiente de trabalho às características e às estruturas físicas e psicológica da pessoa. o Os riscos ergonômicos são consequentes da inconformidade entre os fatores do ambiente (externos) e as características do indivíduo (internos) . Riscos Ergonômicos Consequências • Esforço Físico. • Levantamento e transporte manual de pesos. • Exigência de posturas. Cansaço, dor muscular, fraqueza, problemas circulatório, digestivo, endócrino, neurológico, psiquiátrico e ósseo. • Rotina Intensa • Trabalho em período noturno. • Monotonia e repetitividade. • Jornada prolongada. • Controle rígido da produtividade • Conflitos Cansaço, dor muscular, fraqueza, alteração do sono, da libido e da vida social, com reflexos na saúde e no comportamento, tensão, ansiedade, medo e comportamentos estereotipados, problemas circulatórios, digestivos, endócrinos, neurológicos, psiquiátricos e ósseos. Riscos de Acidentes Qualquer fator que coloque o trabalhador em situação vulnerável e possa afetar sua integridade, e seu bem-estar físico e psíquico. →São exemplos de riscos de acidente: Probabilidade de incêndio e explosão. Arranjo físico inadequado. Armazenamento inadequado. Choque elétrico. “A exposição a qualquer uma dessas categorias e a o tipo de risco gera e potencializa a ocorrência de acidente e de doença relacionada ao trabalho, impondo, aos serviços e às equipes de saúde, a necessidade de atuar para controlar o risco e, consequentemente, prevenir acidentes e adoecimento relacionados ao trabalho” Acidente do Trabalho -A lei 8.213/91 traz o conceito legal de acidente de trabalho: “Art.19: Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou do empregador doméstico ou pelo exercício do trabalho dos segurados referidos no incido VII do art.11 desta Lei, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que causa a morte ou a perda ou redução , permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho” (Redação dada pela lei complementar n.150 de 2.0154). →O acidente do trabalho é o gênero do qual são espécies o acidente típico e as doenças ocupacionais: Acidente Típico:o O acidente típico ocorre em razão de uma ação traumática, conhecendo-se perfeitamente o momento da lesão, ou seja, trata- se de acometimento brusco, repentino, inesperado, externo e traumático, ocorrido durante a jornada de trabalho. o Em sua maioria, os acidentes de trabalho são evitáveis, bastando a adoção de simples medidas, como o uso de equipamentos de proteção Raísla Aquino- Turma 1 MEDFAP individual (fornecidos obrigatoriamente pelas empresas). Acidente de Trajeto: o São acidentes ocorridos no caminho da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado. Doença Profissional A doença profissional é “aquela peculiar a determinada atividade ou profissão, também chamada de doença profissional típica. Como exemplo, podemos citar a silicose, doença pulmonar que acomete aqueles que trabalham em pedreiras ou em minas de carvão, ambientes nos quais propiciam o surgimento da silicose. →Somente aqueles que trabalham em ambiente contendo sílica em suspensão (mico cristais de areia) contraem esta doença. Doença do Trabalho Normalmente decorre das condições de agressividade existentes no local de trabalho, que agiram para acelerar, eclodir ou agravar a saúde do trabalhador. -A doença do trabalho ocasiona quebra de resistência do organismo do trabalhador e aparecimento de uma doença que não tem no trabalho sua causa punica e exclusiva. Como Saber? -Para o estabelecimento da relação causal entre a doença e o trabalho devem ser considerados, além do exame clínico e exames complementares: A história clínica e ocupacional. Informações sobre o local de trabalho: atividade, processo, condições de trabalho e organização do trabalho, presença de riscos físicos, químicos, biológicos, ergonômicos, psicossociais, de acidentes e outros. Os dados epidemiológicos e da literatura atualizada. O depoimento e a experiência do(as) trabalhadores (as). Comunicação de Acidente de Trabalho CAT: É um documento emitido para reconhecer legalmente acidente ocorrido no ambiente de trabalho, no trajeto entre empresa e a residência, bem como uma doença provocada pelo trabalho. -Esse documento é o meio pelo qual a empresa comunica ao INSS a ocorrência de um acidente do trabalho ou a eclosão de uma moléstia profissional ou originada pelas condições em que o trabalho é desempenhado. -Se a empresa não fizer o registro da CAT, o próprio trabalhador, seu dependentes, a entidade sindical, o médico, o CEREST (Centro de Referência da Saúde do Trabalhador ou a autoridade pública (magistrados, membros do Ou seja, a doença profissional está restrita a determinado tipo de trabalho. As doenças podem ocorrer fora e dentro do trabalho. Ex.: Dermatite, Lesão por esforço repetitivo. Raísla Aquino- Turma 1 MEDFAP Ministério público e dos serviços jurídicos da União e dos estados ou do Distrito Federal e comandantes de unidades do Exército, da Marinha, da Aeronáutica, do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar), poderão efetivar a qualquer tempo o registro deste instrumento junto à previdência social, o que não exclui a possibilidade da aplicação da multa à empresa. Saúde do Trabalhador no SUS -Na perspectiva da atenção integral: o cuidado em saúde envolve ações de promoção e proteção da saúde, vigilância, assistência e reabilitação. Assim, todos os profissionais da rede de saúde, em especial das eAB/eSF precisam estar qualificados para estabelecer as relações entre as condições de vida e saúde-doença e o trabalho, atual ou pregresso do usuário, de modo a estabelecer o diagnóstico correto, a relação do evento com a atividade de trabalho e definir o plano terapêutico adequado, incluindo a reabilitação, a orientação do(a) trabalhador(a) sobre as medidas de promoção e proteção da saúde, os encaminhamentos trabalhistas e previdenciários e a notificação ao sistema de informação em saúde. Conhecendo a Saúde do(a) Trabalhador(a) -Cabe ressaltar que, para o SUS, trabalhadores(as)são todos (as), homens e mulheres que trabalham na área urbana ou rural, independentemente da forma de inserção no mercado de trabalho, formal ou informal, de seu vínculo empregatício, público ou privado, assalariado, autônomo, avulso, temporário, cooperativo, aprendiz, estagiário, doméstico, aposentado e mesmo os desempregados (BRASIL, 2012). -A saúde do Trabalhador é o campo da Saúde Pública que tem como objeto de estudo e intervenção as relações produção-consumo e o processo saúde-doença das pessoas e, em particular, dos(as) trabalhadores(as). -O movimento da Saúde do(a) Trabalhador(a) organizou-se no Brasil, ao longo dos anos 80, no bojo do processo de redemocratização do País e da luta pela Reforma Sanitária, que culminou na instituição do Sistema único de Saúde (SUS) pela Constituição Federal (CF) de 1988. -Ao estabelecer a saúde como direito de cidadania e dever do estado, a CF garantiu a atenção integral à saúde para todos os trabalhadores independentemente do tipo de vínculo que possuem no mercado de trabalho. →Antes disso, apenas os(as) trabalhadores(as), com contratos regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), ou seja, com “carteira de trabalho assinada”, tinham direito à assistência médica e à Previdência Social. Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador -Uma das estratégias da PNSTT para o desenvolvimento da atenção integral à saúde do trabalhador é a estruturação da Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador (Renast). -A Renast compreende uma rede de serviços de assistência e vigilância em saúde do trabalhador no âmbito do SUS e tem por objetivos: 1. Ampliar o acesso e executar ações de promoção, proteção, prevenção e de vigilância em saúde, bem como na assistência especializada em saúde do trabalhador. 2. Estimula a articulação e a integração com as demais Redes do SUS, qualificando as ações de saúde do trabalhador nos territórios. Políticas Públicas de Saúde para a Classe Trabalhadora (Transcrição do vídeo) -As políticas públicas Trabalhistas são necessárias para a adoção de uma cultura de prevenção nos ambientes e processos de trabalho, por parte dos trabalhadores, empregadores e Estado brasileiro. -Para isso, em 2012, criou-se a Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora no SUS. Importante! É importante ressaltar que a CAT deverá ser emitida para todo acidente ou doença relacionados ao trabalho, ainda que não haja afastamento ou incapacidade. https://www.youtube.com/watch?v=NyoaOG96JDQ Raísla Aquino- Turma 1 MEDFAP -Que tem por finalidade definir os princípios, as diretrizes e as estratégias a serem observadas pelas três esferas de gestão do SUS. →Para o desenvolvimento da atenção integral à saúde do trabalhador, visando a promoção e a proteção da saúde do trabalhador. Junto à redução da morbimortalidade decorrente dos modelos de desenvolvimento e dos processos produtivos. -Todos os trabalhadores (homens e mulheres), independentemente de sua localização (urbana ou rural) e da sua forma de inserção no mercado de trabalho (formal ou informal), de seu vínculo empregatício (público, privado, assalariado, autônomo, temporário, cooperativado, aprendiz, estagiário, doméstico), aposentado ou desempregado estão sujeitos a essa política. -Essa política é operacionalizada pela RENAST, que busca garantir a integralidade do cuidado à população trabalhadora. -Possui como principais componentes os CEREST’s (Centros de referência em saúde do trabalhador). -Ao todo, estão em funcionamento 27 Cerest’s estaduais e 185 regionais/municipais. Centro de Referência á Saúde do Trabalhador -Os Cerest são serviços especializados, que articulamà Rede de Atenção à Saúde (RAS), desenvolvem ações de assistência especializada e vigilância em saúde do trabalhador, com o objetivo de reduzir a mobimortalidade entre os trabalhadores(as), provenientes dos ambientes e processos de trabalho. ABRANGÊNCIA DO CEREST -Ao todo, estão habilitados e em funcionamento 215 Cerest: Sendo 26 estaduais. 1 Distrital. 185 regionais/municipais. -O Cerest ativos garantem a cobertura a 3.981 municípios, 70,7% das regiões de saúde e para aproximadamente 84 milhões de trabalhadores economicamente ativos. →Estadual: serviços especializados de vigilância, assistência em saúde do trabalhador, composto por equipes multidisciplinares que atuam em âmbito estadual. →Regional: Serviços especializados de vigilância, assistência em saúde do trabalhador, composto por equipes multidisciplinares que atuam em âmbito regional. →Municipal: Ser Serviços especializados de vigilância, assistência em saúde do trabalhador, composto por equipes multidisciplinares que atuam em âmbito municipal. Portaria 205, de 107 de fevereiro de 2016 1- Vigilância em saúde do trabalhador. 2- Câncer relacionado ao trabalho. 3- LER/DORT. 4- PAIR. 5- Pneumoconioses. 6- Transtornos mentais relacionados ao Trabalho. Subsídios para a construção de linhas de cuidado em Saúde do Trabalhador MJC, 47 anos, sexo masculino, chega à Unidade de Saúde se queixando de dor forte no cotovelo direito após cair do andaime na obra em que trabalha. Ao exame, o médico observa escoriações na pele e dor à manipulação do braço direito. Solicita que seja feita medicação sintomática para aliviar a dor e radiografia para avaliar se houve fratura. Constatada ausência de fratura, o médico receita medicação sintomática e orienta o trabalhador. FICA COM AS SEGUINTES QUESTÕES SOBRE OS DEMAIS ENCAMINHAMENTOS 1. Trata-se de acidente de trabalha? Raísla Aquino- Turma 1 MEDFAP Acidente de trabalho (AT) é um evento súbito ou agudo ocorrido no exercício de atividade laboral, que pode ter como consequência a perda de tempo, dano material e/ou lesões ao (à) trabalhador(a). Pode acarretar dano à saúde, potencial ou imediato, provocando lesão corporal ou perturbação funcional, que causa direta ou indiretamente a morte, a perda ou a redução, permanente ou temporária da capacidade para o trabalho. Não é preciso ter vínculo empregatício formal, carteira de trabalho assinada, para se caracterizar o evento como acidente de trabalho. Este pode ocorrer com quaisquer trabalhadores (as), independentemente de seu tipo de vínculo ou inserção no mercado de trabalho. 2. Quantos dias o trabalhador precisa ser afastado do trabalho? A professora disse que afastaria por dois dias, mas que isso depende da análise do profissional. 3. É necessário emitir CAT? Sim 4. Que outros procedimentos devem ser adotados? Tratar os sintomas, investigar outras causas, se necessário notificar o SINAN etc. Caderno de Atenção básica- Saúde do trabalhador e da trabalhadora Lista de Notificação compulsória https://renastonline.ensp.fiocruz.br/sites/default/files/arquivos/recursos/cadernos_da_atecao_basica_41_saude_do_trabalhador.pdf https://renastonline.ensp.fiocruz.br/sites/default/files/arquivos/recursos/cadernos_da_atecao_basica_41_saude_do_trabalhador.pdf https://www.gov.br/saude/pt-br/composicao/svsa/notificacao-compulsoria/lista-nacional-de-notificacao-compulsoria-de-doencas-agravos-e-eventos-de-saude-publica Raísla Aquino- Turma 1 MEDFAP AGRAVOS À SAÚDE POR RISCOS BIOLÓGCOS Agentes biológicos são microrganismos, incluindo os geneticamente modificados ou não, as culturas de células, os parasitas, as toxinas e os príons, capazes de provocar infecções, alergias ou toxicidade em humanos susceptíveis. -Para efeito legal, a caracterização por agentes biológicos se dá pela forma QUALITATIVA → É FEITA COM BASE NA INSPEÇÃO LOCAL DO TRABALHO. -O trabalhador que exerce trabalho insalubre tem direito ao chamado adicional de insalubridade, previsto pela CLT. -Transmissão: Por contato direto: é a transferência imediata do agente infeccioso de um hospedeiro ou reservatório para uma porta de entrada através da qual a infecção poderá ocorrer. o Toque social (aperto de mãos, beijo, abraço). o Relação sexual. o Outros contatos (durante o parto, procedimentos médicos e odontológicos, drogadição). o Amamentação. o Aérea , curta distância (via gotículas, tosse, espirro, aerossóis) o Transfusão (sangue). o Transplacentária. Por contato Indireto: o Veículos (alimentos contaminados, água, tecidos, vestuário, instrumentais, utensílios, superfícies); o Vetores (insetos, animais). o Aérea, longa distância (poeira, gotículas, aerossóis). Raísla Aquino- Turma 1 MEDFAP o Parenteral (injeção com seringas contaminadas). -Rotas de Entrada: Inalação/Aérea: contidos em escamas de pele ou em gotículas liberadas em suspensão no ambiente. Ingestão: através do contato da boca com substâncias biológicas (ex.: acidente), materiais contaminados ou durante alimentação (quando do não atendimento de práticas de higienização das mãos e/ou alimentação em locais com presença do contaminante). Penetração cutânea: em geral associado a acidentes causados por instrumentos cortantes e/ou perfurantes contaminados, contato do contaminante biológico com pele não integra e picadas de insetos. Por contato com mucosas dos olhos e boca Cutânea: contato do material biológico em mucosa, pele não integra (descamação, queimadura etc.) ou até contato sem proteção com material biológico em alta concentração (ex.: associado a pesquisa) em pele integra. Biossegurança Biossegurança é um termo constituído na década de 1970 na Califórnia, EUA, em uma reunião científica, que deu início à discussão sobre o impacto da engenharia genética na sociedade. -É compreendida pela “condição de segurança alcançada por um conjunto de ações destinadas a prevenir, controlar, reduzir ou eliminar riscos inerentes às atividades que possam comprometer a saúde humana, animal e o meio ambiente”. -Consideram-se ainda as medidas de biossegurança relativas aos procedimentos (boas práticas), à infraestrutura (desenho, instalações físicas e equipamentos de proteção) e à qualificação de recursos humanos. -O objetivo principal: Dotar os profissionais e as instituições de ferramentas que visem desenvolver as atividades com um grau de segurança adequado, seja para o profissional de saúde, seja para o meio Ambiente ou para a comunidade. -A avaliação de risco de agentes biológicos considera critérios que permitem: Reconhecimento, a identificação e a probabilidade do dano decorrente destes Estabelecendo a sua classificação em classes de risco distintas de acordo com a gravidade dos danos. →EXEMPLOS DE ATIVIDADES COM EXPOSIÇÃO AO RISCO BIOLÓGICO: Hospitais, serviços de emergência, enfermarias, ambulatórios, postos de vacinação e outros estabelecimentos destinados aos cuidados da saúde humana; Trabalho ou operações, em contato com pacientes portadores de doenças infectocontagiosas, bem como objetos de seu uso, não previamente esterilizados. Coleta e manuseio de amostras biológicas em laboratórios de análise e histoanatomopatologia; Exumação de corpos; Manutenção de sistema de esgotamento sanitário (galerias e tanques); Coleta e processamento do lixo urbano. Critérios para a Avaliação de Risco dos Agentes Biológicos Raísla Aquino- Turma 1 MEDFAP →Natureza do Agente Biológico: organismos ou moléculas com potencial ação biológica infecciosa sobre o homem, animais, plantas ou o meio ambiente em geral, incluindo vírus, bactérias, archaea, fungos, protozoários, parasitos, ou entidades acelulares como príons, RNAou DNA (RNAi, ácidos nucleicos infecciosos, aptâmeros, genes e elementos genéticos sintéticos, etc) e partículas virais (VPL). →Virulência : é a capacidade patogênica de um agente biológico, medida pelo seu poder de aderir, invadir, multiplicar e disseminar em determinados sítios de infecção e tecidos do hospedeiro, considerando os índices de morbi- mortalidade que ele produz. A virulência pode ser avaliada por meio dos coeficientes de mortalidade e de gravidade. O coeficiente de mortalidade indica o percentual de casos da doença que são mortais, e o coeficiente de gravidade, o percentual dos casos considerados graves. → Modo de transmissão: é o percurso feito pelo agente biológico a partir da fonte de exposição até o hospedeiro. O conhecimento do modo de transmissão do agente biológico é de fundamental importância para a aplicação de medidas que visem conter a disseminação do patógeno. → Estabilidade: é a capacidade de manutenção do potencial infeccioso de um agente biológico no meio ambiente, inclusive em condições adversas tais como a exposição à luz, à radiação ultravioleta, à temperatura, à umidade relativa e aos agentes químicos. → Concentração e volume: a concentração está relacionada à quantidade de agentes biológicos por unidade de volume. Assim, quanto maior a concentração, maior o risco. O volume do agente biológico também é importante, pois na maioria dos casos os fatores de risco aumentam proporcionalmente ao aumento do volume. →Origem do agente biológico potencialmente patogênico: deve ser considerada a origem do hospedeiro do agente biológico (humano ou animal), como também a localização geográfica (áreas endêmicas) e o vetor. - Disponibilidade de medidas profiláticas eficazes: estas incluem profilaxia por vacinação, agentes antimicrobianos, antissoros e imunoglobulinas. Inclui ainda, a adoção de medidas sanitárias, controle de vetores e medidas de quarentena em movimentos transfronteiriços. →Quando essas medidas estão disponíveis, o risco é reduzido. FATORES REFERENTES AO TRABALHOR -São aqueles fatores diretamente ligados as pessoas: idade, sexo, fatores genéticos, susceptibilidade individual (sensibilidade e resistência com relação aos agentes biológicos), estudo imunológico, estado da pele (ferimentos, queimaduras etc.), exposição prévia, gravidez, lactação, consumo de álcool, consumo de medicamentos, hábitos de higiene pessoal (como lavar as mãos) e uso de equipamentos de proteção individual (como luvas, máscaras e óculos de segurança). -Além do que, devemos levar em consideração na análise da experiência e da qualificação dos profissionais expostos. →Exemplos de doenças transmitidas por aerossóis, segundo o tipo de transmissão e o período de isolamento: Agravos à saúde por Riscos Biológicos - Em 2006 o Ministério da Saúde classificou os riscos biológicos em classes assim definidas: Raísla Aquino- Turma 1 MEDFAP O que fazer em caso de exposição? 1° passo: Cuidados locais. 2° passo: Registro 3° passo: Avaliação da Exposição 4° passo: Avaliação da fonte 5° passo: Manejo específico HIV, hepatite B e C. 6° passo: Acompanho clínico-sorólico Risco Biológico-Como minimizar o risco? Conhecimento/Conscientização Equipamentos de Proteção Individual Precauções padrão e especiais Conhecimento/Conscientização Conhecer os possíveis agentes etiológicos e os meios de transmissão. Lavagem das mãos. Imunizações. Manuseio e descarte de perfurocortantes. Conhecer a rotina para atendimento de acidentes com material biológico. Conhecer as limitações da profilaxia pós exposição. Equipamentos de Proteção Individual Luvas (de procedimentos, estéreis). Máscaras (cirúrgicas, N95) Capotes (limpos, estéreis, plástico, descartáveis), jaleco. Protetor facial. Sapato, botas. Precauções Padrão Lavagem das mãos é sempre necessária após contaminação com material biológico e imediatamente a retirada das luvas. Precauções devem ser tomadas para prevenir acidentes durante procedimentos, limpeza de instrumentais e descarte de pérfuro-cortantes. Atenção!!! 1) Conheça o Mapa de Risco do seu local de Trabalho. 2) Considere TODO material como potencialmente infeccioso. 3) Evitar ficar sozinho no laboratório. 4) Procure conhecer os riscos antes de iniciar algo ou entrar em algum novo local. 5) Não se alimentar, ingerir líquidos ou fumar em laboratórios. 6) Não se debruçar ou sentar em bancadas, sentar no chão, correr no laboratório. 7) Cuidado com as distrações, conversas paralelas, música alta, etc. 8) Conhecer as saídas de emergência.
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