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Universidade Federal do Pará Instituto de Ciências Biológicas Faculdade de Biomedicina INGRID RAQUEL SILVA SANTOS RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA: ENSAIO IMUNOSSORVENTE LIGADO À ENZIMA Belém-Pa 2023 2 1. INTRODUÇÃO Atualmente existem diversos métodos imunológicos para a quantificação de antígenos e de anticorpos no soro humano e animal, eles podem detectar com alta sensibilidade e especificidade essas moléculas, sendo assim utilizados como modelo padrão na pesquisa e na rotina laboratorial. Dentre os muitos testes utilizados na detecção de anticorpos ou de antígenos a partir de amostras biológicas, pode-se destacar o Ensaio Imunossorvente Ligado à Enzima (ELISA), tal teste, assim como os demais pertencentes a essa categoria, baseia-se na quantificação de anticorpos ou antígenos a partir da ligação de moléculas marcadoras. Dessa forma, a versão mais comum do ELISA fundamenta-se na ligação “sanduíche” entre dois antígenos ou anticorpos e a molécula que está sendo testada (ABBAS et al. 2008). Na placa onde o teste é realizado encontram-se antígenos ou anticorpos fixados aos poços, os quais se ligam ao antígeno ou anticorpo presente na amostra, essa ligação serve como ponte para a ligação de um segundo antígeno ou anticorpo associado a uma enzima capaz de converter seu substrato em uma solução colorida que pode ser mensurada por meio da absorbância detectada no espectrofotômetro, gerando um resultado quantitativo referente a presença de anticorpos ou antígenos na amostra do paciente. Sendo assim, a realização desse teste se faz presente em quase todas as rotinas laboratoriais, possibilitando o diagnóstico de infecções ocasionadas por diversos agentes microbianos. Por isso, as aulas práticas referentes ao ELISA objetivaram a realização prática do teste, com o intuito de demostrar seus possíveis resultados. 2. MATERIAIS E MÉTODOS Para a realização do ELISA utilizou-se o kit Murex HTLV I + II (foto 1) e uma única fileira da placa impregnada com antígenos. Os poços correspondentes a primeira coluna da placa (A1, B1, C1, D1, E1, F1, G1 e H1) foram todos utilizados, sendo assim pipetados, respectivamente, 50 µl de três amostras do controle negativo, uma amostra do controle positivo e quatro amostras provenientes de pacientes (foto 2). 3 Foto 1 – Reagentes e soluções do Kit Murex HTLV I + II. Fonte: arquivo pessoal Foto 2 – Placa de ELISA como as amostras utilizadas durante o teste. Fonte: arquivo pessoal Em uma cuba depositou-se 1 ml do diluidor de amostra e, com o auxílio de uma pipeta multicanal, pipetou-se 50 µl dessa solução em cada poço. Todos as amostras utilizadas foram devidamente identificadas e suas posições na placa foram anotadas em um documento, garantindo o controle do teste. A placa com as amostras foi homogeneizada e em seguida colocada em um recipiente metálico com tampa, o qual estava revestido com papel molhado, mantendo a umidade necessária para a etapa de incubação que ocorreu logo em seguida durante trinta minutos a 37 °C. Durante a primeira incubação ocorreu o preparo da solução de lavagem, para essa etapa depositou-se em um Erlenmeyer de 125 ml, 1.300 µl de solução de lavagem e 18,7 ml de água destilada. A solução foi homogeneizada e transferida para uma cubeta. Após o período necessário, a placa foi retirada da incubação e levada novamente para a bancada, onde passou pela primeira etapa de lavagem, nesse passo utilizou-se a pipeta multicanal e depositou- se 200 µl da solução de lavagem em cada poço. Em um recipiente plástico forrado com papel 4 absorvente, inverteu-se a placa rapidamente para descartar as amostras contidas nos poços e com a placa ainda virada para baixo, levou-a para secar em um papel na bancada, no qual se encostou a placa até que não houvesse mais regiões molhadas. Esse processo de pipetagem, descarte da amostra e secagem da placa foi repetido mais quatro vezes, completando as cinco lavagens necessárias (foto 3). Foto 3 – Materiais utilizados na etapa de lavagem. Fonte: arquivo pessoal Posteriormente à última secagem da placa, com o auxílio de uma pipeta multicanal, pipetou-se 50 µl do anticorpo conjugado à enzima, em cada um dos poços. Logo depois a placa foi homogeneizada e levada pela segunda vez a estufa para que ficasse encubando por 30 minutos a 37 ºC. Após a segunda etapa de incubação descartou-se o conjugado adicionado na etapa anterior e assim como na primeira etapa de lavagem, realizou-se esse processo cinco vezes. Na próxima etapa, preparou-se o substrato necessário para a produção de cor nas amostras. Por este ser sensível à luz, foi necessário realizar esse processo com as luzes apagadas. Sendo assim, em uma cubeta preparou-se uma mistura homogênea de proporção 1:1, com 1 ml de substrato incolor e 1 ml de substrato concentrado, então 100 µl dessa mistura foi repassada para os poços da placa de ELISA com a pipeta multicanal. Novamente a placa foi levada a estufa por 30 minutos a 37 ºC. Ao final da terceira etapa de incubação foi possível notar a variação na coloração dos controles negativos – mais claros, dos controles positivos – mais escuros, e das amostras dos pacientes. Assim, foi adicionado nos poços 50 µl da solução de parada para conter as reações obtidas e realizar a leitura na máquina. Em um computador conectado ao 5 espectrofotômetro deve-se escolher o protocolo de avaliação referente a kit utilizado para o teste e identificar a placa utilizada. Para a etapa de leitura das amostras, conforme os critérios estabelecidos pelo kit utilizado, o valor da densidade ótica (O.D.) referente ao controle negativo deve ser obtido a partir da média aritmética entre os valores da O.D. das três amostras de controle negativo somado a 0,2. Para a mostra de controle positivo, como garantia de qualidade, deve-se verificar a O.D. e certificar-se que ela está em um valor 8x acima do valor de controle negativo. Com esses valores é possível estabelecer uma curva, em que se determina, conforme o valor da O.D. da amostra do paciente, a negatividade ou positividade das mesmas. 3. CONCLUSÃO Durante as atividades de aula prática os discentes tiveram a oportunidade de aprender sobre a técnica referente ao ELISA, a qual foi exemplificada de forma teórica e prática. Os alunos puderam realizar os testes e avaliar os diferentes resultados obtidos, diferenciando entre aqueles negativos e positivos, o que proporcionou o esclarecimento da técnica e a fixação das etapas metodológicas na sua realização laboratorial. 4. REFERÊNCIAS ABBAS, A. K.; LICHTMAN, A. H.; PILLAI, S. Imunologia celular e molecular: 9. ed. Rio de janeiro: Elsevier, 2008.
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