Prévia do material em texto
1) REALIZE UMA PESQUISA SOBRE A LC Nº 87/1996 - LEI KANDIR, DESTACANDO SEU SURGIMENTO, ABRANGÊNCIA E A POLÊMICA ENTRE ESTADO E EXPORTADORES NO TOCANTE A ISENÇÃO DO ICMS. AVALIE ESPECIALMENTE OS IMPACTOS DESSA LEI PARA O ESTADO DO PARÁ. RESPOSTA: O surgimento da Lei Kandir remonta ao ano de 1996, quando foi aprovada como uma lei complementar, ou seja, uma legislação que tem como finalidade regulamentar dispositivos da Constituição Federal. Ela foi promulgada para estabelecer critérios e procedimentos relativos à isenção do ICMS sobre as exportações de produtos primários e semielaborados. A lei Kandir é uma lei proposta durante o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, pelo então deputado federal Antônio Kandir o qual deu nome a lei. Ela isenta do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) as exportações de produtos primários e semielaborados, ou seja, não industrializados. A lei em si teve muitas mudanças e divergências nos últimos 24 anos, e foi este o tempo que levou para que a mesma fosse homologada. Até 2003, a Lei Kandir garantiu aos Estados o repasse de valores a título de compensação pelas perdas decorrentes da isenção de ICMS, mas, a partir de 2004, a Lei Complementar 115 – CURSO: DIREITO PROFESSOR(A): Profa. Simone Franceska Pinheiro da Chagas DISCIPLINA: Tributos em Espécie ALUNO(A): Graziele da Silva de Assunção MATRÍCULA: 202109105825 TURMA: 2001 DATA: 18/04/2023 Nota de Trabalho (s): ______________ (+) Nota da Prova: ________________ Média Final: _____________________ Assinatura Profº.: _________________ ATIVIDADE COMPLEMENTAR uma das que alteraram essa legislação –, embora mantendo o direito de repasse, deixou de fixar o valor. Com isso, os governadores precisam negociar a cada ano com o Executivo o montante a ser repassado. A justificativa era de que a desoneração do imposto poderia estimular as exportações brasileiras e aumentar a competitividade dos produtos nacionais no mercado internacional A abrangência da Lei Kandir é nacional, e sua principal polêmica diz respeito à isenção do ICMS sobre as exportações. Essa isenção foi instituída como forma de incentivar a exportação de produtos primários e semi-elaborados, visando estimular a economia do país. No entanto, alguns Estados, como o Pará, que têm forte atividade de exportação, reclamam que a isenção do ICMS acaba prejudicando a arrecadação desses Estados. A principal crítica dos Estados produtores de commodities é que, ao isentar o ICMS sobre as exportações, a Lei Kandir acaba transferindo a carga tributária para o mercado interno, o que acaba prejudicando a arrecadação dos Estados que produzem essas commodities. O Pará é um dos Estados mais afetados por essa situação, uma vez que é um grande produtor de minério de ferro e alumínio, produtos que são exportados em grande quantidade. A situação do Pará é ainda mais delicada por conta da Lei Kandir, que estabeleceu que os Estados deveriam ser compensados pela perda de arrecadação decorrente da isenção do ICMS sobre as exportações. No entanto, essa compensação nunca foi integralmente realizada, gerando uma grande dívida do Governo Federal. Além disso, a lei também é alvo de críticas por parte de entidades que defendem a tributação sobre as exportações, argumentando que a isenção do ICMS acaba beneficiando grandes empresas exportadoras em detrimento dos Estados produtores. Em decorrência dessa polêmica, o Estado do Pará tem buscado formas de compensação pelas perdas de arrecadação decorrentes da Lei Kandir, como ações judiciais para garantir o recebimento da compensação prevista na legislação. Para reverter os efeitos nocivos da Lei Kandir e a incapacidade de financiamento das políticas públicas no Pará, tanto para municípios como para o Estado, é imprescindível a criação de um fundo vinculado de desenvolvimento local, administrado pelo Estado, destinado ao financiamento do desenvolvimento local nas áreas de educação básica e fundamental, formação técnica profissional, infra- estrutura logística, meio ambiente e urbanização das cidades. O fundo seria composto financeiramente da seguinte forma: definição, em acordo com o Governo Federal, de uma banda de alíquotas (variando de zero a 7%) para o imposto regulatório sobre a produção mineral para exportação (IE-Mineral), funcionando sobre o câmbio e alimentando o fundo de desenvolvimento local; tributação de ICMS sobre produtos minerais semielaborados na escala de 0,5 a 10%, inversamente proporcional ao processamento da matéria-prima mineral. A ideia é que quanto maior o processamento e a verticalização local, menor a alíquota de ICMS, significando a geração de emprego, produção e renda, possibilitando um desenvolvimento mais equilibrado no Pará; mediante emenda constitucional, passar a tributar ICMS da energia elétrica na origem, a exemplo de outros produtos, mesmo que seja uma alíquota mínima, por exemplo, 5%, o que serviria para o financiamento de políticas públicas a fim de minimizar os impactos locais para gerações atuais e futuras. Nos últimos anos mais de 800 mil pessoas saíram da linha de pobreza no Pará, resultado alcançado através dos programas bolsa família, bolsa trabalho, isenção do ICMS sobre a energia elétrica, pelo aumento real do salário mínimo e do emprego. Contudo, ainda existem 2,1 milhões de pessoas que permanecem abaixo da linha de pobreza no Estado. A tributação dos produtos minerais representa apenas uma pequena redução na taxa de lucro das mineradoras, porém, possui grande significado social ao povo paraense, pois viabiliza ampliação de investimentos em políticas públicas fundamentais para erradicar a pobreza e inserir os paraenses na sociedade do conhecimento, no Século XXI. “A Lei Kandir já sangrou os cofres públicos de diversos Estados exportadores, inclusive o Pará. Em 20 anos, entre 1996 e 2016, as perdas brutas dos cofres estaduais chegaram a R$ 707 bilhões. Deduzidos R$ 159 bilhões transferidos pela União, a título de compensação no período, as perdas líquidas chegam a R$ 548 bilhões”, enumera o deputado Fábio Freitas. Segundo ele, o Estado do Pará ocupa a sexta posição no ranking dos Estados que mais perderam pela desoneração de ICMS no período, com R$32,5 bilhões perdas. “Portanto, temos urgentemente que elaborar e cobrar propostas para as compensações da Lei Kandir.