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Universidade Federal do Pará Instituto de Ciências Biológicas Faculdade de Biomedicina INGRID RAQUEL SILVA SANTOS RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA: IMUNOFENOTIPAGEM POR CITROMETRIA DE FLUXO Belém-Pa 2023 2 1. INTRODUÇÃO A imunofenotipagem por citometria de fluxo é uma técnica laboratorial utilizada para identificar e quantificar os diferentes tipos celulares a partir da marcação de suas moléculas de superfície com anticorpos associados a fluorocromos, assim como o grau de dispersão frontal e lateral dos feixes de luz que incidem em sua membrana. O método baseia-se principalmente na análise da ligação entre moléculas celulares e os conjugados imunofluorescentes. Essa etapa ocorre em uma máquina chamada de citômetro de fluxo que verifica individualmente as células presentes na amostra por meio da intensidade de fluorescência emitida a partir da ligação entre conjugado (anticorpo-fluorocromo) e antígenos celulares, possibilitando assim a quantificação das células na amostra e suas respectivas classificações (ABBAS, 2008). Tecnicamente, a quantificação e detecção da fluorescência emitida por esses conjugados ocorre quando as células são passadas, uma de cada vez, por um canal estreito do citômetro de fluxo, o qual é acoplado a um feixe incidente de laser que realizada essa etapa e associa a cor emitida a um tipo molecular. Em suma, os equipamentos utilizados rotineiramente detectam três ou mais sinais fluorescentes de diferentes cores, específicos para determinados antígenos celulares, possibilitando a verificação das combinações de moléculas de superfície e sua associação com determinados tipos celulares. Além disso, a dispersão frontal e lateral dos feixes de luz, proporcionam a identificação da complexidade celular. Nesse sentido, os linfócitos e os neutrófilos causam maior dispersão lateral, devido aos seus grânulos citoplasmáticos. Enquanto os monócitos causam maior dispersão frontal devido ao seu tamanho (SILVA, 2004). A imunofenotipagem por citometria de fluxo e um teste realizado em muitas rotinas laboratoriais. Comumente realiza-se a análise de amostras suspeitas de infecção por HIV para verifica a quantidade e variedade celular presente no sangue do paciente e assim analisar seu estado de saúde. As células preferencialmente avaliadas são os linfócitos TCD 4 e TCD8. Portanto, às atividades práticas referentes a essa técnica são muito importantes no processo de aprendizagem dos discentes. Desse modo, objetivou-se a observação da realização do teste com o intuito de demostrar a técnica e seus possíveis resultados em relação às amostras advindas de pacientes possivelmente infectados pelo HIV. 3 2. MATERIAIS E MÉTODOS 2.1. PREPARAÇÃO DAS AMOSTRAS Durante a realização do teste utilizaram-se os tubos do kit BD TrucountTM tubes (figura 1). Cada um deles possuía pequenas esferas de polímero equivalente a 500 células, denominadas bids. Elas tinham como propósito o controle da contagem celular. Nesse passo utilizou-se um pacote do kit que continha 25 tubos, então, eles foram identificados com a numeração dos pacientes e em cada um deles pipetou-se 20 µl da solução multiteste (anticorpo conjugado ao fluorocromo) e 50 µl de sangue bem homogeneizado (figura 2). Para evitar erros durante a pipetagem das amostras seguiu-se o método da pipetagem reversa, em que o botão da pipeta é pressionado até a segunda parada para aspirar a amostra, pegando a capacidade total da pipeta, e um volume preciso de amostra é expelido pressionando o botão até a primeira parada, deixando o excesso de amostra na ponteira, a qual deve ser descartada. Além disso, três tubos foram selecionados para servirem de controle, eles receberam uma mesma amostra de sangue (selecionada aleatoriamente) e a solução multiteste. Em seguida, todos os tubos foram fechados e levados para o agitador, onde ficaram incubando por 15 minutos. Após esse período os tubos foram levados novamente a bancada e com uma pipeta em série, receberam 450 µl da solução de lise. Novamente eles foram levados ao agitador e permaneceram por 15 minutos. Posteriormente, cada um dos tubos controle recebeu 50 µl de uma solução de bids marcadas como baixa, média e alta concentração, respectivamente. Consecutivamente todos os tubos forma levados para análise ao citômetro de fluxo. Figura 1 – kit BD TrucountTM tubes Fonte: www.bdbiosciences.com http://www.bdbiosciences.com/ 4 2.2. CITÔMETRO DE FLUXO A leitura e identificação das células ocorre de forma automatizada no citometrô de fluxo. Inicialmente calibrou-se a máquina com a adição de solução salina em um compartimento adequado, tal solução é necessária para a leitura, pois focaliza as células. Nesse mesmo passo utilizou-se quatro soluções de bids marcadas com fluorocromos de cores variadas que indicam especificamente algumas moléculas celulares presente em leucócitos, foram eles: o APC, de cor vermelha e especificidade por moléculas CD4; o PerCP, cor de vinho e que se liga a moléculas CD45; O PE, de cor laranja e especificidade por moléculas CD8; e o FITC, de cor verde e com especificidade por moléculas CD3. Desse modo, dois tubos, classificados como A e B receberam 3 e 1 ml de solução salina, respectivamente. No tubo A depositou-se uma gota da bid marcada com florocromo APC e uma gota de bid não marcada. No tubo B utilizou-se a bid não marcada e todas as outras bids marcadas (APC, PerCP, PE e FITC). Dessa forma, os tubos foram levados ao compartimento do citômetro que coleta as amostras e faz a leitura. O resultado foi gerado a partir de quatro diferentes gráficos que apareceram no monitor conectado a máquina. Estes apresentaram regiões com diferentes cores produzidas pela leitura das luzes emitidas pelos fluorocromos. A concentração e localização dessas regiões demonstravam a quantidade de moléculas presente nas células (ex.: DC8, DC4, DC3, etc.), assim como o tipo celular (granulócito ou agranulócitos) e por consequência, por se tratar da identificação de linfócitos, a sua classificação em relação as variadas classes de linfócitos. Após a calibração ocorreu a leitura e interpretação de algumas amostras. 3. CONCLUSÃO Durante as atividades de aula prática os discentes tiveram a oportunidade de observar a técnica de imunofenotipagem por citometria de fluxo. Sendo assim, o primeiro tubo levado ao citômetro de fluxo gerou um gráfico que indicava concentrações dentro do esperado de linfócitos CD4 e CD8. A segunda amostra gerou um gráfico que indicava a presença de poucos linfócitos CD4 e muitos CD8, demostrando baixa quantidade dessas células por microlitro de sangue nesse paciente. Dessa forma, os diferentes resultados obtidos possibilitaram a avaliação dos estados de saúde em pacientes HIV soro positivo em estados de saúde diferentes. Possibilitando o esclarecimento da técnica e a leitura e interpretação de seus resultados. 5 REFERÊNCIAS ABBAS, A. K.; LICHTMAN, A. H.; PILLAI, S. Imunologia celular e molecular: 9. ed. Rio de janeiro: Elsevier, 2008. SILVA, Teresa Lopes da et al. Citometria de fluxo: funcionalidade celular on-line em bioprocessos. Boletim de Biotecnologia, p. 32-40, 2004.
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