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Apendicite Aguda – Estratégia Med Amanda Freitas - 11ºP 2 Apendicite Aguda Epidemiologia · Principal causa de abdome agudo · População geral: 6 a 7% · Maior incidência em homens (1,4:1) e na raça branca · Homens: 8,6% Mulheres: 6,9% · Incidência: 2ª e 3ª décadas de vida (5-10% idosos) · Gestante: principal cauda de abdome agudo não obstétrico, a segunda é colescistite. Anatomia · O apêndice é um divertículo verdadeiro, ou seja, tem todas as camadas, são elas: mucosa, submucosa, muscular e serosa. · A posição mais comum é a retrocecal (60%) e a segunda é pélvica (30%). · Irrigação = Artéria mesentérica superior Artéria ileocólica Artéria apendicular. Fisiopatologia · Obstrução da luz apendicular, com isso ocorre distensão, levando acúmulo de muco e de pressão o que gera isquemia. O muco estagnado gere supercrescimento ovariano. · Fecalito ou Apendicolito é a principal causa. · Hiperplasia linfóide principal causa nas crianças · Neoplasias · Cálculos, enema baritado, parasitas · Patógenos: Gram negativos e anaeróbios · A flora bacteriana da AG é a mesma do int. grosso. Fases da Apendicite Aguda Quadro Clínico · Dor periumbilical (dor visceral) · Migração para FID (dor parietal) · Náuseas e vômitos · Anorexia ou inapetência · Febre baixa (< 38,5º) · Sinal Blumberg e de Rovsing podem estar presentes. Sinais do exame físico · Sinal de Blumberg: descompressão brusca no ponto de Mcburney (Crista iliíca e cicatriz umbilical 2/3). · Sinal de Rovsing: compressão do QIE e o paciente vai sentir dor na QID, ocorre por deslocamento de gases. · Sinal de Ileopsoas: em decúbito lateral esquerdo, e puxar o MIE para trás, com isso o paciente vai referir dor no flanco direito. O apêndice se aproxima da musculatura e gera dor, devemos suspeitar de que o paciente tem um apêndice retro cecal ou retroperitoneal. · Sinal do Obturador: pct em posição supina, realizar elevação do MID e posterior rotação interna, o que faz com que o apêndice inflamado toque no músculo obturador, é sugestivo de apendicite pélvica. · Sinal de Lapinsky: pct em posição supina, refere dor na FID quando elevamos o MID. · Sinal de Lenander: Diferença entre temperatura axilar e retal, a diferença é de pelo menos 1º, a retal sempre maior. · Sinal de Dunphy: Paciente tosse e tem dor na FID. · Sinal de Aaron: compressão da FID gera dor em precórdio ou em região epigástrica. · Sinal de Ten Horn: realizada leve tração no testículo direito e o paciente refere dor na FID. · Sinal Summer: Hiperestesia na região da FID. · Sinal de Chutro: desvio da cicatriz umbilical para a direita. · Sinal Markle: pedir para o paciente ficar nas postas do pé e chocar o calcanhar sobre o chão, ele irá referir dor abdominal. · Sinal de Lopez-Cross: semi-ereção peniana, mais comum em crianças. · Sinal de Chandelier: dor ao toque vaginal, também presente em DIP. Escore de Alvarado O escore de Alvarado modificado não leva em conta o desvio à esquerda. Diagnósticos Diferenciais Linfadenite mesentérica · Crianças na fase escolar e adolescentes · Causa: geralmente gastroenterite viral e bacteriana, principalmente por Yersina enterecolítica, doença inflamatória intestinal e linfoma · Após resfriado ou infecção viral · Clínica: dor em FID, febre, pode ser alta, náuseas e vômitos, diarreia, mal-estar e perda de peso. · Leucopenia e linfocitose podem estar presentes · Tratamento clínico Diverticulite de Meckel · Anomalia congênita mais comum do trato gastrointestinal. · Crianças pré-escolares · Divertículo verdadeiro · Borda intestinal antimesentérica · 40 a 60 cm da válvula ileocecal · Tratamento: divesticulectomia simples (excisão do divertículo em sua base) ou por ressecção segmentar do intestino delgado e anastomose primária. Diverticulite Aguda Cecal · 1,5% dos casos de diverticulite nos países ocidentais, mas 38 a 75% dos casos de diverticulite nos países. · Pacientes mais jovens · Diagnóstico: TC contrastada · Tratamento clínico ou cirúrgico Diverticulite aguda do Sigmóide Ileíte Aguda · Infecção bacteriana autolimitada aguda (Yersinia, Camylobacter, Salmonella e outras); · Diarréia agura é um sintoma proeminente · Clínica: dor abdominal no quadrante inferior direito, febre, náuseas e/ou vômitos. Doença de Crohn · Exacerbação aguda · Clínica: fadiga, diarreia prolongada com dor abdominal, perda de peso e febre, com ou sem sangramento intenso. · Episódios anteriores e recorrentes · Mantem dor no pós-operatório e apêndice é normal. Ginecológicos: · Doença Inflamatória Pélvica · Abscesso tubo-ovariano · Cisto ovariano roto · Gravidez ectópica rota · Torção dos ovários e trompas de falópio · Endometriose · Mittelscmerz Urológicos: · Cólica renal: dor lombar/flanco de forte intensidade · Pielonefrite e infecções do trato urinário: dor hipogástrica, disúria, polaciúria, urgência urinária, febre, leucocitose e piúria, sinal de Giordano. Diagnóstico Quadro clínico · O diagnóstico da apendicite aguda é eminentemente clínico! · Jovem, masculino com quadro típico de apendicite aguda e < 48 horas de evolução = apendiceptomia VLP. Exames complementares Laboratório · Leucócitos com desvio à esquerda · Urina I: pode apresentar leucocitúria a aumento da flora bacteriana · PCR · Teste de gravidez: mulheres em idade fértil Radiografia · Escoliose antálgica · Presença de fecálito calcificado no quadrante inferior direito (apenas 5% a 10% dos casos) · Alça sentinela na fossa ilíaca direita · Apagamento do músculo psoas direito. Ultrassonografia · Apêndice aumentado, imóvel e não compressível · Diâmetro apendicular >6 mm = achado mais preciso · Espessamento da parede apendicular (>2 mm) = imagem em alvo · Borramento de gordura periapendicular = hiperecogenicidade da gordura mensenterial adjacente · Visualização de fecálito · Líquido livre na pelve ou presença de coleções (abscesso) · Ausência de gás no interior do apêndice, material líquido espesso no interior. · Aumento da vascularização perietal do apêndice. Tomografia – Contraste EV · Padrão-ouro · Diâmetro apendicular ≥ 7 mm · Espessamento da parede apendicular > 2 mm = “sinal do alvo · Borramento da gordura perapendicular · Líquido e ar periapendicular (sugerem perfuração) · Realce da parede do apêndice · Fecalito (observado em aproximadamente 25% dos casos) · Abscesso periapendicular · Pneumoperitôneo: perfuração Tratamento · Apendicite aguda não complicada (48 h) · Antibioticoprofilaxia:Dose única (60 min antes) · Cefoxitina · Apendicectomia VLP · Apendicite Aguda complicada · Antibioticoterapia: 4 a 10 dias · Peritonite + instabilidade Cirurgia aberta · Abscesso Apendicectomia de intervalo Obs: Paciente instável não faz VLP, faz LAPA! Obs1: Apendicite complicada não é contraindicação p/ VLP. Obs2: Apendicectomia de intervalo: Drenagem percutânea + antibioticoterapia + programar colonoscopia (6 – 8 semanas ) + apendicectomia de intervalo Tratamento Clínico da Apendicite · Não é o tratamento padrão · Para apendicite agudo não complicada · Tratamento somente com antibioticoterapia: 1-3 dias de ATB endovenoso, completar 10 dias VO. · Índice elevado de falha no tratamento: apendicite recorrente que requerem apendicectomia (30% dos pacientes) · Deve ser evitado em pacientes idosos, imunocomprometidos ou com comorbidades médicas. Laparotomia X Videolaparoscopia Maior desvantagem é formação de Abscesso Intracavitário! Pós – Operatório · Iniciar dieta precocemente · Drenos: não há indicação de colocação de dreno profilático na apendicite, apenas se houver abscesso intracavitário localizado. · Complicações pós-operatórias: · Infecção de ferida operatória = mais comum na laparotomia (ABRIR PONTOS E LAVAR) · Abscesso intra-abdominal = mais comum na laparotomia. SOLICITAR TOMO! · Tardia = Obstrução intertinal por bridas · Apendicite de coto: apendicite recorrente relacionada à apendicectomia incompleta. Apendice Normal na Cirurgia · Procurar outras causas e mesmo assim realizar apendicectomia· Realizar apendicectomia e examinar cuidadosamente 1,5 m do íleo terminal (em busca de ileíte). Neoplasia do Apêndice Carcicóide · Anatomopatológico pós cirurgia demonstra neoplasia. · < 1 cm: apendicectomia alta e casa · > 2 cm, envolvimento da base apendicular ou do mesoapêndice: hemicolectomia direita e linfadenectomia regional. · 1 – 2 cm: invasão mesoapendicular profunda (>3 mm), margens positivas ou incertas, maior taxa proliferatica, invasão linfovascular e histologia mista (por exemplo, adenocarcinoma) = hemicolectomia direita e linfadenectomia regional. Adenocacinoma: Hemicolectomia + linfadenectomia Apendicite na gestante · Emergência cirúrgica, não obstétrica, mais comum durante a gravidez, 1:1500 gestações · É mais comum nos dois primeiros trimestres, com incidência de 32%, 42% e 26%, respectivamente. · O risco de apendicite durante gestação é o mesmo que em mulheres não gestantes na mesma faixa etária. · Primeiro solicitar USG, se não fechar diagnóstico, solicitar RNM sem contraste. · Tratamento: Apendicectomia (VLP). · Qualquer cirurgia na gestante a via preferencial é VLP, mas devem ser empregados cuidados. · Não se faz apendicectomia de intervalo. Obs: Gestantes podem não apresentar peritonite pois o útero gravídico impede que o peritônio encontre o apêndice gerando dor parietal.
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