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Gestão, programas e políticas de alimentação e nutrição no Brasil saude coletiva

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DESCRIÇÃO
Historicidade da Saúde Coletiva, princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde, a Rede de
Atenção à Saúde, as políticas públicas nacionais, a Segurança Alimentar e Nutricional, o
Programa Nacional de Alimentação Escolar e o Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional.
PROPÓSITO
Compreender a influência de direitos constitucionais, princípios e diretrizes do Sistema Único
de Saúde sobre a conformação da Rede de Atenção à Saúde e sobre a formulação de políticas
públicas de alimentação e nutrição, contribuindo para argumentação da defesa da alimentação
adequada e saudável nos diversos níveis de complexidade em saúde.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Reconhecer a aplicabilidade dos princípios organizacionais do Sistema Único de Saúde na
Rede de Atenção à Saúde
MÓDULO 2
Identificar as diretrizes das principais políticas públicas brasileiras de alimentação e nutrição
INTRODUÇÃO
Nesta aula, vamos estudar o processo de emergência da Saúde Coletiva, bem como vamos
aprender a diferenciá-la do conceito de Saúde Pública. No contexto brasileiro, veremos as
concepções que consolidaram o Sistema Único de Saúde no país, seus princípios, suas
diretrizes e os níveis de atenção à saúde. Conceituação e tipologia de políticas públicas serão
apresentadas, a fim de introduzir as principais concernentes ao campo da alimentação e
nutrição, como a Política Nacional de Alimentação e Nutrição, a Política Nacional de
Segurança Alimentar e Nutricional e o Programa de Alimentação Escolar. Para isso,
precisaremos entrar em contato com conceitos como promoção da saúde, soberania alimentar,
segurança alimentar e nutricional e direito humano à alimentação adequada.
Pretendemos um desenvolvimento do pensamento crítico acerca do impacto do sistema
alimentar hegemônico sobre a saúde e a sustentabilidade, a fim de motivar o enfrentamento da
indústria de alimentos e do agronegócio, e considerar possibilidades em favor da agroecologia.
Por fim, vamos, ainda, reconhecer a importância do Sistema de Vigilância Alimentar e
Nutricional para gestão e produção do cuidado em saúde.
MÓDULO 1
 Reconhecer a aplicabilidade dos princípios organizacionais do Sistema Único de
Saúde
HISTÓRICO E EVOLUÇÃO DA SAÚDE
COLETIVA
Por vezes, os conceitos de Saúde Pública e Saúde Coletiva são confundidos, embora tragam
diferenças históricas e semânticas entre o público e o coletivo, possuindo valores,
fundamentos, projetos e enfrentamentos distintos. A partir do fim do século XVIII, o campo da
Saúde Pública se estabelece na Europa com a polícia médica e a Medicina social, por meio
de intervenção política e normatizadora do Estado sobre a sociedade em urbanização
progressiva, de modo a enfrentar epidemias e endemias. Fundamentada no naturalismo
médico, a Saúde Pública demonstrou historicamente tendências à marginalização e
estigmatização de grupos populacionais, pouco considerando as dimensões sociais que
levaram a sua ocorrência. Destaca-se a importância de se repensar tal modelo naturalista,
enfatizando-se as construções simbólicas de se viver socialmente, que contempla aspectos
linguísticos, culturais, históricos e relacionais diversos na definição de normatividade das
práticas nos diferentes espaços sociais.
A AMPLIAÇÃO E A COMPLEXIFICAÇÃO DO CAMPO DA
SAÚDE, TRANSCENDENDO O NATURALISMO
BIOLÓGICO, SÃO MARCAS DA CRÍTICA PELA SAÚDE
COLETIVA QUANTO À CENTRALIZAÇÃO DO ESTADO
SOBRE A REGULAÇÃO DOS COMPORTAMENTOS DOS
SUJEITOS SOCIAIS. DESPERTADA A PARTIR DO
INÍCIO DO SÉCULO XX SOB INFLUÊNCIA DE CIÊNCIAS
SOCIAIS E HUMANAS, A SAÚDE COLETIVA TEM
SUSCITADO ABORDAGENS MULTIDISCIPLINARES
PARA A INTERPRETAÇÃO DO CONCEITO DE SAÚDE E
GESTÃO POLÍTICA DAS PRÁTICAS SANITÁRIAS.
Com base na perspectiva crítica e reflexiva da Saúde Coletiva quanto à Saúde Pública
institucionalizada, recomenda-se a desconstrução de qualquer hierarquia do Estado sobre a
regulação moral da vida social ou a concessão de maior valor aos discursos biológicos sobre
os multidisciplinares. Ao invés de campanhas preventivistas focalizadas, a Saúde Coletiva
concentra seus esforços na prática política de transformação das relações de poder na
sociedade para intervenção sobre os determinantes do processo saúde e doença.
No Brasil, em resposta ao contexto de ditadura militar, ao fim da década de 1970, influências
da Saúde Coletiva inspiraram a luta pela democracia e pela reforma sanitária, que culminaram
na implantação do Sistema Único de Saúde (SUS), com mudanças em práticas acadêmicas e
assistenciais além do setor saúde. A Saúde Coletiva constituiu-se como campo de
conhecimento interdisciplinar que abrange a epidemiologia crítica, o planejamento em saúde e
as ciências sociais em saúde.
No contexto da pandemia do coronavírus, vê-se a hegemonia das práticas normatizadoras da
Saúde Pública, com fiscalização pelo Estado quanto à obrigatoriedade no uso de máscaras
faciais e de distanciamento social, seguida de autuação e arrecadação de multas em caso de
infração.
Por outro lado, medidas de Saúde Coletiva consistiriam no levantamento e enfrentamento das
justificativas sociais para a não adesão ao uso de máscara ou participação em aglomerações
por meio da população.
 EXEMPLO
A necessidade inevitável de deslocamento diário ao trabalho por meio de transporte público
com lotação excedente pode fazer com que o trabalhador se sinta no direito ou precise da
catarse de integrar aglomerações em seus momentos de lazer, pois já se expõe ao coronavírus
sem escolha no trajeto ao trabalho.
No que se refere à determinação da obesidade, por exemplo, medidas de Saúde Pública
tendem a reproduzir a culpabilização por escolhas individuais quanto ao estilo de vida, sob
lógica estritamente biomédica. A Saúde Coletiva, por outro lado, considera que essas
“escolhas” são determinadas por questões psíquicas, vulnerabilidade social e econômica,
imobilidade urbana, insegurança pública, publicidade da indústria de alimentos, subsídios
concedidos aos alimentos ultraprocessados, entre outras.
PRINCÍPIOS ORGANIZACIONAIS DO
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
O movimento da reforma sanitária Brasileira constituiu-se no contexto de resistência contra a
ditadura, inspirado em valores do Estado de bem-estar social, que compreendia um conjunto
de ideias de transformações necessárias não somente no setor saúde, mas também voltadas
primordialmente para a justiça social. Seu marco institucional ocorreu na 8ª Conferência
Nacional de Saúde, realizada em 1986, que acompanhava o processo de retorno do país ao
regime democrático, e reverberou na Constituição Federal de 1988 e na criação do Sistema
Único de Saúde (SUS).
A SAÚDE PASSOU A SER CONSIDERADA UM DIREITO
UNIVERSAL AO CIDADÃO, ASSEGURADO PELO
ESTADO. ATÉ ENTÃO, O ACESSO À SAÚDE ERA
RESTRITO A CONTRIBUINTES PERTENCENTES A
CATEGORIAS PROFISSIONAIS ESPECÍFICAS, EXCETO
EM CAMPANHAS PREVENTIVISTAS DE MASSA. COM A
IMPLANTAÇÃO DO SUS, FORAM HOMOGENEIZADAS A
SAÚDE PÚBLICA E A PREVIDENCIÁRIA.
A base legal do SUS é constituída por três documentos estruturantes de seus princípios
organizacionais, como:
Constituição Federal de 1988, pela qual a saúde passa a compor a seguridade social, junto
com a previdência e a assistência social.
Lei 8.080, de 19 de setembro de 1990, que dispõe sobre a organização e a regulação das
ações e serviços de saúde no Brasil.
Lei 8.142, de 28 de dezembro de 1990, que prevê a participação popular no SUS e versa sobre
as transferências de recursos financeiros para a área de saúde entre os entes federativos
(federal, estadual e municipal).
Com base nos referidos marcos legais, os princípios organizacionais do SUS incluem:
universalidade, equidade e integralidade.
De acordo com o artigo 196 da Constituição Federal (BRASIL, 1988), “saúde é direito de todos
e dever do Estado”, passando a dispensar a contribuição ou pagamento pelo cidadão para
acessar o sistema.
TODOS OS CIDADÃOS BRASILEIROS, INCLUSIVE A
POPULAÇÃO DE RUA,
TÊM DIREITO À ATENÇÃO À SAÚDE.
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Nesse sentido, a universalidade relaciona-se ao direito social e coletivo à saúde, resultante do
contexto econômico e social brasileiro, transcendendo a concepção biomédica do processo
saúde e doença. Por isso, o SUS requer o desenvolvimento de ações intersetoriais para o
alcance desse princípio, que representa tanto a universalidade do acesso às ações e serviços
de saúde quanto a universalidade das condições de vida que possibilitem boas condições de
saúde.
O princípio da equidade vai ao encontro da justiça social, com vistas à minimização das
desigualdades no acesso, gestão e produção dos serviços de saúde. Não significa igualdade,
mas, sim, direcionar-se para o equilíbrio de necessidades coletivas, procurando investir onde a
iniquidade é maior. A equidade consiste na regulação das diferenças por meio da distribuição
justa de recursos, insumos e serviços de saúde.
Ao afirmar que o atendimento integral deve priorizar as ações preventivas, sem prejuízo das
assistenciais, a Constituição Federal (BRASIL, 1988) amplia o espectro da atenção à saúde em
todos os níveis do processo saúde e doença, incluindo prevenção, tratamento e reabilitação. O
princípio também representa uma extrapolação da concepção estritamente biomédica,
incorporando o conceito ampliado de saúde que deve ser compreendido por múltiplas
dimensões determinantes em saúde, simbologia, sociais, ambientais. Para tanto, deve ser
estimulada a escuta qualificada, o acolhimento e a humanização nas práticas de saúde, de
modo que necessidades silenciosas, não somente biológicas, sejam expressas pelo usuário
em sua relação com o profissional inserido no SUS.
O principal obstáculo para consolidação dos princípios organizacionais do SUS corresponde à
emergência de forças políticas neoliberais imediatamente após sua constituição, trazendo
grande enfrentamento ao ideário de bem-estar social. A presença de um Estado minimizado em
políticas sociais e favorável ao mercado passa a ser hegemônica em nível global; e no Brasil, a
saúde suplementar recebe incentivos fiscais e cresce progressivamente.
Os relatórios de organismos internacionais destinados aos países em desenvolvimento partem
do pressuposto inevitável dos ajustes neoliberais em políticas públicas de saúde. A
universalidade passa a ser confundida com cobertura universal de serviços delimitados, a
equidade passa a ser confundida com atenção seletiva e a integralidade se torna inalcançável.
O financiamento insuficiente do SUS é um problema crônico, radicalizado com emendas
constitucionais contemporâneas que delimitam o teto de gastos sociais inclusive com saúde.
As diretrizes de articulação do SUS com os princípios organizacionais incluem
descentralização, regionalização e hierarquização, e participação da comunidade. Entenda
seus significados:
DESCENTRALIZAÇÃO
REGIONALIZAÇÃO E HIERARQUIZAÇÃO
PARTICIPAÇÃO SOCIAL
DESCENTRALIZAÇÃO
Corresponde à distribuição de poder político, responsabilidades e recursos da esfera federal
para a estadual e a municipal.
REGIONALIZAÇÃO E HIERARQUIZAÇÃO
Relaciona-se com a noção de território, para que o planejamento de ações em saúde se baseie
em perfis epidemiológicos e sociais regionalizados, pautado na lógica de que a proximidade da
população favorece a identificação de necessidades em saúde e sua gestão.
PARTICIPAÇÃO SOCIAL
É um instrumento importante para a democracia, pela inserção popular em tomadas de decisão
em instâncias como os conselhos e conferências de saúde.
Ao longo de seus 32 anos de existência, o SUS construiu uma base técnica e institucional de
sustentação de políticas de saúde, no marco constitucional (reconhecimento do direito à
saúde), no financiamento público (ainda que insuficiente e decrescente) e na ampliação do rol
de serviços prestados. Muitas de suas políticas são reconhecidas como de vanguarda frente a
outros países. Contudo, as transformações políticas, sociais e econômicas globais e internas
mantiveram ou exacerbaram as iniquidades sociais.
A luta pelo SUS requer a revisão do pacto político que contempla as relações entre Estado,
mercado e sociedade, assim como o enfrentamento da concentração irregular de renda e
riqueza, por meio de justiça tributária e políticas sociais.
REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE
Com vistas à garantia do princípio de integralidade do SUS, com qualidade e resolutividade,
constituem-se as Redes de Atenção à Saúde (RAS) como arranjos organizacionais de ações
e serviços de saúde, em consonância com suas diversidades tecnológicas.
Para Merhy e outros colaboradores (2006), tecnologias em saúde podem ser classificadas
como “leves, leve-duras e duras”. Conheça suas características:
LEVES
Envolvem a produção de vínculo e relações entre profissional e usuário de saúde, assim como
a gestão de processos de trabalho em saúde.
LEVE-DURAS
Compreendem os saberes estruturados e as teorias.
DURAS
Representam os recursos materiais, como medicamentos, equipamentos e estruturas
organizacionais.
Com vistas a uma melhor gestão da regionalização do sistema de saúde, configuram-se as
Redes de Atenção à Saúde (RAS), concretizadas a partir do diagnóstico de territórios vivos, em
contínuos movimentos de composição demográfica e contextualização de modos de vida e
repercussões epidemiológicas. Confere-se, assim, responsabilidade às Secretarias Estaduais
de Saúde para coordenação das RAS nas regiões de saúde e para qualificação da Atenção
Primária à Saúde (APS) de forma conjunta aos municípios.
As RAS são constituídas pela população colocada sob sua responsabilidade sanitária,
estrutura operacional e modelos de atenção à saúde. A sua estrutura operacional é dividida em
três níveis de atenção à saúde: primária, secundária e terciária. Conheça suas
características:
Também compõem a Redes de Atenção à Saúde (RAS):
Sistemas de apoio diagnóstico e terapêutico
• Assistência farmacêutica
• Teleassistência
• Sistemas de informação em saúde
• Sistema de acesso à regulação
• Governança da RAS
O funcionamento da RAS pode variar conforme o modelo de atenção à saúde adotado por
cada Estado, com ênfase a situações agudas ou crônicas.
De acordo com a especificidade local, é possível que se constituam redes temáticas que
podem extrapolar aquelas prioritárias definidas na Portaria GM/MS nº 4.279, de 2010
(BRASIL, 2010), que consideram:
• Rede Cegonha
• Rede de Urgência e Emergência
• Rede de Atenção Psicossocial
• Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência
• Rede de Atenção à Saúde das Pessoas com Doenças Crônicas
Dentre os desafios para operacionalização das RAS, podem ser citadas a descontinuidade de
ações com mudança nas lideranças regionais ou municipais a cada mandato, o investimento
irregular nos níveis de atenção e a hegemonia do modelo médico-centrado, que por vezes
prioriza as tecnologias duras.
A APLICABILIDADE DOS PRINCÍPIOS
ORGANIZACIONAIS DO SISTEMA ÚNICO DE
SAÚDE
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O especialista Hugo Braz Marques fala sobre os princípios organizacionais do Sistema Único
de Saúde.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
MÓDULO 2
 Identificar as diretrizes das principais políticas públicas brasileiras de alimentação e
nutrição
POLÍTICA NACIONAL DE ALIMENTAÇÃO E
NUTRIÇÃO
Políticas públicas concernem mediação de processos sociais pelo Estado, com objetivo final de
bem-estar da sociedade e interesse público. As políticas públicas podem ser classificadas:
Quanto à sua alocação de recursos:
POLÍTICAS DISTRIBUTIVAS
São relacionadas à alocação de bens, serviços e recursos públicos em contexto de restrição
financeira, podendo ser enviesadas por assistencialismo ou conflito de interesses.
POLÍTICAS REDISTRIBUTIVAS
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Buscam a alocação de bens, serviços e recursos públicos para um maior número de pessoas,
guiadas pelo princípio da equidade, mas que precisam ser monitoradas, de modo a
promoverem autonomia e inclusão social.
POLÍTICAS REGULATÓRIAS
Visam estabelecer padrões e regras que orientama ação do Estado e de grupos de interesse
da sociedade, por meio de leis, decretos, portarias e resoluções.
Quanto à sua abrangência:
POLÍTICAS PÚBLICAS UNIVERSAIS
Têm como alvo beneficiários dotados de um dado direito legítimo.
POLÍTICAS PÚBLICAS FOCALIZADAS
Voltam-se para um determinado segmento da população definido por critério demográfico,
socioeconômico ou epidemiológico.
Quanto ao seu grau de intervenção:
POLÍTICAS PÚBLICAS ESTRUTURAIS
Voltam-se para os determinantes sociais, como alimentação, renda, trabalho e emprego.
POLÍTICAS PÚBLICAS COMPENSATÓRIAS
Buscam amenizar um problema específico, intervindo sobre causas mais proximais ou
urgentes.
A alimentação adequada e saudável é um dos determinantes da saúde e está relacionada a
dois direitos constitucionais brasileiros: à saúde e à alimentação adequada (DHAA), sendo este
incluído na Constituição Federal a partir de 2010. Dentre as principais políticas de caráter
regulatório, universal e estrutural inerentes à alimentação e nutrição, destaca-se a Política
Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN).
A primeira edição da PNAN, publicada pelo Ministério da Saúde em 1999, tinha como propósito
a promoção de práticas alimentares saudáveis e a prevenção e o controle de distúrbios
nutricionais, a garantia da qualidade dos alimentos e o estímulo às ações intersetoriais para
acesso universal aos alimentos. Motivado pelo debate em torno da conformação das Redes de
Atenção à Saúde (RAS), o processo de revisão de suas diretrizes culminou na segunda e
vigente edição, publicada em 2011.
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A PNAN pretende reorganizar, qualificar e aperfeiçoar as ações de alimentação e nutrição no
SUS, visando à melhoria das práticas alimentares, acompanhadas por vigilância alimentar e
nutricional, a fim de impactar positivamente nas condições de saúde da população (BRASIL,
2012). Essa política brasileira tem como norte a humanização de práticas de saúde por meio
da alimentação, vista para além de sua dimensão biológica, incluindo a determinação social e a
transdisciplinaridade atravessada pelo campo da alimentação e nutrição. Contempla, ainda, o
respeito à diversidade e à identidade da cultura alimentar de cada região do país, objetivando a
segurança alimentar e nutricional.
A PNAN está estruturada em oito diretrizes que indicam linhas de ações prioritárias para
promoção da saúde:

Organização da atenção nutricional na RAS, guiada pelo perfil epidemiológico do território.

Promoção da alimentação adequada e saudável, vista como um conjunto de estratégias que
fomentam práticas alimentares apropriadas aos aspectos biológicos e socioculturais, além de
serem ambientalmente sustentáveis.

Vigilância alimentar e nutricional, que valoriza a integração de dados antropométricos e
consumo alimentar com informações derivadas de sistemas de informação em saúde,
inquéritos populacionais e produções científicas, a fim de subsidiar o planejamento de ações.

Gestão das ações de alimentação e nutrição, de responsabilidade tripartite (federal, estadual e
municipal), por meio da articulação intra e intersetorial.

Participação e controle social, que pressupõe o protagonismo da população na militância pelo
direito à saúde e à alimentação adequada e saudável, com inserção em conselhos e
conferências de saúde.

Qualificação da força de trabalho, por meio de educação profissional em saúde que suscite a
promoção da alimentação saudável para a população.

Controle e regulação de alimentos para proteção à saúde.

Fomento à pesquisa, inovação e ao conhecimento em alimentação e nutrição.
Nos dias atuais, tem ocorrido uma importante retração em políticas sociais sob regime com
tendências autocráticas, que não têm freado estratégias corporativas da indústria de alimentos
e do agronegócio em descredibilizar as diretrizes alimentares nacionais, assim como têm
minimizado os espaços de participação popular.
O avanço no sentido da efetiva implementação da PNAN está muito associado ao
fortalecimento de movimentos contra-hegemônicos, com vistas à defesa dos direitos
constitucionais associados à saúde, alimentação e nutrição.
POLÍTICA NACIONAL DE SEGURANÇA
ALIMENTAR E NUTRICIONAL
O sistema alimentar hegemônico no Brasil é marcado pela produção em larga escala de
commodities agrícolas representadas por monoculturas voltadas para o mercado externo. Ao
mesmo tempo, é dependente de grandes corporações transnacionais envolvidas na produção
de insumos, sementes, alimentos e megarredes de supermercados, constituindo-se o
agronegócio. Além de comprometer a sustentabilidade ambiental, tal configuração ameaça a
soberania alimentar e a segurança alimentar e nutricional do país.
A Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) consiste na realização do direito de todos ao
acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem
comprometimento ao acesso de outras necessidades essenciais. A SAN tem como base
práticas alimentares promotoras de saúde que respeitem a diversidade cultural e que sejam
ambiental, econômica e socialmente sustentáveis (BRASIL, 2010b). Esse direito foi formalizado
em âmbito nacional com a inclusão do Direito Humano à Alimentação Adequada (DHAA) na
Constituição, atribuindo ao poder público a adoção de políticas e ações para promoção e
garantia da SAN da população (BRASIL, 2010b). A consecução de ambos pressupõe o respeito
à soberania alimentar, compreendida juntamente com a SAN, entre os princípios da Política
Nacional de Alimentação e Nutrição, pré-existente e atualizada em 2011.
A soberania alimentar é a primazia das decisões nacionais sobre o que produzir, para quem
produzir e em que condições produzir, ou seja, autonomia sobre seus sistemas alimentares
(BRASIL, 2012).
Criada pelo Decreto nº 7.272 de 25 de agosto de 2010, a Política Nacional de Segurança
Alimentar e Nutricional (PNSAN) tem como objetivos gerais:

Garantia da Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) por meio da promoção do acesso
universal à alimentação adequada e saudável, com prioridade para as famílias em situação de
insegurança.

Promoção do abastecimento alimentar com ênfase na sustentabilidade ambiental e
agroecologia.

Consideração da SAN e DHAA nas ações de educação alimentar e nutricional, pesquisa e
educação profissional em saúde.

Promoção, universalização e coordenação das ações de SAN voltadas para indígenas,
quilombolas e outras comunidades tradicionais, bem como assentados da reforma agrária.
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
Fortalecimento das ações de alimentação e nutrição em todos os níveis da atenção à saúde,
em articulação com ações de SAN.

Promoção do acesso universal à água, com prioridade para produção de alimentos da
agricultura familiar e aquicultura.

Apoio a iniciativas de promoção da soberania alimentar, SAN e do DHAA em âmbito
internacional.

Monitoramento da realização do DHAA (BRASIL, 2010).
Assim como a efetividade das diretrizes da PNAN encontra-se em situação vulnerável sob
política de direita, a extinção da participação popular em instância deliberativa sobre SAN é
exemplo da correlação de forças tendenciosas para consagração do poder do agronegócio e
indústria de alimentos. Nos últimos anos de retração em políticas sociais, o Brasil retornou ao
mapa da fome e a insegurança alimentar e nutricional tem se radicalizado, especialmente, no
contexto da pandemia do coronavírus.
PROGRAMA NACIONAL DE ALIMENTAÇÃO
ESCOLAR
Mediante a incorporação do direito humano à alimentação, adequada na Constituição,
mudaram-se os paradigmas do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) – cuja
constituição primária remonta aos anos 1930. Houve uma mudança de uma visão
assistencialista com transferência de recursos para a concepção do direito e controle social.
O OBJETIVO ATUAL DO PROGRAMA É CONTRIBUIR
PARA O CRESCIMENTO E O DESENVOLVIMENTO
BIOPSICOSSOCIAL, O APRENDIZADOE O
RENDIMENTO ESCOLAR E A FORMAÇÃO DE
PRÁTICAS ALIMENTARES SAUDÁVEIS DOS ALUNOS,
POR MEIO DE AÇÕES DE EDUCAÇÃO ALIMENTAR E
NUTRICIONAL E PELA OFERTA DE REFEIÇÕES QUE
ATENDAM ÀS NECESSIDADES NUTRICIONAIS
DURANTE O PERÍODO LETIVO.
Hilario Junior / Imagem: Shutterstock.com
O objetivo atual do programa é contribuir para o crescimento e o desenvolvimento
biopsicossocial, o aprendizado e o rendimento escolar e a formação de práticas alimentares
saudáveis dos alunos, por meio de ações de educação alimentar e nutricional e pela oferta de
refeições que atendam às necessidades nutricionais durante o período letivo.
Portanto, o PNAE deve garantir o acesso igualitário à alimentação escolar, conforme o direito
humano à alimentação adequada e a SAN. Suas diretrizes incluem o estímulo ao exercício do
controle social, o respeito aos hábitos alimentares regionais e à vocação agrícola, a oferta de
uma alimentação de boa qualidade a todos os escolares e a responsabilização de todos os
níveis de governo.
Os agentes envolvidos na execução do PNAE incluem o Fundo Nacional de Desenvolvimento
da Educação (FNDE), entidades executoras, escolas federais, Conselho de Alimentação
Escolar, Controladoria Geral da União, Secretarias de Educação e de Saúde dos estados,
Distrito Federal e municípios, órgãos do Ministério Público da União e Conselho Federal de
Nutricionistas.
O PNAE OFERECE ALIMENTAÇÃO ESCOLAR E AÇÕES
DE EDUCAÇÃO ALIMENTAR E NUTRICIONAL A
ESTUDANTES DE TODAS AS ETAPAS DA EDUCAÇÃO
BÁSICA PÚBLICA. O GOVERNO FEDERAL, POR MEIO
DO FNDE, REPASSA A ESTADOS, MUNICÍPIOS E
ESCOLAS FEDERAIS VALORES FINANCEIROS DE
CARÁTER SUPLEMENTAR EFETUADOS EM 10
PARCELAS MENSAIS (DE FEVEREIRO A NOVEMBRO)
PARA A COBERTURA DE 200 DIAS LETIVOS,
CONFORME O NÚMERO DE MATRICULADOS EM CADA
REDE DE ENSINO.
O repasse é feito diretamente aos estados e municípios, com base no censo escolar realizado
no ano anterior ao do atendimento. Com base na Lei nº 11.947, de 16 de junho de 2009, 30%
do valor repassado pelo PNAE deve ser investido na compra direta de produtos da agricultura
familiar. Para que essa meta seja alcançada, faz-se necessária a qualificação da gestão
municipal para que haja o estreitamento da produção agroecológica periurbana ou mesmo
intraurbana.
O monitoramento e a transparência da aplicabilidade do PNAE nos estabelecimentos de ensino
dos diversos municípios são essenciais para a garantia da promoção da alimentação saudável
e sustentável para os escolares.
SISTEMA DE VIGILÂNCIA ALIMENTAR E
NUTRICIONAL
A Vigilância Alimentar e Nutricional (VAN) é uma das diretrizes da Política Nacional de
Alimentação e Nutrição (PNAN), consistindo na descrição contínua e predição de tendência
das condições de alimentação e nutrição da população, incluindo seus fatores determinantes. A
consolidação de resultados antropométricos e de consumo alimentar serve ao planejamento e
à articulação de ações locais ou desenvolvimento de políticas públicas voltadas para a
melhoria do perfil alimentar e nutricional da população.
Os parâmetros para avaliação antropométrica variam segundo fases do ciclo da vida, sendo
adotados os seguintes indicadores:
PARA CRIANÇAS MENORES DE 5 ANOS:
Peso para idade, Estatura para idade, Peso para estatura, IMC para idade
PARA CRIANÇAS ENTRE 5 E 10 ANOS INCOMPLETOS:
Peso para idade, Estatura para idade, Peso para estatura, IMC para idade
PARA ADOLESCENTES:
IMC para idade, Estatura para idade
PARA GESTANTES:
IMC por idade gestacional
PARA ADULTOS:
IMC, Perímetro da cintura
PARA IDOSOS:
IMC para idoso, Perímetro da panturrilha
A classificação do estado nutricional pode ser realizada por meio da utilização de referências
disponíveis na Norma Técnica do SISVAN e dos gráficos disponíveis nas cadernetas da
criança, do adolescente, da gestante ou do idoso.
No que se refere ao consumo alimentar, métodos como anamnese alimentar, recordatório
alimentar de 24h, questionário de frequência de consumo alimentar e registro alimentar podem
ser empregados. Vale considerar a classificação NOVA proposta pelo Guia Alimentar para a
População Brasileira em sua avaliação, que sugere a categorização de alimentos de acordo
com o nível de processamento industrial, dividindo-os em:
In natura ou minimamente processados (obtidos diretamente de plantas ou animais sem
qualquer adição de substância).
Ingredientes culinários (como óleos, gorduras, sal e açúcar, extraídos de alimentos in natura
por processos como prensagem, moagem, trituração e refino).
Processados (produzidos com adição de sal, açúcar ou óleo para prolongar validade ou
aumentar a palatabilidade).
Ultraprocessados (produzidos industrialmente, derivados de constituintes alimentares
agregados de aditivos químicos, como corantes, conservantes, emulsificantes, realçadores de
sabor que fazem com que a matriz do alimento de origem seja ínfima).
A regra de ouro do Guia Alimentar é preferir alimentos in natura ou minimamente
processados (BRASIL, 2014).
As fontes de informação sobre VAN são principalmente oriundas de registros contínuos e
sistemáticos pelos serviços da Atenção Primária à Saúde, com ênfase em grupos
populacionais mais vulneráveis. O sistema de informação em saúde da VAN corresponde ao
SISVAN Web, cujos dados são coletados pelos profissionais de saúde, mediante o
acompanhamento nutricional, e inseridos por meio de plataforma on-line ou exportados a partir
de prontuários eletrônicos locais. Dados provenientes de outros níveis de atenção da RAS não
alimentam o SISVAN Web.
De modo geral, programas institucionais como Saúde na Escola, Academia da Saúde e Bolsa
Família têm a VAN como condicionalidade, contribuindo para sua operacionalização em
contiguidade às unidades de Atenção Primária à Saúde.
Por vezes, recorre-se ainda às chamadas nutricionais, que compreendem pesquisas
transversais realizadas pontualmente para obtenção de dados em regiões e populações em
situação de vulnerabilidade social e risco de insegurança alimentar e nutricional.
Inquéritos populacionais componentes de grandes pesquisas nacionais realizadas
periodicamente contribuem para identificação de tendências temporais no estado nutricional e
consumo alimentar da população, subsidiando intervenções políticas, exemplificados pela
Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE); Pesquisa Nacional de Saúde (PNS); Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (Pense);
Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico
(Vigitel).
 VOCÊ SABIA
Dados do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN) indicam que 63% da
população brasileira adulta que frequentou unidades da Atenção Primária à Saúde em 2019
apresentava excesso de peso e 28,5%, obesidade. O universo amostral considerado
compreendeu 12.776.938 pessoas (BRASIL, 2020a).
Já o Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por
Inquérito Telefônico (Vigitel) mostra frequência de excesso de peso de 55,4% e de obesidade
de 20,3%, na população adulta brasileira, também em 2019. O número total de indivíduos
entrevistados correspondeu a 52.443 (BRASIL, 2020b).
Consumo total da população brasileira com idade igual ou superior a 10 anos
 O universo amostral dos moradores inquiridos nos domicílios sobre seu consumo alimentar
correspondeu a 34.003 pessoas (IBGE, 2020).
Conforme orientado na PNAN, a incorporação das práticas de VAN deve ser contínua e
sistemática, operacionalizada de forma cíclica na gestão e produção de cuidado em saúde,
delimitada por fases como coleta de dados e produção de informações – análise e decisão –
ação – avaliação.
A coleta de dados se dá por meio de avaliações antropométricas e de consumo alimentar de
indivíduos e famílias e deve ser realizada em todas as fases do ciclo da vida. Os dados devem
alimentar a plataforma SISVAN Web ou ser inseridos em meios exportáveis para a essa
plataforma. A partir das informações geradas sobreVAN, são realizados diagnósticos em
alimentação e nutrição, que vão nortear prioridades no projeto terapêutico singular,
intervenções coletivas ou formulação de políticas públicas locais. Essas vão reverberar em
ações em âmbito individual, familiar ou coletivo, podendo ser intersetoriais. A avaliação
consiste no processo contínuo que visa contribuir para implementação, reformulação e
aprimoramento de indicadores e intervenções.
AS POLÍTICAS PÚBLICAS BRASILEIRAS DE
ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO
O especialista Hugo Braz Marques fala sobre as políticas brasileiras de alimentação e
nutrição.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Vimos neste conteúdo os contrastes históricos e semânticos entre os campos da Saúde
Pública e da Saúde Coletiva. A reflexão crítica interdisciplinar inerente à Saúde Coletiva acerca
dos determinantes sociais de saúde, em favor da democracia e justiça social, inspirou a
reforma sanitária brasileira, a Constituição Federal de 1988 e a implantação do Sistema Único
de Saúde (SUS). Seus princípios organizacionais e suas diretrizes foram reconhecidos, sendo
a integralidade o eixo central para a conformação das Redes de Atenção à Saúde, que
representaram a principal motivação para reedição de diretrizes da Política Nacional de
Alimentação e Nutrição.
Também foram apresentados conceitos convergentes com segurança alimentar e a crítica ao
sistema alimentar hegemônico. Por fim, o Programa Nacional de Alimentação Escolar e o
Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional foram exemplificados como estratégias para
gestão e produção do cuidado em saúde, no campo da alimentação e nutrição.
 PODCAST
Agora, a especialista Wanessa Natividade Marinho encerra o conteúdo falando sobre a
importância da Política Nacional de Alimentação e Nutrição na conduta profissional do
nutricionista atuante em Saúde Coletiva.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
BIRMAN, J. A. A Physis da Saúde Coletiva. Physis, v. 15, n. 1, p. 11-16, 2005.
BRASIL. Constituição (1988). Emenda Constitucional nº 64, de 04 de fevereiro de 2010.
Altera o art. 6º da Constituição Federal, para introduzir a alimentação como direito social.
Brasília: Diário Oficial da União, 2010.
BRASIL. Decreto 7.272 de 2010. Regulamenta a Lei n.º 11.346, de 15 de setembro de 2006,
que cria o Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional – SISAN com vistas a
asseguras o direito humano à alimentação adequada e dá outras providências. Brasília: Diário
Oficial da União, 2010.
BRASIL. Lei nº 8.080 de 1990. Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e
recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá
outras providências. Brasília: Diário Oficial da União, 1990.
BRASIL. Lei nº. 8.142 de 1990. Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do
Sistema Único de Saúde (SUS) e sobre as transferências intergovernamentais de recursos
financeiros na área da saúde e dá outras providências. Brasília: Diário Oficial da União, 1990.
BRASIL. Lei nº 11.947 de 2009. Dispõe sobre o atendimento da alimentação escolar e do
Programa Dinheiro Direto na Escola aos alunos da educação básica; altera as Leis nos 10.880,
de 9 de junho de 2004, 11.273, de 6 de fevereiro de 2006, 11.507, de 20 de julho de 2007;
revoga dispositivos da Medida Provisória no 2.178-36, de 24 de agosto de 2001, e a Lei no
8.913, de 12 de julho de 1994; e dá outras providências. Brasília: Diário Oficial da União, 2009.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção
Básica. Política Nacional de Alimentação e Nutrição. Brasília: Ministério da Saúde, 2011.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Situação alimentar e
nutricional no Brasil: excesso de peso e obesidade da população adulta na Atenção Primária
à Saúde. 1. ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2020.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Análise em
Saúde e Vigilância de Doenças Não Transmissíveis. Vigitel Brasil 2019: vigilância de fatores
de risco e proteção para doenças crônicas nas capitais dos 26 estados brasileiros e no Distrito
Federal em 2019. 1. ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2020.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção
Básica. Marco de referência da vigilância alimentar e nutricional na atenção básica.
Brasília: Ministério da Saúde, 2015.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção
Básica. Orientações para a coleta e análise de dados antropométricos em serviços de
saúde: Norma Técnica do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional – Sisvan. Brasília:
Ministério da Saúde, 2011.
BRASIL. Portaria nº 4.279 de 2010. Estabelece diretrizes para a organização da Rede de
Atenção à Saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Brasília: Diário Oficial da
União, 2010.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. IBGE. Pesquisa de Orçamentos
Familiares 2017-2018: análise do consumo alimentar pessoal no Brasil. IBGE, 2020. 120p.
JAIME, P. C. Políticas públicas de alimentação e nutrição. 1. ed. Rio de Janeiro: Atheneu,
2019.
MATTA, G. C. Princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde. In: MATTA, G. C.;
PONTES, A. L. M. Políticas de saúde: organização e operacionalização do sistema único
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MERHY, E. E. et al. Em busca de ferramentas analisadoras das tecnologias em saúde: a
informação e o dia a dia de um serviço, interrogando e gerindo trabalho em saúde.
MERHY, E. E. et al. Agir em saúde: um desafio para o público. São Paulo: Hucitec, 2006. p.
113-150.
PAIM, J. S. et al. Saúde coletiva: teoria e prática. Rio de Janeiro: Medbook, 2014.
EXPLORE+
Para aprofundar o conhecimento sobre o conteúdo abordado, procure se aproximar do
acervo da Biblioteca Virtual em Saúde, do Ministério da Saúde.
CONTEUDISTA
Hugo Braz Marques
 CURRÍCULO LATTES
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