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FENÔMENOS DE TRANSPORTE – Material Complementar Prof. Dr. João B. Alves dos Reis CURSO DE BACHARELADO EM ENGENHRIA ELÉTRICA Mecânica dos Fluidos Estudo das forças atuando sobre fluidos em repouso e sob escoamento, modelos matemáticos que descrevem o comportamento dos fluidos e a caracterização dos escoamentos internos e externos. O estudo da Mecânica dos Fluidos é dividido basicamente em dois ramos, a estática dos fluidos e a dinâmica dos fluidos: A estática dos fluidos trata das propriedades e leis físicas que regem o comportamento dos fluidos livre da ação de forças externas, ou seja, nesta situação o fluido se encontra em repouso ou então com deslocamento em velocidade constante. A dinâmica dos fluidos trata do estudo e comportamento dos fluidos em regime de movimento acelerado no qual se faz presente a ação de forças externas responsáveis pelo transporte de massa. Adaptação - (RODRIGUES; 2005). Os fluidos respeitam a conservação de massa, quantidade de movimento ou momentum linear e momentum angular, de energia e de entropia. A conservação de quantidade de movimento é expressa pelas equações de Navier-Stokes. Estas equações são deduzidas a partir de um balanço de forças/quantidade de movimento a um volume infinitesimal de fluido, também denominado de elemento representativo de volume. Atualmente, o estudo, análise e compreensão da fenomenologia da maior parte dos problemas em dinâmica de fluidos e em transferência de calor, como macro áreas que compõem a dinâmica de fluidos, são desenvolvidos através da Modelagem Computacional . A respeito de um modelo matemático, ele, deve ser desenvolvido, fundamentando-se pela base da fenomenologia, ou seja, do problema de escoamento considerado. A partir deste modelo, geralmente um sistema de equações diferenciais parciais ou através das equações diferenciais ordinárias, é desenvolvido então modelos computacionais ou utilizado um código computacional comercial, para a execução de simulações numéricas, em fluidodinâmica computacional, obtendo-se assim projeções temporais da solução do problema. Esta solução é condicionado pelas condições iniciais e condições de contorno do problema, que estabelecem as condições de evolução deste no tempo e no espaço. Técnicas e instrumentação para a medição de pressões de fluidos em repouso ou sob escoamento. 1. Estática dos fluidos - Definir conceitos básicos em Mecânica dos Fluidos. 2. Estudar a pressão e a sua variação ao longo de uma massa fluida em repouso. 3. Estudar o efeito da pressão em corpos submersos. Apostila didática. 4. Recursos de apoio: links, exercícios. Movimento relativo de duas partículas de um fluido na presença de tensões de cisalhamento A taxa de deformação de um fluido é diretamente ligada á viscosidade do fluido. Para uma determinada tensão, um fluido altamente viscoso deforma-se em uma taxa menor do que um fluido com baixa viscosidade. (http://www.setor 1.com.br/analisereologia/cisafigu.htm) http://www.setor/ Considere no escoamento as partículas do fluido se movendo na direção x com velocidade diferente, de tal forma que as velocidade das partículas, u , varia com a coordenada y. Duas posições das partículas são mostradas em tempos diferentes; observe como as partículas se movem relativamente uma a outra. Para tal campo de escoamento simples, no qual u = u(y), pode-se definir a viscosidade 𝝁 𝒅𝒐 𝒇𝒍𝒖𝒊𝒅𝒐. Aplicação das equações da quantidade de movimento e da energia mecânica em Mecânica dos Fluidos Descrever os modelos matemáticos do comportamento dos fluidos em escoamento através das equações da quantidade de movimento, da equação da energia mecânica e da equação de Bernoulli. Definir conceitos básicos para o estudo dos fluidos em regimes de escoamento. Variando as condições do experimento, obteremos que a tensão de cisalhamento aumenta se aumentarmos o valor de P (𝛕 = P/A ) a taxa de deformação por cisalhamento, γ, aumenta proporcionalmente, ou seja, para fluidos comuns (como a água, óleo, gasolina e ar) a tensão de cisalhamento e a taxa de deformação por cisalhamento (gradiente de velocidade) podem ser relacionadas pela equação seguinte 𝝉 α γ ou α dy du Viscosidade 𝜏 = 𝜇 dy du tensão deformação viscosidade 𝝁 = 𝝉 du/dy µ → Viscosidade dinâmica ou absoluta [N.s m−2 ] S.I. θ é temperatura em graus Celsius. Frequentemente a viscosidade absoluta (µ) é expressa em centipoise em homenagem a Poiseuille. µ = 𝟏,𝟕𝟖 𝟏+𝟎,𝟎𝟎𝟑𝟑𝟕θ +𝟎,𝟎𝟎𝟎𝟐𝟐𝟏𝟏θ𝟐 v = µ ρ Velocidade cinemática [𝒎𝟐𝒔−𝟏] Os gráficos de τ em função de du/dy devem ser retas com inclinação igual a viscosidade dinâmica. Fluido não-Newtoniano: Fluido que se comporta de maneira diversa do modelo por Newton. Classificação Reológica Quanto à deformação, os fluidos podem ser classificados em: - Reversíveis ou elásticos: são sistemas que não escoam; sua deformação é reversível e o sistema obedece à Lei de Hooke. - Irreversíveis ou viscosos: são sistemas que escoam; sua deformação é irreversível e o sistema obedece à Lei de Newton, de viscosidade constante. 1. Internos, em canal e externos; 2. Laminar, transição e turbulento - Número de Reynolds; 3. Compressível e incompressível - Número de Mach. 4. Viscoso e não-viscoso. 5. Camada limite hidrodinâmica (cinética). 6. Ponto de estagnação - Propagação de ondas (em escoamentos externos e internos). Descrição e classificação dos escoamentos fluidos: Engenharia Elétrica EAD Também podem ser classificados quanto à relação entre a taxa de deformação e a tensão de cisalhamento: - Fluidos Newtonianos: sua viscosidade é constante, seguem a Lei de Newton. T = ij −p δ + ij Tij ´ em que os valores de Tij ´ dependem da taxa de deformação (TELLES; 2003). Assumindo que o estado de tensão para um fluido sob movimento de corpo rígido é dado por um tensor isotrópico, então considerando um fluido em movimento geral, é natural decompor o tensor tensão em duas partes Esta classe abrange todos os gases e líquidos não poliméricos e homogêneos. Ex.: água, leite, soluções de sacarose, óleos vegetais. Já os Fluidos Não Newtonianos a relação está entre a taxa de deformação e a tensão de cisalhamento não é constante. Líquido: A viscosidade diminui com o aumento da temperatura. A viscosidade é muito dependente da temperatura nos líquidos nos quais as forças coesivas têm papel dominante; observe que a viscosidade dos líquidos decresce com o aumento da temperatura. Conhecida como Equação de Andrade em relação as constantes A e B seriam determinadas por meio de dados medidos. μ = A eBt Gase: A viscosidade aumenta com o aumento da temperatura. Se a tensão de cisalhamento do fluido é diretamente proporcional ao gradiente de velocidade, esse fluido é denominado de um fluido newtoniano. Muitos fluidos comuns, tais como o ar, a água e o óleo, são newtonianos. Os fluidos não-newtonianos, com relações de tensão de cisalhamento versus a taxa de esforço, muitas vezes têm uma composição molecular complexa. Diferença entre fluido Ideal Newtoniano e não Newtoniano Fluido Ideal: não possui viscosidade. Fluido Newtoniano: Fluido que se comporta segundo o modelo proposto por Isaac Newton. F = ma 𝜏 = 𝜇 dy du Comportamento dos fluidos viscosos Parâmetros de Análise: WHITE,F.M. Mecânica de Fluídos. 4 ed. Rio de Janeiro: McGraw-Hill, c 1999. 570p. WHITE,F.M. Mecânica de Fluídos. 4 ed. Rio de Janeiro: McGraw-Hill, c 1999. 570p. ELASTICIDADE Sob a ação de uma força F, seja V o volume de um fluido, à pressão unitária P. A força F adquire dF um acréscimo , a pressão aumentará de dP e o volume (V) dV. A variação relativa de volume é dV/V. Os gráficos de 𝝉 𝒕𝒆𝒏𝒔ã𝒐 𝒅𝒆 𝒄𝒊𝒔𝒂𝒍𝒉𝒂𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐 𝒆𝒎 𝒇𝒖𝒏çã𝒐 𝒅𝒆 𝒅𝒖 𝒅𝒚 𝒅𝒆𝒗𝒆𝒎 𝒔𝒆𝒓 𝒓𝒆𝒕𝒂𝒔 𝒄𝒐𝒎 𝒂 𝒊𝒏𝒄𝒍𝒊𝒏𝒂çã𝒐 𝒊𝒈𝒖𝒂𝒍 𝒂 𝒗𝒊𝒔𝒄𝒐𝒔𝒊𝒅𝒂𝒅𝒆 𝒅𝒊𝒏ã𝒎𝒊𝒄𝒂 WHITE,F.M. Mecânica de Fluídos. 4 ed. Rio de Janeiro: McGraw-Hill, c1999. 570p. Resumidamente, grosso modo, o valor da viscosidade dinâmica varia de fluido para fluido, e para um fluido em particular, esta viscosidade depende muito da temperatura. WHITE,F.M. Mecânica de Fluídos. 4 ed. Rio de Janeiro: McGraw-Hill, c 1999. 570p. Determinar a força de arrasto em corpos imersos em fluidos sob escoamento. Determinar a força de sustentação em corpos imersos em fluidos sob escoamento. Escoamentos internos - Estudar o escoamento de fluidos viscosos no interior de tubos ou dutos. Escoamentos externos - Estudar o escoamento de fluidos viscosos no exterior de formas geométricas conhecidas. 1. A definição mais comum de fluido é: uma substância que se deforma continuamente sob ação de uma tensão de cisalhamento, entre tantas que já citamos. 2. A diferença entre substâncias sólidas e fluidas está, entende-se, pelas tensões de cisalhamento 𝝉 [kPa] a distribuição por unidades de área de uma força atuando paralelamente a uma determinada superfície. 3. Em uma substância sólida a aplicação dessa tensão, produz uma deformação da [m] proporcional à tensão aplicada (campo elástico), podendo inclusive levar ao rompimento do sólido (campo plástico). 4. Os fluidos, quando submetidos a estas tensões de cisalhamento, apresentam um comportamento conhecido como escoamento, ou seja, uma deformação contínua e independe da intensidade da tensão aplicada e que irá existir por menor que sejam essas tensões. FLUIDOS NÃO NEWTONIANOS INDEPENDENTES DO TEMPO São aqueles cujas propriedades reológicas independem do tempo de aplicação da tensão de cisalhamento. São ainda divididos em: A) Sem tensão inicial – são aqueles que não necessitam de uma tensão de cisalhamento inicial para começarem a escoar. Compreendem a maior parte dos fluidos não newtonianos. Dentro desta classe destacam-se: Pseudoplásticos - São substâncias que, em repouso, apresentam suas moléculas em um estado desordenado, e quando submetidas a uma tensão de cisalhamento, suas moléculas tendem a se orientar na direção da força aplicada. E quanto maior esta força, maior será a ordenação e, consequentemente, menor será a viscosidade aparente. Este fluido pode ser descrito pelo Modelo de Ostwald-de-Waele ou Modelo Power Law (1923, 1925), representado pela Equação: WHITE,F.M. Mecânica de Fluídos. 4 ed. Rio de Janeiro: McGraw-Hill, c 1999. 570p. Na qual: K é o índice de consistência do fluido 1. BRAGA FILHO, Washington. Fenômenos de Transporte para Engenharia. Rio de Janeiro: LTC, 2006. 2. ÇENCEL, Yunus A. Transferência de calor e massa. 3. ed. São Paulo: MacGraw-Hill, 2009. 3. POTTER, Merle C. Mecânica dos fluidos. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2004. BIBLIOGRAFIA 4. ÇENGEL Yunus A.; CIMBALA, John M. Mecânica dos Fluidos. São Paulo: McGraw-Hill, 2008. 5. CREMASCO, M.A. Fundamentos de transferência de massa. Campinas: Unicamp, 1998. 6. GILES, R. V. Mecânica dos Fluídos e Hidráulica. São Paulo: McGraw-Hill, 2003. 7. FEGHALI, Jaurès Paulo. Mecânica do Fluidos: para estudantes de engenharia. Rio de Janeiro: LTC, 1974. 8. STREETER, V. L. Mecânica dos Fluídos. São Paulo: McGraw-Hill, 2002. 9. VIEIRA, Rui Carlos de Camargo. Atlas de Mecânica dos Fluidos: Cinemática. São Paulo: Edgard Blücher, 1971. HSN002 – Mecânica dos Fluidos Faculdade de Engenharia Profª Maria Helena Rodrigues Gomes Universidade Federal de Juiz de Fora 1 APOSTILA DE MECÂNICA DOS FLUIDOS Autora: Maria Helena Rodrigues Gomes Professora do Dep. Eng. Sanitária e Ambiental da Faculdade de Engenharia da UFJF. HALLIDAY, David. Fundamentos de física: mecânica. 10. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2016. HERCH, Moisés Nusenzezveig, Física. Vol 2. 2008. TIPLER, Paul A.; MOSCA, G. Física para cientistas e engenheiros 1: mecânica, oscilações e ondas, termodinâmica. 6. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2016. Tenham um excelente proveito OBRIGADO
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