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Estimativa do Erro Sistemático e Erro aleatório em um conjunto de leituras em uma medição. Visto que: E = Es + Ea E = Erro da medição Ea = Erro aleatório Es = Erro Sistemático Para a realização da estimativa dos erros presentes na medição, existe a necessidade de perceber a variação que ocorre no processo de medição (é preciso perceber a média e a variação do erro). Assim, um conjunto de leituras do mensurando é necessário. Por exemplo: 50,05 mm 50,05 mm 50,00 mm 50,00 mm 50,05 mm Neste pequeno conjunto de leituras, já se percebe variação nos valores lidos e uma tendência de as leituras serem maiores que o VVC. Se o sistema de medição fosse perfeito, as leituras seriam exatamente a medida do padrão (VVC) e não haveria nenhuma variação. Isto não ocorre na prática. Na média, as leituras são 0,03 mm maiores que o VVC. Ou seja, este paquímetro é tendencioso, tende a apresentar um valor médio 0,03 mm acima do que deveria ser apresentado. Surge aí a estimativa de erro sistemático que o sistema de medição introduz na medida, que será chamada de Tendência: Assim, com o uso de uma medida de referência (VVC) e fazendo várias leituras em condições determinadas, a estimativa da tendência do sistema de medição pode ser feita a partir de: Td = MM – VVC Td: Tendência. MM: Média das medidas ou média das indicações (Pode ser utilizado 𝑋𝑋 ao invés de 𝑀𝑀𝑀𝑀) VVC: Valor verdadeiro convencionado Metrologia RTE 1/2021 Assim, Td = 50,030 – 50,000 = 0,030 mm Cabe aqui lembrar, que na representação da média é utilizado um algarismo significativo a mais dos que existem nas observações da amostra. A variação das leituras é efeito do erro aleatório e uma medida desta variação/dispersão pode ser utilizada como estimativa do erro aleatório. Amplitude, Desvio médio absoluto, desvio padrão, são exemplos de medidas de dispersão. Na metrologia, é dada preferência ao desvio padrão, por conta da sua robustez. Assim, o desvio padrão das leituras desta amostra de leituras, pode ser utilizado como medida do erro aleatórios. 𝑆𝑆 = �∑ (𝑋𝑋𝑖𝑖−𝑋𝑋) 2𝑛𝑛 𝑖𝑖=1 𝑛𝑛−1 = 0,027 mm Note que deve ser usado o desvio padrão da amostra S, que é o estimador de σ, que é o desvio padrão da população. É comum representar o erro aleatório na forma de um intervalo de confiança, por exemplo com 99% de confiança ou 95% de confiança, e a esta estimativa se dá o nome de Repetitividade. É muito comum a escolha de 95,45% como nível de confiança a ser utilizado nesta representação. Para o cálculo deste intervalo deve ser considerada a distribuição de Student, já que as estimativas estão sendo feitas a partir de uma pequena amostra dos dados provenientes da uma população (que admitimos normal). Assim: 𝑅𝑅𝑅𝑅95,45% = ±𝑡𝑡95,45%,4. 𝑆𝑆 𝑅𝑅𝑅𝑅95,45%: Repetitividade das leituras, com 95,45% de nível de confiança. 𝑡𝑡95,45%,4: Fator de Student para o nível de confiança 95, 45% e 4 graus de liberdade (ν=n-1) S: Desvio padrão da amostra ν: Número de graus de liberdade n: Número de elementos da amostra. Metrologia RTE 1/2021 O fator de Student é tabelado. Por exemplo, pode ser utilizada a tabela a seguir, para o nível de confiança de 95,45% Valor de “t” para nível de confiança de 95,45% υ 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 12 14 16 t95,45% 13,97 4,53 3,31 2,87 2,65 2,52 2,43 2,37 2,32 2,28 2,23 2,20 2,17 υ 18 20 25 30 35 40 45 50 60 80 100 ∞ t95,45% 2,15 2,13 2,11 2,09 2,07 2,06 2,06 2,05 2,04 2,03 2,02 2,00 Para valores fracionários de υ, interpolação linear pode ser usada se υ > 3. Alternativamente o valor de k95,45% correspondente ao valor de υ imediatamente inferior na tabela pode ser adotado. Neste exemplo: 𝑅𝑅𝑅𝑅95,45% = ±𝑡𝑡95,45%,4.𝑆𝑆 = ±2,87.0,027 = ±0,079 𝑚𝑚𝑚𝑚 A partir daí, pode ser construído um intervalo de confiança para as leituras. 𝐼𝐼𝐼𝐼95,45% = 𝑋𝑋 ± 𝑅𝑅𝑅𝑅95,45% = 50,030 ± 0,079mm A determinação deste intervalo é útil logo após a execução das leituras para verificação da coerência das observações, pois espera-se que a grande maioria (95,45%) das leituras caia dentro deste intervalo. Se em 5 leituras. Por exemplo, se uma leitura cair fora deste intervalo, admite-se como grande a possibilidade de ter havido erro grosseiro na sua obtenção (afinal, espera-se que ocorra aproximadamente apenas 1 leitura a cada 20 fora deste intervalo). O processo de medição deve ser investigado para a busca da eventual causa de erro grosseiro. Note que pode ser um alarme falso, pois 1/20 não é zero, ou seja, de vez em quando pode aparecer uma leitura como esta fora do intervalo devido apenas a causas naturais de variações do processo. Metrologia RTE 1/2021
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