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Anticrise-7-passos

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anticrise | 7 passos para não deixar o medo te paralisar!
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SUMÁRIO
Sobre a autora ............................................................. 7
Introdução ................................................................... 9
Capítulo 1 - O medo constrói realidades .......................11
1.1 O que é o medo para você? ...........................................11
1.2 O Como é o olhar da ciência sobre o medo .....................13
1.3 Mas o que acontece no cérebro humano 
 diante do medo? .........................................................14
1.4 A pandemia da Covid-19 e o medo .................................17
1.5 Existe antídoto para o medo? ......................................18
1.6 Onde o medo encontra a realidade? ............................19
1.7 Crise interna ou externa ............................................24
Ferramenta - 30 características “Eu Sou” ........................25
Capítulo 2 - Contexto de crise: 
desafios e oportunidades ............................................27
2.2 Cases: as empresas, onde estão nisso tudo? ...............32
2.3 Como se desenvolver em meio à crise? ........................35
Ferramenta - Seis leis para a conquista 
da autorresponsabilidade ................................................37
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Capítulo 3 - O fator superação .....................................39
3.1 Mentalidade positiva ..................................................43
3.2 Tomada de decisão e sistemas cerebrais .....................48
3.3 O poder da interrogação .............................................50
Ferramenta - Auto-coaching .............................................54
Capítulo 4 - Revolução pessoal ....................................57
4.1 Hábitos ruins .............................................................58
4.2 Pensamento, foco e propósito .....................................62
4.3 Criando rotinas ..........................................................64
4.4 Mudança de hábitos (O Poder do hábito) .......................67
Ferramenta - Mudança de Comportamento ........................70
Capítulo 5 - Construindo redes de sucesso ...................73
5.1 O papel do coletivo na vida de uma pessoa ...................73
5.2 Contágio Social, o que é? ............................................76
5.4 Criando conexões no mundo contemporâneo ................80
5.4 Como fazer conexões de sucesso .................................81
Ferramenta - Mapa de Modelagem .....................................84
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Capítulo 6 - Viver o sucesso: felicidade é o caminho para 
a prosperidade ...........................................................85
6.1 Ser feliz é ser bem sucedido? ......................................85
6.2 Pirâmide do sucesso ...................................................88
6.3 Metáfora: a flecha que acerta o alvo ..........................92
O poder das metáforas ....................................................93
6.4 Valores inegociáveis ..................................................95
Ferramenta - Ordenação de Valores ..................................98
Capítulo 7 - Aprendizado sem ação não traz resultado: 
como impedir que a crise te paralise! ..........................99
7.1 O poder da ação ..........................................................99
7.2 Alta Performance .....................................................102
7.3 Gerenciamento de tempo ...........................................105
7.4 Construa suas próprias histórias .............................108
Ferramenta - Agenda Extraordinária ..............................111
Folha da Produtividade ..................................................112
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Sobre a autora
Lílian Carmo
Diretora e proprietária da unidade de Campinas da Febracis, a maior institui-
ção de Coaching do mundo, e atua também como palestrante nas áreas de 
liderança, gestão, carreira e desenvolvimento pessoal, além de ser mentora e 
coach de empresários e executivos C-level. 
É mestranda em Neurociência pela Florida Christian University (FCU), master 
trainer do curso Business High Performance e pós-graduada em gestão de 
pessoas, com extensão em finanças, pela FGV. 
Com mais de 18 anos de experiência, principalmente em posições de gestão 
e vendas, atuou como executiva na Johnson & Johnson, AstraZeneca, Sanofi 
Aventis, Banco Itaú e Banco do Brasil.
Lilian participou do board da Johnson & Johnson por ter atuado como res-
ponsável pela implementação da metodologia Growth Accelerator, criada pela 
INSEAD, em unidades de negócio da empresa considerados estratégicos e 
que necessitava alavancagem. 
Além disso, já foi fundadora de outras empresas e de consultorias empre-
sariais com foco em estruturação de planejamento estratégico e projetos de 
reestruturação corporativa. 
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Introdução
Refletindo sobre a crise atual, alinhada com o impacto econômico e social que 
ela está causando no mundo, percebi que a vida é dinâmica e a crise pode 
alcançar qualquer pessoa. 
Se há um preparo e uma consciência de que é preciso inteligência emocional 
para superá-la podemos passar bem por esse momento. Caso contrário, po-
deremos agravar ainda mais o quadro. Afinal, somos influenciados o tempo 
todo por estímulos que geram insegurança e medo. 
Quem é especializado em liderar pensamentos pode alterar seu mindset e, ter 
uma visão mais positiva sobre o futuro. É isso que proponho neste livro.
Mas antes queria compartilhar uma vaga lembrança: mais precisamente ao 
iniciar o ano de 2020. 
Quanta alegria, confiança e esperança o mundo estava depositando neste 
novo ciclo. 
Eu mesma costumava dizer “o ano de 2019 me fez forte e 2020 me fará ven-
cedora”, porém, desde 31 de dezembro de 2019, quando a China alertou a 
Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre uma pneumonia de origem des-
conhecida, a vida no planeta não é a mesma! 
Afinal de contas, o cenário em que vivíamos foi alterado. A partir do momento 
que a “quarentena” se tornou vigente, fomos obrigados a nos adaptar a uma 
nova rotina, a de isolamento social, que além de ser estressante vem acompa-
nhada de perdas financeiras, tédio, incertezas quanto ao futuro e, no topo da 
lista vem o medo em suas diferentes faces. 
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“MEDO” uma palavra um tanto quanto assustadora, não é? Entretanto saiba 
que ele é essencial em muitos momentos de nossas vidas, mas pode ser des-
truidor quando nos paralisa.
Porém deixa eu te falar: o mundo já passou por diversas crises, e está passan-
do e ainda vai passar por muitas. 
Se não fosse o Coronavírus (COVID-19), seria por outro motivo: a quebra de 
um grande banco, a bolha dos títulos americanos, o sistema financeiro. A gran-
de lição que temos que tirar de uma crise é: COMO EU SAIO DELA SENDO 
VITORIOSO? 
Momentos bons e ruins estão aí, o que diferencia é como lidar com as dificul-
dades, as encarando como oportunidades de superá-las.
E se você quer superar crises internas e externas, eu tenho um convite espe-
cial: leia este livro e os 7 capítulos que irão lhe ensinar maneiras de vencer a 
paralisia ocasionada pelo MEDO. 
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Capítulo 1
O medoconstrói realidades
Independente das circunstâncias o medo pode construir sua realidade, eu lhe 
garanto. Ao senti-lo suas supostas convicções são alteradas e consequente-
mente a sua perspectiva pessoal da realidade. 
E para que o medo não te domine, precisamos nos aprofundar conceitualmen-
te sobre o tema. Vou te explicar mais detalhadamente.
1.1 O que é o medo para você?
O medo é uma constante em nosso planeta. Ele se resume 
na falta de confiança em nós mesmos, pois ficamos cegos 
diante de tal situação. Não reconhecendo os recursos que 
estão a nossa disposição para que possamos nos livrar dele. 
Além disso, é responsável por aumentar o nível de adrenalina no sangue que 
prepara o organismo para fugir de situações de perigo, portanto ele é essencial 
em diversos momentos. Entretanto, é fatal quando você se deixa paralisar por 
ele, chegando a um terrorismo psicológico. 
Gostaria de te explicar de uma forma mais simples. Por isso, vale ressaltar que a 
palavra medo tem origem do Latim “METUS” e, para a psicologia ele se trata de um 
estado afetivo causado pela consciência diante de uma situação de grande risco. 
É por isso que ao sentir medo é normal sentir aquele desconforto, frio na bar-
riga, e, logo após UM ESTADO DE PARALISIA.
Talvez você esteja se perguntando: mas como sei quando o medo é real ou 
imaginário? 
A nossa mente, às vezes, pode ser o nosso pior inimigo ao dar vida, como 
uma imagem real, a esses perigos imaginários com os quais todos já sofremos 
alguma vez.
um estado afetivo 
causado pela consciência 
diante de uma situação 
de grande risco
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Quando a sensação de medo nos invade, nosso corpo ativa um circuito para 
nos proteger e preparar para a fuga. 
Por exemplo, o coração bombeia mais rápido para o caso de ser necessário 
correr, se produz mais suor, a respiração acelera, o sistema digestivo e o imu-
nológico deixam de gastar energia para o caso de ser necessário lutar ou fugir, 
e uma grande quantidade de sangue fica concentrada nos membros inferiores 
para o caso de precisarmos sair correndo.
Todas essas reações ocorrem graças a nosso instinto de sobrevivência, um 
sistema preparado para reagir de maneira rápida frente ao perigo. É por causa 
dele que o medo nos põe em alerta e nos mantém ativos.
O problema do medo na sociedade atual é que a maioria das respostas de 
enfrentamento que precisamos dar para neutralizar uma ameaça percebida 
não são respostas físicas.
Um bom exemplo de medo real é você não pular de um carro em movimento 
pois sabe que isso pode te ferir gravemente. No imaginário, a criatividade toma 
conta e abraça possibilidades infinitas de evolução do medo.
Vamos agora a um exemplo prático: pular de um carro em movimento, você 
sabe que não deve pois isso pode te ferir gravemente. No imaginário, a cria-
tividade toma conta e abraça possibilidades infinitas de evolução do medo 
– criando muitas vezes uma nova realidade.
Saindo da Caverna, para entender e superar o medo
Você se lembra do Mito da Caverna de Platão? Recorremos ao livro VII de “A Re-
pública”, em que é relatada a famosa “alegoria da caverna” Pessoas estão acor-
rentadas desde a infância em uma caverna, de tal modo que enxergam sobras, 
que eles pensam ser a realidade. Trata-se, entretanto, da sombra das marionetes 
empunhadas por pessoas atrás de um muro, que também esconde uma fogueira. 
Se um dos indivíduos conseguisse se soltar das correntes para contemplar à luz 
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do dia os verdadeiros objetos, ao regressar à caverna seus antigos companheiros 
o tomariam por louco e não acreditariam em suas palavras. 
E foi exatamente o que aconteceu: certo dia, um dos presos é liberto e, ao 
explorar o interior da caverna, descobre que as sombras eram controladas 
por pessoas atrás da fogueira. Ele encontra uma saída do local e, para sua 
surpresa, há um mundo muito mais amplo do que ele conhecia. Mesmo com 
o incômodo da luz, após um tempo, consegue observar com clareza as cores, 
formas, cheiros e toda a vida de fora da caverna. Ali, conclui que o mundo que 
conhecia era apenas uma parcela da realidade.
Por fim, põe-se o dilema de retornar para a caverna e libertar seus companhei-
ros, mesmo podendo ser taxado como louco. Ou viver a sua própria liberdade 
neste “novo mundo”.
Eu te contei toda essa história para que você entenda qual era a intenção de Platão: 
ele evidencia os graus de conhecimento, sendo que o mais limitado está associado 
ao imaginário, uma vez que o mais amplo permite conhecer novas realidades.
1.2 Como é o olhar da ciência sobre o medo
Muitos cientistas já desenvolveram e continuam suas diversas pesquisas para 
entender o que se para em nosso cérebro diante do medo. 
O que sabemos é que em situações de perigo, real ou imaginário, o corpo 
reage rapidamente: as pupilas se dilatam, os pelos eriçam, os pensamentos 
e os movimentos congelam e há um aumento da frequência dos batimentos 
do coração e do fluxo do sangue. Para alguns, o ar torna-se rarefeito e a 
respiração, ofegante. 
Segundo os cientistas do Laboratório de Psicobiologia 
da Universidade de São Paulo (USP) de Ribeirão Pre-
to, o medo é considerado um dos sentimentos mais 
primitivos do homem. 
O medo é considerado um 
dos sentimentos mais 
primitivos do homem.
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Ele acontece em cadeia, começando com um estímulo de estresse até chegar 
à liberação de compostos neuroquímicos e diversos hormônios. 
Por essa pesquisa foram identificadas evidências de que três estruturas ex-
tremamente primitivas na escala evolutiva do cérebro, presentes em espécies 
animais desde a época dos dinossauros, desempenham tarefas fundamentais 
em situações de risco antes mesmo de ser acionada a amígdala cerebral – 
estrutura surgida posteriormente, com os primeiros mamíferos, e diretamente 
associada nas respostas de defesa do organismo a situações de perigo. 
O estudo levou em consideração o medo em suas manifestações mais primi-
tivas, como o temor instantâneo que uma pessoa sente diante de situações 
interpretadas pelo cérebro como ameaçadoras. Os cientistas dizem que esse 
reflexo condicionado, não racionalizado, trabalha a favor da sobrevivência hu-
mana, pois provoca reações diante do perigo. 
Ou seja, numa savana ao e deparar com um Leão feroz, toda esta descarga 
“adrenal” de hormônios, irá com certeza fazer você agir para se salvar. Correr 
e buscar uma rota de fuga, com velocidade e destreza de quem luta pela so-
brevivência. E isso é bom. Isso é muito bom!
O problema é quando o Leão mora no quarto ao lado, ou quando a ameaça faz 
parte do seu dia a dia, e de maneira crônica, faz você adoecer ou até mesmo 
paralisar diante da vida. Construindo uma crise interna que pode lhe causar 
doenças e levá-lo à morte.
Que antagônico isso, não! O mesmo estímulo cerebral que salva, também pode 
prejudicar e matar. É a dose que distingue, o antídoto, do veneno.
1.3 Mas o que acontece no cérebro humano 
diante do medo?
Entre as inúmeras constatações científicas feitas até hoje, sabe-se que algu-
mas partes do cérebro estão envolvidas com a reação de medo. Inicialmen-
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te, o tálamo capta as informações sensoriais, o córtex 
pré-frontal processa a interpretação dessas captações, 
o hipocampo armazena e busca memórias conscientes, 
a amígdala decodifica e armazena memórias de medo e 
o hipotálamo ativa uma das duas reações: lutar ou fugir.
Não somos neurocientistas, mas essa ciência hoje vem para ajudar a todos, 
para que possamos dar um choque de lucidez e equilíbrio canalizando esse 
medo para uma reação de enfrentamentoe coragem. 
Gostaria de levar você a refletir com mais um exemplo: uma pessoa que está 
sozinha em casa, já deitada e se preparando para dormir. De repente, ouve um 
barulho vindo de outro ambiente da casa onde ela sabe que não tem ninguém. 
Imediatamente o tálamo recebe a informação, mas não identifica se esta é uma 
situação de perigo ou não, então, manda para a amígdala que passa o dado para 
frente, até o hipotálamo que determina a reação. Neste caso, o medo é gerado 
apenas pela incerteza do momento, por ser uma situação fora do comum. 
Outra possibilidade, considerada do mesmo exemplo, é o tálamo enviar a informa-
ção para o córtex que identifica que existem possibilidades e o hipocampo avalia 
quais são a partir de memórias armazenadas. Mais uma vez, a amígdala informa 
o hipotálamo e ele avalia se há necessidade de ativar a reação de luta e/ou fuga. 
Isso porque, o hipocampo é a parte racional do processo, apesar de nem sem-
pre reagir rapidamente ao processo, provocando a sensação de medo. 
O neurocientista Dean Mobbs, do California Institute of Technology, divide o 
medo como sendo de dois tipos. O primeiro, é reativo a ameaças contra a vida e 
o segundo cognitivo, ou seja, que depende que o cérebro tenha tempo para ra-
cionalizar a situação e identificar a ameaça considerando experiências individuais. 
De qualquer forma, lidar com o medo é fator essencial para o ser humano, 
pois a incapacidade de superá-lo pode levar a casos mais graves de doen-
ças, como síndrome do pânico. Há níveis de intensidade deste sentimento que 
podem ir desde o sentimento de prudência e concentração, que provocam 
O medo pode ser 
considerado essencial 
para preservação e 
o desenvolvimento 
da espécie humana.
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desconfiança; o alarme e angústia, que resultam em ansiedade, até chegar ao 
pânico e ao terror.
O seu corpo pode manifestar reações ao medo, como:
 » Aumento da pressão arterial;
 » Aumento da frequência cardíaca;
 » Dilatação das pupilas;
 » Contração das artérias da pele para enviar mais sangue para os grupos 
musculares, ou seja, a sensação de calafrios;
 » Diminuição de glicose no sangue;
 » Enrijecimento dos músculos provocado pela liberação de adrenalina e 
glicose, ou seja, sentimos arrepios;
 » Sistemas imunológicos e digestivos são desligados para guardar ener-
gia para funções essenciais;
 » Diminuição da atenção, pois o cérebro está concentrado na possível ameaça.
E você pode estar se perguntando, qual o lado bom disso?
Se, por um lado, representa o receio diante de uma situação de perigo e pode 
levar a desenvolver doenças, também pode ser considerado essencial para 
preservação e o desenvolvimento da espécie humana. Afinal, ao enfrentar o 
perigo uma pessoa elabora uma estratégia para superar desafios. 
Alguns empresários, por exemplo amam superar desafios para obter sucesso 
no mundo dos negócios. Sente-se estimulados a agir diante da dificuldade. 
Outra prova disso, são os montanhistas que enfrentam seus medos escalando 
rochas ou ainda as pessoas que gostam de filmes de terror, apesar do medo 
que sentem. Em todos estes casos, elas optam em vivenciar as consequências 
químicas provocadas pelo sentimento. 
Quando o sinal de alerta é disparado no cérebro, a dúvida entre lutar e fugir 
surgem e a decisão de lutar promove alívio cognitivo interno. E isso dá prazer.
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1.4 A pandemia da Covid-19 e o medo
O medo não se resume a uma sensação restrita a apenas uma pessoa. Em 
algumas situações, ele ultrapassa fronteiras de países e atinge cidadãos de 
diferentes personalidades e culturas. É o que ocorre durante a pandemia pro-
vocada pelo coronavírus no Brasil e no mundo.
De acordo com a uma pesquisa realizada pela área de Inteligência de Mercado 
do Grupo Abril, em parceria com o instituto de pesquisas digitais MindMi-
ners, a palavra medo compõe a tríade de angústias que afligem os brasileiros. 
Medo, preocupação e insegurança. Isso porque existe um grande temor aos 
impactos sociais e econômicos da doença. 
Para o estudo, divulgado em abril de 2020, foram entrevistadas 4.693 pessoas 
de todas as regiões do país, com idade a partir dos 18 anos e de todas as 
classes sociais. Deste universo, mais da metade revelou estar extremamente 
preocupada com a doença, sendo que 62% das mulheres estão mais tensas 
com a situação, enquanto a fatia de homens mais preocupados é de 45%.
Superlotação de hospitais, aumento do desemprego e segurança de familiares 
e amigos foram as preocupações mais apontadas pelos entrevistados. Eles 
identificam tanto o risco da doença quanto seus efeitos na econômica como 
uma ameaça preocupante. 
Mas foi a palavra medo a mais citada como sentimento para denominar o 
estado mental da pessoa diante da pandemia. Talvez porque essa palavra seja 
a personificação de tudo que nos atemorize. Em um artigo publicado na re-
vista Debates em Psiquiatria, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 
pesquisadores afirmam que “em uma pandemia, o medo aumenta os níveis 
de ansiedade e estresse em indivíduos saudáveis e intensifica os sintomas 
daqueles com transtornos psiquiátricos preexistentes”. 
Além disso, durante as epidemias, o número de pessoas cuja saúde mental é afe-
tada tende a ser maior que o número de pessoas afetadas pela infecção. Apesar 
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do dado ser assustador, à primeira vista, os autores desta pesquisa fazem algumas 
recomendações para garantir saúde mental neste período, entre elas estão cuidar 
de si e dos outros, prestar atenção às suas próprias necessidades, sentimentos e 
pensamentos e comunicar a alguém quando sentir tristeza ou ansiedade. 
Isso reforça a recomendação de um renomado cientificista, Daniel Goleman, 
um psicólogo norte-americano que obteve fama mundial a partir da publicação 
de seu livro Inteligência Emocional em 1995. Que descreve este conceito como 
a capacidade de reconhecer e avaliar os seus próprios sentimentos e os dos 
outros, assim como a capacidade de lidar com eles. Goleman aponta também 
que o famoso Quociente intelectual (QI) contribui com apenas 20% do sucesso 
dos indivíduos e que os outros 80% resultam da inteligência emocional (QE), 
reunindo fatores como a habilidade de se auto motivar, a regulação do humor, 
o controle dos impulsos, empatia e esperança.
É a partir daqui que a consciência sobre a realidade, as atitudes e motivações 
se torna a ferramenta para uma transformação concreta dos seus medos.
1.5 Existe antídoto para o medo?
Posso afirmar que sim e, se chama: INTELIGÊNCIA EMOCIONAL! 
Mas, como conquistar inteligência emocional? 
De acordo com uma estatística de Harvard, Stanford e da Car-
negie Foundation, cerca de 85 a 87% da nossa qualidade de 
vida – sucesso em todas as áreas, provém da inteligência emo-
cional. Mas infelizmente, poucos de nós tem consciência disso.
A melhor maneira de ser mais emocionalmente inteligente é parar e questionar 
seus sentimentos antes de agir.
Conseguir identificar quais são as emoções que estão surgindo e quais gati-
lhos elas estão acionando é importante para que você possa controlar os seus 
sentimentos, e impedir que tudo isso se transforme em um quadro mais grave!
O antídoto para o 
medo tem nome: 
Inteligência Emocional. 
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Posso ficar aqui fazendo inclusive várias citações que embasam esta minha 
conclusão, mas quero citar apenas mais uma última referência e não menos 
importante, na minha opinião: 
No amor não há medo; ao contrário, ele o reprime, porque o medo supõe 
castigo. Aquele que tem medo não está aperfeiçoado no amor. (1 João 4:18)
E respondeuJesus: “...Ame o seu próximo, como a si mesmo. (Matheus 22:39)
Com isso, podemos concluir que a solução para acabar com o medo é o amor. 
Somos nossos próprios amigos e inimigos: quando existe 
medo você é seu próprio inimigo, quando não existe, você é 
seu próprio amigo. 
1.6 Onde o medo encontra a realidade? 
E se na psicologia o medo é um estado emocional, no aspecto social, o 
medo molda suas atitudes entre o sim e o não, entre o que pode e não 
pode, e entre o agir e não agir. É nesta configuração que o medo assume 
um status prejudicial para sua tomada de decisões, pois ele influencia no 
campo das incertezas e da desconfiança e impedem uma visão mais clara 
sobre qualquer aspecto das nossas vidas.
O medo real faz parte da biologia humana e decorre de um processo natural, 
químico e biológico do corpo, como já vimos. Já o medo imaginário que para-
lisa, decorre do aprendizado ao longo da vida, tudo aquilo que vivemos e que 
baseamos as nossas convicções. Por exemplo, existem muitas circunstâncias 
de medo que surgiram a partir de ensinamentos populares e que percorrem 
gerações. Lembra-se da manga com leite? São essas percepções, que são 
passadas, muitas vezes, de pais para filhos, que criam um ambiente hostil para 
promover mudanças.
Segundo o escritor e PhD, Paulo Vieira; meu mentor e atual CEO da Febracis 
(empresa líder no segmento de cursos e treinamento de inteligência emocio-
“Quem ama não teme, 
quem ama confia”.
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nal), todos nós desenvolvemos, a partir experiências vividas, atreladas a, ge-
ralmente, a fortes impactos emocionais, algumas crenças, que nada mais são 
do que sinapses neurais decorrentes do aprendizado obtido durante a vida e 
que fortalecem comportamentos, atitudes, resultados, conquistas e a qualida-
de de vida. Resumindo, elas moldam a nossa percepção da realidade.
Então, é preciso alterar estas crenças para criar um ambiente mais favorável à 
superação de medos imaginários e prejudiciais? Exatamente.
Aquilo que vivemos ao longo de nossas vidas, ou sob forte impacto emocional, 
determina como nos posicionamos no mundo e moldam como enxergamos a 
nós mesmo e as pessoas ao nosso redor, além de orientarem como devemos 
lidar com as situações pelas quais passamos. Essas conexões, especifica-
mente, estão diretamente relacionadas as nossas emoções, e funcionam como 
uma lente para a outras situações.
Desta forma, não se trata do ambiente e nem dos eventos das nossas vidas, 
mas sim o significado que atribuímos a esta realidade. Ou seja, como nós a 
interpretamos, moldamos quem somos e o que nos tornaremos.
Quando falamos do medo que molda a realidade, estamos também afir-
mando que as convicções do passado podem projetar a minha realidade e 
o meu futuro.
O nosso cérebro está buscando encurtar o caminho e poupar energia, com 
isso ele busca referências já vividas em nossas convicções. Fazendo então 
generalizações que pautam a nossa tomada de decisão. Como por exemplo: 
Manga com leite faz mau; Dinheiro não traz felicidade; Para ser feliz é preciso 
ter sucesso; e muitas outras.
Ao identificar um padrão de comportamento, você gera consciência sobre 
ele. Isso te permite a ativamente, criar um novo plano de ação para mudar 
esse comportamento. 
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Para se ter uma noção, Pablo Marçal, em seu livro “Antimedo”, explica que 
a melhor maneira de combater o medo é a dessensibilização sistemática, ou 
seja, o enfrentamento ao medo
Mas de que forma isso pode acontecer?
Originalmente criada pelo psiquiatra Joseph Wolpe, em 1958, a dessensibili-
zação sistemática é um conjunto de técnicas de exposição à experiência trau-
mática. Sendo assim, segundo Marçal, quando alguém se dispõe a enfrentar 
algo que lhe causava algum tipo de bloqueio emocional, passa a ter autoridade 
e domínio sobre a situação.
Falar sobre medo ainda é tabu para a grande maioria das pessoas – que seguem 
preferindo esconder e negligenciar seus traumas e limitações. Por isso, o primeiro 
e mais importante passo é adquirir consciência de suas barreiras e medos.
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Pare e pense por um instante sobre os seus reais medos. Tome consciência 
deles e anote abaixo:
Medo Descrição
1
2
3
4
5
6
7
Feito? Agora, você está preparado para seguir com a leitura.
Criando consciência dos meus medos e como 
eles influenciam a minha realidade
Para o filósofo francês, Sartre, consciência é definida como o conhecimento 
que o ser humano tem sobre seus próprios pensamentos, sentimentos e atos. 
Segundo a metodologia do Coaching Integral Sistêmico, desenvolvida pela 
Febracis, existem três tipos de consciência:
 » Plena: trata-se da consciência perfeita, onde existe a per-
cepção e compreensão de si, do mundo e da relação cau-
sa e efeito.
 » Relativa: onde a compreensão de si e do mundo é limitada, 
situacional, influenciável e precária.
 » Ausência de consciência: aqui, a compreensão de si e do 
mundo ao redor é debilitada ou distorcida.
Segundo o Coaching 
Integral Sistêmico, 
são três os tipos 
de consciência.
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A metodologia CIS, na dualidade entre razão e emoção, há um diálogo interno 
de vozes que resgatam as crenças e valores de cada pessoa, diante da toma-
da de decisões. São elas:
 » Voz da consciência: que evidencia a lucidez. É cordata, sábia e possi-
bilita boas escolhas.
 » Voz negativa: pessimista, mas sob controle.
 » Voz destrutiva: compulsiva, negativa, desacreditadora e descontrolada.
Mas como é possível, diante de todos esses subsídios, perceber a realidade?
Com a convicção plena das características e da identidade, e com a clareza 
de consciência do que sou bom e do que preciso melhorar, é possível vencer 
qualquer crise externa que alimenta minhas próprias crises internas.
E para o fortalecimento das crenças de identidade é possível utilizar algumas 
ferramentas que trazem a convicção de nossas potencialidades, como exem-
plo, existe a ferramenta “30 Características Eu Sou”. Nesta ferramenta, você 
deve listar 30 características positivas suas, e lê-las ao menos 1 vez ao dia. 
Através do método de repetição, o seu cérebro passa por um processo de 
assimilação e cria caminhos neurais que fortalecem as suas crenças positivas 
de identidade.
Faça um teste! A ferramenta se encontra no final deste capítulo. É possível que 
nas primeiras tentativas você tenha uma certa dificuldade de listar 30 carac-
terísticas, mas conforme vai fortalecendo suas crenças, perceberá que a cada 
repetição deste exercício, você terá mais facilidade pra completar a lista. 
Estou segura que agora o sentimento de autoconfiança toma conta de você. 
Imagine você lendo e verbalizando com convicção todos os dias.
Assim você trará ao seu coração afirmações que lhe trazem esperança. Ne-
nhuma crise, interna ou externa, resiste à segurança de quem sabe o seu valor 
e a sua contribuição. Pense nisso!
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1.7 Crise interna ou externa 
Crises são inesperadas e, por isso, é necessário ter preparo psicológico para 
lidar com essas mudanças na rotina. E não transformar uma crise externa em 
uma crise interna.
Medo, incertezas, negação também reinavam em todas as famílias. Além dis-
so, deixa eu te contar algo das crises: ELAS SÃO INESPERADAS!
Por isso, é necessário ter preparo psicológico para lidar com essas mudanças 
na rotina. E não transformar uma crise externa e uma crise interna.
E se eu te perguntasse hoje: como está o teu pensamento? você está com 
medo do futuro?
Obviamente ter medo é normalem tempos de pandemia, mas ele está te pa-
ralisando? Medo de perder o trabalho e assim, torna-se improdutivo, medo de 
investir em qualificações profissionais e ficar sem dinheiro, medo de sair na rua 
e ser infectado.
A única notícia positiva que podemos tirar das crises é que elas passam. Assim 
como a gripe espanhola declinou ao final do ano de 1918 o coronavírus tam-
bém será apenas uma lição de tempos difíceis. 
O mundo continuará a crescer (mesmo que demore algum tempo para retomar 
suas atividades econômicas).
A crise vem, causa mudanças e nós também devemos ser responsáveis por elas.
Por isso é tão importante instaurar um padrão mental de positividade, de es-
perança e, principalmente, de ação. Este é um momento de você se preparar 
para a retomada.
anticrise | 7 passos para não deixar o medo te paralisar!
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Ferramenta
30 características “Eu Sou”
Nesta ferramenta, você deve listar 30 características positivas suas sempre 
começando com a frase “Eu sou (...)”. Leia ao menos uma vez por dia toda a 
lista e repita o exercício semanalmente, acrescentando 30 novas característi-
cas a cada 7 dias. 
1. Eu sou _________________________________________________________
2. Eu sou _________________________________________________________
3. Eu sou _________________________________________________________
4. Eu sou _________________________________________________________
5. Eu sou _________________________________________________________
6. Eu sou _________________________________________________________
7. Eu sou _________________________________________________________
8. Eu sou _________________________________________________________
9. Eu sou _________________________________________________________
10. Eu sou _________________________________________________________
11. Eu sou _________________________________________________________
12. Eu sou _________________________________________________________
13. Eu sou _________________________________________________________
14. Eu sou _________________________________________________________
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15. Eu sou _________________________________________________________
16. Eu sou _________________________________________________________
17. Eu sou _________________________________________________________
18. Eu sou _________________________________________________________
19. Eu sou _________________________________________________________
20. Eu sou _________________________________________________________
21. Eu sou _________________________________________________________
22. Eu sou _________________________________________________________
23. Eu sou _________________________________________________________
24. Eu sou _________________________________________________________
25. Eu sou _________________________________________________________
26. Eu sou _________________________________________________________
27. Eu sou _________________________________________________________
28. Eu sou _________________________________________________________
29. Eu sou _________________________________________________________
30. Eu sou _________________________________________________________
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Capítulo 2 
Contexto de crise: desafios e oportunidades
Não dá para falar de crise e não falarmos do momento 
que o Brasil e o mundo estão passando com a pan-
demia de um novo tipo de coronavírus que demandou 
quarentena e isolamento social. As pessoas saíram das 
ruas, as lojas baixaram suas portas e os parques foram 
fechados. De lá para cá, o que era uma necessidade em 
prol da saúde se tornou uma crise econômica e social 
e que segue preocupando milhares de empresários e 
profissionais como você.
Um levantamento do SEBRAE, realizado em maio, apontou que pelo menos 
600 mil micro e pequenas empresas encerrariam suas atividades durante a 
pandemia. As vidas por trás desses CNPJ’s não estavam preparadas para uma 
mudança tão drástica e tão rápida neste cenário e aí, prevalece o desespero 
sobre como será o futuro. 
É um campo de incertezas e medo. O país também perdeu sua força de consumo 
com mais de 9 milhões de trabalhadores demitidos nesse período, e o Banco 
Mundial prevê uma queda de 8% no PIB brasileiro em 2020. 
Como você enxerga estes números? E quais as oportunidades que podem ser 
observadas para a sua construção pessoal e profissional neste cenário?
Quando nos deparamos com tantos indicadores desfavoráveis, o importante 
é enxergar o copo meio cheio, ao invés de meio vazio. Diante do imprevisível, 
há um percentual de responsabilidade que precisa ser abraçado para seguir 
em frente. Como em uma viagem, onde você precisa retornar o caminho que 
já percorreu para rever as orientações na placa e repensar suas rotas.
O ambiente hostil pode ser encarado como uma mola que vai te ajudar a criar 
oportunidades e não te paralisar na espera de que elas caiam na sua frente, 
pelo menos 600 mil 
micro e pequenas 
empresas encerrariam 
suas atividades 
durante a pandemia.
Sebrae
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como mágica. Entenda que há solução para cada problema que se instala e tal 
solução pode estar bem diante seus olhos, mas disfarçada. 
Mesmo que o medo paralisante te lembre da possibilidade do fracasso, as 
derrotas também são bem-vindas. É o que Napoleon Hill, no livro “Mais esper-
to que o Diabo”, chama de “benção disfarçada”. Ele explica que, para cada 
adversidade causada pelas suas derrotas, há um “benefício correspondente” 
que indica um caminho de sucesso. 
Às vezes, não dá para enxergar com clareza mas, acredite, está lá!
Solo fértil
É preciso criar um ambiente fértil para que as dificuldades te inspirem 
oportunidades, afinal, nenhuma planta cresce sem um bom adubo. Aqui, é 
preciso encarar as mudanças que estão acontecendo ao seu redor, como 
adubo para fertilizar sua terra. 
Mas, sinceramente com você encara mudanças? Nos 
primeiros dias de um emprego novo, tudo é desconfor-
tável e desafiador, mas há um certo desejo de supera-
ção que se instala, quase como um desafio que te atrai. 
Então, se entregue às possibilidades e corra riscos! 
Atravessar um rio com uma forte correnteza pode ser algo difícil e arriscado, 
porém, com a segurança de uma corda, é possível se aventurar e avançar na tra-
vessia. Esse é o conceito de assimetria defendido por Nassim Nicholas Taleb, em 
Antifrágil. Na obra, o autor explica que o equilíbrio não está em se arriscar mais 
onde se sente seguro e menos onde é inseguro. Pelo contrário, ele diz que é a 
assimetria que proporciona equilíbrio, pois aquilo que lhe confere segurança, ser-
virá como âncora para que você possa se arriscar onde tem menos segurança.
É o caso da antiga Blockbuster, se lembra dela? A empresa já esteve na lide-
rança do ramo de aluguéis de DVD’s nos anos 2000. Entretanto, com a explo-
É preciso criar um 
ambiente fértil para 
que as dificuldades te 
inspirem oportunidades.
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são da internet e o surgimento das plataformas de streaming, a marca faliu. 
Mas a pergunta é: qual foi o risco que a empresa não correu? 
Em 2000, a Netflix, que também operava no segmento de aluguel de DVD’s, 
foi oferecida à Blockbuster por US$ 50 milhões. A oferta rejeitada pelo CEO da 
gigante das locações por “não acreditar no poder da internet”. Hoje, a Netflix 
vale mais de US$ 180 bilhões.
Obviamente, ninguém tem bola de cristal, portanto, aqui vale a tentativa e o erro. 
Invista naquilo que tira você da sua zona de segurança e, se não dercerto, tente 
de novo! Nassim Taleb também defende que essa experiência (ou empirismo 
como ele chama), se trata de tentativa e erro. Ele afirma que esse processo 
precisa acontecer e será fundamental para que as oportunidades surjam.
Não reinvente a roda
Não tem solução mirabolante para a realidade de uma crise. As oportunidades 
podem estar muito próximas e, quem sabe, a crise seja a própria solução. Ana-
lise o caso do James Delivery, aplicativo de entregas do Grupo Pão de Açúcar 
(GPA), que registrou crescimento de 800% no primeiro trimestre de 2020, em 
comparação com 2019. E mais: conseguiu aumentar em 130% o ticket médio 
no mesmo período. 
Carlos Domingos, em “Oportunidades Disfarçadas”, explica justamente essa 
possibilidade, defendendo que os negócios podem prosperar “apesar da cri-
se, e por causa dela”. 
Soluções que caminham na contramão do que o mercado tem feito, também 
podem ser uma boa alternativa. Com por exemplo em diversos setores da 
economia que foram impedidos de seguir com suas atividades, seja para evitar 
aglomeração ou por não se enquadrarem como essenciais na pandemia do 
Coronavirus (COVID-19). Qual é a oportunidade que brota nesse vazio? Já se 
fez essa pergunta?
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Em um exemplo apresentado por Carlos Domingos em seu livro, diz que “ace-
lerar enquanto os outros freiam, pode ser uma boa opção”. Ele cita o caso do 
ataque às Torres Gêmeas nos Estados Unidos em 11 de setembro, aconteci-
mento que gerou a maior crise da história no setor de aviação. Sem passagei-
ros, por conta do medo de novos ataques, o setor promoveu demissões em 
massa e rapidamente encolheu. 
Foi então que a Gol Linhas Aéreas, empresa brasileira, optou por medidas mui-
to diferentes das suas concorrentes: aumentou investimentos, negociou bons 
contratos com fabricantes de aeronaves, fez aquisições de equipamentos por 
preços mais atrativos e se preparou para o pós-crise. Nos anos seguintes, o 
crescimento apresentado pela companhia foi surpreendente. 
É em busca desse resultado que seus esforços precisam ser concentrados.
Se você não consegue enxergar as oportunidades que surgem em meio à crise, 
é necessário ampliar seu campo de visão, olhar mais distante. Entenda: a gali-
nha cisca tudo que vê pela frente, com a cabeça abaixada e focada apenas no 
que está próximo a ela. Enquanto isso, a águia, com olhar frontal, mira sua presa 
a 2 quilômetros de distância. Quem é você e o que você quer ser nesse cenário? 
2.1 Seu comportamento molda seus resultados
O seu comportamento diante de qualquer crise pode te ajudar a moldar os 
resultados pelos quais você tem batalhado. Quando você olha pela janela do 
seu quarto, pelo canto direito, o que você vê? Agora, olhe pelo canto esquerdo 
e responda: a paisagem de ambos os lados é igual? A paisagem continua ali, 
estática, mas sabe o que mudou? Você! 
A ideia aqui é te apresentar o entendimento de que não é o ambiente de crise 
que define você, mas a maneira com que você encara e se comporta diante 
dela. Note que restaurantes e empresas do ramo alimentício precisaram se 
moldar para continuar oferecendo refeições via delivery, e sobreviver à crise 
da pandemia COVID-19.
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Anthony Robbins, autor do best-seller “Poder sem limites”, aborda essa questão ao 
explicar a Programação Neurolínguistica (PNL). Ele explica que, por meio da PNL, 
é possível dirigir o cérebro de uma forma favorável para atingir, frequentemente, os 
resultados que deseja - alcançando o que o autor chama de “resultado optimum”. 
Ou seja, se alguém consegue resultados positivos em reuniões de apresenta-
ções de projetos financeiros, por exemplo, é possível “copiar” esta programa-
ção e conduzir o seu sistema nervoso para se comportar da mesma maneira 
em outras situações. Esse processo é chamado de modelagem.
Apesar de tudo isso, seu cérebro não vai funcionar sozinho. Você precisa ter 
convicção de que vai conseguir atingir seus objetivos. Pergunta: a sua auto-
confiança é suficiente para continuar enxergando as oportunidades? Mesmo 
em meio ao caos? Se você não está adequadamente pronto, dificilmente terá 
convicção para percorrer essa estrada. As decisões que você toma ao longo 
da sua jornada, também caracterizam um tipo de aprendizado que te ajuda a 
ter uma visão mais clara das alternativas e possibilidades mais adequadas. 
Veja o caso da Apple, citada por Carlos Domingos como exemplo de convicção e 
obstinação. O fundador da marca, Steve Jobs, foi demitido da empresa em 1985, 
após desentendimentos com o CEO que ele mesmo havia contratado. Desilu-
dido, Jobs vendeu suas ações (menos uma), se recompôs e voltou ao mercado 
com a criação de outra empresa, a NeXT Computers. A nova marca lançou um 
dos computadores mais revolucionários do mercado, cresceu, e em 1990 foi ad-
quirida pela Apple - que passava por problemas financeiros. Steve Jobs retornou 
à companhia em 1997 e lançou grandes sucessos a partir daí: iPod, iPhone, iPad.
Contudo, é importante lembrar: não deposite suas fichas em uma única 
solução! 
Tenha várias opções para cenários variados. Muitas em-
presas estão superando as dificuldades adotando esta 
estratégia. Em “Antifrágil”, Nassim Taleb alerta que é 
preciso abrir seu leque de opções e ter mais “opcionali-
dade” diante dos cenários adversos.
Na Febracis, desde o 
começo do isolamento por 
COVID-19, o crescimento 
foi de 22% graças aos 
cursos à distância que 
a empresa já possuía.
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Na Febracis, desde o começo do isolamento por COVID-19, o crescimento foi 
de 22% graças à adaptação dos cursos para a modalidade à distância. Isso só 
foi possível porque a empresa acreditou em opções além dos cursos presen-
ciais, teve variações de formatos. Saiba que, antes da pandemia, os produtos 
digitais representavam apenas 12% da receita. Foi neste mesmo período que 
o Google registrou aumento de 130% nas buscas por cursos online. Essa foi a 
oportunidade que a Febracis observou para, apesar da crise, seguir alcançando 
seus objetivos. Minha pergunta é: você está esperando o que para se reinventar?
2.2 Cases: as empresas, onde estão nisso tudo? 
Para superar uma crise, é preciso entendê-la como um momento temporário ou 
uma oportunidade disfarçada que lhe servirá para aprimorar sua capacidade 
criativa e suas habilidades. Triunfar na adversidade é possível, pois ela surge 
para despertar nosso olhar para as oportunidades, mas são poucas pessoas 
que conseguem superar estes períodos difíceis. 
É necessário ter muita convicção para prosperar, ganhar dinheiro e desen-
volver-se nas crises. É preciso ter em mente que não são as circunstâncias 
que nos definem e, sim, a maneira como nos comportamos diante delas. Há 
sempre uma oportunidade, mesmo para empresas. 
Aliás, muitas companhias de sucesso de hoje foram criadas em momentos 
adversos. Um exemplo inspirador é o jogo de tabuleiro Monopoly, mais co-
nhecido no Brasil como “Banco Imobiliário”. Ele nasceu no meio de uma das 
maiores crises econômicas que o mundo viveu, a Grande Depressão originada 
com a quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque, ocorrida em 1929. 
Na ocasião, a crise fez muitas empresas fecharem as portas, mesmo aque-
las que sobreviveram precisaram reduzir suas operações, levando mais de 12 
milhões de norte-americanos a perderem seus empregos. Entre eles estava o 
engenheiro Charles Darrow, morador dos arredores da Pensilvânia. 
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Sem nada para fazer, ele ficava em casa, tentando distrair os filhos contando 
histórias e criando brincadeiras. Certo dia, resolveu ensinar aos pequenos um 
jogo quehavia conhecido no trabalho e que simulava a negociação de imóveis 
por valores fictícios. Charles desenhou na toalha de mesa uma cidadezinha 
com casas e prédios parecidos que as construções da vizinhança. Para facili-
tar, ele mesmo estabeleceu as regras e começou a diversão. 
Primeiro foram os filhos, depois os vizinhos e amigos. Em efeito cascata, todos 
ficaram contagiados pelo jogo. Não demorou para Charles vislumbrar naquele 
passatempo para os momentos difíceis, a solução que buscava para resolver 
os problemas econômicos da família. O termômetro que ele usou era o interes-
se dos adultos e das crianças diante do jogo. 
Foi então que Charles resolveu procurar o principal fabricante de jogos da 
região, a Parker Brothers. Ele foi recebido pelos diretores da companhia que 
não se animaram em investir no negócio. O motivo era o jogo ser lento e com 
regras complicadas e isso poderia não refletir em sucesso de venda. 
Convicto de sua invenção, o engenheiro resolveu produzir ele mesmo as pri-
meiras unidades. Para isso, reuniu familiares e amigos desempregados e ini-
ciou a produção. O primeiro lote foi de cinco mil unidades, negociadas para 
uma loja de departamentos local. 
Os primeiros clientes foram os vizinhos de Charles que conheciam a novidade. 
Logo todo o estoque foi consumido, garantindo ao engenheiro a continuidade 
da fábrica. Impulsionado pela propaganda de boca em boca. Desta forma, o 
Monopoly virou a sensação da região e voltou a chamar a atenção dos execu-
tivos da Parker Brothers. 
Em uma nova reunião, os diretores elogiaram o jogo e propuseram a produção 
industrial. Em pouco tempo o Monopoly ganhou o mundo e transformou Char-
les no primeiro criador de jogos milionário da história. Provando que mentes 
criativas conseguem vencer a adversidade, enxergando, mesmo nos piores 
momentos uma grande oportunidade. 
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Ao completar 90 anos de existência em 2020, o Monopoly ganhou nova edi-
ção, com a figura do banqueiro sendo substituída por um dispositivo inteli-
gente ativado por voz e que faz todas as transações financeiras do jogo. Isso 
mesmo, agora a Inteligência Artificial (IA) está fazendo parte da diversão criada 
por Charles em plena crise financeira dos anos de 1930 nos Estados Unidos. 
Muitas vezes é a crise impulsiona um negócio ou se transforma na ocasião ideal 
para lançamento de um novo empreendimento. Para o editor do The New You-
rker, James Surowiecki, quando o cenário econômico está bom surgem mais 
empresas, há mais crédito e o volume de venda é maior. Porém, é mais difícil 
manter o crescimento sustentável do negócio, pois a concorrência é acirrada. 
Com a economia aquecida o que alguns estudiosos chamam de “efeito mana-
da” e, ao menor sinal de dificuldades, os empresários recuam. Mais uma vez, 
todos juntos. No mundo dos negócios, como na nossa vida, ao menor sinal de 
adversidade, as empresas congelam ou recuam. A crise gera impotência e se 
a empresa ou a pessoa achar que fracassará, acredite, isso irá acontecer. 
São poucas as empresas que conseguem tirar proveito de uma crise e crescer. 
Mais recentemente, outra crise mundial impactou nos hábitos das pessoas, 
fazendo surgir novos negócios. Foi em 2008, quando muitos passaram a re-
pensar o consumo por conta da recessão global. Desta vez, a tecnologia e 
as redes sociais deram novo sentido para o termo compartilhar, que deixou o 
mundo virtual e se transformou em negócio real e inovador. 
Para baratear serviços de hospedagem, Brian Chesky, Joe Gebbia e Nathan 
Blecharczyk criaram naquele ano o Airbnb, em São Francisco (Estados Uni-
dos). O negócio começou quando os três jovens estavam sem dinheiro para 
pagar o aluguel do apartamento onde moravam e em busca de uma ideia para 
iniciar um empreendimento e sair da crise na qual viviam. Como ia acontecer 
uma conferência de designers na cidade, lotando os hotéis da região, eles 
decidiram alugar espaços do apartamento, inclusive um colchão inflável.
Foi assim que eles desenvolveram a primeira versão do site de hospedagens 
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e alugaram os colchões para uma mulher de meia idade, um indiano e um pai 
de família. O trio formava o mais improvável público que eles podiam imaginar. 
Hoje a startup é avaliada em mais de 31 bilhões de dólares e se tornou a maior 
plataforma de economia compartilhada no mundo. 
Outra empresa que surgiu no pós-crise de 2008 foi a Uber. Nos Estados Unidos 
e em boa parte dos países da Europa a economia enfrentava um estágio lento 
de recuperação, fazendo seus cidadãos buscarem alternativas para comple-
mentar a renda. Foi então que Travis Kalanick e Garrett Camp, após terem difi-
culdade para pegar um táxi em Paris, tiveram a ideia de criar o serviço facilitar 
o acesso ao transporte. 
Inicialmente, contava apenas com carros de luxo, mas o negócio cresceu, am-
pliou a oferta e hoje se tornou uma opção de renda para muitos brasileiros em 
meio à crise de empregos. Seu valor de mercado chegou a 82,4 bilhões de 
dólares, em 2019. 
2.3 Como se desenvolver em meio à crise?
Se uma crise é uma oportunidade para uma empresa ser criada ou melhorar o 
desempenho, também pode ser replicada esta análise para uma pessoa: VOCÊ. 
Então, a chave para se desenvolver mesmo em meio à crise 
é através da autorresponsabilidade. Assim, mesmo diante de 
uma situação inesperada como a crise externa, a alternativa 
para a superação e para deixar de ser frágil é assumir o con-
trole e buscar a solução de maneira interna e não externa.
Ou, segundo o autor libanês Nassim Nicholas Taleb, ser antifrágil, que acredita 
que é um engano achar que o oposto de fragilidade é robustez ou resistência, 
uma vez que a principal característica de quem é Antifrágil é ser capaz de 
suportar situações extremas sem se alterar. Para o autor, ao buscar apenas 
essas duas características, uma pessoa não melhora o caos, ao contrário, ela 
se mantém no estado. 
assumir o controle 
e buscar a solução 
de maneira interna 
e não externa
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Porém, se o indivíduo decide seguir pelo caminho que ele chama de antifrágil, 
também encontrará obstáculos, mas eles servirão como ferramenta de apri-
moramento pessoal. Para o escritor deste livro Antifrágil, se alguém realmente 
deseja crescer pessoal e profissionalmente, não deve evitar o caos. Afinal fugir 
de mudanças ou se proteger de ataques pode parecer seguro, mas não é a 
melhor opção para o desenvolvimento.
Assim recomenda ainda que cada um analise suas fraquezas e passe a enfren-
tá-las. Se uma companhia área é antifrágil, ela melhora após cada acidente 
aéreo. Parece uma constatação no mínimo estranha, mas depois de acidentes 
com aviões os protocolos de segurança são revisados, assim como equipa-
mentos e as aeronaves, tornando a operação ainda mais segura. 
Outro exemplo de antifrágil, é a natureza. Afinal, algumas florestas se beneficiam 
de pequenas queimadas, pois assim, há redução de material inflamável que pode 
causar um incêndio maior e que, muito provavelmente, será mais difícil de controlar. 
Diante disso, correr riscos menores é uma maneira de superar o caos. 
O enfrentamento de uma situação difícil é a oportunidade, não apenas isso, é 
uma maneira de autorreponsabilização que o indivíduo faz de sua própria vida. 
Este conceito foi desenvolvido por Paulo Vieira, e ele aponta que a autorres-
ponsabilidade é a capacidade racional e emocional de trazer para si toda a 
responsabilidade por tudo o que acontece em sua vida, por mais inexplicável 
que seja, por mais que pareça estar fora do seu controle e das suas mãos.
Cada pessoa, mesmo em um cenário de crise, é responsável pela vida que 
tem levado, uma vez que está nas suas mãos mudar asua realidade, mesmo 
diante do caos. Sendo assim, com atitudes autorresponsavél, eu assumo que 
por ação ou omissão, vou colher os resultados que mereço. E se você busca 
o autodesenvolvimento e torna-se empoderado é capaz de mudar o que deve 
ser mudado para seguir na direção de seus objetivos conscientes. 
Entendendo que todas as suas mudanças que se busca conquistas se iniciam 
após assimilar e passar a viver de acordo com o conceito da autorrespon-
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sabilidade. Assim, se uma pessoa acredita ser a única responsável pela vida 
que tem levado, cabe a ela então construir seus comportamentos a partir dos 
acontecimentos de sua vida. 
Esta maneira de pensar é uma das melhores formas de avaliar e desenvolver o 
nível de maturidade emocional e, consequentemente, aumentar a capacidade de 
realização. Assim, é a certeza de possuir uma crença que valida todas as outras 
crenças fortalecedoras que uma pessoa tem. Isso garante que a pessoa não ape-
nas tenha ideia, mas também a força de agir para construir uma vida feliz e plena.
Ferramenta 
Seis leis para a conquista da
autorresponsabilidade
São seis práticas que devem ser transformadas em hábitos diários. Elas pro-
movem mudanças perceptíveis para você e os outros. É uma nova pessoa 
surgindo, assim como novas oportunidades e possibilidades batendo à porta.
1. Se for criticar as pessoas… cale-se.
2. Se for reclamar das circunstâncias… dê sugestão.
3. Se for buscar culpados… busque a solução.
4. Se for se fazer de vítima… faça-se de vencedor.
5. Se for justificar seus erros… aprenda com eles.
6. Se for julgar alguém… julgue a atitude dessa pessoa.
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Capítulo 3
O fator superação
Existe uma relação direta entre fracasso e sucesso. Na verdade, o mundo tem 
esse equilíbrio entre coisas boas e ruins e aceite que isso é bom para o seu de-
senvolvimento. Isso significa que o fracasso precisa fazer 
parte da sua jornada. É claro que não há uma defesa para 
que o fracasso seja uma opção, mas é preciso aprender 
com o sucesso, mas também, com seus fracassos. Nin-
guém é só sucesso ou só fracasso!
Certa vez uma de minhas lideradas disse: “Eu acho que eu nunca vou ser tão 
boa quanto você na tomada de decisão.” Foi então que eu afirmei: “Sabe o 
que me fez chegar até aqui? Os meus erros e fracassos! Foram eles que me 
fizeram aprender a fazer melhor. Portanto, a única coisa que nos faz ser dife-
rente hoje, é que eu já errei muito mais que você. Certamente, você fará o seu 
caminho, mas apenas se aprender com cada erro”.
Quando alguém te observa na rua e visualiza seu sucesso profissional e pessoal, 
ninguém enxerga os trilhos que te levaram até este estágio e nem os fracassos 
que compuseram essa versão vitoriosa. Outro ponto: nem sempre aquilo que se 
avalia como sucesso em alguém, significa que aquilo é de fato sucesso para ela. 
Quando comentam sobre o carro novo do chefe, muitas pessoas 
julgam aquilo como um indicador de sucesso na carreira, mas 
esse pode ser um julgamento equivocado. Analise outras hipóte-
ses: talvez a família tenha aumentado, esteja viajando mais, tenha 
sido um negócio vantajoso e inúmeras outras possibilidades. O 
conceito de sucesso é pessoal e depende do que cada um en-
tende como conquista para a própria vida.
Costumo dizer que os parâmetros de sucesso são tão individuais que cada 
um tem os seus e, por isso, digo: questione-se o que é ser bem-sucedido para 
você! Tome um tempo para pensar sobre isso e liste a seguir pelo menos 7 
pontos de sucesso e de fracasso de acordo com a sua avaliação. 
o fracasso precisa 
fazer parte da sua 
jornada, ele te ensina 
tanto quanto o sucesso.
nem sempre o que 
é sucesso pro 
outro, é sucesso 
para você também!
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Sucesso
1
2
3
4
5
6
7
Fracasso
1
2
3
4
5
6
7
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41
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Entender o fracasso como um aprendizado é fundamental para superar seus 
medos. É o que Daniel Goleman chama de reaprendizado emocional. Ele ex-
plica que o trauma causado pelas lembranças negativas acaba fixando pontos 
no cérebro que interferem na capacidade de resposta a estes traumas. Isso 
explica muita coisa, como o medo de uma entrevista de emprego ou mesmo 
de aceitar um novo desafio profissional. Esse medo é chamado, na psicologia, 
de “medo condicionado” e ele aparece mesmo que a situação não apresen-
te risco algum. Aceitando o fracasso, você aceita ser vulnerável e isso é um 
passo difícil, mas importante. Quando você aprende a andar de bicicleta leva 
um tombo e outro, se machuca, mas continua assumindo corajosamente a 
decisão de persistir. 
A escritora Bené Brown diz que se entregar a uma vida 
corajosa implica em necessariamente levar tombos e 
será neste momento que você vai precisar do apoio das 
pessoas que te enxergam como você realmente é e te 
amam mesmo assim. Esse degrau eleva sua capacidade 
de aceitação e, por consequência, te mostra que é pos-
sível recomeçar.
Aceite sua vulnerabilidade
Homem ou mulher de aço só existem na ficção. Já entendemos que não há 
sucesso sem fracasso. Se despir das suas armaduras pode te ajudar a ter uma 
melhor consciência de si e dos outros. É comum escolher caminhos errados 
para agradar a outros ou para ser aceito em algum grupo. Ser vulnerável vai 
pelo sentido oposto e, longe de ser algo negativo, te permite experimentar, 
inventar e criar sem essas amarras e com mais amor.
Veja o exemplo de Steve Jobs que mencionamos no capítulo anterior. Ele só 
conseguiu criar o computador mais revolucionário do mundo quando saiu da 
Apple e abriu uma nova empresa do zero. Porque a inventividade é doce, ela 
aguça a imaginação e te permite olhar para os lados sem a repressão do jul-
Vulnerabilidade eleva sua 
capacidade de aceitação 
e, por consequência, 
te mostra que é 
possível recomeçar.
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gamento do outro. Justamente por isso a vulnerabilidade pode te ajudar a 
superar a crise com uma nova oportunidade.
É importante alertar que ser vulnerável não é ser vitimizado. Ficar com pena 
de si mesmo, pode despertar a autocomiseração o desejo inconsciente de ter 
a piedade das pessoas. O que pode lhe trazer o personagem da vítima sofre-
dora que é o oposto do herói aprendiz. Também é diferente de se acomodar, 
apenas reconhecendo a sua vulnerabilidade, sem tentar mudá-la. Assumir as 
vulnerabilidades é o primeiro passo para aprender e buscar novos caminhos. 
Quando me refiro a novos caminhos e sobre o entendimento que, aquilo que eu 
e você percorremos, nos trouxe até aqui. E que são novos aprendizados que 
vão nos levar adiante. E por isso, a consciência de que é necessário persistir 
para a superação de qualquer crise ou desafio da vida. Contudo, persistência é 
diferente de insistência. Persistir, demostra a constância de quem busca novas 
formas de realizar e consequentemente novos aprendizados. Insistir é fazer 
novamente as mesmas coisas, sem nenhum aprendizado. Por exemplo: se 
você vive caindo da bicicleta e continua tentando as mesmas estratégias para 
aprender a pedalar, suas oportunidades vão diminuir e o medo vai aumentar. 
Tenha consciência de que é preciso perder a segurança, tentando novas pos-
sibilidades, que podem gerar fracassos e consequentemente aprendizados até 
que você atinja seus objetivos. 
Em “Desperte seu gigante interior”, Anthony Robbins explica que é necessário 
ter disposição paraperder a segurança, ou seja, sair da zona de conforto exige 
ter atitude. Conquistar algo que é valioso para a sua vida (e que te traga aquele 
sentido de sucesso) vai exigir que você enfrente a programação básica do seu 
sistema nervoso, saindo do conforto e da segurança dos aprendizados atuais, 
para conquistar novos aprendizados através dos erros ou dos acertos.
Caso você decida mudar de carreira porque entende que isso é muito impor-
tante para o seu futuro, você vai precisar enfrentar o medo de ficar sem empre-
go, sem dinheiro e de não conseguir pagar as suas contas. Mas veja, o medo 
é imaginário e você pode transformar esse medo em poder – quando entender 
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que o novo traz novas formas de fazer e para quem tem atitude e não desiste 
(persistência), nunca irá fracassar. Irá tentar novos caminhos até alcançar.
Ressignificar o sucesso passa por não alimentar seus medos. O sofrimento por 
temer o fracasso não está no fracasso em si, mas na avaliação que você faz 
a respeito disso. Quando entende que fracassar é aprender o que não fazer e 
descobrir uma nova maneira de agir. Tudo muda, não é mesmo. 
Geralmente, a nossa avaliação de fracasso está ligada ao que o outro pensa, 
acha e aprova. Então o medo de fracassar não está atrelado a não atingir o 
objetivo, mas sim ao que o outro vai pensar de mim. Esta é a maior limitação 
do aprendizado, porque o não querer errar e consequentemente assumir a 
vulnerabilidade, está ligado a necessidade de ser aceito e amado. Isso afeta a 
sua autoestima e reinicia aquele ciclo miserável que limita a capacidade de se 
arriscar – gerando medo!
Se o seu ponto de vista é fundamental para reconhecer seu potencial, então é 
possível assumir posicionamentos que contribuam para que os seus resultados 
sejam bem-sucedidos. Anthony Robbins defende que existem sete crenças 
que favorecem esse pensamento: 
1. tudo acontece por um razão e fim e isso é útil para você; 
2. não há fracasso, mas sim resultados e aprendizados; 
3. qualquer coisa que aconteça, assuma sua responsabilidade; 
4. não é preciso entender tudo para ser capaz de usar tudo; 
5. as pessoas são o seu maior recurso; 
6. trabalho é prazer; e por último, 
7. não há sucesso permanente sem confiança. 
Sendo assim, tudo começa na maneira como você vê os desafios e crises da 
sua vida. Aprender com o erro, olhar para o novo e para a crise como uma 
oportunidade é um midset de sucesso.
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3.1 Mentalidade positiva
Uma vez que você percebe que é a única pessoa responsável pela vida que 
tem, a busca pela transformação começa. Um dos passos mais importantes 
nesta jornada é alterar seu padrão de emoção e comportamento. Em uma lin-
guagem popular, é preciso virar a chave e trocar o pessimismo pelo otimismo.
Essa atitude é vital para o sucesso pessoal. Se você foca apenas na crise, irá 
mergulhar profundamente nesta situação. A imagem mental, positiva ou nega-
tiva, vista repetidamente ou sobre forte impacto emocional, tende a ser tornar 
uma verdade sináptica, ou seja, uma programação mental. Isso quer dizer que 
os registros neurais produzidos com o ensaio mental gerarão mudanças con-
cretas dentro e fora da pessoa.
No capítulo anterior, contamos as histórias de empresas de sucesso que sur-
giram em meio a cenários turbulentos da economia. Imagine se seus criadores 
tivessem se concentrado apenas na falta de emprego, nas questões financei-
ras que estavam passando? Será que estas empresas teriam existido?
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A questão é que eles ampliaram o olhar, tiraram o foco do problema e bus-
caram soluções. Isso não é fácil, mas a boa notícia, é possível virar a chave. 
Para ter uma mentalidade positiva você precisa se dedicar continuamente à 
mudança de padrão. Assim, vai mudar não só a si mesmo, mas tudo ao redor. 
Quando se vive em um estado de positividade, a sensação que temos é de 
estarmos plenos de recursos e que tudo está ao alcance. Essa energia cer-
tamente irá contagiar a todos. Sabe quando alguém começa a sorrir do seu 
lado? Repare que, mesmo sem entender o motivo, as pessoas à sua volta 
começam a se alegrar também. 
À primeira vista, isso não é fácil, pois o próprio ambiente ao redor da pessoa 
desmotiva. Inclusive, não faltarão sugestões externas de que a mudança que 
você escolheu fazer não será possível. Ou até mesmo seus pensamentos cria-
rão diálogos internos, estabelecendo barreiras para a instalação de uma men-
talidade positiva. Isso mesmo. Nosso cérebro é poderoso e vai tentar blindar as 
mudanças que geram mais trabalho para ele. Afinal, ele já tem um programa, o 
que você está fazendo é mudar o programa do seu computador. O que exige 
muita energia no início.
Novamente é preciso lembrar da responsabilidade que cada um tem em rela-
ção a própria vida. Reconhecer a autossabotagem é o primeiro passo, e o mais 
eficaz, para construir um novo padrão de pensamento. Recursos não faltam 
para trabalhar os pensamentos e conquistar uma mente positiva: 
1. Identifique as fontes de pessimismo: veja as origens de ideias negativas 
e compreenda se são convenientes experiências negativas de aprendiza-
dos, ou crenças limitantes herdadas dos seus pais, medo de perdas etc.
2. Combata os pensamentos ruins: toda vez que aparecer um pensamento 
ruim, substitua por três pensamentos bons acerca da mesma circuns-
tância e coloque no lugar.
3. Seja uma pessoa positiva: procure sempre ver o lado bom das coisas 
e sempre voltado para a solução do problema e para o futuro positivo.
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4. Tenha momentos de descontração: estar sempre com o pensamento 
que algo pode não dar certo nos deixam tensos e mexem bastante com 
nossas emoções, não sofra por coisas que ainda não aconteceram.
5. Todos nós vivemos momentos bons e ruins na vida, mas, quando ultra-
passar a normalidade procure a ajuda de um especialista. Pedir ajuda é 
sinal de humildade para aprender.
6. Quando olhar para um problema, veja como oportunidade: afinal, toda 
solução partiu de um problema.
7. Use sua criatividade para criar mentalmente as possibilidades de su-
cesso: quando você canaliza a criatividade para sair do labirinto, fica 
mais fácil não desistir.
Já pensou que os problemas não podem 
ser tão ruins quanto parecem?
No livro “Desperte seu Gigante Interior”, Anthony Robbins explica que a vida é uma 
balança e que as pessoas não podem se recusar a enxergar os problemas que 
encontram pelo caminho, pois se assim o fizerem, vão criar ilusões que também 
podem destruir. É preciso reconhecer a situação, focar uma solução e, prontamen-
te, fazer o que for necessário para eliminar a influência deste problema na sua vida.
Desta forma, ao começar a sentir um padrão negativo, você tem que deixar de lado 
o desespero para começar a romper com este estado. É o que eu chamo visão de 
helicóptero! Uma visão de fora e do alto, que tira a miopia da decisão a ser tomada.
É preciso observar a questão sem entrar em um estado emocional de extrema 
aridez, para evitar o risco de ficar frustrado ou com medo. Uma das dicas de 
Anthony é mudar as palavras que usa para determinar o problema. 
Assim, se o indivíduo se sente “preocupado”, deve-se dizer “eu estou um pouco 
apreensivo”, ou o que está achando “difícil” passa a ser “desafiador”. Observe 
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como o problema deixa de ter peso na vida da pessoa. Não é preciso ignorá-lo, 
mas sim alterar o estado mental e emocional diante da situação para não apenas 
conseguir encontrar a solução,mas também agir com base nelas. Costumamos 
falar, na Febracis, que é preciso adequar as lentes através das quais você enxerga 
o mundo! Ele pode ser cinza ou multicolorido, depende da lente que você utiliza. 
A mudança de padrão é tão poderosa que, ao voltar a observar a situação, ele 
se tornará menor. Sem a opressão do medo, é mais fácil partir para a ação e 
encontrará soluções, tornando-se uma pessoa mais determinada e alegre. 
Para que a mudança do estado emocional ocorrer de modo eficaz, também 
não é preciso focar apenas na solução e passar horas no esforço de alterar seu 
modo de pensar. A transformação acontece de maneira rápida, quando você 
muda o foco para algo aleatoriamente positivo – isso quebra o estado mental do 
problema. Anthony recomenda dois minutos como tempo suficiente para criar 
a mudança, quando quebramos o estado de negatividade com algo aleatório e 
positivo. Por exemplo: percebo que minhas emoções estão negativas quando as 
pessoas começam a falar das mortes por COVID-19 e das taxas de desemprego 
e fome. Isso pode gerar medo e matar os meus objetivos, por isso ao invés de 
buscar a solução de coisas que não estão no meu controle, quebro o estado 
por dois minutos criando a imagem mental de que depois de toda crise o país 
volta a crescer absurdamente (retomada) e crio a imagem mental deste cenário 
conduzindo as pessoas a enxergarem comigo este futuro. São ferramentas que 
o autor nos ensina para conduzir nossas emoções para o alvo positivo.
Qualquer mudança a que você se proponha precisa estar 
ancorada em alvos/objetivos que te auxiliem nesse processo 
de tomada de decisão. Retornando ao exemplo da bicicleta, 
a motivação engaja a ação. Mas precisa ficar claro que o ob-
jeto desta ação não é a bicicleta, é você. É neste campo que 
as mudanças se tornam verdadeiras e consistentes, desde 
que motivadas pelos seus valores mais impulsionadores.
Onde você foca, expande. 
Sabendo disso, o que 
deseja dar foco: 
problema ou solução?
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Neste sentido, toda a tomada de decisão se resume a uma definição do que acre-
ditamos e do que buscamos como motor propulsor do nosso desenvoldimento.
3.2 Tomada de decisão e sistemas cerebrais
Ao mudar nosso padrão mental para positivo, estamos diretamente influen-
ciando nossa tomada de decisão. É sabido que, sob a ótica da neurociência, 
o comportamento humano é guiado por características 
biológicas. Diante disso, alguns autores estimam que 
95% das decisões diárias de uma pessoa são tomadas de 
maneira inconsciente e, é bem provável, que obedecem 
a estímulos instintivos e emocionais, ou seja, surgem em 
áreas primitivas e não conscientes do cérebro.
De acordo com Daniel Kahneman o cérebro humano conta com duas formas de 
pensamento: o Sistema 1, mais rápido e automático; e Sistema 2, que se concen-
tra e toma decisões mais trabalhosas. Assim, quando uma decisão é tomada pelo 
Sistema 1, ela se dá sem esforço e rapidamente, pois se baseia nas impressões 
que a pessoa carrega, ou seja, seus conhecimentos e experiências acumulados. 
Enquanto no Sistema 2 esta operação ocorre de maneira mais lenta, pois é 
acionado quando as situações demandam por maior atenção e consome mais 
energia do cérebro. De maneira prática, o Sistema um é acionado quando uma 
pessoa quer entender o que é um barulho que ouviu de maneira repentina. 
Rapidamente, o cérebro traz a explicação. 
No caso do Sistema 2, ele entra em ação quando, por exemplo a pessoa 
precisa prestar atenção no que uma pessoa está dizendo em uma sala cheia 
de gente ou com barulho ou, ainda, quando é preciso fazer a declaração do 
imposto de renda. Em ambos os casos, a pessoa entra em um estado de 
atenção para a tomada de decisão. 
Porém, para que o processo decisório ocorra, a pessoa precisa escolher entre 
possibilidades ou caminhos diante de muitas possibilidades. Como vivemos 
95% das decisões 
diárias são tomadas de 
maneira inconsciente e 
obedecem a estímulos 
instintivos e emocionais.
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em um mundo complexo e com muitas possibilidades de escolhas, chegar a 
uma decisão é algo complexo e depende de empenho e análise. Mas como 
o córtex pré-frontal do cérebro o torna uma ferramenta poderosa, a pessoa 
consegue planejar, analisar, organizar e, enfim, chegar à tomada de decisão. 
Por que é preciso entender os sistemas cerebrais? Alguns parágrafos antes, 
foi dito que pessoas com mentalidade positiva conquistam mais sucesso e 
transforma sua vida. Logo, neste processo de decisão orientado pelo cérebro, 
se ela carrega uma bagagem formada por personalidade positiva, competên-
cias desenvolvidas, visão de mundo, todo o processo de tomada de decisão 
rápida 1 passa a ser mais exitosa.
Vale lembrar que autoconhecimento é necessário para a pessoa mudar sua forma 
de agir e conquistar autonomia e segurança na tomada de decisão. Ao aprender 
algo, é normal repetir muitas vezes até aquilo fazer parte da nossa lógica. 
Em uma série de artigos intitulada “A Teoria da Mente”, revisado por Tania Mara 
Sperb e Graciela Inchausti de Jou, é proposta uma relação entre casualidade e 
tomada de decisão. Elas defendem que as decisões que tomamos que, por vezes, 
parecem aleatórias, são baseadas em memórias anteriores. Se ainda não possuí-
mos uma memória idêntica à da situação que estamos vivenciando, iremos utilizar 
memórias similares para optar pela resposta mais próxima da ideal para tal situação.
O estudo do cérebro comprova que a integração entre emoções e tomada de 
decisão se conectam por meio de sentimentos gerados no cérebro primitivo 
ou sistema límbico, onde fica o pensamento consciente. Isso explica por que 
as pessoas assumem posturas e movimentos diferentes em situações de es-
tresse ou diante de problemas.
Diante de cenários complexos, se você não tiver assumido uma mentalidade 
positiva, certamente, irá trilhar pelo caminho mais difícil ou sequer dará um 
passo. Se mudar sua maneira de pensar, seu cérebro receberá a mensagem e 
tomará a melhor decisão para sua vida. Neste momento, o que você deve fazer 
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é celebrar, pois quando manda essa mensagem para o cérebro ele entenderá 
que algo bom aconteceu, mesmo quando as coisas estavam difíceis.
Tudo vai depender da lente que você vai usar para olhar as circunstâncias. 
Como crise? Ou como oportunidade? 
3.3 O poder da interrogação
Ao longo da vida, muitas verdades se apresentam e se instalam como forma 
de conhecimento e noção de vida. Por quantas experiências positivas e nega-
tivas você já passou? O processo de desenvolvimento humano depende, em 
grande parte, das habilidades que você aprende ao longo das fases da sua 
vida, tal qual ilustra o famoso ditado “vivendo e aprendendo”. 
Apesar do processo de aprendizagem estar no campo cognitivo, ou seja, den-
tro da racionalidade humana, encontrar respostas claras é uma tarefa muito 
complexa. Quando você se questiona sobre algo, seu repertório de informa-
ções e de conhecimento já te apresenta uma série de possibilidades, cenários 
e resultados. Isso é um risco, pois, com o bombardeio diário de conteúdo, o 
grande volume de “dados” do seu cérebro pode te apresentar alternativas que 
não condizem com o que você realmente precisa. 
Até mesmo na tecnologia esse problema se instala. Veja o exemplo do aplicati-
vo Waze que, por mais de uma vez, conduziu usuários por rotas perigosas que 
terminaram em violência. Não que o software tenha apenas aquela rota para 
seguir, porém, ele a ofereceu como a mais adequada. Um equívoco que pode 
e deve ser corrigido.
O mundo é muito plural e mutante para que você crie verdades absolutas. No 
“Poder da Ação”, Paulo Vieira chama essas verdades absolutas de “muralhas”,

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