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Material Específico – Nutrição – Tomo 3 – CQA/UNIP 1 NUTRIÇÃO MATERIAL INSTRUCIONAL ESPECÍFICO Tomo 3 Material Específico – Nutrição – Tomo 3 – CQA/UNIP 2 CQA/UNIP – Comissão de Qualificação e Avaliação da UNIP NUTRIÇÃO MATERIAL INSTRUCIONAL ESPECÍFICO TOMO 3 Christiane Mazur Doi Doutora em Engenharia Metalúrgica e de Materiais, Mestra em Ciências (Tecnologia Nuclear), Engenheira Química e Licenciada em Matemática, com Aperfeiçoamento em Estatística. Especialização em Língua Portuguesa e Literatura em curso. Professora titular da Universidade Paulista. Hellen Daniela de Sousa Coelho Doutora em Saúde Pública (Nutrição), Mestra em Saúde Pública (Nutrição), Nutricionista e Gastróloga. Professora titular da Universidade Paulista e Coordenadora Auxiliar do Curso de Nutrição. Material instrucional específico, cujo conteúdo integral ou parcial não pode ser reproduzido nem utilizado sem autorização expressa, por escrito, da CQA/UNIP – Comissão de Qualificação e Avaliação da UNIP - UNIVERSIDADE PAULISTA. Material Específico – Nutrição – Tomo 3 – CQA/UNIP 3 Questão 1 Questão 1.1 O nutricionista responsável pela alimentação escolar de um município com importante atividade no setor avícola decidiu incluir ovo, uma vez por semana, no cardápio das escolas. Considerando que o ovo de galinha é amplamente utilizado na alimentação humana e tem boa aceitação entre os escolares, avalie as afirmativas abaixo, referentes ao aspecto nutricional desse alimento. I. A proteína mais abundante na clara é rica em aminoácidos sulfurados, e a da gema é rica em fósforo. II. A gordura do ovo, o colesterol, os carotenos, as xantofilas e a vitamina A estão presentes na gema. III. O ovo é um alimento rico em biotina, avidina e niacina precursora, no organismo, do aminoácido essencial triptofano. IV. O tipo de aminoácidos essenciais, sua quantidade e a relação que mantêm entre si definem a fração proteica do ovo inteiro como sendo de alto valor biológico. V. Algumas enzimas presentes na gema do ovo, como a lisozima, desempenham funções de proteção contra a invasão bacteriana. É correto apenas o que se afirma em A. I, II e IV. B. I, II e V. C. I, III e V. D. II, III e IV. E. III, IV e V. 1. Introdução teórica Composição nutricional do ovo O ovo contém proteínas de alto valor biológico, gorduras, vitaminas, minerais e ácidos graxos insaturados. Ele é considerado fonte de colesterol e de vitaminas do complexo B (colina e biotina), metade de sua gordura é insaturada e pode fazer parte da alimentação saudável, desde que seu consumo seja moderado (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2008). 1Questão 11 – Enade 2010. Material Específico – Nutrição – Tomo 3 – CQA/UNIP 4 Sem considerar a água, a maior parte da constituição da clara do ovo, chamada de albúmen, é proteica. Na clara, as proteínas são: ovoalbumina, conalbumina ou ovotransferrina, ovomucoide, lisozima, ovomucina, avidina, ovoinibidor, ovoglicoproteína, ovoflavoproteína e ovomacroglobulina (COZZOLINO et al, 2008). A gema é constituída por quantidades semelhantes de lipídeos e proteínas e por pequena quantidade de carboidratos. Nela, estão presentes as seguintes proteínas: fosfovitina, lipovitelina e livetina (BOBBIO; BOBBIO, 1995). A colina também é um nutriente que está presente, em elevada concentração, na gema do ovo. Essa substância é importante para a formação dos neurônios, para a produção de novas células e para a reparação das membranas celulares lesadas. Kovacs-Nolan et al (2005) relacionam os compostos do ovo com suas funções biológicas, conforme exposto nos quadros 1A e 1B a seguir. Quadro 1A. Atividades biológicas dos compostos presentes na gema do ovo. G e m a d o o v o Composto Atividade Imunogloblina Y Fosvitina Antiadesiva, antimicrobiana, antibacteriana, antioxidante. A imunogloblina Y e a fosvitina, atuam no aumento da solubilidade do cálcio. Sialil-oligossacarídios e Sialilglicopeptídeos Antiadesiva. Lipídeos Antioxidante. Lipoproteínas e ácidos graxos Antibacteriana. Fosfolipídeos Redutora dos níveis de colesterol. Os fosfolipídeos atuam no desenvolvimento das funções cerebrais. Colesterol Composição de membranas celulares. Fonte. KOVACS-NOLAN et al, 2005 (com adaptações). Quadro 1B. Atividades biológicas dos compostos presentes na clara do ovo. C la ra d o o v o Composto Atividade Ovoalbumina Antibacteriana, anti-hipertensiva e moduladora do sistema imunitário. Ovotransferrina Antimicrobiana, antibacteriana e moduladora do sistema imunitário. Ovomucoide Moduladora do sistema imunitário e inibidora de proteases específicas. O ovomucoide é ligante bioespecífico e atua no transporte de fármacos. Ovomucina Antimicrobiana, inibidora de crescimento de células cancerígenas e antiadesiva. Lisozima Antibacteriana, antiviral, moduladora do sistema imunitário e inibidora do crescimento de células cancerígenas. Ovoinibidor Antiviral e inibidora de proteases. Avidina Antibacteriana. O avidina é ligante bioespecífico e atua no transporte de fármacos. Ovomacroglobulina Inibidora de proteases e antimicrobiana. Cistatina Inibidora de protease, antimicrobiana, antitumoral, imunomoduladora e inibidora da degradação óssea. Fonte. KOVACS-NOLAN et al, 2005 (com adaptações). Material Específico – Nutrição – Tomo 3 – CQA/UNIP 5 2. Indicações bibliográficas • BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Guia alimentar para a população brasileira / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. 2. ed., 1. reimpr. Brasília: Ministério da Saúde, 2014. 156 p. • BOBBIO, P. A.; BOBBIO, F. O. Proteínas. In: Química do Processamento de alimentos. 2. ed. São Paulo: Varela, 1992. • BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Guia alimentar para a população brasileira: promovendo a alimentação saudável. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Brasília: Ministério da Saúde, 2008. • COZZOLLINO, S. M. F; COMINETTI, C.; BORTOLI, M. C. Grupo das carnes e ovos. In: PHILIPPI, S. T. Pirâmide dos alimentos. Fundamentos básicos da nutrição. Org. Philippi, S. T. Barueri: Manole, 2008. • DUNKER, K. L. L.; ALVARENGA, M.; MORIEL, P. Grupo do leite, queijo e iogurte. In: Phillipi, S. T. Pirâmide dos alimentos: fundamentos básicos da Nutrição. Barueri: Manole, 2008. • KOVACS-NOLAN, J.; PHILLIPS, M.; MINE, Y. Advances in the value of eggs and egg components for human health. J. Agric. Food Chem, v.53, p.8421-8431, 2005. Disponível em <http://www.ufjf.br/renato_nunes/files/2010/06/kovac-2005-advances-eggs-in- human-helt.pdf>. Acesso em 15 abr. 2011. • NUZZI, L.; PERONI, M. C. P. Vitaminas. In: GALISA, M. S.; ESPERANÇA, L. M. B.; SÁ, N. G. Nutrição conceitos e aplicações. São Paulo: Makron Books do Brasil, 2008. http://www.ufjf.br/renato_nunes/files/2010/06/kovac-2005-advances-eggs-in-human-helt.pdf http://www.ufjf.br/renato_nunes/files/2010/06/kovac-2005-advances-eggs-in-human-helt.pdf Material Específico – Nutrição – Tomo 3 – CQA/UNIP 6 Questão 2 Questão 2.2 As fibras alimentares presentes na farinha integral dão aos pães maior valor nutritivo, mas alteram suas características, tornando a massa densa, firme e reduzida em volume devido A. ao aumento na formação do glúten e à redução no teor de minerais e gorduras. B. à redução na formação do glúten e à diminuição de sua propriedade de dextrinização. C. à redução na formação do glúten e à diminuição da capacidade de retenção de gases. D. ao aumento na formação do glúten e à diminuição da capacidade espessante.E. à indissolubilidade do glúten e ao enfraquecimento de sua capacidade espessante. 1. Introdução teórica Cereais, amidos, farinhas e farelos Em setembro de 2005, foi publicada a resolução sobre a regulamentação técnica para produtos de cereais, amidos, farinhas e farelos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), que definiu os pães como produtos obtidos da farinha de trigo e ou outras farinhas, adicionados de líquido, resultantes do processo de fermentação ou não e cocção, podendo conter outros ingredientes, desde que não descaracterizem os produtos. Podem apresentar cobertura, recheio, formato e textura diversos (RDC Nº 263, de 22 de setembro de 2005, item 2). Essa resolução revogou a Resolução No 90, de 2000, em que pão era considerado o produto obtido pela cocção, em condições tecnologicamente adequadas, de uma massa fermentada ou não, preparada com farinha de trigo e ou outras farinhas que contenham naturalmente proteínas formadoras de glúten ou adicionadas das mesmas e água, podendo conter outros ingredientes (RDC Nº 90, 2000, item 2. Revogada pela RDC Nº 263, de 22 de setembro de 2005, item 2 ). O amido é um dos principais componentes das farinhas de cereais, que também contêm quantidade significativa de proteínas. A farinha de trigo é um ingrediente básico na preparação de massas, como pães, tortas e bolos (BOBBIO; BOBBIO, 2005). As proteínas do trigo são classificadas em prolaminas (solúveis em de água e álcool) e glutelinas (parcialmente solúveis em água e ácidos fracos diluídos). As gliadinas fazem parte do grupo 2Questão 12 – Enade 2010. Material Específico – Nutrição – Tomo 3 – CQA/UNIP 7 das prolaminas e são responsáveis pela viscosidade da massa. As glutelinas são responsáveis pela elasticidade da massa (SGARBIERI, 1996). Quando a farinha de trigo é misturada com água e com os demais ingredientes necessários para formar a massa, há a hidratação das proteínas gliadinas e glutelinas, formando um complexo proteico denominado glúten. O trigo apresenta proteínas para formar glúten de boa qualidade, eficiente no processo de panificação usual (BOBBIO; BOBBIO, 2005). Quando são adicionados ao glúten outros tipos de proteínas ou fibras, ocorre desequilíbrio entre as duas frações do glúten (gliadina e glutelina), o que altera a viscoelasticidade da massa (ALMEIDA et al, 2010). A panificação envolve a fermentação alcoólica, na qual o açúcar adicionado ou naturalmente presente na farinha de trigo é fermentado por levedo (Saccharomyces cereviseae), produzindo CO2 e álcool. O glúten, um complexo elástico, retém o CO2 e, por esse motivo, a massa de pão cresce e forma alvéolos no produto assado. Assim, os alvéolos são os espaços ocupados anteriormente pelo CO2. A formulação de produtos alimentícios com farinha integral tem aumentado nos últimos anos, a fim de se prepararem alimentos mais nutritivos, por conterem fibras que apresentam propriedades benéficas ao organismo. 2. Indicações bibliográficas • ALMEIDA, E. L.; CHANG, Y. K.; STEEL C. J. Effect of adding different dietary fiber sources on farinographic parameters of wheat flour. Cereal Chemistry, nov/dez., v.87, n.6, p. 566-573, 2010. • ARAÚJO, W. M. C. et al. Alquimia dos alimentos. Brasília: Senac-DF, 2009. • BOBBIO, P. A.; BOBBIO, F. O. Química do processamento dos alimentos. 3. ed. São Paulo: Varela, 2001. • BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária [ANVISA]. Resolução Nº 90, de 18 de outubro de 2000. Dispõe sobre o regulamento técnico para fixação de identidade e qualidade de pão. Disponível em <http://www.anvisa.gov.br/legis/resol/90_00.htm>. Acesso em 18 mar. 2011. • BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária [ANVISA]. Resolução Nº 263, de 22 de setembro de 2005. Dispõe sobre o regulamento técnico para produtos de cereais, amidos, farinhas e farelos. Disponível em http://www.anvisa.gov.br/legis/resol/90_00.htm Material Específico – Nutrição – Tomo 3 – CQA/UNIP 8 <http://www.abima.com.br/dload/13_46_resol_263_05_leg_alim_nac.pdf>. Acesso em 11 mai. 2013. • CAPRILES, V. D.; ARÊAS, J. A. G. Avanços na produção de pães sem glúten: aspectos tecnológicos e nutricionais: [revisão]. Bol. Centro Pesqui. Process. Aliment; 29(1):129-136, jan-jun. 2011. • PHILLIPI, S. T. Nutrição e técnica dietética. 2. ed. Barueri: Manole, 2006. • SGARBIERI, V. C. Proteínas em alimentos proteicos. Propriedades – Degradações – Modificações. São Paulo: Varela, 1996. Material Específico – Nutrição – Tomo 3 – CQA/UNIP 9 Questão 3 Questão 3.3 Suponha que um nutricionista tenha sido designado para desenvolver produto alimentício, caracterizado como pão fortificado, para o tratamento dietético de crianças com intolerância ao glúten. Para a confecção desse produto, a melhor escolha de ingredientes que inclua fontes de nutrientes essenciais e alimentos de melhor digestibilidade proteica é: A. farinha de cevada, como fonte de proteína; óleo de canola, como fonte de ácidos graxos essenciais; amido de milho, como fonte de carboidratos; água e fermento. B. ovos, como fonte animal de proteína; óleo de soja, como fonte de ácidos graxos essenciais; farinha de mandioca, como fonte de carboidratos; água e fermento. C. leite de vaca, como fonte de proteína; óleo de oliva, como fonte de ácidos graxos essenciais; fubá de milho, como fonte de carboidratos; água e fermento. D. farinha de soja, como fonte de proteína; margarina vegetal, como fonte de ácidos graxos essenciais; farinha de milho, como fonte de carboidratos; água e fermento. E. clara de ovo, como fonte de proteína; óleo de milho, como fonte de ácidos graxos essenciais; farinha de trigo integral, como fonte de carboidratos; água e fermento. 1. Introdução teórica Doença celíaca e dermatite herpetiforme A doença celíaca e a dermatite herpetiforme são ocasionadas por intolerância permanente ao glúten, proteína contida em alguns cereais, tais como trigo, centeio, malte, cevada e aveia. Os portadores dessas doenças devem seguir uma dieta isenta de glúten por toda a vida, o que restringe a opção de escolhas alimentares, tendo em vista que a maior parte de pães, bolos, macarrão, bolachas e cervejas contém essa substância entre seus ingredientes. É um desafio desenvolver tipos de preparações isentas de glúten, substituindo alguns ingredientes por farinha de arroz, amido de milho, fubá de milho, farinha de mandioca, polvilho e fécula de batata (CÉSAR et al, 2006). No caso específico de pães, têm-se, entre seus ingredientes, farinha, levedo ou fermento e água. Ainda podem ser adicionados sal, gordura, açúcar, ovos e leite. A escolha do tipo de farinha é importante, pois a função do glúten está ligada ao ato de reter o CO2, 3Questão 13 – Enade 2010. Material Específico – Nutrição – Tomo 3 – CQA/UNIP 10 produzido no processo de fermentação e responsável pela expansão da massa. Dessa forma, no produto a ser desenvolvido sem glúten, é essencial procurar outras técnicas de preparo e outros ingredientes. O pão é considerado uma fonte de carboidrato e pode ser acrescido de ingredientes de fonte proteica, como o ovo (fonte de ovoalbumina) e o leite, ambos denominados proteínas completas ou proteínas de alto valor biológico (FREIBERG et al, 2008). Segundo Colli et al (2002), essa preparação alimentícia pode ser acrescida de nutrientes essenciais, com a adição da colina (presente no ovo), do cálcio (presente no leite) e dos ácidos graxos essenciais, ômega 3 e 6 (presentes nos óleos de soja, girassol e oliva). A ANVISA (1998) define nutriente essencial como toda substância normalmente consumida para o crescimento, desenvolvimento e manutenção da saúdee que não é sintetizada pelo organismo ou é sintetizada, porém em quantidade insuficiente (ANVISA, 1998). O pão é muito consumido por toda a população brasileira, por isso está elencado entre os diversos alimentos a serem fortificados. Segundo a ANVISA, considera-se alimento fortificado/enriquecido ou simplesmente adicionado de nutrientes todo alimento ao qual for adicionado um ou mais nutrientes essenciais contidos naturalmente ou não no alimento, com o objetivo de reforçar o seu valor nutritivo e ou prevenir ou corrigir deficiência(s) demonstrada(s) em um ou mais nutrientes, na alimentação da população ou em grupos específicos da mesma (ANVISA, 1998). O pão apresenta pequena variação per capita no consumo semanal. É possível obter um produto fortificado sem alterações nas características sensoriais finais do produto, com boa aceitabilidade e biodisponibilidade de nutrientes. Esse procedimento apresenta viabilidade econômica, é seguro frente ao risco de ingestão excessiva e garante a estabilidade do produto sob condições-padrão de armazenamento (SOUTO et al, 2008). 2. Indicações bibliográficas • ARAUJO, H. M. C. et al. Doença celíaca, hábitos e práticas alimentares e qualidade de vida. Rev. Nutr., Campinas, v.23, n.3, June 2010. Disponível em <http://www.scielo.br/pdf/rn/v23n3/14.pdf>. Acesso em 14 dez. 2012. http://www.scielo.br/pdf/rn/v23n3/14.pdf Material Específico – Nutrição – Tomo 3 – CQA/UNIP 11 • BATTOCHIO, J. R. et al. Perfil sensorial de pão de forma integral. Ciênc. Tecnol. Aliment. Campinas, v.26, n.2, June 2006. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010120612006000200028&lng=e n&nrm=iso>. Acesso em 04 mai. 2011. • BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância Sanitária. Portaria SVS Nº 31 de 13 de janeiro de 1998. Regulamento técnico para fixação de identidade e qualidade de alimentos adicionados de nutrientes essenciais. Disponível em <http://www.anvisa.gov.br/legis/portarias/31_98.htm>. Acesso em 13 mar. 2012. • CAPRILES, V. D.; ARÊAS, J. A. G. Avanços na produção de pães sem glúten: aspectos tecnológicos e nutricionais: [revisão]. Bol. Centro Pesqui. Process. Aliment; 29(1):129-136, jan-jun. 2011. • CÉSAR, A. S.; GOMES, J. C.; STALIANO, C. D., FANNI, M. L.; BORGES, M. C. Elaboração de pão sem glúten. Ceres. 53(306):150-155, 2006. Disponível em <http://www.ceres.ufv.br/CERES/revistas/V53N306P02206.pdf>. Acesso em 19 abr. 2011. • COLLI, C.; SARDINHA, F.; FILISETTI, T. M. C. C. Alimentos funcionais. In: Guia de Nutrição: nutrição clínica no adulto. Barueri: Manole, 2002. • FREIBERG, C. K.; NUZZO, L.; FERREIRA, R. T. Proteínas. In: GALISA, M. S.; ESPERANÇA, L. M. N.; SÁ, N. G. Nutrição: conceitos e aplicações. São Paulo: Makron Books do Brasil, 2008. • KOTZE, L. M. da S. Celiac disease in Brazilian patients: associations, complications and causes of death. Forty years of clinical experience. Arq. Gastroenterol., São Paulo, v.46, n.4, dez. 2009. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S000428032009000400004&lng=e n&nrm=iso>. Acesso em 18 mar. 2011. • SOUTO, T. S.; BRASIL, A. L. D.; TADDEI, J. A. de A. C. Aceitabilidade de pão fortificado com ferro microencapsulado por crianças de creches das regiões sul e leste da cidade de São Paulo. Rev. Nutr., Campinas, v.21, n.6, Dec. 2008. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S141552732008000600004&lng=e n&nrm=iso>. Acesso em 07 fev. 2012. • STRIGHETA, P. C.; VILELA, M. A. P.; AMARAL, M. P. H.; VILELA, F. M. P.; BERTGES, F. S. A propaganda e a proteção da saúde dos portadores de doença celíaca. HU rev., Juiz de Fora, n.2, p.43-46, jun. 2007. Disponível em <http://www.aps.ufjf.br/index.php/hurevista/article/viewFile/15/10>. Acesso em 11 mar. 2013. http://www.ceres.ufv.br/CERES/revistas/V53N306P02206.pdf http://www.aps.ufjf.br/index.php/hurevista/article/viewFile/15/10) Material Específico – Nutrição – Tomo 3 – CQA/UNIP 12 Questão 4 Questão 4.4 O nutricionista de um programa de alimentação escolar de um município verificou, em entrevista com um grupo de estudante de uma escola pública, um elevado consumo de refrigerantes, salgadinhos, biscoitos recheados e frituras, e um baixo consumo de produtos lácteos, frutas e verduras, o que deixou evidente a necessidade de implementação de estratégias de educação nutricional para o grupo. Na mesma entrevista, foi também constatado que os estudantes não tinham a intenção de mudar seu comportamento alimentar, pois consideravam adequados, práticos e saborosos os alimentos que consumiam com maior frequência. Além disso, não identificavam risco em sua prática alimentar. Considerando o modelo dos estágios de mudança de comportamento e a situação hipotética acima, conclui-se que essas crianças estão no estágio de A. pré-contemplação. B. contemplação. C. preparação. D. manutenção. E. ação. 1. Introdução teórica Teorias de comportamento e planejamento de intervenções educativas em nutrição As teorias de comportamento têm sido consideradas no planejamento de intervenções educativas em nutrição. Essas teorias permitem identificar os tipos de comportamentos dos indivíduos e as possíveis maneiras de alterá-los em busca da incorporação de dietas mais saudáveis no dia a dia. Toral e Slater (2007) advertem que, muitas vezes, as intervenções nutricionais partem do pressuposto de que os indivíduos estejam prontos para a ação (mudança do seu comportamento) e isso nem sempre é verdadeiro, o que implica a ineficácia desses procedimentos. Para compreender melhor o comportamento alimentar, habitualmente, usa-se o modelo transteórico como ferramenta, que permite avaliar quando e como ocorre a mudança do comportamento (BERTOLLIN; VILLAR, 2011). Esse modelo inclui diferentes conceitos da Psicologia Social e foi desenvolvido na década de 1980 por Prochascka e Di Clemente em busca da compreensão do hábito de fumantes e, consequentemente, das 4Questão 14 – Enade 2010. Material Específico – Nutrição – Tomo 3 – CQA/UNIP 13 diferenças entre os que paravam prontamente de fumar e os demais, incluindo os que não conseguiam abandonar o vício. Os pesquisadores tentaram identificar a existência de princípios básicos na estrutura de mudança de comportamento entre os indivíduos observados. Segundo Bertolin e Villar (2011), o modelo transteorético inclui os estágios de mudança comportamental, os processos de mudança, a autoeficácia e o equilíbrio de decisões. As autoras ainda ressaltam que, ao longo das tentativas de mudar um hábito alimentar, ocorrem avanços e retrocessos. A classificação dos indivíduos nos diferentes estágios de mudança baseia-se na aplicação de um questionário. Também deve ser considerado o comportamento alimentar para determinado grupo alimentar, ou nutriente, já que um indivíduo pode consumir amplamente frutas e verduras, mas não controlar o consumo de gorduras, por exemplo. No quadro 1, são descritas as principais características de cada estágio de mudança de comportamento. Quadro 1. Descrição das principais características de cada estágio de mudança de comportamento. Estágio Características do indivíduo Pré-contemplação Não há intenção de realizar mudanças nos próximos 6 meses. Muitas vezes reconhece que suas práticas alimentares são inadequadas, mas não está disposto a modificar sua alimentação. O indivíduo encontra-se desmotivado e tende a apresentar maior resistência para seguir orientações nutricionais. Contemplação Existe intenção de realizar mudanças nos próximos 6 meses. O indivíduo está decidido a modificar seu comportamento, mas sem um comprometimento decisivo. São reconhecidos os possíveis benefícios decorrentes de uma mudança alimentar, mas diversas barreiras são percebidas, como a falta de tempo, o sabor, o preço dos alimentos,a falta de habilidades na cozinha etc. Preparação (ou decisão) Existe intenção de realizar mudanças no próximo mês. Muitas vezes o indivíduo já prevê um plano de ação, como começar uma dieta de emagrecimento, mas as mudanças são pequenas e inconsistentes. Ação Há envolvimento ativo na mudança de comportamento há menos de 6 meses. O indivíduo colocou em prática o plano de ação previsto para modificar sua alimentação e superou, de alguma forma, as barreiras antes percebidas. Manutenção As mudanças de comportamento são mantidas há pelo menos 6 meses. Há consolidação dos ganhos obtidos até o momento e adota-se uma alimentação saudável como hábito. Fonte. BERTOLIN e VILLAR, 2011. Considerando os diversos estágios de mudança comportamental, os programas de educação nutricional podem ter melhores resultados, pois cada estágio representa atitudes e percepções distintas de saúde, nutrição e alimentação, que devem ser analisadas no processo de intervenção. Material Específico – Nutrição – Tomo 3 – CQA/UNIP 14 2. Indicações bibliográficas • BERTOLIN, M. N. T; VILLAR, B. S. Aplicação do Modelo Transteorético em Estudos de Nutrição. In: Mudanças alimentares e educação nutricional. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011. • SANTOS, L. A. S. et al. O nutricionista no programa de alimentação escolar: avaliação de uma experiência de formação a partir de grupos focais. Rev. Nutr., Campinas, v.25, n.1, Feb. 2012. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S141552732012000100010&lng=e n&nrm=iso>. Acesso em 11 mar. 2013. • TORAL, N. et al. Comportamento alimentar de adolescentes em relação ao consumo de frutas e verduras. Rev. Nutr., Campinas, v.19, n.3, jun, 2006. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S141552732006000300004&lng=e n&nrm=iso>. Acesso em 29 mar. 2011. • TORAL, N.; SLATER, B. Abordagem do modelo transteórico no comportamento alimentar. Ciência e Saúde Coletiva. v.12, n (6) 1641-50, 2007. Disponível em <http://www.scielo.br/pdf/csc/v12n6/v12n6a23.pdf>. Acesso em 29 mar. 2011. http://www.scielo.br/pdf/csc/v12n6/v12n6a23.pdf Material Específico – Nutrição – Tomo 3 – CQA/UNIP 15 Questão 5 Questão 5.5 Com relação ao tratamento dietoterápico para pacientes portadores de pancreatite crônica, avalie as asserções a seguir. A substituição de óleo de soja pelo triglicerídeo de cadeia média (TCM) é uma conduta adequada para pacientes portadores de pancreatite crônica. PORQUE Os triacilgliceróis de cadeia longa (TCL) presentes no óleo de soja, ao contrário do TCM, requerem as lipases pancreáticas para serem desdobrados e absorvidos no intestino delgado. Acerca das asserções acima, assinale a opção correta. A. As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda é uma justificativa correta da primeira. B. As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda não é uma justificativa correta da primeira. C. A primeira asserção é uma proposição verdadeira, e a segunda é uma proposição falsa. D. A primeira asserção é uma proposição falsa, e a segunda é uma proposição verdadeira. E. As duas asserções são proposições falsas. 1. Introdução teórica Pancreatite crônica A pancreatite crônica é definida como a deficiência funcional do pâncreas, devido à sua inflamação, podendo acarretar a diabetes por insuficiência de produção de insulina. Esse quadro clínico é frequente em pessoas com consumo excessivo de bebidas alcoólicas (CARUSO, 2002). Dentre outros fatores de risco para a pancreatite crônica, estão a obstrução do ducto pancreático e a hereditariedade, além de causas idiopáticas e de origem nutricional (PIMENTEL et al, 2003). Para o tratamento da pancreatite crônica, recomenda-se a exclusão de possíveis hábitos de consumo de bebidas alcoólicas e de cigarros. Além disso, deve haver controle da 5Questão 15 – Enade 2010. Material Específico – Nutrição – Tomo 3 – CQA/UNIP 16 dor via medicamentosa, correção da insuficiência endócrina e exógena, cuidados alimentares e, se necessário, intervenção endoscópica ou cirúrgica (WITT et al apud SILVA; FRANGELLA, 2009). Deve-se ressaltar, também, que a subnutrição é frequente em indivíduos com pancreatite crônica, devido à menor ingestão alimentar, ao aumento da atividade metabólica, à má absorção de nutriente e à dor pós-prandial (SILVA; FRANGELLA, 2009). A alimentação é um desafio no tratamento de pacientes com pancreatite crônica, em que podem ocorrer hipercatabolismo, disfunções endócrinas e exócrinas (esteatorreia, azotorreia, disfunções na absorção de nutrientes, diabetes mellitus) e subnutrição (SILVA; FRANGELLA, 2009). Quando o paciente apresenta esteatorreia persistente, recomenda-se o uso de triglicérides de cadeia média (TCM), gordura saturada formada por seis a doze átomos de carbono e de valor calórico igual a 8,3kcal/g (SILVA; FRANGELLA, 2009). Os TCMs são triacilgliceróis compostos de ácidos graxos de cadeia média, que constituem uma pequena parcela da ingestão total de lipídios na dieta, pois são encontrados em quantidades inexpressivas em alimentos naturais. A ingestão desses triacilgliceróis pode ser aumentada com a suplementação de óleos de TCM e com o uso de óleo de coco e de palma fracionado (DACAR; LIMA, 2009). Os TCMs diferem dos TCLs (triglicérides de cadeia longa) devido à rápida digestão e à absorção pelo trato digestório, além de oxidação rápida pelo fígado e pelo músculo esquelético (DACAR; LIMA, 2009) Caso não ocorra esteatorreia, indica-se dieta normolípidica (30% do valor energético total – VET), rica em ácidos graxos de origem vegetal (SILVA; FRANGELLA, 2009). 2. Indicações bibliográficas • CARUSO, L. Distúrbios do Trato Digestório. In: Guia de Nutrição: nutrição clínica no adulto. Barueri: Manole, 2002. • DACAR, M.; LIMA, W. P. Recursos ergogênicos nutricionais. In: Lipídios e exercício: Aspectos fisiológicos do treinamento. São Paulo: Phorte, 2009. • GONÇALVES, D. C. Fontes alimentares, digestão e absorção de lipídios. In: Lipídios e exercício: Aspectos fisiológicos do treinamento. São Paulo: Phorte, 2009. • PIMENTEL F. H. B. et al. Aspectos etiológicos da pancreatite crônica no ambulatório de gastroenterologia as Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. GED, v. 22, n. (5): p. 193- 7, 2003. Material Específico – Nutrição – Tomo 3 – CQA/UNIP 17 • PORTI, J. D.; RIBAS FILHO, D. Aspectos Nutricionais em Gastrologia. In: GIGLIO et al. Diagnóstico e Tratamento. Barueri: Manole, 2006. • SILVA, C. S.; FRANGELLA, V. S. Cuidados Nutricionais na pancreatite crônica: uma atualização. O Mundo da Saúde São Paulo: 2009; v. 33, n (1): p. 73-79. Disponível em <http://www.saocamilosp.br/pdf/mundo_saude/66/73a79.pdf>. Acesso em 5 abr. 2011. http://www.saocamilosp.br/pdf/mundo_saude/66/73a79.pdf Material Específico – Nutrição – Tomo 3 – CQA/UNIP 18 Questão 6 Questão 6.6 Um homem de 55 anos de idade, com alto risco para doença arterial coronariana, compareceu ao ambulatório de nutrição para consulta. Para que sejam observadas as recomendações nutricionais para redução do colesterol plasmático total, esse paciente deve ser orientado a A. reduzir o consumo de gorduras totais e de açúcares simples e aumentar a ingestão de leite integral e frutas. B. aumentar o consumo de ácidos graxos monoinsaturados e de proteína vegetal e manter a ingestão de laticínios integrais. C. substituir as carnes por alimentos e laticínios integrais, aumentar o aporte de fibra dietética e reduzir a quantidade de frituras. D. retirar a gordura aparente das carnes, substituir os laticínios integrais por desnatados e reduzir a ingestão de gorduras vegetais hidrogenadas.E. aumentar a ingestão de alimentos que são fontes de ácidos graxos poli-insaturados, reduzir a quantidade de açúcar simples e diminuir o número de refeições por dia. 1. Introdução teórica Hipercolesterolemia A hipercolesterolemia ocorre devido ao aumento do colesterol total e do LDL-c no perfil lipídico sanguíneo (BASSO, 2007). O colesterol é um álcool orgânico e atua como precursor de alguns hormônios, vitamina D e ácidos biliares. Ele está presente nos alimentos de origem animal, como leite integral e seus derivados, carnes vermelhas gordurosas, pele de aves, bacon, embutidos, gema de ovo, vísceras e frutos do mar (COSTA; SILVA, 2002). O alto consumo de gordura está associado à elevação da concentração de colesterol plasmático no indivíduo e à maior incidência de aterosclerose coronária e aórtica na população. A alimentação adequada faz parte do tratamento e da promoção à saúde no combate a hipercolesterolemia. Para a adesão do paciente à dieta adequada, devem-se considerar a cultura, a condição socioeconômica e a disponibilidade de alimentos. A quantidade de comida a ser ingerida e o modo de seu preparo tornam-se essenciais para a eficácia do tratamento 6Questão 16 – Enade 2010. Material Específico – Nutrição – Tomo 3 – CQA/UNIP 19 dietético do paciente, bem como das possíveis substituições de alimentos. Sabe-se que o consumo de ácidos graxos saturados e trans, colesterol, carboidratos e excessiva quantidade de calorias influencia os níveis lipídicos plasmáticos. No quadro 1, estão informações relativas às recomendações dietéticas para o tratamento das hipercolesterolemias, extraídas da V Diretriz Brasileira de Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose de 2013. Quadro 1. Recomendações dietéticas focada em alimentos para o tratamento de hipercolesterolemias. Fonte. Arq Bras Cardiol. 2013; 101(4Supl.1): 1-22 pag 10. Disponível em <http://www.sbpc.org.br/upload/conteudo/V_Diretriz_Brasileira_de_Dislipidemias.pdf>. Acesso em 2 jun. 2022. Em 2019, foi publicada a atualização da Diretriz de Prevenção Cardiovascular da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Segundo essa publicação, no tratamento das dislipidemias, a perda de peso e a prática de atividade física devem ser recomendadas a todos os pacientes. As recomendações dietéticas para tratamento estão no quadro 2. http://www.sbpc.org.br/upload/conteudo/V_Diretriz_Brasileira_de_Dislipidemias.pdf Material Específico – Nutrição – Tomo 3 – CQA/UNIP 20 Quadro 2. Recomendações para o tratamento de dislipidemias conforme a atualização da Diretriz de Prevenção Cardiovascular da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Disponível em <http://www.sbpc.org.br/upload/conteudo/V_Diretriz_Brasileira_de_Dislipidemias.pdf>. Acesso em 4 mai. 2022. 2. Indicações bibliográficas • ALVES, D. C.; GERUDE, M. Dislipidemias. In: AUGUSTO A. L. P. et al. Terapia Nutricional. São Paulo: Atheneu, 2005. • BASSO, R. Bioquímica e Metabolismo de Lípides. In: SILVA, S. M. C. S.; MURA, J. Tratado de alimentação, nutrição e dietoterapia. São Paulo: Roca, 2007. • COSTA, R. P.; SILVA, C. C. Doenças Cardiovasculares. In: CUPPARI, L. Guia de Nutrição: Nutrição clínica no adulto. Barueri: Manole, 2002. • PRÉCOMA, D. B; OLIVEIRA, G. M. M.; SIMÃO, A. F.; DUTRA, O. P.; COELHO, O. R; IZAR, M. C. O; PÓVOA, R. M. S, et al. Atualização da Diretriz de Prevenção Cardiovascular da Sociedade Brasileira de Cardiologia – 2019. Arq. Bras. Cardiol. 2019;113(4):787-891. • SANTOS, R. D.; GAGLIARDI, A. C. M.; XAVIER, H. T., MAGNONI, C. D.; CASSANI, R., LOTTENBERG, A. M. P. et al. Sociedade Brasileira de Cardiologia. I Diretriz sobre o consumo de Gorduras e Saúde Cardiovascular. Arq Bras Cardiol. 2013; 100p. (1Supl.3):1- 4. Disponível em <http://publicacoes.cardiol.br/consenso/2013/Diretriz_Gorduras.pdf>. Acesso em 18 mar. 2013. http://www.sbpc.org.br/upload/conteudo/V_Diretriz_Brasileira_de_Dislipidemias.pdf http://publicacoes.cardiol.br/consenso/2013/Diretriz_Gorduras.pdf Material Específico – Nutrição – Tomo 3 – CQA/UNIP 21 • XAVIER, H. T. et al. V Diretriz Brasileira de Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose. Arquivos Brasileiros de Cardiologia [online]. 2013, v. 101, n. 4 suppl 1. Disponível em <https://doi.org/10.5935/abc.2013S010>. Acesso em 24 jun. 2022. Material Específico – Nutrição – Tomo 3 – CQA/UNIP 22 Questão 7 Questão 7.7 A cirurgia bariátrica tem sido utilizada como alternativa para o tratamento da obesidade mórbida e de enfermidades a ela associadas. Entretanto, a menor capacidade gástrica, consequente desse tipo de cirurgia, reduz a quantidade de nutrientes absorvidos e exige monitoramento do estado nutricional do paciente. Esse monitoramento deve ser realizado por meio de exames bioquímicos, para diagnóstico nutricional precoce e para a conduta nutricional mais adequada. A tabela a seguir apresenta os dados bioquímicos de um paciente gastrectomizado. Metabólito Concentração Faixa de referência Albumina 3,5 > 3,5g/l Transferrina 4 2,6g/l a 4,3g/l Hemoglobina 11,8 12,5g/dl a 15,7g/dl Ferritina 25 30,0ng/dl a 300,0ng/dl Proteína ligadora de retinol 30 37,0mg/dl a 51mg/dl Os dados acima são compatíveis com I. deficiência proteica aguda, que é detectada pela proteína ligadora de retinol. II. deficiência de vitamina A, que é detectada pela proteína ligadora de retinol. III. anemia por deficiência de ferro, que é detectada pela hemoglobina e ferritina. IV. anemia por deficiência de ácido fólico, que é detectada pela hemoglobina e pela albumina. V. anemia por deficiência de B12, que é detectada pela hemogolobina e pela transferrina. É correto apenas o que se afirma em A. I e III. B. II e IV. C. IV e V. D. I, II e III. E. II, III e V. 7Questão 17 – Enade 2010. Material Específico – Nutrição – Tomo 3 – CQA/UNIP 23 1. Introdução teórica Exames laboratoriais Os exames laboratoriais são essenciais no acompanhamento do indivíduo submetido à cirurgia bariátrica, pois permitem o monitoramento das condições metabólicas do paciente e, consequentemente, a avaliação da adequação do tratamento nutricional. O nutricionista, ao solicitar exames bioquímicos, deve seguir a Resolução do Conselho Federal de Nutricionistas No 306 de 2003 e estar preparado para a interpretação dos dados laboratoriais, considerando os diversos aspectos que podem alterar os resultados (BRICARELLO et al, 2008). Os níveis de albumina indicam o estado proteico visceral, entretanto não são considerados eficientes para detectar as fases iniciais de subnutrição proteico-energética. Os níveis são considerados normais quando se encontram entre 3,5-5,0 g/dL; abaixo disso, indicam depleção das reservas proteicas viscerais (MATTOS; CHIARELLO, 2011). Os níveis séricos da albumina podem ser afetados pela desnutrição, síndrome nefrótica, estado de hidratação, processos inflamatórios e estresse (BRICARELLO et al, 2008). A transferrina é um marcador de depleção proteica visceral e níveis inferiores a 200mg/dl podem indicar o estado de subnutrição proteica energética (MATTOS; CHIARELLO, 2011). Seus níveis podem ser alterados nos casos de anemia ferropriva, hepatite aguda, perda sanguínea crônica, neoplasias, doença renal (BRICARELLO et al, 2008), desidratação, uso de contraceptivos orais etc (MATTOS; CHIARELLO, 2011). O nível de hemoglobina no exame bioquímico varia de acordo com a idade e o sexo e define a condição de anemia no paciente. Para um indivíduo adulto, a concentração de hemoglobina deve estar entre 13,5-17,5 g/dL para homens e entre 12-15,5 g/dl para mulheres (BRICARELLO et al, 2008). A ferritina é uma importante proteína de reserva de ferro, encontrada em todas as células, especialmentenas envolvidas na síntese de compostos férricos e no metabolismo e na reserva de ferro. A quantificação de ferritina é o melhor indicador da situação de ferro no organismo do ser humano. Porém, em situações de infecções, traumas e inflamações agudas, a concentração pode ser elevada (BRICARELLO et al, 2008). O retinol é transportado no sangue associado a uma proteína ligadora de retinol (RBP – Retinol Binding Protein, ou RBP – proteína ligada ao retinol). Nas células-alvo, liga-se a uma proteína transportadora, a CRBP (Cellule Retinol Binding Protein). Esse complexo Material Específico – Nutrição – Tomo 3 – CQA/UNIP 24 binário associa-se a outra proteína plasmática, a Transtiretina (TTR). No corpo humano, os níveis de RBP normalmente permanecem constantes, exceto nos casos de deficiência ou excesso de vitamina A ou na presença de algumas doenças (VIEIRA, 2007). Figura 1. Representação esquemática do metabolismo do retinol. CRBP, proteína ligadora de retinol celular; RBP, proteína ligadora de retinol; TTR, transiterrina, RDH, retinol desidrogenase, RALDH, retinal desidrogenase; RAR, receptor de ácido retinoico; RXR, receptor X do retinoide; VDR, receptor da vitamina D; TR, receptor do hormônio da tireoide; PPAR, receptor ativado do proliferador peroxisoma. Fonte. VIEIRA, 2007. Disponível em <http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/cp066229.pdf> Acesso em 7 fev. 2012. No período de 48h a 72h após o início da desnutrição calórico-proteica, valores de RBP e de pré-albumina diminuem. Também é baixa a concentração de RBP em caso de deficiência de vitamina A e zinco (BRICARELLO et al, 2008). Os níveis de RBP são influenciados por processos de inflamação e seu uso é limitado em presença de insuficiência renal e hepática (MATTOS; CHIARELLO, 2011). http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/cp066229.pdf Material Específico – Nutrição – Tomo 3 – CQA/UNIP 25 2. Indicações bibliográficas • BRICARELLO, L. P.; REZENDE, L. T. T.; BASSO, R.; COSTA Jr, V. L. Interpretação de exames laboratoriais: importância na Avaliação nutricional. In: ROSSI, L. Avaliação Nutricional: novas perspectivas. São Paulo: Roca, 2008. • DUARTE, A. C. G. Avaliação nutricional em geriatria. In: Avaliação Nutricional: aspectos clínicos e laboratoriais. São Paulo: Atheneu, 2007. • MATTOS, A. M.; CHIARELLO, P. G. Indicadores bioquímicos para acompanhamento nutricional em ambulatórios. In: DIEZ-GARCIA, R.W.; CERVATO-MANCUSO, A. M. Mudanças alimentares e educação nutricional. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011. • VARASCHIM, M. et al. Alterações dos parâmetros clínicos e laboratoriais em pacientes obesos com diabetes melito tipo 2 submetidos à derivação gastrojejunal em y de Roux sem anel. Rev. Col. Bras. Cir. [online]. 2012, vol.39, n.3, p. 178-182. Disponível em <http://www.scielo.br/pdf/rcbc/v39n3/a03v39n3.pdf>. Acesso em 18 mar. 2013. • VIEIRA, M. M. Retinol, proteínas transportadoras, carotenoides, proteínas de fase aguda e barreira funcional intestinal em crianças de uma comunidade urbana de Fortaleza. Tese (Doutorado). Universidade Federal do Ceará. Fortaleza, 2007. http://www.scielo.br/pdf/rcbc/v39n3/a03v39n3.pdf Material Específico – Nutrição – Tomo 3 – CQA/UNIP 26 Questão 8 Questão 8.8 O Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT) foi criado em 1976 com o objetivo de melhorar as condições nutricionais dos trabalhadores e a qualidade de vida, reduzir acidentes de trabalho e aumentar a produtividade. Acerca do PAT, avalie as asserções a seguir. O PAT preconiza exigências nutricionais, com variações de valores calóricos de acordo com o nível de esforço físico exigido pelos trabalhadores, independente do turno de trabalho e da carga horária trabalhada. PORQUE O nível de esforço físico é o fator primordial para cálculo das necessidades calóricas das refeições dos trabalhadores, independentemente do volume e do horário em que as mesmas são oferecidas. Acerca dessas asserções, assinale a opção correta. A. As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda é uma justificativa correta da primeira. B. As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda não é uma justificativa correta da primeira. C. A primeira asserção é uma proposição verdadeira, e a segunda é uma proposição falsa. D. A primeira asserção é uma proposição falsa, e a segunda é uma proposição verdadeira. E. As duas asserções são proposições falsas. 1. Introdução teórica Programa de Alimentação do Trabalhador O Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT) foi criado em 1976, integrando o Programa Nacional de Alimentação e Nutrição, com o intuito de melhorar a alimentação do trabalhador quanto ao aporte proteico e energético (L'ABBATE, 1989). O PAT objetiva melhorar as condições nutricionais dos trabalhadores, promovendo a qualidade de vida, a menor taxa de acidentes de trabalho e, consequentemente, o aumento de produtividade (COLARES, 2005). Para o governo, esse programa apresenta baixo custo e o Ministério do Trabalho o considera eficaz (COLARES, 2005). 8Questão 18 – Enade 2010. Material Específico – Nutrição – Tomo 3 – CQA/UNIP 27 Só na década de 1990, houve a preocupação da inserção de atividades de educação nutricional no programa, visando à alimentação saudável (JAIME et al, 2005). Bandoni et al (2006) julgam o PAT uma maneira de contribuir com o panorama da alimentação do adulto no Brasil de forma adequada, observando a prevalência das doenças crônicas não transmissíveis, o que inclui a obesidade. Após 30 anos da criação do PAT, publicou-se a Portaria Interministerial No 66/2006, que contempla recomendações de energia, considerando o perfil epidemiológico da época, os macronutrientes, o sódio, as fibras e as gorduras saturadas. Exige a presença de frutas, legumes e verduras nas refeições oferecidas pelas empresas, considerando as recomendações do guia alimentar para a população brasileira. A portaria estabelece as recomendações a seguir. Art. 5º Os programas de alimentação do trabalhador deverão propiciar condições de avaliação do teor nutritivo da alimentação, conforme disposto no art. 3º do Decreto nº 5, de 14 de janeiro de1991. § 1º Entende-se por alimentação saudável, o direito humano a um padrão alimentar adequado às necessidades biológicas e sociais dos indivíduos, respeitando os princípios da variedade, da moderação e do equilíbrio, dando- se ênfase aos alimentos regionais e respeito ao seu significado socioeconômico e cultural, no contexto da Segurança Alimentar e Nutricional. § 2º As pessoas jurídicas participantes do Programa de Alimentação do Trabalhador - PAT, mediante prestação de serviços próprios ou de terceiros, deverão assegurar qualidade e quantidade da alimentação fornecida aos trabalhadores, de acordo com esta Portaria, cabendo-lhes a responsabilidade de fiscalizar o disposto neste artigo. § 3º Os parâmetros nutricionais para a alimentação do trabalhador estabelecidos nesta Portaria deverão ser calculados com base nos seguintes valores diários de referência para macro e micronutrientes (PORTARIA INTERMINISTERIAL Nº 66, DE 25 DE AGOSTO DE 2006). De acordo com a portaria, devem ser observados os valores diários de referência para os nutrientes, mostrados no quadro 1. Quadro 1. Valores diários de referência para consumo de macronutrientes, fibras e sódio para adultos brasileiros. Nutrientes Valores Diários Valor energético total 2000 calorias Carboidrato 55-75% Proteína 10-15% Gordura Total 15-30% Gordura Saturada <10% Fibra >25g Sódio <=2400mg Disponível em <http://portal.mte.gov.br/data/files/FF8080812BE914E6012BF431C03419C8/p_2006082566.pdf>. Acesso em 26 mai. 2013. http://portal.mte.gov.br/data/files/FF8080812BE914E6012BF431C03419C8/p_2006082566.pdfMaterial Específico – Nutrição – Tomo 3 – CQA/UNIP 28 A distribuição das calorias pelas refeições também é estabelecida no mesmo documento, conforme segue. I - as refeições principais (almoço, jantar e ceia) deverão conter de seiscentas a oitocentas calorias, admitindo-se um acréscimo de vinte por cento (quatrocentas calorias) em relação ao Valor Energético Total – VET de duas mil calorias por dia e deverão corresponder a faixa de 30- 40% (trinta a quarenta por cento) do VET diário; II - as refeições menores (desjejum e lanche) deverão conter de trezentas a quatrocentas calorias, admitindo-se um acréscimo de vinte por cento (quatrocentas calorias) em relação ao Valor Energético Total de duas mil calorias por dia e deverão corresponder a faixa de 15 - 20% (quinze a vinte por cento) do VET diário; III - as refeições principais e menores deverão seguir a seguinte distribuição de macronutrientes, fibra e sódio (PORTARIA INTERMINISTERIAL Nº. 66, DE 25 DE AGOSTO DE 2006). IV - o percentual proteico-calórico (NdPCal) das refeições deverá ser de no mínimo 6% (seis por cento) e no máximo 10 % (dez por cento). § 4º Os estabelecimentos vinculados ao PAT deverão promover educação nutricional, inclusive mediante a disponibilização, em local visível ao público, de sugestão de cardápio saudável aos trabalhadores, em conformidade com o § 3° deste artigo. § 5º A análise de outros nutrientes poderá ser realizada, desde que não seja substituída a declaração dos nutrientes solicitados como obrigatórios. § 6º Independente da modalidade adotada para o provimento da refeição, a pessoa jurídica beneficiária poderá oferecer aos seus trabalhadores uma ou mais refeições diárias. § 7º O cálculo do VET será alterado, em cumprimento às exigências laborais, em benefício da saúde do trabalhador, desde que baseado em estudos de diagnóstico nutricional. § 8º Quando a distribuição de gêneros alimentícios constituir benefício adicional àqueles referidos nos incisos I, II e III do § 3º deste artigo, os índices de NdPCal e percentuais de macro e micronutrientes poderão deixar de obedecer aos parâmetros determinados nesta Portaria, com exceção do sódio e das gorduras saturadas. § 9º As empresas beneficiárias deverão fornecer aos trabalhadores portadores de doenças relacionadas à alimentação e nutrição, devidamente diagnosticadas, refeições adequadas e condições amoldadas ao PAT, para tratamento de suas patologias, devendo ser realizada avaliação nutricional periódica destes trabalhadores. § 10º Os cardápios deverão oferecer, pelo menos, uma porção de frutas e uma porção de legumes ou verduras, nas refeições principais (almoço, jantar e ceia) e pelo menos uma porção de frutas nas refeições menores (desjejum e lanche) (PORTARIA INTERMINISTERIAL Nº 66, 25 DE AGOSTO DE 2006). Devem ser considerados, assim, os valores apresentados no quadro 2. Material Específico – Nutrição – Tomo 3 – CQA/UNIP 29 Quadro 2. Valores diários de referência para consumo de macronutrientes, fibra e sódio para adultos brasileiros por tipo de refeições. Refeições Carboidratos (%) Proteínas (%) Gorduras totais (%) Gorduras saturadas (%) Fibras (g) Sódio (mg) Desjejum/lanche 60 15 25 <10 4-5 360-480 Almoço/jantar/ceia 60 15 25 <10 7-10 720-960 Disponível em <http://portal.mte.gov.br/data/files/FF8080812BE914E6012BF431C03419C8/p_20060825_66.pdf>. Acesso em 26 mai. 2013. Em 2021, foi publicado o Decreto Nº 10.854, ou Marco Regulatório Trabalhista Infralegal, que regulamenta ajustes importantes nas leis trabalhistas, inclusive no Programa de Alimentação do Trabalhador. As principais mudanças foram as apontadas abaixo. Para os casos de concessão de tickets/vales, são dedutíveis apenas as despesas relativas aos empregados com salário de até 05 (cinco) salários-mínimos. Para os casos de distribuição de alimentos por meio de entidades fornecedoras de alimentação coletiva ou serviço próprio de refeições a dedutibilidade poderá englobar as despesas de todos os trabalhadores. O limite para dedutibilidade das despesas passa a ser de 01 (um) salário-mínimo por empregado. No Art 171 do Decreto Nº 10.854, temos que “a pessoa jurídica beneficiária do PAT poderá abranger todos os trabalhadores de sua empresa e atender prioritariamente aqueles de baixa renda”. 2. Indicações bibliográficas • ARAÚJO, M. da P. N.; COSTA-SOUZA, J.; TRAD, L. A. B. A alimentação do trabalhador no Brasil: um resgate da produção científica nacional. Hist. cienc. saude-Manguinhos, Rio de Janeiro, v. 17, n. 4, Dec. 2010. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010459702010000400008&lng =en&nrm=iso>. Acesso em 18 mar. 2013. • BANDONI D. H., BRASIL B. G., JAIME P. C. Programa de alimentação do trabalhador: representações sociais de gestores locais. 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Considerando essas informações e os parâmetros estabelecidos pela Diretriz Brasileira de Síndrome Metabólica, assinale a opção que apresenta três fatores bioquímicos e (ou) antropométricos que caracterizam o cuidado nutricional e prescrição dietética específica na síndrome metabólica. A. Obesidade abdominal, triglicérides plasmático e glicemia de jejum. B. Triglicérides, ácido úrico plasmático e obesidade abdominal. C. Composição corporal, glicemia de jejum e HDL-colesterol plasmático. D. Circunferência da cintura, ácido úrico plasmático e resistência à insulina. E. VLDL-colesterol, triglicérides plasmáticos e obesidade abdominal. 1. Introdução teórica Síndrome metabólica A prevalência de obesidade tem aumentado em países desenvolvidos e em desenvolvimento, como o Brasil. Nota-se aumento de indivíduos com acúmulo de gordura na região abdominal, o que está associado a distúrbios metabólicos, como a síndrome metabólica, que, entre outros processos fisiopatológicos, apresenta resistência à insulina (ROCHA et al, 2010). A síndrome metabólica é um fator de risco para doenças cardiovasculares. Santos et al (2006) definem a síndrome metábolica pela presença de gordura abdominal, pela tolerância à glicose prejudicada, pela hipertrigliceridemia e pelas baixas concentrações de HDL colesterol. 9Questão 19 – Enade 2010. Material Específico – Nutrição – Tomo 3 – CQA/UNIP 33 A I Diretriz Brasileira de Diagnóstico e Tratamento da Síndrome Metabólica (I-DBSM) baseou-se na definição do NCEO-ATP III, que é simples e prática. O paciente deve apresentar, pelo menos, três dos componentes apresentados no quadro 1. Quadro 1. Componentes da síndrome metabólica, segundo o NCEP-ATP III. Fonte. Arquivos Brasileiros de Cardiologia - Volume 84, Suplemento I, abril 2005, p.8. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0066-782X2005000700001&script=sci_arttext&tlng=en#qdr01>. Acesso em 03 set. 2010. A Organização Mundial da Saúde preconiza a avaliação da resistência à insulina ou do distúrbio no metabolismo da glicose para o diagnóstico da síndrome metabólica. A alimentação correta e mudanças no estilo de vida, como não fumar e praticar atividade física, fazem parte do tratamento da síndrome metabólica (SANTOS et al, 2006). 2. Indicações bibliográficas • ABESO - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA PARA O ESTUDO DA OBESIDADE E DA SÍNDROME METABÓLICA. Diretrizes brasileiras de obesidade: 2009/2010. São Paulo, 2009. • ALVES D. C.; GERUDE, M. Dislipidemias. In: AUGUSTO, A. L. P. et al. Terapia Nutricional. São Paulo: Atheneu, 2005. • CAVALI, M. de L. R. et al. Síndrome metabólica: comparação de critérios diagnósticos. J. Pediatr. Rio J., Porto Alegre, v.86, n.4, ago. 2010. 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São Paulo: Roca, 1992. Material Específico – Nutrição – Tomo 3 – CQA/UNIP 36 Questão 10 Questão 10.10 A prática esportiva ocasiona aumento das demandas orgânicas de energia e de nutrientes. Considerando que a maratona é uma modalidade esportiva de baixa intensidade e longa duração, avalie as afirmativas. I. Recomenda-se o consumo de carboidratos de elevado índice glicêmico de duas a quatro horas após a maratona, com o propósito de favorecer a ressíntese de glicogênio. II. Em uma maratona, o organismo mobiliza, preferencialmente, os carboidratos armazenados no fígado e nos músculos como substrato energético para o exercício. III. Mulheres maratonistas têm menor capacidade de mobilizar ácidos graxos durante o esforço prolongado em razão dos diferentes níveis de estrogênio entre os sexos. IV. Indivíduos treinados apresentam maior capacidade de poupar glicogênio muscular e utilizar ácidos graxos de cadeia longa, retardando a queda de desempenho e a fadiga muscular. É correto o que se afirma apenas em A. I e II. B. I e IV. C. II e III. D. II e IV. E. III e IV. 1. Introdução teórica Nutrição no esporte A Sociedade Brasileira de Medicina no Esporte (SBME) publicou, em 2003, uma diretriz sobre modificações dietéticas, reposição hídrica, suplementos alimentares e drogas que tenham comprovaçãode ação ergogênica e potenciais riscos para a saúde. O objetivo é melhorar o desempenho desportivo, delimitando esquemas de alimentação e reposição hidroeletrolítica, entre outros aspectos, para atletas saudáveis adultos e adolescentes em fase final de maturação sexual. 10Questão 20 – Enade 2010. Material Específico – Nutrição – Tomo 3 – CQA/UNIP 37 Sabe-se que a ingestão de carboidratos durante o exercício apresenta efeito ergogênico. Estudos demonstram que o exercício prolongado e a maratona reduzem os níveis de glicogênio muscular. E, por esse motivo, a SBME (2003) afirma que, para otimizar a recuperação muscular, recomenda-se que o consumo de carboidratos esteja entre 5 e 8 g/kg de peso/ dia. Em atividades de longa duração e/ou treinos intensos há necessidade de até 10g/kg de peso/dia para a adequada recuperação do glicogênio muscular e/ou aumento da massa muscular. A duração da prática da atividade física está diretamente associada à demanda de glicogênio pelo organismo. A partir dessa consideração temos que: para provas longas, os atletas devem consumir entre 7 e 8 g/kg de peso ou 30 a 60 g de carboidrato, para cada hora de exercício, o que evita hipoglicemia, depleção de glicogênio e fadiga (...) Após o exercício exaustivo, recomenda-se a ingestão de carboidratos simples entre 0,7 e 1,5g/kg de peso no período de 4 horas, o que é suficiente para a ressíntese plena de glicogênio muscular (SBME, 2003). Curi et al (2003) explicam que os ácidos graxos (AG) podem ser uma fonte de energia para atletas de endurance. Os treinamentos desses indivíduos propiciam adaptações fisiológicas que favorecem a aquisição de energia pelo organismo por meio de ácidos graxos e o glicogênio muscular é poupado. Assim, há a preferência dos músculos esqueléticos pelos AG e a oxidação deles permite manter a atividade física por período prolongado, evitando a hipoglicemia. Entretanto, não há recomendação nutricional especial para o consumo de lipídeos, mantendo-se a mesma da população em geral. A proporção de ácidos graxos essenciais deve ser de 10% saturados, 10% poli-insaturados e 10% monoinsaturados (SBME, 2003). Em relação às proteínas, os atletas de endurance devem ter consumo de 1,2 a 1,6 g/kg de peso (SBME, 2003). Em 2009, a SBME publicou algumas alterações na Diretriz de 2003, entretanto não se modificou o que foi aqui citado anteriormente. 2. Indicações bibliográficas • ANDRADE, P. M. M.; RIBEIRO, B. G.; CARMO, M. G. Papel dos lipídios no metabolismo durante o esforço. 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Questão 8 Programa de alimentação do trabalhador. Questão 9 Síndrome metabólica. Questão 10 Nutrição no esporte.
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