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Mieloma Múltiplo

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Mieloma Múltiplo
É caracterizado por proliferação maligna e
clonal de plasmócitos na medula óssea,
produzindo uma imunoglobulina
monoclonal;
O tumor, seus produtos e a resposta do
hospedeiro resultam em vários danos
orgânicos e sintomas:
❖ Dor óssea;
❖ Insuficiência renal;
❖ Suscetibilidade a infecções;
❖ Anemia;
❖ Hipercalcemia.
Epidemiologia:
Idade média de diagnóstico: 66 anos;
80% tem mais de 60 anos e 2% têm
menos de 40 anos;
Mais comum em homens, negros.
Etiologia:
Risco de até 4 vezes maior em:
❖ Trabalhadores expostos a asbesto,
pesticidas, derivados do petróleo,
da borracha, da madeira;
❖ Cosmetologistas;
❖ Fazendeiros;
❖ Usuários de laxantes;
❖ Indivíduos expostos à radiação.
Manifestações Clínicas:
Lesão óssea;
Anemia;
Insuficiência renal (hipercalcemia,
hiperuricemia, infecções recorrentes);
Suscetibilidade a infecção;
Hipercalcemia;
Coagulopatia;
❖ Trombocitopenia, disfunção
plaquetária, ligação do
componente M com fatores da
coagulação.
Hiperviscosidade.
Avaliação Clínica:
Anamnese:
❖ Dor óssea é o sintomas mais
comum. Piora com movimentos, é
localizada e persistente, pode estar
associada a fratura;
❖ O paciente pode, ainda, se queixar
de astenia, oligúria, infecções
recorrentes, perda ponderal;
❖ Pode ter evolução indolente ou
iniciar com quadro emergencial
(insuficiência renal aguda,
síndrome de compressão medular,
fratura óssea, sepse e coma).
Exame físico:
❖ Palidez cutâneo-mucosa;
❖ Febre;
❖ Tumorações ósseas;
❖ Perda ponderal e da estatura;
❖ Confusão mental (insuficiência
renal aguda, hipocalcemia,
hiperviscosidade);
❖ Sinais de doença neurológica.
Exames laboratoriais:
❖ Hemograma completo,
coagulograma e VHS;
❖ Bioquímica (glicose, uréia,
creatinina, eletrólitos, proteínas
totais e frações, LDH,
hepatograma);
❖ Dosagem de B2 microglobulina;
❖ Dosagem das imunoglobulinas
(IgG, IgA, IgM e cadeias leves);
❖ Eletroforese e imunofixação de
proteínas séricas e urinárias;
❖ Cadeias leves livres Kappa e
Lambda;
❖ Aspirado e biópsia de medula
óssea (mielograma,
imunofenotipagem, cariótipo,
FISH).
Exames radiológicos:
❖ Radiografia de esqueleto axial;
❖ TC;
❖ RNM;
❖ PET CT.
Diagnóstico:
Presença de proteína monoclonal sérica
ou urinária;
Presença de plasmocitoma ou > 10%
plasmócitos na medula óssea;
Lesão de órgão alvo;
Hipercalcemia (cálcio > 10,5 mg/dl);
Insuficiência renal (creatinina > 2 mg/dl);
Anemia (hemoglobina < 10 g/dl);
Uma ou mais lesões líticas de tamanho ≥ 5
mm no estudo radiográfico e/ou na TC de
baixa dose e/ou no exame de PET CT.
Excluída a osteoporose com fraturas
compressivas dos critérios de doença
óssea.
Diagnóstico Diferencial:
Gamopatia monoclonal de significado
indeterminado:
❖ Risco de evoluir para mieloma
múltiplo;
❖ Acompanhamento frequente
(exames laboratoriais e imagem);
❖ Não há necessidade de
tratamento).
Mieloma múltiplo assintomático:
❖ Ausência de lesões de órgão alvo;
❖ Acompanhamento frequente
(exames laboratoriais e imagem);
❖ Sem indicação de tratamento).
Macroglobulinemia de Waldenstrom:
❖ Linfoma linfoplasmacítico que
invade medula óssea e secreta
proteína monoclonal (IgM);
❖ Sinais e sintomas têm relação com
a invasão medular das células
tumorais e do pico monoclonal;
❖ É diferenciado do mieloma por
imunohistoquímica;
❖ O tratamento é semelhante ao
linfoma: ibrutinibe.
Plasmocitoma isolado:
❖ Plasmocitoma confirmado por
biópsia (pode ser óssea ou
extramedular);
❖ Sinais e sintomas estarão
relacionados com o local do tumor;
❖ O tratamento de escolha é a
radioterapia.
Síndrome de Poems:
❖ Doença de plasmócitos
monoclonais acompanhada de
lesões osteoescleróticas,
polineuropatia, organomegalia,
endocrinopatia, proteína
monoclonal e lesões
dermatológicas.
Amiloidose;
Leucemia de células plasmáticas:
❖ Pode estar presente no diagnóstico
ou surgir durante evolução;
❖ Doença agressiva, com LDH e B2
microglobulina elevados,
conferindo pior prognóstico;
❖ Considerar tratamento agressivo.
Tratamento:
Quimioterapia sistêmica ou radioterapia:
❖ Considerar: idade, performance
status e comorbidades e fatores
prognósticos;
❖ Corticóide (Dexametasona ou
Prednisona);
❖ Agentes alquilantes (Melfalano ou
Ciclofosfamida);
❖ Agentes antiangiogênicos
(Talidomida ou Lenalidomida);
❖ Inibidores de proteasoma
(Bortezomibe).
Terapia de suporte.
❖ Bifosfonados;
❖ Eritropoetina (bem tolerada);
❖ Antibioticoterapia (Sulfametoxazol
/ Trimetroprim).
Amiloidose:
Amiloidose primária:
❖ Neoplasia de células plasmáticas
associada a hiperprodução de
imunoglobulina cadeia leve
monoclonal, que se deposita em
vários tecidos, causando disfunção
orgânica.
Fisiopatologia: amilóide é uma proteína
fibrilar que se deposita em determinados
tecidos, levando a falência do órgão;
Avaliação clínica:
❖ Os achados clínicos variam
conforme o tecido lesado;
❖ Insuficiência cardíaca congestiva;
❖ Hepatomegalia;
❖ Síndrome nefrótica;
❖ Síndrome de má absorção;
❖ Macroglossia;
❖ Neuropatia sensitivo-motora
periférica.
Diagnóstico:
❖ Identificação de fibrilas amilóides
em cortes de tecido obtidos em
biópsia;
❖ Coloração (vermelho congo).
Tratamento:
❖ Reduzir a produção do precursor;
❖ Inibir o depósito extracelular de
fibrilas amilóides;
❖ Promover lise ou mobilização dos
depósitos amilóides existentes;
❖ Quimioterapia padrão:
❖ Corticóide;
❖ Agentes alquilantes (Melfalano
e Ciclofosfamida);
❖ Inibidor de angiogênese
(Talidomida e Lenalidomida);
❖ Inibidor de proteasoma
(Bortezomibe);
❖ Anticorpo monoclonal
(Daratumumabe);
❖ Antracíclicos (Doxorrubicina);
❖ Alcalóides da vinca
(Vincristina).
❖ Transplante autólogo de medula
óssea:
❖ Contraindicação absoluta:
insuficiência cardíaca
congestiva e bilirrubina total >
3 mg/dl;
❖ Contraindicação relativa: > 65
anos, creatinina > 2 mg/dl,
mais de 2 órgãos viscerais
envolvidos e septo
interventricular > 15 mm de
espessura.

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