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RELEITURA ESCRITA DE OBRAS 2 NORMAL MÉDIO - ARTE 2021

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INSTITUTO EDUCACIONAL SÃO JOÃO DA ESCÓCIA
Disciplina: Arte: Ensino e Prática na Educação Infantil e Anos iniciais de Ensino Fundamental
Turma: 2º ano – Curso: Normal Médio
Professora: Karla Maciel 
Atividade de Produção Textual realizada a partir da Apreciação das obras:
A dança – 1905 – Henri Matisse - Noite estrelada – 1889 – Van Gogh 
O velho guitarrista cego – 1903 – Picasso - Recado difícil – 1985 - Almeida Júnior 
 Mulher chorando – 1947- Portinari 
 
 O reencontro
 Era uma noite fria e chuvosa quando a mãe de Nicholas aflita pediu para que ele levasse um bilhete até o outro lado da cidade. Ele sentiu medo e receio, pois era tarde, estava com sono e tinha aula na manhã seguinte. Sua mãe insistiu muito para que entregasse aquele recado difícil.
 Mesmo contrariado, Nicholas saiu depressa e triste. Pois não queria decepcionar sua mãe. E assim começou sua caminhada. Quando no meio do caminho encontrou bem na esquina da padaria que já estava fechada, um velho guitarrista cego que cantava melodias tristes. Nicholas achou interessante e resolveu parar e conversar um pouco.
 O guitarrista contou a Nicholas que era um morador de rua porque se sentiu abandonado por sua família há muito tempo atrás quando teve problemas de depressão, pois seus familiares não entendiam sua angústia e o que causava toda essa situação. E por fim, pediu um trocado a Nicholas para comprar comida, porque estava faminto e não comia há dois dias. E ele respondeu-lhe que também estava faminto porque sua mãe não havia feito o jantar. Mas aproveitou para lhe fazer um convite e o chamou para ir até sua casa no dia seguinte.
 Nicholas seguiu seu caminho, quando mais adiante encontrou uma mulher chorando. Ele, mais uma vez muito curioso, quis saber o motivo. A mulher muito chorosa, lamentava a vida difícil que levara e não conseguia sustentar seus filhos. E também pediu uns trocados a Nicholas.
 Mais uma vez ele explicou sua situação e também fez o convite àquela mulher para que fosse à sua casa no dia seguinte e levasse seus filhos. 
 E lá se foi Nicholas. Seguiu seu caminho até o outro lado da cidade para levar seu recado difícil. Quando chegou ao destino, se deparou com a venda do senhor Leonel. E lá estava ele ansioso a sua espera. Nicholas entregou-lhe o recado e ficou aguardando a resposta.
Mas, o senhor o dispensou e só pediu que avisasse para sua mãe ficar tranquila porque tudo iria dar certo. O menino foi embora furioso e frustrado sem entender nada.
 No dia seguinte, percebeu que sua mãe já não estava mais triste e a alegria reinava em seu lar. Ela acordou bem cedo cantarolando e com disposição. O menino sem entender nada, foi à escola muito contente por ver a alegria de sua mãe.
 Quando o menino chegou da escola, se deparou com senhor Leonel na porta de sua casa entregando mantimentos deliciosos. Muito curioso, pediu explicações à sua mãe. Cantarolando ela respondeu-lhe:
 — Mais tarde verás Nicholas! Mais tarde verás!
 E finalmente naquela noite estrelada, Nicholas pôde entender a alegria de sua mãe. Todos os mantimentos levados pelo senhor Leonel eram para fazer um banquete aos familiares de sua mãe, ao qual não se viam há anos. Pois ela conseguiu encontrá-los e sem que soubessem promoveu esse encontro maravilhoso.
 Quando de repente, batem à porta e Nicholas vai atender. O menino surpreso vê aquele homem que encontrou na noite anterior. Sim, era o guitarrista cego! Que com ajuda achou o endereço. 
 A mãe do menino explicou que aquele homem era seu irmão que não via há muitos anos. Ela estava contente por poder acolhê-lo e reunir a família novamente.
 Mais uma vez batem à porta. É Nicholas que atende novamente. E mais uma surpresa! A mulher que encontrou chorando na noite anterior. Só que, dessa vez acompanhada dos filhos. E o menino sem entender nada pergunta à sua mãe:
 — E agora, pode me explicar o que está acontecendo?
 A mãe de Nicholas reuniu todos na sala, e explicou:
 — Como você já sabe, este é meu irmão Josué, desaparecido há muitos anos. E esta é sua esposa Marina e seus filhos Ana e José. Também seus primos!
 Os olhos do menino brilharam ao descobrir seus parentes. Ficou tão contente que pediu à sua mãe que todos morassem juntos naquela casa. A alegria foi tanta que o velho guitarrista que só tocava músicas tristes, prometeu tocar as mais alegres de hoje em diante. 
 E para comemorar toda essa alegria, Joana propôs a dança. Afinal, não havia outro modo de comemorar toda essa alegria. E todos passaram a noite dançando, comendo e festejando a vida nova que surgira. 
Autora: Ana Carolina Fonseca Vieira.
 __________________*______________
 
 
 A cidade estrelada 
Era uma noite, em uma cidade precária que embora as suas ruas tivessem um ar triste e sombrio, o céu da sua noite era sempre estrelado, brilhante, completamente diferente da cidade. As pessoas que lá habitavam estavam acostumadas a passar necessidade, mas aprenderam a não se submeter à dor. Naquele lugar havia um famoso bar, aonde todos iam para festejar e dançar. Pessoas dançavam ao som de um velho guitarrista, Christian que anos atrás foi membro de uma banda famosa, mas infelizmente descobriu uma doença rara e ficou cego, porém, até hoje toca sua guitarra. 
A dona daquele bar era uma mulher alegre, com o nome de Judite, era a pessoa que mais tinha dinheiro naquela cidade, e sempre compartilhava tudo o que conseguia com os outros, mas naquela noite, ela não estava alegre, mas chorando, logo após falar com seu filho Michael. Parecia que ela tinha dado a ele uma notícia difícil, que doeu até em sua alma. Eles iriam embora da cidade e seu filho ficou chocado com a notícia, pois ele nasceu naquela cidade e achou que iria ficar nela até o fim de seus dias. Sua mãe pediu que ele fizesse um cartaz de despedida para encerrar as atividades do bar, e colocasse na porta principal. Muitos clientes foram pegos de surpresa, pois o bar tinha uma clientela muito grande e todos ficaram tristes com a notícia.
Aquela mulher sempre ajudou a todos principalmente os mais carentes. Doavam comidas e bebidas que sobravam nas noites de festanças. Ela iria fazer muita falta naquela cidade, porém, ela deixou uma lição de vida para todos os moradores. Ajudar a o próximo é a melhor maneira de ajudar a si mesmo. 
Autora: Aluna: Patrícia Kelly Corrêa de Oliveira 
 __________________***___________________
 HISTÓRIAS DE QUADRO A QUADRO
O ano era 1905 e a cidade Gruta dos Valentes estava em polvorosa com os preparativos da festividade regional. O sol acabava de nascer e com o raiar do dia pessoas surgiam de todos os cantos da cidade e da redondeza. As festividades começariam na sexta-feira e terminariam somente na noite de domingo. Estariam presentes políticos, artistas vindos da capital e uma atração surpresa! Uma enorme pilha de madeira foi milimetricamente arrumada bem no meio da praça. O coreto foi todo decorado especialmente para essa festividade. O chão foi pintado de verde e as paredes de cor azul cobalto. Na noite de sexta-feira depois de um breve discurso do prefeito, a fogueira foi acessa. Ouvia-se gritos de comemoração, as pessoas batiam palmas, assobiavam e a festança começou! 
O primeiro a se apresentar foi o cantor Jeremias que com sua música romântica e acompanhado de seu violão, fez os enamorados dançarem coladinhos como se não houvesse amanhã. Sábado durante o dia as apresentações continuaram. Ao meio dia o coral da igreja “Mulheres de Cristo” deveria se apresentar e Odete uma jovem evangélicaseria a estrela principal. Ela usava sua longa cabeleira presa por um laço colado a uma presilha, saia longa, blusa de linho em tom pastel com uma echarpe preta que caia sobre os ombros e sapatos combinando. Quando estava para sair de casa teve um súbito ataque de labirintite e com o sol a pino não iria contribuir em nada em sua apresentação. Então Odete foi até a porta e viu Pedro filho de sua irmã/amiga de congregação. Pedro brincava com os outros meninos na rua. Ao chamá-lo Odete percebeu que ele estava descalço, com as barras da calça dobradas até os joelhos, com uma camisa em desalinho e seu chapéu preto preferido nas mãos. Pedro se aproximou acanhado e assim ficou como que encolhido de vergonha. Odete conversou e explicou que Pedro teria que levar um “recado difícil” para as irmãs da igreja. Odete não iria poder se apresentar junto com o coral.
Tirando esse pequeno incidente o sábado foi tranquilo. Agora, a noite prometia! Pois viria da capital um grupo de atores e dançarinos performáticos. Como ninguém sabia o que isso queria dizer, estavam curiosos e agitados. Dona Maria Madalena assistia tudo da janela de sua casa, pois não havia lugar mais privilegiado do que esse. E foi assim que ela viu subir ao palco um quinteto composto por homens e mulheres completamente nus e com seus corpos pintados de vermelho. A música era agitada, “a dança” acontecia com todos de mãos dados formando uma roda e cada um realizava uma coreografia. Era interessante notar ainda que o amor seja tido como pecaminoso e a virgindade o estado mais perfeito, aos olhos dos populares toda nudez deveria ser castigada. Diante do impacto causado pela dança foi possível observar a “mulher chorando”. Dona Maria Madalena colocou a mão no rosto na tentativa desesperada de livrar-se daquela visão. Com um olho fechado e outro aberto e com a boca aberta diante do assombro dos corpos nus. Essa noite foi inesquecível e tornou-se o tema principal dos debates acalorados da manhã de domingo. Outra eleição com certeza esse prefeito safado, desavergonhado, destruidor dos bons costumes não venceria. Onde já se viu! Agora era só esperar pelo desfecho final, pois pior do que esse espetáculo não poderia ser. A noite chegou! E de repente, o coreto se abre e um nome é anunciado como o último espetáculo da noite. E vem ai o filho mais ilustre dessa cidade! O grande e famoso “velho guitarrista” Roberto! 
A multidão vai ao delírio! Sua fase performática começa de maneira triste e singela com o artista sentado no chão com as pernas cruzadas, roupas pretas surradas num canto cinza que se fazia confundir com o cenário. Um homem velho, magro, corpo arqueado, cabisbaixo, pés descalço, com um olhar triste e com a guitarra nas mãos. Começa a tocar uma música suave e aos poucos ele toma conta do palco com sua música eletrizante e contagiante. O povo dançava, gritava, pulava como que embriagados pelo som. Dona Maria Madalena voltou a sorrir mostrando seus dentes congestionados.
E assim terminaram as festividades da cidade da Gruta do Valentes que começou com shows simples e populares, passou por performances que causaram um medo gostoso, quase criminoso e terminou com a fogueira batendo palmas para a bondade do céu de uma “noite estrelada” que cobria a cidade e sua pequena igreja de torre enorme.
Autora: Lidiane Ribeiro
 ___________________________*________________________
 
 Certo dia minha irmã e eu fomos dar uma voltinha de carro na cidade, estávamos entediadas dentro de casa, sem ter o que fazer. Então, entramos no carro e fomos. Chegando lá perto da cidade vimos uma mulher chorando e com semblante muito desesperado, resolvemos ajudá-la, paramos o carro e perguntamos o que tinha acontecido de tão grave para que ela estivesse naquele estado de pura tristeza. 
Ela nos contou o que tinha acontecido e, realmente, ela tinha muitas razões para estar naquele desespero. Na verdade, sua prima tinha acabado de falecer, realmente é uma situação muito triste que nos comoveu, eu e minha irmã conversamos com ela por horas até ela se acalmar.
 Logo depois, demos uma carona para ela voltar para casa e seus familiares já estavam preocupados com a sua demora e por ter saído correndo daquele jeito. Assim, na hora de despedir da mulher eu me lembrei de perguntar o seu nome, ela se chamava Cleide. Desejamos os sentimentos a ela e a toda sua família e fomos embora, mas ficamos tão tristes e comovidas com aquela situação desagradável que resolvemos voltar para casa e não continuar mais com o nosso passeio. Ao chegarmos em casa contamos o triste acontecimento para todos que ficaram aborrecidos com a situação em que Cleide se encontrava na beira da estrada.
Noite estrelada 1889- Van Gogh
Um dia bem de madrugada perdi o sono e me levantei. Fui em direção a janela do meu quarto, no último andar e vi uma noite maravilhosa, o céu que parecia o mar. Quanto mais eu olhava, mais parecia o mar com suas ondas gigantes e agitadas, porém, era lindo de se ver! Da minha janela também dava para ver a parte mais alta da igreja e as casas em toda sua volta, mas ao mesmo tempo parecia uma miragem, uma coisa estranha onde eu enxergava o mar muito agitado, invadindo as casas. Aqui na cidade de Sertãozinho é tudo muito belo e calmo. O louco é que estava tão lindo de se ver que está até se tornando um pesadelo com toda aquela água e foi ai que mamãe entrou no meu quarto e me chamou, para arrumar e ir para escola e foi ai que eu percebi e me dei conta que era mais um sonho maluco que tive, sabe ainda bem, porque eu amo minha cidade e o meu céu azul e não quero que nada estrague essa vista da minha janela, tão perfeita e que me traz tanta paz.
A dança 1905- Henri Matisse
Minha professora Karla, me convidou para ir com ela em uma exposição de artes que aconteceria na próxima semana. Eu fiquei toda ansiosa para poder ir com ela e ver as obras de artes. Os dias eram intermináveis, eu contava os dias, as horas, os minutos, até os segundos. Felizmente chegou o dia tão esperado, tudo parecia ir muito bem, estávamos todas empolgadas com as obras, eram todas muito interessantes e algumas muito bonitas de se ver. Estávamos a horas observando tudo e não deixávamos passar nada, mas foi quando eu vi uma obra de Henri Matisse, chamada: A dança. Eu desanimei por completa! Foi a gota d`água na minha fogueira, pois achei muito sem graça e sem estilo. Parecia um povo desengonçado, desconfigurado fazendo uma dança louca e sem roupa, não gostei mesmo e Karla pode perceber isso na minha atitude e logo falei para ela para me levar embora, porque já estava muito cansada e já era tarde, na verdade aquela obra não me desceu, muito sem graça. Assim Karla me levou para casa, eu agradeci pelo dia. Assim foi o meu passeio tão esperado que não acabou como eu tinha sonhado.
O velho guitarreiro cego 
 Minha vó Joana ganhou um quadro muito triste e era uma obra de arte de um artista chamado Picasso, era um velho triste desengonçado e, ainda por cima, cego. Ele tocava um violão. Quando cheguei e me deparei com aquele quadro tomei um susto e na verdade nem quis entrar na sala da vovó. 
Vovó teve a coragem de perguntar o que eu achei. Eu disse para ela na hora, que não gostei! Achei muito triste e feio, falei que estava com muito medo, só tinha cinco anos não entendo de artes, mas não gostei. A partir daquele dia minha vovó teve que tirar o quadro e guardar em outro lugar se quisesse que eu voltasse lá de novo, deixei bem claro isso! Minha vovó me ama e ela guardou o quadro em outro lugar e assim continuei indo na casa da vovó todas as tardes para a gente assistir novelas juntas.
Autora: Danieli Alves
 __________________*______________O homem está dançado com vilão e as pessoas estão dançado pulando e fazendo roda o menino com tristeza porque ele está estudando a música e por causa vilão também a moça está chorando muito porque é emoção e o dia também está lindo o que céu, tem a cor azul tudo se comunica tudo se identifica.
Autora: Thaiwane Dias
 __________________*_____________________
 
 Laços de sangue
Tudo começou quando eles foram procurar emprego na fazenda de café. O proprietário disse que sim, que poderia empregá-los. Só não poderia pagar muito. Que decidissem: era pegar ou largar, ame-o ou deixe-o.
Ana e Bento se mudaram há pouco tempo e não conheciam ninguém na redondeza. Não havendo outra alternativa, resolveram trabalhar recebendo pouco e começaram no dia seguinte. A fazenda era linda, possuía lindos campos verdejantes, uma cachoeira magnífica e uma linda casa sede em estilo colonial; o cenário muitas vezes compensava o baixo salário principalmente para Ana que amava a natureza; já seu irmão Bento não via a hora de juntar uma quantia razoável de dinheiro e ir tentar a vida na cidade.
Gusmão, o fazendeiro, era um sujeito aparentemente muito amistoso e educado e todos naquele lugar o respeitavam muito. Ele já fora casado, diziam os trabalhadores, mas em uma noite estrelada a esposa desapareceu misteriosamente. Mesmo o fazendeiro dando esse difícil recado da morte de sua mulher para todos, muitos acreditavam que ela vivia trancafiada em casa. Bento ficou sabendo desses boatos em um boteco próximo ao armazém onde os trabalhadores se encontravam para beber, aproveitar a dança com as mulheres e ouvir um velho guitarrista cego tocando suas tristes canções de amor.
Ana, quando soube deste boato, ficou muito curiosa, e sua vontade de visitar a casa só aumentava. Ela disse para seu irmão Bento que eles deveriam fazer alguma coisa e se essa história fosse verdade eles teriam que ajudar essa mulher de qualquer maneira. Bento conhecia muita bem a irmã e sabia que ela não tiraria a ideia da cabeça então resolveu ajudá-la para impedir que arranjasse alguma confusão e os dois fossem mandados embora.
Ana passava os dias de olho na casa e percebeu que era tudo trancado e não havia nenhum funcionário trabalhando lá dentro. Certo dia ela percebeu que o fazendeiro saiu muito apressado e não fechou a porta, então ela foi atrás de seu irmão, que trabalhava por perto, para entrarem juntos na casa.
Ao entrarem na casa perceberam que haviam várias coisas quebradas dentro da casa, subiram as escadas devagar, e no último quarto do corredor viram uma mulher chorando muito e chamando pelos seus filhos. Tentaram tirá-la do quarto, mas parecia que ela estava em estado de choque e eles não conseguiam fazer com que ela se acalmasse. 
Nesse momento Gusmão entra no quarto, os irmãos o encaram apavorados esperando o pior, ao invés de uma atitude de censura o fazendeiro simplesmente solta a sacola de medicamentos que trazia, se senta no corredor e começa a chorar. Ele diz que a mulher está doente há anos, se isolou do mundo e não saia mais do quarto e agora ele já não sabia mais o que fazer para ajudar a esposa.
Gusmão conta para Ana e Bento o que havia acontecido para mulher ficar naquele estado, ele diz que eles tinham um casal de filhos lindos e que eles foram sequestrados ainda crianças, com apenas cinco anos, já havia passado quinze desde o sequestro e a sua esposa Amélia nunca se recuperou. Ele preferiu dizer que sua mulher estava morta do que deixar que a vissem naquele estado, já que outrora ela era a mulher mais feliz, gentil e amável que ela já conheceu. O pior de tudo, disse o fazendeiro, é que foi a própria madrinha das crianças que as levou. Ele pegou uma foto da madrinha junto com seus filhos e mostrou para os irmãos.
Quando Ana e Bento viram a foto levaram um grande susto, disseram para Gusmão que a mãe deles tinham uma foto igual, a mãe sempre mostrava a foto para eles e dizia que um dia eles voltariam para esse lugar para pegar o que era deles. Os três logo perceberam o que estavam acontecendo, eles eram uma família, Bento e Ana eram os filhos perdidos de Amélia e Gusmão.
Os motivos que levaram a madrinha a sequestrar as crianças, ninguém nunca saberá já que ela morreu em um acidente há um ano. Isso não importava, os irmãos queriam muito conviver com os pais verdadeiros, e quando Amélia soube que seus filhos tinham voltado, foi se recuperando e aos poucos a família foi se reconstruindo e construindo um laço de amor que nunca mais se partirá.
Autora: Aline Oliveira
 ______________*____________
 
 
 Flor de primavera
Em uma pequena cidade no interior de Minas Gerais, no ano de 2015, morava uma mulher chamada Matilde, tinha 38 anos, e vivia chorando pelos cantos, era conhecida como "a mulher que chora". Existia uma história, onde falavam que ela chorava assim, pois o seu amado tinha ido embora sem deixar rastros ou avisá-la, e já se faziam 18 anos! Todos os dias à noite ela saía de casa para tentar encontrá-lo, pois ele tocava nas ruas com seu velho violão. 
Suas amigas ficaram muito preocupadas com ela, pois dificilmente a viam feliz. Foi aí que decidiram procurar por ele, conversaram com seus filhos e pediram ajuda a eles, foi quando descobriram que um homem estava tocando em um restaurante ali perto e se parecia muito com a descrição do homem. Foi então que elas foram para ver se realmente era ele mesmo e, chegando naquele tal restaurante, ficaram de boca aberta! Era ele, sem tirar nem pôr! Era o Antônio!
 Após o final do show foram conversar com ele. Antônio ficou super feliz em vê-los pois já se fazia muito tempo e gostaria muito de reencontrar o seu amor. Ele explicou meio por cima o porque não tinha voltado antes e ficou muito triste em saber que não poderia ficar com sua amada. Então, para que eles se encontrassem, ele pediu que elas fossem em seu show no dia seguinte. 
No dia seguinte, todos estavam cochichando, pois, nunca tinham visto a "mulher que chora" tão feliz e radiante, sorrindo e cumprimentando todos na rua. Antônio não estava diferente, estava tão feliz que não conseguia segurar no peito, não parava de cantarolar o nome daquela mulher que roubou seu coração, só que estava um pouco triste pois ele teria que ir embora no dia seguinte, estava esperançoso que ela fosse junto. 
Chegou o momento do reencontro! Ela tinha vestido um traje muito bonito que lembrava a época que o havia conhecido. Era uma roupa que ela tinha usado no dia em que o viu pela primeira vez. Ela a guardou, pois tinha esperanças de usar novamente. No trajeto até o restaurante como ela estava um pouco rápida demais, parou para ver uma bela performance de alguns "bailarinos na praça". Era tão belo que nem tinha percebido que estava atrasada, ela estava encantada com tudo aquilo. A "noite estava estrelada" como uma obra de arte! Era tão lindo de se ver o que compunha o cenário que só vemos em filmes de romance. O céu estava limpo, azul como o mar. A posse da conta que já estava muito tempo ali olhou seu relógio, se assustou:
 - Oh não!!! Estou atrasada, preciso me apressar, não acredito!
Saiu correndo sem olhar para os lados, e acabou tropeçando. "Estou sem sorte, o destino não quer que eu seja feliz" pensou ela se levantando e limpando suas vestes cheias de barro, pois tinha chovido e estava todo molhado o chão, mesmo assim correu para tentar encontrá-lo. Ao chegar no restaurante ficou procurando por ele, mas ele não estava mais ali, ela não conseguia acreditar que tudo aquilo estava acontecendo com ela. Saiu chorando com as mãos em seu rosto, até que um menino que estava ali com sua mãe que trabalhava no local, percebeu e cutucou sua mãe:
 - Mamãe, aquele moço nãotinha falado pra gente dar uma notícia para uma moça? Eu acho que é aquela ali, mas parece que ela não teve um bom dia.
 - Filho, que ótimo que me lembraste, vou falar com ela imediatamente.
Ao chegar perto dela, a mulher a cutucou:
 - Oi tudo bem? O senhor Antônio deixou uma carta para Matilde, é você? 
Ainda chorosa, respondeu:
 - Sim, sou eu.
Ao ver a carta nas mãos daquela mulher, reconheceu a letra, é dele, como ela poderia ter se esquecido, com medo do que fosse ela pediu para que lesse para ela.
 - Olha, é um "recado difícil", pelo que entendi, espero que você fique bem, ele tinha me contato que teria que ir embora, pois amanhã irá embora, e por isso não pode esperar por você - disse a mulher que estava com a carta em suas mãos - leia quando estiver tranquila - e a entregou.
Foi para casa com a carta nas mãos, chorando e soluçando. Não acreditava, pois, após tanto tempo, quando realmente pensou que tudo daria certo isto aconteceu. Ao chegar em casa não conseguiu ler, e dormiu chorando com a almofada em sua face. No dia seguinte não queria nem levantar da cama e ao olhar para o lado viu a carta em cima da escrivaninha e decidiu ler:
"Olá minha amada, sei que está muito corrido e peço desculpas por não ter te esperado, está muito corrido, por meio desta carta quero te fazer uma proposta: venha embora comigo! Já perdemos muitos anos longe e eu quero viver uma vida com você, longe de tudo isso, morrer velhinhos, só eu, você, nossos filhos e um cachorrinho, vou embora amanhã para Portugal, quero muito que você vá comigo, sei que está em cima da hora, mas queria muito que fosse, não pude ficar pois estou arrumando todos os documentos para poder ir amanhã. Peço que venha comigo para não perdemos mais tempo, eu amo você e quero que seja minha esposa, estarei te esperando no terminal até às 14:00. 
Com grande amor. Antônio".
Sim, ele estava a chamando para ir embora! Era difícil acreditar em tudo que estava acontecendo e parecia que realmente o destino tinha dado o braço a torcer. Ela ficou preocupada em ficar longe de seus amigos e familiares mas, sabia que se fossem eles em seu lugar iriam pois, não tinham nada a perder! Ao olhar o relógio percebeu que já eram 10:00 horas e precisava correr. Pegou o máximo de documentos e roupas que pode, chamou um táxi e foi direto para o terminal, faltavam 10 minutos para as 14:00 horas. Chegou ofegante, olhou para todos os lados e não conseguiu vê-lo. Olhou mais adiante e viu uma capa de violão e ao seu lado estava um homem sentado, era ele esperando por ela. Saiu correndo para abraçá-lo e nem ele estava acreditando no que estava vendo, estava tão feliz que ficaram ali sem lembrar de entrar no ônibus, até um som soar pelos seus ouvidos "prezados passageiros, o ônibus que está indo para o aeroporto está partindo, por favor, entrem em seus respectivos ônibus, obrigada", eles correram, pegaram tudo que precisavam e entraram. 
No caminho ficaram conversando sobre a sua vida, e por que ele tinha sumido de um dia para o outro. Ele explicou que tinha feito um contrato com uma gravadora, que não deixava ele ter contato com seus amigos e nem familiares, e quando acabou seu contrato ele simplesmente fugiu, não queria aquilo, e por isso voltou para aquela cidade para reencontrá-la. Ficaram tão felizes por estarem juntos que nem viram o tempo passar. 
Ao chegar no aeroporto, e entrar no avião, ficaram conversando o tempo todo até chegar ao destino, chegando lá foram para sua casa nova, depois de uns anos casaram e adotaram um casal, Sophia e Alex, ambos tinham 6 anos. Ao passar dos anos, foram criando uma família linda. Matilde com 76 e Antônio com 78, estavam bem velhinhos e seus filhos cuidavam deles. Ele foi um ótimo pai e ela uma ótima mãe e sempre que podia tocava seu violão. Um "homem velho tocando sua velha guitarra"! Era uma arte vê-lo, corpo enrugado, corpo seco, olhos fundos, apesar de uma imagem que transparecia um homem cansado, ele tinha sido muito feliz em sua vida e sua melhor decisão foi voltar para sua amada e levá-la contigo para viverem juntos. Ficaram juntos até seu último suspiro. 
Em um belo dia de primavera, após um almoço mais que perfeito com seus filhos e netos, os dois foram cochilar, e assim foram dados os últimos suspiros! Viveram uma vida bela, plena, dormiram sorrindo. Seus filhos choravam ao ver seus pais assim, porém por um lado, ficaram felizes com todas as recordações que teriam deles, uma bela família formada. Fotos e vídeos, não tinha algo melhor que isso para se recordar.
Autora: Mayra Oliveira
 __________________*______________
 
 A revisão
Naquela noite na praça com aquela lindo luar! Uma noite onde todos os amigos se encontravam com aquele bom guitarrista tocando canções lindas!
 Você me chama pra dançar e eu sem saber o que fazer fui ali mesmo te conheci e conversamos, nos conhecemos. Dali saímos e fomos passear pela praça. Estava tudo perfeito naquela noite quando de longe avistava um menino correndo para chama-lo trazendo um recado: 
- Oi, me desculpe mas me pediram pra te avisar sua mãe não está bem ,vá correndo pra sua casa!
Então ficou por ali o nosso único encontro romântico que poderia se dar bem. Foi a única vez que te vi e só ficou em minha lembrança aquele bailar de emoções. Eu fiquei por aqui em prantos à sua espera até hoje só lembranças ficaram em mim.
Autora: Cristielle Pereira
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 A Festa
Em uma " Noite Estrelada", estilo aquela linda de Van Gogh, nos tempos sombrios que viveram as crianças, uma mulher desesperada pediu a um menino, que levasse um "Recado Difícil " para sua filha, que vivia do outro lado da cidade. 
O menino com muito medo, não poderia recusar o pedido da velha Senhora. 
Ele atravessou a cidade correndo, antes que a lua deixasse de iluminar aquele lugar. 
Até que chegou na casa onde ele levaria o tal recado... 
Ele foi atendido pela filha dela, e lhe entregou o recado... 
Antes de partir, a " Mulher Chorando", disse para o menino avisar que, poderiam começar "A Dança " sem a sua presença. 
Pois ela teria que ir buscar " O Velho Guitarrista Cego" e que iria atrasar para a grande festa da "Noite Estrelada."
Aluna: Vanessa Isidoro
 _________________________*______________________
 
 A Mulher chorando 
Marta está já cansada de carregar o fardo pesado que a sociedade a cobra como mulher, em casa, desprezada e oprimida, na rua diminuída e menosprezada. Já não suporta, o que resta a ela são as lágrimas que não vão trazer nem mudança nem conforto, mas o desespero e aflição pois, amanhã começa mais um dia repetitivo e ela se pergunta até onde suportará essa situação.
Marta em silêncio pede socorro.
 A Noite Estrelada 
Uma cidade, um castelo negro, o céu, a lua e as estrelas. Uma cidadezinha, com pessoas, famílias normais e também com um castelo negro que decidia e mandava na cidade sem saber o que fazer. A cidade ficava a deriva e assim em uma noite linda e estrelada o povo daquela cidade pediu às estrelas que assim como elas eram livres e soltas no céu, mas tinham a lua para as guiarem, assim eles também queriam que eles fossem livres para ir e descobrir.
 Recado Difícil 
Uma vila, com muitas crianças onde tudo se sabe e tudo se ouve, crianças sempre atentas para ali tentarem ganhar uns trocados. Mas um menino que estava na hora errado no lugar certo, ouviu uma grande notícia, algo que mudaria sua vida e principalmente sua vila.
Mas aquela notícia mudou a vida daquele menino, onde várias emoçõestomaram conta. Sem saber o que fazer, ele se fechou e, em silêncio, ficou com aquele grande segredo, mas como criança rapidamente foi notado algo de diferente nele onde todos se perguntaram, o que se fez daquele menino? O que o deixou tão paralisado? 
Mas foi aí que o menino cada dia falava menos. Ele com aquela grande notícia, sem reação não soube o que fazer, porém, não pôde falar para alguém pois poderia apavorar ou até mesmo levar a morte. E assim que uma grande notícia, um recado de soldados, mudou a vida daquele menino. 
Autora: Andressa Frutuoso
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 Devemos fazer o bem, independente a quem. 
 Em um reino distante, havia um rei muito severo e cruel, a rainha sua esposa era muito bela, que lhe deu trigêmeos lindos e saudáveis. A vida ia bem, até os trigêmeos chegarem perto de completar 18 anos. Uma grande festa foi planejada e estava sendo preparada, mas somente para os reis vizinhos e pessoas da mais alta sociedade.
 Um dia antes da data esperada, como a noite estava bela e estrelada, os rapazes resolveram festejar no modo deles, indo no bar mais badalado e famoso do reino. Voltando para casa disfarçados, estonteantes e felizes, se depararam com um velho cego no caminho pedindo uma esmola com uma guitarra em seu colo, mas não estava tocando, e o caçula dos trigêmeos perguntou: 
-Porque você não canta?
E ele falou que não sabia tocar, tinha ganhado de presente e isso, o ajudava a pedir esmola pela beleza da guitarra. 
O mais velho dos irmãos respondendo pediu para que não dessem atenção, 
- Papai disse que todos devem viver do suor do seu rosto, e ele nem a guitarra quer tocar. 
No mesmo instante, quando eles menos esperaram o velho passou a mão nas cordas da guitarra e sai um feitiço, os deixando cegos e com uma praga na qual só se quebraria se acontecesse algo, e o prazo máximo era até meia-noite daquele dia do aniversário. O dia amanheceu, e os guardas na cidade levaram os meninos que acharam naquela situação deplorável, e a rainha começou a chorar, o rei ficou desesperado, não sabia o que fazer, mas ouviu de seus conselheiros o murmurinho de que o cego velho guitarrista tinha jogado a praga. Ele então ordenou as mais belas moças a beija-los, médicos consultarem, entre tantos e outros desatadores de encanto no intuito de reverter o feitiço, mas tudo sem sucesso. Chegando a noite, uma das cozinheiras do palácio pediu para que pudesse levar a comida da festa para Asilos, abrigos e orfanatos, pois, naquela situação, não iria ter festa e não podiam perder a comida, entregariam nas instituições. O rei muito bravo gritou e disse que não, como ela podia pensar nos idosos e nas crianças, sendo que seus filhos estavam naquela situação.
 Os rapazes escutaram e disfarçados pediram para que a cozinheira prosseguisse com plano escondido do rei, pois o que iria adiantar aquela comida, toda a riqueza e todo luxo se nessa hora eles estavam à beira da morte! A cozinheira concordando com o rapaz assim o fez, mesmo temendo pela sua vida. 
 Infelizmente, à meia-noite, o recado mais difícil chegou, o menino que ficou a porta de vigia onde estavam os rapazes anunciou o óbito. O reinado do pai acabou, passando um curto espaço de tempo e luto, pois o rei e a rainha ficaram loucos pela morte dos filhos, e a população daquele reino aplaudiu o cego guitarrista que foi elegido como monarca daquele reino, que foi próspero e feliz. Assim os rapazes chegando ao descanso encontraram seus avós e fizeram uma roda de dança comemorando a chegada, estavam felizes pois tinham se libertado daquela terrível praga que era a soberba e a luxúria, porque o que quebrava o encanto era um coração bom pensando no seu próximo e sempre fazendo o bem, independente a quem. 
Autora: Cristhiane Batigaglia Estevam ___________________*_____________
 
 Quem tem olhos de ver, que veja!
Era uma noite estrelada, daquelas de encontrar diversas constelações em um céu só. Quem sabe pela energia presente dentro do ser humano de enxergar as belezas das coisas visíveis e invisíveis, se pudesse imaginar até mesmo uma Nebulosa Pelicana no luar. Na praça de Bolervi, em um sábado, era sempre alegria para os moradores que podiam participar das danças circulares oferecidas pelo grupo musical da região. Os participantes vestiam roupas das mais variadas cores vivas e alegres e a dança sempre seguia a composição do vestuário da vez. Maria tinha muito apreço pelas músicas e festividades que ocorriam, e não perdia uma desde que descobriu que estava grávida. Quem sabe meu filho possa conhecer as cores do melhor jeito possível assim como eu conheci com essas danças na pracinha. 
Apesar de uma gestação tranquila, Maria teve um parto muito complicado, o diafragma por alguma razão pressionou o bebê e ela assim que deu à luz ao menino teve de correr às pressas para uma cirurgia de urgência sem ao menos conseguir segura-lo em seu colo, pois estava prestes a desmaiar. Tudo que eu mais queria era que o primeiro contato do meu filho fosse com meu olhar. Maria estava muito triste e precisou ficar um tempo internada bem como o bebê que precisou de uns cuidados emergenciais também. Porém estavam em alas separadas e essa situação deixava Maria transtornada. 
Maria voltou primeiro para casa já recuperada, e rezava incessantemente para que o seu filho saísse logo do hospital. Ela não via hora de mostrar as cores e luzes da pracinha, acompanhar seu crescimento e dia após dia doar seu amor e carinho. Depois de três longos dias eles se conheceram e alegria daquela mulher voltara como em quando se acende uma fogueira de dia de festa de São João. 
Maria cuidou muito bem de Diogo, nome que havia dado para seu filho, e ele crescia em graça e sabedoria. Os finais de semana eram ainda mais iluminados na pracinha com Diogo participando e se encantando com a musical. Maria era muito feliz junto de filho. 
Com seus cinco anos de idade, Diogo nas brincadeiras de rua com seus amigos acaba se acidentando. Foi em uma tarde ensolarada, os meninos estavam em duplinhas para jogar Bete e era vez de Diogo começar a rodada. Empolgado ele corre em direção a área do jogo, mas acaba tropeçando no ladrilho da rua e um caco de vidro que estava no chão fura seus olhos. Sem tempo para avisarem a sua mãe, levam o menino para o hospital que de lá tem a notícia de havia ficado cego. 
Um dos amigos de Diogo, João, vai até a casa de Maria dar o recado difícil do que havia ocorrido. Sem conter em lágrimas, João conta para ela que Diogo havia ficado cego. A notícia a entristece profundamente. Nunca se via uma mulher chorando tanto quanto agora. Era como se todos se chão desabasse, pois a frustação de um filho cego que não poderia acompanha-las na admiração das cores festivas da pracinha era algo que nunca havia imaginado. E por essa frustação e descontentamento da mãe, que achava agora ser o fim cuidar de um filho cego, desfez dele em um abrigo de crianças com deficiência que ficava em uma cidade próxima. 
Diogo nunca se perdoava do ocorrido, havia ficado triste inevitavelmente, mas no abrigo conseguiu se superar e a cegueira se tornou sua melhor amiga. O abrigo onde morava, felizmente proporcionava muito momentos bons e incentivava as crianças no trabalho com as linguagens artísticas. Eram oferecidos a todos que ali estavam abrigados, aulas de instrumentos musicais, dança, teatro, e canto. Diogo, apesar da perda da visão, aprendeu a tocar violão com um professor muito inclusivo e motivador. A cada dia que passava Diogo se aprimorava mais e mais no instrumento, e todos que o viam tocar se encantam. 
A saudade de sua mãe também aumentava cada dia, e já adolescente resolveu tentar um reencontro com ela. Por todo seu talento, conseguir entrar na banda da cidade como guitarrista e em uma noite de sábado lá ele foi para a cidade da sua mãe. 
Maria imediatamenteo reconheceu no palco e não acreditou em tamanho talento dele. Foi a segunda vez que se viu uma mulher chorando tanto. Com uma mistura de alegria e tristeza, primeiramente por tê-lo reencontrado e segundo porque quem esteve cega esse tempo longe afastados era ela e não ele. 
Autora: Franciele Almeida
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Era uma vez uma garota de apenas 15 anos de idade, que se chama Larissa. Ela estava muito solitária e resolveu sair e ir ao parque. 
Caminhando bem lentamente e observando as paisagens da rua, avistou um garoto, ele parecia estar triste também. 
Ela correu depressa até o garoto e lhe perguntou: 
-Ora? Porque está triste?
Ele respondeu: 
- Eu estou solitário e não tenho amigos. 
Logo Larissa pegou em sua mão e seus olhos se encheram de lágrimas e deu lhe um abraço no garoto e disse: 
- Eu não tenho amigos, e sou muito solitária, mas podemos ser amigos? O Garoto Com um sorriso no rosto olhou para ela e disse que era tudo o que ele precisava. Larissa disse: 
Nossa, já está anoitecendo olha quantas estrelas no céu? Perfeição pura! O garoto todo feliz, olhou para estrelas e suspirou... 
Em seguida avistaram um velho senhor que tocava seu violão e canta músicas românticas.
E logo a frente um grupo de dança. 
O garoto e a Larissa observavam todos aqueles movimento da dança e admiravam, ao som da música. 
O velho senhor perguntou:
- O que os trouxe aqui esses dois belos jovens, parados ouvindo esse velho violeiro? E o grupo de dança? 
Larissa muito ansiosa logo já disse: 
- Estamos celebrando o início da nossa amizade e viemos seduzidos por sua canção esplendida O Velho senhor violeiro, então propôs aos dois jovens que dançassem ao som de suas músicas O garoto todo tímido, cabisbaixos olhou bem lentamente para Larissa sem saber o que dizer.. Mas Larissa rapidamente disse: 
- Claro! Você me acompanha meu amigo? 
O garoto respondeu, todo alegre 
- Que honrar, minha cara amiga, eu aceito! 
Por tanto, os dois com muita intensidade dançaram ao som do violeiro, nem perceberam o tempo passar, com isso a amizade se tornou tão intensa que todos os dias eles se encontravam para conversar, dançar e celebrar o quanto é bom ter AMIGOS.
Autora: Shaele Gouvea 
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 Incertezas reveladas
Com as mãos amparando o rosto, seu olhar revela o medo que já não mais consegue esconder. Suas lágrimas revelam o peso da dor, que carrega em silêncio dentro de si, pois há nada mais pesado do que oprimir nossas próprias dores, já que só consegue dominar a dor, aquele que não há sente. 
Há pessoas que quando perdem o controle das coisas, se inquietam dentro de um turbilhão de pensamentos, permitem com que as circunstâncias roubem sua paz. Mas há aquelas que preferem contemplar as estrelas, não deixando escapar de dentre seus olhos as casas do povoado, chegando a conclusão de que se aquelas habitações se mantem firme depois de muitas tempestades, com ele não poderia ser diferente. Dentre labaredas de fogo que sobem o firmamento até seus pensamentos mais obscuros são transmutados, pela energia desse elemento que representa energia, calor, cura, vida, vigor, sangue, purificação, mudança, liberdade, iluminação, amor, paixão, percepção, força, proteção, vitalidade, poder e transformação! Só quando nos permitimos essa leveza, é que podemos sentir a natureza de forma diferente e especial e ter a certeza que tudo que nos rodeia é mágico.
Devemos carregar uma certeza dentro de nós, os dias ruins, tem lá seus propósitos. Não saberíamos valorizar os dias bons, se os ruins não existissem. Não saberíamos ser grato pelo que temos, se não soubéssemos que aquilo pode ser tirado de nós a qualquer momento, até mesmo a vida, que chamamos de nossa, mas na realidade é uma dádiva, um presente, uma grande oportunidade de ser feliz e entender que ela é apenas um capítulo de tudo que tem reservado para nós. Quando o dia mal chegar, aquieta-te, silencia-te e acredite mais uma vez, vai passar! 
A vida é como um ritual que se concretiza, entre o céu, a terra, e nossos semelhantes, um ritual que no fim, trará grandes resultados, como o azul do céu, que nos movimenta para o infinito, o verde da terra que simboliza crescimento, sustentação, fertilidade e força, força daquilo que só temos quando andamos de mãos dadas, dançando a dança da vida em união, compartilhando nosso entusiasmo diante de tudo que nos foi dado . 
No fim, depois de tantos sorrisos, amores, tantas dores e lembranças, seremos nós, a sós, a tocar a nossa própria canção, a qual escrevemos ao longo de toda uma história. A canção deverá ser tocada, seja ela o que for, pois então seja o responsável por suas próprias escolhas, por aquilo que escreve nas páginas da sua vida. Pois o tempo é a única coisa que você não poderá recuperar! 
 Autora: Marília Madeira Cândido
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 A comemoração 
No ano de 1980, uma seca atingiu os rios de um povoado, era um lugar de poucas pessoas, todos dependiam exclusivamente da pesca. Uma certa noite, caiu uma chuva muito forte, e a esperança voltou a nascer nos corações das pessoas daquele povoado, visto que há tempos não pescavam. Durante o clarear do dia, todos foram para suas janelas olhar para os rios e lagos, para verem se estavam cheiros. 
Todos olhavam e contemplavam o nascer do sol sobre as águas e viam que os rios estavam trasbordando. Alguns pescadores, que eram líderes naquele lugar, foram ao rio, passar a rede e ver o que conseguiam. Para aqueles homens a felicidade seria levar alimento para suas casas. E lá foram eles, esperançosos que iam conseguiriam, um falava para o outro: não podemos desanimar, algo nós vamos encontrar. O outro dizia: alimentos nós vamos levar, ainda que o dia vire noite, o importante é conseguir pescar. E a ansiedade era nítida em cada gesto daqueles homens. 
De repente, mal colocaram seus barcos na beira do rio e ouviam barulhos, olharam fixamente para as águas que não paravam de se mexer, era peixe saltando para tudo que é lado. Ao verem aquilo, os pescadores não se contentaram, tiraram as roupas e nus saltitavam com as mãos dadas, naquele momento só pairava a alegria, o contentamento e a certeza de o alimento estava garantido. Aos pulos, os movimentos eram inúmeros, na beira daquele rio azul, com as matas ciliares verdejantes, eles saltavam e não havia quem não se contagiasse com aquele momento de festa. Sendo assim, nesse dia, aquele povoado não dormiria com a incerteza de como alimentariam suas famílias.
 A beleza vem de dentro 
A cidade era Paris, por volta dos anos 1903. Ali pelas madrugadas frias um jovem pintor chamado Picasso perambulava pelas ruas, e avistou um velho guitarrista cego, que cantarolava suas canções. Ele não tinha grandes expectativas a sociedade não o enxergava com dignidade. Mas o jovem via que ele tinha muito a oferecer, ao ver as expressões do velho guitarrista, Picasso começou a refletir sobre aquilo. Sentando, com os pés descalços e as roupas rasgadas, as pessoas passavam e olhavam com piedade e compaixão, porém o seu interior era muito mais do que os olhos enxergavam. Ele cantava assim: Não tenho roupas, nem sapatos, mas tenho histórias, que levo por onde passo. Na minha vida não tive amores, mas canto os meus temores. Todos que passavam só conseguiam enxergar o exterior do velho. No entanto, suas canções vinham de alguém que não teve oportunidade, mas através da música ele trazia uma arte que nem mesmo ele e nem aquele povo ignorante sabiam o quanto ele era um artista. Picasso pensou: Bom, agora refletido sobre o que estou vendo, vou pinta-lo e sei que muitos verão a sua imagem, mas não saberão o quanto você era especial por dentro. 
 O susto 
Era um dia como outro qualquer, Maria cozinhava na beirano fogão, como sempre fazia. Ao entardecer, Maria esperava seu amado, para jantarem juntos. De repente, Maria foi tomada por um pressentimento e uma sensação que nunca havia sentido. O que será que estava por vir, diante daquele pressentimento e cala frios, alguém bateu à porta. Maria, pensou: não quero abrir a porta, um pressentimento de que algo ruim está para acontecer. Que eu esteja errada, que esses maus pensamentos possam ir embora. Com uma mão em um ouvido e outra fechando os olhos, Maria tinha expressões de pavor e aflição, a blusa roxa que ela usava, refletia no seu semblante. Quando de repente, Maria tomou a decisão de abrir aquela porta. Caminhava tremula, parecia um caminho infinito de sensações e pavor. Maria, chegou até a porta, ao abrir, teve uma surpresa, seu amado esposo que estava a bater, e nada demais estava para acontecer. Maria ao contemplar o rosto do amado, não entendeu o porquê ter se descabelado, ali naquele momento ela viu, que a ansiedade tomou conta do seu ser e não tinha nada para acontecer, mas ela deixou o medo vence-la e por um momento se sentiu em um poço que aos poucos se fechava. Ao contar para o amado o que passou, ele apertado a abraçou e disse que ela que podia se acalmar, ele estava ali para ela ajudar. Maria percebeu que não adianta sofrer antecipadamente pelo que não aconteceu. E depois do susto que teve, foi preparar o jantar e daquele entardecer desfrutar.
 
 Aprendendo uma lição 
Era uma vez, em uma cidade pequenina e simples, onde as casas nem tinham muros, pois ali todos se conheciam, ninguém mexia nas coisas de ninguém. Ali existiam muitas crianças, uma delas se chamava Antônio, um menino levado que pulava em cima dos bois, pulava as cercas, menino levado que não tinha medo de nada. Um certo dia, Antônio ao ir pegar manga no quintal, olhou para a janela do Sr. Tommy que era vizinho e avistou um chapéu. Ele pensou: nossa que chapéu elegante, eu ficaria majestoso em cima de um boi com um chapéu desse. Antônio, era honesto, sabia que não podia pega-lo sem pedir, mas pegou por um instante aquele chapéu para pular no boi com ele. Foi então que ele pegou e ao passar pelo pé de manga, adiante Antônio se depara com ninguém menos que sua mãe. Ele não sabia o que fazer com o chapéu, a mãe, nem hesitou e deu um grito: Antônio o que significa isso, a mãe do menino era paciente e sabia cria-lo com muita paciência e dedicação. Naquele instante, após gritar o garoto, ela conversou com ele e disse: Antônio meu filho, não faça isso, como pode pegar algo de alguém sem permissão! O menino encostado na porta de madeira com pés descalços, arrependido sob o olhar de reprovação da mãe disse: Mamãe não farei isso novamente, eu sei que não devo mexer no que não me pertence, embora eu achasse esse chapéu elegante, não deveria ter pego. E continuou dizendo: Nunca mais farei isso, vou devolvê-lo e pedir desculpas para o Sr. Tommy. Sendo assim, naquele dia o menino aprendeu uma lição de que não deve mexer no que não lhe pertence e jurou para si mesmo que não passaria mais essa vergonha de pôr a mão no que não lhe diz respeito. 
 Uma alma incompreendida 
A história é sobre um jovem que foi cedo demais. Van Gogh, era um jovem diferente, seus pensamentos estavam a frente das pessoas daquele tempo, ninguém compreendia o que ele queria dizer, visto que as palavras eram difíceis e ela citava coisas incompreensíveis para as pessoas. Seus familiares achavam que o Jovem Van Gogh estava enlouquecendo, e antes que fosse tarde demais eles o trancaram em uma torre. Por anos, Van Gogh escreveu muitas coisas, o jovem não achou ruim ficar preso ali, pois era melhor que viver um mundo onde não era compreendido. A partir de seus pensamentos e reflexões, um dia o Jovem resolver pintar, tudo que pensava naquela torre, ele pintava. Mal sabia o Jovem que ele seria compreendido em um tempo que não era o seu. Em uma noite estrelada, onde pairava a calmaria, Gogh olhou do alto da torre, pela pequena janela que havia e decidiu registrar aquela noite, como se fosse a última que viveria. Começou usar variadas cores para retrata-la. Os ventos zumbiam no ouvido de Gogh e aos poucos ele retratava uma bela paisagem noturna de uma cidade, aos tons azuis e amarelos, com diversas formas, a pintura ficou pronta. Ao amanhecer os carcereiros que cuidavam daquela parte da torre, foram ver como estava o Jovem e se depararam com uma cena lastimável. O jovem Van Gogh, caído no chão, sem nenhum sinal vital. Ali estaria um jovem que se foi muito novo e que as pessoas do seu tempo não o mereciam, ele era bom demais para permanecer ali. Um carcereiro que tinha uma certa simpatia por Van Gogh decidiu guardar a última pintura que ele havia deito, e deu o nome de Noite estrelada. Assim sendo, termina a história desse jovem que partiu cedo demais, porém deixou para o carcereiro o que ele mais amava fazer.
Autora: Lilian Bernardes
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 Ato de coragem 
Por volta dos anos 1340 e 1350 a Europa passava por um cenário de caos absoluto. A peste negra chegou e devastou grande parte da população. Mais de 100 anos depois ainda via-se o reflexo do que a doença causou, a pobreza e a escassez só faziam mostrar uma realidade cruel. Tudo o que as pessoas podiam fazer era se apegar às suas crenças. E foi neste exato momento que em busca de conforto, sabedoria e conhecimento várias mulheres começaram a se conectar com a natureza e a questionar a divindade de um Deus supremo. Se apegaram ao que a natureza lhes dava e isso sim, era divino. Mas por afrontarem tudo o que estava no poder, tiveram que se esconder, pois começava a caça às bruxas.
As bruxas tiveram que se esconder para se proteger, mas começaram a fazer seus rituais com frequência, onde dançavam e cantavam em noites estreladas. Faziam de palco o chão aquecido da mãe Terra e de holofote o brilho da mãe lua. E por mais perigoso que fosse haviam pessoas (homens e crianças) que acreditavam no poder e na magia daquelas mulheres. Um desses homens era um velho cego, que durante o dia tocava sua guitarra numa praça em que em troca de algumas moedas para se alimentar, mas quando chegava à noite, ele era convidado pelas filhas da mãe Terra a tocar nos rituais secretos. Era querido por todas elas, mas tinha uma em especial que sempre cuidou e o ajudou, mas que qualquer uma, seu nome era Lilith.
Um dia Lilith vê duas crianças correndo afobadas em sua direção, quando chegam até ela um silêncio assustador se instaura e Lilith simplesmente sabe, as crianças traziam um recado difícil, uma notícia que ela sentira no sopro gelado ao seu redor. As crianças contaram que os religiosos haviam descoberto sobre o velho e suas crenças pagãs, o torturaram tentando fazer confessar onde as bruxas estavam e ele não cedeu, e com o último ato de coragem entregou-se a dor para ser um com a mãe Terra, que iria acolhê-lo.
Lilith acabaram de perder um amigo e tudo o que podia fazer era chorar, pois seu amigo não poderia mais ser visitado fisicamente. Depois do choque, ela precisava homenageá-lo de alguma forma, e como forma de gratidão pelo seu ato, Lilith organizou o ritual mais bonito, na noite mais estrelada onde todos foram convocados a dançar à luz da lua para honrar a memória do guitarrista cego que viu além do seu tempo.
Autora: Larissa Lino
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 Em uma pequena cidade, num lugar chamado Ladeira das Flores, morava uma jovem chamada Rita. Ela era conhecida pela linda voz que encantava todos que por ali passavam. Rita cantarolava o dia todo e nos versos que cantava, parecia estar sempre à procura de seu grande amor. Certo dia, enquanto estendia a roupa no varal, avistou um lindo rapaz que descia a ladeira. 
 Rita o observava de longe e quando o rapaz se aproximou, seu coração disparou, ela então correu para a beira do muro e se pôs na pontados pés, para olhar o rapaz ainda mais de perto. No entanto, ela não se deu conta do balde cheio de água que estava na beirada do muro e bem na hora que o rapaz se aproximou da casa, porque também queria vê-la mais de perto, ela esbarrou no balde e deu-lhe um banho d’água. 
	Envergonhada e ao mesmo tempo encantada com o rapaz, ela pediu desculpas e correu para dentro da casa, na esperança de que ele não tivesse tido tempo de guardar seus traços na memória e se lembrar dela como a pessoa que havia derrubado o balde na cabeça. Tarde demais, Pablo já havia guardado cada traço do delicado rosto de Rita e tanto quanto o coração dela, o dele também lhe saltou no peito. 
	Fazia pouco tempo que Pablo havia se mudado para aquela vizinhança. Era um rapaz tímido, mas muito charmoso. Tinha a música como profissão, seu sustento vinha das noites em que tocava no Bar da esquina da casa de Rita. E o violão, era seu amigo fiel e companheiro inseparável.
	Depois daquele dia, Rita passou então a correr para o quintal no horário em que Pablo descia para o trabalho. Inspirada nas suas melodias, ela se punha a cantar, esperando que em algum momento, ele fosse tomar a iniciativa de tocar algumas notas no seu violão para acompanhá-la. Pablo por sua vez, descia a ladeira ansioso e quando de longe avistava Rita, dava um jeito de cruzar seu olhar com o dela. Quando se aproximava, abria um largo sorriso e olhando para ela acenava-lhe com o chapéu e seguia caminhando ladeira abaixo.
	O amor e o encantamento entre os dois ia crescendo cada vez mais, e um certo dia, numa noite estrelada, Pablo decidiu parar em frente a varanda de Rita e convidá-la para dançar. Rita não cabia em si de tanto contentamento e aceitando o pedido, desceu correndo ao encontro dele. E ali dançaram a noite toda, sob a luz do luar e por muitas outras noites, Pablo parava em frente a casa de Rita e fazia ali uma serenata.
	Viveram um intenso amor e juravam que jamais se separariam, até que um dia, algo triste veio para mudar a vida e o destino dos dois. Pablo se deu conta de que estava perdendo a visão. Caiu em desespero e como amava muito Rita e não queria vê-la sofrendo, decidiu partir. Quando ela chegou em casa, percebeu que Pablo não estava mais lá. Ao se dar conta de que ele havia partido, caiu em prantos e entendeu que ele a tinha abandonado. Anos se passaram, e não havia um só dia em que Rita não se 
perguntasse o que teria acontecido para Pablo abandoná-la daquela forma. A tristeza de Rita calou para sempre a sua voz e ela nunca mais cantou. A alegria parecia ter partido para sempre do seu coração, juntamente com Pablo.
	Rita tinha um grande carinho por sua tia Maria, que a tinha como filha. Depois que sua mãe morreu, foi a tia quem passou a cuidar dela. A tristeza e desilusão de Rita entristecia muito sua tia, que jurou que não iria descansar até descobrir onde Pablo estava e porque ele a tinha abandonado. Certo dia, enquanto caminhava pelas ruas da cidade, avistou de longe um homem muito parecido com ele. Era quase impossível que não fosse Pablo. Apertando o passo, caminhou a passos largos e ofegantes em meio a multidão para certificar-se daquilo que seus olhos não podiam desmentir. Ao se aproximar, viu um homem, sentado na soleira de uma porta, tinha poucas roupas lhe cobrindo o corpo. Em volta dos braços, um violão e ao lado um chapéu que segurava as moedas que as pessoas lançavam lhe como esmola. Ela se abaixou e quase sem acreditar perguntou ao homem.
	- Pablo? É você? 
	Reconhecendo a voz, ele respondeu surpreso:
	- Sim tia Maria, sou eu!
	Os dois se abraçaram e ela pediu a ele que não saísse dali. Ela então saiu correndo e foi para casa. Pouco tempo depois, mandou chamar o menino da venda, pedindo que ele fosse o mais rápido possível até a casa de Rita, para avisá-la que a tia tinha reencontrado Pablo. E assim, o menino correu para ir dar o recado. 
	Rita se emocionou ao ouvir atentamente o que lhe dizia o menino e saiu desesperada ao encontro de Pablo. Ao chegar próxima do local que a tia havia descrito, o coração dela saltou-lhe no peito e ela sentiu a mesma alegria que costumava sentir quando via Pablo descer a ladeira. Apressada, em meio a multidão, tentava fixar seus olhos para encontrar o lugar que sua tia tinha dito ter visto Pablo. O trajeto parecia não ter fim, até que finalmente depois de atravessar a rua, Rita avista Pablo, sentado na soleira da porta. Com o choro preso em sua garganta, ela se aproximou, ajoelhou-se próxima a ele e disse: 
	- Pablo! Ele então, ergueu a cabeça e respondeu:
	- Sim Rita! Sou eu.
	Rita sabia que seus olhares não poderiam mais se encontrar, viu que ele estava cego. Ela então o abraçou fortemente e o ajudou a se levantar. Com uma voz suave e tranquila disse:
	- Venha meu amor, vamos para casa! 
Autora: Mirela de Moraes 
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 HISTÓRIAS INTERLIGADAS
Tudo começou em uma noite estrelada no início do verão do ano de 1889. O céu estava azul, as estrelas se revestiam de amarelo somente para fazer inveja para a lua e encher os olhos dos passantes. As poucas nuvens se contorciam em um bailado insano, empurradas pelo vento. Do alto era possível observar aquela pequena cidade que nascerá à margem do Rio das Rochas e encostada nas montanhas da Serra da Mantiqueira. As casas pequenas, coloridas, sem falar na pequena igreja com sua torre tão alta que parecia querer tocar o céu. É nessa pequena e pacata cidade chamada Cabo da Boa Esperança localizada no interior de Minas Gerais, mas especificamente na Vila das Araras, que vivem os mais diferentes personagens de nossa pequena história.
Um casarão antigo com um majestoso assoalho de madeira de jacarandá legitimo, a porta dava direto para a “Rua dos Grilos” com seus paralelepípedos irregulares. Era aqui que morava a família de dona Maria Amália. João era o filho mais novo de Maria Amália e passava os dias brincando na rua. Conhecia todos os vizinhos por nome e sobrenome, sabia até mesmo o nome dos animais de estimação da vizinhança. Entrava e saía das vielas sempre com alguma tarefa para cumprir. Menino esperto e educado era pau para toda obra! Ia até a igreja marcar uma missa, chamar o padre para dar uma benção, uma extrema unção, comprar pão e leite para uma mãe que não podia deixar os filhos sozinhos, chamar uma parteira de emergência. E assim vivia o menino ganhando uns trocados aqui e acola, um bolo como pagamento, meia dúzia de ovos, um frango para o almoço de domingo. João adorava correr pelas vielas, sempre descalço, com as barras da calça dobradas até a altura dos joelhos, camisa de algodão e o seu inseparável chapéu preto.
Como fazia todas as manhãs João abriu os olhos pesados de preguiça: primeiro um, depois o outro, sentiu o cheiro gostoso de café que vinha da cozinha. Levantou e abriu a janela do seu quarto e olhou para o céu azul escuro com nuvens claras. Tomou seu café e saiu para dar uns bordejos como sempre fazia, mas ainda na porta de sua casa ouviu um barulho ensurdecedor! Olhou para um lado e depois para o outro, entortou o pescoço e começou a andar meio cambeta, como que apalpando o chão. Abriu a boca o máximo que pode para que o ar enchesse os pulmões, dos olhos minaram água. João ficou sem chão e sem palavras.
E foi com essa sensação de que acabava de voltar de outro mundo que João começou a correr em direção à casa de dona Margarida para dar um recado difícil. Dona Margarida jovem senhora que vivia sozinha havia algum tempo, mas que tinha em seu gato Filó um companheiro fiel e inseparável. João estava correndo e ia pensando! Viesse o que viesse, falaria tudo de uma só vez, liquidaria tudo muito rápido! 
Como que providencialmente, de longe avistou dona Margarida na porta de sua casa. João olhou para aquela criatura frágil, com uma expressão meiga, cabelos presos, usando saia e blusa longa em cores quase apagadas e com um xale preto sobre os ombros combinando com seus sapatos de solado baixo. Joãovinha correndo, mais seus passos foram reduzidos conforme se aproximava da mulher. Em um gesto humilde como de quem pede desculpas por ser portador de notícias ruins, tirou e segurou seu chapéu apertando com força entre os dedos. Chegou e falou sem frases pontilhadas, definitivo e formal. E foi assim que dona Margarida ficou sabendo que seu gato Filó ao atravessar a rua, foi atingido por um carro em disparada e que infelizmente não conseguiu sobreviver. E essa foi à última vez que João viu dona Margarida.
Os anos correram, João sofreu as mais radicais mudanças na sua vida, com desastres íntimos e mortes na família. Muitas vezes lutou contra si mesmo para vencer a depressão. Já datava de 50 anos que João tocava pelas ruas da cidade para ganhar alguns trocados e tocar sua vida. Era agora conhecido como o “Velho da Guitarra”, continuava a andar descalço, com roupas surradas, seu semblante envelhecido carregado de dor e tristeza em mais nada fazia lembrar o garoto feliz e peralta que perambulava pelas ruas no passado. 
E hoje em dia quando João dorme sonha! E em seus sonhos faz muito sucesso! Toca a sua guitarra e liberta as pessoas de suas tristezas e solidão. A música e a dança libertam! E assim as pessoas dançam em círculos de mãos dadas, dançam até dar íngua nas virilhas e debaixo dos braços ou até caírem de exaustas. Homens e mulheres, nus e desprovidos de vergonha se retorcem e contorcem em um bailado sincronizado e rítmico. Seus corpos vermelhos como os dos marcianos, cabelos castanhos escuros e sobre um gramado verde de esperança e paredes azuis. E você pode estar se perguntando, mas por que dançam nus? Ah! É somente para não molhar a roupas de suor.
E quando chega a noite! E ela chega todos os dias. Apenas algumas quadras da casa de João, é possível ver uma mulher chorando próxima a uma janela. Com sua cabeleira negra e comprida, um rosto triste, seus olhos escuros um fechado e outro bem aberto até parece que ela tenta enxergar além da própria visão. A única cor que sobressai é o roxo de seu vestido e o verde musgo que reveste a porta atrás da mulher. Da janela de seu quarto olhava João por entre as folhas dos pinheiros verdes, pois, desde que o conhecerá nutre uma fulminante paixão, um amor superior as suas forças, mas João nunca lhe dera a entender que sentia o mesmo. Tratava-a como uma simples amiga. O choro é mistura de saudade e amor não correspondido. Aquele menino a conquistou e hoje homem feito vive na solidão por não enxergar todo amor que ela tem pra lhe dar.
Ela por sua vez sofre por não falar de seus sentimentos e no lugar do Eu te amo, lágrimas é a única coisa que não tem como sufocar.
Autora: Patrícia Pereira
Uma mulher segurando suas lágrimas em uma época onde seu trabalho não era valorizado, não tinha voz ativa em suas atitudes, sempre fazia a vontade de seu marido, não tinha opção de voto e de escolher sua religião.
Mulher triste, devastada, cansada, com mãos grossas calejadas de tanto trabalho doméstico.
Noite estrelada 
Uma noite estrelada em um pequeno vilarejo, as estrelas tomam conta da obra conversando entre si, a lua está em destaque iluminando o vilarejo. A noite está incrível que o autor conseguiu registrar esse momento em forma pintura.
Recado Difícil 
Uma época onde as crianças não tinham o seu desenvolvimento garantido pois eram vistas como adultos. Uma mulher e uma criança onde a criança está triste e aparentemente com fome.
A dança 
A obra relata a liberdade com seus corpos nus, dançando com as mãos dadas em um ambiente aberto sem vergonha do corpo. As cores vibrantes traziam alegria para a obra.
O velho guitarrista cego 
Lugar tranquilo onde o senhor tocava seu instrumento na sua velhice, com aspecto triste. As cores representam pouca vida na obra, o personagem é senhor cansado. Demostra amor pela guitarra porém, já está no fim dos seus dias.
Autora: Ana Paula Sobral 
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Vivendo um conto de fadas
        Reis, rainhas, príncipes e princesas, esse é o tempo em que vivo na Europa. Para ser mais exata na França, estamos em 1645, nosso atual rei Luís XIV tomou posse e com ele seu filho, o príncipe mais lindo de todos os tempos, Gabriel, até o nome soa bonito, sou mais uma dentre muitas que sonha acordada com ele.
        Se você acha que faço parte da realeza está muito enganada, eu moro em uma pequena casa com minha mãe e meu irmão. 
-Filha, chegou a carta do castelo, você passou- disse minha mãe com a maior empolgação. Não pense que passei para ser a noiva do príncipe, fui selecionada para trabalhar no castelo, o que já é um grande avanço em minha vida. E lá me vou!
Uma das condições para trabalhar para a realeza é morar no castelo, então fui com minha pequena mala e meu melhor vestido surrado.
        Assim que cheguei me instalei em um quarto que tinha que dividir com uma moça mais velha e bem cansada. Experimentei o uniforme que sem dúvida era a melhor que minhas roupas remendadas. Estava conhecendo o castelo e lá estava ele, paralisei e só pensava lindo, lindo, lindo!
 Ele passou por mim tão apressado que fiquei ali olhando para o nada por onde ele tinha sumido. 
-Minha filha, nem pense nisso, só foca no trabalho para não ter problemas aqui. 
        Fazem seis meses que estou trabalhando no castelo, dentre esse tempo me tornei a empregada pessoal do príncipe, e até que tivemos algumas conversas, eu sou uma tola em pensar que poderia ter alo com ele, um príncipe não olharia para sua empregada. Acabei de descobrir que terá um baile para ele achar uma princesa, ouvi o rei falar que vai servir como distração para o povo. 
         Estava andando pelo jardim, a noite estava bonita e estrelada, sentei-me em um banquinho e fiquei admirando as estrelas. 
-É isso que você faz nas suas noites de folga? Não conseguia acreditar, olhei para o lado e lá estava ele. 
-Sim, está uma noite linda. Ele sentou-se ao meu lado e deu um longo suspiro. 
-Você está preparado para encontrar uma noiva? – sei que não deveria perguntar, mas não me aguentei. – Desculpe-me não deveria ter perguntado. 
- Para ser sincero não, queria me casar com alguém que amo, não com alguém que vou ter que escolher em um baile. - Não disse nada apenas fiquei ali. Olhei para ele e naquele momento ele não parecia o príncipe, só parecia um garoto perdido, ele retribuiu o olhar e simplesmente beijou-me, eu estava beijando o príncipe mais lindo de todos os tempos, ele parou o beijo olhou-me e saiu, não consegui decifrar se estava confuso ou arrependido. 
       Duas semanas se passaram e nada de falar sobre o que aconteceu, era a noite do baile, ainda faltavam algumas horas e eu estava arrumando o salão e vendo a banda ensaiar, dentre os músicos percebi um guitarrista que era cego e aquilo me encantou, ele tocava tão bem que me encantou, ele tocava tão bem que me fez chorar não sei se estava chorando pela música ou porque estava organizando o baile onde irá estar a futura princesa do meu príncipe. Eu me escondi em um canto e chorei até não poder mais. 
         O salão estava cheio de moças bonitas e produzidas, a banda começou a tocar o hino que indicava sua chegada, ele estava mais lindo que o normal. Vi ele dançar com várias moças e não dar um sorriso para nenhuma, algumas até se esforçava demais para chamar sua atenção e me doía cada vê que ele tirava mais uma para dançar, meu olhar com dele se encontraram muitas vezes durante a noite, mas, não conseguia decifrá-lo. Ele olhou-me e deu um sorriso de lado, subiu onde a abanda estava e disse: 
- Chega desse baile, já escolhi minha futura princesa. – Uma tensão tomou conta do salão e uma tristeza tomou conta de mim, olhei para o chão tentando disfarçar.
-Escolho me casar com uma linda donzela, senhorita Kriss. – Não! Não pode ser eu. Ele desceu do placo veio até mim e pegou minha mão. 
-É com você que quero me casar- ele me tirou para dançar e assim ficamos dançando o resto da noite.  
Autora: Júlia Sanches
 ____________________***___________________Maldição do anoitecer
Há muitos anos atrás na cidade conhecida popularmente como Barrow, no Alasca, viviam uma população bem pequena e amigável, residia lá uma astuta jovem chamada Maya, ela adorava passear entre os bosques com sua irmã mais nova, Ava, as duas eram inseparáveis. 
Uma vez ao ano sua comunidade celebrava a chegada do inverno, pois acreditavam ser uma dádiva dos céus, onde os deuses enviavam a neve como agradecimento pelo ano de trabalho. 
O dia estava amanhecendo e Ava pulou na cama de sua irmã, dizendo:
- Acorda, acorda! É hoje o dia da preparação, temos o dia cheio de afazeres, estou muito empolgada!
- Vai com Calma Ava - Resmungou Maya.
Uns minutos depois se levantou para trocar suas vestes, comentando com sua irmã mais nova:
- Ava, você viu que o profeta está dizendo que os Deuses querem um sacrifício como último trabalho no ano?
- A vizinha veio fofocar com a mamãe hoje cedo, mas parece que os deuses enviarão um  presente a alguém também, como agradecimento. Comentou Ava com olhos empolgados.
- Imagina só: dons, sacrifícios e deuses, essa época do ano é apenas um momento para as pessoas se consolarem por terem se esgotado de tanto trabalhar - Comentou Maya em tom de sarcasmo. 
- Eu sei que você não acredita nessas coisas, mas é melhor não sair comentando por aí, a não ser que goste de ser oferecida como sacrifício - Comentou Ava dando uma gargalhada.
Então as duas foram rapidamente tomar o café da manhã que sua mãe havia preparado, pois o dia estava cheio de tarefas que o seu pai designou as duas, pois faltam apenas um dia para a grande festa.
Primeiramente as duas foram ao bosque recolher flores para enfeitar o centro de dança e no caminho Ava escutou uma voz em seu ouvido.
- Estão dizendo que a escolhida para o sacrifício é uma garota - Disse o velho com seu instrumento musical que tocava uma melodia melancólica.
Ava parou em frente observando-o fixamente com um olhar amedrontado.
- Ei! Ava, não se assuste. Esse velho mal sabe do que está falando, passou a vida inteira nesse beco assustando as pessoas com suas canções, vamos pegar as flores - Disse Maya com expressão de consolo.
- Eu sou cego, mas não surdo, sua garota insolente - Disse o velho irritado.
As duas continuaram seu caminho apressadamente, com medo de que ele resolvesse puni-las pelo comentário.
- Maya, e se for uma de nós? - Perguntou a Ava ao caminho do bosque.
- Não será, vou proteger nós duas! - Disse Maya com voz encorajadora.
E assim as duas chegaram ao jardim florido, lá elas encontraram Petter, seu melhor amigo. Ele era amigo de infância da família, mas havia perdido seus pais muito cedo por uma infecção, mas isso o deixou mais próximo das meninas. Elas abriram um sorriso ao vê-lo, Ava sempre ficava envergonhada na frente dele, achava ele o menino mais belo da aldeia. 
Petter estava diferente, mais ansioso, sua expressão era de medo. Chegando perto do amigo, Maya disse:
- Oi, Petter! O que você tem?
- É a minha irmã, o vidente pegou-a, estão dizendo que ela é a escolhida, querem fazer o sacrifício no santuário amanhã à noite. Vocês precisam me ajudar, ela é a única pessoa que eu tenho, não posso perdê-la - Disse o garoto angustiado.
- Que horror, mas é claro que nós iremos ajudá-lo, onde ela está? - Perguntou Ava com a expressão aterrorizada.
- Disseram que estão na casa do vidente, vão mudá-la de local amanhã à tarde, irão fazer o sacrifício durante a festa, precisamos pegá-la ao pôr do sol. 
E assim, os três bolaram um plano para capturar Margaret sem serem vistos, ficaram até a noite no bosque buscando as melhores alternativas, chegando a apenas uma.
- Ava irá comigo amanhã à tarde, Maya, você precisa preparar o chá para dopar o vidente, precisamos colher as ervas hoje mesmo - Enunciou Petter entusiasmado. 
E assim foi, Maya correu ao bosque para buscar as ervas, deixando Ava e Petter observando a noite estrelada.
- Não fique assim, nós iremos resgatar Margareth - Disse Ava com tom de consolo.
- Eu sei disso, vocês sempre foram muito gentis com a gente - Comentou Petter com um sorriso no rosto. 
- Depois de libertar sua irmã, vocês irão para onde? - Perguntou Ava, observando o lindo sorriso do amigo.
- Estou pensando em deixar a cidade... Ir para longe - Disse o garoto mudando de humor.
Ava ficou triste, não podia acreditar no que havia escutado, seu coração parecia que iria desmontar, o desespero falava mais alto e naquele momento ela tomou coragem para fazer algo que sempre imaginou fazer, aproximou-se do amigo e beijou suavemente sua boca, para surpresa de Ava, ele retribuiu.
Neste momento Maya havia chegado com as ervas, onde observou toda aquela cena, e disse:
-Bom, aqui estão as ervas, vamos Ava! - Exclamou a menina confusa.
E as duas se despediram do amigo e foram diretamente para sua casa, onde no caminho Ava parou e observou a dança que estava acontecendo no santuário na praça, parecia um ritual, e um medo e desespero bateu em seu coração. Ava sentia que aquela dança estava sendo direcionada a ela.
- O que você está olhando? - Perguntou Maya.
- Aquela dança, parece que eu já vi antes - Disse Ava olhando em direção a praça.
- Que dança? Para quem acabou de dar o primeiro beijo esperava outra reação - Disse Maya rindo olhando para á praça, onde não estava vendo nada.
O dia já estava amanhecendo e as duas já levantaram para dar início ao plano, primeiramente Ava e Petter ficariam observando o local que o vidente estava habitando, anotando todos os movimentos que aconteciam durante o dia. Enquanto isso, Maya teria que ir às tendas comprar o cogumelo para seu chá.
E então já deram início ao plano, Maya e Ava deram um abraço de despedida. Ava não queria soltá-la, era como se fosse a última vez que tocaria na irmã. 
- Preciso ir Ava, logo estarei de volta - Disse Maya soltando-se de Ava.
Maya então correu para a tenda para comprar o cogumelo, entrou em um beco que dava acesso a rua principal, mas sentiu algo acertando sua cabeça e tudo ao seu redor foi ficando cada vez mais escuro. Quando seus olhos começaram a ver uma luz tentou mexer suas mãos, mas pareciam apertadas demais, como se algo estivesse prendendo-as. Já com sua visão mais lúcida, pode ver Margareth, mas algo estava diferente… Margareth estava livre, com um olhar apreensivo, mas livre.
- Solte-me, o que você está fazendo!! - Gritou Ava sendo presa a um tronco.
- Petter? O que está acontecendo? - Perguntou Maya confusa, onde observava o amigo prendendo sua irmã.
De repente a sala foi tomada por uma voz rouca que dizia:
- Permita que eu explique. Ava, você deve ter notado que algumas coisas estranhas vêm acontecendo com você. Bom, os Deuses a escolheram para o sacrifício, eles querem você. Eu venho observando você desde início da colheita, você e sua irmã são inteligentes, escapam de encrencas fáceis. Mas, o ponto fraco de vocês são a família e amigos. Então eu tive ajuda do nosso amigo, Petter! 
- Ava, desculpe-me! Ele estava ameaçando Margareth - Disse Petter, que agora abraçando a irmã.
- Como você pode? - Questionou Ava com os olhos marejados.
- Eu vou matar você- Gritou Maya enfurecida.
- Bom, vamos dar início. Todos estão reunidos já no santuário.
Depois de escutar aquela voz rouca, Ava sentiu-se o tronco no qual estava amarrada levantando-se, encaminhando diretamente para fora da casa que eles estavam. Todos da aldeia estavam ali. Olhando para o lado, Ava viu uma mulher chorando acompanhada de um menino que parecia dar um recado muito difícil, fixando o olhar na mulher, Ava percebeu que era sua mãe, ela gritava e chorava olhando para o vidente, enquanto seu pai estava sentado no chão desolado. 
Já na casa, Maya estava se debatendo tentando soltar-se das cordas, mas ela não estava conseguindo, até que algo a surpreendeu. Petter cortou suas cordas com uma lâmina.
- Eu não quero mal de vocês, mas não conseguiria deixar que eles machucassem Margareth - Disse Petter implorando o perdão de sua amiga. 
Maya após soltar-se das cordas agrediu seu amigo no rosto e disse:
- Fique longe da nossa família, você e Margareth, não quero

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