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ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA NA ATENÇÃO BÁSICA À SAÚDE Profª Enf. Patrícia Kelly SAÚDE COLETIVA Conjunto complexo de saberes e práticas relacionados ao campo da saúde. É uma área de conhecimento multidisciplinar, que une tanto o saber das ciências biomédicas, quanto o das ciências sociais. O objetivo da saúde coletiva é investigar os determinantes da produção social das doenças com o propósito de planejar a organização dos serviços de saúde. ENFERMAGEM NA SAÚDE COLETIVA Engloba as práticas de saúde para melhorar a qualidade de vida; Visa promover saúde e prevenir agravos e doenças. PREVENÇÃO Conjunto de medidas que buscam evitar a doença na coletividade, utilizando maneiras que interrompam a patologia, ou a minimizem na população. Divide-se em 3 níveis. PROMOÇÃO DA SAÚDE Aumento da saúde e do bem-estar, transformando condições de vida e de trabalho que estão interligadas aos problemas de saúde. PREVENÇÃO PRIMÁRIA NÍVEIS DE PREVENÇÃO Qualquer ato destinado para evitar alguma doença ou agravo à saúde. É subdividida em: promoção da saúde e proteção específica. Ex.: Imunização, saúde do trabalhador e o controle de vetores. PREVENÇÃO SECUNDÁRIA Ação realizada para identificar um problema de saúde em estágio inicial. Ex.: rastreio do câncer do colo uterino. PREVENÇÃO TERCIÁRIA Atos destinados a diminuir a prevalência das incapacidades crônicas na população, permitindo uma melhor reintegração do indivíduo na sociedade. Ex.: fisioterapia para reduzir sequelas ATENÇÃO BÁSICA Constitui de ações que dão consistência prática ao conceito de Vigilância em Saúde, referencial que articula conhecimentos e técnicas provindos da epidemiologia, do planejamento e das ciências sociais em saúde. *Vigilância em Saúde: processo contínuo e sistemático de coleta, consolidação, análise de dados e disseminação de informações sobre eventos relacionados à saúde. ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA Modelo que procura reorganizar a Atenção Básica de acordo com os preceitos do SUS e com o apoio dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF). É a principal estratégia para reorientar o modelo assistencial do Sistema Único de Saúde, a partir da atenção básica. *NASF: estrutura vinculada à Atenção Básica de Saúde que busca ampliar, aperfeiçoar a atenção e a gestão da saúde na ESF A ESF procura reorganizar: Serviços; Reorientar as práticas profissionais na lógica da promoção da saúde; Prevenção de doenças; Reabilitação; Promoção da qualidade de vida da população. Pressupondo o princípio da Vigilância à Saúde. Norma Operacional Básica (NOB-96) Operacionalizou a descentralização de recursos e a municipalização da saúde; Apresentou as orientações para o repasse, aplicação e mecanismos de controle e acompanhamento dos recursos financeiros que compõe o Piso da Atenção Básica (PAB), assim com a responsabilidade dos municípios enquanto gestores. A ESF se estrutura a partir da Unidade Saúde da Família (USF): Integralidade e Hierarquização - As equipes devem: • Realizar o diagnóstico de saúde do território adscrito; • Identificar o perfil epidemiológico e sociodemográfico das famílias; • Reconhecer os problemas de saúde prevalentes; • Identificar os riscos a que esta população está exposta; • Elaborar um plano local para o enfrentamento dos problemas de saúde. Territorialização e Adscrição da Clientela - a USF trabalha com território de abrangência definido, sendo responsável pelo cadastramento e acompanhamento desta população. Recomenda-se que a equipe seja responsável por, no máximo, 4000 pessoas do território. Equipe Multiprofissional - composta por: • Um enfermeiro; • Um médico generalista ou de família; • Um auxiliar de enfermagem; • Agentes comunitários de saúde (ACS). Poderão fazer parte das equipes ou formar equipes de apoio: • Odontólogos; • Assistentes sociais; • Psicólogos. Todos esses profissionais devem desenvolver suas atividades laborais, tanto nas unidades quanto na comunidade, devendo ter gosto pelo trabalho em equipe, facilidade no trato com pessoas, habilidade em trabalhar com planejamento e programação em saúde; capacidade em adaptar-se a situações novas e qualificação profissional adequada às práticas de saúde pública. Caráter Substitutivo - substituição das práticas tradicionais de assistência, com foco nas doenças, por um novo processo de trabalho, centrado na Vigilância à Saúde. Para ter uma boa expansão e implantação, é necessário os profissionais e a família ter: • Relação de parceria; • Confiança; • Comunicação regular; • Transparência; • Cooperação para atender as necessidades da família • Componentes familiares; • Morbidades referidas; • Condições de moradia; • Saneamento; • Condições ambientais. Uma das atribuições das equipes é conhecer a realidade das famílias pelas quais são responsáveis, com ênfase em suas características sociais, demográficas e epidemiológicas. Deve ser descritos o número de famílias que deverão ser atendidas por cada equipe e os aspectos a serem observados durante o cadastro: Identificação de indivíduos e famílias de risco. O papel dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) Pelo convívio com as famílias, os profissionais da equipe podem perceber demandas, ansiedades, sofrimentos e potenciais que antes seriam ignorados. A operacionalização dos objetivos da ESF ocorre: • Por meio da definição territorial da clientela; • Noção da família como foco da assistência; • O trabalho em equipe multiprofissional; • O vínculo entre os profissionais e as famílias assistidas. A territorialização pressupõe o diagnóstico das características sociais, demográficas e epidemiológicas, permitindo: • Identificar os problemas de saúde prevalentes e situações de risco desta população; • Elaborar, em conjunto com a comunidade, um plano de ação para o enfrentamento dos determinantes de processo saúde/doença; • Prestar assistência integral na USF, na comunidade, no domicilio além do acompanhamento nos serviços de referência ambulatorial ou hospitalar; • Desenvolver ações educativas e intersetoriais para o enfrentamento dos problemas de saúde. O funcionamento das Unidades Saúde da Família (USF) se dá pela atuação de uma ou mais equipes de profissionais que devem se responsabilizar pela atenção à saúde da população, vinculada a um determinado território. Cada equipe é responsável por uma área onde residem entre 600 a 1000 famílias, com limite máximo de 4000 habitantes. Deve-se realizar o cadastramento das famílias por meio de visitas domiciliares às residências, em sua área de abrangência. O cadastro destas famílias é registrado no Sistema de Informações da Atenção Básica (SIAB). O SIAB é, portanto, um sistema de informação que sistematiza os dados coletados, possibilita a sua informatização e gera relatórios de acompanhamento e avaliação. Principais programas da Atenção Primária a serem executadas pelas Estratégias Saúde da Família • Vigilância nutricional com acompanhamento do crescimento e desenvolvimento, promoção ao aleitamento materno; • Imunização - realização de esquema vacinal básico e busca ativa de faltosos; • Assistência às doenças prevalentes entre elas as diarreicas em crianças menores de cinco anos; • Assistência e prevenção das patologias bucais com foco no desenvolvimento neurolinguístico e no processo de socialização da criança. Atenção à Saúde da Criança: • Pré-natal - diagnóstico de gravidez, cadastramento das gestantes com e sem riscos gestacionais, na primeira consulta. Vacinação antitetânica, avaliação no puerpério e atividade educativa de promoção à saúde; • Planejamento familiar com fornecimento de medicamento e orientação quanto a métodos anticoncepcionais; • Prevenção de câncer de colo de útero; • Prevenção de problemas odontológicos e levantamento de doenças bucais especialmente cáries e doenças gengivais. Atenção à Saúde da Mulher: • Controle de hipertensão e diabetes: Diagnóstico de caso e cadastramento dos portadores; • Busca ativa dos casos com medição depressão arterial e/ou dosagem dos níveis de glicose, tratamento dos casos com fornecimento de medicação e acompanhamento do paciente; • Ação educativa para controle de risco como obesidade, vida sedentária, tabagismo além da prevenção de patologias bucais. Atenção à Saúde da Mulher: • Busca ativa de casos e identificação de sintomáticos respiratórios; • Diagnóstico clínico dos comunicantes, vacinação com BCG e quimioprofilaxia quando necessário; • Notificação e investigação dos casos; • Tratamento supervisionado dos casos positivos e busca de faltosos; • Fornecimento de medicamentos; • Ações educativas. Controle de Tuberculose: • Busca ativa de casos e identificação dos sintomáticos dermatológicos e de seus comunicantes; • Notificação e investigação dos casos; • Diagnóstico clínico dos casos com exames dos sintomáticos e classificação clínica dos casos multi e paucibacilares; • Tratamento supervisionado dos casos com avaliação dermatoneurológica e fornecimento de medicamento; • Controle de incapacidades físicas; • Atividades educativas. Eliminação da Hanseníase: • Cadastramento de usuários, planejamento e programação integrada às demais áreas de atenção do ESF; • Alimentação e análise dos sistemas de informação específicos; • Participação do processo de planejamento, acompanhamento e avaliação das ações desenvolvidas no território de abrangência; • Desenvolvimento de ações intersetoriais. Ações de saúde bucal: • Humanização e acolhimento à pessoa idosa na atenção básica; • Promoção de hábitos saudáveis; • Gerenciamento ou cuidados com a pessoa em processo de envelhecimento; • Suporte familiar e social; • Avaliação multidimensional rápida da pessoa idosa; • Atenção domiciliar às pessoas idosas. Atenção à Saúde do Idoso: • Acesso da população masculina aos serviços de saúde hierarquizados nos diferentes níveis de atenção e organizados em rede, possibilitando melhoria do grau de resolutividade dos problemas e acompanhamento do usuário pela equipe de saúde; • Informações e orientação à população masculina, aos familiares e a comunidade sobre a promoção, prevenção e tratamento dos agravos e das enfermidades do homem; Atenção à saúde do homem: • Captação precoce da população masculina nas atividades de prevenção primaria relativa às doenças cardiovasculares e cânceres, entre outros agravos recorrentes; • Capacitação técnica dos profissionais de saúde para o atendimento do homem; • Elaboração e análise dos indicadores que permitam aos gestores monitorar as ações e serviços e avaliar seu impacto, redefinindo as estratégias e/ou atividades que se fizerem necessárias. Atenção à saúde do homem: OBRIGADA!
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