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OFICINA 3 LINHA DE CUIDADO DE ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO (AVE) NAS REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE

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OFICINA 3 – LINHA DE CUIDADO DE ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO (AVE) NAS REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE 
 
1. EPIDEMIOLOGIA, FATORES DE RISCO E SINAIS 
CLÍNICOS DO AVC 
 
EPIDEMIOLOGIA 
 
No ano de 2020, dados do SIM – Sistema de 
Informações sobre Mortalidade, do Ministério da 
Saúde – DATASUS, mostraram 99.010 mortes por AVC 
no Brasil (incluindo dados de infarto cerebral, o AVC 
isquêmico, AVC hemorrágico, hemorragia 
subaracnoidea e AVC não-especificado como 
isquêmico ou hemorrágico 
De acordo com outro registro, o portal de 
Transparência do Registro Civil, mantido pela ARPEN 
Brasil (Associação Nacional dos Registradores de 
Pessoas Naturais), o número de óbitos por AVC no 
Brasil foi de 101.965, em 2019 e 102.812 em 2020, 
números parecidos com os dados oficiais do SUS, que 
podem variar um pouco de acordo com a metodologia 
aplicada nos critérios de busca. O AVC, de acordo com 
este mesmo banco de dados, já matou no ano de 2022, 
de 1º de janeiro até 13 de outubro, 87.518 brasileiros. 
O número equivale à média de 12 óbitos por hora, ou 
307 vítimas fatais por dia, tornando o AVC novamente 
a principal causa de morte no país. No mesmo período, 
o infarto, por exemplo, vitimou 81.987 pessoas, e a 
Covid-19, 59.165 cidadãos. 
Portanto, o AVC, que até meados da década de 2010-
2015 era a primeira causa de morte no nosso país, 
passou para o segundo lugar, de forma similar ao que 
vemos no resto do mundo e em países mais 
desenvolvidos, e novamente em 2022, embora com 
dados menos oficiais (SIM x Registro Civil), retoma a 
posição de primeiro lugar em mortalidade no nosso 
país. 
Sua incidência é maior após o 65 anos, dobrando a cada 
década após os 55 anos de idade 
Apesar nos declínios das taxas de mortalidade no 
Brasil, o AVC continua sendo a primeira causa de morte 
e incapacidade no país. Dados do estudo prospectivo 
nacional indicaram uma incidência anual de 108 casos 
por 100 mil habitantes 
o AVC acomete principalmente indivíduos com mais de 
50 anos, sendo que os homens são acometidos 19% a 
mais do que as mulheres. 
o AVC é uma doença que afeta predominantemente 
idosos. E no Brasil afeta principalmente mulheres 
idosas 
o AVC atinge 16 milhões de pessoas no mundo a cada 
ano. Dessas, seis milhões morrem 
 A prevalência aumentou com a idade, nos menos 
escolarizados, residentes da zona urbana sem 
diferenças pela cor da pele auto-declarada. 
O grau de incapacidade pós-AVC não foi 
estatisticamente diferente segundo sexo, raça, nível de 
educação ou área de moradia. 
 
SINAIS CLINICOS 
Quadro clínico sugestivo de AVC Início súbito: 
• Fraqueza ou dormência em um lado do corpo 
• Confusão 
• dificuldade para falar ou entender 
• Dificuldade para enxergar com um ou ambos 
os olhos 
• Dificuldade para andar 
• tontura ou incoordenação 
• Cefaleia intensa e súbita sem causa aparente. 
 
Os ataques isquêmicos podem manifestar-se também 
com alterações na memória e na capacidade de 
planejar as atividades diárias, bem como a negligência. 
Neste caso, o paciente ignora objetos colocados no 
lado afetado, tendendo a desviar a atenção visual e 
auditiva para o lado normal, em detrimento do 
afetado. 
Aos sintomas do acidente vascular hemorrágico 
intracerebral podem-se acrescer náuseas, vômito, 
confusão mental e, até mesmo, perda de consciência. 
O acidente vascular hemorrágico, por sua vez, 
comumente é acompanhado por sonolência, 
alterações nos batimentos cardíacos e na freqüência 
respiratória e, eventualmente, convulsões. 
 
PREVENÇÕES DO AVC 
 
PREVENÇÃO PRIMARIA 
Fatores de risco não modificáveis: Apesar de não 
podermos atuar diretamente sobre os fatores de risco 
não modificáveis, o seu conhecimento é importante, 
pois eles podem agravar o risco e devem ser analisados 
com os fatores modificáveis na extrapolação do risco 
do paciente e planejamento dos cuidados a serem 
tomados. Os principais são: 
Idade: o AVC é classicamente uma doença do idoso, 
mas pode incidir em qualquer idade. Tanto no 
isquêmico como no hemorrágico, o risco aumenta 
progressivamente com a idade, dobrando a cada 
década depois dos 55 anos de idade. 
Sexo: o AVC acomete ambos os sexos, sendo na média 
mais prevalente em homens, exceto na faixa etária dos 
35 aos 44 anos e acima dos 85 
Raça/etnia: negros têm maior risco de todos os tipos 
de AVC, comparativamente aos brancos, em especial 
na faixa de jovens negros, quanto ao risco de 
hemorragia cerebral e hemorragia subaracnoidea. 
Genética: história familiar positiva ocorre em 
aproximadamente 30% dos casos; causa 
cardioembólica é mais prevalente quanto à 
hereditariedade e as mulheres são mais sensíveis do 
que os homens quanto ao risco genético.15,16 
Rastreamento genético sistemático para a prevenção 
primária do AVC não é recomendado. Tratamento de 
determinadas doenças genéticas (exemplo: doença de 
Fabry) pode ser razoável, mas tem eficácia discutível e 
não se tem notado redução do risco de AVC. A 
pesquisa por métodos não invasivos de eventual 
aneurisma não roto em parentes com mais de dois 
primeiros graus de parentesco, de pacientes com 
hemorragia subaracnoidea aneurismática, pode ser 
razoável 
 
Fatores de risco modificáveis 
Hipertensão arterial (HA): É o principal FR para o AVC, 
tanto isquêmico como hemorrágico. O risco é alto, 
etiologicamente significante, independente, contínuo, 
tem relação direta com a intensidade e ocorre em 
todas as populações, raças e etnias. 
Quando confirmada, a HA deve ser imediatamente 
combatida, inicialmente com medidas não 
farmacológicas; se não houver resultado satisfatório, 
deve então ser introduzida medicação específica 
A pressão arterial (PA) sistólica deve mantida abaixo de 
140 mmHg e a diastólica abaixo de 90 mmHg nos casos 
de pacientes com diabetes ou insuficiência renal, a PA 
deve ser mantida menor que 130 x 80 mmHg 
Os indivíduos com pré-hipertensão arterial (PA sistólica 
entre 120 mmHg e 139 mmHg ou PA diastólica entre 
80 mmHG e 89 mmHg devem ser controlados e 
encorajados a mudarem o estilo de vida. Pacientes com 
HA que não respondem às medidas não farmacológicas 
devem ser tratados com fármacos até atingirem os 
alvos desejados. O sucesso do controle da PA é mais 
importante do que a escolha do fármaco, que deve ser 
individualizada para cada caso. 
Tabagismo: Aumenta o risco de isquemia cerebral e 
hemorragia subaracnoidea, sendo ainda inconclusivos 
os dados quanto a eventual risco para a hemorragia 
cerebral. Estudos epidemiológicos mostram redução 
do risco de AVC com a cessação do tabagismo. 
O tabagismo deve ser combatido, com cessação do 
hábito e deve-se evitar ambientes com fumaça de 
cigarro. Aconselhamento e utilização de drogas 
específicas (reposição de nicotina, bupropiona, 
vareniclina) são recomendados para casos refratários 
Diabetes: É um FR independente para o AVC; mais do 
que dobra o risco de AVC isquêmico. 
Aproximadamente 20% dos diabéticos irão falecer 
devido ao AVC; aumenta também o risco de AVC 
hemorrágico. O pré-diabetes e a resistência à insulina 
também estão associados ao AVC. Diabetes é uma 
doença bastante prevalente na população e aumenta 
com a idade. 
O controle da PA nos diabéticos deve ser mais rígido, o 
tratamento com estatinas, em adultos, especialmente 
aqueles com maior risco, é recomendado, o emprego 
associado de ácido acetil salicílico (AAS) como 
prevenção primária nos diabéticos não está bem 
estabelecido, a adição de fibratos com a estatina 
nesses pacientes não parece ter utilidade para a 
prevenção primária 
Dislipidemias: Muitos estudos têm comprovado que o 
colesterol total e a fração LDL elevados e a fração HDL 
reduzida são riscos para o AVC; quanto aos 
triglicérides, existe alguma controvérsia, mas a 
tendência também é de se enquadrar como FR. 
É recomendado o controle dos níveis dos lípides, com 
mudança do estilo de vida e, se necessário, o emprego 
de inibidores do hidroximetilglutaril coenzima 
redutase (HMG-CoA), as estatinas, para a prevenção 
primária; a niacina pode serconsiderada para 
pacientes com baixo colesterol do tipo lipoproteína de 
alta densidade (HDL) ou elevada lipoproteína a (Lpa), 
mas a sua eficácia na prevenção do AVC não está bem 
estabelecida; tratamentos com hipolipemiantes não 
estatinas podem ser considerados em pacientes que 
não toleram essa medicação. 
Dieta: A redução da ingestão de sódio e o aumento da 
ingestão de potássio são recomendados; o consumo de 
frutas, vegetais e alimentação pobre em gorduras 
também é recomendado; a dieta do Mediterrâneo 
suplementada com castanhas pode ser considerada 
Atividade física: É recomendada, pois está relacionada 
com redução do risco de AVC. Adultos sadios devem 
praticar, por ao menos 40 minutos três a quatro vezes 
por semana, exercícios leves a moderados 
Obesidade e distribuição da gordura corporal: Existem 
fortes evidências de que o aumento do peso está 
associado a aumento do risco de AVC, mas não é claro 
se a redução isolada do peso reduz o risco, pois 
normalmente nessa eventualidade, os outros 
principais fatores de risco são melhor controlados. 
Pacientes com sobrepeso (com índice de massa 
corpórea, IMC, de 25 kg/m2 a 29 kg/m2 ) e obesos (IMC 
> 30 kg/m2 ) devem ter maior controle da pressão 
arterial (PA) e ser estimulados a perderem peso. O 
perímetro da cintura deve ser mantido inferior a 102 
cm para homens e 88 cm para as mulheres. 
Cardiopatias: Importantes FR para o AVC, 
principalmente as arritmias, e dentre estas, tem maior 
destaque a fibrilação atrial (FA). Ocasiona risco 
aumentado para AVC em quatro a cinco vezes, devido 
a cardioembolismos formados no ventrículo esquerdo 
por estase saguínea. Acredita-se que 10% de todos os 
AVC isquêmicos sejam devidos a cardioembolismo pela 
fibrilação atrial. Tanto a FA persistente como a 
paroxística têm risco elevado de desencadear AVC.45 
O risco se eleva significativamente com a idade do 
paciente e com a associação com outros FR. 
A FA, prevalente nos idosos, é também um preditor de 
maior gravidade do AVC. As escalas CHADS2 e CHA2 
DS2 -VASc são importantes para estabelecermos o 
risco e a decisão terapêutica. 
A pacientes com FA valvular e com índice do escore 
CHA2DS2-VASc ≥ 2 e baixo risco de hemorragia é 
recomendado a anticoagulação com varfarina, 
mantendo-se a razão normalizada internacional (RNI) 
entre 2 e 3. Pacientes com FA e CHA2DS2-VASc de 0 
não necessitam de terapia antitrombótica; pacientes 
com escore 1 não necessitam de anticoagulação e o 
AAS pode ser uma opção.6 Outras cardiopatias 
também podem estar relacionadas com risco de AVC, 
podendo-se citar: infarto do miocárdio, 
miocardiopatia, doença valvular, foramen ovale 
patente, tumores intracardíacos, aterosclerose do arco 
aórtico. 
Em relação a essas situações, recomenda-se:6 
anticoagulação em pacientes com estenose mitral e 
evento embólico prévio; anticoagulação é indicada em 
pacientes com estenose mitral e trombo no átrio 
esquerdo; varfarina (alvo da RNI 2,0-3,0) e baixa dose 
de AAS são indicadas após troca de válvula biológica , 
varfarina (alvo da RNI, 2,5-3,5) e baixa dose de AAS em 
pacientes após a troca de válvula mecânica e com 
outros FR; intervenção cirúrgica é indicada para os 
casos de fibroelastoma sintomático ou com mais de 1 
cm e com mobilidade; anticoagulantes ou 
antiagregantes são razoáveis nos casos de insuficiência 
cardíaca grave sem FA ou sem antecedentes de 
tromboembolismo; anticoagulação pode ser 
considerada em pacientes com grave estenose mitral e 
dimensão do átrio esquerdo ≥ 55 mm pela 
ecocardiografia; anticoagulação pode ser considerada 
em pacientes com grave estenose mitral, aumento do 
átrio esquerdo e contraste espontâneo na ecografia; 
tratamento antitrombótico ou fechamento cirúrgico 
ou por cateter não são recomendados em pacientes 
com foramen ovale patente na prevenção primária do 
AVC 
Alcoolismo: O National Institute on Alcohol Abuse and 
Alcoholism define como alcoólatra pesado o homem 
que bebe mais de quatro doses (“drinks”) por dia ou 14 
por semana, e a mulher que bebe mais do que três 
drinks por dia ou sete por semana. 
O alcoolismo pode ser um FR para todos os tipos de 
AVC. Muitos estudos sugerem que a curva que 
expressa a ingestão de álcool frente ao risco teria 
forma de "J", ou seja, em pequena dose seria benéfica 
e em alta dose, o risco se eleva progressivamente. 
A redução ou a eliminação do consumo de bebidas 
alcoólicas é recomendada para os alcoólatras pesados. 
Pode ser razoável, se não houver contraindicação, o 
consumo para homens de até duas doses ao dia e, para 
mulheres não grávidas, de até uma dose diária 
 
PREVENÇÃO SECUNDARIA 
A ação da Atenção Básica na linha de cuidado do AVC 
não se resume ao evento agudo. Nos pacientes com 
doenças crônicas cardiovasculares, deve ser realizado 
o tratamento, com abordagem ampliada, não restrita à 
prescrição de medicamentos, mas envolvendo atuação 
multiprofissional e atuando na promoção do 
autocuidado e cuidado compartilhado, bem como 
realizando estratificação de risco e acompanhamento 
próximo dos casos de mais alto risco. Dentre os temas 
para abordagem aos pacientes de risco, devem ser 
ressaltados os sinais de alerta para AVC, enfatizando 
para que o usuário e a família saibam da importância 
de procurar os serviços de saúde nos primeiros 
sintomas e assim possibilitar o tratamento em tempo 
oportuno. 
Ações de prevenção secundária em pacientes com 
AVC 
Antiagregação plaquetária: Todo paciente com 
história de AVC isquêmico deve receber AAS 100-300 
mg/dia ou clopidogrel 75 mg/dia. 
Estatinas: Administrar estatina independente da 
colesterol LDL basal para pacientes com AIT ou AVC 
isquêmico de origem aterosclerótica. Recomenda-se 
atorvastatina (80 mg) ou sinvastatina (40 mg). 
Controle da hipertensão arterial sistêmica: Para 
tratamento da fase aguda/hiperaguda, evitar 
administrar anti-hipertensivo antes que o paciente 
chegue ao serviço de Emergência; considerar apenas se 
PAS ≥ 180 ou PAD ≥ 110. Após a fase aguda, o alvo a ser 
atingido é 120/80 mmHg. A primeira escolha de anti-
hipertensivo pós-AVC é diurético ou a combinação de 
diurético e inibidor da ECA. 
Controle do diabetes: Alvo de hemoglobina glicosilada 
em torno de 7%, porém é importante evitar 
hipoglicemiante (tanto no evento agudo quanto após). 
Terapia antitrombótica na Fibrilação atrial: Devido ao 
risco de sangramento do tecido isquêmico, o tempo 
para iniciar anticoagulação após o AVC não está bem 
estabelecido. Em AVC de pequena extensão, pode ser 
iniciada imediatamente. Em AVC de extensão 
moderada, deve ser inicado após cinco a sete dias. Em 
AVC de grande extensão deve-se aguardar cerca de 
duas semanas. 
• anticoagulação com varfarina visando RNI 
entre 2 e 3. Lembrar que idade avançada 
isoladamente não deve ser contraindicação ao 
uso. - Pacientes com contraindicação social ou 
dificuldade em aderir ao controle do RNI 
prescrever: 
• Dupla antiagregação (AAS 100 mg + clopidogrel 
75 mg), - Novos anticoagulantes: dabigatram 
150 mg 2x ao dia ou rivaroxabam 20 mg 1x/dia 
(contraindicados em insuficiência renal, 
hepática ou doença valvar cardíaca). 
• Pacientes com contraindicação à 
anticoagulação por risco de sangramento 
cerebral (AVC hemorrágico prévio) prescrever: 
AAS 300 mg. 
Estenose carotídea com AVC em território arterial 
ipsilateral (doença carotídea sintomática) 
• Estenose carotídea maior ou igual a 70%: 
endarterectomia em todos os pacientes, em 
até seis meses, de preferência nas primeiras 
duas semanas do evento; Estenose carotídea 
entre 50% e 69%: indicação deve ser 
individualizada: - idade maior que 75 anos; - 
sexo masculino; - comorbidades; - gravidade 
dos sintomas. 
• Estenose menor que 50%: tratamento clínico 
de fatores de risco. 
Estenose carotídea com AVC em território arterial 
contralateral (doença carotídea assintomática) 
• Estenose entre 60% e 99%: benefício de 
endarterectomia discutível, apenas em casos 
muito selecionados. 
• Estenose abaixo de 60%: tratamento clínico defatores de risco 
 
PREVENÇÃO TERCIARIA 
A reabilitação deve começar o mais precoce possível, 
assim que o paciente tenha condições clínicas e 
preferencialmente já na internação. No domicílio, o 
paciente e sua família precisam ser educados para a 
adaptação às novas limitações e manter o máximo de 
funcionalidade. A mobilidade do membro parético 
deve ser estimulada com movimentos repetitivos e nas 
atividades de vida diária. Quando possível, fisioterapia 
motora precoce deve ser estimulada. Outras questões 
a serem abordadas são disfagia, incontinência urinária, 
hábito intestinal, depressão e lesões de pele. 
 
2. ENTENDER A LINHA DE CUIDADO DO AVC. (PRÉ, 
INTRA E PÓS HOSPITALAR - REABILITAÇÃO – EQUIPE 
MULTIDISCIPLINAR, TRATAMENTO, DIAGNÓSTICO, 
SUSPEITA E TEMPO PORTA AGULHA, 
RECONHECIMENTO). 
As informações da Linha de Cuidado foram construídas 
partindo do ponto em que o paciente se encontra para 
avaliação e definição diagnóstica: 
 
Pontos de atendimento possíveis: 
• Domicílio, com a primeira avaliação pelo 
Serviço de Atendimento Móvel - SAMU (192); 
• Unidade de Atenção Primária; 
• Unidade de Pronto Atendimento; 
• Unidade Hospitalar. 
A Linha de Cuidados em AVC objetiva proporcionar 
cuidado integrado e continuado, promovendo a 
transferência deste entre os pontos de atenção à 
saúde, tendo como pressuposto que todos têm 
fundamental relevância no fluxo da linha de cuidados. 
 
Diagnósticos: 
AVC agudo 
 AVC Isquêmico 
↳ com menos de 4 horas de evolução; 
↳ com mais de 4 horas de evolução; 
 AVC hemorrágico 
↳ hemorragia intraparenquimatosa; 
↳ hemorragia subaracnoidea 
espontânea; 
 
 
DEFINIÇÃO DOS DIAGNÓSTICOS 
Inicialmente, é preciso determinar a data e hora do 
início dos sinais e sintomas. 
Se o início dos sintomas nas últimas 24 horas, definido 
como o último momento em que o paciente foi visto 
sem sinais e sintomas neurológicos alterados. Com 
isso, será possível classificar o quadro clínico em: 
 AVC agudo - início súbito de sinais neurológicos 
focais sem recuperação; 
 AIT Acidente Isquêmico Transitório - episódio 
único de déficit neurológico focal agudo, com 
recuperação completa em menos de 1 hora. 
 Caso o paciente refira o início dos sintomas há 
mais de 1 mês sem apresentar progressão, ele 
terá seu quadro clínico classificado como: 
 AVC crônico - início dos sintomas há mais de 1 
mês, sem apresentar progressão. 
Abaixo, destacamos os sinais de alerta para os quais os 
profissionais de saúde devem estar atentos e também 
orientar a população sob seus cuidados: 
• Perda súbita de força ou formigamento de um 
lado do corpo – face e/ou membro superior 
e/ou membro inferior; 
• Dificuldade súbita de falar ou compreender a 
fala; 
• Perda visual súbita em um ou ambos os olhos; 
• Súbita tontura, perda de equilíbrio e/ou 
coordenação; 
• Cefaleia súbita intensa sem causa aparente. 
Durante a avaliação inicial do paciente sob nossos 
cuidados e para o qual tenhamos como diagnóstico 
diferencial a suspeita de AVC, devemos fazer o uso da 
Escala de Cincinatti, em que a presença de 1 dos sinais 
de alerta, associada ao início súbito da apresentação, 
nos indica de forma objetiva a suspeita de AVC. 
 
AVC AGUDO, ISQUÊMICO/ AIT OU HEMORRÁGICO 
No AVC isquêmico, o paciente será avaliado para a 
possibilidade de trombólise endovenosa dentro de 
4h30min do início dos sintomas. Quanto mais 
rapidamente é realizada a transferência para a 
Emergência da Unidade Hospitalar de referência para 
tratamento do AVC, melhor é o prognóstico do 
paciente. 
Se o início dos sintomas for menor ou igual a 24 horas, 
o paciente deve ser encaminhado para a Emergência 
de Unidade Hospitalar com uma Unidade Móvel de 
atendimento, conforme regulação local. 
Se o início dos sintomas for maior que 24 horas e 
menor que um mês, sem outros sinais de gravidade 
clínica, deve-se também orientar o paciente a procurar 
Emergência de Unidade Hospitalar. 
 
UNIDADE DE ATENÇÃO PRIMÁRIA, UNIDADE DE 
PRONTO ATENDIMENTO (UPA) OU SAMU (192) 
ATENÇÃO BÁSICA: A ação da AB na linha de cuidado do 
AVC não se resume ao evento agudo. A equipe da UBS 
deve realizar ações, no âmbito individual e coletivo, 
para promoção de hábitos de vida saudáveis e 
prevenção das doenças cardiovasculares. Nos 
pacientes com doenças crônicas cardiovasculares, 
deve ser realizado o tratamento, com abordagem 
ampliada, não restrita à prescrição de medicamentos, 
mas envolvendo atuação multiprofissional e atuando 
na promoção do autocuidado e cuidado 
compartilhado, bem como realizando estratificação de 
risco e acompanhamento próximo dos casos de mais 
alto risco. Dentre os temas para abordagem aos 
pacientes de risco, devem ser ressaltados os sinais de 
alerta para AVC, enfatizando para que o usuário saiba 
a importância de procurar os serviços de saúde nos 
primeiros sintomas, possibilitando o tratamento em 
tempo oportuno. 
 
Manejo Inicial 
Definir diagnóstico de AVC agudo (isquêmico ou 
hemorrágico)/AIT 
1. Determinar a data do início dos sinais e sintomas; 
2. Se início de sintomas nas últimas 24h, determinar 
o horário do início. No caso de o início dos 
sintomas serem observados ao acordar, será 
considerado o último momento em que o 
paciente foi visto sem sintomas, antes de dormir; 
3. Acionar o Serviço de Atendimento Móvel / SAMU 
192 o mais rápido possível para regulação e 
transferência ao hospital mais apropriado para o 
caso. Deverá ser solicitada UTI móvel 
medicalizada. Quando não disponível, considerar 
avaliação do regulador do Serviço de Atendimento 
Móvel / SAMU 192. 
4. Se o início dos sintomas for há mais de 24 horas e 
até 1 mês, sem outros sinais de gravidade clínica, 
orientar o paciente a procurar uma Emergência de 
Unidade Hospitalar. 
 
Manejo inicial até transferência para unidade 
hospitalar 
• Verificar história de diabetes, epilepsia, 
demência (excluir delirium*) e dependência 
química (álcool**); 
• Aplicar a escala de Cincinatti (ver Anexo A) e 
Glasgow (ver Anexo D); 
• Verificar os sinais vitais (pressão arterial, 
frequência cardíaca, saturação, temperatura 
axilar); 
• Checar glicemia capilar: hipoglicemia pode 
causar sinais focais e simular um AVC. Se 
glicose < 70 mg/dL, administrar glicose 
hipertônica 50% / 20 ml endovenosa / 1 vez, 
repetir hemoglicoteste em 1h; 
• Manter o paciente com cabeceira a 0°, 
(posicionar a 30° em caso de vômitos); 
• Acesso venoso periférico em membro superior 
não parético; 
• Manter permeabilidade de vias aéreas e 
ventilação adequada; 
• Administrar oxigênio, por cateter nasal ou 
máscara, se saturação de oxigênio for < 94% 
(atentar para pacientes com doença pulmonar 
obstrutiva crônica); 
• Não reduzir níveis pressóricos, exceto se 
pressão arterial sistólica estiver ≥ 220 mmHg 
ou pressão arterial diastólica estiver ≥ 120 
mmHg; 
• Utilizar antitérmico se temperatura axilar > 
37,5°C. 
 
Se o local de primeiro atendimento for na UPA ou 
SAMU 192 
• Realizar entrevista SAMPLA (Sinais vitais, 
Alergias, Medicamentos em uso, Passado 
médico, Líquidos e alimentos, Ambiente); 
• Considerar intubação orotraqueal em 
pacientes com rebaixamento de consciência 
(Glasgow ≤8, Anexo D), com claro sinal clínico 
de insuficiência respiratória (pO2 < 60mmHg 
ou pCO2 > 50 mmHg), ou se houver evidente 
risco de aspiração; 
• Não administrar grande volume, de fluido a 
não ser em caso de hipotensão (diante dessa 
necessidade, utilizar solução de cloreto de 
sódio 0,9%); 
• Se o local de primeiro atendimento for no 
domicílio, realizado pelo SAMU 192, o manejo 
inicial deverá ser o mesmo, até a orientação da 
Regulação Médica para procedimentos e/ou 
transporte para a Unidade Hospitalar. Locais 
que não dispõem de Regulação Médica devem 
encaminhar para a Emergência de unidade 
hospitalar. 
 
UNIDADE HOSPITALAR 
Manejo inicial 
1. Determinar a data do início dos sinais e sintomas; 
2. Se início de sintomas nas últimas 24h, determinar 
o horário do início.No caso de o início dos 
sintomas serem observados ao acordar, será 
considerado o último momento em que o 
paciente foi visto sem sintomas, antes de dormir. 
3. Verificar história de diabetes, epilepsia, demência 
(excluir delirium*) e dependência química 
(álcool**); 
4. Aplicar a escala de Cincinatti (ver Anexo A) e 
Glasgow (ver Anexo D); 
5. Realizar tomografia de crânio (TC) sem contraste 
em regime de urgência; se local de atendimento 
não tiver TC disponível, transferir o paciente 
imediatamente para a realização; 
6. Se diagnosticado AVC isquêmico com 4 horas de 
evolução, não é necessário o manejo em hospital 
de referência. Cuidados gerais 
7. Verificar os sinais vitais (pressão arterial, 
frequência cardíaca, saturação, temperatura 
axilar); 
8. Checar glicemia capilar: hipoglicemia pode causar 
sinais focais e simular um AVC. Se glicose < 70 
mg/dL, administrar glicose hipertônica 50% / 20 
ml endovenosa / 1 vez, repetir hemoglicoteste em 
1h; 
9. Manter o paciente com cabeceira a 0°, (posicionar 
a 30° se vômitos); 
10. Instalar acesso venoso periférico em membro 
superior não parético; 
11. Manter permeabilidade de vias aéreas e 
ventilação adequada; 
12. Administrar oxigênio por cateter nasal ou máscara 
se saturação de oxigênio for < 94% (atentar para 
pacientes com doença pulmonar obstrutiva 
crônica); 
13. Não reduzir níveis pressóricos, exceto se pressão 
arterial sistólica estiver ≥ 220 mmHg ou pressão 
arterial diastólica estiver ≥ 120 mmHg ou se outra 
doença associada exigir a redução da pressão 
arterial (dissecção de aorta, infarto agudo do 
miocárdio, edema pulmonar); 
14. Não administrar grande volume de fluidos, a não 
ser em caso de hipotensão (em caso de 
necessidade, utilizar solução de cloreto de sódio 
0,9%); 
15. Utilizar antitérmico se temperatura axilar for > 
37,5°C; 
 
Após TC de crânio, definir diagnóstico de AVC 
isquêmico/AIT ou hemorrágico para tratamento. 
 
Definido diagnóstico de AIT 
AIT é definido como episódio único de déficit 
neurológico focal agudo, com recuperação completa 
em < 1 hora. 
• Aplicar Escore ABCD2 (Anexo E) – preditor de 
AVC após episódio de AIT; 
• Avaliar tomografia de crânio (TC): se TC 
normal, confirmado diagnóstico de AIT. 
Iniciar tratamento com: 
• AAS 100 mg/dia (se alergia ou intolerância a 
AAS, prescrever clopidogrel 75 mg/dia); 
• Clopidogrel 75 mg/dia associado a AAS nos 
pacientes que apresentaram AVC em uso 
prévio de AAS ou naqueles com evidência de 
doença aterosclerótica carotídea; 
• Sinvastatina 40mg/dia; 
• Pacientes hipertensos: ajustar anti-
hipertensivo se pressão arterial (PA) sistólica > 
140 mmHg ou iniciar medicamento anti-
hipertensivo se o paciente ainda não utilizava 
nenhum medicamento anti-hipertensivo. 
Realizar os seguintes exames o mais breve possível 
(em, no máximo, 6 dias) 
• Ecografia de carótidas e vertebrais com 
Doppler; 
• Ecocardiograma com Doppler; 
• Eletrocardiograma; 
• Exames laboratoriais: hemograma, glicemia de 
jejum, creatinina, ureia, sódio, potássio, 
colesterol total, HDL, triglicerídeos. 
Checklist de alta para domicílio 
• Fornecer as medicações dos primeiros 7 dias 
após alta hospitalar; 
• Agendar consulta em ambulatório 
neurovascular até 7 dias da alta hospitalar; 
• Encaminhamento para Unidade de Atenção 
Primária para gerenciar cuidado e realizar a 
prevenção secundária; 
• Orientação aos pacientes e familiares para 
chamar o Atendimento Móvel de Urgência 
SAMU (192) ou procurar a Emergência de uma 
unidade hospitalar se novo sintoma de AVC. 
 
Definido diagnóstico de AVC agudo 
O AVC agudo pode ser classificado em: 
• AVC isquêmico 
» com < 4h de evolução 
» com > 4h de evolução 
• AVC hemorrágico 
» hemorragia intraparenquimatosa 
» hemorragia subaracnoidea espontânea 
 
AVC isquêmico com < 4h de evolução 
• Aplicar escala do National Institutes of Health 
(NIH): neurologista, clínico ou enfermeiro (ver 
Anexo B). 
• Avaliar a realização de trombólise endovenosa 
com Alteplase, considerando os critérios a 
seguir: 
 
Critérios de inclusão 
a) AVC isquêmico em qualquer território encefálico; 
b) Possibilidade de iniciar a infusão da Alteplase dentro 
de 4 horas e 30 minutos do início dos sintomas (para 
isso, o horário do início dos sintomas deve ser 
precisamente estabelecido); 
c) Tomografia do crânio (TC) ou Ressonância Magnética 
(RM) sem evidência de hemorragia; 
d) Idade superior a 18 anos. 
 
• Iniciar protocolo de trombólise: 
• Alteplase 50mg/50mL: administrar 0,9mg/kg 
(até dose máxima de 90mg) - 10% do volume 
EV em bolus e o restante em bomba de infusão 
em 1 hora. Para pacientes com alto risco de 
sangramento, utilizar dose de 0,6mg/kg (até 
dose máxima de 90mg) - 15% do volume EV em 
bolus e o restante em bomba de infusão em 1 
hora. 
Cuidados gerais imediatos após trombólise 
• Monitorar o paciente (PA não invasiva, 
monitorização cardíaca contínua, oximetria, 
temperatura axilar e glicemia capilar); 
• Realizar Eletrocardiograma (ECG) em 12 
derivações; 
• Coletar hemograma, glicemia, atividade de 
protrombina, tempo parcial de tromboplastina 
ativada, plaquetas, sódio, potássio, creatinina 
e ureia; 
Manejo dos parâmetros fisiológicos: 
a. Pressão Arterial (PA): A PA deve ser controlada 
com anti-hipertensivo EV e mantida < 
180/105mmHg. Tentar manter PAS 
preferencialmente > 160 mmHg; 
Se o paciente apresentar PAS < 140 mmHg com o 
tratamento anti-hipertensivo, iniciar infusão de 
solução de cloreto de sódio 0,9% 500 ml em bolus e 
suspender o anti-hipertensivo; se a reposição volêmica 
não for efetiva, iniciar vasopressor; 
b. Manter monitorização cardíaca contínua para 
detecção precoce de alterações miocárdicas 
isquêmicas ou arritmias; 
c. Considerar intubação orotraqueal se Glasgow ≤ 8 ou 
sinal clínico de insuficiência respiratória (pO2 < 
60mmHg ou pCO2 > 50 mmHg). 
 
Atenção: 
• Durante a internação hospitalar, seguir 
protocolos assistênciais validados para o AVC e 
iniciar atendimentos por equipe especializada 
de reabilitação, sendo o objetivo principal 
incentivar a desospitalização precoce e evitar 
ou minimizar possíveis complicações 
decorrentes do evento. 
• Para auxiliar o seu trabalho, consulte o site 
Rede Brasil AVC e as Diretrizes de Atenção à 
Reabilitação da Pessoa com Acidente Vascular 
Cerebral. 
 
Prescrição após 24h da realização da trombólise: 
• Dieta suspensa até avaliação da adequada 
capacidade de deglutição; 
• Sinvastatina 40 mg/dia via oral (VO) ou por 
sonda nasoentérica (SNE) (ou estatina 
disponível no hospital em dose equivalente); 
• AAS 100mg/dia; 
• Se contraindicação ao AAS: Clopidogrel 75 mg 
4 comprimidos VO no primeiro dia, seguidos de 
75 mg/dia; 
• Profilaxia de trombose venosa profunda – 
(TVP): enoxaparina 40 mg SC 1x/dia ou 
heparina não fracionada 5.000 UI, SC, 8/8 h 
(conforme disponibilidade) 
• O paciente deve sair da internação com a 
investigação etiológica completa da causa do 
AVC - classificação de TOAST (ver Anexo C). Se 
não disponível na unidade hospitalar, 
encaminhar o paciente para realização dos 
seguintes procedimentos: 
» Todos os pacientes: ECG em repouso, 
ecocardiograma, ecodoppler de carótidas 
e rastreio para diabetes e dislipidemia. 
» Pacientes < 45 anos ou ≥ 45 anos que 
não apresentam fatores de risco e com 
investigação inicial negativa: a 
investigação pode incluir ressonância 
magnética de crânio, estudo de imagem 
dos vasos intra e extracranianos, rastreio 
para causas inflamatórias, trombofilias e 
doenças genéticas (quando história clínica 
compatível). 
» Paciente sem etiologia identificada: 
solicitar Holter de 24h para avaliação de 
fibrilação atrial paroxística. 
 
Realizar Plano de Alta Hospitalar com: 
• Diagnóstico e informação médica relevante; 
• Receita médica completa; 
• Indicação dos tratamentos especializados de 
equipe multidisciplinar de que o paciente 
necessitará; 
• Avaliar a indicação de atençãodomiciliar – 
Serviço de Atenção Domiciliar (SAD); 
• Indicação de necessidades especiais (ex. 
cadeira de rodas, colchão específico); 
• Encaminhamento à unidade de Atenção 
Primária de referência para coordenação do 
cuidado e prevenção secundária; 
• Objetivos a serem atendidos com a 
reabilitação. 
 
AVC hemorrágico - Hemorragia Intraparenquimatosa 
Planejamento Terapêutico 
Cuidados 
• Considerar intubação orotraqueal em 
pacientes com rebaixamento de consciência 
(Glasgow ≤ 8) e claro sinal clínico de 
insuficiência respiratória (pO2 < 60mmHg ou 
pCO2 > 50 mmHg), ou se evidente risco de 
aspiração; 
• Manter pressão arterial (PA) sistólica em torno 
de 140 mmHg: controle da PA é fundamental 
para evitar a expansão do hematoma: 
 » PA sistólica > 200 ou PA média > 
150mmHg: redução agressiva da PA com 
medicação endovenosa (EV) contínua e 
monitorização preferencialmente invasiva 
contínua (na impossibilidade de 
monitorização invasiva, monitorar de forma 
intermitente a cada 5 min); 
 »PA sistólica > 180 ou PAM > 130 mmHg 
com possibilidade de hipertensão 
intracraniana (hic): monitorização da 
pressão intracraniana (PIC) e redução da PA 
usando medicações EV contínuas ou 
intermitentes, mantendo a PPC ≥ 60mmHg; 
• Controle da temperatura corporal de 2/2h, 
mantendo a temperatura axilar abaixo de 
37,5°C com manejo agressivo, se necessário; 
• Evitar o uso de solução glicosada a 5%, dando 
preferência ao cloreto de sódio 0,9%, 
objetivando a euvolemia. 
 
Hemorragia Subaracnoidea Espontânea (HSAe) 
• Estes pacientes devem ser imediatamente 
transferidos para centros de alta complexidade 
em neurocirurgia para tratar o aneurisma em 
até 48h. 
Manejo Inicial 
» Realizar o mais breve possível exame dos vasos 
intracranianos para documentar a presença de 
aneurismas cerebrais ou, mais raramente, MAV. Esse 
exame pode ser uma angiografia (padrão ouro) ou um 
exame não invasivo como, preferencialmente, a 
angiotomografia ou, na impossibilidade desta, a 
angiorressonância cerebral; 
» Repouso absoluto no leito para diminuir o risco de 
ressangramento; 
» A pressão arterial deve ser monitorada e controlada, 
levando em conta o risco de ressangramento e a 
pressão de perfusão cerebral (PPC); 
 » Pacientes com história pregressa de epilepsia, ou 
com crise convulsiva durante o atual evento, devem 
receber anticonvulsivante em dose de manutenção 
(fenitoína 100 mg 8/8h por via oral). Nos demais casos, 
não há indicação de profilaxia com anticonvulsivantes. 
Obs.: fenitoína não deve ser administrada por SNE. 
 
Cuidados gerais para ambas as condições de AVC 
hemorrágico: 
• Dieta oral suspensa até avaliação formal da 
deglutição (preferencialmente por 
fonoaudiólogo – SNE se impossibilidade de 
VO); 
• Monitoração contínua: PA invasiva, ECG, 
SatO2; 
• Diurese: 6/6 horas; 
• Cabeceira elevada a 30°; 
• Profilaxia para trombose venosa profunda 
(TVP) (medicamentosa a partir de 48 horas 
após admissão, com enoxaparina 40 mg SC 
1x/dia ou heparina não fracionada 5000 UI SC 
8/8 h (conforme disponibilidade) 
• Proteção gástrica (omeprazol 20 mg 1x/dia ou 
ranitidina 150 mg 2x/dia) conforme disponível 
na unidade hospitalar; 
• Manter Tax < 37,5°C; 
• Nimodipina 30 mg: 2 comprimidos de 4/4h (da 
chegada até 21 dias) 
Durante a internação hospitalar, seguir protocolos 
assistênciais validados para o AVC e iniciar 
atendimento por equipe especializada de reabilitação, 
sendo o objetivo principal incentivar a desospitalização 
precoce e evitar ou minimizar possíveis complicações 
decorrentes do evento. 
 
Para ambas as condições de AVC hemorrágico, 
realizar Plano de Alta Hospitalar com: 
• Diagnóstico e informação médica relevante; 
• Receita médica completa; 
• Indicação dos tratamentos especializados de 
equipe multidisciplinar de que o paciente 
necessitará; 
• Indicação de necessidades especiais (ex., 
cadeira de rodas, colchão específico); 
• Encaminhamento à unidade de Atenção 
Primária de referência para prevenção 
secundária; 
• Objetivos a serem atendidos com a 
reabilitação 
 
PÓS-HOSPITALAR 
Unidade Básica: Após a internação hospitalar, a equipe 
da UBS deve ser notificada da alta, para poder realizar 
o acompanhamento e seguimento desse usuário. A 
depender da gravidade do caso, ele pode necessitar de 
atendimento ambulatorial especializado (em outro 
serviço, por exemplo: reabilitação), mas todos devem 
ter seus cuidados coordenados pelas equipes de 
atenção básica. 
Caso a equipe seja apoiada por NASF, esse usuário deve 
ter seu caso discutido com os profissionais do NASF, 
para avaliar a necessidade de atendimento conjunto ou 
de ações específicas dos diversos núcleos profissionais. 
A Academia da saúde também pode ter ações para 
esses usuários, a depender da sua condição física. 
Atenção Domiciliar: Deve envolver ação conjunta da 
Atenção Básica e dos Serviços de Atenção Domiciliar 
(SAD), dando suporte clínico e monitoração domiciliar 
aos pacientes com maior dependência, maior 
dificuldade de locomoção e com maiores riscos de 
complicações (p.ex. usuários de sonda nasoentérica, 
portadores de úlcera de pressão, em regime de 
anticoagulação). O serviço deve dispor de médico, 
enfermeiro, técnico de enfermagem, e pode dispor de 
fisioterapia respiratória e/ou motora, de terapia 
ocupacional e de fonoaudiologia (todos com regime de 
visitas adaptado às necessidades do paciente). 
Serviço De Reintegração Social: É um componente da 
Linha de Cuidados em AVC, podendo promover 
cadastro para busca ativa de emprego aos portadores 
de necessidades especiais pós-AVC, incluindo criação 
de grupos de convivência da melhor idade e 
estabelecimentos voltados aos pacientes em condições 
clínicas de retorno à comunidade, porém sem um 
mínimo suporte social e familiar. 
Centrais De Regulação: Regulação assistencial voltada 
para a disponibilização da alternativa assistencial mais 
adequada à necessidade do paciente, de forma 
equânime, ordenada, oportuna e qualificada. 
Ambulatório De Anticoagulação: Destinado ao 
controle de anticoagulação plena contínua, podendo 
estar na atenção básica, atenção especializada ou no 
Centro de Atendimento de Urgência 
Assistência Multiprofissional: Configura-se peça chave 
de toda a engrenagem da linha de cuidados, 
funcionando de forma integrada ao atendimento do 
doente com AVC (neurologia, neurocirurgia, clínica 
médica/geriatria/cardiologia, neuroradiologia 
intervencionista, cirurgia vascular, enfermagem, 
fonoaudiologia, fisioterapia, terapia ocupacional, 
farmácia, psicologia, nutrição, serviço social) nos 
diversos níveis de assistência distribuídos de acordo 
com a necessidade de cada estação. 
 
REABILITAÇÃO PÓS-AVC 
O plano de reabilitação após o AVC deve ser 
personalizado, dependendo da parte do corpo e das 
habilidades afetadas pelo acidente vascular. 
Em geral, a reabilitação pode envolver o apoio de 
fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e 
fonoaudiólogos, e práticas como: 
 Exercícios de habilidade motora que ajudam a 
melhorar a força muscular e a coordenação 
 Exercícios fonoaudiológicos para fortalecer a 
capacidade de falar e engolir 
 Uso de suportes para apoiar a mobilidade 
durante a recuperação, como bengala ou 
cadeira de rodas 
 Exercícios para aliviar a tensão muscular e 
ajudar a recuperar a amplitude de movimento 
 Terapias para distúrbios cognitivos, para 
ajudar a melhorar a memória, a resolução de 
problemas, a consciência e as habilidades 
sociais 
Além de tratar as sequelas, o acompanhamento de um 
médico e um nutricionista também podem ser 
importantes, caso as dificuldades alimentares estejam 
presentes. Nesses casos, pode ocorrer a perda de peso 
e massa magra, o que enfraquece o corpo e prejudica 
a recuperação. 
Por fim, é importante não deixar de procurar apoio 
psicológico, assim como contar com a ajuda de pessoas 
queridas, como amigos e familiares. Neste momento 
sensível, a paciência e o carinho dos mais próximos é 
fundamentalpara recuperar tudo o que foi perdido. 
3. IDENTIFICAR OS DESAFIOS ENFRENTADOS NA 
LINHA DE CUIDADO DO AVC 
O estudo apresentou ponto negativo referente à 
capacitação dos enfermeiros, pois todos os 
entrevistados responderam que não receberam 
capacitação para atender pacientes que apresentam 
AVE no setor de emergência, sobretudo afirmaram que 
o conhecimento que possuem se dá somente mediante 
suas práticas diárias e seus embasamentos teóricos 
adquiridos na graduação. 
Os profissionais de enfermagem, sobretudo os 
enfermeiros, que atuam nos setores de emergência 
são essenciais no processo de cuidar. É necessário que 
tenham competência, destreza, cuidado holístico, 
criatividade e sensibilidade [9]. 
Considera-se imprescindível a qualificação e 
atualização, específica e continuada, do Enfermeiro 
para atuar no processo de classificação de risco e 
priorização da assistência à saúde [10]. 
Portanto é de suma importância que o enfermeiro 
tenha capacitação e qualificação específica para 
atender pacientes que apresentam AVE, para que os 
mesmos possam desenvolver com habilidade todas as 
situações encontradas, proporcionando ao paciente 
uma possível diminuição das sequelas e o risco 
eminente de morte. 
 
Protocolo de acolhimento com classificação de risco 
No Brasil os serviços hospitalares, especialmente os 
setores de emergência têm se caracterizado cada vez 
mais por longas filas de espera. De acordo com essa 
realidade, o Ministério da Saúde tem reafirmado a 
Política Nacional de Humanização da Atenção e Gestão 
do SUS (Humaniza SUS), no qual faz parte o 
acolhimento com classificação de risco, com o objetivo 
de melhorar a qualidade e agilidade de atendimento do 
Sistema Único de Saúde [12]. 
Os enfermeiros entrevistados citaram que não existe 
protocolo de acolhimento com classificação de risco na 
urgência e emergência. 
Devido ao aumento da demanda dos atendimentos, 
muitos pacientes não sabem como se dirigir até a sala 
de emergência ou, muitas vezes, são encaminhados 
sem ter necessidade de atendimento imediato. 
A maioria dos enfermeiros considera como 
dificuldades a transferência do paciente para o hospital 
de referência, disponibilização de funcionários do 
hospital para acompanhamento, transporte, vagas no 
hospital de referência. 
Demora no atendimento 
Os primeiros procedimentos precisam ser realizados 
em até quatro horas e 30 minutos após os primeiros 
sintomas, mas o tempo médio até que o doente seja 
atendido nos hospitais-polos do interior é bem mais 
alto. 
Com a demora no primeiro atendimento e 
dependendo da gravidade do caso as chances 
diminuem. 
Além disso, a não capacitação dos profissionais da 
saúde para identificar os sinais de AVC é um problema. 
 
4. DIFERENCIAR AS ETIOLOGIAS DO AVC. 
Pessoas que estão dentro do grupo de risco não 
modificáveis podem ser beneficiadas com maior 
atenção nos cuidados básicos de saúde. O grupo 
pertencente a riscos modificáveis precisa de incentivo 
e apoio para mudança de estilo de vida. Nos fatores de 
risco potenciais, o desafio é não permitir que estes se 
tornem um risco efetivo. A seguir, destacam-se os 
principais fatores de risco em três grupos: 
 
Grupo de risco não modificável 
• Idosos 
• Sexo masculino 
• Baixo peso ao nascimento 
• Negros (por associação com hipertensão 
arterial maligna) 
• História familiar de ocorrência de AVC 
• História pregressa de AIT 
• Condições genéticas como anemia falciforme 
 
Grupo de risco modificável 
• Hipertensão arterial sistêmica 
• Tabagismo 
• Diabetes Mellitus 
• Dislipidemia 
• Fibrilação atrial 
• Outras doenças cardiovasculares 
 
Grupo de risco potencial 
• Sedentarismo 
• Obesidade 
• Uso de contraceptivo oral 
• Terapia de reposição hormonal pós-
menopausa 
• Alcoolismo 
• Aumento da homocisteína plasmática 
• Síndrome metabólica por aumento da gordura 
abdominal 
• Uso de cocaína e anfetaminas 
 
O AVC isquêmico é causado por uma obstrução súbita 
do fluxo arterial encefálico. Enquanto que o AVC 
hemorrágico é consequência de uma ruptura de 
estruturas vasculares cerebrais. 
A origem do AVCi pode ser trombótica ou embólica. 
Nas situações em que não é possível determinar a 
causa do AVC isquêmico, mesmo após a investigação 
correta, ele é denominado de AVC criptogênico. 
O que difere o AVC embólico do trombótico é a origem 
do trombo que ocasionou a obstrução. No 
AVC trombótico, o trombo é formado na própria 
artéria envolvida no AVC. Já no embólico ele é 
proveniente de outra região e se desloca pela 
circulação até impactar na artéria cerebral. 
 
 
5. DEFINIR POLÍTICAS PUBLICAS DESTINADAS AOS 
PACIENTES COM AVC. 
Considerando a alta prevalência do Acidente Vascular 
Cerebral e sua importância como causa de morbidade 
e mortalidade no Brasil e no mundo e a necessidade de 
uma ação integrada no âmbito do Sistema Único de 
Saúde (SUS) para reduzir a ocorrência das doenças 
cerebrovasculares; 
• Portaria nº 1.161/GM/MS, de 7 de julho de 
2005, que institui a Política Nacional de 
Atenção ao Portador de Doença Neurológica; 
• Portaria n° 4.279/GM/MS, de 30 de dezembro 
de 2010, que prioriza a organização e 
implementação das Redes de Atenção à Saúde 
(RAS) no território nacional; 
• Portaria nº 1.600/GM/MS, de 7 de julho de 
2011, que reformula a Política Nacional de 
Atenção às Urgências e a implementação da 
Rede de Atenção às Urgências; 
• Portaria nº 664/GM/MS, de 12 de abril de 
2012, que aprova o Protocolo Clínico e 
Diretrizes Terapêuticas - Trombólise no 
Acidente Vascular Cerebral Isquêmico Agudo; 
Considerando a necessidade de se estruturar as Redes 
de Atenção à Saúde e de se estabelecer uma Linha de 
Cuidados para o atendimento de doentes com 
Acidente Vascular Cerebral (AVC) e diretrizes nacionais 
para o diagnóstico, tratamento e acompanhamento 
dos indivíduos com esta doença; 
Para o atendimento especializado, atualmente são 60 
estabelecimentos habilitados como Centros de 
Atendimento de Urgência aos Pacientes com AVC. Com 
foco na reabilitação de pacientes com lesões 
neurológicas devido a doença, desde 2012, o 
Ministério da Saúde habilitou 203 Centros 
Especializados em Reabilitação (CER) em todo o país, 
além de 36 Oficinas Ortopédicas. 
 
Habilitação dos estabelecimentos hospitalares como 
centro de atendimento de urgência aos pacientes com 
avc no âmbito do sus 
⟶ CENTRO DE ATENDIMENTO DE URGÊNCIA TIPO I, 
TIPO II E TIPO III AOS PACIENTES COM AVC 
 Tipo I: Estabelecimentos hospitalares que 
desempenham o papel de referência para 
atendimento aos pacientes com AVC, que 
disponibilizam e realizam o procedimento com 
o uso de trombolítico. 
 Tipo II: Além dos quesitos necessários para o 
Tipo I, deve contar com Unidade de Cuidado 
Agudo ao AVC (U-AVC Agudo). Necessita de 
área física definida, no mínimo, com 05 leitos 
exclusivamente destinados ao atendimento do 
paciente com AVC (isquêmico, hemorrágico ou 
acidente isquêmico transitório), durante a fase 
aguda (até 72 horas da internação), 
oferecendo, inclusive tratamento trombolítico 
endovenoso para o AVC isquêmico. O 
atendimento é feito de forma 
multiprofissional, com a inclusão de 
fisioterapia e fonoaudiologia. O tratamento de 
fase aguda é coordenado pelo neurologista. 
 Tipo III: Além dos quesitos necessários para o 
Tipo II, deve contar com Unidade de Cuidado 
Integral ao AVC (U-AVC Integral). A U-AVC 
Integral inclui a U-AVC Agudo, podendo 
compartilhar ou não o mesmo espaço físico. É 
necessário possuir, no mínimo, 10 leitos e 
objetivar o atendimento da totalidade dos 
casos de AVC agudo admitidos na instituição 
(exceto aqueles que necessitarem de terapia 
intensiva e aqueles para os quais for optado 
por suporte com cuidados paliativos). Tem, 
também, o papel de dar continuidade ao 
tratamento da fase aguda, reabilitação 
precoce e investigação etiológica completa. 
Deve contar com Ambulatório especializado 
para dar suporte à Rede (preferencialmente 
próprio ou referenciado). 
Outro aspecto a destacar envolve asseqüelas 
resultantes de AVC. Essas têm duração e limitações 
variadas. Normalmente a recuperação é de médio e 
longo prazo e implicam em variações no grau de 
dependência dos cuidados. Por essa razão a 
recuperação do doente envolve esforços conjuntos 
dele e de sua família alem dos profissionais de saúde, 
tanto no âmbito hospitalar quanto fora dele. Diante 
dessas situações são necessárias algumas garantias 
para facilitar a manutenção e recuperação do equilíbrio 
na saúde, como a intervenção estatal nos casos de 
insuficiência de recursos financeiros. 
O direito a assistência social e à saúde da população 
requerem ação do Estado. A Constituição Federal nos 
artigos 196 a 200 explicita o direito à saúde a toda a 
população brasileira. Por outro lado é função do Estado 
o cuidado e assistência a saúde pública para as pessoas 
com deficiências. Também a Política Nacional de 
Saúde da Pessoa Portadora de Deficiência vem 
confirmar esse compromisso assegurando aos 
brasileiros o acesso aos cuidados e tratamentos 
disponíveis conforme as suas necessidades. Nesse 
aspecto as pessoas com sequelas de AVC são 
consideradas, para efeito de direitos, com 
necessidades especiais. Assim, precisam receber 
atenção no sentido de garantir que a elas sejam 
cumpridas as obrigações sociais. 
Outro aspecto preocupante para a pessoa que 
apresenta sequela de AVC e seus familiares é o 
financeiro. Com a reabilitação é possível retornar ao 
trabalho e ou ingressar em outra atividade 
remunerada. Nesse sentido, é proibida qualquer 
discriminação, seja de salário e de critérios de 
admissão para candidatos ou trabalhadores que 
apresentem sequelas de AVC. No âmbito público para 
contratações é dispensada a licitação quando o órgão 
desejar contratar associação de portadores de 
deficiência para prestação de serviços. Quando da 
realização de concursos públicos, deverão ser 
asseguradas as condições de facilitação para a 
realização das provas. 
Pessoas portadoras de paralisia irreversível e 
incapacitante terão direitos às seguintes isenções 
fiscais23: 
A. Imposto de Renda (IR) – as pessoas com deficiência 
que apresentam situação de rendimentos oriundos de 
aposentadoria, pensão ou reforma incluindo a 
complementação recebida por entidade privada 
(previdência privada) e pensão alimentícia. 
Note-se porem que a isenção não desobriga a entrega 
anual da declaração de imposto de renda. 
B. O portador de seqüelas de AVC tem direito 
a aposentadoria por invalidez, ao saque do Fundo de 
Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e do Programa 
de Integração Social (PIS). 
Nos casos em que o beneficiário necessitar de ajuda 
permanente de outra pessoa devido a incapacidade 
permanente para as atividades de vida diária, deverá 
receber adicional de 25%. 
Por outro lado submeter-se ao processo de reabilitação 
prescrito e isento de custo (cirurgia e transfusão) são 
facultativos. 
Outro dos seus direitos é o recebimento de um salário 
mínimo mensal, na ausência de condições provimento 
da subsistência. Tais benefícios devem ser solicitados 
ao INSS;

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