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Atenção domiciliar ao idoso com dor precordial

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V.H.F. 
65 anos 
Aposentado 
Dor no peito 
Anamnese 
Queixa principal 
Familiar necessita de orientações para conduzir o cuidado no domicilio. 
Histórico do problema atual 
Equipe de ESF visita o Sr V.H.F. em seu domicilio, por solicitação de seu familiar. 
Familiar relata que paciente apresentou forte dor precordial há 8 dias, quando chamou o 
Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e paciente foi levado para o 
Serviço de Emergência. Neste serviço foi admitido e recebeu o diagnóstico médico de 
IAM. O eletrocardiograma do momento da internação apresentou-se com 
supradesnivelamento do segmento ST. O idoso foi então submetido à angioplastia 
primária com implante de stent na artéria coronária direita. Não teve intercorrências 
durante os seis dias de internação hospitalar e, após a alta, foi orientado a procurar a 
Unidade Básica de Saúde (UBS) para acompanhamento da equipe da ESF. 
Na chegada da equipe de ESF ao domicilio, o idoso encontra-se sentado na sala, com 
sua família. Quando questionado sobre seu estado atual, relata ausência de dor ou de 
falta de ar, sentindo-se ansioso e apresentando tremores após a alta hospitalar. Refere 
não estar fazendo uso de álcool e tabaco, alimenta-se sem dificuldade e deambula sem 
auxilio. Gostaria de receber algumas orientações a respeito dos cuidados com sua saúde 
atual, como, por exemplo, atividade sexual, atividade física, alimentação e retorno às 
atividades laborais. 
Revisão de sistemas 
Sistema genitourinário: Eliminações fisiológicas vesicais presentes, em bom volume. 
Histórico 
História social 
V.H.F. mora com sua esposa e a neta de dezessete anos em uma residência na área de 
abrangência da ESF de um bairro periférico da cidade, a casa é de alvenaria, possui sala, 
cozinha, dois quartos e banheiro com bom aspecto de higiene. A renda mensal da 
família é proveniente da aposentadoria do idoso e, anteriormente, dos serviços eventuais 
de pedreiro, com a qual auxilia nos custos da casa e nos estudos da neta. Sr V.H.F. tem 
dois filhos que moram no interior do município, os quais visitam os pais, 
aproximadamente, uma vez ao mês. Seu meio de transporte para realizar a atividade de 
pedreiro é uma bicicleta, na qual carrega suas ferramentas de serviço. 
Antecedentes pessoais 
Hipertenso há seis anos, em tratamento, dislipidêmico, tabagista (fuma 
aproximadamente 20 cigarros/dia, há 26 anos) e etilista (meia garrafa de cachaça/dia). 
Desde o retorno ao domicílio não fumou ou bebeu. Não possui alergias. Dorme cerca de 
seis horas por dia, possui hábitos alimentares irregulares, baixa ingesta de frutas e 
legumes e alta ingesta de gordura e sal. Não realiza exercícios físicos, sua única 
atividade física é proveniente de seu serviço braçal. Revisada Caderneta do Idoso, 
apresenta três doses da Vacina Dupla Tipo Adulto (dT), sendo a última dose em 2009 e 
realiza Vacina influenza sazonal anualmente. 
Medicações em uso 
Captopril 12,5 mg, 01 comprimido de manhã e a noite; 
Atenolol 25 mg, 01 comprimido às 08h; 
Sinvastatina 20 mg, 01 comprimido às 20h; 
AAS 100 mg, 02 comprimidos no almoço. 
Antecedentes familiares 
Pai faleceu de AVC (Acidente Vascular Cerebral) com 70 anos e mãe por infarto agudo 
do miocárdio com 84 anos. 
Exame Físico 
 
Sintomas gerais: Lúcido, orientado, comunicativo e com períodos de agitação e 
presença de tremores de extremidades. 
Mucosas úmidas e coradas, hidratado e afebril. 
Frequência cardíaca: 84 bpm 
Frequência respiratória: 20 mrpm 
Pressão arterial: 150/90 mmHg 
Temperatura: 36,8ºC 
Peso: 85kg 
Estatura: 1,68 cm 
IMC: 30,1 kg/m² 
Ausculta pulmonar: com murmúrios vesiculares presentes em ápice e base bilaterais, 
sem ruídos adventícios, eupneico. Ausculta cardíaca com ritmo regular, bulhas 
cardíacas normofonéticas, sem sopros. 
Abdome: ruídos hidroaéreos presentes, indolor e com presença de hepatomegalia à 
palpação. 
Coluna vertebral e extremidades: extremidades aquecidas, perfundidas e sem edemas, 
pulsos periféricos cheios e simétricos. 
Questão 1 
Escolha múltipla 
Diante do caso do Sr V.H.F., quais os problemas 
levantados durante a visita domiciliar? 
 Falta de informação sobre seu autocuidado 
 Tabagista e etilista 
 Hábitos alimentares irregulares 
 Atividade física exacerbada 
 Presença de tremores e agitação 
 
100 / 100 acerto 
Tabagismo, etilismo, hábitos alimentares irregulares, índice de massa corporal elevado e 
falta de informação sobre seu autocuidado influenciam negativamente no cuidado ao 
paciente pós-IAM. Outro problema nesse caso é a abstinência ao álcool e tabaco 
percebido pela presença de tremores e agitação. 
Saiba mais 
 
Nos procedimentos de diagnóstico e acompanhamento do estado nutricional de idosos, 
o Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN), utiliza como critério 
prioritário a classificação do Índice de Massa Corporal (IMC), descrito abaixo, 
recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), considerando os pontos de 
corte diferentes daqueles utilizados para adultos (BRASIL, 2006). 
 
Quadro 1 – Índice de Massa Corporal para idosos recomendado pela OMS 
 
IMC Diagnóstico nutricional 
Menor ou igual que 22 Baixo peso 
Maior 22 e menor que 27 Adequado ou eutrófico 
Maior ou igual que 27 Sobrepeso 
 
Fonte: BRASIL, 2006, p. 33. 
 
Com o envelhecimento ocorre declínio da massa corporal magra, especialmente após os 
65 anos para homens e 75 para mulheres, sendo mais evidente no sexo masculino. Tal 
fato está relacionado à redução do conteúdo da água corporal e da massa muscular. 
(BRASIL, 2006). 
Questão 2 
Escolha múltipla 
Quais são os fatores de risco para Síndrome 
Coronariana Aguda (SCA) presentes na história 
pregressa do Sr. V.H.F.? 
 Hipertensão 
 Tabagismo 
 Sedentarismo 
 Cirurgia prévia 
 Dislipidemia 
 Etilismo 
 
100 / 100 acerto 
O termo SCA é empregado aos pacientes com evidências clínicas ou laboratoriais de 
isquemia aguda, produzida por desequilíbrio entre suprimento e demanda de oxigênio 
para o miocárdio, sendo, na maioria das vezes, causada por instabilização de uma placa 
aterosclerótica.Cirurgia prévia não é considerada fator de risco para síndrome 
coronariana aguda de acordo com os protocolos de SCA, pois não levam a uma 
isquemia coronariana aguda. 
Saiba mais 
 
Fatores de risco para doença arterial coronariana 
 
O risco de doença arterial coronariana (DAC) aumenta progressivamente após cada 
década acima de 40 anos. O sexo masculino é fator de risco adicional. Em pacientes 
mais jovens ou com poucos fatores de risco, o uso de cocaína ou metanfetaminas deve 
ser investigado. O diagnóstico de SCA é fundamentado na história típica, alterações de 
ECG e marcadores de necrose miocárdica. A presença de três ou mais fatores de risco 
para DAC são marcadores de pior evolução. 
 
Fatores de risco para DAC: 
- Tabagismo; 
- Hipertensão arterial; 
- Dislipidemia; 
- História familiar para DAC precoce (homem <55 anos e mulher <65 anos); 
- Diabetes Mellitus. 
(BRASIL, [2014], p. 11). 
Questão 3 
Escolha múltipla 
Dentro do plano de cuidados da atenção primária 
ao paciente após infarto agudo do miocárdio, 
quais orientações devem ser dadas ao Sr. V.H.F. e 
seus cuidadores? 
 Comunicar à equipe as mudanças no estado de saúde da pessoa cuidada. 
 Pacientes após infarto agudo miocárdico podem retornar suas atividades físicas 
após uma semana da alta hospitalar. 
 Reduzir a ingesta de sal, gordura saturada, gorduras trans e colesterol. 
 A direção de veículo pode ser permitida aos pacientes após seis meses da 
ocorrência do infarto agudo miocárdico. 
 Administrar as medicações, conforme a prescrição e orientação da equipe de saúde. 
 Aumentar a ingesta de frutas, legumes e peixes. 
 
100 / 100 acerto 
Faz parte do plano de cuidados da atenção primária do paciente no pós infarto agudo 
miocárdico atentar para o uso correto das medicações, comunicar a equipe de saúde 
quanto às mudanças noestado de saúde da pessoa cuidada, retornar às atividades físicas 
e profissionais em tempo adequado e manter hábitos alimentares regulares. A direção de 
veículos pode ser permitida após uma semana nos pacientes sem complicações e 2 a 3 
semanas em pacientes com infarto agudo miocárdico complicado. 
Saiba mais 
 
Orientações pós-infarto agudo do miocárdio 
Conforme dados do Ministério da Saúde (BRASIL, [2014], p. 43), o retorno às 
atividades sexuais em pacientes de baixo risco, estáveis, deve ser em 7-10 dias após a 
alta hospitalar. O retorno as atividades físicas em pacientes que estejam assintomáticos 
após IAM não complicado pode ser após 2-4 semanas, com avaliação cardiológica. 
Recomendado teste ergométrico para orientar prescrição do exercício. Todos pacientes 
devem ser encorajados a realizar 30 a 60 min de atividade aeróbica em intensidade 
moderada, no mínimo, 5 vezes por semana. 
 
Plano de cuidados – segmento da atenção primária. 
Reabilitação cardíaca: O principal foco de reabilitação é o exercício físico de caráter 
educacional, mais complexo que um condicionamento físico. 
Recomendada a reabilitação supervisionada por médico. Recomendado teste 
ergométrico para orientar prescrição do exercício. 
Atividade física: Todos os pacientes deverão ser encorajados a realizar de 30 a 60 min 
de atividade aeróbica, em intensidade moderada, cinco vezes por semana, além de 
aumentar o gasto energético diário (ex: atividades domésticas e jardinagem). 
Retorno ao trabalho: Na maioria das vezes o estresse sofrido no trabalho é menor que o 
medido no teste de esforço, reforçando que o retorno ao trabalho deve ser encorajado. 
Outras atividades: Atividade sexual com parceiro habitual pode ser reassumida de 7 a 
10 dias em pacientes sem complicações durante a internação. A direção de veículos 
pode ser permitida em uma semana para pacientes sem complicações e de duas a três 
semanas em pacientes com IAM complicado (insuficiência cardíaca, arritmia). 
Dieta: Pacientes podem ser encorajados a diminuir a ingesta diária de sal, gordura 
saturada, gorduras trans e colesterol, e estimular a ingesta de frutas, vegetais e peixe. 
Peso: o peso corporal e a circunferência abdominal devem ser medidos em todas as 
consultas. Os pacientes idosos devem ser encorajados a manterem um IMC entre 22 e 
27 kg/m2 e a circunferência abdominal menor que 102 cm em homens e, 88 cm em 
mulheres 
Paciente diabético: Mudança no estilo de vida, controle dos demais fatores de risco 
(HAS, obesidade, dislipidemia) e medicação visando glicohemoglobina menor ou igual 
a 7%. 
Portadores de HAS: Modificação do estilo de vida e medicação objetivando pressão 
arterial menor ou igual a 130/80 mm/Hg 
Vacina influenza: Todos os pacientes devem ser vacinados contra o influenza 
anualmente. 
Terapia de reposição hormonal: Não deve ser prescrita. 
Evitar o uso de anti-inflamatórios não esteroides: Dores musculoesqueléticas devem ser 
tratadas com analgésico como paracetamol e narcótico de curta ação em pequenas 
doses. Se não houver melhora pode utilizar AINE não seletivo (Naproxeno). 
(BRASIL, [2014], p. 44) 
 
Tratamento farmacológico após IAM 
 
Antiagregantes plaquetários 
O ácido acetilsalicílico proporciona redução da mortalidade vascular e da mortalidade 
total. Recomenda-se 81 a 325 mg por dia. Está contraindicado quando há história de 
hipersensibilidade a salicilatos, hemorragia digestiva e diátese hemorrágica e devendo 
ser usado com cautela em pacientes com úlcera gastroduodenal ou gastrite. 
O clopidogrel é usado na dose de 75 mg por dia. Atualmente é recomendado por, pelo 
menos, duas semanas mesmo nos casos em que não houve fibrinólise. Os pacientes que 
se submeteram a implante de stent, seja em caráter de resgate ou eletivo pós-IAM, 
devem usar ácido acetilsalicílico por um mínimo de 30 dias. Para prevenir a ocorrência 
de trombose intra-stent, a associação destes dois medicamentos pode ser mantida por 
um ano. 
 
Betabloqueadores 
Devem ser usados em todos os pacientes com IAM, salvo se houver alguma 
contraindicação para tal. Algumas das contraindicações são frequência cardíava inferior 
a 60 bpm, intervalo PR acima de 0,24 s, pressão sistólica inferior a 100 mmHg, 
insuficiência cardíaca descompensada grave, bloqueio atrioventricular de 2º ou 3º graus, 
doença pulmonar obstrutiva grave e doença arterial periférica com sintomatologia 
grave. 
 
Inibidores da enzima conversora da angiotensina e bloqueadores dos receptores AT1 
Os benefícios das suas ações anti-isquêmica e anti-aterosclerótica são suficientes para 
que os inibidores da enzima conversora da angiotensina e os bloqueadores dos 
receptores AT1 sejam precritos para todos os pacientes após o IAM. Nos casos com 
disfunção do ventrículo esquerdo ou da parede anterior, nos hipertensos, diabéticos e 
nos portadores de nefropatia crônica estável tem indicação forma de uso por tempo 
indeterminado. 
 
Hipolipemiantes 
O uso de estatinas está indicado sempre que o LDL-colesterol for superior a 130 mg/dl 
ou quando estiver entre 100 e 130 mg/dl conforme o critério do médico. 
 
Antagonistas dos canais de cálcio 
Não existem evidências favoráveis ao seu uso rotineiro após o IAM. Entretanto, podem 
estar indicados como uma alternativa aos betabloqueadores quando houver doença 
pulmonar obstrutiva crônica, broncoespasmo ou doença arterial periférica. Neste 
contexto, a preferência de uso recai sobre diltiazem e verapamil, pela similaridade da 
ação em comparação aos betabloqueadores. 
 
Antiarrítmicos 
O único medicamento deste grupo que tem seu uso reconhecido é a amiodarona nos 
casos em que há disfunção ventricular esquerda associada a arritmias ventriculares 
frequentes. Pacientes com fração de ejeção inferior a 40%, taquicardia ventricular 
sustentada ou não sustentada devem ser encaminhados para avaliação eletrofisiológica 
pelo benefício potencialmente maior com o uso de cardioversor-desfibrilador 
implantável. 
 
Nitratos 
Não são usados rotineiramente após o IAM, exceto no caso de angina ou isquemia 
miocárdica persistentes ou insuficiência cardíaca. 
 
(PIEGAS et al., 2009) 
Questão 4 
Escolha múltipla 
Quais sinais e sintomas de possíveis 
complicações do IAM o profissional de saúde 
deve atentar ao realizar a visita domiciliar? 
 Diminuição da perfusão periférica 
 Palpitações 
 Dor torácica 
 Falta de ar 
 Disúria 
 Sinais vitais alterados 
 
100 / 100 acerto 
Palpitações, dor torácica, falta de ar, diminuição da perfusão periférica e sinais vitais 
alterados podem ser sinais e sintomas de algumas complicações do pós IAM, tais como 
taquiarritmias, angina, pericardite, insuficiência cardíaca, entre outros. 
Saiba mais 
 
Após o infarto do miocárdio, o paciente ainda persiste com risco de complicações 
associadas resultantes deste evento agudo. A angina pós-infarto indica a ocorrência de 
novos episódios isquêmicos e ocorre em 20 a 30% dos casos. Para controle desta 
complicação é necessária otimização da terapia anti-isquêmica através do beta bloqueio 
efetivo, além do controle dos níveis pressóricos. 
O infarto do ventrículo direito é uma complicação que pode ser demonstrada em 50% 
dos infartos do miocárdio de região inferior e em aproximadamente 10% dos pacientes 
existem alterações hemodinâmicas como hipotensão arterial, sinais de baixo débito. É 
uma patologia de elevada mortalidade e outras alterações eletrocardiográficas como 
bloqueio atrioventricular são observados em metade dos casos. Esta situação requer 
reposição volêmica para manter o nível pressórico e melhorar o débito cardíaco além de 
suporte inotrópico. 
A pericardite precoce pós infarto agudo do miocárdio se apresenta em até 24 horas após 
o evento. Alguns pacientes apresentam dor torácica ventilatório-dependente que piora 
com a inspiração profunda, tosse e deglutição e que é aliviada com a flexão do tórax 
anteriormente. Ocasionalmente pode haver febrebaixa, mas a ausculta do atrito 
pericárdico é frequente e, geralmente, direciona o diagnóstico definitivo. Ao 
eletrocardiograma, a elevação do segmento ST nas derivações precordiais esquerdas, 
com concavidade superior preservada leva a suspeita desta complicação. O tratamento 
deve ser realizado com aspirina, 500mg de 4 em 4 horas, com redução da dose assim 
que os sintomas melhorarem. 
O edema agudo de pulmão é mais uma complicação pós infarto agudo do miocárdio, 
que está associado a uma mortalidade tão elevada quanto 40% nos primeiros 30 dias 
após o infarto do miocárdio. O edema pode ser consequência de, por exemplo, 
disfunção do miocárdio ou ruptura do septo interventricular. A conduta imediata inclui a 
oxigenação e administração de furosemida, morfina e nitrato, além da ventilação não 
invasiva. 
O choque cardiogênico ocorre em alguns pacientes pode se desenvolver um estado de 
hipoperfusão tecidual com pressão sistólica inferior a 90 mmHg associado a pressões de 
enchimento elevadas. Das causas de choque, a mais frequente é a insuficiência 
ventricular esquerda que corresponde a aproximadamente 75% dos pacientes. O manejo 
do choque cardiogênico demanda unidade de tratamento intensivo e inclui 
monitorização invasiva da pressão arterial, aminas vasoativas e balão intra-aórtico. 
Questão 5 
Escolha múltipla 
Nesse caso, se o paciente ao invés de ter 
chamado o SAMU chamasse a equipe de saúde 
da ESF em seu domicílio para atendê-lo, qual a 
conduta da equipe frente a esse paciente com dor 
no peito em agudização? 
 Verificar sinais vitais 
 Levar o usuário de saúde à UBS e deixá-lo em observação até estabilizar o quadro 
agudo e após encaminhá-lo a um setor de urgência 
 Encaminhar o paciente a um serviço de urgência a fim de realizar o tratamento 
adequado 
 Realizar ECG, se possível 
 Questionar paciente quanto ao início, localização, intensidade, irradiação, 
aparecimento, duração e alívio da dor 
 
100 / 100 acerto 
Questionar o paciente quanto ao início, localização, intensidade, irradiação, 
aparecimento, duração e alívio da dor, verificar sinais vitais e realizar ECG quando 
disponível e encaminhar o paciente a um serviço de urgência, são condutas a serem 
realizadas pela equipe de saúde na abordagem do paciente com síndrome coronariana 
aguda. 
Saiba mais 
 
Linha de Cuidado do Infarto Agudo do Miocárdio 
 
O Ministério da Saúde instituiu a Linha de Cuidado do Infarto Agudo do Miocárdio no 
âmbito do Sistema Único de Saúde e Protocolo Clínico sobre Síndrome Coronariana 
que apresenta uma rede de atenção com objetivo de garantir que o paciente com IAM 
receba a terapia de reperfusão em tempo adequado, com acesso à terapia intensiva e ao 
tratamento e estratificação complementares à reperfusão. Considera-se que o tempo 
total de isquemia (entre o início dos sintomas e o início da terapia de reperfusão) deve 
ser idealmente até 120 minutos. Desse modo, o paciente deve ser transferido o mais 
rápido possível para um serviço de emergência com estrutura para administração de 
agentes fibrinolíticos ou a realização de angioplastia primária conforme for mais 
adequado para o caso. 
 
É essencial que os protocolos de atenção do IAM sejam definidos e pactuados pelos 
diferentes componentes da Linha do Cuidado, de forma a uniformizar o cuidado e 
permitir o acesso de todos os pacientes às terapias estabelecidas, conforme as diretrizes 
internacionais. 
O atendimento aos usuários com quadros agudos deve ser prestado por todas as portas 
de entrada dos serviços de saúde do SUS, possibilitando a resolução integral da 
demanda ou transferindo-o, responsavelmente, para um serviço de maior complexidade, 
dentro de um sistema hierarquizado e regulado, integrando a Linha do Cuidado do IAM. 
 
Definem-se como constituintes da Linha do Cuidado do IAM os seguintes 
componentes: 
 
Componentes da Linha do Cuidado do infarto agudo do miocárdio: 
 
- Unidades de Atenção Primária à Saúde; 
- Unidades de Atenção Especializada; 
- Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU); 
- Unidades de Pronto Atendimento (UPA) e pronto-socorros de hospitais gerais; 
- Hospitais com credenciamento especializado para Atenção Cardiovascular de 
AltaComplexidade, com habilitação em cardiologia intervencionista e leitos de 
UnidadeCoronariana dedicada à rede de IAM; 
- Atenção Domiciliar; 
- Serviços de Reabilitação; 
- Centrais de regulação municipais e estaduais. 
 
Quanto à característica da dor e sintomas associados à Síndrome coronariana aguda 
(SCA): 
 
Característica da dor e sintomas associados à Síndrome Coronariana Aguda (SCA) 
 
A dor torácica é a forma clínica mais comum da isquemia miocárdica ocorrendo em 
aproximadamente 80% dos casos. 
Características básicas da angina estável típica: 
1. Desconforto difuso, retroesternal, não afetado por posição, movimento ou palpação, 
podendo irradiar para ombros, braço esquerdo, braço direito, pescoço ou mandíbula; 
2. É reproduzida pelo esforço ou estresse emocional; 
3. É prontamente aliviada pelo repouso ou pelo uso de nitrato sublingual. 
 
A dor dos pacientes com SCA tem características semelhantes à da angina estável. 
Entretanto, os episódios são mais intensos e prolongados e, normalmente, ocorrem em 
repouso. Com frequência, vem acompanhada de sudorese, náuseas, vômitos, ou 
dispneia. Não rara é a apresentação atípica, com queixas como mal estar, indigestão, dor 
epigástrica, sudorese, inclusive sem dor torácica associada, principalmente em idosos e 
diabéticos. 
Entre os pacientes que apresentam angina pectoris, há três apresentações principais que 
sugerem o surgimento de uma SCA: 
1. Angina de repouso com geralmente mais de 20 minutos de duração; 
2. Angina de início recente que limita a atividade; 
3. Angina em crescendo (maior frequência, maior duração ou ocorre com menor esforço 
que em eventos anginosos prévios). 
(BRASIL, [2014]) 
Fechamento do acompanhamento 
 
Após orientações gerais e pela boa evolução do paciente, a equipe da ESF esclarece que 
o paciente não necessita mais de acompanhamento domiciliar, podendo manter o 
acompanhamento na unidade básica de saúde. 
Objetivos do Caso 
 
Revisar os cuidados necessários ao paciente após IAM e as orientações a serem dadas a 
seus cuidadores quanto aos cuidados no domicílio. Rever o protocolo clínico das 
síndromes coronarianas agudas e a linha de cuidado do infarto agudo do miocárdio. 
Referências 
1. BRASIL. Consulta pública n.6, de 20 de setembro de 2011. O Ministro de 
Estado da Saúde torna pública, nos termos do artigo 34, inciso II, e art. 59 do 
Decreto n. 4.176 de 28 de março de 2002, minuta de portaria que institui a Linha 
de Cuidado do Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) no âmbito do Sistema Único 
de Saúde (SUS), bem como o Protocolo Clínico sobre Síndrome Coronariana 
Aguda. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, 
Brasília, DF, 21 set. 2011. Seção 1, p. 89. Disponível 
em: <http://www.jusbrasil.com.br/diarios/30750238/pg-89-secao-1-diario-
oficia...> . Cópia local Acesso em 2014. 
http://www.jusbrasil.com.br/diarios/30750238/pg-89-secao-1-diario-oficial-da-uniao-dou-de-21-09-2011
http://www.jusbrasil.com.br/diarios/30750238/pg-89-secao-1-diario-oficial-da-uniao-dou-de-21-09-2011
https://dms.ufpel.edu.br/static/bib/pg-89-secao-1-diario-oficial-da-uniao-dou-de-21-09-2011
2. BRASIL. Consulta pública n.6, de 20 de setembro de 2011. O Ministro de 
Estado da Saúde torna pública, nos termos do artigo 34, inciso II, e art. 59 do 
Decreto n. 4.176 de 28 de março de 2002, minuta de portaria que institui a Linha 
de Cuidado do Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) no âmbito do Sistema Único 
de Saúde (SUS), bem como o Protocolo Clínico sobre Síndrome Coronariana 
Aguda. In: BRASIL. Ministério da Saúde. Portal da Saúde. Anexos I e II, 
resumos do Ministério da Saúde dos princípios que norteiam a construção 
da Linha de Cuidados do IAM (Infarto Agudodo Miocárdio) na Rede de 
Atenção às Urgências no SUS. [Brasília, DF]: Ministério da Saúde, [2014]. 49 
p. Disponível em: <http://u.saude.gov.br/images/pdf/2014/abril/04/cp-06-
infarto-agudo-mioca...> . Cópia local Acesso em 2014. 
3. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de 
Atenção Básica. Envelhecimento e saúde da pessoa idosa. Brasília, DF: 
Ministério da Saúde, 2006. 192 p. (Cadernos de Atenção Básica - n.º 19. Série 
A. Normas e Manuais Técnicos). Disponível 
em: <http://189.28.128.100/dab/docs/publicacoes/cadernos_ab/abcad19.pdf> . 
Cópia local Acesso em 2014. 
4. PIEGAS, L.S. et al. IV Diretriz da Sociedade Brasileira de Cardiologia sobre 
Tratamento do Infarto Agudo do Miocárdio com Supradesnível do Segmento 
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