Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
DANYÊ ZANDONÁ LORUSSO O PLANTÃO PSICOLÓGICO NA ABORDAGEM SISTÊMICA Artigo apresentado como requisito parcial para conclusão da disciplina de Estágio Supervisionado em Psicologia do Curso de Psicologia do Centro Universitário Autônomo do Brasil. ORIENTADOR: PROF. MS. FLÁVIA DINIZ ROLDÃO 2 O PLANTÃO PSICOLÓGICO NA ABORDAGEM SISTÊMICA DANYÊ ZANDONÁ LORUSSO Resumo: O presente trabalho proprõe uma possibilidade de atuação no Plantão Psicológico fundamentado na Abordagem Sistêmica. O tema foi de escolha da autora após realizar, em um dos seus estágios de formação, a vivência do Plantão Psicológico. Este propõe, através da uma revisão de literatura, identificar possibilidades para os atendimentos em caráter emergencial, através dos conceitos da Abordagem Sistêmica. Identifica novas formas de atuação da psicologia neste tipo de atendimento, visando compreender o indivíduo como um ser complexo inserido e interconectado em uma rede de relações ou sistema. O trabalho não pretendeu esgotar o assunto, e sim servir como uma contribuição inicial para pensar o Plantão Psicológico na Abordagem Sistêmica. Trata-se de uma reflexão inicial sobre as possibilidades de desenvolvimento de um Plantão Psicológico teoricamente orientado em alguns dos principais conceitos da Abordagem Sistêmica em Psicologia. A Abordagem Sistêmica surge em meio as demandas contemporâneas, esta propõe um novo paradigma científico, uma nova forma de ver o mundo, a vida e os seres humanos, bem como um novo modo de intervir na realidade. A prática do Plantão Psicológico pode acontecer em deferentes ambientes, sempre considerando o sigilo profissional. Este caracteriza-se por acontecer em uma única sessão de atendimento podendo ser estendida a até três sessões, sendo que as sessões possuem uma metologia a ser seguida, com começo, com meio e com fim, mantendo a questão da emergência como base, como uma prática de compromisso com o outro no momento da crise, onde o individuo esta mergulhado em suas emoções e perpecções. Palavras chave: Plantão Psicológico, Abordagem Sistêmica, Novo Paradigma. 1. INTRODUÇÃO Este trabalho tem como objetivo refletir sobre a possibilidade da prática do Plantão Psicológico fundamentada na Abordagem Sistêmica. Inicialmente buscou-se compreender, através de uma pesquisa bibiográfica, o que é o Plantão Psicológico, sua origem e seu espaço na contemporaneidade. Posteriormente discutiu-se alguns conceitos fundamentais da Abordagem Sistêmica em Psicologia, buscando perceber como estes podem ser utilizados para fundamentar a prática do Plantão Psicológico. Em seguida, propôs-se as três fases que marcam a metodologia de desenvolvimento do Plantão Psicológico, e como alguns conceitos fundamentais da Psicologia Sistêmica podem ser aplicados no manejo e fundamentação desta prática clínica. O trabalho busca oferecer uma reflexão inicial sobre a possibilidade de desenvolvimento de um Plantão Psicológico teoricamente orientado em alguns dos principais conceitos da Abordagem Sistêmica em Psicologia. Este tema foi de escolha da 3 autora após realizar, em um dos seus estágios de formação, a vivência do Plantão Psicológico em uma escola. Percebendo a lacuna de publicações na área, se propôs a dar início à pesquisa referente ao tema. Em meio aos processos revolucionários e às necessidades de adaptação que a sociedade pós-moderna contempla, o comportamento humano também passou a ser estudado e compreendido de maneiras totalmente novas. A Abordagem Sistêmica propõe um novo paradigma científico, uma nova forma de ver o mundo, a vida e os seres humanos, bem como um novo modo de intervir na realidade. Muitas vezes os atendimentos de Plantão Psicológico, acontecem fora do ambiente do consultório psicológico, mantendo sempre o cuidado com a ética profissional do psicólogo, e as informações que são partilhadas no atendimento devem ser mantidas em sigilo. Este tipo de atendimento pode acontecer em diferentes espaços e instituições: em salas de espera, emergências clínicas, ambulatórios, hospitais gerais e psiquiátricos, residências terapêuticas, escolas, lares de idosos, clinicas-escola, etc. Atualmente há diversas publicações referentes ao Plantão Psicológico em diferentes abordagens. Mas ainda não há estudos sobre este tipo de atendimento clínico fundamentado na Abordagem Sistêmica. Questiona-se então: Como a Abordagem Sistêmica pode contribuir para a prática do Plantão Psicológico? 2. DESENVOLVIMENTO 2.1 O Plantão Psicológico Assim como a sociedade evoluiu em vários âmbitos, a psicologia também veio se atualizando conforme as novas demandas sociais atuais. Segundo Rebouças e Dutra (2010) os atendimentos realizados dentro dos consultórios privados que fazem uma clínica psicológica tradicional, não suprem a totalidade das demandas na sociedade atual. Na contemporaneidade, aquele que sofre, tem demandado novas formas de atendimento, seja devido à longa duração do tratamento tradicional, ou ainda pelas questões dos elevados custos financeiros envolvidos. Estes quesitos mencionados, vêm gerando discussões sobre a clínica psicológica. A Psicoterapia Breve, segundo Santos (1990), iniciou com os estudos de Sandor Ferenczi, que apresentou sua proposta em um Congresso Internacional de Budapeste em 1918. Sua proposta gerou grande descontentamento pelos psicoterapeutas, pois acreditavam que Ferenczi havia se 4 excedido em sua atitude clínica. Otto Rank sequenciou os estudos sobre a Psicoterapia Breve e deu ênfase na proposta de manutenção ao que chamamos de atuação de foco. Nesta proposta Rank introduziu o limite de tempo e foco no processo psicoterapêutico, e acreditava que o individuo que buscava ajuda, deveria contribuir em seu próprio processo através daquilo que foi denominado por Rank como “boa vontade” (Rank apud Santos, 1990, pg. 20), mobilizando-se e motivando-se para a cura. Para Lipp e Yoshida (2014), autores que organizaram uma obra sobre Psicoterapia Breve Cognitivo – Comportamental e Psicodinâmica, o desenvolvimento das psicoterapias psicodinâmicas breves surgiram com a necessidade de fazer clínica para uma nova demanda social contemporânea. Assim adaptou-se a técnica psicanalítica, para atdenr a um número maior da população que se encontrava com a necessidade de atendimento psicológico, mas que não dispunham das condições institucionais ou a disposição que exigiam os tratamentos tradicionais psicanalíticos. Ainda sobre as psicoterapias psicodinâmicas breves, segundo estas autoras, elas são centradas em torno de um foco, este é determinado por aquilo que o paciente traz, juntamente com aquilo que é identificado pelo terapeuta, mais os seus conceitos teóricos da prática clínica que guiam seu olhar. Este trabalho baseado em um foco determinado, permite que em alguns casos seja estipulada uma quantidade de sessões psicoterápicas, sendo ela de curto prazo quando comparada aos outros modelos de psicanalise ou às outras formas mais tradicionais de psicoterapia. A psicologia clínica, com o avanço da sociedade, deixa de ser vista apenas como uma área de atuação profissional, e segundo Rebouças e Dutra (2010) passa a ser uma nova possibilidade de atitude clínica. Este método clínico de Psicoterapia Breve, segundo Santos (1990), sugere que o terapeuta conduza o processo psicoterapêutico de forma ativa e não mais passiva, conforme os modelos tradicionais. Logo, a Psicologia Clínica no formato tradicional, passa a não ser mais suficiente para atender muitas das novas demandas sociais, abriu-se então um novo espaço para outras novas construções. Na atualidade Morato traz uma metáfora que pode ilustrar o que foi anteriormente expresso: Diante de uma casa em demolição, o menino observa: “- Olha pai! Estão fazendo um terreno!. Desconstrução apresenta-se, aqui, por umaótica outra daquela usualmente tomada: um terreno esta sendo construído, no lugar da desconstrução de uma casa.”. (MORATO, 2006, p. 01). Com o intuito de contribuir e atender as demandas atuais, surge a Psicoterapia Breve, uma modalidade de atendimento clínico-psicológica de caráter emergencial, com o 5 objetivo de escutar e acolher no momento da crise, onde aquele que sofre está tomado por suas emoções e percepções. Segundo Morato (op.cit), o Plantão Psicológico (PP) é uma ação clinico- investigativa que busca juntamente com o paciente esclarecer sua demanda e a abrir novas possibilidades de enfrentamento, assim, àquele que sofre torna-se parte responsável por si e pela sua dor. O instrumento fundamental para esta atitude clínica, baseia-se na linguagem como forma de comunicação, podendo ser verbal ou não verbal. Para Watzlawick (1967, p. 19), “todo comportamento, não só a fala, é comunicação”, até quando desejamos não comunicar algo, já estamos comunicando, definido assim, todo comportamento é comunicação. A origem do PP não tem data exata, como presente no trabalho de Neumann e Zordan (2011), mas para Morato (2006), o PP surge em um momento de pós-segunda guerra mundial, onde a sociedade passava por um processo de reconstrução, após dezenas de famílias terem sido desfeitas, e as comunidades estavam devastadas pela destruição. Logo, temos aqui o cerne da origem do que seria denominado de PP, pois este modelo defronta-se com um contexto especifico, onde a sociedade vivia um momento caótico e necessitava reestruturar algumas áreas, havia preocupação com o futuro e uma demanda maior por atendimento. Sendo assim, Morato (op.cit) indica realizar o PP como um conjunto de práticas que atinjam os mais diversos espaços. Com este olhar mais amplo e não linear sob a atitude clínica, instaura-se na contemporaneidade aquilo que era chamado de Aconselhamento Psicológico em tempo de guerra, e na atualidade denominado de PP, que segundo Rebouças e Dutra (2010), demanda de um paradigma não baseado em uma única verdade, mas em compreender aquele que sofre como fragmentado, complexo e imprevisível. Segundo Neumann e Zordan (2011), o PP consolida-se no Brasil entre os anos de 1952 e 1962. Nesta época ocorre também que vários terapeutas de diferentes abordagens começam a trazer para seus consultórios o sistema familiar, e assim conseguir obter mais informações sobre o paciente identificado, sendo este tipo de atendimento, diferente do modelo tradicional da clínica. Neumann e Zordan (op.cit) afirmam que aquele que sofre é compreendido como parte de um sistema disfuncional. Seus sintomas, seguindo esta ordem de compreensão, são derivados do modelo que chamamos de modelo circular, que se manifestam por ordem da retroalimentação do sistema. 6 Segundo Rebouças e Dutra (2010) o PP surge em São Paulo, com a constituição do Serviço de Aconselhamento Psicológico (SAP) do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (IPUSP). Oferece de uma sessão de atendimento a no máximo três sessões com o mesmo indivíduo. Neste mesmo contexto, Morato (2006) entende que este programa surgiu por uma demanda coletiva. Originou-se para oferecer estágios a alunos do curso de Psicologia, e este espaço tornou-se o pioneiro quanto ao assunto. Segundo Morato (op.cit), com o intuito de propor novos estudos, o Laboratório de Estudos e Práticas em Psicologia Fenomenológica Existencial (LEFE) disponibilizou recursos para prosseguir nos atendimentos à comunidade, e identificar se estavam atendendo a demanda de toda a população que os procurava, explorando novos métodos que pudessem ser aplicados na clínica. A primeira contribuição pública a respeito do PP foi desenvolvida, segundo Rebouças e Dutra (op.cit), pelo Dr. Miguel Mahfoud em 1987. Este definia o Plantão como: A expressão plantão está associada a certo tipo de serviço, exercido por profissionais que se mantêm a disposição de quaisquer pessoas que deles necessitem, em períodos de tempo previamente determinados e ininterruptos. (MAHFOUD apud REBOUÇAS e DUTRA, 2010, p.23). O objetivo, segundo Rebouças e Dutra (op.cit), foi determinado pelo Dr. Mahfoud. Os atendimentos seriam para oferecer a aquele que sofre uma nova percepção de si diante da demanda que o trouxe a procurar pelo serviço. Porém com a escassez dos serviços oferecidos, à maior massa da população, Morato (op.cit), descreve que os atendimentos começaram a serem rotulados pelo mesmo desfecho que vinham oferecendo, o encaminhamento à psicoterapia. Esta situação contribuiu para que neste caso o Plantão adquirisse um caráter de triagem, automatizando os atendimentos. Porém, ambos são práticas diferentes, como veremos a seguir. Na prática do PP identifica-se, aqui neste trabalho, que o acolhimento pode ser considerado uma parte inicial do PP. O acolhimento, e a triagem, são entendidos e conceituados da seguinte forma segundo Neumann e Zordan (2011): o acolhimento deveria oferecer de forma singular, a escuta e a compreensão daquele que sofre, visando de forma ágil apropriar-se das necessidades do outro, sendo o terapeuta um facilitador da melhoria das relações, e quando possível, contribuir para à resolução imediata. A triagem é uma prática que visa selecionar e redirecionar o individuo a serviços específicos, é uma prática que antecede o atendimento clínico, busca informações daquele que procura o 7 serviço, como também identifica o grau de envolvimento do sujeito com o serviço ofertado, entre outros. Para Neumann e Zordam (2011, p.498): A prática do acolhimento não significa que os serviços devem dispor de todos os recursos necessários a cada caso, mas representa o compromisso em desenvolver a possibilidade de agenciar os recursos e soluções mais adequadas a cada situação. Tendo como constituição do Plantão Psicológico o acolhimento no exato momento da crise, Neumann e Zordam (op.cit) afirmam que o terapeuta desta área deve possuir certa flexibilidade, pois nem sempre o que funciona a um paciente funciona para o outro, sendo que a diversidade de demanda exige estilos diferentes de atendimento. Para Doescher e Henriques (2012) o terapeuta além de saber e querer ouvir, precisa ser compreensível, deixando a singularidade daquele que sofre aparecer, e que ele possa admitir o papel do não-saber, oferecendo e construindo junto com o paciente soluções. Para eles, é possível que pacientes que procuram este tipo de atendimento já estejam classificados e conceituados em algum quadro psicopatológico. Estes rótulos por vezes dificultam o atendimento, pois impede que o paciente admita sua singularidade e fale de si, passando a falar de sintomas característicos da patologia associada. Este quadro anteriormente apresentado viabilizou que o PP fosse se aprimorando e definindo a característica deste serviço, mantendo a questão da emergência como base, constituindo-se como uma prática de compromisso com o outro no momento da crise (MORATO, 2006). 2.2 Os Conceitos Fundamentais Da Abordagem Sistêmica Em meio aos processos revolucionários e de adaptação que a sociedade pós- moderna contempla, o comportamento humano também passou a ser estudado e compreendido uma maneiras totalmente novas. Fazendo uma crítica ás ideias cartesianas e sua influência no paradigma científico tradicional. A Abordagem Sistêmica propõe um novo paradigma científico, uma nova forma de ver o mundo, a vida e os seres humanos, bem como um novo modo de intervir na realidade, conforme descrevemos a seguir. Segundo Nichols e Schwartz (2007), nos modelos tradicionais da clínica psicológica, o individuo que sofre era tido como o lócus dos problemas. Rotulado como o problema, este iniciava psicoterapia individual, onde requeria apenas a presença do terapeuta e do sujeito, tornando ele responsável por seu comportamento e capaz de sua melhoraou não. 8 A Abordagem Sistêmica mudou a maneira de enxergar o comportamento humano, assim como a forma de atuação na clínica psicológica. Para falar e tratar do ser humano à partir de uma perspectiva sistêmica, é preciso perceber o indivíduo além dos paradigmas da ciência tradicional, e adotar o novo paradigma da ciência contemporânea (VASCONCELLOS, 2002). É preciso perceber o indivíduo inserido e interconectado em uma rede de relações ou sistema. O termo paradigma, segundo Vasconcellos (op.cit) é utilizado para explicar a maneira como vemos o mundo, como um conjunto de regras que estabelecemos através de nossas sensações e experiências. É através destas experiências que vamos determinar como resolver situações, como vamos filtrar as informações que recebemos ao longo da vida, e como vamos nos posicionar no mundo. Além de moldar a maneira como vemos, identificamos e nos posicionamos no mundo, os paradigmas fazem-nos acreditar que a maneira com a qual estamos conduzindo as coisas é o correto, sendo assim nos incapacitam de perceber novas ideias e tornamo-nos pouco flexíveis. Ser pouco flexível, Vasconcellos (idem) caracteriza uma disfunção conhecida como “paralisia de paradigma”. Os movimentos que levam a mudar essa maneira de ver o mundo podem gerar grandes desconfortos, porém, para prover mudança é preciso que o paradigma tradicional não sirva mais, começando lentamente um processo de muita coragem e confiança em si, para se abrir às novas ideias e novas regras, e assim poder estabelecer um novo paradigma que seja suficiente para o sujeito. Com as novas possibilidades de pensamento e compreensão do comportamento humano, segundo Vasconcellos (op.cit) é possível identificar três dimensões epistemológicas: o pressuposto da complexidade, da instabilidade e da intersubjetividade, que contrapõem o paradigma tradicional. Partimos do primeiro pressuposto, onde passa- se da simplicidade para a complexidade, entendendo com esta que é imprescindível contextualizar os fenômenos e entender que existe uma causalidade recursiva. O segundo pressuposto do paradigma tradicional é o da estabilidade, e passa a ser compreendido no novo paradigma científico como o da instabilidade, onde se identifica a impossibilidade de previsão de todos os fenômenos existentes no universo. O terceiro pressuposto diz a respeito à objetividade, e passa a ser compreendido como o pressuposto da intersubjetividade, visto que o observador também é influenciado por aquilo que vê, sendo este uma construção social. Estes pressupostos não são novos, apenas o seu reconhecimento que é. 9 Percorrendo a literatura que aborda o tema da complexidade como o Novo Paradigma, precisamos então compreender o termo e aplica-lo à psicologia enquanto modelo de Abordagem Sistêmica. Para Cabral e Nick (1995, p.63), o termo complexo é definido como “qualquer agrupamento de fatores relacionados entre si”. Segundo Vasconcellos (op.cit) a palavra complexidade provem do latim complexus, aquilo que é tecido em conjunto, onde seus constituintes são inseparáveis, e considerer um sistema como complexo é: (...) Aquele constituído de um número muito grande de unidades, com uma enorme quantidade de interações. Seus comportamentos desordenados, caóticos, emaranhados, de difícil previsão fazem esses sistemas parecerem esquisitos, instáveis e desobedientes (VASCONCELLOS, 2002, p. 110). Pensar complexamente exige do sujeito observante algumas reformulações de crenças e valores. É preciso acreditar que sempre o objeto observado esta inserido em um contexto, ampliar este foco nos possibilita ver o sistema de forma ampla, com foco nas relações entre todos os envolvidos, sendo que cada mudança que acontece no ambiente do objeto interfere diretamente na estrutura da configuração das relações que caracterizam o sistema. Segundo Capra (1982) a visão sistêmica do mundo teve sua origem na física quântica, que passou de uma concepção de mundo linear-mecanicista, advinda das contribuições de Descartes e Newton, para uma visão holística e ecológica. Uma nova compreensão da realidade com enfoque nas totalidades integradas, e não em partes, em propriedades que não poderiam ser reduzidas a unidades menores, compreendidas através de um contexto. A evolução do pensamento reducionista de Descartes, para este autor (op.cit) leva ao surgimento de um novo paradigma: o universo é um todo interconectado. Neste novo paradigma, o universo é visto como uma teia dinâmica de eventos interrelacionados. Nenhuma das propriedades de qualquer parte dessa teia é fundamental, todas elas decorrem das propriedades das outras partes do todo, e a coerência total de suas inter- relações determina a estrutura da teia. Segundo Grandesso (2000), o aspecto dinâmico do sistema (teia) envolve conceitos como “Cibernética”, que estuda a comunicação e o sistema de controle dos organismos vivos, e também das máquinas. Esta ainda entende a cibernética em dois momentos: Cibernética de Primeira Ordem e a Cibernética de Segunda Ordem. 10 A cibernética de primeira ordem é subdividida por Vasconcellos (op.cit) em dois momentos: Primeira Cibernética que concentra-se processos morfoestáticos, sendo como resultante da retroalimentação negativa ou retroação autorreguladora, permitindo que o sistema volte ao seu estado de equilíbrio homeostático e a Segunda Cibernética concentra-se nos processos morfogenéticos, resultantes de retroalimentação positiva, promovendo a transformação do sistema, levando-o a um novo regime de funcionamento. A cibernética de segunda ordem é descrita por Grandesso (op.cit) como uma nova possibilidade de respostas, visto que a cibernética de primeira ordem não estava mais dando conta dos problemas complexos. Sendo assim a cibernética de segunda ordem entende como o sistema se arranja em função do problema, o terapeuta exerce a função de não-saber e constrói com a família a resolução de seus problemas. Para Nichols e Schwartz (op.cit), é preciso compreender como os problemas que rodeiam um sistema, estão diretamente ligados com a forma que estes elementos se relacionam. Por vezes este processo se torna um tanto difícil, pois requer que o terapeuta enxergue além das personalidades de seus membros, e perceba os padrões de comportamento que os conectam e mantem àquela situação disfuncional, sendo que cada um contribui para a situação onde chegaram. A homeostase que mantem o sistema funcional, também é a responsável por manter o sistema rígido e inflexível às mudanças. Ludwing von Bertalanffy, foi o biólogo austríaco, que tentou explicitar os conceitos sistêmicos em uma Teoria Geral dos Sistemas, onde todo sistema é um subsistema de um sistema maior. Um sistema pode ser composto por sistemas menores e também pode ser parte de um sistema mais amplo, exatamente como um estado ou província é composto por jurisdições menores e também é parte de uma nação (NICHOLS e SCHWARTZ, 2007, p. 105). Ainda nos conceitos propostos por Bertalanffy, o sistema precisa ser entendido como um sistema aberto, que Segundo Nichols e Schwartz (op.cit) que deve interagir constantemente com o seu ambiente. Ao contrário dos sistemas abertos, os sistemas fechados podem ser comparados com maquinas, que mantem apenas contato com seus próprios recursos. Em seus pressupostos, Bertalanffy acreditava que os organismos vivos, se ainda comparados com maquinas, deveriam exercer equifinalidade, onde o inicio não determina o fim. Ainda conforme os autores e obra supracitada, o relacionamento de complementariedade, como a característica definidora do estado de um relacionamento, onde o comportamento de um elemento do sistema está diretamente ligado ao do outro 11 elemento. Neste mesmo entendimento, classifica o termo causalidade circular, que hoje são traduzidos pelo modelo onde as ações originais promovemum círculo de influência mutua. Estes conceitos básicos da Abordagem Sistêmica anteriormente discutidos servirão de base para refletirmos à seguir sobre o Plantão Psicológico. 2.3 O Plantão Psicológico a partir da Abordagem Sistêmica Tendo em vista algumas das carateristicas ja trazidas anteriormente, o PP acontece de uma a três sessões, e todas ocorrem à partir da uma mesma metodologia geral. Caracteriza-se por ter como objetivo determinado apresentar na mesma sessão de atendimento: começo, meio e fim. Muitas vezes os atendimentos de PP, acontecem fora do ambiente do consultório psicológico, mantendo sempre o cuidado com a ética profissional do psicólogo, e as informações que são partilhadas no atendimento devem ser mantidas em sigilo. Este tipo de atendimento pode acontecer em diferentes espaços e instituições: em salas de espera, emergências clínicas, ambulatórios, hospitais gerais e psiquiátricos, residências terapêuticas, escolas, lares de idosos, clinicas-escola, etc. Segundo Mahfoud, et. al (2012) é possível identificar e descrever fases similares em atendimentos com demandas extremamente diferentes. Estes autores denominam a primeira fase como “AQ – Apresentando a questão”, a segunda fase “EQ – Explora a questão”, e a terceira e última fase é chamada de “MP – Mudança de perspectiva”. Na primeira fase, citada acima, este é o momento em que o terapeuta irá fazer o acolhimento do sofrimento, e ela prevê aliviar os sentimentos envolvidos, onde o individuo que procura o atendimento diz porque veio, o que tem gerado angústia, e apresenta o histórico da demanda. Este acontece muitas vezes por meio da catarse. A catarse, segundo Cabral e Nick (1995, p.54) é um método utilizado pela psicoterapia como “purificação ou depuração”, onde o sujeito revive o passado intensamente. Na segunda fase, em que se explora a questão, o terapeuta através da pergunta se apropria de mais informações e contribui para que o indivíduo reflita sobre suas questões e sua realidade de vida, e em alguns momentos, encontre respostas à sua demanda. Já na terceira fase do PP, o terapeuta oferece sua intervenção com o intuito de estimular o sujeito a mudar sua forma de ver a questão, mudando assim sua ideia, o criando novas possibilidades. Os autores anteriormente citados, abordam o PP a partir da Abordagem Centrada na Pessoa. Já este trabalho tem como objetivo construir uma proposta de como o PP 12 poderia ser conduzido à partir de uma visão e fundamentação teórica da Abordagem Sistêmica. Não foram encontrados na revisão de literatura nenhum artigo ou livro abordando o assunto com esta perspectiva. Propõem-se levanter as seguintes fases que podem ser utilizadas pela abordagem sistêmica, levando em consideração seus principais conceitos: AIQ – Acolhendo e Identificando a Queixa, IT – Identificando as Interconexões e AFAR – Ampliando o Foco e Agenciando Recursos. A Abordagem Sistêmica busca observar as relações e interconexões. É comum que a demanda trazida não envolva apenas o sujeito que busca ajuda, porém como na maioria das vezes não é possível ter todos os envolvidos presentes na sessão do PP, esta abordagem, através do conceito de circularidade, tenta trazer subjetivamente os demais sujeitos envolvidos no problema para junto da sessão através de perguntas circulares ou dramatizações de cenas. Isto acontece quando, por exemplo, o terapeuta pergunta ao individuo como o outro responderia, àquela pergunta se estivesse ali presente? Como o outro tem encarado a mesma situação? Dentre outras questões que podem ser feitas trazendo a voz dos envolvidos à partir do olhar de quem esta presente. Outra forma de ilustrar e trazer “o outro ausente” é através do recurso da dramatização de um fato, buscando compreender a influência mútua entre as pessoas envolvidas no problema. Para compreender este conceito de influência mútua, Costa (2010), utiliza a Cibernética, um estudo que utiliza do conceito de feedback para compreender sistemas que se autorregulam. O circuito de feedback representa o processo com o qual o sistema obtém uma informação necessária para seguir adiante, para assim compreender as influencias mutuas e como isso afeta a todos, “enxergar (...) além das individualidades e buscar o padrão de influência mútua que se observa nas condutas de seus membros” (p.02). Buscar o padrão de influência mútua, como citado acima, é também buscar comportamentos que tendem a se repetir em diferentes situações em que determinados sujeitos encontram-se em interação, como por exemplo, o método de resolução de problemas de um indivíduo. Este tenderá a buscar a solução de um problema sempre da mesma maneira para problemas diferentes, o que se repete é o padrão de funcionamento. Também nas interações entre determinados sujeitos, estes padrões que irão sendo construídos, tendem muitas vezes a ocorrer. Cabe destacar que é essa repetição de um 13 comportamento independente do context atual, que costuma ser disfuncional e causar problemas. Minuchin (1982) explora as questões sobre fronteiras, regras, padrão de organização das interelações e repetição de comportamentos. Ele oferece à Abordagem Sistêmica uma forma de poder olhar e arriscar compreender os sistemas e subsistemas. Chama a atenção para o conceito de hierarquia e por meio da participação ativa do terapeuta, busca formas de alterar o padrão cristalizado no sistema através de uma atuação diretiva do terapeuta no atendimento. Em seu livro “Técnicas de Terapia Familiar” (2003) aborda diferentes maneiras do terapeuta conduzir seu processo de intervenção no sistema. Vários padrões de comunicação e de comportamentos que um sistema apresenta, são herdados de outros sistemas e subsistemas com os quais as pessoas interagem, e à partir dos quais construíram sua subjetividade e forma de ser. É o caso daquilo que a Abordagem Sistêmica conceitua como intergeracionalidade ou transgeracionalidade. Segundo Camicia, Silva e Schmidt (2016) a transgeracionalidade é compreendida através dos processos transmitidos de uma geração a outra, que se mantem ao longo da história familiar, seja na família de origem (dos pais) ou na família nuclear (aquela que o sujeito constituiu). O conceito de intergeracionalidade foi bem desenvolvido por Bowen (NICHOLS e SCHWARTZ, 2007) e pessoas que com ele estudaram como Mônica McGoldrick (2012). Não é possível deixar de citar a importância do Ciclo de Vida Familiar como um importante instrumento de trabalho para o psicólogo que atua na Abordagem Sistêmica. A vida familiar constitui um espaço importante da vida de uma pessoa, sendo fonte de prazer e sofrimento. A família vem passando por grandes mudanças na contemporaneidade, essas mudanças tem gerado angústia e sofrimento, o que leva as pessoas a recorrer ao PP como uma medida interventiva breve, para desabafarem sobre estes problemas familiares. Segundo Carter e McGoldrick (2011) o ciclo de vida individual se dá transpassado pelo ciclo de vida familiar. O ciclo de vida individual e familiar localizam aonde o indivíduo e a família estão em seu processo de desenvolvimento, e pontuam alguns dos possíveis problemas que vem enfrentando individualmente e podem ter grande influência, ou serem disparados, pela etapa de desenvolvimento que a família esta vivendo. Sendo assim devemos entender a família como “um sistema movendo-se através do tempo” (p.08) 14 É comum, segundo Carter e McGoldrick (2011), que ao longo do ciclo de vida familiar seus elementos vivenciem agentes estressores verticais e/ou horizontais. Os estressores verticais são padrões de funcionamento que foram transmitidos de geração para geração, mas que neste momento de vida não tem dado certo. Os estressores horizontais são padrões que eram tidos como satisfatórios, mas que para a etapa vivida não estão mais funcionando, porexemplo, a forma que os pais agem quando se tem filhos pequenos passa a não ser satisfatória quando se tem filhos adolescentes, é preciso revisar os padrões adequando-se à nova necessidade do sistema e do ciclo de vida no qual a família se encontra. Pensando nas diferentes etapas do ciclo de vida individual e familiar, o PP pode ser usado com bastante êxito, principalmente quando se trata de demandas relacionadas com jovens e adultos, pois pode fazer perceber os desafios e tarefas que os mesmos vem enfrentando, e auxiliar na compreensão do que pode estar gerando desconforto, com vistas à ajudar na reflexão e busca por uma solução. Durante a sessão de PP é possível que surja mais de uma questão ou demanda, Acontece, em alguns casos, que o individuo procura o Plantão com uma demanda, e esta engloba muitos diferentes aspectos, sendo mais ampliada do que inicialmente parecia. Nestes casos segundo Mahfoud, et.al (2012) é preciso então que o individuo eleja a questão com a qual deseja trabalhar, visto que o PP muitas vezes é feito apenas por um encontro e trabalha sempre um foco definido. Nos processos que envolvem mais de uma sessão do Plantão, é possível que o indivíduo venha a faltar. Mediante a falta sem retorno nos próximos plantões, entende-se que o mesmo “desistiu” do processo e segundo Mahfoud, et.al (2012) este comportamento também faz parte do processo. Em casos de que o mesmo falta e retorna no próximo plantão, o atendimento pode ter continuidade. Caso o indivíduo relate no intervalo das sessões que o problema “se resolveu”, é prudente retomar a questão inicial, que por vezes esta focada em algum padrão de comunicação ou de comportamento do mesmo, que por mais que para ele a situação esteja resolvida, ele pode não perceber que continua agindo e pensando da mesma maneira, o que pode gerar os mesmos problemas futuramente. Desta forma é importante buscar consolidar o trabalho anteriormente realizado, aporveitando a presença do pacinete para a sessão. Noutros casos, quando o paciente relata que os problemas já foram resolvidos nos intervalo das sessões, costuma-se fazer este retorno como encerramento, onde o individuo contará como agiu, e o terapeuta fortalecerá a mudança de perspectiva do 15 sujeito, e o colocará para refletir sobre seus possíveis novos padrões. Caso haja o retorno do indivíduo e o mesmo permaneça na situação original, é possível investigar possibilidades de mudanças para assim lidar com a situação e enfrentar seu problema (MAHFOUD, op.cit). Em alguns casos que seja verificada a necessidade de encaminhamento para um processo de psicoterapia, o psicólogo poderá fazê-lo. Diante do manejo do PP de no máximo três sessões de atendimento, segundo Mahfoud, et.al (2012) o encerramento se da através das seguintes possibilidades: quando ocorre mudança de perspectiva e ressignificação do problema, quando o individuo assume nova atitude ou decide agir diferente. Na mudança de perspectiva e ressignificação o foco esta em uma nova maneira de enxergar a questão inicial. Quanto a assumir uma nova atitude, envolve lidar com a questão inicial de maneira diferente daquela que o individuo tinha assumido. Sobre o decidir agir diferente o individuo está focado na ação, e busca um novo comportamento frente à mesma. As três fases citadas para a compreensão de como acontece a meotodologia do PP, compreendidas em paralelo com os conceitos que baseiam a Abordagem Sistêmica, anteriormente discutidos, nos permitem propor a possibilidade de atuação e manejo do PP à partir de um olhar sistêmico. 3. Considerações Finais O presente trabalho buscou oferecer maior compreensão do Plantão Psicológico, e como ele pode ser realizado à partir de uma fundamentação na Abordagem Sistêmica. A revisão de literaturas já oferecidas sobre o tema constatou uma lacuna de publicações sobre este tema até o presente momento. A autora deste trabalho tendo desenvolvido uma prática de Plantão Psicológico durante seu processo de formação em Psicologia, observou a lacuna existente de publicações sobre o tema na Abordagem Sistêmica, e se propôs a construir possibilidades para a atuação no PP à partir desta perspectiva teórica. O trabalho não pretendeu esgotar o assunto, e sim servir como uma contribuição inicial para pensar o Plantão Psicológico na Abordagem Sistêmica. 4. Referências CABRAL, Álvaro e NICK, Eva, Dicionário Técnico de Psicologia. São Paulo: Cultrix, 1995. 16 CAMICIA, Edgmara Giordani; SILVA, Stefany Bischoff da; SCHMIDT, Beatriz. Abordagem da Transgeracionalidade na Terapia Sistêmica Individual: Um Estudo de Caso Clínico. Pensando fam., Porto Alegre , v. 20, n. 1, p. 68-82, jul. 2016 . Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679- 494X2016000100006&lng=pt&nrm=iso> Acesso em 13/03/2017. CAPRA, Fritjof. O ponto de mutação. São Paulo: Cultrix, 1982. CARTER, Betty e McGOLDRICK, Monica. As mudanças no ciclo de vida familiar: uma estrutura para a terapia familiar. Porto Alegre: Artmed, 2011. COSTA, Liana Fortunato. A perspectiva sistêmica para a clínica da família. Psicologia: teoria e pesquisa. 2010, vol. 26. Disponível em < https://revistaptp.unb.br/index.php/ptp/article/view/479/73>. Acesso em 13/03/2017. DOESCHER, Andréa Marques Leão; HENRIQUES, Wilma Magaldi. Plantão psicológico: um encontro com o outro na urgência. Psicol. estud., Maringá , v. 17, n. 4, p. 717- 723, Dec. 2012 . Disponível em<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413- 73722012000400018&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 11/11/2016. GRANDESSO, Marilene Aparecida. Sobre a reconstrução do significado: Uma análise epistemológica e hermenêutica da prática clínica. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2000. LIPP, Marilda Emmanuel Novaes e YOSHIDA, Elisa Medici Pizão. Psicoterapia Breves nos diferentes estágios evolutivos. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2014. MAHFOUD, Miguel; DRUMMOND, Daniel Marinho; BRANDÃO, Juliana Mendanha; WOOD, John Keith; ROSENTHAL, Raquel Wrona; SILVA, Roberta Oliveira e; CURY, Vera Engler; JUNIOR, Walter Cautella. Plantão Psicológico: novos horizontes. São Paulo: Companhia Ilimitada, 2012. MINUCHIN, Salvador. Famílias: Funcionamento e Tratamento. Trad. J.A. Cunha. Porto Alegre, Ed. Artes Médicas, 1982. _____ MINUCHIN, Salvador e FISHMAN, Charles. Técnicas de Terapia Familiar. Porto Alegre: Artes Médicas, 2003. MORATO, Henriette Tognetti Penha. Pedido, queixa e demanda no Plantão Psicológico: querer poder ou precisar?. VI Simpósio Nacional de Práticas Psicológicas em Instituição – Psicologia e Politicas Publicas. Vitória: UFES, 2006. Disponível em: <http://www.usp.br/coseas/COSEASHP/ADM/Psicologo/VIsimposio/MORATO%20- %20Pedido,%20queixa%20e%20demanda.pdf>. Acesso em 09/11/2016. McGOLDRICK, Monica, GERSON, Randy, PETRY, Sueli. Genogramas: avaliação e intervenção familiar. Porto Alegre: Artmed, 2012. http://www.usp.br/coseas/COSEASHP/ADM/Psicologo/VIsimposio/MORATO%20-%20Pedido,%20queixa%20e%20demanda.pdf http://www.usp.br/coseas/COSEASHP/ADM/Psicologo/VIsimposio/MORATO%20-%20Pedido,%20queixa%20e%20demanda.pdf 17 NEUMANN, Angélica Paula; ZORDAN, Eliana Piccoli. A Implantação do Acolhimento na Abordagem Sistêmica em uma Clínica-Escola: possibilidades e desafios. Revista de Psicologia da IMED, Passo Fundo, v. 3, n. 1, p. 496-505, dez. 2011. ISSN 21755027. Disponível em: <https://seer.imed.edu.br/index.php/revistapsico/article/view/83> Acesso em 11/11/2016. NICHOLS, Michael e SCHWARTZ, Richard. Terapia Familiar: conceitos e métodos. Porto Alegre: Artmed, 2007. REBOUCAS, Melina Séfora Souza; DUTRA, Elza. Plantão psicológico: uma prática clínica da contemporaneidade. Rev. abordagem gestalt., Goiânia , v. 16, n. 1, p. 19- 28, jun. 2010 . Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809- 68672010000100004&lng=pt&nrm=iso>. Acessoem 31/11/2016. SANTOS, Eduardo Ferreira. Psicoterapia Breve: abordagem psicodramático de situação de crise. São Paulo: Flumen, 1990. VASCONCELLOS, Maria Jose Esteves. Pensamento sistêmico: O novo paradigma da ciência. Campinas: Papirus, 2002. VASCONCELLOS, Maria Jose Esteves. Pensamento sistêmico: O novo paradigma da ciência .Campinas: Papirus, 2010. WATZLAWICK, P; BEAVIN, J; JACKSON D. A Pragmática da Comunicação Humana. São Paulo: Editora Cultrix, 1967. https://seer.imed.edu.br/index.php/revistapsico/article/view/83
Compartilhar