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APOSTILA ANATOMIA UNIMINAS 08

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ANATOMIA FUNCIONAL 
 
 
 
 
 
2 
Faculdade de Minas 
Sumário 
NOSSA HISTÓRIA .......................................................................................... 4 
1 Introdução .................................................................................................. 5 
Conhecimentos ............................................................................................ 5 
Habilidades .................................................................................................. 5 
2 Variação Anatômica ................................................................................... 6 
2.1 Termos de posição e direção - vistas e posições anatômicas ............ 6 
2.1.1 Divisão do Corpo Humano ............................................................ 6 
2.2 Planos e eixos anatômicos .................................................................. 9 
2.2.1 Planos ........................................................................................... 9 
2.2.2 Eixo ............................................................................................. 10 
2.3 Movimentos articulares x planos e eixos ........................................... 11 
2.4 Princípios Constitucionais do Corpo Humano ................................... 11 
2.5 Nomenclatura em Anatomia .............................................................. 14 
3 História da Anatomia ................................................................................ 14 
4 Neuroanatomia ........................................................................................ 24 
5 Sistema circulatório e respiratório ............................................................ 27 
5.1 Sistema Circulatório ou Cardiovascular ............................................ 27 
5.1.1 Coração ....................................................................................... 27 
5.1.2 Vasos Sanguíneos ...................................................................... 30 
5.1.3 Circulação do Sangue ................................................................. 33 
5.1.4 Sistema Linfático ......................................................................... 33 
5.1.5 Estruturas do Sistema Linfático ................................................... 34 
5.1.6 Resumindo .................................................................................. 35 
5.2 Sistema Respiratório ......................................................................... 36 
5.2.1 Nariz ............................................................................................ 37 
5.2.2 Faringe ........................................................................................ 40 
5.1.3 Laringe ........................................................................................ 43 
5.1.4 Traqueia ...................................................................................... 46 
 
 
 
 
 
3 
Faculdade de Minas 
5.1.5 Brônquios .................................................................................... 47 
5.1.6 Pulmões ...................................................................................... 50 
6 Sistemas Digestório, Urinário e reprodutores .......................................... 53 
6.1 Sistema Digestório ............................................................................ 53 
6.1.1 Boca ............................................................................................ 55 
6.1.2 Dentes ......................................................................................... 56 
6.1.3 Língua ......................................................................................... 57 
6.1.4 Faringe ........................................................................................ 58 
6.1.5 Esôfago ....................................................................................... 60 
6.1.6 Estômago .................................................................................... 61 
6.1.7 Intestino delgado ......................................................................... 62 
6.1.8 Intestino grosso ........................................................................... 64 
6.1.9 Peritônio ...................................................................................... 67 
6.1.10 Fígado ....................................................................................... 69 
6.1.11 Vesícula biliar ............................................................................ 70 
6.1.12 Pâncreas ................................................................................... 71 
6.2 Sistema urinário ................................................................................ 72 
6.2.1 Rim .............................................................................................. 73 
6.2.2 Ureter .......................................................................................... 76 
6.2.3 Bexiga ......................................................................................... 77 
6.2.4 Uretra .......................................................................................... 78 
6.3 Sistema Reprodutor .......................................................................... 79 
6.3.1 Sistema reprodutor masculino ....................................................... 80 
6.3.2 Sistema reprodutor feminino ....................................................... 82 
BIBLIOGRAFIA .......................................................................................... 83 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
Faculdade de Minas 
 
 
 
NOSSA HISTÓRIA 
 
 
A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de 
empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de 
Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como 
entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. 
A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação 
no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. 
Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos 
que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, 
de publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições 
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, 
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
Faculdade de Minas 
 
 
1 Introdução 
 
Anatomia Funcional procura descrever as estruturas anatômicas com base no 
conhecimento da função dos elementos constituintes dessas estruturas, com 
enfoque na geração do movimento humano, buscando apresentar as implicações 
funcionais decorrentes do processo de adaptação dessas estruturas ao exercício 
físico. 
 
Para entender as estruturas e as funções do corpo humano, estudaremos as 
ciências da anatomia e da fisiologia. A anatomia (anatome =cortar em partes, corta 
separando) refere-se ao estudo da estrutura e das relações entre estas estruturas. 
Entretanto, para facilitar o estudo dos variados e complexos sistemas, faz-se 
necessário uma introdução sobre alguns conceitos de extrema importância para a 
aplicação prática da Anatomia tais como: planos de delimitação e secção do corpo 
humano, termos de posição e direção, eixos do corpo humano e conceitos de 
variação e normalidade em Anatomia. A Anatomia é a ciência que estuda a 
constituição e o desenvolvimento dos seres organizados. 
 
Conhecimentos 
 
 Compreender as noções 
da Anatomia Humana e sua 
importância na aplicação da 
prática,nomenclatura anatômica, 
termos de posição e direção, 
planos e eixos de secção e 
constituição do corpo humano. 
Habilidades 
 
 Reconhecer os órgãos do 
corpo humano, e como estes se 
comportam para a formação dos 
sistemas, bem como conceitos de 
posição e variação anatômica, 
biótipo, características 
morfológicas e a terminologia 
anatômica. 
 
 
 
 
 
 
 
6 
Faculdade de Minas 
2 Variação Anatômica 
 
Como o objeto de estudo da Anatomia Humana é o corpo humano, fazem-se 
necessárias algumas considerações sobre ele. Nos agrupamentos humanos há 
evidentes diferenças morfológicas, denominadas variações anatômicas, que 
aparecem em qualquer um dos sistemas do organismo, sem prejuízo funcional. 
 
2.1 Termos de posição e direção - vistas e posições anatômicas 
 
Para que o movimento humano possa ser bem compreendido e para que você 
esteja bem preparado para as provas de concurso que abordam esta temática, 
deve-se ter como pré requisito o conhecimento básico do sistema ósseo, articular e 
muscular. Assim como, com o objetivo de otimizar o aproveitamento deste módulo, 
e deixá-lo capaz de interpretar qualquer questão de concurso, alguns conceitos e 
nomenclaturas básicas serão revisados. 
 
Para definir os movimentos das articulações e segmentos 
e para registrar a localização no espaço de pontos 
específicos no corpo, é necessário um ponto de referência. 
Tal referencial sempre parte da Posição Anatômica. 
 
O conhecimento de tal posição é importante, pois trata-se 
da posição na qual os movimentos angulares foram 
denominados em uma postura estática. Ela consiste no 
corpo em pé, na postura ereta com os olhos fixos no 
horizonte, calcanhares aproximados e pés rodados 
ligeiramente para a lateral. Os membros superiores estarão posicionados a cada 
lado do corpo com as superfícies palmares voltadas para frente ou anteriormente. 
 
 
 
2.1.1 Divisão do Corpo Humano 
 
 
 
 
 
 
7 
Faculdade de Minas 
O corpo humano se divide em: cabeça, pescoço, tronco e membros. A cabeça está 
na extremidade superior do corpo, unida ao tronco pelo pescoço. O tronco se 
subdivide em tórax e abdome. Os membros são órgãos pares e se subdividem em 
superiores (torácicos) e inferiores (pélvicos). Os membros possuem uma raiz 
(cintura), que se une ao tronco, e uma parte livre. Nos membros superiores a raiz 
(cintura escapular) é o ombro e a parte livre se subdivide em braço, antebraço e 
mão. Entre o braço e o antebraço tem-se o cotovelo e entre o antebraço e a mão, o 
punho. Nos membros inferiores a raiz (cintura pélvica) é o quadril e a parte livre se 
subdivide em coxa, perna e pé. Entre a coxa e a perna tem-se o joelho, e entre a 
perna e o pé, o tornozelo. Na versão posterior da posição anatômica, temos na 
parte posterior do corpo, o pescoço que recebe o nome de nuca, o tronco de dorso 
e as nádegas correspondem à região glútea. 
 
 
 
A partir da Posição Anatômica, os seguintes termos de orientação são utilizados 
para descrever a localização (posição) das estruturas no corpo: 
 • ANTERIOR: relativo à superfície frontal (à frente); 
• POSTERIOR: relativo à superfície dorsal (por trás); 
• SUPERIOR: mais próximo da cabeça; 
• INFERIOR: mais próximo dos pés; 
 • MEDIAL: mais próximo da linha mediana; 
• LATERAL: afastado da linha mediana. 
 
 
 
 
 
8 
Faculdade de Minas 
 
Com relação ao TRONCO, os seguintes 
termos podem ser utilizados: 
• VENTRAL: relativo à superfície abdominal; 
 • DORSAL: relativo à superfície dorsal 
(posterior); 
• CRANIAL/CEFÁLICO: mais próximo da 
cabeça (ou em direção à); 
• CAUDAL: mais próximo da base da coluna 
(ou em direção à); 
• MEDIAL: mais próximo da 
linha mediana; 
• LATERAL: afastado da 
linha mediana; 
 
Com relação aos 
MEMBROS, os seguintes 
termos podem ser utilizados: 
• PROXIMAL: mais próximo 
do tronco; 
• DISTAL: afastado do 
tronco; 
• SUPERFÍCIE FLEXORA: a superfície anterior do membro superior e a superfície 
posterior do membro inferior (ventral); 
• SUPERFÍCIE EXTENSORA: a superfície posterior do membro superior e a 
superfície anterior do membro inferior (dorsal); 
 
Com relação às mãos e aos pés, os seguintes termos podem ser utilizados: 
• DORSO: a superfície posterior da mão e a superfície superior do pé; 
• SUPERFÍCIE PLANTAR: a superfície inferior do pé; 
• SUPERFÍCIE PALMAR: a superfície anterior da mão; 
 
 
 
 
 
 
9 
Faculdade de Minas 
Todos os termos anteriormente identificados 
são utilizados para descrever posicionamento estático 
e devem ser utilizados para localizar um seguimento 
do corpo em relação a outro. Por exemplo, o tornozelo 
não é distal. Ou seja, ele é distal quando relacionado 
ao joelho. 
Ademais, os seguintes termos podem ser utilizados para descrever o 
posicionamento anatômico: 
• INTERIOR: uma estrutura dentro da cavidade (interna); 
• EXTERIOR: uma estrutura fora da cavidade (externa); 
• HOMOLATERAL: uma estrutura relativa a outra localizada no mesmo lado do 
corpo; 
• CONTRALATERAL: uma estrutura relativa a outra localizada no lado oposto do 
corpo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2.2 Planos e eixos anatômicos 
 
O movimento de qualquer articulação ocorre dentro de um plano imaginário. Cada 
plano se projeta em torno de um eixo que lhe é perpendicular. O eixo é o ponto 
central no qual uma articulação gira. 
 
2.2.1 Planos 
 
O movimento humano se baseia em três planos que se movem em torno de três 
eixos. Para melhor compreendermos os movimentos, cada um dos planos e dos 
eixos é descrito a partir da Posição Anatômica. 
- Plano de Secção Sagital Mediano: divide o corpo humano em metades direita e 
esquerda. 
- Plano de Secção Sagital ou Sagital Paramediano: divide o corpo humano em 
partes direita e esquerda. 
 
 
 
 
 
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Faculdade de Minas 
- Plano de Secção Frontal ou Coronal: divide o corpo humano em partes anterior e 
posterior. 
 - Plano de Secção Transversal: divide o corpo humano em partes superior e 
inferior. 
 
Fonte: Google, 2019 
 
2.2.2 Eixo 
 
Quando é observado o movimento do corpo humano, aplica-se o conhecimento de 
eixo. 
Os eixos, são linhas imaginárias, derivadas da dimensões estabelecidas pelos 
Planos Anatômicos, que atravessam os planos do corpo perpendicularmente para 
possibilitar movimentos. 
 
Existem três EIXOS: 
1- Eixo Látero-Lateral: estende-se de um lado ao 
outro, da direita para esquerda, perpendicular ao plano 
sagital. Esse eixo também é conhecido como 
Transversal ou Horizontal. Esse eixo possibilita os 
movimentos de flexão e extensão. Ex.: Articulação do 
ombro, do cotovelo, etc. 
 
 
 
 
 
11 
Faculdade de Minas 
2 - Eixo Ântero-Posterior: estende-se em sentido 
anterior para posterior, perpendicular ao plano frontal. 
Esse eixo também é chamado de sagital. Esse eixo 
possibilita os movimentos de abdução e adução. Ex.: 
Articulação do ombro, do quadril, etc. 
 
3 - Eixo Longitudinal: estende-se de cima para, 
perpendicular ao plano transversal. Esse eixo 
possibilita os movimentos de rotação lateral e 
rotação medial. Ex.: Articulação do ombro, do 
cotovelo, etc. 
 
2.3 Movimentos articulares x planos e eixos 
 
Os movimentos que ocorrem no PLANO SAGITAL essencialmente o fazem em 
direção ântero-posterior. São exemplos: FLEXÃO, EXTENSÃO E 
HIPEREXTENSÃO. Esses movimentos giram em torno do EIXO HORIZONTAL ou 
TRANSVERSAL. 
Os movimentos que ocorrem no PLANO FRONTAL OU CORONAL são os 
deslocam o corpo para a lateral. São exemplos: INCLINAÇÃO LATERAL, 
ABDUÇÃO E ADUÇÃO. Tais movimentos acontecem ao redor de um EIXO 
SAGITAL ou EIXO ÂNTEROPOSTERIOR. 
Já no PLANO HORIZONTAL OU TRANVERSO ocorrem os movimentos rotacionais. 
São exemplos: ROTAÇÃO LATERAL E MEDIAL; SUPINAÇÃO E PRONAÇÃO. Os 
movimentos deste plano ocorrem do redor do EIXO LONGITUDINAL. 
Movimento Plano Eixo 
Flexão / Extensão Sagital Horizontal 
Abdução /Adução Frontal SagitalRotações Transversal Longitudinal 
 
2.4 Princípios Constitucionais do Corpo Humano 
 
 
 
 
 
 
12 
Faculdade de Minas 
Da menor até a maior dimensão de seus componentes, seis níveis de organização 
são relevantes para a compreensão da anatomia e fisiologia: os níveis químico, 
celular, tecidual, orgânico, sistêmico e organísmico. 
 
Nível Químico: Inclui os átomos (menores unidades de matéria que participam de 
reações químicas) e as moléculas (dois ou mais átomos ligados entre si). 
 
Nível Celular: A união das moléculas formam as células. As células são as unidades 
básicas, estruturais e funcionais do corpo humano. 
 
Nível Tecidual: Os tecidos são grupos de células e materiais em torno delas, que 
trabalham juntos para realizar uma determinada função celular. Existem quatro tipos 
básicos de tecidos, em seu corpo: tecido epitelial, conjuntivo, muscular e nervoso. 
 
Nível Orgânico: Os órgãos são estruturas compostas por dois ou mais tipos de 
tecido diferentes. Eles têm funções específicas e, usualmente, têm formas 
reconhecíveis. 
 
Nível Sistêmico: Um sistema consiste em órgãos relacionados que têm a mesma 
função. 
 
Nível Organísmico: É o maior nível organizacional. O organismo é um indivíduo vivo. 
Todas as partes do corpo, funcionando umas com as outras, constituem o 
organismo total – uma pessoa viva. 
 
O corpo humano é constituído por alguns princípios fundamentais que são: 
Antimeria, Metameria, Paquimeria e Estratificação. 
 
Antimeria: as metades (direita e esquerda) geradas na divisão do corpo pelo plano 
mediano são chamadas de antímeros. Essas metades são semelhantes, tanto na 
forma como na função (morfológica e funcionalmente), segundo o princípio da 
simetria bilateral. Não existe simetria perfeita, devido à falta de correspondência 
exata entre todos os órgãos, sendo importante ressaltar que nenhuma estrutura do 
 
 
 
 
 
13 
Faculdade de Minas 
antímero direito é idêntica à do esquerdo, sendo exemplos evidentes o coração 
voltado para o lado (antímero) direito, a maior parte do fígado está localizado do 
lado esquerdo e o baço está localizado do lado direito. No desenvolvimento do 
indivíduo a simetria bilateral se perde dando lugar a assimetria morfológica normal. 
 
Metameria: é a superposição, no sentido longitudinal, de segmentos semelhantes, 
cada segmento correspondendo a um metâmero. A metameria se apresenta no 
adulto na coluna vertebral (superposição de vértebras) e caixa torácica 
(superposição de costelas com espaços intercostais entre elas). Na anatomia clínica 
a metameria é responsável por interpretar fatos clínicos, devido aos nervos 
espinhais que emergem da junção de duas vértebras (forame intervertebral), 
inervarem regiões específicas do corpo (dermátomos) podendo o clínico associar 
sinais e sintomas à emergência destes nervos. 
 
Paquimeria: o segmento axial do corpo do indivíduo é constituído, 
esquematicamente, por dois tubos. Os tubos denominados paquímeros, que são 
respectivamente ventral e dorsal. O paquímetro ventral (ou visceral), maior, contém 
a maioria das vísceras. O paquímetro dorsal (ou neural) compreende a cavidade 
craniana e o canal vertebral (dentro da coluna vertebral) e aloja o sistema nervoso 
central (encéfalo na cavidade craniana e medula espinal no canal vertebral da 
coluna). 
 
Estratificação: o corpo humano é construído por camadas (estratos) que se 
superpõem, reconhecendo-se, portanto uma estratimeria ou estratificação, é o 
princípio segundo o corpo humano é constituído por camadas, sendo superficial ou 
profunda. A pele é a camada mais superficial, seguida da tela subcutânea, a fáscia 
muscular, os músculos e os ossos. Entre as camadas surgem vasos e nervos. As 
estruturas situadas fora da fáscia muscular são denominadas superficiais e as que 
estão dentro da lâmina de profundas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
Faculdade de Minas 
2.5 Nomenclatura em Anatomia 
 
É o conjunto de termos empregados para designar e descrever o organismo ou suas 
partes. Os termos indicam: 
 
Forma: músculo trapézio (do formato de um trapézio); 
Posição ou situação: nervo mediano (localizado no meio do membro superior); 
Trajeto: artéria circunflexa da escápula (que faz uma curva em torno da escápula); 
Conexões ou inter-relações: ligamento sacro-ilíaco (que liga o osso sacro ao osso 
ilíaco; 
Relação com o esqueleto: artéria radial (artéria localizada sobre a porção distal do 
osso rádio); 
Função: músculo levantador da escápula (músculo que levanta a escápula); 
Critério misto: músculo flexor (função) superficial (situação) dos dedos. 
 
3 História da Anatomia 
 
“Ao te curvares com a rígida lâmina de teu bisturi sobre o cadáver 
desconhecido, lembra-te que este corpo nasceu do amor de duas 
almas, cresceu embalado pela fé e pela esperança daquela que em 
seu seio o agasalhou. Sorriu e sonhou os mesmos sonhos das 
crianças e dos jovens. Por certo amou e foi amado, esperou e 
acalentou um amanhã feliz e sentiu saudades dos outros que partiram. 
Agora jaz na fria lousa, sem que por ele se tivesse derramado uma 
lágrima sequer, sem que tivesse uma só prece. Seu nome, só Deus 
sabe. Mas o destino inexorável deu-lhe o poder e a grandeza de servir 
à humanidade. A humanidade que por ele passou indiferente “. 
(Rokitansky, 1876) 
 
O conhecimento anatômico do corpo humano data de quinhentos anos antes de 
Cristo no sul da Itália com Alcméon de Crotona, que realizou dissecações em 
animais. Pouco tempo depois, um texto clínico da escola hipocrática descobriu a 
anatomia do ombro conforme havia sido estudada com a dissecação. Aristóteles 
mencionou as ilustrações anatômicas quando se referiu aos paradigmas, que 
provavelmente eram figuras baseadas na dissecação animal. No século III A.C., o 
estudo da anatomia avançou consideravelmente na Alexandria. Muitas descobertas 
 
 
 
 
 
15 
Faculdade de Minas 
lá realizadas podem ser atribuídas a Herófilo e Erasístrato, os primeiros que 
realizaram dissecações humanas de modo sistemático. A partir do ano 150 A..C. a 
dissecação humana foi de novo proibida por razões éticas e religiosas. O 
conhecimento anatômico sobre o corpo humano continuou no mundo helenístico, 
porém só se conhecia através das dissecações em animais. No século II D.C., 
Galeno dissecou quase tudo, macacos e porcos, aplicando depois os resultados 
obtidos na anatomia humana, quase sempre corretamente; contudo, alguns erros 
foram inevitáveis devido à impossibilidade de confirmar os achados em cadáveres 
humanos. Galeno desenvolveu assim mesmo a doutrina da “causa final”, um 
sistema teológico que requeria que todos os achados confirmassem a fisiologia tal e 
qual ele a compreendia. 
 
Porém não chegaram até nós as ilustrações anatômicas do período clássico, sendo 
as “séries de cinco figuras” medievais dos ossos, veias, artérias, órgãos internos e 
nervos são provavelmente cópias de desenhos anteriores. Invariavelmente, as 
figuras são representadas numa posição semelhante a de uma rã aberta, para 
demonstrar os diversos sistemas, às vezes, se agrega uma sexta figura que 
representa uma mulher grávida e órgãos sexuais masculinos ou femininos. Nos 
antigos baixos-relevos, camafeus e bronzes aparecem muitas vezes representações 
de esqueletos e corpos encolhidos cobertos com a pele (chamados lêmures), de 
caráter mágico ou simbólico mais que esquemático e sem finalidade didática 
alguma. 
 
Parece que o estudo da anatomia humana recomeçou mais por razões práticas que 
intelectuais. A guerra não era um assunto local e se fez necessário dispor de meios 
para repatriar os corpos dos mortos em combate. O embalsamento era suficiente 
para trajetos curtos, mas as distâncias maiores como as Cruzadas introduziram a 
prática de “cocção dos ossos”. A bula pontifica De sepulturisde Bonifácio VIII 
(1300), que alguns historiadores acreditaram equivocadamente proibir a dissecção 
humana, tentava abolir esta prática. O motivo mais importante para a dissecação 
humana, foi o desejo de saber a causa da morte por razões essencialmente médico-
legais, de averiguar o que havia matado uma pessoa importante ou elucidar a 
 
 
 
 
 
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Faculdade de Minas 
natureza da peste ou outra enfermidade infecciosa. 
 
O verbo “dissecar” era usado também para descrever a operação cesariana cada 
vez mais freqüente. A tradição manuscrita do período medieval não se baseou no 
mundo natural. As ilustrações anteriores eram aceitas e copiadas. Em geral, a 
capacidade dos escritores era limitada e ao examinar a realidade natural, 
introduziram pelo menos alguns erros, tanto de conceito como de técnica. As coisas 
“eram vistas” tal qual os antigos e as ilustrações realistas eram consideradas como 
um curto-circuito do próprio método de estudo. 
 
A anatomia não era uma disciplina independente, mas um auxiliar da cirurgia, que 
nessa época era relativamente grosseira e reunia sobre todo conhecer os pontos 
apropriados para a sangria. Durante todo o tempo que a anatomia ostentou essa 
qualidade oposta à prática, as figuras não-realistas e esquemáticas foram 
suficientes. 
 
O primeiro livro ilustrado com imagens impressas mais do que pintadas foi a obra de 
Ulrich Boner Der Edelstein. Foi publicada por Albrecht Plister em Banberg depois de 
1460 e suas ilustrações foram algo mais que decorações vulgares. Em 1475, 
Konrad Megenberg publicou seu Buch der Natur, que incluía várias gravuras em 
madeira representando peixes, pássaros e outros animais, assim como plantas 
diversas. Essas figuras, igual a muitas outras pertencentes a livros sobre a natureza 
e enciclopédias desse período, estão dentro da tradição manuscrita e são 
dificilmente identificáveis. 
 
Dentre os muitos fatores que contribuíram para o desenvolvimento da técnica 
ilustrativa no começo do século XVI, dois ocuparam lugar destacado: o primeiro foi o 
final da tradição manuscrita consistente em copiar os antigos desenhos e a 
conversão da natureza em modelo primário. Chegou-se ao convencimento de que o 
mais apropriado para o homem era o mundo natural e não a posteridade. O 
escolasticismo de São Tomás de Aquino havia preparado inadvertidamente o 
caminho através da separação entre o mundo natural e o sobrenatural, 
prevalecendo a teologia sobre a ciência natural. O segundo fator que influiu no 
 
 
 
 
 
17 
Faculdade de Minas 
desenvolvimento da ilustração científica para o ensino foi a lenta instauração de 
melhores técnicas. No começo os editores, com um critério puramente quantitativo, 
pensaram que com a imprensa poderiam fazer grande quantidade de reproduções 
de modo fácil e barato. Só mais tarde reconheceram a importância que cada 
ilustração fosse idêntica ao original. A capacidade para repetir exatamente 
reproduções pictórica, daquilo que se observava, constituiu a característica distinta 
de várias disciplinas científicas, que descartaram seu apoio anterior à tradição e 
aceitação de uma metodologia, que foi descritiva no princípio e experimental mais 
tarde. 
 
 
As primeiras ilustrações anatômicas impressas baseiam-se na tradição manuscrita 
medieval. O Fasciculus medicinae era uma coleção de textos de autores 
contemporâneos destinada aos médicos práticos, que alcançou muitas edições. Na 
primeira (1491) utilizou-se a xilografia pela primeira vez, para figuras anatômicas. As 
ilustrações representam corpos humanos mostrando os pontos de sangria, e linhas 
que unem a figura às explicações impressas nas margens. As dissecações foram 
desenhadas de uma forma primitiva e pouco realista. 
 
Na Segunda edição (1493), as posições das figuras são mais naturais. Os textos de 
Hieronymous Brunschwig (cerca de 1450-1512) continuaram utilizando ilustrações 
descritivas. O capítulo final de uma obra de Johannes Peyligk (1474-1522) consiste 
 
 
 
 
 
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Faculdade de Minas 
numa breve anatomia do corpo humano como um todo, mas as onze gravuras de 
madeira que inclui são algo mais que representações esquemáticas posteriores dos 
árabes. Na Margarita philosophica de George Reisch (1467-1525), que é uma 
enciclopédia de todas as ciências, forma colocadas algumas inovações nas 
tradicionais gravuras em madeira e as vísceras abdominais são representadas de 
modo realista. 
 
Além desses textos anatômicos destinados especificamente aos estudantes de 
medicina e aos médicos, foram impressas muitas outras páginas com figuras 
anatômicas, intituladas não em latim (como todas as obras para médicos), mas sim 
em várias línguas vulgares. Houve um grande interesse, por exemplo, na concepção 
e na formação do feto humano. O uso freqüente da frase “conhece-te a ti mesmo” 
fala da orientação filosófica e essencialmente não médica. A “Dança da Morte” 
chegou a ser um tema muito popular, sobretudo nos países de língua germânica, 
após a Peste Negra e surpreendentemente, as representações dos esqueletos e da 
anatomia humana dos artistas que as desenharam são melhores que as dos 
anatomistas. 
 
Os artistas renascentistas do século XV se interessavam cada vez mais pelas 
formas humanas, e o estudo da anatomia fez parte necessária da formação dos 
artistas jovens, sobretudo no norte da Itália. 
 
Leonardo da Vinci (1452-1519) foi o primeiro artista que considerou a anatomia 
além do ponto de vista meramente pictórico. Fez preparações que logo desenhou, 
das quais são conservadas mais de 750, e representam o esqueleto, os músculos, 
 
 
 
 
 
19 
Faculdade de Minas 
os nervos e os vasos. As ilustrações foram completadas muitas vezes com 
anotações do tipo fisiológico. A precisão de Leonardo é maior que a de Vesalio e 
sua beleza artística permanece inalterada. Sua valorização correta da curvatura da 
coluna vertebral ficou esquecida durante mais de cem anos. Representou 
corretamente a posição do fetus in utero e foi o primeiro a assinalar algumas 
estruturas anatômicas conhecidas. Só uns poucos contemporâneos viram seus 
folhetos que, sem dúvida, não foram publicados até o final do século passado. 
 
Michelangelo Buonarotti (1475-1564) passou pelo menos vinte anos adquirindo 
conhecimentos anatômicos através das dissecações que praticava pessoalmente, 
sobretudo no convento de Santo Espírito de Florença. Posteriormente expôs a 
evolução a que esteve sujeito, ao considerar a anatomia pouco útil para o artista até 
pensar que encerrava um interesse por si mesma, ainda que sempre subordinada à 
arte. 
 
Albrecht Dürer (1471-1528) escreveu obras de matemática, destilação, hidráulica e 
anatomia. Seu tratado sobre as proporções do corpo humano foi publicado após sua 
morte. Sua preocupação pela anatomia humana era inteiramente estética, derivando 
em último extremo um interesse pelos cânones clássicos, através dos quais podia 
adquirir-se a beleza. 
 
Com a importante exceção de Leonardo, cujos desenhos não estiveram ao alcance 
dos anatomistas do século XVII, o artista do Renascimento era anatomista só de 
maneira secundária. Ainda foram feitas importantes contribuições na representação 
realista da forma humana (como o uso da perspectiva e do sombreado para sugerir 
 
 
 
 
 
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Faculdade de Minas 
profundidade e tridimensionalidade), e os verdadeiros avanços científicos exigiam a 
colaboração de anatomistas profissionais e de artistas. Quando os anatomistas 
puderam representar de modo realista os conhecimentos anatômicos corretos, se 
iniciou em toda Europa um período de intensa investigação, sobretudo no norte da 
Itália e no sul da Alemanha. O melhor representante deste grupo é Jacob 
Berengario da Capri (+1530), autor dos Commentaria super anatomica mundini 
(1521), que contém as primeiras ilustrações anatômicas tomadas do natural. Em 
1536, Cratander publicou em Basiléia uma edição das obras de Galeno,que incluía 
figuras, especialmente de osteologia, feitas de um modo muito realista. A partir de 
uma data tão cedo como 1532, Charles Estienne preparou em Paris uma obra em 
que ressaltava a completa representação pictórica do corpo humano. 
 
_ _____VESÁLIO________ 
 
Uma das primeiras e mais acertada solução para uma reprodução perfeita das 
representações gráficas foi encontrada nas ilustrações publicadas nos tratados 
anatômicos de Andrés Vesálio (1514-1564), que culminou com seu De humanis 
corpori, fabricada em 1553, um dos livros mais importantes da história do homem. 
Vesálio comprovou também que não são iguais em todos os indivíduos. Relatou sua 
surpresa ao encontrar inúmeros erros nas obras de Galeno, e temos que ressaltar a 
importância de sua negativa em aceitar algo só por tê-lo encontrado nos escritos do 
grande médico grego. Sem dúvida, apesar de ter desmentido a existência dos 
orifícios que Galeno afirmava existir comunicando as cavidades cardíacas, foi de 
todas as maneiras um seguidor da fisiologia galênica. Foram engrandecidas as 
diferenças que separavam seu conhecimento anatômico do de Galeno, começando 
pelo próprio Vesálio. 
 
Talvez pensasse que uma polêmica era um modo de chamar atenção. Manteve 
depois uma disputa acirrada com seu mestre Jacques du Bois (ou Sylvius, na forma 
latina), que foi um convencido galenista cuja única resposta, ante as diferenças 
entre algumas estruturas tal como eram vistas por Vesálio e como as havia descrito 
Galeno, foi que a humanidade devia tê-lo mudado durante esses dois séculos. 
 
 
 
 
 
21 
Faculdade de Minas 
 
Vesálio tinha atribuído o traçado das primeiras figuras a um certo Fleming, mas na 
Fabrica não confiou em ninguém, e a identidade do artista ou artistas que 
colaboraram na sua obra tem sido objeto de grande controvérsia, que se acentuou 
ante a questão de quem é mais importante, se o artista ou o anatomista. Essa última 
foi uma discussão não pertinente, já que é óbvio que as ilustrações são importantes 
precisamente porque juntam uma combinação de arte e ciência, uma colaboração 
entre o artista e o anatomista. As figuras da Fabrica implicam em tantos 
conhecimentos anatômicos que forçosamente Vesálio devia participar na 
preparação dos desenhos, ainda que o grau de refinamento e do conhecimento de 
técnicas novas de desenho, também para os artistas do Renascimento, excluem 
também que fora o único responsável. Até hoje é discutido se Jan Stephan van 
Calcar (1499-1456/50), que fez as primeiras figuras e trabalhou no estúdio de 
Ticiano na vizinha Veneza, era o artista. De qualquer maneira, havia-se encontrado 
uma solução na busca de uma expressão pictórica adequada aos fenômenos 
naturais. 
 
No século XVII foram efetuadas notáveis descobertas no campo da anatomia e da 
fisiologia humana. Francis Glisson (1597-1677) descreveu em detalhes o fígado, o 
estômago e o intestino. Apesar de seus pontos de vista sobre a biologia serem 
 
 
 
 
 
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Faculdade de Minas 
basicamente aristotélicos, teve também concepções modernas, como a que se 
refere aos impulsos nervosos responsáveis pelo esvaziamento da vesícula biliar. 
 
Thomas Wharton (1614-1673) deu um grande passo ao ultrapassar a velha e 
comum idéia de que o cérebro era uma glândula que secretava muco (sem dúvida, 
continuou acreditando que as lágrimas se originavam ali). Wharton descreveu as 
características diferenciais das glândulas digestivas, linfáticas e sexuais. O conduto 
de evacuação da glândula salivar submandibular conhece-se como conduto de 
Wharton. Uma importante contribuição foi distinguir entre glândulas de secreção 
interna (chamadas hoje endócrinas), cujo produto cai no sangue, e as glândulas de 
secreção externa (exócrinas), que descarregam nas cavidades. 
 
Niels Steenson, em 1611, estabeleceu a diferença entre esse tipo de glândula e os 
nódulos linfáticos (que recebiam o nome de glândula apesar de não fazer parte do 
sistema). Considerava que as lágrimas provinham do cérebro. A nova concepção 
dos sistemas de transporte do organismo que se obteve graças às contribuições de 
muitos investigadores ajudou a resolver os erros da fisiologia galênica referentes à 
produção de sangue. 
 
 
Gasparo Aselli (1581-1626) descobriu que após a ingestão abundante de comida o 
peritônio e o intestino de um cachorro se cobriam de umas fibras brancas que, ao 
serem seccionadas, extravasavam um líquido esbranquiçado. Tratava-se dos 
capilares quilíferos. Até a época de Harvey se pensava que a respiração estimulava 
o coração para produzir espíritos vitais no ventrículo direito. Harvey, porém, 
 
 
 
 
 
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Faculdade de Minas 
demonstrou que o sangue nos pulmões mudava de venoso para arterial, mas 
desconhecia as bases desta transformação. A explicação da função respiratória 
levou muitos anos, mas durante o século XVII foram dados passos importantes para 
seu esclarecimento. 
 
Robert Hook (1635-1703) demonstrou que um animal podia sobreviver também sem 
movimento pulmonar se inflássemos ar nos pulmões. 
 
Richard Lower (1631-1691) foi o primeiro a realizar transfusão direta de sangue, 
demonstrando a diferença de cor entre o sangue arterial e o venoso, a qual se devia 
ao constato com o ar dos pulmões. 
 
John Mayow (1640-1679) afirmou que a vermelhidão do sangue venoso se devia à 
extração de alguma substância do ar. Chegou à conclusão de que o processo 
respiratório não era mais que um intercâmbio de gases do ar e do sangue; este 
cedia o espírito nitroaéreo e ganhava os vapores produzidos pelo sangue. 
 
Em 1664 Thomas Willis (1621-1675) publicou De Anatomi Cerebri (ilustrado por 
Christopher Wren e Richard Lower), sem dúvida o compêndio mais detalhado sobre 
o sistema nervoso. Seus estudos anatômicos ligaram seu nome ao círculo das 
artérias da base do cérebro, ao décimo primeiro par craniano e também a um 
determinado tipo de surdez. Contudo, sua obsessão em localizar no nível anatômico 
os processos mentais o fez chegar a conclusões equívocas; entre elas, que o 
cérebro controlava os movimentos do coração, pulmões, estômago e intestinos e 
que o corpo caloso era assunto da imaginação. 
 
A partir de então, o desenvolvimento da anatomia acelerou-se. Berengario da Carpi 
estudou o apêndice e o timo, e Bartolomeu Eustáquio os canais auditivos. A nova 
anatomia do Renascimento exigiu a revisão da ciência. O inglês William Harvey, 
educado em Pádua, combinou a tradição anatômica italiana com a ciência 
experimental que nascia na Inglaterra. Seu livro a respeito, publicado em 1628, trata 
de anatomia e fisiologia. Ao lado de problemas de dissecação e descrição de órgãos 
isolados, estuda a mecânica da circulação do sangue, comparando o corpo humano 
 
 
 
 
 
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Faculdade de Minas 
a uma máquina hidráulica. O aperfeiçoamento do microscópio (por Leeuwenhoek) 
ajudou Marcello Malpighi a provar a teoria de Harvey, sobre a circulação do sangue, 
e também a descobrir a estrutura mais íntima de muitos órgãos. Introduzia-se, 
assim, o estudo microscópico da anatomia. Gabriele Aselli punha em evidência os 
vasos linfáticos; Bernardino Genga falava, então, em “anatomia cirúrgica”. 
 
Nos séculos XVIII e XIX, o estudo cada vês pormenorizado das técnicas operatórias 
levou à subdivisão da anatomia, dando-se muita importância à anatomia 
topográfica. O estudo anatômico-clínico do cadáver, como meio mais seguro de 
estudar as alterações provocadas pela doença, foi introduzido por Giovan Battista 
Morgani. Surgia a anatomia patológica, que permitiu grandes descobertas no campo 
da patologia celular, por Rudolf Virchow, e dos agentes responsáveis por doenças 
infecciosas, por Pasteur e Koch. 
 
Recentemente, a anatomia tornou-se submicroscópica. A fisiologia, a bioquímica, a 
microscopia eletônica e positrônica, as técnicas de difração com raios X, aplicadas 
ao estudo das células, estão descrevendo suas estruturas íntimas em nívelmolecular. 
 
Hoje em dia há a possibilidade de estudar anatomia mesmo em pessoas vivas, 
através de técnicas de imagem como a radiografia, a endoscopia, a angiografia, a 
tomografia axial computadorizada, a tomografia por emissão de positrões, a imagem 
de ressonância magnética nuclear, a ecografia, a termografia e outras. 
 
4 Neuroanatomia 
 
Neuroanatomia é o ramo da ciência responsável pelo estudo de estruturas 
anatômicas complexas do sistema nervoso central e periférico. Esta grande área 
está responsável pelas delineações das regiões cerebrais bem como a 
diferenciação destas estruturas relacionando todo o conhecimento estrutural ao seu 
funcionamento. Apesar de ser uma disciplina específica, ela se origina de grandes 
áreas como a neurociência, que é a parte da ciência que descreve o estudo do 
sistema nervoso central tais como suas estruturas, funções, mecanismos 
 
 
 
 
 
25 
Faculdade de Minas 
moleculares, aspectos fisiológicos e responsável também por compreender as 
doenças do sistema nervoso. 
 
Historicamente os estudos neuroanatômicos não eram bem delimitados quanto a 
especificidade de cada pesquisador, portanto, os estudos eram feito por 
pesquisadores de diversas áreas sendo muito comum estes cientistas estudarem 
órgãos diferentes de forma praticamente simultânea. Com o desenvolvimento da 
ciência e a especialização de diversas áreas da medicina, os estudos passaram a 
ser delimitados por regiões, passando a neuroanatomia ser uma área de estudo 
independente da biologia anatômica ou de qualquer outra área. Diversos 
pesquisadores colaboraram com investigações exaustivas a fim de descrever as 
funções de áreas distintas do encéfalo, bem como caracterizar a funcionalidade de 
diversas vias do sistema nervoso. Atualmente a neuroanatomia é uma 
especialização da disciplina de anatomia cuja área doa conhecimentos específicos 
aos campos de neurociências. 
 
Seu conhecimento fundamenta bases de diferenciação entre os animais, 
caracterização funcional de diferentes vias. Os diversos especialistas em 
neuroanatomia desenvolveram através desta área conceitos importantes por meio 
de análise de traumas localizados em distintas regiões cerebrais, levando ao 
entendimento de funções específicas. 
 
A neuroanatomia é estudada a níveis macroscópicos, ou seja, estudada em níveis 
visíveis ao olho nu como mostrado na primeira imagem, e também a níveis 
microscópicos, sendo necessário nestes casos, a utilização de microscopia 
eletrônica ou óptica (segunda imagem). 
 
 
 
 
 
 
 
Estruturas cerebrais 
 
 
 
 
 
26 
Faculdade de Minas 
 
 
Neurônios do córtex cerebral visualizados com microscópio
 
Livros de neuroanatomia relacionam as estruturas macroscópicas ás estruturas 
microscópicas fornecendo bases conceituais e estabelecendo a construção do 
conhecimento de aspectos funcionais do cérebro a estas estruturas. Como um 
exemplo descrevendo estruturas como o mesencéfalo, ponte, bulbo e ligando essas 
estruturas as suas funções e seu desenvolvimento com o passar dos anos. 
 
Atualmente são utilizados exames de ressonância magnética funcional para a 
correlação das estruturas ás atividades funcionais em diferentes atividades do 
cotidiano. A utilização desta técnica tem permitido a ciência entender como as áreas 
cerebrais estão conectadas entre si, e como elas são ativadas em determinados 
estímulos, esses aspectos são de fundamental importância e têm contribuído muito 
para o avanço das áreas de neurologia e neurociências. 
 
 
 
 
 
27 
Faculdade de Minas 
 
5 Sistema circulatório e respiratório 
 
5.1 Sistema Circulatório ou Cardiovascular 
 
A função básica do sistema cardiovascular é a de levar material nutritivo e oxigênio 
às células. O sistema circulatório é um sistema fechado, sem comunicação com o 
exterior, constituído por tubos, que são chamados vasos, e por uma bomba 
percussora que tem como função impulsionar um líquido circulante de cor vermelha 
por toda a rede vascular. 
 
O sistema cardiovascular consiste no Sangue, no Coração e nos Vasos 
Sanguíneos. Para que o sangue possa atingir as células corporais e trocar materiais 
com elas, ele deve ser, constantemente, propelido ao longo dos vasos sanguíneos. 
O coração é a bomba que promove a circulação de sangue por cerca de 100 mil 
quilômetros de vasos sanguíneos. 
 
Este sistema transporta material nutritivo que foi absorvido pela digestão e o 
oxigênio captado pela respiração para todas as células do corpo e de modo 
semelhante, recolhe os produtos residuais do metabolismo celular levando-os até 
onde serão excretados. O sistema circulatório é do tipo fechado, ou seja, sem 
comunicação com o meio externo do corpo, sendo formado pelo coração, vasos, 
sangue e linfa, que estudaremos em seguida. 
 
5.1.1 Coração 
 
O coração de uma pessoa tem o tamanho aproximado de sua mão fechada, e 
bombeia o sangue para todo o corpo, sem parar; localiza-se no interior da cavidade 
torácica, entre os dois pulmões. O ápice (ponta do coração) está voltado para baixo, 
para a esquerda e para frente. O peso médio do coração é de aproximadamente 
300 gramas, variando com o tamanho e o sexo da pessoa. 
 
Observe o esquema do coração humano abaixo, existem quatro cavidades: 
 
 
 
 
 
28 
Faculdade de Minas 
 Átrio direito e átrio esquerdo, em sua parte superior; 
 Ventrículo direito e ventrículo esquerdo, em sua parte inferior. 
 
O sangue que entra no átrio direito passa para o ventrículo direito e o sangue que 
entra no átrio esquerdo passa para o ventrículo esquerdo. Um átrio não se 
comunica com o outro átrio, assim como um ventrículo não se comunica com o 
outro ventrículo. O sangue passa do átrio direito para o ventrículo direito através da 
valva atrioventricular direita; e passa do átrio esquerdo para o ventrículo esquerdo 
através da valva atrioventricular esquerda. O coração recebe e distribui sangue por 
todo o organismo, e isso ocorre através de grandes vasos situados na base do 
coração. No átrio direito chegam às veias cavas, inferior e superior trazendo sangue 
do corpo para o coração. No átrio esquerdo chegam às veias pulmonares, que 
carregam sangue rico em oxigênio dos pulmões até o coração. São as únicas veias 
da circulação pós-fetal do corpo humano que carregam sangue oxigenado. 
 
O tronco pulmonar, formado pelas artérias pulmonares direita e esquerda, sai do 
ventrículo direito em direção aos pulmões. E do ventrículo esquerdo, sai a artéria 
aorta, que leva sangue rico em oxigênio para o corpo. 
 
 
 
 
 
 
29 
Faculdade de Minas 
As estruturas valvares também estão presentes nos grandes vasos da base do 
coração. No orifício de saída da aorta, encontramos a valva aórtica, e no tronco 
pulmonar existe a valva do tronco pulmonar. Essas valvas são compostas por três 
válvulas semilunares, as quais têm o fundo voltado para o ventrículo, e se fecham 
quando ocorre a diástole ventricular, impedindo que o sangue retorne ao coração. 
 
O coração humano um órgão cavitário (que apresenta cavidade), basicamente 
constituído por três camadas: 
 
Pericárdio – é a membrana que reveste externamente o coração, como um saco. 
Esta membrana propicia uma superfície lisa e escorregadia ao coração, facilitando 
seu movimento ininterrupto; 
Endocárdio – é uma membrana que reveste a superfície interna das cavidades do 
coração; 
Miocárdio – é o músculo responsável pelas contrações vigorosas e involuntárias do 
coração; situa-se entre o pericárdio e o endocárdio. 
 
O pericárdio é uma estrutura sacolar fibroserosa localizada em torno do coração e 
das raízes dos grandes vasos. Este é constituído por dois componentes, o 
pericárdio fibroso e o pericárdio seroso. 
 
O pericárdio fibroso é percebido como uma camada externa de tecido conjuntivo 
denso que define os limites do mediastino médio. O pericárdio seroso apresenta-se 
fino e consiste em duas partes: 
 a camada parietal, queé responsável pelo revestimento interno do pericárdio 
fibroso. 
 a camada visceral do pericárdio seroso, que adere ao coração e forma sua 
cobertura externa. Esta camada é também 
denominada epicárdio 
 
Entre as duas camadas do 
pericárdio existe a cavidade 
pericárdica, preenchida pelo 
 
 
 
 
 
30 
Faculdade de Minas 
líquido pericárdico, o qual possibilita o deslizamento de uma camada sobre a outra 
no momento dos batimentos cardíacos. 
 
Internamente ao miocárdio, encontra-se o endocárdio, que é formado por uma fina 
camada de tecido epitelial e reveste todas as estruturas internas do coração, 
incluindo as artérias e as veias. 
 
Internamente, o coração é dividido em quatro câmaras (dois átrios e dois 
ventrículos) separadas pelo septo atrioventricular. A comunicação entre átrios e 
ventrículos ocorre devido aos óstios atrioventriculares, cada um com suas valvas. 
 
As valvas impedem a passagem aleatória de sangue entre as câmaras do coração, 
controlando por meio dos músculos papilares o fluxo unidirecional do átrio para o 
ventrículo, evitando o retorno sanguíneo quando ocorre a contração do ventrículo. 
 
As valvas subdividem-se e passam a ser denominadas válvulas ou cúspides. Do 
lado direito do coração, a valva entre o átrio e ventrículo apresenta três cúspides, 
sendo chamada de valva tricúspide. Na porção esquerda, a valva atrioventricular 
esquerda se divide em duas válvulas e é denominada de valva bicúspide ou mitral. 
 
Quando, por algum motivo, as artérias coronárias – ramificações da aorta – não 
conseguem irrigar corretamente o miocárdio, pode ocorrer a morte (necrose) de 
células musculares, o que caracteriza o infarto do miocárdio. 
 
 
5.1.2 Vasos Sanguíneos 
 
Os vasos sanguíneos são compostos por artérias, veias e capilares. As artérias são 
tubos cilindroides e elásticos que conduzem o sangue oxigenado do coração para 
as demais estruturas corpóreas. As artérias têm uma elasticidade que se adapta à 
demanda de fluxo sanguíneo e permite o controle dos níveis pressóricos. 
 
 
 
 
 
 
31 
Faculdade de Minas 
Sua espessura está diretamente relacionada à composição tecidual das camadas 
que formam este tipo de vaso. De acordo com esta composição, elas podem dividir-
se em artérias de grande, médio e pequeno calibre e arteríolas. Quanto mais 
distantes do coração menos calibrosas estas estruturas se apresentam. As artérias 
muitas vezes precisam ramificar-se para atender a necessidade de algumas 
estruturas. Estes ramos podem ser terminais e colaterais. Outra classificação que as 
artérias podem sofrer é com relação a sua situação: superficial e profunda. A grande 
maioria está inserida nas regiões mais profundas do corpo, próxima a músculos e 
ossos. 
 
Esta localização pode ser considerada como um mecanismo de proteção, visto que, 
ao se apresentarem distantes da pele elas ficam menos suscetíveis a rompimento 
por trauma ou algum outro tipo de lesão. As artérias superficiais, pela sua fácil 
localização, são bem utilizadas para se aferir os batimentos cardíacos. 
 
As veias são estruturas cilíndricas responsáveis por recolher o sangue que sofreu 
trocas gasosas com os tecidos do corpo de volta ao coração. As veias podem ser 
divididas pelo grande, médio e pequeno calibre e vênulas. 
 
 
 
 
 
 
32 
Faculdade de Minas 
Elas são menos calibrosas e em maior quantidade do que as artérias. Comumente 
uma artéria vem acompanhada por duas veias satélites, enquanto que as veias mais 
superficiais não são acompanhadas por artérias. Essa maior quantidade, compensa 
o fato da velocidade sanguínea ser menor no interior das veias em relação às 
artérias. Essa maior quantidade ajuda a transportar todo o sangue de volta ao 
coração num intervalo de tempo proporcional ao gasto pelas artérias para levar o 
sangue do coração para os tecidos. 
 
As veias são ainda classificadas quanto à sua localização em: superficiais e 
profundas. As veias superficiais estão na região subcutânea, onde absorvem a 
circulação cutânea e auxiliam a circulação profunda por intermédio das veias 
comunicantes. As veias profundas são responsáveis por transportar ao coração uma 
quantidade maior de sangue e geralmente recebem o nome da artéria associada. 
 
As válvulas venosas ajudam no retorno do sangue ao coração, por meio de um 
mecanismo que vence o refluxo causado pela gravidade. 
 
As válvulas ao receberem um impulso que direciona o sangue no sentido do 
coração, abrem-se permitindo que o sangue circule livremente. Quando o impulso 
termina a tendência natural seria que o sangue retornasse no sentido oposto à 
trajetória do coração. Porém, as válvulas impedem que isto ocorra, fechando-se, 
formando uma estrutura similar a uma bolsa que impede o retorno do sangue. Ao 
ocorrer um novo impulso este sangue continua seu percurso e isto ocorre até que 
este líquido atinja o coração. 
 
Diferente das artérias e veias, que apresentam diferentes calibres os capilares 
sanguíneos são vasos microscópicos. São os responsáveis por promover as trocas 
gasosas entre sangue e tecidos. São localizados na interposição entre veias e 
artérias. 
 
 
 
 
 
33 
Faculdade de Minas 
 
5.1.3 Circulação do Sangue 
 
Existem basicamente dois tipos de circulação sanguínea: a pulmonar e a sistêmica. 
Na circulação pulmonar, o sangue rico em gás carbônico passa do átrio direito para 
o ventrículo direito e é em seguida impulsionado para o tronco pulmonar e artérias 
pulmonares até a rede de capilares dos pulmões. Na circulação sistêmica o sangue 
rico em oxigênio sai dos pulmões pelas veias pulmonares e chega ao átrio esquerdo 
dirigindo-se ao ventrículo direito que o encaminha para a artéria aorta e desta para o 
restante do corpo. 
 
5.1.4 Sistema Linfático 
 
O sistema linfático é um sistema de drenagem auxiliar do sistema circulatório. É 
responsável por transportar o líquido tecidual do corpo, que passa a ser chamado 
de linfa quando penetra nos vasos linfáticos. Além de vasos, o sistema linfático 
possui órgãos linfoides (timo, baço e linfonodos), estruturas que funcionam como 
filtros do líquido transportado pelos vasos. 
 
A função e a relação desse sistema com o sistema circulatório se justificam na 
dificuldade que as grandes moléculas do líquido tecidual têm para penetrar nos 
capilares sanguíneos. Dessa forma, é necessário que os capilares linfáticos sejam 
mais calibrosos que os capilares sanguíneos. Outra diferença entre a rede de vasos 
linfáticos e os vasos do sistema circulatório, é que os capilares linfáticos têm fundo 
cego. Veja que é um sistema de uma única direção; ele somente conduz a linfa para 
a corrente circulatória, não existe uma via de retorno. 
 
 
 
 
 
34 
Faculdade de Minas 
 
Antes de passar para o sistema circulatório, a linfa é coletada pelos capilares 
linfáticos, destes passam para os vasos linfáticos, que geralmente correm ao lado 
de veias e artérias. Depois desse trajeto, a linfa chega aos troncos linfáticos, estes, 
por sua vez, desembocam nas veias mais calibrosas, onde depositam a linfa. 
 
Os troncos linfáticos do corpo são o ducto torácico e o ducto linfático direito. O ducto 
linfático direito recebe a linfa do membro superior direito, do lado direito da cabeça, 
do pescoço e do tórax; e acaba na anastomose da veia subclávia direita com a veia 
jugular interna direita. 
 
O ducto torácico se origina na cisterna de quilo, uma dilatação que ocorre na região 
abdominal. Ele recebe a linfa de todo o resto do corpo, e desemboca na junção 
entre veia subclávia esquerda com a veia jugular interna esquerda. 
 
Assim como no sistema circulatório, os vasos linfáticos também possuem válvulas 
que garantem a circulação da linfa numa única direção. 
 
5.1.5 Estruturas do Sistema Linfático 
 
Como foi mencionado anteriormente, são órgãos linfoides os linfonodos, o baço e o 
timo. Os linfonodos são estruturas cuja função é defender o organismo,evitando 
que substâncias e microrganismos estranhos penetrem na corrente sanguínea. 
Possuem formas e tamanhos variados, podem estar isolados, mas apresentam-se 
geralmente em grupos, principalmente na região inguinal, na axila e no pescoço. Os 
linfonodos estão distribuídos ao longo do trajeto dos vasos linfáticos,. Isso possibilita 
que realizem a filtragem da linfa, impedindo que elementos estranhos cheguem ao 
sangue. 
 
O baço é o maior órgão do sistema linfoide. Apresenta duas faces: a diafragmática 
(em contato com a região inferior do diafragma) e visceral. Na face visceral, 
encontra-se o hilo do baço, uma fenda onde penetram nervos e vasos, incluindo a 
veia esplênica, que tem a função de drenar o sangue do baço. 
 
 
 
 
 
35 
Faculdade de Minas 
 
O timo é um órgão linfoide que apresenta dois lobos, sua função é produzir 
linfócitos. Está situado parcialmente no pescoço e no tórax, se estendendo desde a 
parte inferior da tireoide até a quarta cartilagem costal. O timo cresce até o período 
da puberdade, depois passa a evoluir até ser substituído por tecido adiposo. 
 
5.1.6 Resumindo 
 
Durante nossos estudos vimos que a principal função do sistema cardiovascular é 
proporcionar nutrição e oxigenação celular ao organismo para que o mesmo possa 
a crescer e desenvolver. O coração é um órgão muscular responsável para 
bombear o sangue através do corpo. O pericárdio é uma estrutura sacolar 
fibroserosa, localizada em torno do coração e das raízes dos grandes vasos, é 
constituído pelo pericárdio fibroso e seroso. 
 
O coração é dividido em câmaras, dois átrios e dois ventrículos, separados pelo 
septo atrioventricular, e a comunicação entre essas câmaras acontece devido aos 
óstios atrioventriculares, cada um com suas valvas. 
 
O impedimento da passagem aleatória de sangue entre as câmaras do coração são 
realizados pelas valvas, que controlam através dos músculos papilares o fluxo do 
átrio para o ventrículo, impedindo o retorno do sangue quando acontece a contração 
do ventrículo. As valvas subdividem-se em válvulas ou cúspides. 
 
Vimos no decorrer dessa unidade que os vasos sanguíneos são compostos por 
artérias, veias e capilares. As artérias conduzem o sangue oxigenado do coração 
para as outras estruturas do corpo e estas podem dividir-se em artérias de grande, 
médio, pequeno calibre e arteríolas. 
 
O sangue que sofreu trocas gasosas com os tecidos do corpo é recolhido pelas 
veias, e essas podem ser divididas pelo grande, médio, pequeno calibre e vênulas. 
As veias podem ser classificadas em superficiais e profundas. 
 
 
 
 
 
 
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As válvulas quando recebem um impulso que leva o sangue em direção ao coração, 
abrem-se, isso permite que o sangue circule, quando termina esse mecanismo do 
impulso seria natural que o sangue retornasse no sentido contrário ao sentido do 
coração. No entanto, as válvulas fecham-se impedindo que isso aconteça, formando 
uma estrutura parecida com uma bolsa. 
 
Vimos os grandes vasos que são situados na base do coração. No átrio direito 
chegam às veias cavas e no átrio esquerdo às veias pulmonares, sendo que a 
primeira leva sangue do corpo para o coração e a segunda leva sangue com 
oxigênio, dos pulmões ao coração. 
 
Conhecemos também o Sistema linfático que auxilia na drenagem do sistema 
circulatório e leva o líquido tecidual do corpo, que recebe o nome de linfa, quando 
adentra nos vasos linfáticos. O sistema linfático possui órgãos linfoides (timo, baço e 
linfonodos). Os linfonodos têm a função de defender o organismo impedindo que 
substâncias entrem na corrente do sanguínea. O baço é o maior órgão do sistema 
linfoide e o timo é um órgão linfoide, sua função é produzir linfócitos, ele se 
desenvolve até a idade da puberdade depois deixa de evoluir até o momento de ser 
substituído por tecido adiposo. 
 
5.2 Sistema Respiratório 
 
A função do sistema respiratório é 
facultar ao organismo uma troca de 
gases com o ar atmosférico, 
assegurando permanente 
concentração de oxigênio no sangue, 
necessária para as reações 
metabólicas, e em contrapartida 
servindo como via de eliminação de 
gases residuais, que resultam dessas 
reações e que são representadas pelo 
gás carbônico. 
 
 
 
 
 
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Este sistema é constituído pelos tratos (vias) respiratórios superior e inferior. 
 
 O trato respiratório superior é formado por órgãos localizados fora da caixa 
torácica: nariz externo, cavidade nasal, faringe, laringe e parte superior da 
traqueia. 
 
 O trato respiratório inferior consiste em órgãos localizados na cavidade 
torácica: parte inferior da traqueia, brônquios, bronquíolos, alvéolos e 
pulmões. 
 
As camadas das pleura e os músculos que formam a cavidade torácica também 
fazem parte do trato respiratório inferior. O intercâmbio dos gases faz-se ao nível 
dos pulmões, mas para atingi-los o ar deve percorrer diversas porções de um tubo 
irregular, que recebe o nome conjunto de vias aeríferas. 
 
As vias aeríferas podem ser divididas em: NARIZ, FARINGE, LARINGE, 
TRAQUEIA, BRÔNQUIOS e PULMÕES. 
 
5.2.1 Nariz 
 
O nariz é uma protuberância situada no centro da face, sendo sua parte exterior 
denominada nariz externo e a escavação que apresenta interiormente conhecida 
por cavidade nasal. 
 
O nariz externo tem a forma de uma pirâmide triangular de base inferior e cuja a 
face posterior se ajusta verticalmente no 1/3 médio da face. 
 
 
 
 
 
 
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As faces laterais do nariz apresentam uma saliência semilunar que recebe o nome 
de asa do nariz. 
 
O ar entra no trato respiratório através de duas aberturas chamadas Narinas. Em 
seguida, flui pelas cavidades nasais direita e esquerda, que estão revestidas por 
mucosa respiratória. O septo nasal separa essas duas cavidades. Os pelos do 
interior das narinas filtram grandes partículas de poeira que podem ser inaladas. 
Além disso, a cavidade nasal contêm células receptoras para o olfato. 
 
A cavidade nasal é a escavação que encontramos no interior do nariz, ela é 
subdividida em dois compartimentos um direito e outro esquerdo. Cada 
compartimento dispõe de um orifício anterior que é a Narina e um posterior 
denominado Coana. As Coanas fazem a comunicação da cavidade nasal com a 
faringe. É na cavidade nasal que o ar torna-se condicionado, ou seja, é filtrado, 
umedecido e aquecido. 
 
 
 
 
 
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Na parede lateral da cavidade nasal encontramos as Conchas Nasais (cornetos) 
que são divididas em Superior, Média e Inferior. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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O esqueleto ósseo do nariz é formado pelo osso frontal, ossos nasais e maxilares. 
 
A cavidade nasal contêm várias aberturas de drenagem, pelas quais o muco dos 
seios paranasais é drenado. Os Seios Paranasais compreendem os seios 
maxilares, frontal, etmoidal e o esfenoidal. 
 
Seios Paranasais ou Seios da Face – Vistas Lateral e Anterior 
 
5.2.2 Faringe 
 
A faringe é um tubo que começa nas coanas e estende-se para baixo no pescoço. 
Ela se situa logo atrás das cavidades nasais e logo a frente às vértebras cervicais. 
Sua parede é composta de músculos esqueléticos e revestida de túnica mucosa. A 
faringe funciona como uma passagem de ar e alimento. A faringe é dividida em três 
regiões anatômicas: Nasofaringe, Orofaringe e Laringofaringe. 
 
A porção superior da faringe, 
denominada parte nasal ou 
Nasofaringe, tem as seguintes 
 
 
 
 
 
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comunicações: duas com as coanas, dois óstios faríngeos das tubas auditivas e 
com a orofaringe. A tuba auditiva se comunica com a faringe através do ósteo 
faríngeo da tuba auditiva, que por sua vez conecta a parte nasal da faringe com a 
cavidade média timpânica do ouvido. 
 
A parte intermediária da faringe, a Orofaringe, situa-se atrás da cavidade oral e 
estende-se do palato mole atéo nível do hioide. A parte da orofaringe tem 
comunicação com a boca e serve de passagem tanto para o ar como para o 
alimento. 
 
A Laringofaringe estende-se para baixo a partir do osso hioide, e conecta-se com o 
esôfago (canal do alimento) e anteriormente com a laringe (passagem de ar). Como 
a parte oral da faringe, a laringofaringe é uma via respiratória e também uma via 
digestória. 
FARINGE - VISTA LATERAL 
 
 
 
 
 
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FARINGE – VISTA POSTERIOR 
 
 
 
 
 
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5.1.3 Laringe 
 
A laringe é um órgão curto que conecta a faringe com a traqueia. Ela se situa na 
linha mediana do pescoço, diante da quarta, quinta e sexta vértebra cervicais. A 
Laringe tem três Funções: 
 
 Atua como passagem para o ar durante a respiração; 
 Produz som, ou seja, a voz (por esta razão é chamada de caixa de voz); 
 Impede que o alimento e objetos estranhos entrem nas estruturas 
respiratórias (como a traqueia). 
 
A laringe desempenha função na produção de som, que resulta na fonação. Na sua 
superfície interna, encontramos uma fenda antero-posterior denominada vestíbulo 
da laringe, que possui duas pregas: prega vestibular (cordas vocais falsas) e prega 
vocal (cordas vocais verdadeiras). 
 
 
 
 
 
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A laringe é uma estrutura triangular constituída principalmente de cartilagens, 
músculos e ligamentos. 
 
A parede da laringe é composta de nove peças de cartilagens. Três são ímpares 
(Cartilagem Tireóidea, Cricoidea e Epiglótica) e três são pares (Cartilagem 
Aritenoidea, Cuneiforme e Corniculada). 
 
A Cartilagem Tireóidea consiste de cartilagem hialina e forma a parede anterior e 
lateral da laringe, é maior nos homens devido à influência dos hormônios durante a 
fase da puberdade. As margens posteriores das lâminas apresentam 
prolongamentos em formas de estiletes grossos e curtos, denominados cornos 
superiores e inferiores. 
 
A Cartilagem Cricoide localiza-se logo abaixo da cartilagem tireoide e antecede a 
traqueia. 
 
A Epiglote se fixa no osso hioide e na cartilagem tireoide. A epiglote é uma espécie 
de “porta” para o pulmão, onde apenas o ar ou substâncias gasosas entram e saem 
dele. Já substâncias líquidas e sólidas não entram no pulmão, pois a epiglote fecha-
se e este dirige-se ao esôfago. 
 
 
 
 
 
 
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LARINGE – VISTA ANTERIOR DAS CARTILAGENS 
 
 
LARINGE – VISTA POSTERIOR DAS CARTILAGENS 
 
 
 
 
 
 
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A Cartilagem Aritenoide articula-se com a cartilagem cricoide, estabelecendo uma 
articulação do tipo diartrose. As cartilagens aritenoides são as mais importantes, 
porque influenciam as posições e tensões das pregas vocais (cordas vocais 
verdadeiras). 
A Cartilagem Corniculada situa-se acima da cartilagem aritenoide. 
A Cartilagem Cuneiforme é muito pequena e localiza-se anteriormente à 
cartilagem corniculada correspondente, ligando cada aritenoide à epiglote. 
 
CARTILAGENS – CRICOIDE, ARITENOIDE E CORNICULADA 
 
 
5.1.4 Traqueia 
 
A traqueia é um tubo de 10 a 12,5 cm de comprimento e 2,5 cm de diâmetro. 
Constitui um tubo que faz continuação à laringe, penetra no tórax e termina se 
bifurcando nos 2 brônquios principais. Ela se situa medianamente e anterior ao 
esôfago, e apenas na sua terminação, desvia-se ligeiramente para a direita. 
 
O arcabouço da traqueia é constituído aproximadamente por 20 anéis cartilagíneos 
incompletos para trás, que são denominados cartilagens traqueais. 
 
Internamente a traqueia é forrada por mucosa, onde abundam glândulas, e o epitélio 
é ciliado, facilitando a expulsão de mucosidades e corpos estranhos.Inferiormente a 
traqueia se bifurca, dando origem aos 2 brônquios principais:direito e esquerdo. 
 
 
 
 
 
 
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A parte inferior da junção dos brônquios principais é ocupada por uma saliência 
antero-posterior que recebe o nome de carina da traqueia, e serve para acentuar a 
separação dos 2 brônquios. 
TRAQUEIA – VISTA ANTERIOR 
 
5.1.5 Brônquios 
 
Os brônquios principais fazem a ligação da traqueia com os pulmões, são 
considerados um direito e outro esquerdo. A traqueia e os brônquios 
extrapulmonares são constituídos de anéis incompletos de cartilagem hialina, tecido 
fibroso, fibras musculares, mucosa e glândulas. 
 
O brônquio principal direito é mais vertical, mais curto e mais largo do que o 
esquerdo. Como a traqueia, os brônquios principais contém anéis de cartilagem 
incompletos. 
 
Os brônquios principais entram nos pulmões na região chamada HILO. Ao atingirem 
os pulmões correspondentes, os brônquios principais subdividem-se nos Brônquios 
Lobares. 
 
 
 
 
 
 
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Os brônquios lobares subdividem-se em Brônquios Segmentares, cada um destes 
distribuindo-se a um segmento pulmonar. 
 
Os brônquios dividem-se respectivamente em tubos cada vez menores 
denominados Bronquíolos. As paredes dos bronquíolos contém músculo liso e não 
possuem cartilagem. 
 
Os bronquíolos continuam a se ramificar, e dão origem a minúsculos túbulos 
denominados Ductos Alveolares. 
 
Estes ductos terminam em estruturas microscópicas com forma de uva chamados 
Alvéolos. 
 
Os alvéolos são minúsculos sáculos de ar que constituem o final das vias 
respiratórias. Um capilar pulmonar envolve cada alvéolo. 
 
A Função dos Alvéolos é trocar oxigênio e dióxido de carbono através da membrana 
capilar alvéolo-pulmonar. 
 
 
HEMATOSE – TROCA DE GASES 
 
 
 
 
 
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5.1.6 Pulmões 
 
Os pulmões são órgãos essenciais na respiração. São duas vísceras situadas uma 
de cada lado, no interior do tórax e onde se dá o encontro do ar atmosférico com o 
sangue circulante, ocorrendo então, as trocas gasosas (HEMATOSE). Eles 
estendem-se do diafragma até um pouco acima das clavículas e estão justapostos 
às costelas. O pulmão direito é o mais 
espesso e mais largo que o esquerdo. Ele 
também é um pouco mais curto pois o 
diafragma é mais alto no lado direito para 
acomodar o fígado. O pulmão esquerdo tem 
uma concavidade que é a incisura cardíaca. 
Cada pulmão têm uma forma que lembra 
uma pirâmide com um ápice, uma base, três bordas e três faces. 
 
Ápice do Pulmão: Está voltado cranialmente e tem forma levemente arredondada. 
Apresenta um sulco percorrido pela artéria subclávia, denominado sulco da artéria 
subclávia. No corpo, o ápice do pulmão atinge o nível da articulação esterno-
clavicular 
 
 
 
 
 
 
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Base do Pulmão: A base do pulmão apresenta uma forma côncava, apoiando-se 
sobre a face superior do diafragma. A concavidade da base do pulmão direito é 
mais profunda que a do esquerdo (devido à presença do fígado). 
 
Margens do Pulmão: Os pulmões apresentam três margens: uma Anterior, uma 
Posterior e uma Inferior. 
 
Bordas do Pulmão: A borda anterior é delgada e estende-se à face ventral do 
coração. A borda anterior do pulmão esquerdo apresenta uma incisura produzida 
pelo coração, a incisura cardíaca. A borda posterior é romba e projeta-se na 
superfície posterior da cavidade torácica. A borda inferior apresenta duas porções: 
(1) uma que é delgada e projeta-se no recesso costofrênico e (2) outra que é mais 
arredondada e projeta-se no mediastino 
 
Peso: Os pulmões tem em média o peso de 700 gramas. 
 
Altura: Os pulmões tem em média a altura de 25 centímetros. 
 
Faces: O pulmão apresenta três faces: 
a) Face Costal (face lateral): é a face relativamente lisa e convexa, voltada para a 
superfície interna da cavidade torácica. 
 
b) Face Diafragmática (face inferior): é a face côncava que assenta sobre a cúpula 
diafragmática. 
 
c) Face Mediastínica (face medial): é a face que possui uma região côncava onde 
se acomoda o coração. Dorsalmente encontra-se a região denominada hilo ou raiz 
do pulmão.Divisão: Os pulmões apresentam características morfológicas diferentes. 
 
 
 
 
 
 
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O Pulmão Direito apresenta-se constituído por três lobos divididos por duas fissuras. 
Uma fissura obliqua que separa lobo inferior dos lobos médio e superior e uma 
fissura horizontal, que separa o lobo superior do lobo médio. 
 
O Pulmão Esquerdo é dividido em um lobo superior e um lobo inferior por uma 
fissura oblíqua. Anteriormente e inferiormente o lobo superior do pulmão esquerdo 
apresenta uma estrutura que representa resquícios do desenvolvimento embrionário 
do lobo médio, a língula do pulmão. 
 
Cada lobo pulmonar é subdividido em segmentos pulmonares, que constituem 
unidades pulmonares completas, consideradas autônomas sob o ponto de vista 
anatômico. 
 
Pulmão Direito 
 Lobo Superior: apical, anterior e posterior 
 Lobo Médio: medial e lateral 
 Lobo Inferior: apical (superior), basal anterior, basal posterior, basal medial e 
basal lateral 
 
Pulmão Esquerdo 
 Lobo Superior: apicoposterior, anterior, lingular superior e lingular inferior 
 Lobo Inferior: apical (superior), basal anterior, basal posterior, basal medial e 
basal lateral 
 
Pleuras: A superfície externa de cada pulmão e a parede interna da caixa torácica 
são revestidos por uma membrana serosa dupla, chamada pleura. A membrana na 
superfície externa de cada pulmão é denominada Pleura Visceral, e a que reveste a 
parede da cavidade torácica é chamada Pleura Parietal. 
 
Entre as pleuras visceral e parietal encontra-se um pequeno espaço, a Cavidade 
Pleural, que contém pequena quantidade de líquido lubrificante, secretado pelas 
túnicas. Esse líquido reduz o atrito entre as túnicas, permitindo que elas deslizem 
facilmente uma sobre a outra, durante a respiração. 
 
 
 
 
 
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Hilo do Pulmão: 
A região do hilo localiza-se na face mediastinal de cada pulmão sendo formado 
pelas estruturas que chegam e saem dele, onde temos: os Brônquios Principais, 
Artérias Pulmonares, Veias Pulmonares, Artérias e Veias Bronquiais e Vasos 
Linfáticos. 
 
Os brônquios ocupam posição caudal e posterior, enquanto que as veias 
pulmonares são inferiores e anteriores. A artéria pulmonar ocupa uma posição 
superior e mediana em relação a essas duas estruturas. A raiz do pulmão direito 
encontra-se dorsalmente disposta à veia cava superior. A raiz do pulmão esquerdo 
relaciona-se anteriormente com o Nervo Frênico. Posteriormente relaciona-se com o 
Nervo Vago. 
 
6 Sistemas Digestório, Urinário e reprodutores 
 
6.1 Sistema Digestório 
 
O trato digestório e os órgãos anexos constituem o sistema digestório. O trato 
digestório é um tubo oco que se estende da cavidade bucal ao ânus, sendo também 
chamado de canal alimentar ou trato gastrintestinal. As estruturas do trato digestório 
incluem: Boca, Faringe, Esôfago, Estômago, Intestino Delgado, Intestino Grosso, 
Reto e Ânus. 
 
O comprimento do trato gastrintestinal, medido no cadáver, é de cerca de 9 m. Na 
pessoa viva é menor porque os músculos ao longo das paredes dos órgãos do trato 
gastrintestinal mantém o tônus. 
 
Os órgãos digestório acessórios são os Dentes, a Língua, as Glândulas Salivares, o 
Fígado, Vesícula Biliar e o Pâncreas. Os dentes auxiliam no rompimento físico do 
alimento e a língua auxilia na mastigação e na deglutição. Os outros órgãos 
digestórios acessórios, nunca entram em contato direto com o alimento. Produzem 
ou armazenam secreções que passam para o trato gastrintestinal e auxiliam na 
 
 
 
 
 
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decomposição química do alimento. O trato gastro intestinal é um tubo longo e 
sinuoso de 10 a 12 metros de comprimento desde a extremidade cefálica (cavidade 
oral) até a caudal (ânus). 
 
FUNÇÕES : 
1- Destina-se ao aproveitamento pelo organismo, de 
substâncias estranhas ditas alimentares, que asseguram 
a manutenção de seus processos vitais. 
2- Transformação mecânica e química das 
macromoléculas alimentares ingeridas (proteínas, 
carboidratos, etc.) em moléculas de tamanhos e formas 
adequadas para serem absorvidas pelo intestino. 
3- Transporte de alimentos digeridos, água e sais 
minerais da luz intestinal para os capilares sanguíneos da 
mucosa do intestino. 
4- Eliminação de resíduos alimentares não digeridos e 
não absorvidos juntamente com restos de células 
descamadas da parte do trato gastro intestinal e 
substâncias secretadas na luz do intestino. 
 
Mastigação: Desintegração parcial dos alimentos, processo mecânico e 
químico. 
 
Deglutição: Condução dos alimentos através da faringe para o esôfago. 
 
Ingestão: Introdução do alimento no estômago. 
 
Digestão: Desdobramento do alimento em moléculas mais simples. 
 
 
 
 
 
 
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Absorção: Processo realizado pelos intestinos. 
 
Defecação: Eliminação de substâncias 
não digeridas do trato gastro intestinal. 
 
O trato gastro intestinal apresenta 
diversos segmentos que 
sucessivamente são: BOCA, 
FARINGE, ESÔFAGO, ESTÔMAGO, 
INTESTINO DELGADO, INTESTINO 
GROSSO, RETO e ÂNUS. 
 
Órgãos Anexos: GLÂNDULAS 
PARÓTIDAS, GLÂNDULAS 
SUBMANDIBULARES, GLÂNDULAS 
SUBLINGUAIS, FÍGADO, PÂNCREAS. 
 
6.1.1 Boca 
 
A boca também referida como Cavidade Oral ou Bucal é formada pelas bochechas 
(formam as paredes laterais da face e são constituídas externamente por pele e 
internamente por mucosa), pelos palatos duro (parede superior) e mole (parede 
posterior) e pela língua (importante para o transporte de alimentos, sentido do gosto 
e fala). O palato mole se estende posteriormente na cavidade bucal como a úvula, 
que é uma estrutura com forma de letra V e que está suspensa na região superior e 
posterior da cavidade bucal. 
 
 
 
 
 
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A cavidade da boca é onde o alimento é ingerido e preparado para a digestão no 
estômago e intestino delgado. O alimento é mastigado pelos dentes, e a saliva, 
proveniente das glândulas salivares, facilita a formação de um bolo alimentar 
controlável. A deglutição é iniciada voluntariamente na cavidade da boca. A fase 
voluntária do processo empurra o bolo da cavidade da boca para a faringe – a parte 
expandida do trato digestório – onde ocorra a fase automática da deglutição. 
 
A cavidade da boca consiste em duas partes: o vestíbulo da boca e a cavidade 
própria da boca. O vestíbulo da boca é o espaço semelhante a uma fenda entre os 
dentes e a gengiva e os lábios e as bochechas. A cavidade própria da boca é o 
espaço entre os arcos dentais superior e inferior. É limitada lateral e anteriormente 
pelos arcos alveolares maxilares e mandibulares que alojam os dentes. O teto da 
cavidade da boca é formado pelo palato. Posteriormente, a cavidade da boca se 
comunica com a parte oral da faringe. Quando a boca está fechada e em repouso, a 
cavidade da boca é completamente ocupada pela língua. 
 
6.1.2 Dentes 
 
Os dentes são estruturas cônicas, duras, fixadas nos alvéolos da mandíbula e 
maxila que são usados na mastigação e na assistência à fala. 
 
Crianças têm 20 dentes decíduos (primários ou de leite). Adultos normalmente 
possuem 32 dentes secundários. Na época em que a criança está com 2 anos de 
 
 
 
 
 
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idade, provavelmente já estará com um conjunto completo de 20 dentes de leite. 
Quando um adulto jovem já está com algo entre 17 e 24 anos de idade, geralmente 
está presente em sua boca um conjunto completo de 32 dentes permanentes. 
 
6.1.3 Língua 
 
A língua é o principal órgão do sentido do gosto e um importante órgão da fala, além 
de auxiliar na mastigação e deglutição dos alimentos. Localiza-se no soalho da 
boca, dentro da curva do corpo da mandíbula. 
 
A raiz é a parte posterior, por onde se liga ao osso hioide pelos músculos hioglosso 
e genioglosso e pela membrana glossioidea; à epiglote, por três pregas da mucosa; 
ao palato mole, pelos arcos palato-
glossos,

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