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Inovações de Tecnologias nas Organizações Unidade I Prof. Edmir Kuazaqui 2 APRESENTAÇÃO Doutor e mestre em Administração. Pós-graduado em Marketing e bacharel em Administração com habilitação em Comércio Exterior. Coordenador e professor de MBAs em Administração Geral; Marketing Internacional e Formação de Traders; Pedagogia Empresarial; Compras; Marketing; Startups: Marketing e Negócios; Comunicação e Jornalismo Digital; e Comércio Exterior. Consultor presidente da Academia de Talentos, empresa especializada em marketing, consultoria e treinamentos. Coordenador do Grupo de Excelência em Relações Internacionais e Comércio Exterior do Conselho Regional de Administração (CRA-SP). Autor de livros. 3 INTRODUÇÃO As empresas desempenham importante papel na sociedade. Por intermédio de atividades econômicas, oferecem negócios, produtos e serviços para o mercado. Em contrapartida, o mercado, ao consumir o que é oferecido por elas, garante a manutenção de empregos, salários, remuneração e impostos que são revertidos para a sociedade. Esse sistema virtuoso permite desenvolvimento econômico e social. Entretanto, para que haja o crescimento sustentado e a prosperidade econômica, é preciso que a empresa seja o reflexo direto da sociedade, de forma a oferecer o que esta necessita, bem como a oferta de soluções, antecipando-se ao futuro das organizações. Esta disciplina pretende realizar uma direta discussão sobre planejamento estratégico e gestão de recursos, de forma a entender como a empresa normatiza – desenvolve processos –, inclusive, seu ambiente interno face às mudanças de seu ambiente externo. Nesse sentido, discutiremos as formas mais assertivas para a implantação da gestão nas diferentes unidades da empresa, bem como particularidades relacionadas a suas consequências. Um dos objetivos é buscar a excelência e a qualidade total por meio de ferramentas específicas, como benchmarking competitivo. Por outro lado, para demonstrar a importância dessa disciplina, discutiremos como a empresa identificará as necessidades a fim de implantar as inovações pertinentes para cumprir seus objetivos e compromissos com a sociedade. Na unidade II, será discutida a importância da gestão de processos e sua respectiva aplicação, para que a empresa continue suas funções e obtenha excelência organizacional. 4 1. A IMPORTÂNCIA DAS EMPRESAS NA SOCIEDADE É importante, nesta parte da disciplina, ampliar o conceito do que é uma empresa, sob diferentes pontos de vista. A definição mais clássica é aquela que a define como uma configuração jurídica, formal, que explora uma atividade econômica, relacionada ao mercado industrial, produtor, revendedor, governamental, de serviços ou internacional. Outra, de cunho mercadológico, resume que a empresa é a soma dos diferentes ciclos de vida (CVP) de seu portfólio de produtos e serviços, o que conduz à ideia da necessidade de gestão de seus recursos, insumos e práticas, de forma a lhe garantir longevidade e aos seus negócios. Figura 1 – Empresa Fonte: Exame (2018). No Brasil, há necessidade de registro formal na Receita Federal, assumindo-se uma série de responsabilidades fiscais e tributárias, consumidores e aqueles que dependem do sustento a partir do desenvolvimento econômico, como os fornecedores e colaboradores internos. Destaca-se essa última observação, de que a empresa, ao contratar colaboradores internos, assume também a responsabilidade de cumprir suas responsabilidades com aqueles que dela dependem. Dessa realidade, deriva então uma terceira definição, relacionada à responsabilidade e à importância social. 5 Oliveira (2008, p. 3) complementa essa importância: Suas decisões, além dos impactos econômicos, têm impactos sociais, ambientais e políticos, que não podem ser ignorados pela sociedade. Entender esses impactos e como a sociedade e as empresas respondem a eles é um dos objetivos de se estudar responsabilidade social empresarial. Em síntese, a importância de uma empresa reside no fato de que ela é um vetor de desenvolvimento econômico, adquirindo matéria-prima e serviços de seus fornecedores, transformando os insumos por meio de recursos produtivos e atendendo às necessidades de mercado. Esse processo garante que pessoas tenham acesso a renda por meio de empregos, que impostos sejam gerados e todo o sistema funcione. Dessa perspectiva, quanto mais a empresa se mantiver saudável, maior será sua contribuição para a sociedade. Figura 2 – Empresa como vetor de desenvolvimento econômico e social A figura 2 apresenta a entrada, o processamento e a saída, etapas (processos) que demonstram como a matéria-prima é adquirida, processada e comercializada. Nesse aspecto, cada etapa deve contribuir para a entrega de valor ao consumidor final. É responsabilidade da empresa transformar matéria-prima, insumos e recursos em algo de extremo valor, diferenciando-a da concorrência. Exemplificando, a rede de fast-food McDonald’s recebe uma série de matérias- primas que, em virtude de uma ótima gestão interna de processos, permite que o consumidor receba o seu combo em poucos minutos. 6 Figura 3 – Exemplo simplificado de sistema Conforme a figura 3, o ambiente interno da empresa é constituído por sistemas (entradas, processamento, saídas) independentes e, ao mesmo tempo, interdependentes, com certo grau de autonomia. Eles formam um todo que desempenha determinada função e atinge determinado resultado o qual, individualmente, não alcançariam. É necessário gestão (operacional, tática e estratégica) porque, de forma ampla, a empresa também faz parte de um sistema de valores, conforme a figura 4, e todas as suas ações geram consequências, denotando a necessidade de um planejamento estratégico que considere as influências do ambiente externo e as potencialidades do ambiente interno. 7 Quadro 1 – Resumo dos componentes do sistema Entradas (inputs) Processamento (throughputs) Saídas (outputs) Investimentos próprios e de terceiros Processos. Produtos e serviços. Capital de giro Sistemas (administrativos, contábeis, financeiros e mercadológicos). Praça (canais de distribuição física). Mão de obra Políticas de gestão, vendas e lucros. Promoção. Infraestrutura e instalações Relacionamento com a comunidade (sociedade). Preço. Máquinas e equipamentos Relacionamento com stakeholders, shareholders e stockholders. Canais de distribuição online. Matéria-prima Compliance. Canais de comunicação online. Insumos Tecnologia. Relações públicas. Embalagens Capital intelectual. Veículos Serviços Outros Fonte: Yanaze (2011). Essa visão sistêmica apresentada no quadro 1 demonstra a importância de a empresa manter o equilíbrio entre suas capacidades e competências, em conformidade com o que oferece ao mercado. Conforme Yanaze (2011, p. 55), a aplicação dos “puts” “propicia como vantagem adicional, a racionalização do relacionamento interdepartamental e interfuncional da empresa, facilitando, assim, a definição e o controle das atribuições”. Nessa realidade, a empresa poderá exercer a gestão de forma a obter os melhores desempenhos e entregar algo de mais valor para o mercado. 8 Figura 4 – Sistema de valores A figura 4 descreve o sistema de valor simplificado de uma instituição financeira, em que se destacam os principais stakeholders específicos que contribuem para que um banco ofereça serviços diferenciados. Como exemplo, um banco pode oferecer empréstimos e financiamentos com melhor competitividade, pois tem acesso ao interbancário (o chamado “atacado” bancário) e às linhas internacionais por meio de suas filiais ou por instituições parceiras no exterior. Além disso, a qualidade do que os bancos oferecem depende de outros fatores, diretamente relacionadosà sua estratégia. Por exemplo: um banco com maior capilaridade (número de agências distribuídas geograficamente) pode oferecer serviços de cobrança mais efetiva, além de tecnologias que permitam que seus clientes tenham empoderamento sobre suas contas, serviços e investimentos. Esse capítulo contribuiu para entender a função da empresa como parte de um sistema dinâmico no ambiente em que está inserida. 9 2. O PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO NA VISÃO CONTEMPORÂNEA O planejamento estratégico considera atingir objetivos e metas com menores recursos e esforços, porém com resultados superiores, relacionados aos negócios da empresa, mas com uma extensão natural sobre a sociedade. Oliveira (2008, p. 288) define planejamento como a […] identificação, análise e estruturação e coordenação de missões, propósitos, objetivos, desafios, metas, estratégias, políticas, programas, projetos e atividades, bem como de expectativas, crenças, comportamentos e atitudes, a fim de se alcançar de modo mais eficiente, eficaz e efetivo o máximo do desenvolvimento possível, com a melhor concentração de esforços e recursos da empresa. Figura 5 – Visão sistêmica do planejamento estratégico 10 Esse planejamento está categorizado em três partes distintas. Planejamento operacional: refere-se às metodologias de implantação de etapas que possibilitem que cada área da empresa atinja suas metas corporativas. Nesse sentido, o usualmente denominado “chão de fábrica’’, no setor industrial, trata de processos, em que cada atividade é dividida em partes que, sequenciadas, representam mais que sua simples soma aritmética. Na indústria automobilística, é possível perceber toda a fabricação, que envolve: projeto => planejamento em papel => negociação => aquisição de matéria-prima e serviços => diferentes fases da montagem => comercialização => distribuição física => venda => pós-venda => descarte => reciclagem. Planejamento tático: otimização de resultados por área. Seguindo o mesmo exemplo, temos a gestão de recursos, de forma que cada área contribua com o melhor resultado para o produto final, como: compras e armazenamento => montagem => pintura => testes => estocagem => transporte e logística = pós-venda ou, como algumas empresas preferem, “estar estruturada por área”. Planejamento estratégico: define uma direção (norteamento estratégico), contextualizando ambientes interno e externo, indicando os possíveis caminhos, desafios, obstáculos e oportunidades que a empresa irá encontrar. Finalizando com o exemplo na indústria automobilística, considera-se as áreas de: compras e estoques => contabilidade => recursos humanos => produção => marketing => finanças. Figura 6 – Componentes do planejamento e gestão estratégica Em contraponto, o planejamento estratégico contemporâneo analisa que todos os níveis da empresa e respectivos planejamentos individuais são importantes. Embora o planejamento operacional trate de operações e processos, estes contribuem para a entrega de valor ao consumidor final. Pensando dessa forma, trataremos do planejamento contextualizado com os processos e não de forma mais ampla, considerando os níveis táticos e estratégicos. Conforme a figura 6, o planejamento estratégico deve ser a simbiose entre planejamento operacional e tático e vice-versa. Dessa realidade, derivam os termos que visam categorizar responsabilidades e funções. 11 Eficiência é uma métrica que avalia o desempenho individual dos participantes do sistema. Está relacionada a como o planejamento operacional, como mão de obra e/ou recursos (máquinas e equipamentos), consegue contribuir em termos de resultados para a operação. Dessa categoria deriva grande parte dos custos e despesas operacionais, que interferem na margem de lucro dos negócios da empresa. Como objetivo principal, a empresa deverá apresentar um desempenho organizacional que mantenha estabilidade entre os diferentes insumos e recursos produtivos, contribuindo para o ponto de equilíbrio financeiro. Expressão chave: saber fazer. Eficácia é uma métrica que avalia o desempenho global do sistema interno da empresa. Está diretamente relacionada ao planejamento tático, incluindo áreas como produção, marketing, recursos humanos e finanças. A essa categoria cabe a gestão das diferentes áreas, desenvolvendo sinergias para a entrega de valor ao mercado. Seu objetivo principal é obter uma gestão integrada, de forma a cumprir o papel ao qual a empresa se propôs. Palavra-chave: gerenciar. Efetividade é uma métrica que avalia os resultados objetivos frente ao que foi planejado. Em outras palavras, o planejamento tem um cronograma de ações a serem atingidas, com os resultados esperados. Dessa categoria o objetivo principal é cumprir prazos a partir de um cronograma estabelecido de acordo com os diferentes níveis de planejamento – estratégico, tático e operacional. Expressão chave: cumprir prazos. 12 O que é produtividade? Produtividade é a relação entre o que foi entregue e quanto foi gasto num determinado setor econômico e/ou empresa em determinado período, em que o valor da entrada monetária deve ser bem superior aos custos, despesas, esforços e recursos empregados. O valor é calculado pela fórmula simples a seguir. P = Receita total Custo total Um objetivo, dentre muitos, é medir a eficiência operacional. Porém, nem sempre a empresa tem condições de identificar e mensurar todos os custos e despesas, bem como alinhá-los à receita de forma temporal, ou seja, investimentos são realizados no decorrer do tempo, desde a abertura da empresa, e as receitas são realizadas no momento da venda, por exemplo. O desafio é produzir cada vez mais com os mesmos recursos ou sua redução. O que é economia de escala? Economia de escala é o processo no qual se alcança o máximo resultado dos fatores produtivos. Geralmente, obtém-se a redução de custos de produção influenciando-se o preço final ao consumidor, bem como as margens de lucratividade, ou seja, quanto mais se produz, menor será o custo fixo. A economia de escala pode ser obtida no mercado industrial por meio da utilização otimizada de máquinas e equipamentos, em que é comum na indústria alimentícia a produção em quantidades crescentes, bem como a diversificação de bens a serem transportados pelas empresas de transporte. Somando a produtividade com a economia de escala, a empresa terá condições competitivas de margear seu lucro, flexibilizando o preço ao consumidor final e, se estiver dentro dos seus propósitos empresariais, expandir seus negócios no país ou internacionalmente. 2.1. A transformação digital das empresas (TDI) A incorporação crescente da tecnologia iniciou-se na década de 1980, quando a economia mundial passava por turbulências e as empresas, para evitar a perda de seus respectivos share of market, passou à expansão global e à utilização da tecnologia para redução de custos e despesas. Bowersox, Closs e Cooper (2008) analisam que essa utilização envolve uma reinvenção da própria empresa, com o objetivo de direcionar os investimentos, de forma a garantir que os resultados sejam alcançados e incorporados ao desenvolvimento de suas operações. É inegável a contribuição da tecnologia nas 13 empresas, desde que utilizadas na intensidade necessária para atender às expectativas do mercado. Conforme a revista Exame (apud Fórum Econômico Mundial, 2017, p. 37), em 2025 existirão as seguintes situações: 10% das pessoas usarão roupas conectadas à internet; 90% da população mundial terão acesso à internet; 90% da população mundial usarão smartphones; 5% dos bens de consumo estarão disponibilizados para impressão 3D; 10% dos carros nos Estados Unidos da América serão autônomos; e 30% das auditorias serão realizadas por inteligência artificial. A transformaçãodigital altera a cadeia tradicional de eventos e de seus processos, sendo responsabilidade da empresa analisar que contribuições para o negócio serão conseguidas e quais os impactos nos ambientes interno e externo. Os exemplos anteriores confirmam como a tecnologia vai influenciar as nossas vidas e o importante é como as empresas se adaptarão aos novos tempos. Quadro 2 – As revoluções industriais Revoluções Comentários Primeira Revolução Industrial Dez mil anos atrás, até o século XVIII. O homem domesticou os animais. Revolução agrária que ocasionou a produção em escala de alimentos e a Revolução Industrial com a construção de estradas de ferro e das máquinas a vapor. Expansão gradativa das empresas. Desenvolvimento da mecanização. Segunda Revolução Industrial Início do século XIX até o início do século XX Eletricidade e produção em massa. Crescimento das empresas e expansão geográfica interna. Evolução da mecanização e de processos. Terceira Revolução Industrial De 1960 a 1990. Computação e popularização e massificação da internet. Expansão de negócios e empresas internacionalmente. Quarta Revolução Industrial Este século. Revolução digital, envolvendo energias renováveis, inteligência artificial, Internet of Things, nanotecnologias, aprofundamento das tecnologias, da disrupção e do ambiente exponencial. Fonte: Schwab (2015) e Kuazaqui (2007). 14 Percebe-se, cada vez, mais a diminuição dos períodos nos quais as revoluções vão acontecendo, ou seja, a disrupção já faz parte da história da evolução do mundo empresarial. Schumpeter (1988) defende o conceito de que a sociedade capitalista incentiva a destruição do que foi para um novo modelo de negócios. É fato que algumas empresas são as porta-vozes desse fenômeno; outras, simplesmente expectadoras. Este item contribuiu para entender a importância do planejamento estratégico com foco no operacional, contextualizado com a identificação e implantação das inovações. 15 3. ANÁLISE DE AMBIENTE E BENCHMARKING COMPETITIVO O Japão, após o término da Segunda Guerra Mundial, viveu um período econômico turbulento, pois foi um dos países que perderam a guerra, e necessitou desenvolver rapidamente seu crescimento econômico. Um dos fatores de sucesso foi a produção a preços mais competitivos, ou seja, mais baixos. O que ocorreu foi que algumas empresas japonesas passaram a decompor produtos de consumo, entender como funcionavam e melhorar seus processos de fabricação, a fim de ter custos baixos a partir de ganho de produtividade, economia de escala e sinergia de processos, máquinas e equipamentos. Um dos exemplos são os relógios suíços, que eram relativamente caros e tinham excessiva durabilidade e precisão. Os japoneses não copiaram simplesmente, mas decompuseram o produto, entenderam como funcionava e melhoram os processos, de forma a torná-los mais acessíveis ao público, tanto pelo preço como pela funcionalidade. Figura 7 – Benchmarking Fonte: UVAGP (2019). Um dos primeiros exemplos de benchmarking teve em Robert Camp (2018) um de seus principais defensores. Camp desempenhou atividades na empresa norte-americana Xerox. Com a forte concorrência de empresas que fabricavam fotocopiadoras, como a Cânon e a Nashua, a fabricante norte-americana desmontou as máquinas das concorrentes para poder entender por que razões elas eram comercializadas com preços muito inferiores aos das produzidas nos Estados Unidos da América. Pode ser definido como uma metodologia que permite a análise da concorrência, identificando as razões pelas quais produtos, serviços e processos internos possuem determinado nível de qualidade, que pode ser transferido para outras empresas. A seguir, os tipos de benchmarking. Benchmarking interno: as comparações e análises são realizadas dentro da própria empresa, sempre com o objetivo de melhorar o desempenho e as práticas empresariais. Podem ser comparados diferentes departamentos ou toda a empresa. 16 Como exemplo, temos empresas que possuem executivos que analisam, por meio de relatórios, o que ocorreu em período anterior e os resultados e como estes podem ser melhorados a partir da introdução de novas práticas internas. Benchmarking competitivo: as comparações são realizadas a partir da análise da concorrência, seja de suas práticas, em produtos, serviços, processos e estratégias, sempre no sentido de incorporar o que é positivo para a empresa e superar os concorrentes. Outro ponto fundamental é identificar também por quais razões negócios e empresas concorrentes falharam no mercado e como evitar que tais situações se repitam na empresa. Como exemplo, a indústria automobilística que, com as diferentes entidades de classe e profissionais, possuem dados e informações do setor, análises, evolução e cenários futuros. Benchmarking funcional: comparação entre empresas de setores diferentes e incorporação de seus processos. Alguns programas de informática de bancos, por exemplo, podem ser adaptados para empresas de segmentos diferentes. Conforme a Endeavor (2018), o benchmarking é uma das mais importantes estratégias da empresa para aumentar a eficiência, permitindo estabelecer “pontos de referência” nos quais pode-se comparar e realizar os movimentos estratégicos. Os objetivos são atingir a superioridade gerencial e/ou operacional, além de identificar fatores-chave que permitam aumentar exponencialmente a competitividade. 17 Quadro 3 – Fases de implementação de benchmarking competitivo Etapas Operacionalização Diagnosticar a empresa Análise interna, que pode envolver a análise SWOT envolvendo processos e práticas empresariais, a fim de obter-se uma “fotografia do presente da empresa” que represente os pontos fortes e fracos, ameaças e oportunidades, bem como a análise geral de como está a “saúde” organizacional. Identificar o setor de negócios A empresa deve identificar em que grupo estratégico (GE) está inserida. Outra possibilidade é identificar empresas que obtiveram determinado nível de sucesso e/ou terminaram em fracasso. Um banco está inserido no segmento financeiro, em instituições de grande, médio e pequeno porte. Identificar concorrentes diretos Identificar os três principais concorrentes diretos. Outra possibilidade é identificar empresas que atingiram determinado nível de excelência organizacional. A classificação de bancos pode envolver quanto um banco lucrou em determinado ano, volume de depósitos, número de clientes, dentre outros. Identificar fatores comparáveis Identificar que fatores e/ou variáveis estão mais relacionados ao sucesso dos concorrentes para que haja similaridades com a empresa a ser analisada. Selecionar os métodos e instrumentos de coleta Definir que métodos a empresa irá utilizar – quantitativos, qualitativos (podem ser métodos observacionais, participativos e não participativos, bem como entrevistas) ou triangulação –, além de construir os instrumentos de coleta de dados (questionário e/ou roteiro de perguntas). Analisar o mercado Analisar o mercado onde as empresas atuam, suas estratégias e práticas usuais, a fim de entender melhor o que impulsiona as empresas do setor. Atribuir valores Atribuir pesos para cada variável, de acordo com o grau de importância. Em algumas empresas, por exemplo, o atendimento é primordial. Analisar Realizar as análises de forma a entender por que razões a empresa e concorrentes têm determinada performance. Comparar Identificar que itens representam gaps ou favorecem a empresa, levando em consideração as devidas proporções e critérios. Projetar Com base nos dados e informações analisadas, projetar o desempenho futuro, suprindo os possíveis gaps identificados no presente. Estabelecer prazos Criação de um cronograma, em que constem os prazos de implantação, o que fazer e os responsáveis. Recomendar Recomendar ações que permitamequiparar-se e/ou superar a performance dos concorrentes. Estipular as metas de curto, médio e longo prazo. Controlar e avaliar A partir do cronograma e do planejamento estratégico, tático e operacional, os responsáveis pela implementação das mudanças deverão monitorar as ações, as mudanças e transformações realizadas e, se for o caso, implementar rotas e ações corretivas. 18 Um bom exemplo de benchmarking é da companhia Gol Linhas Aéreas, que adotou no Brasil e inaugurou o conceito de low fair, utilizado na época pela irlandesa Ryanair e outra companhia aérea, a inglesa EasyJet. Os fatores chave estão relacionados a infraestrutura, veículos, formas de investimentos, além da diminuição dos serviços de bordo e da concentração em rotas rentáveis. Quadro 4 – Vantagens e desvantagens na aplicação do benchmarking Vantagens Desvantagens Crescimento no mercado. Pela adoção das boas práticas de mercado, a empresa estará melhor posicionada e estabilizada. A pesquisa deve estar devidamente construída e embasada. Caso contrário, poderá apresentar dados e informações nem sempre confiáveis e/ou de acordo com as necessidades da empresa. A empresa terá melhor conhecimento de suas potencialidades e pontos de melhoria. Um benchmarking interno pode trazer uma visão mais curta e reducionista, que pode limitar as possibilidades de melhoria. Processos mais aprimorados, com a incorporação da gestão organizacional, no sentido de obter um melhor controle da empresa. A implantação das mudanças depende de metodologias e práticas específicas e focadas na empresa. Não se deve somente copiar práticas e estratégias, como geralmente acontece na prática. Melhor conhecimento do mercado, em que a empresa pode estabelecer propósitos que a elevem a um novo patamar competitivo e próximo da “perfeição”. Perda da identidade da empresa, devido ao foco exagerado nos concorrentes e não na própria empresa. Busca contínua da qualidade, melhoria da produtividade, redução de custos e despesas e, consequentemente, maior margem de lucratividade. Distanciamento do mercado – clientes –, em que a empresa está muito mais preocupada com a sua eficiência empresarial e não necessariamente com a satisfação da sua carteira de clientes e mercado consumidor no geral. O benchmarking é uma metodologia, mas alguns o interpretam como um tipo de pesquisa mista (quantitativa e qualitativa), de forma a identificar quem será pesquisado, a seleção do universo e amostra, criação dos instrumentos de pesquisa (questionário e/ou roteiro de perguntas), aplicação, plano de tabulação e, finalmente, análise, conclusões e recomendações. A prática do benchmarking é extremamente saudável, pois foca nas melhores práticas do mercado e monitora o ambiente competitivo. Entretanto, é de responsabilidade da empresa que as mudanças e transformações sobre o ambiente onde ela está inserida ocorram não somente em função da concorrência, mas também do ponto de vista estratégico. É preciso entender em que situação está a empresa e em que aspectos ela pode melhorar. Este capítulo contribuiu para entender como a pesquisa (utilizando o benchmarking, em especial o competitivo) pode contribuir para que a empresa identifique seus pontos fracos e principalmente os de melhoria. 19 4. GESTÃO DAS INOVAÇÕES O processo inovativo não deve ser considerado de forma isolada, mas dentro de um contexto empresarial estratégico, que trará consequências para a organização e para todos os que dela dependem. As inovações podem ocorrer de forma natural, por meio de pequenas e constantes mudanças nos processos, produtos e serviços da empresa, e ser induzidas, influenciadas, pelas variações do ambiente externo – macroambiente e microambiente –, bem como da ações e movimentos que visem incentivar e motivar novas ideias, novas soluções e recomendações de mudanças. É um fenômeno necessário, mas nem sempre previsto pelas empresas. Figura 8 – Inovação Fonte: Sebrae (2019). Estratégia, segundo Oliveira (2004), é um caminho ou um conjunto de ações formuladas para alcançar de forma diferenciada os desafios e objetivos empresariais. Dentro de um contexto mais amplo, as estratégias devem ser formuladas a partir de um planejamento estratégico, sempre a fim de superar desafios que as próprias empresas impõem para estar sempre em movimento e superar seus limites. Conforme Mañas (2016), a inovação deve ser considerada como uma estratégia, com o objetivo de obter diferenciação competitiva e sucesso empresarial. Segundo o autor, no processo inovativo existem três estágios. A inovação segue uma linha que ofereça a menor resistência e passa a ser um processo natural e dentro de condições propícias a sua identificação e desenvolvimento. Esse conceito leva às inovações incrementais. A inovação serve para aprimorar inovações anteriores, em que a empresa e seus produtos e serviços admitem a possibilidade de que podem ocorrer mudanças e transformações. Novos usos e direções crescem a partir da própria inovação, em que organizações podem procurar sempre se diferenciar e se posicionar com a obtenção de novas formas de pensar e agir. 20 4.1 Tipos de inovação: aberta e fechada O que é inovação aberta? É aquela que integra, por meio da incorporação de tecnologia, toda a empresa e seus diferentes tipos de público, a partir do debate de várias ideias e problematização. O processo é iniciado pela geração de novas ideias, produtos e serviços, novas formas de solucionar os problemas dos consumidores. O que é inovação fechada? É aquela restrita aos centros de pesquisa e desenvolvimento, não ocorrendo a democratização dos resultados de pesquisa e principalmente de suas práticas e aplicações. O processo inovativo deve ser um desenvolvimento natural da empresa ou ser consequência de fatores externos. Kuazaqui et al. (2017) desenvolvem a prática de que ambientes disruptivos geram grandes transformações e inovações. Disrupção significa grandes flutuações que interferem na cadeia lógica de eventos. Podem ser flutuações econômicas, como a entrada de um grande concorrente no mercado, ou a demissão inesperada de um funcionário. Com a situação, existe a necessidade de a empresa se reavaliar, repensar seus processos internos e práticas de mercado, que podem conduzir a transformações e inovações. Outra realidade é o ambiente exponencial, em que empresas devem atender a demandas internas, exportar o excedente e importar o que necessitarem. A visão econômica clássica não mais se aplica ao mundo exponencial, no qual empresas procuram por resultados mais sustentáveis pela oferta de soluções criativas e inovadoras de problemas de consumidores. Estão inseridas em ambientes globais, competitivos e disruptivos, necessitando de soluções diferenciadas para cada região e situação. Em agribusiness, o big data possibilita o monitoramento do mercado e drones, o monitoramento do comportamento das lavouras. Terras abrigam conjuntos de cultura e gado, obtendo-se bens agrícolas, proteína e até madeira, reduzindo o efeito estufa, potencializando recursos produtivos, aumentando o lucro e a percepção do consumidor. O que antes era escasso agora é mais produtivo. As tecnologias agrícolas contribuem para as tecnologias sociais, pois resultam em benefício econômico e social. Pensar no consumidor global, agir fora da caixinha, de forma resiliente e com o engajamento de talentos humanos é a realidade do ambiente exponencial, que está em constantes transformações. 21 Quadro 5 – Características da disrupção, ambiente exponencial e inovação Disrupção Exponencial Inovação Conceito Situação de forte desequilíbrio, que ocasiona entropia no fluxo de atividades como a crise econômica brasileira aprofundada a partir de 2013. Situação na qual a incorporação de mudanças e transformação assume uma velocidade muito rápida, que nem sempreas pessoas e as empresas conseguem acompanhar. Situação em que existe a transformação natural ou não de um produto, por exemplo. Consequências Adaptação. Mudança de rota, revendo processos, práticas e estratégias. Mudança no perfil e comportamento das pessoas. Movimentação. Mudança no perfil e comportamento das pessoas. Transformação. Revisão, análise e incorporação de novas ideias na empresa e em seus negócios. Mudança no perfil e comportamento das pessoas. Intensidade das mudanças Pode ser radical, dependendo da disrupção, ou incremental, se a empresa dispuser de tempo. Radical, considerando a velocidade com que ocorre nas empresas. Incremental como processo natural de desenvolvimento da empresa e/ou radical, considerando a necessidade de diferencial competitivo. Riscos Altos, considerando que grande parte das situações disruptivas ocasionam desequilíbrios nas empresas. Moderados, desde que as empresas tenham consciência da sua participação e influência no ambiente de negócios onde estão inseridas. Moderados, desde que as empresas tenham consciência das consequências e impactos. 4.2 Quem é o responsável pelas inovações? Com o incremento da necessidade de ser competitivas, as empresas procuram por inovações a incorporar em seus negócios. Seguindo a linha do planejamento estratégico tradicional, a decisão de inovar e implementar as ações necessárias são responsabilidade do nível estratégico e também do nível tático. Entretanto, considerando a necessidade de dinamizar as relações entre a empresa e o negócio, todos devem estar engajados na busca de novas soluções. Inovação é consequência de determinados fatores e situações. Existência de uma área de pesquisa e desenvolvimento (P&D). Muitas empresas incorporam mudanças em suas práticas e portfólios a partir de percepções de seus diretores e executivos, dependendo destes o desenvolvimento da empresa. A existência formal de uma área de P&D implica concentração e foco na necessidade de a empresa constantemente monitorar o mercado e suas práticas, 22 de forma a promover as mudanças e transformações necessárias para manter o diferencial competitivo de seu negócio. Nem sempre a empresa tem capacidade de manter uma área, podendo restringi-la a uma função específica no organograma de trabalho e recorrer a instituições de ensino superior (IES), centros de excelência e outros parceiros para garantir a continuidade e desenvolvimento da empresa. Marketing. Uma área na qual se congregam pesquisa de mercado, sistemas de informação em marketing (SIM) e uma gestão consistente do ciclo de vida do produto (CVP), contribuindo para cada fase e sobre como as mudanças podem ser incorporadas de forma a estender as principais fases comerciais do referido ciclo. Produção. Essa área, muitas vezes somente associada à parte operacional, é representada como aquela que realiza a gestão de recursos produtivos e de certa maneira está diretamente relacionada à qualidade dos produtos da empresa. Envolve a gestão da tecnologia, bem como dos fatores produtivos e econômicos, como instalações, máquinas e equipamentos, o que lhe permite avaliar qual nível de intensidade de qualidade o produto deve ter e como providenciar essas alterações. Finanças. A importância dessa área reside na captação e aplicação de recursos que dependem de uma análise mais consistente, comparando-se os resultados previstos a partir da incorporação das mudanças necessárias e que tiveram um custo operacional e, consequentemente, financeiro. Gestão de pessoas. Essa área envolve a premissa de que todo processo inovativo, principalmente se as transformações forem radicais ou derivadas do ambiente exponencial, requer um perfil diferenciado de colaboradores internos, com competências pessoais e profissionais de acordo. Dessa forma, percebe-se a complexidade com a qual as inovações devem ser identificadas e como estas influenciam nas práticas das empresas. 4.3 Tipos de mudança: incrementais e radicais Considerando os programas de pesquisa e desenvolvimento (P&D) e as inovações internas de uma empresa, Hitt, Ireland e Hoskisson (2008) categorizam as inovações. Inovações incrementais: com base em conhecimentos múltiplos, são incorporadas pequenas melhorias, cujas alterações se constituem como uma evolução racional e linear, inseridas no planejamento estratégico. Essas alterações geralmente são incorporadas sem grandes dificuldades, pois (os produtos e serviços, por exemplo) apresentam situação estável e a margem de lucro garante a continuidade gradual das mudanças. Como exemplo, pode-se citar um adesivo protetor que é utilizado em latas de cerveja e que protege sua abertura de possíveis elementos nocivos à saúde. Palavra-chave: mudança. 23 Inovações radicais: oferecem breakthroughs tecnológicos, criam novas tecnologias ou formas diferenciadas de sua utilização. Essas inovações geralmente geram novos produtos, serviços e propostas diferenciadas, impactando outros setores econômicos. Como exemplo, temos a criação do telefone fixo e, bem depois, dos aparelhos de telefonia móvel, ou seja, os celulares. Palavra-chave: transformação. Figura 8 – Mudanças incrementais e radicais Considerando-os como modelos, é possível identificar os resultados das possíveis mudanças como incrementais, com benefícios primários e secundários. Conforme Thomas e Callan (2010), a mudança incremental, diferentemente da radical, é discreta e constitui-se em mudança relevante e significativa, no curto prazo, no meio em que é realizada. Os benefícios primários se constituem como consequência direta das ações, enquanto que os secundários surgem dos efeitos marginais e secundários. Se os resultados forem significativos e relevantes no longo prazo, podem se constituir em transformações incrementais geradoras de uma melhor plataforma para a empresa. Como exemplo pontual e devidamente contextualizado, a pequena empresa, que pode obter ganhos marginais e contínuos, crescendo de forma organizada no longo prazo. Por outro lado, conjugando-se essas boas práticas e tendo um aporte financeiro, essas mesmas empresas poderão obter um crescimento mais rápido a partir de investimentos, possibilitando melhorias e melhor desenvolvimento no meio. Considerando a contribuição econômica, essas empresas poderão fazer grande diferença na sociedade. Pensando de uma forma mais sistêmica, elas poderão contribuir ainda mais dentro da cadeia e do sistema de valores. Fica, assim, clara a ideia de que nem sempre transformações incrementais podem ser desenvolvidas antes das ações de ordem radical. Este capítulo contribuiu para evidenciar o que é e qual a importância da inovação nas empresas, contribuições, categorias e implantação em suas rotinas. 24 5 A BUSCA PELA EXCELÊNCIA DA ORGANIZAÇÃO A missão e visão, conforme a figura 4, bem representam a origem formal das metas e objetivos empresariais. De forma geral, a missão descreve a que necessidade a empresa atende no mercado e a visão, onde a empresa pretende estar num futuro distante. Os propósitos organizacionais conduzem a empresa ao futuro desejado (mas que nem sempre será atingido) e norteiam os passos a serem seguidos. Scholtes (1998, pp. 135 e 136) afirma, com base em extensa pesquisa, que a filosofia para a qualidade é baseada em seis princípios básicos. Figura 9 – Princípios que sustentam uma filosofia empresarial voltada para a qualidade Fonte: Scholtes (1998). Explorando os princípios Concentrar-se no cliente externo, que é o propósito de toda empresa. A empresa deve desenvolver produtos e serviços de forma a atender a necessidades e desejos do mercado e resolver os problemas de seus consumidores. Por meio dos sistemas de informação, a empresa consegue identificar necessidades, como atendê-las e em que intensidade. Entender as pessoas.Deve-se olhar para as pessoas de forma mais profunda, de forma a entender o que as motiva e como a empresa pode angariar esforços para obter engajamento, diferenciais e vantagens competitivas. Por meio de técnicas de gestão de pessoas, pesquisa, inclusive de clima e cultura organizacional, a empresa consegue identificar e gerenciar seus colaboradores internos e talentos organizacionais. 25 Ter direção e foco. Existem prioridades e o gestor deve entender quais são, a fim de contribuir para que as metas e os objetivos sejam atingidos efetivamente. Por meio de planejamento, experiência e discussão com os envolvidos, é possível eliminar a procrastinação empresarial e pessoal e cumprir o que determinam a missão e a visão corporativas. Saber melhorar. O grande desafio é entender que o que parece ótimo pode ser melhorado. Por meio de monitoramento do ambiente externo, pesquisas e inteligência de mercado, é possível que a empresa incorpore as mudanças e transformações necessárias para estar sempre na liderança de mercado. Entender e utilizar dados, envolvendo como foram extraídos, de onde e de que forma, estatisticamente, representam a realidade da empresa, bem como do ambiente onde está inserida. Por meio de pesquisas, é possível identificar as consequências, impactos e principalmente as causas conjunturais e/ou estruturais que geraram determinada situação. Entender e administrar sistemas. Conforme evidenciado em todo este conteúdo, todos fazem parte do sistema empresarial e sofrem as consequências e os impactos das ações de seus participantes. Como resultado, a empresa terá todas as suas ações e movimentos sistematizados, o que possibilitará o controle e a avaliação de suas ações e práticas empresariais. Empresas como Uber, Airbnb e Nubank exemplificam como empreendedores identificaram oportunidades de mercado e capitalizaram novos modelos de negócios, gerando mudanças e transformações no ambiente de negócios, nos stakeholders, no sistema de valor, nas empresas e vida das pessoas. 26 Figura 10 – Visão sistêmica da implantação de inovações A partir dos propósitos e filosofias, a empresa deve estar preparada para a atualização de seu modo de atuar no mercado, bem como monitorar o mercado e incorporar, de forma gradual, a busca pela excelência organizacional que, dentre outros objetivos, é cumprir sua missão econômica e social, atendendo de forma plena as necessidades e desejos de seu mercado. Figura 11 – A busca pela excelência da organização Fonte: O ativista da gestão (2019). A excelência organizacional é um processo contínuo na busca da eficiência e da qualidade total, garantindo a perenidade da organização. É uma busca constante, na qual a empresa deve se superar a cada dia. 27 CONSIDERAÇÕES FINAIS As transformações ambientais estão cada vez mais rápidas e nem sempre pessoas e empresas conseguem perceber como isso afeta a prática de seus negócios. A inovação e a transformação são necessárias para que todo o sistema evolua de forma consistente, sempre no sentido de contribuir para o bem-estar econômico e social da comunidade onde as empresas estão inseridas. 28 REFERÊNCIAS CAMP, Robert. Benchmarking. O caminho da qualidade total. São Paulo: Cengage, 2018. BOWERSOX, D. J.; CLOSS, D. J.; COOPER, M. B. Gestão da cadeia de Suprimentos. 2. ed. São Paulo: Campus, 2008. ENDEAVOR BRASIL. Uma espiada na grama do vizinho, ou: como fazer benchmarking. Disponível em: https://endeavor.org.br/estrategia-e- gestao/benchmarking/. Acesso em: 3 maio 2019. EXAME. As 100 pequenas e médias empresas que mais crescem no Brasil. 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